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EXECUÇÃO PENAL

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EXECUÇÃO PENAL
Aula 1
Objetivo
1. Aprender sobre a evolução da execução penal pelo mundo, o processo histórico do sistema prisional brasileiro, a essência da lei de execução penal, como também sobre princípios da personalidade, da individualidade e da humanização;
2. Conhecer sobre o preso definitivo e o preso provisório, a identificação penal do preso, os estabelecimentos penais no Brasil e sobre o excesso e o desvio.
A evolução da execução penal pelo mundo
Nos primórdios da civilização (na Era Antiga), para o exercício do Direito era adotada a lei de talião, que foi a primeira lei penal com base na moral vingativa, onde para as soluções dos conflitos utilizava-se a regra: “Olho por olho, dente por dente”.
O encarceramento não era uma forma de pena, pois a privação de liberdade não era tida como sanção penal. Os cárceres (calabouços) serviam para preservar o encarcerado até a execução da pena (morte, marcação de ferro em brasa e mutilações). Na organização social em clãs e grupos, os transgressores eram banidos do seio social e eram denominados “bandidos”.
Com o desenvolvimento econômico, cultural e social das sociedades europeias, na Idade Média, pode se dizer que surgiram alguns avanços no sistema prisional da época, pois começou a ser desenvolvida a estrutura da punição por encarceramento como modalidade de pena privativa de liberdade. Ainda, na Europa, também nesse período, a Igreja retoma o Direito Romano, uma vez que já tinha seus Tribunais e sua Justiça. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação das Organizações das Nações Unidas (ONU), surgem em vários países legislações tratando da execução penal, pois os fatos horrendos, sobretudo, ligados aos nazistas, ocorridos durante os conflitos, fez eclodir apelos aos direitos humanos.
Sendo assim, ocorreu uma redefinição da legislação penal em âmbito mundial focando em questões relevantes às relações humanas exigidas, sobretudo, pela Declaração Universal dos Direitos do Homem elaborada pela ONU em 1948.
O processo histórico do sistema prisional brasileiro
Em razão da chegada da Família Imperial ao Brasil, o Estado brasileiro em 1824.
O Código de Leis Portuguesas implantado no Brasil (Ordenações Filipinas do Reino) decretava a colônia como local de moradia para os “degredados”.
A pena era implantada por legislação da punição por encarceramento.
Foi a Constituição do Império de 1824 que implantou a punição em “Casas de Correção”. Os pobres, criminosos e os loucos que perambulavam pelas ruas e praças no Rio de Janeiro deveriam ser enclausurados e afastados da cidade “civilizada”. Como não havia prisões suficientes para acolher tanta gente, o Império cuidou de criar um asilo de mendigos inspirados nos presídios europeus.
Pena privativa de liberdade
Com o surgimento da República e a entrada em vigor do Código Penal de 1890, foi implantada como punição a pena por prisão em novas modalidades: prisão celular, reclusão com trabalho obrigatório, prisão disciplinar, interdição, suspensão e perda do emprego público.
A Primeira Constituição da República (1891) legislou sobre a Justiça Federal e não atingiu o Direito Penal, mas incluiu o processo penal, tendo como resultado uma variedade de princípios e orientações processualistas.
Em 1924, com a criação do Conselho Penitenciário, o Brasil passou a dar os primeiros passos para a humanização da pena privativa de liberdade, visto que existiam ações para regulamentar o benefício de livramento condicional e a homogeneização da execução da pena no país.
Normas gerais de regime penitenciário
A Constituição de 1934 inaugurou a inclusão da competência da União em legislar sobre as Normas Gerais de Regime Penitenciário.
Foi criada a Inspetoria Geral Penitenciária que tinha a competência de tais recursos deveriam ser aplicados na instalação, conservação e manutenção dos estabelecimentos penais, nas assistências penais, na administração geral penitenciária e na prevenção e repressão criminal. Em 1935, foi aprovado o Código Penitenciário da República com o objetivo de organizar o sistema penitenciário.
A divisão das ações do Direito Penal e do Direito Processual 
A fase processualista do Direito brasileiro teve início com a entrada em vigor da Constituição de 1937, pois foi dado aos Estados brasileiros autonomia para legislar em matérias que não estavam previstas anteriormente, tais como os dispositivos específicos sobre o regime penitenciário. Durante o período que ocorreu a divisão das ações do Direito Penal e do Direito Processual. No ordenamento jurídico brasileiro, a legislação penal vigente é formada por uma tríade de regras que se complementam, assegurando o pleno Estado Democrático de Direito. Esta tríade é composta:
· Código Penal (CP -1940): tipifica os crimes, cuida das penas, tendo, porém, a necessidade para sua aplicação a existência de um rito, que é tratado pelo Código de Processo Penal, que cuida de cada etapa (fase processual) até a definição da sentença (de conteúdo absolutório ou condenatório).
· Código de Processo Penal (CPP - 1941): complementando o Código Penal e o Código Processual Penal
· Lei de Execução Penal. (Lei nº 7.210/1984 - LEP): objetivo de garantir a eficácia da aplicação penal no caso das sentenças condenatórias.
Em suma, até a condenação do réu, as regras são definidas pelo CP e o CPP. Depois, é a LEP que define, entre outras coisas, como serão os benefícios concedidos aos presos (tríade de regras).
A essência da Lei de Execução Penal
A lei tem como objetivo a efetivação da sentença penal e da reinserção social do condenado ou do internado. É um diploma autônomo que regula o cumprimento das penas impostas aos condenados por sentença penal, estabelecendo a prestação de assistência aos condenados, seus deveres e direitos, a progressão de regime, graça, anistia e indulto.
Para a LEP, o apenado é um sujeito social em condições de retorno para a sociedade extramuro prisional; assim, prevê a lei que, durante a etapa de execução da pena, o apenado deve ter assistência integral, inclusive no que se refere à sua condição educacional.
Acerca da competência do juiz, esta é tratada no Art. 66 da LEP. Por oportuno, é importante destacar que o juiz da execução penal, de maneira imparcial, deve, durante o desenvolvimento da execução, de ofício, a requerimento das partes ou de outras pessoas legitimadas, cuidar para que o processo siga de forma regular, de modo a ser garantida efetiva participação das partes, com observância do contraditório, do direito de defesa, do direito à prova, tudo com o escopo de que, em um processo justo, seja cumprida a sentença condenatória e possam ser atingidos os fins objetivados pela Lei de Execução Penal.
Atenção!
É importante destacar que a execução penal está sujeita aos princípios e garantias constitucionais, que devem ser observados, tais como: legalidade, jurisdicionalidade, devido processo legal, verdade real, imparcialidade do juiz, igualdade das partes, persuasão racional ou livre convencimento, contraditório e ampla defesa, iniciativa das partes, publicidade, oficialidade e duplo grau de jurisdição. Assinale, ainda, que os três sujeitos principais da relação jurídica na execução penal são: o juiz, o Ministério Público e o condenado. O Ministério Público e o condenado são partes.
A lei de execução penal 
Como já dito, a sentença penal condenatória transitada em julgado finaliza o processo de conhecimento, transformando-se em título executivo penal; com este título, instaura-se o processo de execução. Assim, para que seja efetivada a execução penal, tem de existir uma sentença criminal que tenha aplicado pena (privativa de liberdade ou não) ou medida de segurança, conforme prevê Art. 1º da LEP.
Acerca da expedição da guia de recolhimento, cabe ao juiz da condenação determinar a sua expedição e posterior remessa à Vara de Execução competente. É neste juízo, portanto, onde deverá correr a execução e onde devem ser feitos os pedidos a esta, os quais possam estar relacionados (Art. 107 da LEP). Além disso, ninguém deverá ser recolhido, para cumprimentode pena privativa de liberdade sem a guia expedida pela autoridade judiciária. A guia de recolhimento é um título executivo que viabiliza a execução das penas (Art. 106 LEP).
Princípios da Personalidade, da Individualidade e da Humanização
Também se chama princípio da intranscendência, segundo o qual o processo e a pena, bem como a medida de segurança, não podem ir além da pessoa do autor da infração. Pela leitura do Artigo 3º, caput, da LEP, preservam-se todos os direitos do preso. Não se pode perder de vista que o preso não só tem deveres a cumprir, mas é sujeito de direitos, que devem ser reconhecidos e amparados pelo Estado, de acordo com o princípio da humanização.
É fundamental que se tenha em mente o conhecimento sobre a individualização da pena, que é regra constitucional do Artigo 5º prevista nos incisos XLV e XLVI:
XLV: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado...”;
XLVI: “a lei regulará a individualização da pena...”.
Tal regra constitucional é observada em três momentos distintos:
1. O primeiro momento ocorre na cominação da pena, quando esta é elaborada pelo legislador.
2. O segundo momento ocorre quando o julgador aplica a pena no caso concreto.
3. No terceiro momento verifica-se na execução da pena, a cargo do juiz da execução penal.
E para nortear a individualização da execução de suas penas, os presos deverão ser classificados e separados de acordo com seus antecedentes e periculosidade, conforme Artigo 5º da LEP:
“os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal”.
A separação dos presos nos estabelecimentos penais deverá obedecer à seguinte regra: os presos provisórios devem ficar separados dos condenados definitivos, os presos primários devem ser mantidos separados dos reincidentes.
O preso definitivo e o preso provisório
O preso é aquele que se encontra recolhido em estabelecimento prisional, cautelarmente ou em razão de sentença penal condenatória com trânsito em julgado. Há duas espécies de preso:
· Presos definitivos: são aqueles que contam em seu desfavor com sentença penal condenatória transitada em julgado, à qual já não caiba recurso.
· Preso provisório (nacional ou estrangeiro): é aquele que foi privado de sua liberdade por força de prisão em flagrante, prisão temporária, prisão preventiva ou por força de sentença condenatória recorrível. Devem, os provisórios, ser mantidos separados dos condenados.
Atenção!
É importante ressaltar que os preceitos da Lei de Execução Penal se estendem aos presos provisórios. Em favor do preso provisório, milita o Princípio da Presunção da Inocência (Art. 5º, LVII, CRFB/88), já que inexiste uma formação de culpa concluída, ou seja, uma sentença condenatória transitada em julgado. O preso provisório não tem os seus direitos políticos suspensos, o que só vem a ocorrer com os presos condenados definitivamente.
A identificação penal do preso
Nos termos do Artigo 5º, LVIII, CRFB/88, a identificação criminal no Brasil encontra amparo constitucional: 
“o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
A Lei nº 9.034/95, no seu Artigo 5º, regulamenta tal hipótese:
“A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificação civil”.
Assim, existem três formas de identificação criminal que são permitidas. São elas:
PERFIL GENÉTICO
Datiloscópica
FOTOGRÁFICA
A LPP nº 12.654/2012, Artigo 9º corresponde à submissão compulsória ao fornecimento de material, nos seguintes termos:
“Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no Artigo 1º da Lei nº 8.072/1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor”.
Então, na fase de execução da pena, já transitada em julgado a sentença penal condenatória, aqueles condenados por crimes dolosos praticados com violência física de natureza grave contra pessoa ou qualquer dos crimes serão submetidos a uma nova identificação criminal, agora pelo fornecimento obrigatório de material genético.
Identificação biogenética
A Lei nº 12.654/2012 permite que, além do cumprimento da pena de prisão, seja cumprido um novo tipo de pena a cumprir: a pena de identificação biogenética da pessoa, com repercussões em outras investigações.
Não é mansa e pacífica a questão da extração de DNA de forma compulsória no corpo do condenado, ainda que por técnica adequada e indolor, com o intuito de obter a identificação do perfil genético do acusado, que servirá como prova de natureza criminal. É bem verdade que, quando não consentida, essa intervenção no corpo do condenado é providência desaprovada na ordem constitucional vigente.
A coleta do perfil genético de sentenciados, mediante extração de DNA é prevista, de forma obrigatória, pelo Artigo 9º-A da LEP, podendo tais dados ser requisitados pelas autoridades policiais no caso de inquéritos instaurados. 
Como se nota, a intervenção no corpo do acusado somente será reconhecida como prova de natureza criminal se a coleta for precedida de seu livre consentimento. Em face da violação do direito de liberdade, intimidade, dignidade humana e intangibilidade corporal, é inconstitucional a disposição legal. É interessante dizer que o réu tem o direito de se defender falando ou não. Ele pode chegar ao Tribunal para depoimento e ficar calado (direito de silêncio), ou seja, não é obrigado a fazer nada que faça prova contra ele.
Coleta de material genético
No Brasil, não se permite a extração compulsória do DNA nem mesmo para fins de investigação de paternidade, como se verifica em jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal:
“INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - EXAME DE DNA - CONDUÇÃO DO RÉU DEBAIXO DE VARA"
Em ação civil de investigação de paternidade, implique determinação no sentido de o réu ser conduzido ao laboratório, "debaixo de vara", para coleta do material indispensável à feitura do exame DNA. A recusa resolve-se no plano jurídico-instrumental, consideradas a dogmática, a doutrina e a jurisprudência, no que voltadas ao deslinde das questões ligadas à prova dos fatos”
Atenção!
Em apreensão de material genético desprendido (por exemplo, material coletado no local do crime pela perícia como vestígio) do corpo do investigado ou réu (saliva, sangue, tecido humano) será desnecessário o consentimento de quem quer que seja, conforme prevê o Art. 6º, incisos I, II, III e IV, do CPP).
Os estabelecimentos penais no Brasil
A execução penal é uma atividade complexa da qual participam diretamente dois poderes:
· O Judiciário, por meios das instituições judiciárias.
· O Executivo, na administração e na manutenção da estrutura física e humana dos estabelecimentos penais.
As administrações das instituições prisionais no Brasil, em sua maioria, estão sob a responsabilidade das Secretarias de Segurança Pública, no âmbito estadual, e o gerenciamento das unidades prisionais é normalmente função da segurança pública. A LEP mantém a autonomia das direções das unidades prisionais e a atuação do Juiz da Execução se faz na fiscalização e no cumprimento dos determinantes legais para o cumprimento da pena. A penitenciária destina-se aos presos com pena de reclusão em regime fechado.
Os estabelecimentos penais no Brasil
Os tipos de estabelecimentos penais destinados ao condenado, ao internado e ao preso provisório são:
1. Penitenciária: destinada ao condenado à reclusão, a ser cumprida em regime fechado;
2. Colônia agrícola, industrial ou similar: reservada para a execução da pena de reclusão ou detenção em regime semiaberto (Artigo 91 e 92 LEP);
3. Casa do albergado: prevista para colher os condenados à pena privativa de liberdade em regime aberto e à pena de limitação de fim de semana (Artigo 93 LEP);
4. Centro de observação: onde serão realizados os exames gerais e criminológicos;5. Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: se destina aos doentes mentais, aos portadores de desenvolvimento mental incompleto ou retardado e aos que manifestam perturbação das faculdades mentais;
6. Cadeia pública: Para onde devem ser remetidos os presos provisórios (prisão em flagrante, prisão temporária ou prisão preventiva) (Artigo 87 e ss. LEP).
Pena de reclusão
A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto (Artigo 33, caput, CP).
É importante, também, dizer que não se pode modificar o regime inicial de cumprimento da pena pelo juízo da execução, sob pena de violação da coisa julgada (Artigo 5º, XXXVI, CRFB/88).
· Regime fechado: a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
· Regime semiaberto: a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
· Regime aberto: a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Regime fechado
Na aplicação dos regimes da pena privativa de liberdade, o regime fechado estará previsto para os seguintes casos:
· condenados a 8 anos ou mais;
· reincidentes;
· cumprir a pena em penitenciária;
· sem trabalho externo;
· sujeitos a penas disciplinares (RDD).
Regime semiaberto
Para reclusão em regime semiaberto, os casos previstos são:
· primários com pena maior do que 4 e menor do que 8 anos;
· pode frequentar cursos fora do estabelecimento prisional;
· reincidentes com pena até 4 anos de reclusão ou detenção;
· direito a saídas temporárias;
· regime possível para detento que tenha cumprido 1/6 da pena em regime fechado;
· cumprimento em colônia agrícola;
· direito a trabalho externo.
Regime aberto
Para reclusão em regime aberto, os casos previstos são:
· para presos que vêm do regime semiaberto;
· presos com pena inferior a 4 anos;
· cumprimento em casa de albergado;
· possíveis o trabalho e o estudo fora;
· recolhe-se à noite e dias de repouso.
Atenção!
Existem penas que devem ser cumpridas inicialmente em regime fechado. É o caso dos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos. O § 1º, Artigo 2º, da Lei nº 8.072/90, que passou a determinar que a pena decorrente de condenação por tais crimes será cumprida inicialmente em regime fechado, extinguindo o regime integralmente fechado. Em reforço, a mesma lei passou a permitir expressamente a “progressão de regime” no cumprimento de pena decorrente da prática de crime hediondo ou assemelhado.
Sobre o excesso
Sempre que na execução da pena ou medida de segurança se constatar algo que vá além do decidido na sentença ou acórdão submetido à execução, de maneira que seja sempre prejudicial ao executado, haverá “excesso”.
Pela melhor doutrina, ocorre quando o sentenciado é submetido a tratamento mais rigoroso do que o fixado na sentença ou determinado pela lei. Como exemplo de excesso, seguem os mais comuns:
1. Submeter o executado a regime mais rigoroso do que aquele a que tem direito em razão do fixado na sentença ou em decisão que concedeu progressão;
2. Manter em cadeia pública ou estabelecimento inadequado aquele a quem se impôs medida de segurança;
3. Submeter o executado a sanção administrativa além do fixado em lei.
Sobre o desvio
A ocorrência da execução, o desvio distingue-se do “excesso” na medida em que se revela favorável qualitativamente ao executado, enquanto aquele lhe será danoso.
Dentre outras várias hipóteses, também haverá desvio, por exemplo, se for concedido ao executado o benefício da permissão de saída sem estrita observância das regras ditadas pelo Artigo 120 da LEP. De igual forma, também ocorrerá desvio no caso de concessão de saída temporária fora das hipóteses elencadas no artigo, ou por prazo superior a 7 dias, ou, ainda que observado esse limite.
OBS
 Ademais, assevera o ilustre jurista Júlio Fabbrini Mirabete que: A Lei de Execução penal, impedindo o excesso ou o desvio da execução que possa comprometer a dignidade e a humanidade da execução, torna expressa a extensão de direitos constitucionais aos presos e internos.
1. No Brasil Imperial, com a finalidade de corrigir a mendicância e a vadiagem, para onde eram destinadas as pessoas que perambulavam pelas ruas? Casas de correção
2. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. Na Antiguidade, o encarceramento já era uma forma de pena, pois a prisão privativa de liberdade era tida como sanção penal.
II. Na Idade Média, surgiram alguns avanços no sistema prisional, pois o encarceramento passou a ter caráter de pena.
III. Apesar do desenvolvimento da sociedade industrial, na Era Moderna, não surgiram normas e legislações de proteção ao patrimônio.
IV. Foi a pArtigor do Direito Romano que a Igreja desenvolveu locais para cumprimento da pena, as denominadas penitenciárias.
V. A redefinição da legislação penal em âmbito mundial surgiu após a Primeira Guerra Mundial, baseando-se na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Resposta: F-V-F-V-F
3. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. Foi com a Constituição da República de 1891 que se implantou no Brasil as Casas de Correção destinadas à correção de mendicância e da vadiagem.
II. A primeira Constituição da República de 1891 não legislou sobre a Justiça Federal.
III. A fase processualista do Direito brasileiro teve início com a entrada em vigor da Constituição de 1937.
IV. Pode-se dizer que, no ordenamento jurídico brasileiro, a legislação penal é composta pela tríade de regras que é composta pelo CP, CPP e a LEP.
V. Em 1935 foi aprovado o Código Penitenciário da República com objetivo de organizar o sistema penitenciário.
Resposta: F-F-F-V-F
4. Quanto a assistência à saúde do preso, analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.
I. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo compreenderá exclusivamente o atendimento médico e farmacêutico.
II. Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
III. Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-Artigo, extensivo ao recém-nascido.
Apenas a afirmação I está incorreta
5. A assistência ao egresso consiste: Na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade e na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
6. Os presos provisórios devem ficar separados dos condenados definitivos e os presos provisórios separados dos reincidentes. Essa previsão encontra-se no Artigo 5º da LEP, que tem como princípio norteador o: Da individualização da pena
7. Assinale, dentre as alternativas abaixo, qual reflete o resultado de sua análise:
I. Quanto à identificação penal do preso, hoje existem 3 formas: processo datiloscópico (coleta de impressão digitais), fotográfico e perfil genético (DNA).
II. Os presos provisórios serão submetidos à identificação criminal por meio de coleta de perfil genético (DNA).
III. Ao condenado em crime doloso, com violência ou grave ameaça contra pessoa, ou por qualquer crime previsto na Lei nº 8.072/90 (Crime Hediondo), obrigatoriamente, será coletado o seu perfil genético.
IV. A Lei nº 12.654//2012 prevê a submissão compulsória do condenado por crimes violentos à coleta de seu perfil genético (DNA). Entretanto, há divergências acerca da obrigatoriedade e um dos pontos a favor do preso é a garantia de não se produzir prova contra si mesmo.
V. O material genético desprendido do corpo recolhido pela perícia no local do crime, como sangue, cabelo e saliva não necessitará de consentimento para que sirva de prova criminal
Resposta: V-F-V-V-V
8. Qual o tipo de estabelecimento penal previsto para os presos provisórios? Cadeia pública
9. Na aplicação dos regimes da pena privativa de liberdade, o regime semiaberto estará previsto para os seguintes casos: Reincidente com pena até 4 anosde reclusão ou detenção.
10. Analise as assertivas abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F):
I. Nos crimes hediondos as penas devem ser cumpridas integralmente em regime fechado.
II. Permite-se a progressão de regime no cumprimento de pena decorrente da prática de crime hediondo ou assemelhado.
III. Sempre que na execução da pena se constatar algo que vá além do decidido na sentença, haverá “desvio”.
IV. Haverá “desvio” quando ocorrer mudança no curso normal da execução.
V. O “desvio” distingue-se do “excesso” na medida em que se revela favorável qualitativamente ao executado. O “excesso” é danoso, por exemplo, ao submeter o executado a regime mais rigoroso do que aquele a que tem direito em razão da sentença. Resposta: F-V-F-V-V
EXERCÍCIOS
Aula 2
Objetivo
1. Aprender sobre controle disciplinar do apenado, os direitos e benefícios do apenado e sobre a função da pena;
2. Conhecer as penas restritivas de direito, a medida de segurança, a multa, o sistema progressivo da execução, a vedação da progressão por salto, regressão, detração, a permissão de progressão de regime nos crimes hediondos, preso com várias condenações, conversões.
O controle disciplinar do apenado 
Para a preservação da sociedade, é indispensável que haja limites aos direitos individuais. Por isso, o Estado tem o poder para salvaguardar a propriedade, a integridade física e a vida dos cidadãos. Estes, por sua vez, têm o dever de cumprir as normas impostas pelo Estado. O não cumprimento das “obrigações” resultará em aplicação de sanções. Com isso, a Lei de Execução Penal normatiza não só os direitos, mas também os deveres dos apenados. Na hipótese de o apenado não cumprir as regras estabelecidas na LEP e as normas regimentadas pelas unidades prisionais, os infratores sofrerão punições disciplinares. Assim, através do controle disciplinar, que é um dos mecanismos para educação da conduta do apenado, limitando seus movimentos, gestos, atitudes, com a finalidade de modelar e enquadrar suas ações, busca-se o adestramento, ou seja, a domesticidade do preso. Conforme Artigo 39 da LEP, que também se aplica ao preso provisório, no que couber:
I. Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II. Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
III. Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV. Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V. Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI. Submissão à sanção disciplinar imposta;
VII. Indenização à vítima ou aos seus sucessores;
VIII. Indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
IX. Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X. Conservação dos objetos de uso pessoal.
No que concerne às condutas ensejadoras de falta grave no cumprimento de pena privativa de liberdade, o Artigo 50 da LEP classifica alguns comportamentos que se enquadram nessa categoria, como vejamos:
I. Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II. Fugir;
III. Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV. Provocar acidente de trabalho;
V. Descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI. Observar os deveres previstos nos incisos II e V do Artigo 39 desta lei;
VII. Ter em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Acerca das faltas disciplinares que estão classificadas em leves, médias e graves, o Artigo 53 da LEP prevê as sanções disciplinares que podem ser aplicadas nos seguintes casos:
· As faltas leves ou médias serão punidas com advertência verbal ou repreensão;
· As faltas graves serão punidas com a suspensão ou restrição de direitos;
· Isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no Artigo 88 da LEP, ou, ainda, inclusão no regime disciplinar diferenciado (RDD).
Direitos e benefícios do apenado 
Como é sabido, a Lei de Execução Penal diz que o preso – tanto o que ainda está respondendo ao processo (preso provisório), condenado continua tendo todos os direitos que não lhes foram retirados pela pena ou pela lei. Isso significa que o preso perde a liberdade, mas tem direito a um tratamento digno, direito de não sofrer violência física e moral. Conforme o Artigo 5º da CRFB/88, são assegurados aos executados os seguintes direitos:
a) Direito à liberdade e à igualdade;
b) Direito de igualdade entre homens e mulheres;
c) Direito à segurança e à propriedade;
d) Direito à inviolabilidade do direito à vida;
e) Direito à inviolabilidade do direito à vida;
f) Direito de integridade física e moral, não podendo ser submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante, entre outros.
Lei de execução penal
A LEP prevê, também, o desenvolvimento e atendimento das assistências ao recluso e ao egresso do Sistema Penitenciário; estas devem ser as estratégias para preparar o apenado para o retorno ao convívio social.
O Artigo 12 refere-se que a “assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações sanitárias”. Da mesma forma que a Constituição da República, a LEP também nos apresenta os direitos do preso (Artigo 41), que também se estende ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber:
1. Alimentação suficiente e vestuário, atribuição de trabalho e sua remuneração e previdência social;
2. Constituição de pecúlio, proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
3. O exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
4. A assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa e a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
5. A entrevista pessoal e reservada com o advogado, a visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados e o chamamento nominal;
6. A igualdade de tratamento, salvo quanto às exigências da individualização da pena e audiência especial com o diretor do estabelecimento;
7. A representação e petição a qualquer autoridade em defesa de direitos e o contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;
8. O atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena de responsabilidade da autoridade judiciária competente.
Atenção!
Egresso é o condenado liberado definitivamente, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento ou em benefício do livramento condicional, durante o período de prova (Artigo 26 da LEP), que tem direito à assistência (Artigos 25 e 27 LEP), que serão a orientação e o apoio para reintegração à vida em liberdade e, ainda, se necessário, concessão de alojamento e alimentação, pelo prazo de 2 meses, em estabelecimento adequado.
Regalias
Tenha-se presente que o bom comportamento do preso, sua colaboração com a disciplina e sua dedicação ao trabalho podem render-lhe recompensas, consistentes em elogio ou concessão de “regalias” (Artigo 56, I e II, da LEP).
Dentre as principais regalias concedidas ao preso, temos:
· Receber bens de consumo;
· Visitas íntimas;
· Assistir a sessões de cinema e teatro (atividades socioculturais em geral);
· Participar de exposições de trabalho (pintura, escultura), entre outros.
Quanto aos benefícios previstos na LEP, o preso tem ainda:
· A progressão de regime prisional;
· A concessão de trabalho interno e externo;
· Saídas especiais, mediante apresentação de requisitos (objetivos e subjetivos);
· Atendimento de suas necessidades de saúde, educação e de profissionalização.
A função da pena
A Política Penitenciária no Brasil não entende a pena somente como aprivação de liberdade (prisão e detenção), pois ela possui outras espécies, num total de três:
· As privativas de liberdade (Artigos 33 a 42 do CP);
· As restritivas de direitos (Artigos 43 a 48 do CP);
· A multa (Artigos 49 a 52 do CP).
Ademais, a pena na LEP é entendida como mecanismo para “reeducar” a personalidade do condenado, transgressor dos códigos e das normas sociais.
A função preventiva da pena é dívida em prevenção geral e prevenção especial.
1. Prevenção geral: tem como postulado que o problema da criminalidade pode ser resolvido através do Direito Penal. O homem racional se absteria da prática do delito ao identificar que o castigo teria um custo elevado em relação ao possível benefício obtido com tal ação ou omissão.
2. Prevenção especial: segue o entendimento de que a pena tem como finalidade evitar a prática de delitos intimidando o delinquente apenas e não os demais atores sociais.
Desse modo, a aplicação da pena segue a tese da ressocialização e da reeducação do delinquente, intimidando aqueles que não careçam de ressocialização e neutralizando os incorrigíveis.
Princípio da Reabilitação Social 
Na execução da pena, tem de ser observado o princípio da reabilitação social, visto que o Estado deve prevenir o delito, evitando-se a reincidência, passando a orientar e preparar o retorno da pessoa em privação de liberdade para o convívio social. Abrange tanto o preso definitivo quanto o provisório e, também, cabe ao internado ou o submetido a tratamento ambulatorial nas hipóteses de medida de segurança. O juiz determinará o regime inicial de sua execução, que poderá ser fechado, semiaberto ou aberto. Quanto à pena de detenção, o condenado não pode iniciar em regime fechado, porém, poderá ser cumprido no regime fechado, se houver regressão. Pelo sistema vicariante ou unitário, aplica-se somente uma das sanções: pena (Pena Privativa de Liberdade ou Pena Restritiva de Direitos) ou medida de segurança.
Para melhor entendimento, verifica-se a aplicação da pena ou medida de segurança:
· Pena ao imputável;
· Medida de Segurança ao inimputável (obrigatoriamente);
· Medida de Segurança ao semi-inimputável (facultativamente e em substituição à pena quando o acusado necessitar de especial tratamento curativo).
As penas restritivas de direito
A legislação brasileira autoriza a aplicação de 5 tipos de penas restritivas de direitos (Artigo 43 do CP), que são autônomas e substituem as privativas de liberdade (Artigo 44 do CP), quais sejam:
· Prestação pecuniária;
· Perda de bens e valores;
· Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; interdição temporária de direitos;
· Limitação de fim de semana.
As “penas alternativas” são: “sanções de natureza criminal diversas da prisão, como a multa, a prestação de serviços à comunidade e as interdições temporárias de direitos, pertencendo ao gênero das alternativas penais”.
Não se trata de prisão domiciliar, e sim de penas cuja execução contempla a aplicação de penas pecuniárias e a prestação de serviços à comunidade, em que a participação da sociedade e das organizações sociais são prioritárias para sua execução.
Atenção!
É importante destacar que a “interdição temporária de direitos” refere-se ao exercício de cargo, função ou atividade pública; exercício ou atividade que dependem de licença do Poder Público; suspensão para dirigir veículo. A proibição tem caráter temporário, razão pela qual não possui qualquer relação com a “perda do cargo”, que é definitivo, sendo efeito da condenação prevista no Código Penal no Artigo 92, inciso I.
A medida de segurança
Consiste em tratamento ambulatorial ou internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (Artigos 171 a 178 da LEP). O prazo mínimo de internação ou de tratamento ambulatorial (Artigo 97, § 1º, CP) é de 1 a 3 anos. Quanto à duração máxima, o prazo é indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia, a cessação da periculosidade.
A multa
A pena de multa é modalidade punitiva prevista no Artigo 5º, XLVI, “c”, da CRFB/88. É incogitável a conversão da pena de multa (pecuniária) em prisão e o não pagamento do valor estipulado implicará em execução como dívida de valor.
O sistema progressivo da execução
A Lei de Execução Penal (Artigo 112) adota um sistema progressivo de execução das penas privativas de liberdade, passando do regime mais severo ao menos gravoso, desde que atendidos os requisitos objetivo e subjetivo. O requisito objetivo é cumprimento de 1/6 da pena (na generalidade dos crimes); o requisito subjetivo é o bom comportamento carcerário.
Havendo imposição da pena privativa de liberdade, deve o juiz da condenação, de maneira fundamentada, fixar o regime da prisão. A Lei nº 11.464/2007 dispõe que, para efeitos de progressão de regime para os crimes hediondos, exige-se o cumprimento de 2/5 da pena para os condenados primários e 3/5 para os reincidentes.
A Súmula nº 471, STJ: “Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no Artigo 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional”.
· Sintetizando os requisitos para progressão, temos:
· Cumprimento de 1/6 da pena (na generalidade dos crimes);
· Cumprimento de 2/5 da pena (se primário em crime hediondo ou assemelhado);
· Cumprimento de 3/5 da pena (se reincidente em crime hediondo ou assemelhado).
A vedação da progressão por salto
A característica fundamental do sistema penitenciário brasileiro é a progressividade de regime e sempre a ordem deve ser observada, pois é vedada a progressão por salto. As penas possuem 3 regimes para cumprimento da pena que são:
1. Fechado
2. Semiaberto
3. Aberto
A progressão por salto não é permitida, ou seja, passar do regime mais rigoroso para o mais brando sem passar pelo regime intermediário.
A Súmula nº 491 do STJ (Superior Tribunal da Justiça) diz:
“É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional".
Da regressão
Ao contrário da progressão, é a transferência do condenado para regime mais rigoroso, ou seja, do regime aberto para semiaberto ou semiaberto para fechado (Artigo 118, LEP). Assim, como não se admite a progressão por salto, a regressão também deverá ser escalonada, vedada sua efetivação per saltum.
Já a regressão determina a ordem inversa:
1. Regime aberto;
2. Regime semiaberto;
3. Regime fechado.
A progressão pressupõe a seguinte ordem:
1. Regime fechado;
2. Regime semiaberto;
3. Regime aberto.
Da detração 
O regime inicial de cumprimento da pena sofre ainda a influência da detração penal (Artigo 42, do CP), que é o desconto das prisões provisórias, temporárias, administrativa e de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, na pena aplicada, devendo ser considerada a “pena líquida” quando da imposição do regime. 
A permissão de progressão de regime nos crimes hediondos
Na decisão, o Supremo declarou inconstitucional o § 1º do Artigo 2º da Lei nº 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos), que proibia a progressão, a Corte usou o argumento de que, embora o Artigo 52, da Constituição, estabeleça que o Senado deva suspender a execução de dispositivo legal ou da íntegra de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF, as decisões da Corte, ao longo dos anos, têm-se revestido de eficácia expansiva, mesmo quando tomadas em controvérsias de índole individual.
Súmula Vinculante nº 26 do STF:
“para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do Artigo 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990”.
A Súmula nº 471 do STJ:
“Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no Artigo 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional”.
Por consequência, haverá condenação em cada um dos processos e, então, em sede de execução penal, será preciso proceder à unificação das penas a fim de sever quantificadas em ajuste com a previsão do Artigo 71 do CP, pois, do contrário, será aplicada a regra do concurso material (Artigo 69 do CP) com a soma das penas, o que resultará em enorme prejuízo ao executado (Artigo 111 da LEP).
Das conversões
A conversão consiste na substituição de uma sanção por outra no curso da execução. Artigo 180 da LEP: “A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
I. o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II. tenha sido cumprido pelo menos 1/4 da pena;
III. os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável”.
A conversão, entretanto, continua condicionada à satisfação de 3 requisitos objetivos:
· Que a pena privativa de liberdade aplicada, seja ela de que natureza for (reclusão, detenção ou prisão simples), não seja superior a 4 anos;
· Que ela esteja sendo cumprida em regime aberto (desde o início ou em razão de progressão);
· Que o executado tenha cumprido pelo menos 1/4 da pena (observada eventual detração e/ou remição).
1. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. A LEP normatiza não só os direitos, mas também os deveres dos apenados que deverão cumprir sob pena de sofrerem punições disciplinares.
II. Não se aplica aos presos provisórios, em nenhuma hipótese, as regras disciplinares impostas aos condenados definitivos.
III. As faltas disciplinares, previstas na LEP, são classificadas em leve, média e grave.
IV. No que concerne às condutas ensejadoras de falta grave no cumprimento de pena privativa de liberdade, a fuga é considerada uma falta grave.
V. O preso ter em sua posse aparelho telefônico estará enquadrado em falta média.
Resposta: V-F-V-V-F
2. Analise as assertivas abaixo:
I. A pena possui 4 espécies, que são: privativa de liberdade, restritiva de direitos, repreensão e multa.
II. Segundo a função preventiva, a pena tem como finalidade evitar a prática de delitos intimidando os delinquentes.
III. Pelo sistema vicariante ou unitário, aplica-se somente uma das sanções: pena (PPL / PRD) ou medida de segurança.
IV. Quanto à pena de detenção, inicialmente, o condenado cumprirá em regime fechado.
V. Será o juiz da execução quem determinará o regime inicial da execução (fechado, semiaberto ou aberto).
Resposta: F-V-V-F-F
3. O Estado deve prevenir o delito, evitando-se a reincidência, passando a orientar e preparar o retorno do preso à sociedade, conforme se observa no princípio: Da reabilitação social
4. Assinale a alternativa correta. Considera-se egresso para os efeitos da LEP: O liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento, assim como o liberado condicional, durante o período de prova.
EXERCÍCIOS
5. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. Colaborar com a ordem na prisão significa praticar a observância do rol dos deveres do preso.
II. As faltas leves serão punidas com repreensão.
III. Ao preso que apresentar bom comportamento poderão ser concedidas regalias.
IV. A LEP não é um mecanismo para reeducar preso, e sim castigá-lo para que não volte a cometer crimes.
V. Pelo Princípio da Reabilitação Social, o Estado deve orientar e preparar o retorno do preso ao convívio social.
Resposta: V-V-V-F-V
6. Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
I. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
II. As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
III. É vedado o emprego de cela escura.
IV. São permitidas as sanções coletivas.
Apenas a afirmação IV está incorreta
7. A LEP adota um sistema progressivo de execução das penas privativas de liberdade, passando do mais severo para o menos gravoso. Os requisitos são: Cumprimento de 1/6 (na generalidade dos crimes)
8. Quanto à assistência jurídica, analise as afirmações e assinale a alternativa correta.
I. A assistência jurídica é destinada aos presos sem recursos financeiros para constituir advogado.
II. As Unidades da Federação somente prestarão auxílio material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
III. A assistência jurídica é destinada aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
Apenas a afirmação II está incorreta
Aula 3
Objetivo
1. Conhecer sobre a autorizações de saída, o trabalho do preso, a visita íntima, a prisão domiciliar;
2. Compreender sobre a prisão especial, prisão especial para advogados, execução provisória, o monitoramento eletrônico, sobre a extinção da punibilidade mediante anistia, graça e indulto, e sobre a impossibilidade da concessão de indulto nos crimes hediondos.
Autorizações de saída
Tem como fundamento básico as razões humanitárias. Tal benefício poderá ser concedido ao preso definitivo que se encontrar no cumprimento de pena no regime fechado ou semiaberto, bem como ao preso provisório, que é aquele contra quem ainda não há sentença penal condenatória com trânsito em julgado definitivo. São concedidas pelo juiz da execução desde que cumpridos os requisitos referentes ao comportamento, ao cumprimento de pena (1/6 da pena, se primário, ou 1/4, se reincidente) e, ainda, quanto à compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. Constituem gênero da qual são espécies:
1. Permissão de Saída (Artigos 120 e 121): que não tem prazo de duração, é autorizada aos apenados (definitivo ou provisório) que cumpram pena em regime fechado ou semiaberto diante de duas hipóteses:
a. Falecimento ou doença grave de cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
b. Necessidade de tratamento médico.
2. Saída Temporária (Artigos 122 a 125): é concedida a apenados que cumpram pena em regime semiaberto nas seguintes hipóteses:
a. Para visitar a família (se verifica em datas comemorativas como: Domingo de Páscoa; Dia das Mães; Dia dos Pais; Aniversário de um filho; Natal e festividade de final de ano.)
b. Para frequentar curso;
c. Para participar de atividades ressocializadoras.
Em razão de clara vedação legal, também não se concede Saída Temporária a quem se encontre no regime fechado.
Conforme se verifica no Artigo 122, parágrafo único, da LEP, a ausência de vigilância direta (escolta) não impede a utilização de monitoramento eletrônico pelo condenado, quando assim determinar o juiz.
O trabalho do preso
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu Artigo 6º, define que o trabalho é condição de direito social do apenado e cabe ao Estado garantir e dar a essa pessoa o trabalho. Essa normativa torna obrigatória à formação educacional, profissional e o trabalho no interior da unidade prisional. O trabalho do apenado tem dupla finalidade: educativa e produtiva (Artigos 28 a 37 da LEP) e não está sujeito à legislação trabalhista vigente (CLT). A concepção do trabalho no ambiente penitenciário surgiu, concomitantemente, com a pena privativa de liberdade e se desenvolveu nos parâmetros da teoria utilitarista, cuja base ideológica é a noção de punição para reparação moral e a atividade laborativa do preso uma forma de produção social para o Estado e reparação de seu delito junto à sociedade. Essa concepção encontra ressonância também na concepção reparadora e reeducativa que permeia a LEP, pois, nessa Lei, o trabalho do apenado deve ser para sua reabilitação e reinserção social.
Atenção!
O condenado está obrigado ao trabalho e será sempre remunerado (Artigos 39, do CP, e 29, da LEP), que nunca será inferior a 3/4 do salário-mínimo (Artigo 29, 2ª parte, da LEP). Embora não sujeito ao regime da CLT, o preso tem direito à previdência social (Artigos 28, §2º, 41, III, da LEP, e 39, do CP).
Trabalho interno e externo 
· Interno: é obrigatório para o preso definitivo. É importante frisar que trabalho obrigatório é diferente de trabalho forçado, o que é vedado pela CRFB/88, Artigo 5º, XLVII, “c”.
· Externo: é permitido no regime semiaberto para qualquertrabalho lícito, porém, no regime fechado, somente será permitido se for em obras públicas e com cautela de segurança e só será deferida após o cumprimento de 1/6 da pena.
Ressalta-se, ainda, o instituto da remição que consiste no resgate da reprimenda por meio do trabalho desenvolvido pelo condenado que esteja em regime fechado ou semiaberto. A remição traz a seguinte regra: troca-se um dia de pena por cada três dias de trabalho (Artigos 66, III, “c”, 126 a 130, da LEP).
A visita íntima 
É um direito incontestável, que deve ser incentivado, como elemento de grande influência na manutenção dos laços afetivos e na ressocialização do apenado.
Não há dúvida de que os laços mantidos com a família são essencialmente benéficos para o preso, porque o levam a sentir que, mantendo contatos, embora com limitações, com as pessoas que se encontram fora do presídio, ele não foi excluído da comunidade. Dessa forma, quando for posto em liberdade, o processo de reinserção social produzir-se-á de forma natural e mais facilmente, sem problemas de readaptação a seu meio familiar e comunitário.
Sobre a visita íntima, ela é um instituto que, apesar de não regulamentado, é utilizado frequentemente no interior dos estabelecimentos prisionais.
A prisão domiciliar
Para o condenado em regime aberto, como se nota no Artigo 117 da LEP, será permitido que se cumpra a pena em residência particular, desde que esteja enquadrado nas hipóteses contidas no citado dispositivo.
As hipóteses para prisão domiciliar são:
· Condenado maior de 70 anos;
· Estiver acometido de doença grave;
· Condenado com filho menor ou deficiente físico ou mental;
· Condenada gestante.
É o caso do preso que se encontra em estado grave de saúde, pois, diante de uma doença altamente contagiosa, grave, às vezes desconhecida pela ciência, concede-se ao condenado direito de cumprir a pena em prisão domiciliar.
Quanto à condenada gestante, que a partir do 7º mês de gravidez ou sendo está de alto risco, haverá a possibilidade de prisão cautelar domiciliar substitutiva da prisão preventiva, conforme Artigos 317 e 318, IV, do CPP.
A prisão especial 
No âmbito do Direito Processual Penal, há a previsão de prisão especial para réus com curso superior completo e para algumas autoridades. Ocorre que a prisão especial só é ofertada até o trânsito em julgado da sentença condenatória, pois a partir daí o réu condenado definitivamente deverá ser recolhido à prisão comum, ou seja, ela não configura uma modalidade de prisão cautelar, e sim forma de cumprimento da prisão cautelar. Sabe-se que com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, deixa de existir o direito à prisão especial, devendo o condenado submeter-se ao regime normal de cumprimento da pena. Destaca-se, ainda, que a prisão especial vai até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (preso provisório). Deve ser cumprida atualmente em cadeia pública em cela separada dos demais presos comuns.
Prisão especial para advogados
A ausência de cela especial para advogados tem levado a dois posicionamentos jurisprudenciais distintos, um entendendo que, constatada a deficiência prisional, deve ser concedida a prisão domiciliar. Nesse sentido, confira-se:
“A regra da Prisão Especial para advogado objetiva protegê-lo do convívio com presos comuns. A privação da liberdade em dependência especial do presídio não supre a exigência de prisão especial”. A segunda corrente diverge, apontando ser incabível a prisão domiciliar, como é possível ver no trecho a seguir:
“A regra da prisão especial de advogados objetiva proteger o profissional que exerce atividade essencial à administração da justiça, segundo cânon do Artigo 133, caput, da CRFB/88. A privação da liberdade do advogado em estabelecimento prisional do Batalhão da Polícia Militar atende a exigência de prisão especial, mesmo porque a prisão domiciliar somente é deferida no caso de inexistir estabelecimento prisional adequado para o preso, ex vi da parte final do inciso V do Artigo 7º do Estatuto da OAB”
Execução provisória
Acerca da execução provisória, pressupõe-se o encarceramento cautelar do réu decorrente da decretação de prisão preventiva e a existência de sentença penal condenatória sem trânsito em julgado definitivo. Como se vê, a prisão preventiva é a única modalidade de prisão cautelar de sujeitar o réu à possibilidade de execução provisória. De acordo com os Artigos 311 a 316 e 413, § 3º, todos do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada durante a investigação ou no curso do processo.
Segundo o Supremo Tribunal Federal: “Ofende o princípio da não culpabilidade a execução da pena privativa de liberdade antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar do réu, desde que presentes os requisitos autorizadores previstos no Artigo 312 do CPP”.
O monitoramento eletrônico
É uma decisão do juiz, ou seja, como se verifica no Artigo 146-B da LEP não é uma obrigação legal, pois, ao conceder a prisão-albergue domiciliar, poderá permitir a fiscalização do apenado por meio de monitoramento eletrônico.
Tal possibilidade de utilização encontra-se tipificada no Artigo 122, parágrafo único, da LEP. O monitoramento eletrônico somente poderá ser aplicado em duas hipóteses:
1. Em relação àqueles beneficiados com saídas temporárias no regime semiaberto (Artigos 122 a 125 c/c Artigo 146-B, II, todos da LEP;
2. Aos que encontrarem em prisão domiciliar (Artigo 117 c/c Artigo 146-B, IV, ambos da LEP).
Atenção!
Ante uma remoção não intencional (violação) do aparelho de monitoramento eletrônico, decorrente de caso fortuito ou força maior, cabe ao executado comunicar imediatamente ao juiz da execução a que estiver vinculado. Como não poderia ser de modo diverso, atendendo ao equilíbrio que deve haver entre direitos e deveres do condenado, a violação dos deveres relacionados à eficiência do monitoramento eletrônico acarreta mudança de rumo no processamento da execução.
Sobre a extinção da punibilidade mediante anistia, graça e indulto
O Artigo 107 do CP, cujo rol não é taxativo, elenca várias hipóteses de extinção da punibilidade e, dentre as hipóteses, o inciso II trata da Anistia, Graça e Indulto, que são institutos que extinguem a punibilidade.
· Anistia: é medida de interesse coletivo, pois, por motivos políticos, o Congresso Nacional declara que determinados fatos se tornam impuníveis (Artigo 48, VIII, CRFB/88).
· Indulto: é um ato de clemência do Poder Público de competência exclusiva do Presidente da República (Artigo 84, XII, CRFB/88) em favor de um réu condenado (indulto individual) ou de natureza coletiva (indulto coletivo), quando abrange vários condenados. Perdoa-se a pena aplicada. O indulto natalino, que leva essa denominação por ser concedido, tradicionalmente, no fim do ano, representa um perdão ao condenado em condições de merecê-lo, proporcionando-lhe a oportunidade de retorno útil ao convívio da sociedade, objetivo maior da sanção penal. O indulto não se confunde com a permissão para o preso passar o feriado com a família, pois, neste caso, ele deve retornar à prisão.
· Graça: é a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a fatos criminosos. É um perdão concedido pelo Presidente da República. É uma medida de caráter excepcional (Artigo 5º, XLVIII, CRFB; Artigo 107, II, CP; Artigo 734, CPP).
O Artigo 44, caput, da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) também faz essa afirmação ao dizer que o crime de tráfico de drogas (Artigo 33, caput, §1º) e os crimes previstos nos Artigos 34 a 37 da mesma lei “são insuscetíveis de graça, indulto e anistia”.
A impossibilidade da concessão de indulto nos crimes hediondos 
O §4º do artigo nº 33 da Lei de Drogas prevê a redução de pena a presos por tráfico de drogas, em patamar que pode variar de um sexto a dois terços do total, caso o condenado tenha bom comportamento, seja réu primário, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Isso, porém, não exime o caráter hediondo do crime, servindo apenas como uma minorantede pena.
É o entendimento do STJ durante o julgamento do Recurso Especial nº 1.329.088 ao julgar Agravo em Execução Penal movido no TJMG. Defende que a minorante de pena não criaria “tipo penal diverso ou figura delitiva autônoma, sendo, portanto, incapaz de afastar o caráter equiparado a hediondo do crime de tráfico”. A norma está ligada à ressocialização dos presos, beneficiando aqueles que apresentavam bom comportamento. A norma prevista no §4º não exclui o caráter hediondo do crime, apenas minora a pena, mantendo a impossibilidade de concessão de indulto.
Acerca do tema, explica a doutrina:
"Lembremos de alertar que a causa de diminuição prevista no Artigo 33, § 4º da Lei n º 11.343/06, apenas abranda a punição do traficante, mas o delito pelo agente cometido continua a ser equiparado a hediondo, pois a conduta é tipificada no Artigo 33, caput, e no § 1º, que assim são considerados. Os que escapam à denominação de equiparados a hediondos são as figuras do Artigo 33, §§ 2º e 3º”.
Nos termos do Artigo 2º da Lei nº 8.072/90: "os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de anistia, graça e indulto".
Atenção!
Saliente-se que no Brasil, a equiparação do tráfico ilícito de entorpecentes aos crimes hediondos tem matriz constitucional, Artigo 5º, XLIII, da Constituição Federal: "A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”.
1. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. A autorização de saída possui 2 espécies: a permissão de saída e a saída temporária, sendo a saída temporária concedida a apenados que cumpram pena em regime fechado.
II. Não haverá escolta policial para os presos com permissão de saída.
III. Falecimento de irmão é um dos motivos para a permissão de saída do preso.
IV. Será concedida saída temporária a apenados que cumpram pena em regime semiaberto para passar o Dia das Mães com seus familiares.
V. Não se concede saída temporária a quem se encontrar no regime fechado.
Resposta: F-F-V-V-V
2. Assinale as alternativas CORRETAS e INCORRETAS:
I. O condenado a pena privativa de liberdade não está obrigado ao trabalho.
II. O trabalho do preso possui 2 tipos: interno e externo. No trabalho externo, somente será permitido para os presos em regime fechado se for em obras públicas e com cautela de segurança.
III. O trabalho do preso está sujeito ao regime da CLT.
IV. O trabalho externo poderá ser concedido aos condenados por crimes hediondos.
V. Quanto ao instituto da remição, o preso terá descontado 1 dia de pena para cada 3 dias de trabalho.
Resposta: F-V-F-V-V
3. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. Ao preso em regime semiaberto, desde que maior de 70 anos, poderá ser concedida a prisão domiciliar.
II. A prisão especial só cabe em caráter especial, não cabe para os condenados definitivos.
III. O monitoramento eletrônico somente poderá ser aplicado em duas hipóteses: aos beneficiados com saídas temporárias no regime semiaberto e aos que se encontrarem em prisão domiciliar.
IV. O juiz está obrigado a conceder o monitoramento eletrônico.
V. O advogado não tem direito à prisão especial.
Resposta: F-V-V-F-F
EXERCÍCIOS
4. Analise as afirmações e assinale a alternativa correta:
I. A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
II. A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, em conformidade com a Lei de Execução Penal e com o Código de Processo Penal.
III. A Lei de Execução Penal aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Todas as afirmações estão corretas
5. Sobre a assistência educacional, é correto afirmar que: O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
6. Clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a fatos criminosos. É um perdão concedido pelo Presidente da República de caráter excepcional: Graça
7. As autorizações de saída são concedidas pelo juiz da execução, desde que: Cumpridos 1/4 da pena, se reincidente
8. Analise as afirmações e assinale a alternativa correta.
I. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.
II. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.
III. Nas faltas graves, a autoridade representará ao juiz da execução quando o condenado praticar fato definido como crime doloso ou falta grave.
Todas as afirmações estão corretas
9. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena. Constituem deveres do condenado, exceto:
a) Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença.
b) Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados.
c) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.
d) Conservação dos objetos de uso coletivo.
e) Indenização à vítima ou aos seus sucessores.
10. Considere as seguintes assertivas:
I. A Lei de Execução Penal prevê, expressamente, a possibilidade de o juiz da execução modificar as condições impostas à suspensão condicional da pena, ao regime aberto e ao livramento condicional.
II. A Lei de Execução Penal prevê, expressamente, que o preso provisório estrangeiro está sujeito à inclusão no regime disciplinar diferenciado, nas hipóteses legais de seu cabimento.
III. Os Artigos 180 a 184 da Lei de Execução Penal não preveem as seguintes possibilidades de conversão: de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; de multa em pena privativa de liberdade; de medida de segurança em pena privativa de liberdade.
Assinale, agora, a alternativa correta: Somente I e II são verdadeiras.
Aula 4
Objetivo
1. Aprender sobre a suspensão condicional da pena (SURSIS), a possibilidade da suspensão condicional da pena nos crimes hediondos, a possibilidade de apelar em liberdade nos crimes hediondo, impedimento de pena alternativa de Liberdade na Lei de Drogas, o livramento condicional;
2. Compreender sobre o agravo em execução, regime disciplinar diferenciado (RDD), a associação criminosa, o colapso do sistema penitenciário brasileiro atualmente, a necessária e urgente reestruturação da execução penal.
A suspensão condicional da pena (sursis) 
É a suspensão parcial da execução da pena privativa de liberdade, durante determinado período, mediante certas condições. Parte da pena é executada, sob a forma de limitação de fins de semana ou prestação de serviços à comunidade. Sursis é um benefício regulamentado pelos Artigos 77 a 82 do CP; Artigos 696 a 709 do Código de Processo Penal (CPP); Artigos 156 a 163 da LEP. Tal benefício não se estende às penas restritivas de direitos nem de multa (Artigo 80 do CP). São três os tipos de Sursis:
· Simples (Artigo 77 do CP): prevê a suspensão da execução da pena privativa de liberdade fixada em período não superior a 2 anos.
· Especial (Artigo 78, § 2o, CP): cabe quando o condenado houver reparado o dano provocado pelo fato delituoso, salvo impossibilitado de fazê-lo, e se as circunstâncias judiciais do Artigo 59 do CP lhe forem favoráveis.
· Etário (Artigo 77, § 2o, CP): permite a suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade fixada em até 4 anos quando o condenado seja maior de 70 anos de idade.
A revogação do sursis é obrigatória quando:
· Há condenação por um segundo crimedoloso com sentença transitada em julgado (Artigo 81, inciso I, CP).
· O condenado, sendo solvente, frustra a execução da pena de multa (Artigo 81, 1ª parte, inciso II, CP).
· O apenado não efetua, sem motivo justificado, a reparação dos danos (Artigo 81, 2ª parte, inciso II, CP).
O cumprimento das condições do sursis, sem causa de revogação, extingue a punibilidade (Artigo 82, CP).
O Período de Prova é o prazo de duração do sursis, no qual o condenado ficará sujeito às condições impostas na sentença (e que poderão ser modificadas pelo juiz da execução).
· Simples e especial: dois a quatro anos;
· Etário e humanitário: quatro a seis anos;
· Contravenções: um a três anos.
possibilidade da suspensão condicional da pena nos crimes hediondos
A Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90) não proíbe a suspensão condicional da pena de um condenado. O sursis pode ser aplicado desde que ele preencha os requisitos do Artigo 77 do Código Penal, que dispõe sobre a suspensão da pena. Segundo o entendimento do STF, é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos e sursis para os crimes hediondos e assemelhados. Sua base jurisprudencial é que a substituição por penas restritivas de direito e o sursis são decididos na fase de conhecimento, impedindo que se chegue a fase do cumprimento da pena privativa de liberdade, motivo pelo qual não há que se tratar do regime de cumprimento desta pena (privativa de liberdade). Se tratar de questões antecedentes (o sursis e a substituição por penas restritivas de direito), não se fala em pena privativa de liberdade e, portanto, em regime.
A possibilidade de apelar em liberdade nos crimes hediondos
Com relação à apelação em liberdade em crimes hediondos, que tem a mesma regra geral do CPP, conforme o Artigo 2º, § 3º, da Lei no 8.072/90, em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
Impedimento de pena alternativa de Liberdade na Lei de Drogas
Sobre a discussão da vedação à substituição da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos, conforme previsto na Lei nº 11.343/2006, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC nº 9.726 (2013), reafirmou a inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei de Drogas que impedem pena alternativa.
Na ocasião, o STF concluiu pela inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do Artigo 33, § 4º, bem como da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, constante do Artigo 44, ambos da Lei nº 11.343/2006.
O Supremo entende que a impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos ofende a garantia constitucional da individualização da pena (Artigo 5º, inciso XLVI, da CRFB/88).
O livramento condicional
É o instituto penal pelo qual o réu no cumprimento da sua pena, desde que respeitado alguns requisitos, tem a permissão de cumprir o resto da sua pena em liberdade. É a antecipação da liberdade do apenado, a última etapa do sistema penitenciário progressivo, ou seja, é o último estágio do cumprimento da pena privativa, de acordo com o Artigo 83 do Código Penal.
O livramento condicional somente poderá ser concedido ao condenado à pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos, desde que cumpra os requisitos previstos no Artigo 83, incisos I a V, do CP. Conforme preceitua o Artigo 132 da LEP, ao deferir o pedido, o juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
Destaca-se que serão sempre impostas ao liberado condicional as seguintes obrigações:
· Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;
· Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;
· Não mudar do território da comarca do juízo da execução sem prévia autorização deste.
Além das condições obrigatórias, poderão ser impostas ao liberado condicional, cumulativamente, as condições facultativas, que são:
· Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
· Recolher-se à habitação em hora fixada;
· Não frequentar determinados lugares.
Se não cumprir as condições estabelecidas para o período de prova, o livramento será revogado.
Condições para o livramento condicional
O livramento condicional cabe para pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos, desde que ocorra:
1. Cumprimento de parte da pena (mais de 1/3 da pena);
2. Se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
3. Mais da metade, se o condenado for reincidente em crime doloso;
4. Mais de 2/3, nos casos de condenação por crime hediondo, se o condenado não for reincidente em crime específico em crimes dessa natureza.
A revogação é obrigatória do livramento condicional (Artigo 86, I e II, c/c Artigo 84, todos do CP; Artigo 140 da LEP) se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade transitada em julgado por crime cometido durante a vigência do benefício e por crime anterior, cuja soma inviabilize a manutenção do benefício. A revogação será facultativa se o liberado deixar de cumprir qualquer das condições impostas ou for irrecorrivelmente condenado por crime ou contravenção à pena que não seja privativa de liberdade. 
Atenção!
É preciso não confundir a suspensão da pena (sursis) com a suspensão condicional do processo, instituto tratado no Artigo 89 da Lei nº 9.099/95, verificável no processo de conhecimento.
O agravo em execução
É o recurso cabível contra decisão dentro da execução penal. Pela Súmula nº 700 do STF, o prazo é de 5 dias para interposição do agravo contra a decisão do juiz da execução. Em regra, o agravo em execução só cabe em efeito devolutivo quando o Ministério Público recorrer da decisão de desinternação em medida de segurança, pois a lei exige trânsito em julgado (Artigo 586 do CPP e Artigo 2º do LEP). É o único recurso previsto na LEP, mas não é o único admitido no processo de execução em respeito ao princípio da fungibilidade.
Para cada espécie de decisão há uma espécie de recurso prevista em lei, como decorrência do princípio da unirrecorribilidade. Porém a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
O Regime Disciplinar Diferenciado
RDD pode ser aplicado a presos provisórios ou condenados (nacionais ou estrangeiros), que dependerá de decisão judicial, em três hipóteses:
· Artigo 52, caput, da LEP: Presos provisórios ou condenados (apenas nacionais) que pratiquem crime doloso e ocasionem subversão à ordem ou à disciplina interna, praticada dentro do estabelecimento prisional.
· Artigo 52, § 1º, da LEP: Presos provisórios ou condenados (nacionais ou estrangeiros) que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal da sociedade, por fatos praticados dentro ou fora do estabelecimento prisional.
· Artigo 52, § 2º, da LEP: Presos provisórios ou condenados (apenas nacionais) sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando, por fatos praticados dentro ou fora do estabelecimento prisional.
Podem ser sujeitos ao RDD todos os maiores de dezoito anos, privados legalmente da liberdade em razão de prática criminal, sendo indiferente tratar-se de preso provisório ou definitivo, nacional ou estrangeiro, com exceção dos recolhidos em razão de medida de segurança. 
preso tem direito à visita semanal de dois adultos e de número indeterminado de crianças, por duas horas, e igual período de banho de sol diário.
Atenção!
Importa observar que mesmo recebendo a progressão, por exemplo, para o regime semiaberto, o preso deverá cumprir a sanção disciplinar integralmente, antes de ir, de fato, para o novo regime. Vale dizer: deverá cumprir todo o tempo restante de RDD antes de ver efetivada sua transferência para o novo regime.
Características do Regime Disciplinar Diferenciado 
Destaca-se que a decisão definitiva de inclusão no RDD para ser admitida, dependerá de prévia manifestação do Parquet e do Defensor,sob pena de nulidade absoluta. O RDD possui as seguintes características:
1. Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada. Em se tratando de preso provisório, sem pena aplicada, na falta de expressa previsão legal, leva-se em conta a pena mínima cominada;
2. Recolhimento em cela individual;
3. Visitas semanais de duas pessoas, sem contar com as crianças, com duração de duas horas;
4. O preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.
Progressão de regime prisional
Permite-se a progressão de regime prisional estando o preso sob RDD, desde que preencha os requisitos contidos no Artigo 52 da LEP:
I. Cumprimento de 1/6 da pena no regime em que se encontrar o preso;
II. Apresentação de atestado de boa conduta carcerária, firmado pelo diretor do estabelecimento prisional.
Sendo assim, satisfeitos os requisitos do Artigo 52 da LEP, o preso terá condições de obter o benefício da progressão para o regime mais brando, observado a ordem, pois é vedada a progressão por salto. Não há, portanto, vedação expressa à progressão de regime no cumprimento do RDD.
Assim, a Lei nº 11.671/2008, no Artigo 3º, trata do tema: “Serão recolhidos em estabelecimentos penais federais de segurança máxima aqueles cuja medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio preso, condenado ou provisório”. A citada lei regula a matéria referente à transferência e inclusão de presos em estabelecimentos penais federais de segurança máxima.
A associação criminosa
O crime de quadrilha ou bando, tipificado no Artigo 288 do CP, com o advento da Lei nº 12.850/2013, recebeu novo nomen juris e a partir de então passou a ser denominado “associação criminosa”. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente.
O colapso do sistema penitenciário brasileiro atualmente
Sistema Penitenciário brasileiro é o retrato fiel de uma sociedade desigual, marcada pela ausência de políticas sociais para o enfrentamento das situações específicas de questão social. A verdade é que o sistema penitenciário caminha para o colapso, principalmente, quando se trata da superpopulação carcerária, que é um dos principais motivos apontados para o caos instalados em todos os presídios brasileiros. 
necessária e urgente reestruturação da execução penal
A evolução dos sistemas penitenciários, assim como a execução das penas, permanece em processo de aprimoramento contínuo, estudos sobre a aplicabilidade eficaz dos componentes da fase denominada de execução penal, na essência dos Princípios Constitucionais e ao respeito à Dignidade Humana.
E para acompanhar os avanços das relações humanas em sociedade, faz-se necessário que as leis sejam aprimoradas e para que a pena cumpra seu papel de punição, repressão, prevenção e reintegração social, o sistema prisional deve ser reestruturado.
Há projeto de lei que tornará crimes hediondos alguns crimes praticados contra à Administração Pública, como a corrupção passiva e ativa, a concussão e o excesso de exação, inclusive com aumento das penas privativas de liberdade dos próprios tipos penais, e também com outro aumento, qual seja, em até 1/3, se tais crimes forem cometidos por agente político ou ocupante de cargo efetivo de carreira do Estado, caso em que dificultará sobremaneira o acesso a vários benefícios, como: livramento condicional e a progressão do regime. Em regra, os de médio potencial ofensivo, se condenados, devem cumprir penas alternativas, distintas da prisão, cabendo ao Estado oferecer todas as condições para os seus implementos, inclusive o monitoramento eletrônico a ser fiscalizado pelo Poder Judiciário.
Atenção!
A reincidência é a maior prova de que o sistema penal não funciona e, por isso, a sociedade clama por segurança, mas com novas modalidades de punição, mantendo as penas pecuniárias de acordo com a gradação do delito e mérito do delituoso, encarcerando sim os “não úteis” à sociedade, os criminosos de alta periculosidade.
EXERCÍCIOS
11. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. O sursis etário está previsto para o condenado com mais de 65 anos.
II. O sursis é a suspensão penal de execução da pena privativa de liberdade, não cabendo nas penas restritivas de direitos nem de multa.
III. O período de provas (duração do sursis) será de 2 a 4 anos para o sursis simples.
IV. O período de provas será de 2 a 6 anos para o sursis etário e humanitário.
V. Após o período de provas, a competência para declarar extinta a punibilidade será do juiz da execução.
Resposta: F-V-V-F-V
2. Assinale, dentre as alternativas abaixo, qual reflete o resultado de sua análise:
I. A Lei nº 8.072/90 proíbe expressamente a concessão de sursis.
II. O STF declarou inconstitucional a expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do Artigo 33, § 4º, da Lei de Drogas.
III. O livramento condicional somente poderá ser concedido ao condenado à pena privativa de liberdade igual ou superior a 4 anos.
IV. O recurso cabível contra decisão dentro da execução penal é o agravo em execução e tem como prazo para interposição 5 dias.
V. Pelo princípio da fungibilidade dos recursos, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro, salvo a hipótese de má-fé.
Resposta: V-F-V-F-F
3. Analise as assertivas abaixo:
I. Uma das características do RDD é a duração mínima de 180 dias e a máxima de 360 dias.
II. O RDD pode ser aplicado a presos provisórios.
III. Não se permite a progressão de regime prisional estando o preso sob RDD.
IV. É de competência da União a construção de presídios destinados ao cumprimento de RDD.
V. O preso sob RDD terá direito à saída da cela por 1 hora diária para banho de sol.
Resposta: F-V-F-V-F
4. Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. Constituem direitos do preso, EXCETO:
a) Alimentação suficiente e vestuário
b) Previdência Social
c) Audiência especial com o representante do Ministério Público
d) Constituição do pecúlio
e) Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo
5. Nos termos do Artigo 146-B da Lei de Execução Penal, o juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
I. Aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou conceder progressão para tais regimes;
II. Autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
III. Aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a determinados lugares;
IV. Determinar a prisão domiciliar;
V. Conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.
Considerando exclusivamente as disposições da Lei de Execução Penal, estão corretas APENAS as hipóteses: Resposta: II e IV
6. Assinale, dentre as alternativas abaixo, qual reflete o resultado de sua análise:
I. Pode-se dizer que a crise no sistema penitenciário brasileiro é recente e momentânea, pois sempre serviu de modelo de eficiência aos demais países.
II. A população carcerária brasileira é composta na sua minoria de jovens. A maioria possui uma profissão e ensino médio concluído.
III. A superpopulação é um dos principais problemas no sistema carcerário em todo o país, com exceção do Maranhão, que apresenta como modelo de eficiência o Complexo de Pedrinhas.
IV. O alto número de prisão está necessariamente ligado ao aumento da criminalidade e não apenas a uma “cultura do encarceramento”.
V. O Rio de Janeiro, com a sua política de implantação das UPPs, deixou de constar na faixa de violência epidêmica.
Resposta: F-F-F-F-F
7. Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. No Brasil, as intenções sempre se voltaram para a prevenção do delito e controle da criminalidade.
II. Na política social, na prática, sempre

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