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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC MARCOS DALCUMUNE ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE COMPUTADORES PESSOAIS E EMPRESARIAIS EM RELAÇÃO AO USO DE SOFTWARES PIRATAS COLATINA 2010 1 MARCOS DALCUMUNE ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE COMPUTADORES PESSOAIS E EMPRESARIAIS EM RELAÇÃO AO USO DE SOFTWARES PIRATAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, sob orientação do Professor David Paolini Develly, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Sistemas de Informação. COLATINA 2010 2 MARCOS DALCUMUNE ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE COMPUTADORES PESSOAIS E EMPRESARIAIS EM RELAÇÃO AO USO DE SOFTWARES PIRATAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, sob orientação do Professor David Paolini Develly, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Sistemas de Informação. ORIENTADOR _________________________________________________ _________ David Paolini Develly, Professor do UNESC, Bacharel em Ciência da Computação e Especialista em Gestão Empresarial. AVALIADOR _________________________________________________ _________ Nota Colatina, ______ de _______________ de 2010. Nota 3 Primeiramente a Deus, pois sem Ele nada poderia ser realizado. A minha família por estar constantemente ao meu lado, aos meus amigos que me incentivaram e deram forças e ao meu orientador David e professores que me passaram os ensinamentos necessários para que este trabalho fosse concluído. 4 “Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.” Dalai Lama 5 RESUMO Este trabalho tem por principal objetivo verificar o conhecimento dos usuários de computadores tanto pessoais quanto empresariais em relação ao uso de softwares piratas. A pirataria é um dos crimes que mais preocupam e geram prejuízos atualmente. Com base em pesquisas, será mostrado se os usuários possuem um bom conhecimento sobre este crime virtual e também se conhecem os seus efeitos maléficos para a sociedade. Dentre todas as medidas que são tomadas para seu combate, será mostrado que a conscientização é a melhor maneirar para se combater esse crime. Palavras-chave: Pirataria de software, usuários, direito autoral, licenças, Internet, empresa. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Prejuízos dos países com a pirataria de software ............................... 23 Figura 2: Pirataria de software no mundo ........................................................... 24 Figura 3: Perdas geradas pela pirataria de software no Brasil ........................... 27 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Representação do conhecimento dos usuários sobre a pirataria de software ............................................................................................................. 37 Gráfico 2: Representação do uso de softwares piratas pelos usuários ............ 38 Gráfico 3: Representação do motivo que levou os usuários a usarem softwares piratas ............................................................................................... 39 Gráfico 4: Representação do conhecimento dos usuários sobre o custo do software original que deveria estar sendo usado no lugar do pirata ................. 40 Gráfico 5: Representação do conhecimento dos usuários sobre as vantagens de utilizar um software original .......................................................................... 40 Gráfico 6: Representação da opinião dos usuários para acabar com o comércio de pirataria de software ..................................................................... 41 8 LISTA DE SIGLAS ABES: Associação Brasileira das Empresas de Software BSA: Business Software Alliance (Aliança nos Negócios de Software) BSD: Berkeley Software Distribution (Distribuição de Software de Berkeley) INPI: Instituto Nacional de Propriedade Industrial ISO: International Organization for Standardization (Organização Internacional de Padronizações) GPL: General Public License (Licença Pública Geral) P2P: Peer to Peer (Ponto a Ponto) PC: Personal Computer (Computador Pessoal) SAM: Software Asset Management (Gestão de Ativos de Software) 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 1 SOFTWARE .................................................................................................... 13 1.1 DEFINIÇÃO DE SOFTWARE ....................................................................... 13 1.2 IMPORTÂNCIA DO SOFTWARE ................................................................. 13 2 DIREITO DE INFORMÁTICA .......................................................................... 14 2.1 PROTEÇÃO JURÍDICA AO SOFTWARE .................................................... 14 2.1.1 Proteção pelo sistema de patentes ........................................................ 15 2.1.2 Proteção pelo direito autoral .................................................................. 16 3 LICENÇAS DE SOFTWARE ........................................................................... 17 3.1 TIPOS DE LICENÇA DE SOFTWARE ......................................................... 17 3.1.1 GPL ........................................................................................................... 17 3.1.2 BSD ……………………………………………………………………………... 18 3.1.3 Copyleft ………………………………………………………………………… 18 3.1.4 Software Proprietário .............................................................................. 19 3.1.4.1 Freeware ................................................................................................. 19 3.1.4.2 Shareware …………………….…………………………………..…………. 19 3.1.4.3 Trial ......................................................................................................... 20 3.1.4.4 Demo ...................................................................................................... 20 3.2 SOFTWARE LIVRE ...................................................................................... 20 4 PIRATARIA ..................................................................................................... 22 4.1 PIRATARIA DE SOFTWARE ....................................................................... 22 4.1.1 Tipos de pirataria de software ................................................................ 24 4.1.2 Motivos que levam a pirataria de software ........................................... 25 4.1.3 Como se proteger da pirataria de software ........................................... 26 4.1.4 Efeitos da pirataria de software ............................................................. 27 4.2 A INTERNET E A PIRATARIA DE SOFTWARE .......................................... 29 4.2.1 Redes P2P e Bittorrent ............................................................................ 30 4.2.1.1 Programas P2P e problemas judiciais .................................................... 31 4.3 LEIS ANTIPIRATRIAE SUAS PENALIDADES ............................................ 32 4.4 FISCALIZAÇÃO ............................................................................................ 33 4.5 ÓRGÃOS FISCALIZADORES DA PIRATARIA DE SOFTWARE.................. 34 10 4.5.1 ABES ......................................................................................................... 35 4.5.2 BSA ........................................................................................................... 35 4.6 VANTAGENS DO USO DE SOFTWARES ORIGINAIS ............................... 36 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................. 37 5.1 USUÁRIOS COMUNS .................................................................................. 37 5.2 USUÁRIOS EMPRESARIAIS ....................................................................... 42 CONCLUSÃO .................................................................................................... 44 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 46 ANEXO I - LEI 7.646 ........................................................................................ 50 ANEXO II - LEI 9.609 ......................................................................................... 64 ANEXO III - LEI 10.695 ...................................................................................... 73 ANEXO IV - NOTÍCIA: BRASIL É O 5º NO RANKING DE PREJUÍZOS COM A PIRATARIA ..................................................................................................... 78 ANEXO V - NOTÍCIA: PIRATARIA DE SOFTWARE CASUSA PREJUÍZO DE R$ 1,1 BI EM SP ................................................................................................ 79 ANEXO VI - NOTÍCIA: PIRATARIA DE SOFTWARE GERA PERDA DE US$53 BI ............................................................................................................ 82 ANEXO VII - ENTREVISTA REALIZADA COM FUNCIONÁRIOS DA BSA SOBRE A FISCALIZACAO DE SOFTWARES PIRATAS ................................. 83 ANEXO VIII - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS USUÁRIOS COMUNS ........ 86 ANEXO IX - QUESTIONÁRIO APLICADO PARA ENTREVISTA COM OS USUÁRIOS EMPRESARIAIS ............................................................................ 87 11 INTRODUÇÃO Conhecida como crime moderno, a pirataria consiste em realizar a venda ou distribuição de produtos e serviços sem o conhecimento de seus autores, é considera crime, pois infringe as leis referentes ao direito autoral. Tomou proporções maiores à medida dos avanços da tecnologia, onde um de seus maiores aliados é a Internet que é usada para distribuição e aquisição de produtos piratas. Ao adquirir esses produtos o consumidor acaba pondo em risco sua própria segurança e saúde, pois a pirataria não oferece durabilidade, segurança ou eficiência. A pirataria também gera enormes prejuízos para toda a sociedade, ela afeta a economia com os prejuízos gerados através dos produtos e serviços que não são registrados, pois esses tipos de produtos acabam não fazendo contribuições fiscais, onde os impostos que poderiam ser recolhidos seriam investidos na sociedade. Dentre o enorme mercado dos produtos piratas existem os softwares piratas, que são resultados de outro tipo de pirataria; a pirataria de software. Ela consiste na prática ilegal de distribuição de cópias de programas protegidos pelos direitos autorais. Teve início com a criação e expansão dos microcomputadores a partir da década de setenta. No momento que um software é pirateado, além dos desenvolvedores serem prejudicados os consumidores também são atingidos. Quando um desses softwares são instalados em seu computador podem trazer enormes danos ao equipamento como ameaças a privacidade e segurança através de infecções por vírus. Os usuários que trabalham com softwares piratas não podem usufruir de um suporte técnico, pois estes programas na maioria das vezes não possuem uma documentação adequada, ocasionando ao usuário a perda de algumas funções que o software original poderia oferecer, além de não poderem receber atualizações de aperfeiçoamento. A finalidade desta pesquisa é analisar o conhecimento dos usuários de computadores a respeito do uso de softwares piratas. Para a captação dos dados deste trabalho será realizada uma pesquisa teórica, através da revisão das publicações existentes sobre pirataria digital disponibilizadas em meios bibliográficos e digitais. Será realizada ainda, duas pesquisas de campo através de entrevistas com usuários de computadores comuns e também com usuários responsáveis pelo uso dos programas nas empresas onde atuam, 12 buscando informações sobre o assunto tratado neste trabalho que serão apresentados através de relatos e/ou gráficos e contribuirão para a formulação da conclusão da pesquisa. A pirataria de software é um tema que está muito presente em nossa realidade, pois com o aumento do uso da Internet as pessoas estão dando menos importância para os softwares genuínos. A pesquisa está totalmente voltada à área de Sistemas de Informação, que trabalha com a criação de softwares. Assim, o profissional que trabalha nesse ramo poderá estar visualizando o conhecimento e opiniões das pessoas que um dia poderão ser seus clientes a respeito do uso dos softwares. 13 1 SOFTWARE 1.1 DEFINIÇÃO DE SOFTWARE De acordo com PRESSMAN (2006), software é um produto criado por profissionais; geralmente engenheiros, também conhecido como programa de computador. Tem por finalidade serem executados em qualquer computador independente de tamanho e plataforma. Seu principal objetivo é entregar um dos principais produtos de nossa atualidade, a informação. O software tem a capacidade de transformar qualquer tipo de dado, seja pessoal ou não, em um tipo de informação que seja mais viável no contexto que esteja sendo utilizado, ele organiza de melhor forma as informações para que possam ser melhores utilizadas e aproveitadas (PRESSMAN, 2006). 1.2 IMPORTÂNCIA DO SOFTWARE No início da era da informática o principal desafio era desenvolver hardware que gerava um menor custo para o processamento e armazenamento das informações, após os avanços tecnológicos e principalmente no setor da microeletrônica esse desafio foi sendo resolvido. Atualmente o problema tomou caminhos diferentes onde o principal desafio é melhorar a qualidade e reduzir o custo de implementações para computador, algo que é feito através dos softwares (PRESSMAN, 2006). Ao longo dos anos percebemos a diferença da evolução dos computadores. O poder de um computador mainframe da década de 1980 agora está à disposição sobre uma escrivaninha. As assombrosas capacidades de processamento e armazenagem do moderno hardware representam um grande potencial de computação. O software é o mecanismo que nos possibilita aproveitar e dar vazão a este potencial (PRESSMAN, 1995, p. 4). 14 2 DIREITO DE INFORMÁTICA Nas últimas décadas, o ser humano presenciou uma incrível revolução tecnológica, essa revolução trouxe profundas modificações econômicas, sociais, políticas e culturais. Para haver esse grande avanço tecnológico as empresas tiveram que se empenhar muito para chegarem a seus objetivos, porém esses avanços não foram surgindo de forma pacífica, enquanto pequenas empresas se tornavam grandes impérios na área que atuavam outras desmoronavam à medida que os gastos e a tecnologia mudavam. Com várias empresas tentando se estabelecer financeiramente em um mesmo ramo começaram a surgir disputas e rivalidades onde vários processos foram aparecendo nos tribunais envolvendo a área da informática. O direito de informática surgiu para resolver esses problemas judiciais(PAESANI, 1997). O direito da informática é o conjunto de normas e instituições jurídicas que pretendem regular aquele uso dos sistemas de computador – como meio e como fim- que podem incidir nos bens jurídicos dos membros da sociedade; as relações derivadas da criação, uso, modificação, alteração e reprodução do software; o comércio eletrônico, e as relações humanas realizadas de maneira sui generis nas redes, em redes ou via Internet (PAIVA, 2009, p.4). 2.1 PROTEÇÃO JURÍDICA AO SOFTWARE O software ou programa de computador é uma obra com finalidades técnicas resultante do trabalho e dedicação de um programador, sendo em equipe ou individual que não pode ser catalogado com uma invenção. A proteção jurídica assegura que os criadores desses softwares possam usufruir dos direitos morais sobre sua criação e tenham direito a uma remuneração. Os problemas envolvendo os programas de computadores foram abordados de formas diferentes entre os países, pois eles tinham características especiais e suas ligações com a lógica os diferenciavam de um país para outro. Em algumas dessas abordagens não existiam proteção ao software, ou eles apenas tinham alguma proteção parcial de autoria. Porém havia uma relação entre as diferentes abordagens onde o interesse econômico não era apenas dos programadores, mas também das empresas de 15 softwares e fabricantes de computadores, este interesse de todas as partes acabou ocasionando a busca de proteções competentes para os programas de computadores (PAESANI, 1997). É manifesto que, quando um programa de computador é utilizado para fazer funcionar um computador, a proteção que a lei sobre o direito do autor prevê levanta todas as dificuldades imagináveis: fixação, reprodução, publicação, qualidade de autor etc. e coloca-se a questão fundamental de saber se o programa entra de maneira conveniente na categoria definida do direito de autor (PAESANI, 1997, p. 48). 2.1.1 Proteção pelo sistema de patentes Através do sistema de patentes é possível fazer a proteção do projeto ou idéia que foram usados para chegar à conclusão de um processo. As patentes garantem a seus autores que outras pessoas não possam aproveitar de suas idéias ou invenções dizendo serem autoras da mesma. No ramo da programação, o objeto a ser patenteado é o primeiro disco com o software que foi projetado. No início das elaborações das leis relacionadas às patentes de programas houve algumas divergências, pois estudiosos da área do direito diziam que os programas eram produtos abstratos, ou seja, não tinham um contato direto com o seu consumidor e os discos que eles se encontravam não eram novidade. Em razão dos programas serem muito ligados a natureza intelectual de quem os faziam, ficava muito difícil patenteá-los, pois os propósitos do direito diziam que essa natureza humana não era patenteável. Com esses problemas a convenção de patentes acabou excluindo os softwares da proteção por patentes. Sendo assim, os programadores e as empresas de softwares alegaram que o tipo de técnica utilizada para fazer os programas e a maneira que o programa fazem o computador funcionar eram considerados patenteáveis (PAESANI, 1997). 16 2.1.2 Proteção pelo direito autoral É necessário fazer uma proteção dos conhecimentos que foram adquiridos e usados durante a elaboração de um software para que futuramente o seu autor não seja surpreendido em descobrir algum software similar ao que ele projetou. Essa proteção será realizada pelo INPI. O direito autoral tem como finalidade através da Lei nº 7.646/87 disponível no Anexo I, dizer que o criador da obra tem o direito de protegê-la da pirataria, onde são feitas cópias das informações técnicas que foram usadas para finalizar seu projeto evitando o surgimento de softwares que sejam parecidos com o de sua autoria (WEIKERSHEIMER, 2000). 17 3 LICENÇAS DE SOFTWARE As licenças de software servem para especificar ao usuário o que pode ser realizado ou não pelo programa que esteja usando, tais como suas limitações e recursos que podem ser usados e a sua distribuição obedecendo a uma série de circunstâncias. Geralmente essas licenças podem ser observadas no próprio site do projeto ou software, dentro do código fonte do programa ou na embalagem do software quando adquirido em lojas (HOW STUFF WORKS, 2010). Atualmente estamos observando o aparecimento de novos programas denominados softwares livres, que estão se destacando cada vez mais dentro dos negócios de softwares, nesses programas o usuário não tem nenhuma restrição de como usá-lo, podendo fazer até alterações para adaptá-lo às suas necessidades. 3.1 TIPOS DE LICENÇA DE SOFTWARE Existem vários tipos de licença de software, onde cada uma tem sua limitação e suas restrições de como o usuário irá trabalhar com o software. 3.1.1 GPL Criada no final da década de 1980 por Richard Satllman é uma das licenças mais utilizadas dentre os programas baseados na categoria de software livre, um dos mais conhecidos que adotam essa licença é o Linux (UOL TECNOLOGIA, 2010). Com essa licença há a possibilidade de serem feitas cópias do programa e serem instaladas na quantidade de computadores que o usuário desejar. Ela impede que um software livre seja integrado a um software proprietário garantindo assim os direitos autorais, também restringe que as liberdades do software livre sejam 18 limitadas fazendo com que o software seja distribuído sempre da mesma forma que foi adquirido, de maneira livre. (INFO WESTER, 2010). 3.1.2 BSD As licenças BSD começaram a ser utilizadas nos softwares desenvolvidos pela Berkeley Software Distribution. Nessa licença é mantido o direito dos autores originais, porém ela não limita que o programa seja modificado, ou seja, o usuário deve ter o conhecimento que o programa que está utilizando tem direitos autorais, mas mesmo assim ele pode fazer alterações em seu código fonte quando disponível para adaptá-lo às suas necessidades. Sua principal diferença em comparação a licença GPL é que não é necessário que o código fonte esteja incluso no programa. Também é conhecida pelo nome de copycenter (UOL TECNOLOGIA, 2010). Para os desenvolvedores do programa original, baseado nessa licença, alguns fatos podem ser desvantajosos, pois outras pessoas podem utilizar seus códigos fontes, quando disponibilizados, para criar programas proprietários que possam competir com o software original. Essa disputa se torna ainda mais desigual porque o criador do software proprietário pode utilizar as melhorias do software livre, já o desenvolvedor do software livre não pode utilizar as melhorias incluídas no software proprietário. Um exemplo de software que teve grande destaque dentro da licença BDS foi o sistema operacional da Apple®, o Mac OSX, que é um software proprietário que foi desenvolvido com base nos códigos do FreeBSD, um sistema operacional livre do tipo Unix. (GUIA DO HARDWARE, 2010). 3.1.3 Copyleft Licença presente em alguns softwares livres, não há limitações em relação a cópias, modificações e utilização do software, sua única barreira está relacionada a utilizações do programa de forma não autorizada. As licenças do tipo GPL são exemplos que se baseiam nas características da copyleft. O centro do sistema 19 operacional Linux, também conhecido como Kernel Linux, é um exemplo de software que se baseia na licença copyleft. (UOL TECNOLOGIA, 2010). 3.1.4 Software Proprietário São os softwares que o autor impõe restrições do determinado grau que desejar. Modificação, cópias ou distribuição estão proibidas para esses programas, para utilizá-los é necessário ter permissão ou pagar por sua licença. O software proprietário está dividido em quatro categorias de licença: Freeware, shareware, trialou demo (UOL TECNOLOGIA, 2010). 3.1.4.1 Freeware São os softwares onde o usuário não precisa pagar para utilizá-lo. Mesmo o software sendo gratuito existe alguns fatos que devem ser observados. Na maioria desses programas existem contratos de licenciamento que geralmente vem integrado na sua instalação que devem ser aceitos pelo usuário para que a instalação seja finalizada, no contrato está descrito se o programa possui limitações e quais os tipos de usuários que podem trabalhar com o programa, pois existem casos onde o programa só é do tipo gratuito para uso acadêmico, pessoal, governamental ou militar. Portanto este contrato deve ser bem lido (ITEC TALK, 2010). 3.1.4.2 Shareware Essa licença impõe algumas limitações ao software que a esteja usando. Essas limitações podem depender de cada tipo de desenvolvedor. As mais comuns são: Limitações das funções, onde o usuário não pode usufruir de todas as funções que o programa oferece e a limitação do tempo de uso que faz com que o programa 20 funcione a quantidade de dias que o desenvolvedor limitou. Para que estas limitações sejam eliminadas o usuário deve registrar o programa, para tal ele tem que pagar ao criador ou empresa responsável pelo programa (UTILIDADES ÚTEIS, 2010a). 3.1.4.3 Trial Essa licença tem como função fazer que os softwares possam ser usados em versão de testes. Sendo assim, ele estará limitado em tempo de funcionamento, geralmente são trinta dias de uso para que o usuário tenha a experiência se o software será útil para ele (UOL TECNOLOGIA, 2010). 3.1.4.4 Demo A licença demo também possibilita ao programa ser usado em fases de testes, ela funciona como um tipo de demonstração, onde o usuário pode utilizar algumas das funções do programa original ou pode ser limitado no tempo de uso. As empresas desenvolvedoras utilizam muito essa licença antes de lançarem a versão original para verificar se o software que estão desenvolvendo atenderá bem aos usuários (UTILIDADES ÚTEIS, 2010b). 3.2 SOFTWARE LIVRE Criados pela empresa Free Software Foundation são os softwares que não possuem restrições em relação ao seu uso, podendo assim ser modificado e copiado sem qualquer problema. Os programas denominados livres podem ser divididos em duas categorias. Software em domínio público, que ocorre quando o autor ou criador do software renuncia aos direitos sobre seu produto, fazendo com 21 que este se torne um bem comum. Outro tipo de software livre é quando o autor faz combinações com licenças presentes dentro do software livre que geralmente são licenças GPL ou BSD, quando o autor toma essa decisão é garantido os direitos autorais para ele ou para a organização (BR-LINUX.ORG, 2010). Para um software ser de natureza denominado software livre deve obedecer simultaneamente quatro tipos de liberdade que foram definidas pela Free Software Foundation: Liberdade em execução do programa para qualquer fim que o usuário desejar; Liberdade de o software ser estudado e modificado, sendo assim seu código fonte deve ser aberto; Liberdade para que possa ser redistribuído cópias a fim de ajudar o próximo; Liberdade de melhorar o programa fazendo com que esses melhoramentos sejam liberados para beneficiar toda a comunidade (BR-LINUX.ORG, 2010). A liberdade de usar um programa significa que qualquer usuário, seja físico ou jurídico, possa utilizá-lo em qualquer plataforma operacional para qualquer atividade que desejar sem haver a necessidade de autorização do desenvolvedor. Já na liberdade de redistribuição de cópias, deve haver juntamente com o programa, os códigos fontes tanto para o original quanto para o modificado. A principal característica dos softwares livres é a presença do código fonte aberto. Podem ser comercializados como qualquer outro software comum, podendo assim ter desenvolvimento e distribuição comercial (FUNDAÇÃO SOFTWARE AMÉRICA LATINA, 2010). Quando é falado sobre softwares livres, rapidamente é lembrado dos softwares gratuitos (freeware), porém essas duas categorias de softwares não são iguais como várias pessoas pensam. Como foi citado no software livre, há a presença do código fonte disponível para o usuário estudá-lo ou modificá-lo. Já no software gratuito a única semelhança é que o usuário não precisa pagar para usá-lo, porém ele não tem acesso ao código fonte fazendo com que o mesmo não possa ser alterado ou estudado. O usuário deve apenas usá-lo pela forma como ele foi criado (INFO WESTER, 2010b). 22 4 PIRATARIA A pirataria tem como objetivo fazer a distribuição ou vendas de produtos ou serviços sem o conhecimento de seus autores. É considera crime, pois infringe as leis referentes ao direito autoral. Também conhecida como o crime do século XXI, foi tomando proporções maiores à medida dos avanços da tecnologia, onde um de seus maiores aliados é a Internet que é usada para distribuição e aquisição de produtos piratas. Ao adquirir um produto pirata o consumidor acaba pondo em risco sua própria segurança e saúde, pois a pirataria não oferece durabilidade, segurança ou eficiência. Para a economia a pirataria gera enormes prejuízos, pois os produtos e serviços não são registrados e acabam não fazendo contribuições fiscais, onde os impostos que poderiam ser recolhidos seriam investidos na sociedade (BRASIL ESCOLA, 2009). No campo da informática a principal área lesada com a pirataria é a indústria de software, onde os crimes são conhecidos como pirataria de software. 4.1 PIRATARIA DE SOFTWARE A pirataria de software teve início com a criação e expansão dos microcomputadores a partir da década de setenta. Pirataria de Software é a prática ilícita, caracterizada pela reprodução ou uso indevido de programas de computador, legalmente protegidos, em outras palavras. É a reprodução ou utilização, não autorizada, de softwares de outrem, uma falsificação enfim (ORRICO, 2004, p.59). A pirataria pode ser classificada de acordo com sua finalidade de violação, meios utilizados ou o tipo de violação. No momento que um software é pirateado, além dos desenvolvedores serem prejudicados, os consumidores também são atingidos, pois quando um desses softwares são instalados em seu computador podem trazer enormes danos ao equipamento, como ameaças a privacidade e segurança através de infecções por vírus. O usuário que trabalha com softwares piratas não pode usufruir de um suporte técnico, geralmente não possuem uma documentação adequada, ocasionando ao 23 usuário a perda de algumas funções que o software original poderia oferecer, além de não poderem receber atualizações de aperfeiçoamento (MALIMA CONSULTORIA, 2009). Com a pitaria os desenvolvedores acabam levando prejuízos financeiros tanto no projeto que foi pirateado quanto nos projetos futuros. A maioria dos desenvolvedores investem uma parte da renda obtida com as vendas dos softwares em projetos que visam os melhoramentos dos softwares no futuro, assim quando um programa é pirateado o custo de desenvolvimento de novos software fica maior, resultando em uma perda geral para a sociedade (MALIMA CONSULTORIA, 2009). Através da Figura 1 pode-se observar as perdas de alguns países com a pirataria de software. Figura 1 – Prejuízos dos países com a pirataria de software Fonte: <http://www.baixaki.com.br/imagens/materias/2804/7891.jpg>. Acesso em: 30 Out. 2009. No anexo IV é mostrado que o Brasil no ano de 2009 sofreu prejuízos de US$ 2,25 bilhões com a pirataria de software, passando da 9ª posição para a 5ª. 24 Na Figura 2 é possível verificar o uso de softwares piratas no mundo. Figura 2 – Pirataria de software no mundo Fonte: <http://www.baixaki.com.br/imagens/materias/2804/51344.jpg>. Acesso em: 30 Out. 2009. Ao analisar a Figura 2 percebem-se asdiferenças existentes entre as regiões. Na América do Norte e Europa Ocidental os índices de pirataria de software são os mais baixos em virtude do poder aquisitivo da população ser maior e os preços dos programas serem reduzidos, além de haver uma maior fiscalização contra a pirataria. Já nas outras regiões o índice é maior pelo fato do poder aquisitivo da população se menor e os preços dos softwares serem bem mais elevados (BAIXAKI, 2009). 4.1.1 Tipos de pirataria de software Com os avanços tecnológicos a pirataria pode ser realizada de diversas maneiras, que podem ser feitas desde um usuário comum até pessoas especializadas em crimes virtuais. Pirataria do usuário final: Ocorre quando usuários compram um software original e começam a copiá-lo sem a devida licença e começam a fazer uma distribuição informal. Podem ocorrer em empresas que compram um determinado número de licenças que não são suficientes para todos seus 25 usuários e acabam fazendo cópias extras ou também entre usuários leigos que ficam passando cópias falsificadas entre si (MICROSOFT, 2009). Pirataria de revendedor: Essa pirataria acontece quando um revendedor mal intencionado faz a distribuição de um único software para usuários diferentes, geralmente este tipo de pirataria acontece na compra de computadores novos onde os principais softwares violados são sistemas operacionais e programas que já vem carregados no computador. O usuário não recebe nenhum tipo de mídia com o programa e tão pouco a sua licença (MALIMA CONSULTORIA, 2009). Falsificação: São cópias ilegais de softwares que são distribuídas como se fossem originais em embalagens falsificadas que imitam as originais. Geralmente esses tipos de softwares vêm acompanhados de registros ou números de séries falsificados. Esse tipo de pirataria tem o objetivo de enganar o usuário final (MICROSOFT, 2009). Cracking: É a maneira de conseguir acesso ilegal a um software original. Está muito presente na Internet, existem sites especializados para baixar cracks de diversos programas. Na maioria das vezes os programas de cracks funcionam através da geração de códigos de licença para um software pirata ser identificado como original (BORLAND, 2009). Pirataria pela Internet: É o tipo de pirataria que mais preocupa as empresas de softwares, usuários disponibilizam na rede programas com direitos autorais para outros usuários copiarem sem ter a licença legal. Outra maneira que pode ocorrer essa pirataria é através de compras de softwares originais com cartões de crédito roubados ou clonados. A pirataria pela Internet é um grande obstáculo no ramo das indústrias de softwares, pois as técnicas usadas pelos piratas estão cada vez mais sendo implementadas e sofisticadas, gerando assim um grave problema para sua detecção (MALIMA CONSULTORIA, 2009). 4.1.2 Motivos que levam a pirataria de software Existem vários motivos que levam a uma pessoa cometer a pirataria com softwares, em relação à área jurídica ela é considerada um crime menor, porém o 26 principal motivo está ligado com a economia e lucros. O vendedor de softwares piratas pode obter um lucro máximo em suas vendas, pois somente tem gastos com os meios de reprodução que geralmente são muito baratos, ao contrário dos vendedores autorizados que tem gastos com impostos e várias outras taxas (DEWES, 2010). Para os compradores a pirataria chama a atenção também pelo custo, pois um software pirata é na maioria das vezes muito mais barato que o software original, porém o comprador acaba não se importando com a garantia e qualidade do produto adquirido. Pesquisas realizadas mostram também que a pirataria chama muitas vezes a atenção do comprador pelo motivo de chegarem muitas vezes no mercado antes do produto original (DEWES, 2010). 4.1.3 Como se proteger da pirataria de software O fato de a pirataria estar cada vez mais tomando proporções maiores as empresas de desenvolvimento disponibilizaram algumas informações que ajudam o usuário a identificar os softwares piratas. Ao receber algum tipo de oferta por e-mail e perceber que o preço está abaixo do normal faça uma verificação se o site que enviou a oferta é autorizado ou bem conceituado. Geralmente propostas que oferecem descontos superiores a 20% são feitas por empresas de pirataria. Se for realizar a compra do software pela Internet sempre escolha o site de um revendedor autorizado. Em dúvida de alguma proposta, verificar no site da empresa desenvolvedora do software se o anunciante é registrado. Caso for adquirir um software em alguma loja, verificar se o produto vem com toda a documentação como nota fiscal, termos de autenticidade, chaves de acesso e contratos que regem a legalidade do programa (ADOBE, 2009). Mesmo com todas essas informações é difícil evitar as fraudes com a pirataria, assim o usuário deve sempre estar atendo para não se tornar mais uma vítima deste crime. Se perceber que está tentando ser enganado, o usuário pode fazer uma denúncia contra a piraria de software junto ao órgão competente, neste caso o INPI. 27 4.1.4 Efeitos da pirataria de software Um dos maiores impactos causados pela pirataria de software está relacionado à arrecadação de impostos. A Figura 3 mostra o índice de perdas gerados pela pirataria de software no Brasil (Pereira et al, 2010). Figura 3 – Perdas geradas pela pirataria de software no Brasil Fonte: <http://www.assespropr.org.br/uploadAddress/Prejuizos_Causados_pela_pratica_da_pirataria. pdf>. Acesso em: 18 Mai. 2010. O anexo V mostra que o estado de São Paulo teve prejuízo de R$1,1 bilhões no ano de 2008, além dos prejuízos em valor monetário é possível observar o impacto gerado por esse tipo de pirataria em relação à geração de empregos, pois através da pesquisa realizada percebeu-se que se a pirataria de software fosse reduzida dos 58%, que se encontra atualmente, para 50% a região geraria mais de 19,5 mil empregos diretos e indiretos. Além do impacto causado no setor econômico a pirataria de software causa grandes prejuízos para os autores e empresas criadoras de softwares, pois eles acabam investimento muito em seus projetos e não alcançam o retorno esperado. Isso faz com que tenham que cortar os gastos para não estourarem seu orçamento, geralmente esses cortes começam com a diminuição de empregados, mostrando que mais uma vez a pirataria de software acaba prejudicando a sociedade. A pirataria também compromete o desenvolvimento de programas futuros, isso acontece porque quando o software original está sendo vendido é investida uma 28 parte da renda em projetos de melhoria e desenvolvimento de programas que ainda serão criados (MALIMA CONSULTORIA, 2010). O consumidor que adquire um software pirata também corre muitos riscos ao instalá-lo em sua máquina, pois esses programas podem conter vários erros, além de gerar danos a arquivos do usuário, infecções por vírus, entre outros inúmeros danos podendo comprometer sua privacidade e segurança. Além dos riscos que o usuário corre, ele não pode usufruir de todos os recursos que poderia usar se tivesse um software original. Geralmente um software pirata não possui documentação regular, sendo assim ele dificilmente oferece pacotes de atualizações, suportes técnicos ou outros serviços que possam ajudar o usuário (MALIMA CONSULTORIA, 2010). Por fim, segundo a Microsoft®, os principais riscos que podem ser destacados decorrentes do uso de softwares piratas são: Qualidade - O software pirata geralmente está desprovido dos principais recursos e documentação, não proporcionando aos usuários qualquer garantia ou opções de atualização. Vírus - CDs não devidamente testados poderão estar infectados com vírus que irão danificar seu disco rígido ou contaminar a rede, além de não contarem com os inerentes benefíciosde suporte técnico do software original. Riscos para as empresas - a cópia ou o uso de software copiado ilegalmente no local de trabalho coloca toda a empresa sob risco de infringir a legislação de direitos autorais. O software pirata põe a perder muitos recursos da empresa, quer por sua baixa funcionalidade ou pelo risco de vírus, aumentando significativamente os custos de TI (MICROSOFT, 2010). Podemos perceber que a pirataria de software afeta praticamente a todos, desde o simples usuário que utiliza o software até as grandes empresas que criaram o software original além de afetar inúmeros setores como a economia, segurança de informações, sociedade, etc. O anexo VI mostra que a pirataria de software vem crescendo ao passar dos anos em todo mundo chegando a gerar prejuízos de US$ 53 bilhões. Pesquisas mostraram que o uso de programas não licenciados passou de 37% em 2007 para 41% em 2008. 29 4.2 A INTERNET E A PIRATARIA DE SOFTWARE A Internet nada mais é do que um meio de comunicação através do qual, mediante a utilização de hardware e software adequados e de um outro meio de comunicação que lhe dá suporte, se realiza o envio e o recebimento de textos, imagens e sons em tempo real. Em outras palavras, a Internet é um simples meio de comunicação, que depende de um outro meio de comunicação (ORRICO, 2004, p. 35 e 36). Com este meio de comunicação foi possível realizar inúmeras atividades destacando as áreas de entretenimento, informação e comercial. Tornou-se o mais importante e mais eficaz veículo de comunicação da atualidade. A Internet provocou profundo impacto na sociedade com suas ferramentas e possibilidades de comunicação (MONTENEGRO, 2003). A Internet trouxe inúmeros benefícios em diversas áreas que estão presentes em nosso cotidiano, temos como exemplo o comércio eletrônico que acontece quando uma transação comercial é realizada através da Internet. Esse tipo de comércio está em profunda expansão mundial, pois possibilitou que empresas possam vender e entregar seus produtos sem nenhuma limitação de espaço geográfico (ORRICO, 2004). Com as inúmeras funções benéficas que a Internet pode exercer em nossa vida e sociedade, ela também vem sendo utilizada para provocar danos e prejuízos as pessoas. Criminosos virtuais vêm surgindo constantemente nesse grande meio de comunicação a fim de aplicarem golpes e diversos crimes a fim de se beneficiarem. Do mesmo modo que a Internet deu capacidade para os autores disseminarem seus produtos e chegarem mais rápidos a seus clientes, ela também tornou-se a principal ferramenta para a pirataria de software, pois com ela é possível fazer com que os programas pirateados possam ser distribuídos mais facilmente e com grande agilidade, além de ter baixo custo e ter um retorno de investimento e lucro muito alto. Geralmente para se iniciar um negócio pirata pela Internet é preciso ter somente um computador conectado a Internet, gravador de CD/DVD com algum software para gravação e outro software de compartilhamento para distribuir os softwares pela Internet (BAIXAKI, 2010). Sabendo que a Internet funciona graças a inúmeros computadores conectados e também pelo trabalho de inúmeras pessoas e organizações como administradores 30 de redes, provedores, sites, usuários e a terceiros que trabalham para seu funcionamento, torna-se muito difícil encontrar o infrator do crime virtual fazendo assim que a maioria dos criminosos não sejam punidos. (MONTENEGRO, 2003). 4.2.1 Redes P2P e Bittorrent Segundo o portal de notícias da Globo, redes P2P pode ser definida: Sigla para "peer to peer" (em português, ponto a ponto), é o nome dado aos diversos serviços de compartilhamento de arquivos pela Internet. Em vez de serem armazenados em um computador central, os arquivos distribuídos ficam disponíveis diretamente do PC de quem utiliza o serviço (G1, 2010). Para a utilização das redes P2P o usuário deve ter instalado em seu computador o programa de compartilhamento P2P, que são os softwares responsáveis por fazer as pesquisas e downloads dentro da rede. Esses programas geraram grande facilidade para a expansão da pirataria de software pela Internet. Com eles foi possível compartilhar arquivos muito mais rápidos e como esse compartilhamento é feito entre os próprios usuários, sem a necessidade de um de um mediador, a obtenção de softwares piratas torna-se praticamente gratuita (DEWES, 2010). Dentre o compartilhamento P2P destaca-se a tecnologia BitTorrent que pode ser defino como “um protocolo que permite o compartilhamento de qualquer tipo de arquivo” (INFO WESTER, 2010a). Essa tecnologia ganhou muito destaque, pois é capaz de oferecer muitas ferramentas para o compartilhamento além de ser rápida e estável. Portando percebemos que cada vez mais surgem serviços e aplicativos que ajudam a pirataria a se difundir, tornando o seu controle cada vez mais difícil (INFO WESTER, 2010a). 31 4.2.1.1 Programas P2P e problemas judiciais Existem vários programas de compartilhamento utilizando redes P2P atualmente, porém uns funcionam normalmente e outros não. A maior parte dos programas que pararam de funcionar geralmente tiveram problemas judiciais com indústrias fonográficas, mercado que mais sofre com o compartilhamento de arquivos ilegais. Os outros programas que continuam funcionando alegam que possuem filtros para combater a transferências de arquivos ilegais e que não é possível fazer um monitoramento sobre cada serviço que um usuário faz dentro da rede do programa, pois cada busca dentro da rede P2P pode ter inúmeras funções úteis quando se faz o compartilhamento, fazendo que seja praticamente impossível monitorar se o arquivo é protegido ou não (INFO, 2010). Nos últimos anos foi anunciado o fechamento de muitos servidores de compartilhamentos de arquivos, programas P2P que pararam de funcionar, ao qual podemos dar destaque ao software da empresa Sharman Netwoks®, o Kazaa©. O programa Kazaa© ganhou destaque dentro do tema da pirataria pelo processo que sofria com a indústria fonográfica da Austrália, cuja decisão do juiz foi de que o programa parasse com o compartilhamento de arquivos piratas ou arquivos com copyright. Para não ser fechado, ele deveria oferecer filtros que impedissem a troca desses tipos de arquivos até a data estipulada pelo juiz. Porém, a empresa responsável pelo programa não cumpriu a ordem da justiça e bloqueou o software de se conectar com a rede de trocas de arquivos, fazendo com que parasse de funcionar até uma próxima audiência (Meio Bit, 2010). Vários programas já pararam de funcionar com problemas parecidos com o Kazaa©, um exemplo é o Emule© que já teve vários de seus servidores fechados por motivos de transferências de arquivos ilegais. A cada dia, surge nas cortes judiciais mais processos envolvendo programas P2P, envolvendo basicamente sempre o mesmo problema, transferências ilegais de arquivos. Noticias mostram que o programa que está enfrentando esse tipo de problema recentemente é o Lime Wire© com processos envolvendo a indústria fonográfica americana (INFO, 2010). 32 4.3 LEIS ANTIPIRATRIA E SUAS PENALIDADES Existem cerca de cinco leis na constituição que visam proteger os direitos autorais e intelectuais, dentre essas leis as que mais destacam-se no ramo de software é a lei nº 9.609 de 19 de Fevereiro de 1998 e a lei nº 10.695 de 1de Julho de 2003. A lei nº 9.609 trata da proteção da propriedade intelectual de programas de computador, como deve ser feita sua comercialização, a proteção sobre os direitos autorais do proprietário, garantias e proteções sobre o usuário e também trata das penalidades e infrações (DEWES, 2010). Em mais detalhes a lei nº 9.609 define e penaliza: Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual deprograma de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei. § 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação. § 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cinqüenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. § 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro. § 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda, aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes. § 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa. CAPÍTULO V DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador: 33 Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa. § 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente: Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa. § 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral. § 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo: I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público; II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo. Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito. (PRESIDENCIA FEDERATIVA DO BRASIL, 2010a) A lei nº 10.695 também trata dos direitos autorais e intelectuais, seu principal objetivo foi atualizar as leis que existiam, pois tratou algumas brechas que existiam entre as leis mais antigas em relação à Internet. Suas penalidades são as mesmas definidas pela lei 9.609. (Dewes, 2010). Nos anexos II e III encontram-se as leis nº 9.609 e nº 10.695 por completas. 4.4 FISCALIZAÇÃO Com o avanço da tecnologia, novos métodos de pirataria vêm surgindo a cada momento, portanto os órgãos fiscalizadores estão sempre adotando táticas para expandir e melhorar o mercado de softwares legais. Segundo a BSA, as principais táticas adotadas são: Investigações e Cumprimento da lei: A BSA, anualmente, solicita e recebe milhares de relatos de alegação de pirataria de software enviados por usuários finais, revendedores, oficiais de justiça, funcionários de 34 companhias e de associações filiadas. A BSA investiga essas pistas e – quando necessário e apropriado – entra com processos para impedir a pirataria de softwares. A BSA encaminha alguns casos particularmente mais notáveis para as autoridades responsáveis por processos criminais. A luta contra a Pirataria estabelecida pela Internet: A BSA usa a mais moderna tecnologia para rastrear a distribuição de programas piratas via Internet, feitas através de sites leilão on-line, sites entre colegas e outros canais da Internet. A cada ano, a BSA emite e envia milhares de solicitações a provedores de serviços de Internet e gerentes de sites na Web pedindo que removam os softwares piratas de seus sites. SAM: A BSA prove ferramentas e recursos para ajudar organizações a gerenciar seus softwares de forma a reduzir riscos de incompatibilidade e maximizar o retorno sobre os investimentos. A vantagem da BSA SAM é o esforço a longo prazo para ajudar as companhias caminharem mais facilmente em direção à uma adoção duradoura de padrões globais SAM publicados pela ISO – Organização Internacional de Padronizações. Educação: Uma das formas mais eficazes de a BSA prevenir a pirataria de software e os riscos associados que ameaçam a sociedade, é através da constante conscientização dos impactos negativos, o que é feito através da mídia, das escolas e ações diretas para atingir positivamente as comunidades. Foi realizada em contato com a BSA, via e-mail, uma entrevista contida no Anexo VII onde as perguntas foram respondidas pela coordenadora Patricia Rochat e o assistente jurídico Marcelo Madureira que deram mais detalhes de como é realizada a fiscalização para combater a pirataria de software. 4.5 ÓRGÃOS FISCALIZADORES DA PIRATARIA DE SOFTWARE No Brasil os principais órgãos responsáveis por fiscalizar a ação da pirataria sobre os softwares é a ABES e a BSA. Desde a criação das novas leis sobre os softwares, que prevêem punições mais rigorosas sobre os crimes de pirataria de software, visando assim, defender o direito do autor sobre seu produto, esses órgãos vem aumentando o rigor em suas fiscalizações (S2 COMUNICAÇÃO INTEGRADA, 2010). 35 4.1.1 ABES Fundada em 09 de Setembro de 1986, tornou-se a principal associação de empresas de software do Brasil. Tem como função servir as empresas que fabricam, distribuem e revendem programas de computador através de palestras, consultorias jurídicas, benefícios fiscais, conscientização de uso de softwares originais, entre outros (ABES, 2010). A ABES existe para Desenvolver, Promover, Informar e Proteger o Setor Brasileiro de Software. Nós fazemos isso através de serviços de Consultoria Jurídica, Educação e Marketing. Em 24 anos de existência a associação tem cumprido a missão de não somente representar as companhias brasileiras de software, mas também desenvolver, promover, informar e proteger o setor. Nesse período, uma série de importantes conquistas foram alcançadas. Tudo isso foi fundamental para tornar o mercado de software ainda mais competitivo e posicioná-lo como um dos prioritários para o governo (ABES, 2010). A ABES possui 14 estados associados somando mais de 400 empresas nacionais que atuam no ramo de software, juntas representam cerca de 85% do mercado brasileiro de softwares (S2 COMUNICAÇÃO INTEGRADA, 2010). 4.5.2 BSA A BSA está presente em mais de 80 países de todos os continentes. É uma organização internacional que defende os direitos autorais para o setor de software, também trabalha para promover um maior desenvolvimento de indústrias e empresas ligadas ao setor de programas de computador. No Brasil atua juntamente com a ABES (S2 COMUNICAÇÃO INTEGRADA, 2010). A BSA - Business Software Alliance é a voz da indústria mundial de softwares e de seus parceiros de hardware em uma gama enorme de negócios e programas de ação. A missão da BSA é promover condições nas quais a indústria de Tecnologia da Informação (TI) possa prosperar e contribuir para a prosperidade, segurança e qualidade de vida das pessoas (BSA, 2010). A BSA conta com algumas das empresas mais inovadoras do mundo: Microsoft®,Adobe®, Symantec® e Autodesk® (S2 COMUNICAÇÃO INTEGRADA, 2010). 36 4.6 VANTAGENS DO USO DE SOFTWARES ORIGINAIS Inúmeras são as vantagens quando é comprado um software original tanto para o usuário quanto para a empresa desenvolvedora. Para o usuário podemos destacar os seguintes benefícios segundo o Grupo Tech Data: Os programas originais vêm acompanhados de instruções de utilização e conselhos sobre a melhor forma de deles tirar partido; Ser proprietário e utilizador registrado de programas informáticos é a única forma de ter acesso a novas versões (upgrades) a preço inferior ao de mercado; Comprar programas originais confere direito a uma garantia, assegurada pela entidade editora através da entidade vendedora; Adquirir software legal é a forma de promover o desenvolvimento de novos e melhores programas, compensando os custos de desenvolvimento e de comercialização; Se o número de unidades vendidas for significativo, as próprias regras de mercado obrigarão a baixar o preço dos programas; Optar pela aquisição de programas originais é, sem dúvida, uma atitude cívica de respeito pela propriedade intelectual e de cumprimento da legislação nacional e internacional aplicável; Utilizar unicamente programas legalizados é a melhor forma de evitar problemas, pois um dos maiores perigos da utilização não autorizada de software é a sua capacidade para destruir dados valiosos. O software pirata traz consigo a ameaça de vírus diretamente nos seus computadores. Com a venda de softwares originais as empresas alcançam seus lucros e investimentos esperados fazendo com que possam investir mais em seus projetos gerando produtos com melhor qualidade e custo-benefício. Além dos benefícios da empresas, a venda de softwares originais também beneficia a sociedade através de arrecadação de impostos e geração de emprego. 37 51% 19% 30% Sim Não Já ouvi a respeito Você sabe o que é pirataria de software? 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A análise deste trabalho será divida em duas categorias, a primeira apresentará os resultados da pesquisa feita com os usuários comuns e a segunda mostrará os resultados obtidos com os usuários empresariais. 5.1 USUÁRIOS COMUNS Para melhor compreensão, os dados obtidos serão representados através de gráficos. O questionário da pesquisa, disponível no Anexo VIII, foi aplicado para 50 usuários comuns de computadores de ambos os sexos, com idades entre 18 e 45 anos. Sendo a maioria residentes em São Roque do Canaã, porém alguns usuários que estudam no Unesc e que residem em outros municípios também participaram da pesquisa, pois o seu principal objetivo é analisar o conhecimento dos usuários comuns de computadores em relação ao uso de softwares piratas. A seguir a apresentação dos gráficos e seus resultados: Gráfico 1 - Representação do conhecimento dos usuários sobre a pirataria de software 38 62% 0% 38% Sim Não Não sei Usa ou já usou software pirata? Através do gráfico 1, pode-se observar que a maioria dos usuários tem conhecimento sobre a pirataria de software e a maior parte dos que não sabiam o que era esse tipo de pirataria já tinham ouvido falar a seu respeito. Gráfico 2 - Representação do uso de softwares piratas pelos usuários Conforme o gráfico 2, é observado que a maioria dos usuários usam softwares piratas e que infelizmente entre os pesquisados ninguém declarou com toda a certeza que não usa nenhum tipo de software pirata. Os usuários que declaram na pergunta anterior que não tinham conhecimento sobre a piraria escolheram a opção que não sabiam se tinham um software pirata em seu computador, o mesmo também ocorreu com a maioria dos usuários que responderam que já tinham ouvido falar sobre a pirataria, pois disseram que não sabiam identificar a diferença entre o software original e o pirata. 39 66% 14% 20% Menor custo Não sabia que era pirata Outro motivo Caso marcou sim na alternativa anterior, foi por qual motivo? Gráfico 3 – Representação do motivo que levou os usuários a usarem softwares piratas Através do gráfico 3 é observado que entre os usuários que declaram que utilizam software pirata a grande parte respondeu que o motivo principal que os leva a adquirir esses programas está relacionado ao seu baixo custo, ou custo zero. Alguns disseram que não sabiam que o software que utilizavam era pirata e que foram saber só algum tempo depois quando perceberam que alguns serviços não estavam mais funcionando, na maioria dos casos as atualizações. Além das opções disponíveis no questionário, havia uma opção de resposta aberta onde o usuário poderia estar apresentando outros motivos que os levaram a utilizar softwares não originais. Dentre os motivos apresentados, foram citados que utilizavam esses softwares porque a maioria das pessoas usavam e que nunca tinham visto algum problema relacionado ao seu uso. Outro motivo também representado estava relacionado ao difícil acesso para adquirir alguns softwares originais, pois é muito mais rápido conseguir baixar o software pirata na Internet do que ficar procurando o software original em lojas e sites especializados. 40 46% 54% Sim Não Caso tenha marcado menor custo na alternatica anterior, você sabia qual era o valor do software original? 35% 65% Sim Não Você sabe quais as diferenças e vantagens da utilização de um software original? Gráfico 4 - Representação do conhecimento dos usuários sobre o custo do software original que deveria estar sendo usado no lugar do pirata Conforme o gráfico 4, pode-se observar que a maioria dos usuários que usam software pirata pelo motivo de seu custo ser inferior não procuram saber o valor do software original. A maioria alegou que nem procuram saber o preço, pois sabem que o original é sempre muito mais caro e o pirata na maioria das vezes é adquirido sem nenhum custo. Já os usuários que disseram que sabiam o valor do software original também desistiram de adquiri-los pelo mesmo motivo da grande diferença de preço. Gráfico 5 – Representação do conhecimento dos usuários sobre as vantagens de utilizar um software original 41 16% 63% 21% Aumentar a fiscalização Reduzir o custo do software original Outras medidas Para acabar com o comércio de softwares piratas, quais medidas devem ser tomadas? Através do gráfico 5 é observado que a maioria dos usuário não conhecem as vantagens de estarem usando um software original. Alguns responderam que conheciam as vantagens, pois ficaram sabendo delas quando precisaram fazer atualizações nos programas piratas e perceberam que não tinham esse serviço. Futuramente quando decidiram adquirir o original perceberam que além das atualizações havia muito mais serviços disponíveis. Gráfico 6 – Representação da opinião dos usuários para acabar com o comércio de pirataria de software Conforme o gráfico 6, observa-se que a maioria dos usuários a opinião é unânime, a solução mais viável seria reduzir o preço dos softwares originais, pois seu custo é muito alto e a renda da maioria das pessoas não seria possível estar adquirindo softwares originais sempre que necessário. Alguns usuários escolheram a opção de estar aumentando a fiscalização, pois dizem que as leis deveriam ser mais rígidas e deveriam ser realizadas mais ações de combate a esse crime. Nessa pergunta também havia uma opção de resposta aberta, as medidas mais citadas foram relacionadas ao uso de software livre, pois o incentivo ao uso desses softwares ajudaria a diminuir o interesse a piratear os programas de propriedade privada. Além das questões com opções de escolha, o questionário possuía um campo onde o entrevistado poderia estar escrevendo alguma sugestão ou comentário a respeito da pirataria de software. Alguns comentáriosforam relacionados para que o governo fizesse um incentivo à compra de programas originais, fazendo uma redução na taxa de impostos, ocasionando uma boa queda em seu custo para o 42 consumidor final, já que as taxas tributárias brasileiras destacam-se por ser umas das mais altas do mundo. A maioria dos comentários foi relacionada ao custo desses programas originais. Outro comentário diz respeito a existência de muitas empresas que se preocupam em oferecer o hardware e que acabam não se preocupando em oferecer o software. Se elas fizessem algum projeto com empresas produtoras de software para que juntamente com seus produtos o software já estivesse incluso, já seria mais uma facilidade para o usuário estar adquirindo um programa original e com boas chances de conseguir um custo menor. 5.2 USUÁRIOS EMPRESARIAIS Para ser realizada a análise do conhecimento dos usuários empresariais, foi realizado uma entrevista com 2 profissionais responsáveis pelo parque de software das empresas, onde uma enquadrava-se em médio porte, que será chamada de empresa A e a outra em pequeno porte que será chamada de empresa B. Para tal entrevista foram realizadas diversas perguntas, contidas no Anexo IX, relacionadas à pirataria de softwares nas empresas. Através das respostas analisadas, os responsáveis disseram que seus parques de softwares recebem investimento em torno de R$ 40.000,00 na empresa A e R$ 13.000,00 na empresa B anualmente, referente às manutenções e atualizações de seus programas. Questionados sobre o uso de softwares piratas nas empresas, ambos responderam que já usaram esses tipos de programas justificando o menor custo que eles possuem, porém também relataram que tiveram algum tipo de prejuízo gerados por esses softwares, na maioria das vezes infecções por vírus e mal funcionamento do programa. Percebeu-se que esses usuários são muito bem informados sobre os softwares piratas, pois conheciam muito bem as vantagens que os originais tinham. Além das vantagens básicas que os originais possuem como atualizações e suporte, foi mencionado o risco zero de a empresa sofrer algum tipo de processo judicial quando se está utilizando os softwares não licenciados. Em 43 relação a fiscalização, ambos disseram que nunca sofreram nenhum tipo de fiscalização ou vistoria. Na opinião desses usuários existem algumas medidas que poderiam ser tomadas para haver uma melhor difusão dos softwares originais, as principais foram: Redução do custo, melhores condições de pagamentos, existirem parceiros de revendas dos softwares para que pudessem ser criados mais pontos de suporte perto das empresas, pois um ponto negativo dos suportes oferecidos é a demora no atendimento. Além das medidas que as empresas desenvolvedoras de softwares deveriam tomar, foi destacada a conscientização que os diretores das empresas usuárias devem ter, pois eles não se preocupam com os programas que estão sendo usados e sim que os serviços dos softwares sejam realizados. Para esses usuários empresariais, os diretores deveriam fazer uma cobrança rígida no momento de adquirir os programas para sua empresa, garantindo assim a qualidade e o combate contra a pirataria. 44 CONCLUSÃO Com base nas pesquisas bibliográficas, foram mostrados como ocorre a pirataria de software e os inúmeros malefícios que ela provoca para a sociedade e para os profissionais que trabalham nessa área da informática. Através das pesquisas de campo pode ser observado que os usuários, infelizmente, estão cada vez mais preocupados em custos do que qualidade, e para tal, estão recorrendo com maior freqüência ao ramo da pirataria de software. Os dados analisados mostram que os usuários estão informados sobre o assunto de uma forma superficial e que poucos sabem realmente de uma forma mais abrangente os riscos de não estarem utilizando um software original. Em relação ao custo, que foi um dos fatores mais discutidos, poucos sabiam que com o aumento do uso desses programas não licenciados o custo do software original também aumentava, gerando o que podemos chamar de círculo vicioso, onde a pirataria faz com que o preço dos softwares originais aumentem e conseqüentemente este aumento de preço faz com que a pirataria também aumente. Isso acaba gerando enormes prejuízos para as empresas, que para não sofrerem maiores perdas, tendem a começar a dispensar funcionários, afetando de modo geral toda a sociedade. Diversos são os meios para a erradicação da pirataria: leis de proteção ao autor, órgãos fiscalizadores, entre outras, porém a medida mais adequada que pode ser observada com a pesquisa para a amenização desse problema é a conscientização de um modo geral de toda a população, desde o simples usuário até o mais importante diretor de empresa. Todos devem ter a consciência de que um download de um programa pode ser considerado um crime que gera punições legais, e que este simples download pode estar prejudicando inúmeras pessoas. Para que tal conscientização seja realizada, ações como programas educativos e programas de inclusão digital devem ser mais difundidos para que todos possam ter as informações necessárias para construírem suas opiniões sobre os grandes problemas que a pirataria de software provoca. Além desses meios, as autoridades devem estar sempre atentas e se atualizando em seus métodos de prevenção contra a pirataria de um modo geral, pois os criminosos sempre estarão procurando um novo jeito para estarem burlando as leis. 45 Por fim, com a análise feita sobre o tema da pirataria de software, espera-se que este trabalho possa ajudar na melhor compreensão deste grande problema que enfrentamos atualmente e que as pessoas cada vez mais tomem consciência de seus atos perante este assunto. 46 REFERÊNCIAS ABES. 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São Paulo: Pearson Education do Brasil. 1995. 1056 p. ______. ______. 6. ed. São Paulo: McGraw-Hill. 2006. 720 p. S2 COMUNICAÇÃO INTEGRADA. ABES e BSA divulgam prisão em flagrante de pirata de software. Disponível em: <http://www.s2.com.br/ReleaseTexto.aspx?press_release_Id=12831>. Acesso em 02 Abr. 2010. UOL TECNOLOGIA. Licenças de Software. Disponível em: <http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2007/12/20/ult4213u266.jhtm>. Acesso em 21 Mar. 2010. UTILIDADES ÚTEIS. Licença Shareware. Disponível em: <http://pt.utilidades-utiles.com/download-shareware.html>. Acesso em 25 Mar. 2010a. ______. Licença Demo. Disponível em: <http://pt.utilidades-utiles.com/download-demo.html>. Acesso em 25 Mar. 2010b. WEIKERSHEIMER, Deana. Comercialização de Software no Brasil: Uma Questão Legal a ser Avaliada. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense. 2000. 366 p. 50 ANEXO I – LEI 7.646 51 Presidência da República Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI No 7.646, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1987. Revogado pela Lei nº 9.609, de 19.2.1998 Dispõe quanto à proteção da propriedade intelectual sobre programas de computador e sua comercialização no País e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: TÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1º São livres, no País, a produção e a comercialização de programas de computador, de origem estrangeira ou nacional, assegurada integral proteção aos titulares dos respectivos direitos, nas condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programas de computador é o disposto na Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973, com as modificações que esta lei estabelece para atender às peculiaridades inerentes aos programas de computador. 52 TÍTULO II Da Proteção aos Direitos de Autor Art. 3º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos aos programas de computador, pelo prazo de 25 (vinte e cinco) anos, contado a partir do seu lançamento em qualquer país. § 1º A proteção aos direitos de que trata esta lei independe de registro ou cadastramento na Secretaria Especial de Informática - SEI. § 2º Os direitos atribuídos por esta lei aos estrangeiros, domiciliados no exterior, ficam assegurados, desde que o país de origem do programa conceda aos brasileiros e estrangeiros, domiciliados no Brasil, direitos equivalentes, em extensão e duração, aos estabelecidos no caput deste artigo. Art. 4º Os programas de computador poderão, a critério do autor, ser registrados em órgão a ser designado pelo Conselho Nacional de Direito Autoral - CNDA, regido pela Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973, e reorganizado pelo Decreto nº 84.252, de 28 de julho de 1979. § 1º O titular do direito de autor submeterá ao órgão designado pelo Conselho Nacional de Direito Autoral - CNDA, quando do pedido de registro, os trechos do programa e outros dados que considerar suficientes para caracterizar a criação independente e a identidade do programa de computador. § 2º Para identificar-se como titular do direito de autor, poderá o criador do programa usar de seu nome civil, completo ou abreviado, até por suas iniciais, como previsto no art. 12 da Lei nº 5.988, de 14 de d ezembro de 1973. § 3º As informações que fundamentam o registro são de caráter sigiloso, não podendo ser reveladas, a não ser por ordem judicial ou a requerimento do próprio titular. Art. 5º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador ou contratante de serviços, os direitos relativos a programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo 53 estatutário, expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, servidor ou contratado de serviços seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos encargos contratados. § 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho, ou serviço prestado, será limitada à remuneração ou ao salário convencionado. § 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, servidor ou contratado de serviços, os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação ao contrato de trabalho, vínculo estatutário ou prestação de serviços, e sem utilização de recursos, informações tecnológicas, materiais, instalações ou equipamentos do empregador ou contratante de serviços. Art. 6º Quando estipulado em contrato firmado entre as partes, os direitos sobre
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