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Fisiologia da tireoide e Hormônios Tireoidianos

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Fisiologia da Tireóide e Ação dos 
Hormônios Tireoidianos 
Referencia Bibliografica: Guyton e Hall.Tratado 
de fisiologia Médica 13 ed. Capítulo 77: 
Hormonios Metabólicos da Tireóide 
 
- A tireoide, localizada imediatamente abaixo da 
laringe e ocupando as regiões laterais e anterior 
da traqueia, é uma das maiores glândulas 
endócrinas, normalmente pesando de 15 a 20 
gramas em adultos. Essa glândula secreta dois 
hormônios principais, a tiroxina e a tri-
iodotironina, usualmente chamados T4 e T3, 
respectivamente. Ambos aumentam 
intensamente o metabolismo do organismo. A 
ausência completa de secreção tireoidiana, em 
geral, faz com que o metabolismo basal caia para 
40% a 50% do normal, e o excesso extremo de 
secreção pode aumentá-lo de 60% a 100%. A 
secreção tireoidiana é controlada, 
principalmente, pelo hormônio tireoestimulante 
(TSH), secretado pela hipófise anterior. 
- A tireóide também secreta calcitonina que é um 
importante hormônio que atua em níveis 
elevados de cálcio reduzido a reabsorção desses 
íons pelo osteoclasmo e contribuindo para 
redução dos níveis séricos desse íon. 
Síntese e secreção dos Hormonios 
Metabólicos tireoidianos 
- Cerca de 93% dos hormônios metabolicamente 
ativos, secretados pela tireoide, consistem em 
tiroxina, e 7% são tri-iodotironina. Entretanto, 
quase toda a tiroxina é, por fim, convertida em 
tri-iodotironina nos tecidos, de modo que ambas 
são funcionalmente importantes. As funções 
desses dois hormônios são qualitativamente 
iguais, mas diferem na velocidade e na 
intensidade de ação. A tri-iodotironina é cerca de 
quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas 
está presente no sangue em menor quantidade e 
persiste por um tempo muito curto. 
Destino dos Iodetos Ingeridos 
-Os iodetos ingeridos por via oral são absorvidos 
pelo trato gastrointestinal para o sangue 
aproximadamente do mesmo modo que o 
cloreto. Nas condições normais, a maior parte do 
iodeto é rapidamente excretada pelos rins, mas 
por volta de um quinto é seletivamente removido 
do sangue circulante pelas células da tireoide e 
usado para a síntese dos hormônios tireoidianos. 
Formação dos Horônios tireoidianos 
 
Bomba de Iodeto – O simporte de sódio-
Iodeto (Captação de Iodeto) 
- O primeiro estágio de formação dos hormônios 
tireoidianos é o transporte de iodeto do sangue 
para ascélulas e folículos glandulares da tireóide. 
- A membrana basal das células tireoidianas tem 
a capacidade específica de bombear, ativamente, 
iodeto para o interior da célula. Esse 
bombeamento é realizado pela ação de simporte 
de sódio-iodeto, que cotransporta um íon iodeto, 
junto com dois íons sódio, através da membrana 
basolateral (plasma), para a célula. A energia para 
transportar iodeto contra o gradiente de 
concentração vem da bomba de sódio-potássio 
adenosina trifosfatase (ATPase), que bombeia 
sódio para fora da célula, instituindo, desse 
modo, baixa concentração de sódio intracelular e 
gradiente de difusão facilitada para dentro da 
célula. 
- Esse processo de concentração do iodeto na 
célula é chamado captação de iodeto. Na 
glândula normal, a concentração de iodeto, 
gerada pela bomba, é cerca de 30 vezes maior 
que a do sangue. Quando a atividade da tireóide 
atinge seu máximo, essa concentração pode se 
elevar para até 250 vezes. A captação de iodeto 
pela tireoide é influenciada por diversos fatores, 
dos quais o mais importante é o TSH; esse 
hormônio estimula a atividade da bomba de 
iodeto nas células tireoidianas, enquanto a 
hipofisectomia a reduz de forma considerável. 
- O iodeto é transportado para fora das células da 
tireoide pela membrana apical para o folículo, por 
meio de molécula contratransportadora de íons 
cloreto-iodeto, chamada pendrina. 
 
Oxidação do íon Iodeto 
- O primeiro estágio essencial à formação dos 
hormônios tireoidianos é a conversão dos íons 
iodeto para a forma oxidada de iodo, ou iodo 
nascente (I0) ou I3−, que, então, é capaz de se 
combinar diretamente com o aminoácido 
tirosina. Essa oxidação da tirosina é promovida 
pela enzima peroxidase, acompanhada de 
peróxido de hidrogênio, os quais constituem 
potente sistema capaz de oxidar iodetos. A 
peroxidase localiza-se na membrana apical da 
célula ou ligada a ela, produzindo, assim, o iodo 
oxidado, exatamente no ponto da célula em que 
a molécula de tireoglobulina surge, vinda do 
aparelho de Golgi e através da membrana celular, 
sendo armazenada no coloide da tireoide. 
Quando o sistema da peroxidase é bloqueado ou 
quando está hereditariamente ausente das 
células, a formação de hormônios tireoidianos cai 
para zero. 
Iodização da tirosina e formação dos 
Hormonios Tireoidianos – Organificação 
da Tireoglobulina 
- A ligação do iodo com a molécula de 
tireoglobulina é chamada de organificação da 
tireoglobulina 
- O iodo oxidado, até mesmo na forma 
molecular, liga-se diretamente, embora de forma 
muito lenta, ao aminoácido tirosina. Nas células 
da tireoide, entretanto, o iodo oxidado está 
associado à enzima peroxidase tireoidiana, que 
reduz a duração desse processo para segundos 
ou minutos. Por isso, no intervalo de tempo em 
que a molécula de tireoglobulina leva para ser 
liberada pelo aparelho de Golgi, ou para ser 
secretada pela membrana apical da célula para o 
folículo, o iodo se liga a cerca de um sexto de 
seus aminoácidos tirosina. 
- A tirosina é, inicialmente, iodada para 
monoiodotirosina e, então, para di-iodotirosina. 
Então, nos minutos, horas, ou mesmo dias 
seguintes, cada vez mais resíduos de iodotirosina 
se acoplam uns aos outros. 
 - O principal produto hormonal da reação de 
acoplamento é a molécula tiroxina (T4), formada 
quando duas moléculas de di-iodotirosina se 
unem; a tiroxina permanece como parte da 
molécula de tireoglobulina. Outra possibilidade é 
o acoplamento de uma molécula de 
monoiodotirosina com uma de di-iodotirosina, 
formando a tri-iodotironina (T3), que representa 
cerca de 1/15 do total de hormônios. 
- Pequenas quantidades de T3 reverso (RT3) são 
formadas pelo acoplamento de di-iodotirosina 
com monoiodotirosina, mas RT3 não parece ter 
significância funcional em humanos. 
 
 
Armazenamento da Tireoglobulina 
- A tireoide tem a capacidade incomum entre as 
glândulas endócrinas de armazenar grande 
quantidade de hormônios. Após o final da síntese 
dos hormônios tireoidianos, cada molécula de 
tireoglobulina contém cerca de 30 moléculas de 
tiroxina e algumas de tri-iodotironina. Nessa 
forma, os hormônios tireoidianos são 
armazenados nos folículos em quantidade 
suficiente para suprir as necessidades normais do 
organismo por 2 a 3 meses. Portanto, quando a 
síntese de hormônios tireoidianos é 
interrompida, os efeitos fisiológicos de sua 
deficiência só são observados vários meses 
depois. 
 
Liberação de tiroxina e TRI-Iodotironina 
pela glândula tireóide 
- A maior parte da tireoglobulina não é liberada 
para a circulação; sendo necessário clivar a 
tiroxina e a tri-iodotironina da molécula de 
tireoglobulina; em seguida, ambos esses 
hormônios livres são liberados. Esse processo 
ocorre da seguinte forma: 
IMPORTANTE: 
- A superfície apical das células da tireoide emite 
pseudópodos, que cercam pequenas porções do 
coloide, formando vesículas pinocíticas que 
penetram pelo ápice da célula. Então, lisossomos 
no citoplasma celular imediatamente se fundem 
com as vesículas para formar vesículas digestivas 
que contêm as enzimas digestivas dos lisossomos 
misturadas com o coloide. Múltiplas proteases 
entre as enzimas digerem as moléculas de 
tireoglobulina e liberam tiroxina e tri-
iodotironina, em sua forma livre, que se 
difundem pela base da célula tireoidiana para os 
capilares adjacentes. Assim, os hormônios 
tireoidianos são liberados no sangue. 
Transporte de Tiroxina e TRI-Iodotironina 
para os tecidos 
 
 
 
 
A tiroxinae a tri-iodotironina estão 
ligadas a proteínas Plasmáticas: 
- Ao serem liberadas no sangue, mais de 99% da 
tiroxina e tri- iodotironina se combinam 
imediatamente às diversas proteínas plasmáticas 
sintetizadas pelo fígado. Elas se combinam, 
principalmente, com a globulina de ligação de 
tiroxina e muito menos com a pré-albumina de 
ligação de tiroxina e albumina. 
A tiroxina e a tri-iodotironina são 
liberadas lentamente para as células 
Teciduais: 
- Devido à alta afinidade das proteínas 
plasmáticas de ligação dos hormônios 
tireoidianos, essas substâncias — em particular, a 
tiroxina —são liberadas de forma lenta para as 
células teciduais. 
A metade da tiroxina sanguínea é liberada, 
aproximadamente, a cada seis dias, enquanto a 
metade da tri-iodotironina — devido à sua menor 
afinidade com as proteínas transportadoras — é 
liberada para as células em cerca de um dia. 
Ao penetrar as células, a tiroxina e a tri-
iodotironina se ligam, novamente, a proteínas 
intracelulares; a ligação da tiroxina é mais forte 
que a da tri- iodotironina. Portanto, são de novo 
armazenadas, mas dessa vez nas próprias células-
alvo, e são usadas, lentamente, ao longo de dias 
ou semanas. 
- Os seus receptores estão no núcleo ou no 
citoplasma da célula alvo 
A ação dos Hormônios Tireoidianos Tem 
inicio Lento e Longa duração: 
- Após a injeção de grande quantidade de tiroxina 
no ser humano, praticamente não se detectam 
efeitos no metabolismo por 2 a 3 dias, o que 
demonstra seu longo período de latência, antes 
do início da atividade da tiroxina. Uma vez que a 
atividade se inicia, ela aumenta 
progressivamente, até atingir um máximo em 10 
a 12 dias. 
- Depois disso, declina com uma meia-vida de 
cerca de 15 dias. Parte da atividade persiste por 6 
semanas a 2 meses. 
As ações da tri-iodotironina são cerca de quatro 
vezes mais rápidas que as da tiroxina, com 
período de latência de apenas 6 a 12 horas e 
atividade celular máxima ocorrendo de 2 a 3 dias. 
A maior parte da latência e o prolongado período 
de ação desses hormônios devem-se a suas 
ligações com proteínas, tanto no plasma quanto 
nas células, seguidas por sua lenta liberação. 
Entretanto, veremos a seguir que parte do 
período de latência também resulta do modo 
como esses hormônios realizam suas funções nas 
células. 
Ativação e Inativação dos Hormonios 
Tireoidianos (HT) por desiodases 
 
 
 
 
 
Funções fisiológicas os Hormônios 
Tireoidianos 
 
 
 
Os Hormônios Tireoidianos Aumentam a 
Transcrição de um grande Número de 
Genes: 
- O efeito geral dos Hormônios tireoidianos 
consiste em ativar a transcrição nuclear de grane 
numero de genes.No entanto, No entanto, em 
praticamente todas as células do organismo é 
sintetizado grande número de enzimas, proteínas 
estruturais, transporte de proteínas e outras 
substâncias. O resultado final é o aumento 
generalizado da atividade funcional de todo o 
organismo. 
 
Legenda: Ativação de células-alvo por hormônios 
tireoideanos. A tiroxina (T4) e a tri- iodotironina (T3) 
entram na membrana celular através de um processo de 
transporte mediado por carregador, dependente de 
adenosina trifosfato. Uma grande parte de T4 é deiodada 
para formar T3, que interage com o receptor de hormônio 
tireoidiano, ligado como um heterodímero ao receptor de 
retinoide X, do elemento genético de resposta ao hormônio 
tireoideano. Essa ação aumenta ou reduz a transcrição de 
genes que levam à formação de proteínas, produzindo, 
assim, a resposta celular ao hormônio tireoidiano. São 
demonstradas as ações dos hormônios tireoidianos nas 
células de diferentes sistemas. Na+-K +-ATPase, adenosina 
trifosfatase de sódio-potássio; mRNA, ácido ribonucleico 
mensageiro; SNC, sistema nervoso central; TMB, taxa 
metabólica basal. 
A maior parte da tiroxina secretada pela 
Tireoide é convertida em Tri-Iodotironina 
- Antes de agir nos genes, aumentando sua 
transcrição, um átomo de iodo é removido de 
quase todas as moléculas de tiroxina, formando 
tri-iodotironina. Os receptores intracelulares de 
hormônio tireoidiano têm afinidade muito alta 
com a tri-iodotironina. 
Consequentemente, mais de 90% das moléculas 
de hormônio tireoidiano que se ligam aos 
receptores consistem em tri-iodotironina. 
Os Hormônios Tireoidianos Ativam 
Receptores Nucleares 
- Os receptores de hormônio tireoidiano estão 
ligados às fitas genéticas de DNA ou se localizam 
próximos a elas. O receptor do hormônio 
tireoidiano, em geral, forma heterodímero com o 
receptor de retinoide X (RXR) nos elementos 
específicos de resposta hormonal tireoidiana no 
DNA. Após se ligarem ao hormônio tireoidiano, os 
receptores são ativados e iniciam o processo de 
transcrição. Então, é formado um grande número 
de diferentes tipos de RNA mensageiro que, após 
alguns minutos ou horas, são traduzidos nos 
ribossomos citoplasmáticos, formando centenas 
de novas proteínas intracelulares. Contudo, as 
concentrações das proteínas produzidas não 
aumentam por porcentagens semelhantes — 
algumas aumentam ligeiramente, enquanto 
outras chegam a ser sextuplicadas. Acredita-se 
que a maioria das ações do hormônio tireoidiano 
resulte das funções enzimáticas ou outras 
funções dessas novas proteínas. 
IMPORTANTE: 
- Hormônios tireoidianos parecem também ter 
efeitos celulares não genômicos, que são 
independentes dos seus efeitos na transcrição 
gênica. Por exemplo, alguns efeitos dos 
hormônios da tireoide ocorrem em minutos, 
rápido demais para serem explicados pelas 
mudanças na síntese de proteínas, e não são 
afetados por inibidores da transcrição e tradução 
gênica. Tais ações foram descritas em diversos 
tecidos, incluindo o coração e a hipófise, bem 
como o tecido adiposo. Os locais de ação do 
hormônio tireoidiano não genômico parecem ser 
a membrana plasmática, o citoplasma e, talvez, 
algumas organelas, como as mitocôndrias. Ações 
não genômicas do hormônio tireoidiano incluem 
a regulação de canais iônicos e fosforilação 
oxidativa e parecem envolver a ativação de 
mensageiros secundários intracelulares, tais 
como monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) 
ou as cascatas de sinalização das proteinocinases. 
Os Hormônios Tireoidianos Aumentam a 
atividade metabólica celular 
- Os hormônios tireoidianos aumentam a 
atividade metabólica de quase todos os tecidos 
corporais. O metabolismo basal pode aumentar 
de 60% a 100% acima do normal, quando é 
secretada grande quantidade de hormônios. A 
velocidade de utilização dos alimentos para a 
produção de energia é muito acelerada. Embora a 
velocidade da síntese proteica seja aumentada, a 
velocidade do seu catabolismo também se eleva, 
simultaneamente. A velocidade de crescimento 
de pessoas jovens também tem grande aumento. 
Os processos mentais são estimulados, bem 
como a atividade da maior parte das demais 
glândulas endócrinas. 
Os Hormônios Tireoidianos Aumentam o 
Número e a atividade das mitocôndrias. 
- Quando o animal recebe tiroxina ou tri- 
iodotironina, as mitocôndrias, em suas células, 
aumentam em tamanho e em número. Além 
disso, a superfície total da membrana das 
mitocôndrias aumenta de modo quase 
diretamente proporcional ao aumento do 
metabolismo do animal. Portanto, uma das 
principais funções da tiroxina pode ser, 
simplesmente, aumentar o número e a atividade 
das mitocôndrias, o que, por sua vez, aumenta a 
formação de trifosfato de adenosina para 
fornecer energia para as funções celulares. 
Os Hormônios Tireoidianos Aumentam o 
Transporte Ativo de Ions através das 
membranas Celulares 
 
 
 
Efeito do Hormônio Tireoidiano no 
Crescimento 
- Em humanos, o efeito do hormônio tireoidiano 
no crescimento se manifesta principalmente em 
crianças. Nas que apresentam hipotireoidismo, o 
crescimento torna-se muito retardado. Já nas 
com hipertireoidismo, frequentemente ocorre 
crescimento esquelético excessivo,tornando a 
criança consideravelmente alta em idade 
precoce. Entretanto, os ossos também maturam 
com mais velocidade, e as epífises se fecham 
precocemente, de modo que a duração do 
crescimento e a altura final do adulto podem ser 
reduzidas. 
- Um importante efeito do hormônio tireoidiano 
é promover o crescimento e desenvolvimento do 
cérebro durante a vida fetal e nos primeiros anos 
de vida pós-natal. Se o feto não secretar 
quantidade suficiente de hormônio tireoidiano, o 
crescimento e a maturação do cérebro, antes e 
após o nascimento, são muito retardados, e o 
cérebro permanece menor que o normal. Sem o 
tratamento específico dentro de dias ou semanas 
após o nascimento, a criança que não tem a 
glândula tireoide permanece mentalmente 
deficiente para o resto da vida. 
Estimulação do Metabolismo de 
Carboidratos 
- O hormônio tireoidiano estimula quase todos os 
aspectos do metabolismo de carboidratos, 
incluindo a captação rápida de glicose pelas 
células, o aumento da glicólise, da 
gliconeogênese, da absorção pelo trato 
gastrointestinal e, até mesmo, da secreção de 
insulina, com seus efeitos secundários resultantes 
no metabolismo de carboidratos. 
Estimulação do Metabolismo das 
gorduras 
-Praticamente, todos os aspectos do 
metabolismo de lipídios são estimulados sob a 
influência do hormônio tireoidiano. De forma 
particular, os lipídios são rapidamente 
mobilizados a partir do tecido adiposo, o que 
reduz os acúmulos de gordura no organismo de 
modo mais acentuado que os de qualquer outro 
elemento tecidual. A mobilização dos lipídios do 
tecido adiposo também aumenta a concentração 
de ácidos graxos livres no plasma e acelera, de 
forma acentuada, sua oxidação pelas células. 
Efeito nas gorduras Plasmáticas e 
Hepáticas 
- O aumento do hormônio tireoidiano reduz as 
concentrações de colesterol, fosfolipídios e 
triglicerídeos no plasma, embora aumente a de 
ácidos graxos livres. Ao contrário, a redução da 
secreção tireoidiana aumenta consideravelmente 
as concentrações plasmáticas de colesterol, 
fosfolipídios e triglicerídeos e, quase sempre, 
provoca o depósito excessivo de lipídios no 
fígado. O grande aumento do colesterol 
plasmático, durante o hipotireoidismo 
prolongado, está frequentemente associado à 
aterosclerose grave. 
- Um dos mecanismos pelos quais o hormônio 
tireoidiano reduz a concentração plasmática de 
colesterol é o aumento significativo da secreção 
de colesterol na bile e, consequentemente, sua 
perda nas fezes. Um mecanismo possível para 
essa secreção aumentada de colesterol consiste 
na indução, pelo hormônio tireoidiano, de maior 
número de receptores de lipoproteínas de baixa 
densidade nas células hepáticas, levando a uma 
rápida remoção de lipoproteínas do plasma e 
subsequente secreção de colesterol nessas 
lipoproteínas pelas células hepáticas. 
Necessidade aumentada de Vitaminas 
- Como o hormônio tireoidiano aumenta a 
quantidade de muitas enzimas corporais e como 
as vitaminas formam partes essenciais de 
algumas das enzimas ou coenzimas, o hormônio 
tireoidiano aumenta a necessidade de vitaminas. 
Portanto, pode 
ocorrer deficiência relativa de vitaminas quando 
o hormônio tireoidiano é secretado em excesso, a 
menos que maior quantidade de vitaminas seja 
disponibilizada simultaneamente. 
Aumento da Taxa de Metabolismo Basal 
 
 
 
 
- Como o hormônio tireoidiano aumenta o 
metabolismo em quase todas as células 
corporais, seu excesso pode, ocasionalmente, 
aumentar o metabolismo basal de 60% a 100%. 
Ao contrário, quando sua produção cessa, o 
metabolismo basal quase cai à metade do 
normal. 
Redução do Peso Corporal 
-Uma quantidade muito elevada de hormônio 
tireoidiano, quase sempre, reduz o peso corporal, 
e a quantidade muito reduzida, quase sempre, o 
aumenta; entretanto, esses efeitos não ocorrem 
sempre, porque o hormônio tireoidiano também 
aumenta o apetite, o que pode compensar a 
variação do metabolismo. 
Atuação no Coração 
 
Cronotropismo- Aumento do ritmo Cardíaco 
Inotropismo: Aumento da força de contração 
Cardíaca 
Aumento do fluxo sanguíneo e débito Cardíaco: 
- O aumento do metabolismo nos tecidos provoca 
a utilização mais rápida de oxigênio que o normal 
e a liberação de quantidades aumentadas de 
produtos metabólicos. Esses efeitos provocam 
vasodilatação na maioria dos tecidos, elevando o 
fluxo sanguíneo. O fluxo sanguíneo na pele 
aumenta, de modo especial, devido a uma 
necessidade maior de eliminação de calor pelo 
organismo. Como consequência da intensidade 
do fluxo sanguíneo, o débito cardíaco também se 
eleva, às vezes chegando a 60% ou mais acima do 
normal, na presença de grande excesso de 
hormônio tireoidiano, e caindo para apenas 50% 
do normal, no hipotireoidismo grave. 
Aumento da Frequência Cardíaca: 
-A frequência cardíaca aumenta 
consideravelmente mais sob a influência do 
hormônio tireoidiano do que seria esperado pelo 
aumento no débito cardíaco. Portanto, o 
hormônio tireoidiano parece apresentar efeito 
direto na excitabilidade do coração, o que eleva a 
frequência cardíaca. Esse efeito é de particular 
importância porque a frequência cardíaca é um 
dos sinais físicos que o médico utiliza para 
determinar o excesso ou a redução da produção 
de hormônio tireoidiano.(Cronotropismo) 
Aumento da Força Cardíaca: 
-Aparentemente, a elevação da atividade 
enzimática, provocada por apenas ligeiro 
aumento da secreção do hormônio tireoidiano, já 
é capaz de aumentar a força da contração 
cardíaca. Esse processo é análogo ao aumento da 
contratilidade que ocorre na febre leve e durante 
o exercício. Contudo, quando a secreção do 
hormônio tireoidiano é acentuadamente elevada, 
a força do músculo cardíaco fica deprimida, 
devido ao catabolismo proteico excessivo, por 
longos períodos. De fato, alguns pacientes 
gravemente tireotóxicos morrem por 
descompensação cardíaca secundária à 
insuficiência do miocárdio e ao aumento do 
trabalho cardíaco imposto pelo maior débito 
cardíaco (Ionotropismo). 
- Aumento da Respiração 
- Aumento da Motilidade Gastrointestinal: 
-Além do apetite maior e da ingestão alimentar, 
já discutidos, o hormônio tireoidiano aumenta 
tanto a produção de secreções digestivas como a 
motilidade do trato gastrointestinal. O 
hipertireoidismo, portanto, frequentemente 
resulta em diarreia, enquanto a falta de 
hormônio tireoidiano pode causar constipação. 
 
 
 
 
Efeitos Excitatórios no Sistema Nervoso 
Central: 
- Em geral, o hormônio tireoidiano aumenta a 
velocidade da atividade cerebral, embora os 
processos do pensamento possam estar 
dissociados; por outro lado, sua falta reduz a 
velocidade da atividade cerebral. Um indivíduo 
com hipertireoidismo, frequentemente, 
apresenta muito nervosismo e tem tendências 
psiconeuróticas, tais como complexos de 
ansiedade, preocupação excessiva e paranoia. 
 
Efeito na função dos Músculos 
- Um leve aumento do hormônio tireoidiano faz 
com que os músculos reajam com vigor, mas, 
quando a quantidade de hormônio fica excessiva, 
os músculos são enfraquecidos, devido ao 
excesso do catabolismo proteico. Ao contrário, a 
falta de hormônio tireoidiano torna os músculos 
vagarosos, relaxando-se lentamente, após uma 
contração. 
 
 
Tremor Muscular: 
- Um dos sinais mais característicos do 
hipertireoidismo é o tremor muscular leve. Esse 
sintoma é diferente do tremor brusco da doença 
de Parkinson ou dos calafrios porque sua 
frequência é maior, atingindo 10 a 15 vezes por 
segundo. O tremor pode ser observado, 
facilmente, pela colocação de folha de papel 
sobre os dedos estendidos do paciente e 
notando-se o grau de vibração do papel. 
Acredita-se que seja causado pela atividade 
aumentada das sinapses neuronais nas áreas da 
medula espinal que controlam o tônus muscular. 
O tremor é forma importante de se avaliar o grau 
de efeito dohormônio tireoidiano no sistema 
nervoso central. 
 
Efeito no sono: 
- Devido ao efeito exaustivo do hormônio 
tireoidiano na musculatura e no sistema nervoso 
central, a pessoa com hipertireoidismo 
frequentemente se queixa de cansaço constante; 
entretanto, devido aos efeitos excitatórios dos 
hormônios tireoidianos nas sinapses, o sono é 
dificultado. Ao contrário, a sonolência extrema é 
característica do hipotireoidismo, e o sono chega 
a durar de 12 a 14 horas por dia, em alguns casos. 
Efeito do Hormonio Tireoidiano na 
Função sexual 
- Para que a função sexual seja normal, é 
necessária a secreção normal do hormônio 
tireoidiano. Em homens, a falta desse hormônio, 
frequentemente, causa a perda da libido; 
entretanto, um grande excesso pode causar 
impotência. 
Em algumas mulheres, a falta de hormônio 
tireoidiano, frequentemente, causa menorragia e 
polimenorreia — isto é, sangramento menstrual 
excessivo e frequente, respectivamente. 
Entretanto, estranhamente, em outras mulheres 
a ausência da tireoide pode causar ciclos 
menstruais irregulares e, ocasionalmente, até 
mesmo amenorreia (ausência de sangramento 
menstrual). 
Mulheres com hipotireoidismo, assim como 
ocorre em homens, podem ter grande redução da 
libido. Para confundir ainda mais o quadro, a 
oligomenorreia, que é uma grande redução no 
sangramento menstrual, é comum em mulheres 
com hipertireoidismo, ocasionalmente resultando 
em amenorréia. 
 
 
 
 
Regulação da Secreção do Hormônio 
Tireoidiano 
 
 
 
 
Efeitos do frio e Outros Estímulos 
Neurogênicos na secreção de TRH e TSH 
- Um dos estímulos mais bem conhecidos para o 
aumento da secreção de TRH pelo hipotálamo e, 
portanto, de TSH pela hipófise anterior é a 
exposição do animal ao frio. Esse efeito resulta, 
quase certamente, da excitação dos centros 
hipotalâmicos de controle da temperatura 
corporal. 
- Diversas reações emocionais também podem 
afetar a liberação de TRH e TSH e, assim, afetar 
indiretamente a secreção de hormônios 
tireoidianos. Agitação e ansiedade — condições 
que estimulam intensamente o sistema nervoso 
simpático — causam redução aguda da secreção 
de TSH, talvez porque esses estados aumentem o 
metabolismo e a temperatura corporal e, 
portanto, exercem efeito inverso sobre o centro 
de controle da temperatura. Nenhum desses 
efeitos emocionais nem o efeito do frio são 
observados após o seccionamento do pedúnculo 
hipofisário, demonstrando que ambos os efeitos 
são mediados pelo hipotálamo. 
Efeito de Feedback do Hormonio 
Tireoidiano para reduzir a secreção de 
TSH pela Hipófise Anterior 
- A elevação do hormônio tireoidiano nos líquidos 
corporais reduz a secreção de TSH pela hipófise 
anterior. Quando a secreção do hormônio 
tireoidiano eleva-se para 1,75 do normal, a 
secreção de TSH cai praticamente para zero. 
Quase todo esse efeito depressor por feedback 
ocorre até mesmo quando a hipófise anterior é 
separada do hipotálamo.É provável que essa 
inibição ocorra, principalmente, por efeito direto 
do hormônio tireoidiano na própria hipófise 
anterior. Independentemente de onde se dá o 
controle por feedback, seu efeito consisteem 
manter uma concentração quase constante de 
hormônios tireoidianos nos líquidos corporais 
circulantes. 
 
 
Altas concentrações de Iodetos Reduzem 
a atividade Tireoidiana e o tamanho da 
tireóide: 
- Quando existe alta concentração de iodetos no 
sangue (100 vezes maior que o nível plasmático 
normal), a maior parte das atividades da tireoide 
é reduzida, mas essa redução, frequentemente, 
dura apenas algumas semanas. O efeito consiste 
na diminuição da captação de iodeto, de modo 
que a iodização da tirosina, para a formação de 
hormônios tireoidianos, também se reduz. 
Efeito ainda mais importante, causado pela alta 
concentração de iodeto, é a paralisação da 
endocitose normal de coloide, a partir dos 
folículos, pelas células glandulares da tireoide. 
Como esse é o primeiro estágio da liberação dos 
hormônios tireoidianos a partir do coloide de 
armazenamento, ocorre interrupção quase 
imediata da secreção de hormônio tireoidiano 
para o sangue. 
Como a alta concentração de iodeto reduz todas 
as fases da atividade tireoidiana, ela reduz, 
ligeiramente, o tamanho da tireoide e, 
principalmente, sua irrigação sanguínea, ao 
contrário dos efeitos causados pela maior parte 
dos demais agentes antitireoidianos. Por esse 
motivo, o iodeto é, frequentemente, 
administrado aos pacientes por 2 a 3 semanas, 
antes da remoção cirúrgica da tireoide, para 
reduzir o porte da cirurgia, em especial a 
intensidade do sangramento. 
Doenças da tireóide 
Hipertiroidismo: 
- A maioria dos efeitos do hipertireoidismo pode 
ser obviamente deduzida da discussão sobre os 
diversos efeitos fisiológicos do hormônio 
tireoidiano. Entretanto, alguns efeitos específicos 
devem ser mencionados, em especial os 
relacionados ao desenvolvimento, ao diagnóstico 
e ao tratamento do hipertireoidismo. 
Causas do Hipotiroidismo (Bócio 
Tóxico,tireotoxicose e Doença de Graves): 
- Na maioria dos pacientes com hipertireoidismo, 
o tamanho da tireóide aumenta duas a três vezes 
acima do normal, com enorme hiperplasia e 
pregueamento do revestimento celular folicular 
para o interior dos folículos, de modo que o 
número de células aumenta muito. Além disso, 
cada célula aumenta sua secreção por muitas 
vezes; estudos de captação de iodo radioativo 
indicam que algumas das glândulas hiperplásicas 
secretam hormônio tireoidiano em quantidades 5 
a 15 vezes maiores que o normal. 
Doença de graves: 
- A doença de Graves, a forma mais comum de 
hipertireoidismo, é uma doença autoimune, na 
qual os anticorpos, chamados imunoglobulinas 
estimulantes da tireoide (TSIs), formam-se contra 
o receptor de TSH na glândula tireoide. Esses 
anticorpos se ligam ao mesmo receptor que liga o 
TSH e provoca a ativação contínua dos sistemas 
celulares do AMPc, com resultante 
desenvolvimento de hipertireoidismo. Os 
anticorpos TSI têm efeito estimulante prolongado 
na secreção da glândula tireoide, durando até 12 
horas, em contraste com o curto tempo para o 
TSH, de pouco mais de 1 hora. O alto nível de 
secreção do hormônio tireoidiano, causado pelo 
TSI, por sua vez, suprime a formação de TSH pela 
hipófise anterior. 
Portanto, as concentrações de TSH ficam abaixo 
da normal (muitas vezes, essencialmente zero), 
em vez de aumentadas, em quase todos os 
pacientes com doença de Graves. 
Os anticorpos causadores do hipertireoidismo 
decorrem, quase certamente, do 
desenvolvimento da autoimunidade contra o 
tecido tireoidiano. Presume-se que, em algum 
momento da história clínica da pessoa, foi 
liberado um excesso de antígenos pelas células 
tireoidianas, resultando na formação de 
anticorpos contra a tireoide. 
- Adenoma Tireoidiano: Ocasionalmente, o 
hipertireoidismo resulta de adenoma (tumor) 
localizado, que se desenvolve no tecido da 
tireoide e secreta grande quantidade de 
hormônio tireoidiano. Essa apresentação é 
diferente da forma mais comum de 
hipertireoidismo, pois, em geral, não está 
associada à evidência de doença autoimune. 
Enquanto o adenoma secreta grandes 
quantidades de hormônio tireoidiano, a função 
secretora de todo o restante da tireoide é quase 
totalmente inibida, porque o hormônio 
tireoidiano do adenoma suprime a produção de 
TSH pela hipófise. 
Sintomas do Hipertiroidismo: 
- Os sintomas do hipertireoidismo podem ser 
facilmente deduzidos pela discussão anterior 
sobre a fisiologia dos hormônios tireoidianos: (1) 
estado de alta excitabilidade; (2) intolerância ao 
calor; (3) redução da sudorese; (4) perda de peso 
ligeira a extrema (às vezes, até 50 kg); (5) graus 
variáveis de diarreia; (6) fraqueza muscular; (7) 
nervosismo ou outros transtornos psíquicos; (8) 
fadiga extrema, acompanhada de insônia; e (9) 
tremor nas mãos.- Exoftalmia: A maior parte das pessoas com 
hipertireoidismo desenvolve algum grau de 
protrusão dos globos oculares. Essa condição é 
chamada exoftalmia. Um grau importante de 
exoftalmia ocorre em cerca de um terço dos 
pacientes com hipertireoidismo, e a condição, às 
vezes, torna-se tão grave, que a protrusão do 
globo ocular provoca estiramento do nervo 
óptico, suficiente para causar danos à visão. Com 
muito mais frequência, os olhos são lesados 
porque as pálpebras não se fecham 
completamente quando a pessoa pisca os olhos 
ou dorme. Como consequência, as superfícies 
epiteliais dos olhos ficam ressecadas, irritadas e 
frequentemente infectadas, resultando em 
ulceração da córnea. 
A causa da protrusão ocular é o edema dos 
tecidos retro-orbitais e alterações 
degenerativas nos músculos extraoculares. Na 
maioria dos pacientes, encontram-se 
imunoglobulinas sanguíneas que reagem com os 
músculos oculares. Além disso, a concentração 
dessas imunoglobulinas é, em geral, maior em 
pacientes com altas concentrações de TSIs. 
Portanto, existem muitas razões para se acreditar 
que a exoftalmia, bem como o próprio 
hipertireoidismo, seja um processo autoimune. A 
exoftalmia, em geral, regride acentuadamente 
com o tratamento do hipertireoidismo. 
 
Teste Diagnóstico para Hipertiroidismo: 
- Para o caso usual de hipertireoidismo, o exame 
diagnóstico mais preciso é a medição direta da 
concentração de tiroxina “livre” (e, às vezes, tri-
iodotironina) no plasma, usando procedimentos 
apropriados de radioimunoensaio. 
Os seguintes exames são ocasionalmente usados: 
1. O metabolismo basal está, geralmente, 
aumentado de +30 a +60, no hipertireoidismo 
grave. 
2. A concentração de TSH no plasma é medida 
por radioimunoensaio. No tipo habitual de 
tireotoxicose, a secreção de TSH pela hipófise 
anterior está tão completamente suprimida pela 
grande quantidade de tiroxina e tri-iodotironina 
circulantes, que o TSH plasmático é praticamente 
nulo. 
3. A concentração de TSI é medida por 
radioimunoensaio. Essa concentração é, em 
geral, alta na tireotoxicose, porém baixa no 
adenoma tireoidiano. 
Tratamento do Hipertireoidismo: 
- O tratamento mais direto do hipertireoidismo é 
a remoção cirúrgica da maior parte da tireoide. 
Em geral, é preferível preparar o paciente para a 
remoção cirúrgica da glândula, antes da 
operação, por meio da administração de 
propiltiouracil, em geral por diversas semanas, 
até que o metabolismo basal do paciente tenha 
retornado ao normal. Então, é administrada uma 
alta concentração de iodeto, durante 1 a 2 
semanas, imediatamente antes da operação, o 
que provoca a redução do tamanho e da irrigação 
sanguínea da glândula. Com o uso desses 
procedimentos pré-operatórios, a mortalidade 
cirúrgica é inferior a 1 em 1.000, enquanto que, 
antes do desenvolvimento de procedimentos 
modernos, a mortalidade era de 1 em 25. 
Hipotiroidismo 
- Os efeitos do hipotireoidismo, em geral, são 
opostos aos do hipertireoidismo, mas alguns 
mecanismos fisiológicos são específicos dessa 
patologia. O hipotireoidismo, assim como o 
hipertireoidismo, é provavelmente iniciado por 
autoimunidade contra a tireoide (doença de 
Hashimoto), mas, nesse caso, é a imunidade que 
destrói a glândula, em vez de estimulá-la. A 
tireoide da maioria desses pacientes apresenta 
“tireoidite” autoimune, que significa inflamação 
da tireoide. A tireoidite causa deterioração 
progressiva e, por fim, fibrose da glândula, 
resultando em diminuição ou ausência da 
secreção do hormônio tireoidiano. Muitos outros 
tipos de hipotireoidismo podem ocorrer, 
frequentemente, associados ao aumento da 
glândula, chamado d bócio, tal como será 
descrito nas seções seguintes. 
Bócio Coloide Endemico Causado por deficiencia 
Dietética de Iodeto: 
-O termo “bócio” significa um grande aumento da 
tireoide. Conforme ressaltado na discussão sobre 
o metabolismo do iodo, cerca de 50 miligramas 
de iodo por ano são necessários para a formação 
de quantidade adequada de hormônio 
tireoidiano. Em certas regiões do mundo, como 
nos Alpes Suíços, nos Andes e na região dos 
Grandes Lagos nos Estados Unidos, existe 
quantidade insuficiente de iodo no solo, de modo 
que os alimentos não possuem sequer essa 
minúscula quantidade. Portanto, nos tempos 
anteriores ao sal de cozinha iodado, muitas 
pessoas que viviam nessas áreas desenvolviam 
tireoides extremamente aumentadas, chamadas 
bócios endêmicos. 
O mecanismo de desenvolvimento de grandes 
bócios endêmicos é o seguinte: a falta de iodo 
impede a produção tanto de tiroxina quanto de 
tri-iodotironina. Como resultado, não há 
hormônios disponíveis para inibir a produção de 
TSH pela hipófise anterior, que passa a secretar 
quantidade excessiva desse hormônio. O TSH, 
então, estimula as células tireoidianas a secretar 
grande quantidade de coloide de tireoglobulina 
nos folículos, e a glândula torna-se cada vez 
maior. Entretanto, devido à falta de iodo, a 
produção de tiroxina e tri-iodotironina não ocorre 
na molécula de tireoglobulina e, portanto, não 
causa a supressão normal da produção de TSH 
pela hipófise anterior. Os folículos adquirem um 
enorme tamanho, e a tireoide pode aumentar de 
10 a 20 vezes. 
Bócio Coloide Atóxico Idiopático(Tiroidite de 
Hashimoto) 
- O aumento da tireoide, semelhante ao que 
acontece no bócio coloide endêmico, pode 
também ocorrer em pessoas que não apresentam 
deficiência de iodo. Essas glândulas aumentadas 
podem secretar quantidade normal de hormônios 
tireoidianos; entretanto, com mais frequência, 
sua secreção é reduzida, como no bócio coloide 
endêmico. 
A causa exata do aumento da tireoide em 
pacientes com bócio coloide idiopático não é 
conhecida, mas a maioria desses pacientes 
apresenta sinais de tireoidite leve; portanto, tem 
sido sugerido que a tireoidite provoca ligeiro 
hipotireoidismo que, então, leva ao aumento da 
secreção de TSH e ao crescimento progressivo 
das porções não inflamadas da glândula. Essa 
teoria poderia explicar por que essas glândulas 
são, em geral, nodulares, com o crescimento de 
algumas porções da glândula, enquanto outras 
são destruídas pela tireoidite. 
Características fisiológicas do Hipotiroidismo: 
- No hipotireoidismo causado por tireoidite, 
bócio coloide endêmico, bócio coloide idiopático, 
destruição da tireóide por radiação ou remoção 
cirúrgica da glândula, os efeitos fisiológicos são os 
mesmos. Eles incluem fadiga e sonolência 
extrema, provocando 12 a 14 horas de sono por 
dia, extrema lentidão muscular, redução da 
frequência cardíaca, do débito cardíaco e do 
volume sanguíneo, ocasionalmente aumento de 
peso, constipação, lentidão mental, insuficiência 
de muitas funções tróficas do organismo, 
evidenciada por redução do crescimento do 
cabelo e descamação da pele, desenvolvimento 
de rouquidão e, em casos graves, de aparência 
edematosa em todo o corpo, chamada 
mixedema. 
Mixedema: O mixedema se desenvolve no 
indivíduo que tem ausência quase total da função 
do hormônio tireoidiano.Apresenta um desses 
casos, demonstrando a flacidez sob os olhos e o 
inchaço da face. Nessa condição, por motivos não 
explicados, a quantidade muito elevada de ácido 
hialurônico e sulfato de condroitina, ligados a 
proteínas, forma um excesso de gel tecidual nos 
espaços intersticiais, aumentando a quantidade 
total do líquido intersticial. Como o líquido em 
excesso trata-se de um gel, é essencialmente 
imóvel, e o edema é deprimível. 
 
Aterosclerose no Hipotiroidismo: 
- Como ressaltado antes, a falta de hormônio 
tireoidiano aumenta a concentração sanguínea 
de colesterol, devido à alteração do metabolismo 
dos lipídios e do colesterol e à redução de sua 
excreção hepática na bile. Geralmente, a 
elevação do colesterol sanguíneo está associada 
ao aumento da aterosclerose. Portanto, muitos 
pacientes com hipotireoidismo,particularmente 
os com mixedema, desenvolvem aterosclerose, 
que, por sua vez, resulta em doença vascular 
periférica, surdez e doença arterial coronariana, 
com consequente redução da expectativa de 
vida. 
Testes Diagnósticos no Hipotiroidismo: 
- Os exames já descritos para o diagnóstico do 
hipertireoidismo apresentam resultados opostos 
no hipotireoidismo. A concentração sanguínea de 
tiroxina livre é baixa. O metabolismo basal no 
mixedema varia entre −30 e −50, e a secreção de 
TSH pela hipófise anterior, quando se administra 
uma dose de TRH, fica, em geral, muito 
aumentada (exceto nos raros casos de 
hipotireoidismo causado por redução da resposta 
da hipófise ao TRH). 
Tratamento do Hipotiroidismo: 
- É fácil manter um nível estável de atividade do 
hormônio tireoidiano no organismo pela ingestão 
oral de um ou mais comprimidos contendo 
tiroxina. Além disso, o tratamento adequado do 
paciente com hipotireoidismo resulta em 
normalidade tão completa, que pacientes, 
previamente mixedematosos, chegaram a viver 
até os 90 anos de idade, após serem tratados por 
mais de 50 anos. 
Cretinismo: 
- O cretinismo é causado por hipotireoidismo 
extremo em fetos, bebês ou crianças. Essa 
condição se caracteriza, especialmente, pela 
deficiência do crescimento corporal e por retardo 
mental. O cretinismo resulta da ausência 
congênita da tireóide (cretinismo congênito), de 
sua incapacidade de produzir hormônio 
tireoidiano devido a defeito genético, ou da 
ausência de iodo na dieta (cretinismo endêmico). 
Um neonato sem tireoide pode ter aparência e 
função normais, por ter recebido alguma 
quantidade (embora geralmente insuficiente) de 
hormônio tireoidiano materno, durante a vida 
uterina. Entretanto, algumas semanas após o 
nascimento, os movimentos do neonato passam 
a ser lentos, e o seu desenvolvimento físico e 
mental fica bastante retardado. O tratamento do 
neonato com cretinismo, em qualquer momento, 
com quantidades adequadas de iodo ou tiroxina, 
geralmente provoca a normalização do 
crescimento físico; entretanto, a menos que o 
cretinismo seja tratado a partir de algumas 
semanas após o nascimento, o desenvolvimento 
mental permanece retardado de forma 
permanente. Esse estado ocorre devido a retardo 
do crescimento, ramificação e mielinização das 
células neuronais do sistema nervoso central 
nesse momento crítico de desenvolvimento das 
capacidades mentais. 
O crescimento esquelético da criança com 
cretinismo é caracteristicamente mais inibido que 
o do tecido mole. Como resultado dessa 
desproporcionalidade do crescimento, os tecidos 
moles apresentam probabilidade de crescer 
excessivamente, dando à criança uma aparência 
obesa, estrutura brevilínea e baixa estatura. 
Ocasionalmente, a língua se torna tão grande, em 
relação ao crescimento esquelético, que obstrui a 
deglutição e a respiração, induzindo uma 
respiração gutural característica, que, por vezes, 
sufoca a criança.

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