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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FÁBIO RUFINO FROSSARD 
JHONNATAN FACHIN SOUZA 
LUCAS DA SILVA TARDIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA DA 
REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO: AVALIAÇÃO DO PROCESSO 
COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Friburgo 
2021 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
FÁBIO RUFINO FROSSARD 
JHONNATAN FACHIN SOUZA 
LUCAS DA SILVA TARDIM 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA DA 
REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO: AVALIAÇÃO DO PROCESSO 
COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Graduação, em 
Engenharia de Produção, da Universidade Estácio de 
Sá, como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia de Produção. 
 
Orientador: Prof. DSc. André Borher Marques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Friburgo 
2021 
 
F938t Frossard, Fábio Rufino. 
Tratamento de efluentes de uma indústria metal-mecânica da região 
serrana do Rio de Janeiro: avaliação do processo 
coagulação/floculação. / Fábio Rufino Frossard, Jhonnatan Fachin 
Souza, Lucas da Silva Tardim. Nova Friburgo, 2021. 
62 p. 
 
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia de 
Produção) - Universidade Estácio de Sá, 2021. 
Orientador: Prof. DSc. André Borher Marques. 
 
Bibliografia: p. 51-53. 
1. Processos de galvanoplastia. 2. Estação de Tratamento de 
Efluentes. 3. Agente coagulante/floculante. I. Souza, Jhonnatan Fachin. 
II. Tardim, Lucas da Silva. III. Marques, André Borher. IV. 
Universidade Estácio de Sá. V. Título. 
CDD 670.1 
Dados Internacionais da Catalogação-na-Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FÁBIO RUFINO FROSSARD 
JHONNATAN FACHIN SOUZA 
LUCAS DA SILVA TARDIM 
 
 
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA DA 
REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO: AVALIAÇÃO DO PROCESSO 
COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Graduação, em 
Engenharia de Produção, da Universidade Estácio de 
Sá, como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia de Produção. 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
Prof. Esp. Anderson Silva Nideck 
Universidade Estácio de Sá 
 
 
 
 
 
 
Prof. DSc. André Borher Marques 
Universidade Estácio de Sá 
 
 
 
 
 
 
Prof. Esp. Elberth Jonas de Mello Heringer 
Universidade Estácio de Sá 
 
 
 
Nova Friburgo 
2021 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A Deus, em primeiro lugar, que fez com que nossos objetivos fossem alcançados 
durante todo o curso. 
 
Aos nossos familiares e amigos, por todo o apoio durante a realização desse trabalho. 
 
A todos da empresa Multi Metais, pelo fornecimento de dados e materiais que foram 
essenciais para o desenvolvimento desse trabalho. 
RESUMO 
 
 
 
A degradação dos recursos hídricos nas últimas décadas tem chamado a atenção da 
comunidade mundial, devido ao comprometimento da quantidade e da qualidade da água. Os 
processos de galvanoplastia são uma das fontes mais perigosas de poluição ambiental devido 
à grande quantidade de efluentes gerados, contendo altos teores de metais pesados (Cu, Ni, 
Cd, Cr, Zn, Pb e outros), cianeto, contaminantes orgânicos e surfactantes. Logo, os efluentes 
do processo de galvanoplastia requerem tratamento eficiente para atingir os níveis de 
concentração e parâmetros físico-químicos recomendados pela legislação ambiental. Neste 
trabalho, os objetivos da pesquisa foram analisar as etapas de tratamento dos efluentes 
gerados em uma indústria metal-mecânica localizada na região serrana do Rio de Janeiro. A 
eficiência do agente coagulante/floculante foi testada sem e na presença de um auxiliar de 
floculação. Nos testes preliminares realizados, os reagentes comerciais testados mostraram-se 
eficientes na remoção de cor dos efluentes dos processos de galvanoplastia. Considerando os 
resultados das análises dos efluentes é possível concluir que a estação de tratamento tem 
apresentado um bom desempenho na remoção de contaminantes dos efluentes gerados. 
 
 
Palavras-chave: Processos de galvanoplastia; Estação de Tratamento de Efluentes; 
Agente coagulante/floculante. 
ABSTRACT 
 
 
 
The degradation of water resources in recent decades has attracted the attention of the 
world community, due to the compromised quantity and quality of water. Electroplating 
processes is one of the most hazardous sources of environmental pollution due to a large 
amount of the generated effluents, containing the high levels of heavy metals (Cu, Ni, Cd, Cr, 
Zn, Pb and others), cyanide, organic contaminants and surfactants. Therefore, the effluents of 
electroplating process require efficient treatment to achieve the levels of concentration and 
physical and chemical parameters recommended by the environmental legislation. In this 
work, the research objectives were to analyse the steps of effluents treatment generated in a 
metal-mechanical sector industry placed in the mountainous region of Rio de Janeiro. The 
efficiency of the agent coagulant/flocculant (Di-floculador) was tested without and with the 
coagulant aid (Galvo Floc 90). In the preliminary tests, the commercial reagents tested proved 
to be efficient in removing color from the effluents of the electroplating processes. 
Considering the results of effluents analysis it is possible to conclude that the treatment plant 
has presented a good performance removing contaminants from the generated effluents. 
 
 
Key-words: Electroplating processes; Effluents Treatment Plant; agent 
coagulant/flocculant. 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
Figura 1 – Fluxograma típico do processo produtivo de uma indústria de galvanoplastia.....18 
Figura 2 – Formação de pontes interpartículas .......................................................................24 
Figura 3 – Delineamento da pesquisa. ................................................................................... 29 
Figura 4 – Fluxograma de produção da empresa ....................................................................31 
Figura 5 – Estação de tratamento de efluentes da empresa, destacando os tanques de 
tratamento dos efluentes gerados. ........................................................................................... 32 
Figura 6 – Trocadores iônicos e filtros de carvão ativado utilizados no tratamento das águas 
de lavagem provenientes da galvanoplastia .............................................................................33 
Figura 7 – Visão panorâmica da área de galvanoplastia da indústria, destacando os diferentes 
banhos utilizados no processo. ................................................................................................ 34 
Figura 8 – Fluxograma da estação de tratamento de efluentes da indústria avaliada, 
destacando todos os tratamentos realizados nos efluentes gerados até o lançamento, o 
reaproveitamento da água e a geração do lodo ....................................................................... .35 
Figura 9 – Efluente contendo Cr+6 (a) e efluente após tratamento contendo Cr+3 (b).............39 
Figura 10 – Tanque de neutralização utilizado na estação de tratamento da indústria de 
galvanoplastia .......................................................................................................................... 41 
Figura 11 – Líquido clarificado obtido após tratamento de efluente contendo Cr+6 (a) e filtro 
utilizado para remoção de partículas ou espuma antes do descarte do efluente (b) ............... 42 
Figura 12 – Filtro-prensa utilizado no processo de desaguamento do lodo gerado (b) e lodo 
gerado após secagem e armazenado para posterior descarte por empresa licenciada 
ambientalmente (b) ..................................................................................................................43 
Figura 13 – Efluentes gerados após as etapas de Coagulação/floculação/decantação e 
fazendo o uso do Difloculador (a) e do Difloculador + Galvo floc 90 (b). ............................ 46 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1 – Padrões de lançamento de efluentes de acordo com a Resolução CONAMA nº 
430 de 2011 ............................................................................................................................. 25 
Tabela 2 – Concentração máxima de algumas substâncias de acordo com a Norma Técnica 
NT-202-R-10 (Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos) ............................ 27 
Tabela 3 – Reagentes utilizados nos processos de tratamento dos efluentes gerados ............ 37 
 
Tabela 4 – Principais poluentes avaliados no efluente gerado da indústria de galvanoplastia 
avaliada .................................................................................................................................... 45 
 
Tabela 5 – Ciclo de tratamento de efluentes contendo águas de arraste no reator por 
batelada .................................................................................................................................... 46 
 
Tabela 6 – Comparação dos parâmetros avaliados nos efluentes tratados sem o auxiliar de 
floculação (Galvo Floc 90) e com o auxiliar de floculação (Galvo Floc 90) .......................... 48 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CECA Comissão Estadual de Controle Ambiental 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
DQO Demanda Química de Oxigênio 
ETE Estação de Tratamento de Efluentes 
INEA Instituto Estadual do Ambiente 
NBR Norma Brasileira 
RFNT Sólidos Suspensos Totais 
SLAP Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
 
 
 
Al(OH)3 Hidróxido de alumínio 
 
Al2(SO4)3 Sulfato de alumínio 
 
CN- Cianeto 
 
Cr+3 Cromo trivalente 
 
Cr+6 Cromo hexavalente 
 
FeCl3 Cloreto de ferro 
 
Fe(OH)3 Hidróxido de ferro 
 
H2SO4 Ácido sulfúrico 
 
kg Kilograma 
 
L Litro 
 
mg Miligrama 
 
mL Mililitro 
 
m3 Metro cúbico 
 
NaOH Hidróxido de sódio 
 
Na2S2O5 Bissulfito de sódio 
 
pH Potencial hidrogeniônico 
 
SO2 Dióxido de enxofre 
 
ºC Graus Celsius 
 
% Porcentagem 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13 
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 15 
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 15 
2.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 15 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 16 
3.1 O PROCESSO DE GALVANOPLASTIA......................................................................... 16 
3.2 OS EFLUENTES GERADOS NA INDÚSTRIA DE GALVANOPLASTIA. ................. 18 
3.3 PROCESSOS DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES GERADOS NA INDÚSTRIA 
DE GALVANOPLASTIA ....................................................................................................... 21 
3.3.1 O PROCESSO DE COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO ................................................ 22 
3.4 LEGISLAÇÃO REFERENTE A EFLUENTES INDUSTRIAIS .................................... 24 
4 MEIOS E MÉTODOS DE PESQUISA ............................................................................. 29 
4.1 DELINEAMENTO ............................................................................................................ 29 
4.2 ESTUDO DE CASO. ......................................................................................................... 30 
4.3 EFLUENTES GERADOS NA INDÚSTRIA. ...................................................................31 
4.4 TRATAMENTOS REALIZADOS NOS EFLUENTES GERADOS. .............................. 33 
4.4.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DOS 
EFLUENTES ........................................................................................................................... 36 
4.4.2 ETAPAS DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES. ..................................................... 37 
4.4.2.1 Pré-tratamento – Oxidação do cianeto (CN-) .......................................................... 37 
 
 
4.4.2.2 Pré-tratamento – Redução do cromo hexavalente (Cr+6) ....................................... 39 
4.4.2.3 Pré-tratamento – Efluentes contendo águas de arraste .......................................... 40 
4.4.2.4 Pós-tratamento – Neutralização. .............................................................................. 40 
4.4.2.5 Pós-tratamento – Coagulação/floculação. ................................................................ 41 
4.4.3 VAZÃO DOS EFLUENTES GERADOS. .................................................................... 43 
4.4.4 PARÂMETROS DE CONTROLE ................................................................................. 44 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 45 
5.1 TRATAMENTO DOS EFLUENTES GERADOS ............................................................ 45 
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................................... 49 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51 
ANEXOS ................................................................................................................................. 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A degradação dos recursos hídricos nas últimas décadas tem despertado a atenção da 
comunidade mundial, em virtude do comprometimento da quantidade e qualidade da água. 
Devido à deterioração cada vez maior dos recursos hídricos e o custo oneroso para o 
tratamento das águas, os órgãos fiscalizadores ambientais estão estabelecendo leis e normas 
cada vez mais restritivas quanto ao despejo de efluentes industriais nos corpos hídricos, 
visando à proteção da saúde e bem estar do ser humano e a proteção do meio ambiente 
(MIERZWA, 2002; VAZ, 2009). 
 
Atualmente, os problemas mais sérios de poluição dos recursos hídricos referem-se 
aos efluentes industriais, os quais, devido à grande variedade de atividades desenvolvidas 
pelas indústrias, podem apresentar em sua composição os mais variados tipos de substâncias, 
das quais muitas são extremamente tóxicas e podem ter efeitos adversos sobre todos os seres 
vivos, caso as mesmas atinjam qualquer recurso hídrico (MIERZWA, 2002). 
 
O tratamento dos efluentes de cada indústria deve obedecer à legislação ambiental 
regional. O tratamento é baseado na transformação dos poluentes dissolvidos e em suspensão 
em substâncias inertes e/ou sólidos sedimentáveis para a posterior separação das fases sólida e 
líquida. O sistema de tratamento deve ser utilizado com o objetivo de evitar a degradação do 
meio ambiente, uma vez que essas águas serão lançadas de volta à natureza (BRANCO & 
ZORZIN, 2016). 
 
A galvanoplastia pode ser descrita como o processo de depositar diversas camadas 
metálicas sobre um objeto através da aplicação dos princípios fundamentais que reagem ao 
fenômeno da eletrólise, como reações de oxidação e redução. Em todo processo em que 
metais não nobres são revestidos por outros mais nobres, geralmente para proteger contra a 
corrosão ou para fins estético-decorativos, a galvanoplastia é chamada de galvanização ou 
eletrodeposição (PEREZ, CORRÊA & PIRES, 2014). 
 
A indústria da galvanoplastia apresenta-se como uma fonte geradora de efluentes 
contendo metais pesados (cromo, cobre, zinco, níquel, cádmio, chumbo),uma vez que 
emprega em seus processos de eletrodeposição uma variedade de soluções metálicas e um 
14 
 
 
 
 
volume considerável de águas de lavagem que, dependendo do porte da indústria, situa-se 
entre 250 e 2.000 L/h, havendo instalações em que esta quantidade ultrapassa os 10.000 L/h 
(BRAILE & CAVALCANTI, 1993, SILVA et al., 2015). Já a vazão dos efluentes, esta varia 
consideravelmente, dependendo do tamanho das seções de galvanização, havendo relatos 
3 
desde 8 até 1500 m /dia (VAZ, 2009). O descarte das águas das lavagens das peças, feito 
entre os banhos, é o principal poluidor característico de atividades de galvanoplastia (PEREZ, 
CORRÊA & PIRES, 2014). 
 
Para os efluentes gerados na indústria de galvanoplastia, diversos são os tratamentos 
convencionais utilizados – precipitação química (seguida de coagulação e floculação), troca 
iônica, processos eletroquímicos, etc (VAZ, 2009; MELO, 2016), sendo a precipitação 
química um processo essencial para o tratamento de efluentes que contêm metais pesados, 
uma vez que se apresenta como um método relativamente simples e econômico, com o 
inconveniente de gerar grandes quantidades de lodo (VAZ, 2009). 
 
Para que o esgoto doméstico e/ou industrial possa ser lançado a um corpo receptor sem 
causar degradações ao meio ambiente, devem ser utilizadas tecnologias que objetivam 
minimizar o seu potencial poluidor. A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - 
CONAMA nº 430/2011 (BRASIL, 2011) estabelece que, independente da fonte poluidora, os 
efluentes somente poderão ser lançados diretamente nos corpos hídricos receptores após 
serem devidamente tratados e desde que atendam aos padrões e exigências dispostas pela 
norma (NEUMANN, 2016). 
15 
 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral 
 
O presente trabalho teve como principal objetivo avaliar o processo de 
coagulação/floculação no tratamento primário do efluente líquido de uma indústria de 
galvanoplastia. 
 
 
 
2.2 Objetivos específicos 
 
O presente trabalho tem como objetivos específicos: 
 
Avaliar a eficiência de um agente floculante polimérico (polieletrólito) e um auxiliar 
de floculação no processo de coagulação/floculação do efluente industrial avaliado na 
empresa; 
 
Caracterizar o efluente da indústria em relação aos parâmetros físico-químicos, 
segundo a legislação aplicável. 
16 
 
 
 
 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
 
3.1 O PROCESSO DE GALVANOPLASTIA 
 
A galvanoplastia é um processo químico que consiste do depósito de finas camadas de 
um metal sobre superfícies de corpos metálicos ou plásticos, por meio de processos químicos 
ou eletroquímicos, a partir de soluções aquosas que contém metais tais como, o cromo, o 
níquel, o cobre, o zinco, o cádmio, entre outros, seguidos de enxágues (banhos) com água 
para limpeza das peças (VAZ, 2009; BELOVA et al., 2020). 
 
No processo da galvanoplastia, os íons metálicos que se encontram na solução 
eletrolítica, carregados positivamente, são transportados por átomos metálicos, através do 
recebimento de números de elétrons correspondentes e, sendo átomos metálicos, sob certas 
condições, formam uma camada metálica sobre uma peça metálica ou plástica. A deposição 
metálica pode ocorrer com ou sem fonte de eletricidade externa (NOGUEIRA & 
PASQUALETTO, 2008). 
 
A galvanoplastia tem como finalidade o aumento da dureza e uma maior resistência à 
corrosão, além de tornar os produtos com aparência mais atrativa através de deposição de uma 
fina camada metálica sobre a superfície (NOGUEIRA & PASQUALETTO, 2008). Dentre os 
principais motivos para o emprego da eletrodeposição galvânica sobre peças metálicas, 
destacam-se a mudança do coeficiente de atrito e das propriedades elétricas superficiais, o 
aumento da resistência ao desgaste e a diminuição da incidência de manchas, a prevenção da 
carbonização, a alteração do comportamento superficial com relação aos agentes 
pigmentantes, a prevenção da corrosão do material base, o melhoramento da aparência, entre 
outros (VAZ, 2009). 
 
O processo de galvanoplastia consiste em uma sequência de banhos que envolvem três 
etapas principais (NOGUEIRA & PASQUALETTO, 2008; VAZ, 2009): 
 
(1) Etapa de pré-tratamento – etapa responsável por retirar as imperfeições e materiais 
aderidos na superfície das peças. Essa etapa pode ser realizada através dos processos de pré- 
tratamento mecânico e pré-tratamento químico. 
17 
 
 
 
 
Pré-tratamento mecânico: essa etapa se faz necessária para dar a uma peça condições de 
perfeição técnica para receber um acabamento superficial decorativo, protetor ou funcional. 
Este acabamento consiste em três etapas: escovação, lixamento e polimento. 
 
Pré-tratamento químico: o pré-tratamento químico é também chamado de desengraxamento e 
funciona como uma etapa preliminar e obrigatória para a deposição, tendo como principal 
objetivo a eliminação de contaminantes como óleos e graxas que se encontram aderidos às 
peças metálicas. Na prática são usados três processos principais de desengraxamento: com 
solventes orgânicos ou emulsões, o alcalino e o alcalino eletrolítico. A etapa de decapagem 
ácida consiste na remoção de óxidos, hidróxidos ou outros tipos de impurezas sólidas pela 
imersão da peça em uma solução ácida. Essa etapa pode ser muito acelerada com o emprego 
de corrente elétrica, o que constitui a decapagem eletrolítica. 
 
(2) Etapa de revestimento – é a segunda etapa do processo galvânico e tem como objetivo à 
deposição eletrolítica, também chamada de deposição metálica. Este processo ocorre pela 
aderência do metal que se desprende do ânodo atravessando o banho, a qual se chama 
eletrólito, pela ação da eletricidade. Entre os vários tipos de processos de tratamento de 
superfícies disponíveis (zincagem, cobreagem, estanhagem, niquelação, cromagem, etc), cada 
um segue, após a limpeza mecânica e química da peça ou metal base, uma sequência de 
banhos eletrolíticos específicos. Dependendo do tipo de acabamento metálico, efluentes 
líquidos com características diversas são gerados, em decorrência principalmente das águas de 
lavagem. 
 
(3) Etapa de passivação azul brilhante – esta etapa tem por finalidade dar um acabamento à 
peça, tipo espelho. É um processo muito utilizado para a fabricação de peças para utilização 
em fins decorativos. 
 
Após passar por todas essas etapas as peças são encaminhadas para o processo de 
secagem. Entre as etapas da galvanoplastia, a peça sofre um processo de lavagem. Desta 
forma, são gerados efluentes líquidos, emissões gasosas e resíduos sólidos que necessitam de 
tratamento específico (CPRH, 2001). A Figura 1 apresenta um fluxograma normalmente 
adotado pela indústria de galvanoplastia em seus processos produtivos, além dos diferentes 
resíduos gerados em cada etapa. 
18 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Fluxograma típico do processo produtivo de uma indústria de galvanoplastia. 
Fonte: Adaptado de CPRH (2001). 
 
 
 
3.2 OS EFLUENTES GERADOS NA INDÚSTRIA DE GALVANOPLASTIA 
 
Existem dois tipos de efluentes: os efluentes domésticos ou sanitários biodegradáveis 
(provenientes de banheiros, cozinhas, residências e comércios) e os efluentes industriais que 
podem apresentar toxidez aos microorganismos responsáveis pelo tratamento biológico dos 
esgotos, toxidez ao tratamento do lodo gerado, risco à segurança de trabalhadores e/ou 
presença de contaminantes que não são retirados nos tratamentos biológicos comuns 
(LINDEGGER, 2012). 
 
A indústria é a atividade que mais contribui para a contaminação ambiental, visto que 
a maioria dos processos industriais utiliza grandes volumes de água elevando 
consequentemente a produção de rejeitos líquidos contendo espécies tóxicas ou difíceis de 
19 
 
 
 
 
serem degradadas no meio ambiente (BRANCO & ZORZIN, 2016). As características dos 
efluentes industriais são bastante variadas, mesmo se tratando de efluentes de um mesmo 
setorindustrial. As características dos efluentes gerados dependem das matérias-primas 
utilizadas, das tecnologias utilizadas nos processos, do tamanho e idade da indústria, etc 
(FUGITA, 2018). 
 
A indústria de galvanoplastia é caracterizada pelo excessivo consumo de água e 
energia, pela geração de efluentes líquidos contendo metais pesados e pelas emissões gasosas, 
oriundas das perdas por evaporação dos banhos aquecidos, além dos resíduos sólidos gerados 
no preparo dos materiais a serem galvanizados (Figura 1) (VAZ, 2009). Os efluentes líquidos 
gerados são provenientes principalmente do descarte de banhos químicos e águas de lavagem. 
Esses efluentes são geralmente coloridos, alguns com temperatura superior à temperatura 
ambiente e emitem vapores devido ao aquecimento dos banhos. Os pHs dos efluentes líquidos 
gerados atingem os extremos ácidos ou alcalinos (NOGUEIRA & PASQUALETTO, 2008). A 
elevada carga tóxica dos efluentes líquidos gerados no processo de galvanoplastia é composta, 
principalmente, por sais de cianeto e metais pesados como cobre, níquel e cromo, entre 
outros, que podem estar presentes tanto nas formas solúvel quanto insolúvel (VAZ, 2009; 
PEDRO, 2010). 
 
Segundo Nogueira e Pasqualetto 2008, os efluentes líquidos gerados na indústria de 
galvanoplastia podem ser segregados nas seguintes classes: 
 
(1) Efluentes crômicos: gerados nos banhos de cromo em geral, abrilhantadores e 
passivadores e suas águas de lavagem; 
 
(2) Efluentes cianídricos: gerados em banhos de cobre, zinco, cádmio, prata, ouro, certas 
soluções desengraxantes e suas águas de lavagem; 
 
(3) Efluentes gerais ácidos: gerados de soluções decapantes, soluções desoxidantes e suas 
águas de lavagem; 
 
(4) Efluentes gerais alcalinos: efluentes gerados com desengraxantes químicos por imersão e 
eletrólitos e suas águas de lavagem; 
20 
 
 
 
 
(5) Efluentes quelatizados e resíduos oleosos: em geral as quantidades destes tipos de 
efluentes são pequenas e seus descartes poderão ser programados e controlados sem maiores 
problemas. 
 
Os efluentes líquidos oriundos dos processos de galvanoplastia devem ser segregados 
de acordo com sua classificação ou características químicas, separadamente dos coletores 
pluviais, através de canaletas e/ou tubulações para os tanques de acúmulo (concentração). É 
muito importante que os tanques de acúmulo sejam dimensionados com um volume que 
atenda a vazão diária de descarte de cada efluente, de forma a garantir a execução da 
manutenção de equipamentos ou outra eventualidade na operação da Unidade de Tratamento 
de Efluentes (ETE) (NOGUEIRA & PASQUALETTO, 2008; PONTE, 2014). 
 
A contaminação de ambientes aquáticos causada por metais pesados e por efluentes 
com elevados índices de cor e turbidez, se tornou, nas últimas décadas, objetivo de interesse 
pelas autoridades responsáveis. Há uma forte demanda de tecnologias mais econômicas para a 
remoção desses poluentes. A remoção desses contaminantes é consequentemente, uma 
prioridade na pesquisa e na legislação ambiental atual (VAZ, 2009). 
 
As emissões gasosas geradas em uma indústria de galvanoplastia são provenientes de 
diversos processos: reações eletrolíticas, reações de decapagem, reações de desengraxe e 
reações de corrosão. Essas emissões podem ser coloridas ou incolores, e são geralmente 
irritantes para as mucosas. Suas emissões devem estar de acordo com as recomendações do 
ministério do trabalho e o controle das mesmas na indústria pode ser realizado através da 
utilização de exaustores e lavadores de gases (PONTE, 2014). 
 
Os resíduos sólidos gerados em indústrias galvânicas são provenientes de sucatas de 
metais ferrosos e não-ferrosos, precipitação de banhos, lodo/lamas do processo de tratamento 
de efluentes líquidos, embalagens de produtos químicos, etc. Os lodos gerados do processo de 
tratamento das águas residuárias e das precipitações dos tanques de lavagem e de outros 
processos, se caracterizam por apresentarem altos teores de ferro, óleos e graxas, além de em 
muitos casos apresentarem um baixo pH. Metais pesados como zinco e chumbo podem estar 
presentes nesses resíduos sólidos (NOGUEIRA & PASQUALETTO, 2008; PONTE, 2014). 
21 
 
 
 
 
3.3 PROCESSOS DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES GERADOS NA INDÚSTRIA 
DE GALVANOPLASTIA 
 
Os efluentes dos processos de galvanização geram graves problemas de poluição nos 
ecossistemas aquáticos devido à presença nos seus despejos de metais pesados, que acima de 
determinadas concentrações podem ser tóxicos ao ambiente e ao ser humano, e apresentam 
ainda grande quantidade de materiais dissolvidos e suspensos, ocasionando altos valores de 
cor e turbidez, respectivamente. Logo, é necessário o tratamento prévio desses efluentes antes 
do descarte em corpos receptores em níveis aceitáveis de acordo com a legislação vigente. 
 
Existem diversos processos de tratamento de efluentes industriais e o processo ideal, 
sua forma construtiva, os materiais empregados e os produtos químicos utilizados dependem 
de diversos fatores como: legislação ambiental regional, o clima, a cultura local, os custos de 
investimento, os custos operacionais, a quantidade de lodo gerado, a qualidade do efluente 
tratado, a segurança operacional, a geração de odor, a interação com a vizinhança e a 
possibilidade de reuso do efluente tratado (LINDEGGER, 2012). 
 
O conhecimento da vazão e da composição do efluente industrial possibilita a 
determinação das cargas de poluição/contaminação, o que é fundamental para definir o tipo de 
tratamento, avaliar o enquadramento na legislação ambiental e estimar a capacidade de 
autodepuração do corpo receptor. Desse modo, é preciso quantificar e caracterizar os 
efluentes, para evitar danos ambientais, demandas legais e prejuízos para a imagem da 
indústria junto a sociedade (BRANCO & ZORZIN, 2016). 
 
Dentre os diversos processos convencionais de tratamento disponíveis para a remoção 
de metais dissolvidos em efluentes líquidos industriais, podemos citar a precipitação química 
(seguida de coagulação e floculação), a evaporação, a troca iônica (adsorventes orgânicos ou 
resinas), as tecnologias de membrana (ultrafiltração, eletrodiálise e osmose reversa), os 
processos eletroquímicos e os de adsorção (VAZ, 2009). 
 
O processo de precipitação química seguida de coagulação/floculação e decantação é 
um dos processos de tratamento mais utilizado nas indústrias de galvanoplastia para a 
remoção de metais presentes nos efluentes líquidos gerados. Este processo transforma as 
partículas menores em partículas maiores (lodo) que são passíveis de sedimentação (MELO, 
22 
 
 
 
 
2016). A principal desvantagem desse processo é a geração de grande quantidade de lodo 
galvânico, que é classificado como resíduo perigoso e representa um grande problema 
ambiental, basicamente pela falta de espaço físico nas instalações para seu armazenamento, 
pelo alto custo associado ao seu transporte, tratamento e disposição final (VAZ, 2009). 
 
O processo de precipitação química, apesar de ser muito utilizado pelas indústrias 
galvânicas no tratamento de seus efluentes, muitas vezes não permite atingir níveis de 
concentração de metais pesados suficientemente reduzidos às concentrações de lançamento 
estabelecidas pela legislação vigentes, sendo necessária a aplicação de um processo 
complementar para o tratamento final do efluente (VAZ, 2009). 
 
 
 
3.3.1 O PROCESSO DE COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO 
 
O processo de coagulação corresponde à desestabilização da dispersão coloidal, obtida 
por redução das forças de repulsão entre as partículas com cargas negativas, por meio da 
adição de produtos químicos apropriados, habitualmente com sais de alumínio, ferro ou de 
polímeros sintéticos, seguidos por agitação rápida, com o objetivo de homogeneizar a mistura. 
No processo de floculação, flocos são formados a partir de materiais finamente divididos. 
Esses flocos,ao se agregarem pelo processo de agitação ficam mais pesados e sedimentam-se, 
facilitando a separação dos materiais do meio líquido (WEIHERMANN, 2015). 
 
O processo de coagulação/floculação com posterior sedimentação proporciona a 
remoção de cor e turbidez do efluente a ser tratado. A coagulação e a floculação podem ser 
verificadas em escalas de bancada através da realização de ensaios “Jar-test” (teste de jarros), 
que são utilizados para a determinação da dosagem ótima de aplicação de coagulantes em 
águas brutas ou residuárias (SILVA, 2009). 
 
Na coagulação química, são empregados agentes coagulantes como cloreto férrico 
(FeCl3) ou sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), com forte agitação do efluente para desestabilizar 
eletricamente as partículas de sólidos, facilitando sua aglomeração. Ao empregar o sulfato de 
alumínio ou o cloreto férrico como coagulantes em uma faixa de pH entre 5 e 9, os cátions 
desses compostos produzem produtos pouco solúveis como o hidróxido de alumínio 
(Al(OH)3) e o hidróxido de ferro (Fe(OH)3) (MELO, 2016). 
23 
 
 
 
 
Os sais de alumínio são agentes inorgânicos não biodegradáveis que acrescentam 
elementos químicos à água e ao lodo. Como principal dificuldade do processo destaca-se o 
lodo inorgânico gerado no processo, de difícil manuseio por parte das empresas em função do 
seu volume e do elevado teor de umidade. Os sais de ferro também são muito utilizados como 
agentes coagulantes para tratamento de água e podem agir sobre uma ampla faixa de pH, 
devido à baixa solubilidade dos hidróxidos férricos formados. Sais de alumínio e ferro são 
ambientalmente indesejáveis, pois os lodos gerados podem disponibilizar íons solúveis que 
comprometem a saúde humana (VAZ, 2010). 
 
Polímeros sintéticos denominados polieletrólitos também podem ser utilizados como 
coagulantes no tratamento de águas oriundas de efluentes industriais. Esses polímeros quando 
adicionados a água podem assumir cargas positivas ou negativas, sendo classificados como 
polímeros catiônicos ou aniônicos; ou não assumir carga alguma, sendo considerados neutros; 
ou ainda apresentar sítios ionizáveis positivos e negativos, caracterizando polímeros 
anfolíticos (SILVA, 2009). 
 
A ação desses polímeros pode ser dividida em três categorias principais: adsorção e 
neutralização de cargas no caso de polieletrólitos catiônicos, adsorção e formação de pontes 
poliméricas no caso de polímeros aniônicos e não-iônicos e uma mistura das duas categorias 
anteriores. A Figura 2 mostra a formação de uma ponte quando duas ou mais partículas são 
adsorvidas ao longo do comprimento da molécula polimérica. Durante esse processo, essa 
partícula com o polímero adsorvido adquire peso suficiente para sedimentação 
proporcionalmente a quantidade de pontes formadas (SILVA, 2009). 
 
A utilização de polímeros como auxiliares de floculação em uma estação de 
tratamento de efluentes ocasiona vantagens diretas e indiretas. Por aumentar a eficiência de 
remoção das partículas suspensas, há uma melhoria na qualidade das águas geradas e redução 
do consumo de coagulantes primários, ocasionando, portanto, um menor gasto com produtos 
químicos, por reduzir a concentração de sólidos suspensos totais na água. Além disso, reduz o 
volume de lodo no decantador, uma vez que esses polímeros retiram água desses resíduos 
(ISMAIL et al., 2019). 
24 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Formação de pontes interpartículas. Fonte: Adaptado de SILVA (2009). 
 
 
 
3.4 LEGISLAÇÃO REFERENTE A EFLUENTES INDUSTRIAIS 
 
As atividades industriais podem trazer vários problemas ambientais e 
consequentemente riscos à saúde do ser humano se não forem tomadas medidas quanto ao 
tratamento dos efluentes industriais gerados. No Brasil existem leis e decretos em nível 
federal, estadual e municipal que regulam os parâmetros e limites de emissão de efluentes no 
meio ambiente, os quais são cada vez mais rígidos e monitorados pelos órgãos 
governamentais (NEUMANN, 2016). 
 
Os parâmetros analisados no efluente líquido proveniente de atividades industriais, 
após tratamento adequado devem atender aos limites máximos estabelecidos pela Resolução 
CONAMA n° 430 de 2011, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de 
efluentes, em âmbito nacional; pela norma técnica NT-202.R-10, que estabelece critérios e 
padrões para o lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos ou em redes públicas de 
esgotos, dentro do Estado do Rio de Janeiro e pela DZ-205.R-6 que estabelece diretrizes para 
controle e lançamento de carga orgânica em efluentes líquidos de origem industrial. 
25 
 
 
 
 
Em nível federal, o artigo 16 da Resolução CONAMA nº 430 de 2011 estabelece as 
condições e padrões de lançamento de efluentes. A Resolução determina que quando ocorrer a 
inexistência de legislação ou norma específica para o lançamento indireto do efluente no 
corpo receptor deve ser observada o que esta norma estabelece. A mesma também determina 
que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados no corpo receptor 
desde que obedeçam às condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas outras 
exigências cabíveis. As condições de lançamento de efluentes segundo a Resolução 
CONAMA nº 430 de 2011 são apresentados abaixo e os padrões de lançamento de efluentes 
são mostrados na Tabela 1. 
 
(a) pH entre 5 e 9; 
 
(b) temperatura inferior a 40°C; 
 
(c) Materiais sedimentáveis: até 1 mL/L; 
 
(d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de 
atividade diária da fonte poluidora, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente; 
 
(e) Óleos minerais: até 20 mg/L; 
 
(f) Óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L 
 
(g) Ausência de materiais flutuantes; 
 
(h) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a 20°C): remoção mínima de 60% de 
DBO. 
 
 
Tabela 1 – Padrões de lançamento de efluentes de acordo com a Resolução CONAMA nº 430 
de 2011 
 
(continua) 
 
Parâmetros inorgânicos Valores máximos 
Arsênio total 0,5 mg/L As 
Bário total 5,0 mg/L Ba 
Boro total (Não se aplica para o lançamento em águas salinas) 5,0 mg/L B 
26 
 
 
 
 
Tabela 1 – Padrões de lançamento de efluentes de acordo com a Resolução 
CONAMA nº 430 de 2011 
 
(conclusão) 
 
Parâmetros inorgânicos Valores máximos 
Cádmio total 
Chumbo total 
0,2 mg/L Cd 
0,5 mg/L Pb 
Cianeto total 1,0 mg/L CN 
Cianeto livre (destilável por ácidos fracos) 0,2 mg/L CN 
Cobre dissolvido 1,0 mg/L Cu 
Cromo hexavalente 0,1 mg/L Cr+6 
Cromo trivalente 1,0 mg/L Cr+3 
Estanho total 4,0 mg/L Sn 
Ferro dissolvido 15,0 mg/L Fe 
Fluoreto total 10,0 mg/L F 
Manganês dissolvido 1,0 mg/L Mn 
Mercúrio total 0,01 mg/L Hg 
Níquel total 2,0 mg/L Ni 
Nitrogênio amoniacal total 20 mg/L N 
Prata total 0,1 mg/L Ag 
Selênio total 0,3 mg/L Se 
Sulfeto 1,0 mg/L S 
Zinco total 5,0 mg/L Zn 
Parâmetros orgânicos Valores máximos 
Benzeno 1,2 mg/L 
Clorofórmio 1,0 mg/L 
Dicloroeteno (somatório de 1,1 + 1,2cis + 1,2trans) 1,0 mg/L 
Estireno 0,07 mg/L 
Etilbenzeno 0,84 mg/L 
Fenóis totais (substâncias que reagem com 4-aminoantipirina) 0,5 mg/L 
Tetracloreto de carbono 1,0 mg/L 
Tricloroeteno 1,0 mg/L 
Tolueno 1,2 mg/L 
Xileno 1,6 mg/L 
 
Fonte: Brasil (2011) 
 
 
 
Em nível estadual adota-se a Norma Técnica NT-202-R-10 (Critérios e padrões para 
lançamento de efluentes líquidos) aprovada pela Deliberação CECA nº 1007, de 04 de 
dezembro de 1986. Esta Norma Técnica estabelece critérios para o lançamento de efluentes 
líquidos, como parte integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras – 
SLAP e aplica-se aos lançamentos diretos ou indiretos de efluentes líquidos, provenientes de 
27 
 
 
 
 
atividades poluidoras, em águas interiores ou costeiras, superficiais ou subterrâneas do Estado 
do Rio de Janeiro, através de quaisquer meios de lançamento, inclusive na rede pública de 
esgotos. 
 
Os efluentes líquidos,além de obedecerem aos padrões gerais, não deverão conferir ao 
corpo receptor, características em desacordo com os critérios e padrões de qualidade de água 
adequados aos diversos usos benéficos previstos para o corpo d’água. Os efluentes líquidos 
poderão ser lançados desde que obedeçam aos padrões apresentados abaixo e as 
concentrações máximas de algumas substâncias são mostradas na Tabela 2. 
 
(a) pH entre 5 e 9; 
 
(b) temperatura inferior a 40°C; 
 
(c) Materiais sedimentáveis: até 1 mL/L; 
 
(d) Materiais flutuantes: virtualmente ausentes; 
 
(e) Cor: virtualmente ausente; 
 
(e) Óleos minerais: até 20 mg/L; 
Óleos minerais: até 20 mg/L; 
Óleos vegetais e gorduras animais: até 30 mg/L. 
 
 
 
Tabela 2 – Concentração máxima de algumas substâncias de acordo com a Norma Técnica 
NT-202-R-10 (Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos) 
 
(continua) 
Substância Concentração máxima 
Alumínio total 3,5 mg/L Al 
Arsênio total 0,1 mg/L As 
Bário total 5,0 mg/L Ba 
Boro total 5,0 mg/L B 
Cádmio total 0,1 mg/L Cd 
Chumbo total 0,5 mg/L Pb 
Cobalto total 1,0 mg/L Co 
28 
 
 
 
 
 
Tabela 2 – Concentração máxima de algumas substâncias de acordo com a Norma 
Técnica NT-202-R-10 (Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos) 
(conclusão) 
 
Substância Concentração máxima 
 
Cobre total 0,5 mg/L Cu 
Cromo total 0,5 mg/L Cr 
Estanho total 4,0 mg/L Sn 
Ferro solúvel 15,0 mg/L Fe 
Manganês solúvel 1,0 mg/L Mn 
Mercúrio total 0,01 mg/L Hg 
Níquel total 1,0 mg/L Ni 
Prata total 0,1 mg/L Ag 
Selênio total 0,05 mg/L Se 
Vanádio total 4,0 mg/L V 
Zinco total 1,0 mg/L Zn 
Amônia 5,0 mg/L N 
Cloro ativo 5,0 mg/L Cl 
Cianetos 0,2 mg/L CN 
Índice de fenóis 0,2 mg/L C6H5OH 
Fluoretos 10,0 mg/L F 
Sulfetos 1,0 mg/L S 
Sulfitos 1,0 mg/L SO3 
Pesticidas organofosforados e carbamatos 0,1 mg/L (por composto) 
Pesticidas organofosforados e carbamatos totais 1,0 mg/L 
Hidrocarbonetos alifáticos halogenados voláteis, tais 
como: 1,1,1-tricloroetano; diclorometano; tricloroetileno 
e tetracloroetileno 
0,1 mg/L (por composto) 
Hidrocarbonetos alifáticos halogenados voláteis totais 1,0 mg/L Cl 
Hidrocarbonetos halogenados não listados acima tais 
como: pesticidas e ftalo-ésteres 
Hidrocarbonetos halogenados totais, excluindo os 
Hidrocarbonetos alifáticos halogenados 
0,05 m/L (por composto) 
0,5 mg/L Cl 
Sulfeto de carbono 1,0 mg/L 
Substâncias tensoativas que reagem ao azul de metileno 2,0 mg/L 
Outras substâncias Limites para cada caso 
específico a serem 
 fixados pela CECA 
Fonte: Rio de Janeiro (1986) 
 
 
De acordo com a Diretriz DZ205-R6, os efluentes de indústrias com vazão até 3,5 
m3/dia somente poderão ser lançados nos corpos d’água, direta ou indiretamente, se sua carga 
de DQO for inferior a 3,5 kg/dia. Os efluentes de indústrias do gênero metal-mecânico com 
29 
 
 
 
 
vazão superior a 3,5 m3/dia somente poderão ser lançados nos corpos d’água, direta ou 
indiretamente, se sua carga de DQO for < 200 mg/L ou 4,0 kg/dia. 
30 
 
 
 
 
4 MEIOS E MÉTODOS DE PESQUISA 
 
 
 
4.1 DELINEAMENTO 
 
O método de estudo de caso consiste em coletar e analisar informações com o objetivo 
de estudar aspectos variados, de acordo com o assunto da pesquisa. O estudo de caso é um 
tipo de pesquisa qualitativa e/ou quantitativa, compreendida como um tipo de investigação 
que tem como objetivo o estudo de uma forma aprofundada, podendo ser um grupo de 
pessoas, comunidade, empresa, entre outros (PRODANOV & FREITAS, 2013). O 
delineamento da presente pesquisa será realizado conforme apresentado na Figura 3. 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Delineamento da pesquisa. Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
A definição do tema do presente trabalho ocorreu a partir do trabalho realizado no 
tratamento dos efluentes da própria empresa onde foi realizada a pesquisa, na qual, foi 
apresentada a intenção de realizar um estudo sobre o tratamento dos efluentes gerados, 
principalmente no processo de coagulação/floculação. Os técnicos demonstraram interesse, 
31 
 
 
 
 
juntamente com a empresa, em desenvolver esta pesquisa com o objetivo de avaliar a 
eficiência de agentes floculantes poliméricos comerciais no processo de 
coagulação/floculação do efluente industrial gerado na empresa. 
 
A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de buscas nas principais bases de 
dados científicas de artigos, dissertações, teses, monografias, trabalhos apresentados em 
congressos bem como outras publicações oficiais referentes ao tema. 
 
O levantamento dos dados referente ao processo de tratamento dos efluentes gerados 
na empresa foi realizado a partir de visitas ao local, verificando os procedimentos e métodos 
empregados, com informações obtidas pelos técnicos responsáveis pelo tratamento dos 
efluentes e laudos emitidos sobre a qualidade da água a ser descartada no meio ambiente. 
 
Todas as informações obtidas foram analisadas e compiladas para a realização do 
relatório final do trabalho de conclusão de curso, no qual será descrito a atual forma de 
tratamento dos efluentes e, a partir disso, realizar uma avaliação da qualidade do efluente 
gerado e se há possibilidades de melhorias e eficiência no sistema de tratamento. 
 
 
 
4.2 ESTUDO DE CASO 
 
A pesquisa foi realizada em uma empresa do ramo metal-mecânica localizada na 
região serrana do estado do Rio de Janeiro, a qual coleta e trata seus efluentes industriais 
gerados durante os processos produtivos. As principais etapas de produção da empresa 
consistem em processos como injeção das peças, eliminação de rebarbas, polimento, 
vibroacabamento, galvanoplastia e montagem, conforme pode ser observado no fluxograma 
da Figura 4. 
 
A coleta dos dados originou-se a partir da avaliação do processo de 
coagulação/floculação dos efluentes gerados no processo de galvanoplastia e das análises de 
laudos dos efluentes tratados, os quais são coletados e analisados por laboratórios 
credenciados ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Os ensaios e análises necessários são 
realizados de modo que o lançamento do efluente tratado em um corpo d’água receptor atenda 
aos padrões da Resolução CONAMA nº 430/2011 (BRASIL, 2011) a nível federal, da norma 
32 
 
 
 
 
técnica NT-202.R-10 e da diretriz DZ-205.R-6, ambas a nível estadual. Os dados utilizados 
para a análise dos resultados foram obtidos em visitas realizadas a empresa, com o objetivo de 
caracterizar a origem dos efluentes tratados e observar e analisar todas as etapas de tratamento 
dos efluentes gerados. 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Fluxograma de produção da empresa. Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
4.3 EFLUENTES GERADOS NA INDÚSTRIA 
 
Os efluentes líquidos gerados pela empresa e que são tratados na estação de tratamento 
são caracterizados como efluentes industriais. Esses efluentes são provenientes dos processos 
de niquelação, cobreação e cromagem realizados nas etapas de galvanoplastia do processo 
produtivo da indústria, além de efluentes provenientes de lavagens e águas residuárias que são 
33 
 
 
 
 
geradas durante a transferência entre os tanques de tratamento das superfícies. Todas as águas 
provenientes destes tratamentos são destinadas a tanques de diferentes volumes, dependendo 
do volume diário gerado de efluente. A estação de tratamento da empresa possui tanques 
menores (caixas d´água) de 1000 litros de capacidade e um tanque de tratamento de 6000 
litros de capacidade, como é mostrado na Figura 5. A quantidade de efluente gerado na 
indústria está diretamente relacionada à produção diária das peças, uma vez que a empresa 
opera em função de pedidos de clientes. 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Estação de tratamento de efluentes da empresa, destacando os tanques de 
tratamento dos efluentes gerados. Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
A elevada carga tóxica dos efluentes líquidos gerados nos processos de galvanoplastia 
é composta,principalmente, por sais de cianeto e metais pesados como cobre, níquel e cromo, 
que podem estar presentes tanto na forma solúvel quanto insolúvel. Os principais pontos de 
geração de efluentes líquidos do processo de galvanoplastia da indústria analisada no presente 
projeto são: 
 
(1) Águas provenientes das lavagens ácidas: águas de lavagem de ativação, niquelação e 
banho ácido de cobre; 
 
(2) Banhos contendo cianetos: efluentes contendo cianetos são provenientes dos processos de 
cobreagem; 
34 
 
 
 
 
(3) Cromagem: efluentes gerados no processo de cromagem que contêm cromo no estado de 
oxidação hexavalente (Cr+6); 
(4) Águas de arraste: águas que são geradas durante a transferência entre os tanques podem 
conter diferentes poluentes como Cr+6 e cianeto livre. 
 
 
As águas de lavagem provenientes do processo de galvanoplastia e que são 
responsáveis pelo maior volume de efluentes gerados passam por um processo de tratamento 
diferenciado na estação de tratamento. Essas águas de lavagem passam por trocadores iônicos 
(catiônicos e aniônicos) e filtros de carvão ativado e, em seguida, são encaminhadas 
novamente ao setor de galvanoplastia para serem reaproveitadas no processo produtivo. A 
Figura 6 mostra os filtros utilizados no tratamento das águas de lavagem oriundas do processo 
de galvanoplastia. 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Trocadores iônicos e filtros de carvão ativado utilizados no tratamento das águas 
de lavagem provenientes da galvanoplastia. Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
4.4 TRATAMENTOS REALIZADOS NOS EFLUENTES GERADOS 
 
Inicialmente, todos os efluentes gerados na área da galvanoplastia da indústria são 
destinados por gravidade até a estação de tratamento de efluentes (ETE). A estação de 
35 
 
 
 
 
tratamento é localizada em um andar inferior ao setor da galvanoplastia. O piso da 
galvanoplastia é constituído por um deck de madeira, que permite que todas as águas de 
lavagem e águas residuárias provenientes dos diferentes banhos de tratamento superficial e 
banhos de lavagem sejam destinadas adequadamente a ETE. Além disso, os efluentes 
provenientes dos diferentes banhos são encaminhados à estação por meio de tubulações. A 
Figura 7 mostra uma visão panorâmica da área de galvanoplastia da indústria, destacando os 
diferentes banhos utilizados no processo. 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Visão panorâmica da área de galvanoplastia da indústria, destacando os diferentes 
banhos utilizados no processo. Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
Após chegarem à estação de tratamento por meio de tubulações, os diferentes efluentes 
gerados são encaminhados a tanques onde serão realizados os pré-tratamentos como o 
processo de oxidação do cianeto (CN-) e a redução do cromo hexavalente (Cr+6). Esses 
processos são realizados em batelada e, em seguida, as duas correntes pré-tratadas são 
encaminhadas para uma etapa contínua composta de neutralização, floculação e decantação. 
Esse processo de tratamento é conhecido na literatura como regime misto e tem a vantagem 
de que enquanto os pré-tratamentos estão em andamento, o operador tem tempo para verificar 
o funcionamento/calibração do pHmetro e outros equipamentos e também de preparar as 
soluções necessárias para os demais processos. 
36 
 
 
 
 
A Figura 8 apresenta um fluxograma típico para o regime de tratamento misto de 
efluentes contendo Cr+6 e CN- gerados na indústria de galvanoplastia avaliada no presente 
trabalho. O fluxograma mostra todos os tratamentos que são realizados no efluente até o 
lançamento, o reaproveitamento da água e a geração de resíduos sólidos (lodos). 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Fluxograma da estação de tratamento de efluentes da indústria avaliada, 
destacando todos os tratamentos realizados nos efluentes gerados até o lançamento, o 
reaproveitamento da água e a geração do lodo. Fonte: Próprio autor (2021). 
37 
 
 
 
 
4.4.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DOS 
EFLUENTES 
 
Como mostrado no fluxograma da Figura 8, a estação de tratamento de efluentes 
(ETE) da empresa avaliada no presente trabalho possui 4 tanques menores (caixas d’água de 
1000 litros) onde são realizadas as etapas de pré-tratamento dos efluentes e um tanque de 
6000 litros de capacidade, onde são realizados os pós-tratamentos (neutralização e 
coagulação/floculação). Além disso, a ETE possui um filtro prensa para desaguamento do 
lodo proveniente do tratamento de efluentes e uma estação com trocadores iônicos e filtros de 
carvão ativado utilizados no tratamento das águas de lavagem provenientes da galvanoplastia 
(Figura 6). Outro equipamento utilizado durante o tratamento dos efluentes é um pHmetro, 
que é usado para o ajuste de pH dos efluentes nos tanques. Os materiais e reagentes utilizados 
no tratamento dos efluentes gerados no processo de galvanoplastia são mostrados na Tabela 3. 
 
 
 
Tabela 3 – Reagentes utilizados nos processos de tratamento dos efluentes gerados 
 
Reagentes Processo em que é utilizado Função 
Ácido sulfúrico Tratamento de efluentes com Cr+6 Ajuste de pH 
Hidróxido de sódio Tratamento de efluentes com CN- Ajuste de pH 
Hipoclorito de sódio Tratamento de efluentes com CN- Oxidação do CN- 
Metabissulfito de sódio Tratamento de efluentes com Cr+6 Redução do Cr+6 
Orto-tolidina Tratamento de efluentes com CN- Indicador 
Di-floculador Coagulação/floculação Agente floculante 
Galvo Floc 90 Coagulação/floculação Auxiliar de floculação 
Polidimetilsiloxano Coagulação/floculação Antiespumante 
 
Fonte: Próprio autor (2021) 
 
 
O agente floculante 
 
(Di-floculador) utilizado no presente 
 
trabalho no processo de 
coagulação/floculação é um polímero sintético comercial denominado polieletrólito. O Di- 
38 
 
 
 
 
floculador é uma poliacrilamida aniônica de alta massa molar o qual atua como agente 
floculante na clarificação de águas residuais provenientes de processos de galvanoplastia. O 
Galvo Floc 90 é um produto utilizado no tratamento de efluentes para aumentar o pH do 
efluente. Esse aditivo auxilia na floculação de sólidos em solução, compactação dos flocos em 
um tempo menor, adsorção de matérias orgânicas e clarificação das águas no efluente final. 
 
 
 
4.4.2 ETAPAS DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES 
 
Os efluentes gerados na galvanoplastia e encaminhados a estação de tratamento (ETE) 
recebem inicialmente uma etapa de pré-tratamento, na qual os tipos e quantidades de insumos 
que serão utilizados irão depender do tipo de efluente gerado (efluentes contendo CN-, 
efluentes contendo Cr+6, efluentes contendo águas de arraste, efluentes contendo águas ácidas, 
etc) e da sua vazão diária. Após a etapa de pré-tratamento, os efluentes são encaminhados a 
um segundo tanque de 6000 litros, onde serão realizadas as etapas de neutralização e 
coagulação/floculação do efluente. Abaixo são descritas todas as etapas e procedimentos 
referentes a cada tratamento de efluentes realizado na estação da empresa. 
 
 
 
4.4.2.1 Pré-tratamento – Oxidação do cianeto (CN-) 
 
No processo de oxidação do cianeto, na maioria dos casos onde são observadas 
pequenas instalações de tratamento, o reagente utilizado é o hipoclorito de sódio que contém 
de 11 a 13 % de cloro livre. Este tratamento é baseado na oxidação do cianeto com adição de 
excesso de cloro livre em presença do indicador orto-tolidina. A reação de oxidação nesse 
processo é a seguinte: 
 
CN- + OCl- CNO- + Cl- 
 
As etapas de pré-tratamento do efluente contendo CN- realizadas na indústria de 
galvanoplastia avaliada no presente trabalho são descritas abaixo: 
 
(1) Mede-se o pH; 
 
(2) Adiciona-se hidróxido de sódio (NaOH) de modo a ajustar o pH na faixa de 10,0 a 11,0; 
39 
 
 
 
 
(3) O sistema é mantido sob agitação; 
 
(4) Mede-se novamente o pH, caso o resultado estiver abaixo de 10,0, refaz-se as etapas 2 e 3; 
 
(5) Após ajuste do pH, adiciona-se hipoclorito de sódio e mantém o sistema sob agitação.Durante esse processo, o efluente sobrenadante deve ficar incolor; 
 
(6) Realiza-se o teste de cloro livre de preferência no efluente sobrenadante. O teste constitui 
basicamente na coleta de uma amostra do efluente. Com essa amostra em um tubo de ensaios 
adicionam-se duas gotas do indicador orto-tolidina a 0,5 %. A observação de uma coloração 
vermelha no tubo indica a presença de cloro livre, o que mostra que todo o cianeto foi 
teoricamente consumido no tratamento. Confirmado o excesso de cloro livre, esse efluente 
poderá ser transferido para o tanque de neutralização. O tempo de reação desse processo é em 
média em torno de 40 minutos, dependendo da vazão disponível. 
 
 
 
4.4.2.2 Pré-tratamento – Redução do cromo hexavalente (Cr+6) 
 
Cromo hexavalente é facilmente reduzido para a forma trivalente mediante a dosagem 
de dióxido de enxofre (SO2), metabissulfito de sódio ou sulfato ferroso, este último, 
praticamente, não mais usado devido às quantidades de lodo gerado. O reagente mais 
encontrado em uso hoje é o metabissulfito de sódio (Na2S2O5). O metabissulfito de sódio em 
água forma bissulfito de sódio: 
Na2S2O5 + H2O 2NaHSO3 
 
As etapas de pré-tratamento do efluente contendo Cr+6 realizadas na indústria de 
galvanoplastia avaliada no presente trabalho são descritas abaixo: 
 
(1) Mede-se o pH; 
 
(2) Adiciona-se ácido sulfúrico (H2SO4) de modo a ajustar o pH na faixa de 2,0 a 3,0; 
 
(3) O sistema é mantido sob agitação; 
 
(4) Mede-se novamente o pH, caso o resultado estiver acima de 3,0, refaz-se as etapas 2 e 3; 
40 
 
 
 
 
(5) Após ajuste do pH, adiciona-se metabissulfito de sódio até a redução total do cromo hexa 
para trivalente. 
 
A reação de redução ocorre em meio ácido, onde o bissulfito de sódio converte-se em 
ácido sulforoso e bissulfato de sódio: 
 
NaHSO3 + H2SO4 H2SO3 + NaHSO4 
 
A redução de cromo hexavalente é rápida abaixo de pH 3,0: 
2H2CrO4
-2 + 3H2SO3 Cr2(SO4)3 + 5H2O 
O fim da reação pode ser detectado visualmente pela cor azul final característica de 
cromo trivalente. Uma vez confirmada que não há a presença de cromo hexavalente, o 
efluente pode ser transferido para o tanque de neutralização. A Figura 9 mostra o efluente 
contendo Cr+6 (a) e após tratamento com metabissulfito de sódio (b). 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Efluente contendo Cr+6 (a) e efluente após tratamento contendo Cr+3 (b). Fonte: 
Próprio autor (2021). 
41 
 
 
 
 
4.4.2.3 Pré-tratamento – Efluentes contendo águas de arraste 
 
As águas provenientes da transferência das peças entre os diferentes banhos galvânicos 
são tratadas a partir do conhecimento prévio de que nessas águas há a presença de cromo 
hexavalente e cianeto livre. Logo, no pré-tratamento dessas águas de arraste realiza-se 
primeiro o pré-tratamento do Cr+6 e em seguida do CN-, como descritos anteriormente. As 
águas classificadas como águas de arraste são tratadas com muito cuidado, pois nelas estão 
presentes todos os efluentes gerados na galvanoplastia e, consequentemente, todos os 
poluentes gerados no processo. No tratamento dessas águas de arraste o operador da estação 
de tratamento sempre deve ficar atento a coloração e ao pH dos efluentes gerados. Essas 
informações são importantes para determinar a dosagem de produtos químicos utilizados 
durante o pré-tratamento. 
 
 
 
4.4.2.4 Pós-tratamento – Neutralização 
 
As correntes de efluentes pré-tratadas são unidas para a próxima etapa no processo de 
tratamento que, normalmente, é denominada “neutralização”. Dependendo do balanço de 
ácidos e alcalinos provenientes do pré-tratamento, é necessário dosar um reagente ácido ou 
um alcalino para alcançar o pH ótimo para a precipitação dos metais pesados presentes. No 
tanque de neutralização é onde irá ocorrer a mistura e homogeneização dos efluentes 
previamente tratados (Figura 10). As etapas de neutralização dos efluentes realizadas na 
indústria de galvanoplastia são descritas abaixo: 
 
(1) Mede-se o pH; 
 
(2) Adiciona-se ácido sulfúrico (H2SO4) ou hidróxido de sódio (NaOH) de modo a ajustar o 
pH na faixa de 8,0 a 9,0; 
 
(3) O sistema é mantido sob agitação de forma a homogeneizar a mistura; 
 
(4) Mede-se novamente o pH, caso o resultado estiver fora da faixa de 8,0 a 9,0, refaz-se as 
etapas 2 e 3. 
 
O tempo de reação dessa etapa de tratamento é de 5 a 10 minutos. 
42 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Tanque de neutralização utilizado na estação de tratamento da indústria de 
galvanoplastia. Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
4.4.2.5 Pós-tratamento – Coagulação/floculação 
 
A coagulação é o processo de agregação de partículas devido à desestabilização de 
partículas coloidais, e o transporte das mesmas, enquanto a floculação refere-se apenas a etapa 
de transporte das partículas. Portanto, floculação é parte integrante do processo de coagulação 
e não um processo distinto que ocorre após a etapa de coagulação (PONTE, 2014). 
 
As etapas de coagulação/floculação dos efluentes realizadas na indústria de 
galvanoplastia após a etapa de neutralização são descritas abaixo: 
 
(1) Prepara-se uma solução do agente floculante (Di-floculador) pela adição de 100 mL do 
reagente em 18 L de água. Mistura-se até a obtenção de uma solução viscosa. O auxiliar de 
floculação (Galvo Floc 90) pode ser preparado e adicionado na próxima etapa juntamente com 
o agente floculante. 
 
(2) Após confirmação da estabilidade do pH (8,0 a 9,0) adiciona-se a solução do agente 
floculante ao tanque de neutralização, onde a mistura é obtida por insuflamento de ar 
comprimido no tanque (aeração) durante 2 a 4 minutos. Antes de iniciar a etapa de floculação 
43 
 
 
 
 
é verificado se não há a presença de espuma. Em caso positivo é adicionado 500 mL de 
antiespumante de maneira a eliminar essa espuma e prosseguir com o processo de floculação. 
 
(3) Após esse tempo, o compressor é desligado e o sistema é deixado em repouso de maneira 
a ocorrer o processo de decantação dos sólidos; 
 
(4) Após esse período é verificado se ocorreu a formação de flocos e se estes estão sofrendo 
uma sedimentação no tanque. 
 
O líquido sobrenadante obtido após o processo de coagulação/floculação é chamado de 
líquido clarificado. Esse líquido, antes de ser descartado, passa por um filtro para eliminação 
de alguma espuma ou partícula maior que não foi eliminada no tanque de neutralização. Após 
a passagem por esse filtro o líquido é bombeado para descarte de maneira adequada. A Figura 
11 mostra o líquido clarificado obtido após tratamento de efluente contendo cromo 
hexavalente (a) e o filtro utilizado para passagem do efluente (b) antes do descarte final no 
corpo hídrico. 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Líquido clarificado obtido após tratamento de efluente contendo Cr+6 (a) e filtro 
utilizado para remoção de partículas ou espuma antes do descarte do efluente (b). Fonte: 
Próprio autor (2021). 
44 
 
 
 
 
O lodo (lama) proveniente da precipitação dos resíduos sólidos é encaminhado por 
bomba até um filtro-prensa para a realização do processo de desaguamento do lodo. A 
utilização de filtro-prensa nesse processo tem como principais vantagens: obtenção de uma 
torta com alta concentração de sólidos, qualidade do efluente liquido gerado e baixo consumo 
de produtos químicos para o condicionamento do lodo. O lodo gerado é classificado como 
resíduo perigoso, de acordo com a NBR 10.004, da ABNT e deve ser recolhido e descartado 
por uma empresa ambientalmente licenciada. A Figura 12 apresenta o filtro-prensa utilizado 
no processo (a) e o lodo obtido após secagem (b). 
 
 
 
 
 
Figura 12 – Filtro-prensa utilizado no processo de desaguamento do lodo gerado (b) e lodo 
gerado após secagem e armazenado para posterior descarte por empresa licenciada 
ambientalmente (b). Fonte: Próprio autor (2021). 
 
 
 
4.4.3 VAZÃO DOS EFLUENTES GERADOS 
 
De acordo com a Resolução CONAMA n° 430 de 2011 e a norma técnica NT-202.R- 
10 avazão de pico dos efluentes gerados não poderá ultrapassar 1,5 vezes a vazão média do 
período de atividade diária do agente poluidor. A vazão de efluentes líquidos tratados no 
período em que foi realizada a pesquisa variava em torno de 3 m3/dia. O volume total do 
45 
 
 
 
 
efluente industrial gerado é determinado a partir de leituras diárias iniciais e finais dos 
tanques de acúmulo, definindo assim o volume total que chega a ETE e a quantidade que foi 
tratada de cada tanque. 
 
 
 
4.4.4 PARÂMETROS DE CONTROLE 
 
Os principais parâmetros ajustados e tratados que são controlados através de análises 
laboratoriais que estão presentes nos efluentes líquidos industriais gerados pela indústria de 
galvanoplastia, após tratamento, estão descritos na Tabela 4. Esses parâmetros devem atender 
aos limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA n° 430 de 2011, a norma 
técnica NT-202.R-10 e a diretriz DZ-205.R-6. 
 
 
 
Tabela 4 – Principais poluentes avaliados no efluente gerado da indústria de galvanoplastia 
avaliada 
 
Parâmetros avaliados Valores máximos 
DQO < 3,0 kg/dia 
Surfactantes aniônicos 2 mg/L 
Sólidos suspensos totais (RFNT) - 
Cobre total 0,5 mg/L 
Cianeto livre 0,2 mg/L 
Níquel 1,0 mg/L 
Cromo total 0,5 mg/L 
Zinco 1,0 mg/L 
Material sedimentável 1,0 mL/L 
Óleos e graxas 20 mg/L 
pH 5,0 – 9,0 
 
 
Fonte: Próprio autor (2021) 
46 
 
 
 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
 
 
5.1 TRATAMENTO DOS EFLUENTES GERADOS 
 
A capacidade de tratamento dos efluentes provenientes das atividades de 
galvanoplastia da indústria analisada no presente trabalho é de 60 m3/mês, levando em 
consideração uma jornada de trabalho de 40 horas semanais e sabendo que a média diária de 
tratamento para um turno de 8 horas é de 3 m3/dia. As etapas e os tempos utilizados para 
realizar o ciclo de tratamento de efluentes contendo águas de arraste no reator, em um turno 
de trabalho estão especificados na Tabela 5. Nessas águas de arraste estão presentes todos os 
efluentes gerados no processo de galvanoplastia, como cromo hexavalente e cianeto livre. 
 
 
 
Tabela 5 – Ciclo de tratamento de efluentes contendo águas de arraste no reator por batelada 
 
Ciclo de Tratamento Tempo (min) % 
Enchimento do reator 15 26,00 
Dosagem e homogeneização do metabissulfito 7 12,00 
Dosagem e homogeneização do hipoclorito de sódio 9 15,50 
Adição do difloculador (Floculação) 10 17,25 
Decantação 10 17,25 
Retirada do efluente tratado 7 12,00 
 
Fonte: Próprio autor (2021) 
 
 
 
 
O ciclo de tratamento avaliado na Tabela 5 leva em consideração principalmente os 
pré-tratamentos de Cr+6 e CN-. Por meio da avaliação da tabela é possível mostrar que as 
etapas de floculação e decantação são responsáveis por 34,5 % do tempo utilizado para 
realizar o tratamento de 3 m3 de efluentes diários gerados. Logo, a avaliação de processos e 
do uso de produtos químicos capazes de reduzir o tempo de tratamento dessas etapas é muito 
importante na otimização dos processos realizados numa estação de tratamento de efluentes. 
47 
 
 
 
 
Além disso, a combinação de diferentes produtos pode contribuir também para a qualidade do 
efluente gerado. 
 
A Figura 13 mostra dois recipientes com os efluentes gerados após as etapas de 
coagulação/floculação/decantação. A Figura 13a apresenta o efluente tratado na presença do 
difloculador e do auxiliar de floculação (Galvo Floc 90), enquanto a Figura 13b mostra o 
efluente tratado apenas na presença do difloculador. Por meio da observação da Figura é 
possível notar que o efluente tratado na presença do auxiliar de floculação (Figura 13a) 
apresenta um sobrenadante mais transparente do que a amostra de efluente tratada apenas na 
presença do difloculador. Além disso, é possível perceber uma maior compactação dos flocos 
na presença do Galvo Floc 90. Como comentado anteriormente, o Galvo Floc 90 é um 
produto comercial que auxilia na floculação de sólidos em suspensão, na compactação dos 
flocos em um tempo menor, na adsorção de matérias orgânicas e na clarificação das águas no 
efluente final, além de aumentar o pH do efluente gerado. 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Efluentes gerados após as etapas de Coagulação/floculação/decantação, fazendo 
o uso do Difloculador + Galvo Floc 90 (a) e apenas do Difloculador (b). Fonte: Próprio autor 
(2021). 
48 
 
 
 
 
Na Tabela 6 são apresentadas as características dos efluentes gerados no processo de 
galvanoplastia e tratados sem e na presença do auxiliar de floculação (Galvo Floc 90). Os 
resultados da caracterização dos efluentes gerados mostraram uma variação significativa em 
relação a alguns parâmetros analisados, principalmente DQO, níquel e cromo. No efluente 
tratado apenas na presença do difloculador e sem a adição do Galvo Floc 90, esses parâmetros 
se mostraram bem superiores aos apresentados pelo efluente tratado na presença do auxiliar 
de floculação. Além disso, dois parâmetros avaliados (níquel e zinco) estão com valores bem 
superiores aos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 430 de 2011 e a norma 
técnica NT-202.R-10. Para o efluente tratado na presença do di-floculador e do Galvo Floc 
90, todos os parâmetros avaliados estão abaixo dos valores máximos estabelecidos pela 
Resolução e pela Norma Técnica. 
 
 
 
Tabela 6 – Comparação dos parâmetros avaliados nos efluentes tratados sem o auxiliar de 
floculação (Galvo Floc 90) e com o auxiliar de floculação (Galvo Floc 90) 
Parâmetros avaliados Efluentes tratados sem o 
Galvo Floc 90 
Efluentes tratados com o 
Galvo Floc 90 
DQO 456 mg/L < 25 mg/L 
Surfactantes aniônicos 1,30 mg/L 0,13 mg/L 
Sólidos suspensos totais 9,0 mg/L 8,0 mg/L 
Cobre total <0,10 mg/L <0,10 mg/L 
Cianeto livre <0,05 mg/L <0,05 mg/L 
Níquel 13,68 mg/L <0,06 mg/L 
Cromo total 0,27 mg/L <0,10 mg/L 
Zinco 16,10 mg/L 0,16 mg/L 
Material sedimentável <0,5 mL/L <0,5 mL/L 
Óleos e graxas minerais <10 mg/L <10 mg/L 
pH 6,42 8,30 
 
Fonte: Próprio autor (2021) 
 
49 
 
 
 
 
O pH do efluente tratado com o Galvo Floc 90 se mostra superior ao pH do efluente 
tratado apenas com o agente floculante, o que demonstra a função desse auxiliar de floculação 
em aumentar o pH do efluente tratado. O pH é um parâmetro importante no processo de 
coagulação/floculação uma vez que cada coagulante tem uma faixa ótima de operação. Em 
um pH superior ao do efluente a remoção de cor ocorre também devido a precipitação. 
 
A diferença significativa nos valores dos parâmetros avaliados dos efluentes gerados, 
não pode, com certeza, ser atribuída a presença do auxiliar de floculação, apesar desse 
produto auxiliar na compactação dos flocos, na adsorção de matérias orgânicas e na 
clarificação das águas no efluente final gerado. Essa diferença nos parâmetros avaliados dos 
dois efluentes pode ser atribuída também a produção de peças com tratamentos superficiais 
distintos, devido a diferença significativa na composição dos banhos (VAZ, 2009). Além 
disso, no presente trabalho, os dois efluentes avaliados (Tabela 6) foram coletados pelo 
laboratório de análise em diferentes períodos, como pode ser observado nos relatórios de 
análise gerados (Anexos C e D). Logo, esses efluentes podem apresentar diferentes 
características por serem efluentes derivados de diferentes processos realizados pela indústria 
avaliada. 
50 
 
 
 
 
 
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
 
 
 
 
As principais conclusões deste trabalho são referentes a atual estação de tratamento de 
efluentes (ETE) da indústria metal-mecânica avaliada. Os principais assuntos observados 
foram relacionados aos tratamentos realizados nos efluentes industriais gerados na empresa, 
principalmente com relação às etapas de coagulação/floculação. Nessas etapas, os efluentes 
gerados foram tratados de acordo com duas diferentes metodologias: (a) na presença apenas 
de um agente floculante polimérico comercial (polieletrólito) e (b) na presençado agente 
floculante e de um auxiliar de floculação comercial (Galvo Floc 90). 
 
Nos ensaios preliminares realizados os reagentes comerciais testados mostraram-se 
eficientes na remoção de cor dos efluentes provenientes dos processos de galvanoplastia, 
principalmente quando foram testados os dois reagentes comerciais em conjunto. O uso do 
auxiliar de floculação proporcionou uma maior compactação dos flocos formados, além de 
aumentar o pH do efluente gerado. Essa característica leva a um menor tempo necessário para 
o processo de decantação dos sólidos gerados. 
 
A caracterização dos efluentes gerados após tratamento com as duas metodologias 
utilizadas mostrou variações significativas em alguns parâmetros avaliados, principalmente 
DQO, níquel e cromo. Esses parâmetros se mostraram bem superiores no efluente tratado 
apenas com o agente floculante comercial (Di-floculador). Para o efluente tratado na presença 
do agente floculante e do auxiliar de floculação, todos os parâmetros avaliados mostraram 
valores abaixo dos valores máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA 430/2011 e 
Norma Técnica NT-202.R10, o que demonstra a eficiência do processo de tratamento dos 
efluentes. 
 
Apesar dos resultados obtidos com a caracterização dos efluentes mostrarem uma 
qualidade superior do efluente tratado na presença do agente floculante e do auxiliar de 
floculação, não é possível atribuir essa qualidade obtida do efluente a presença do Galvo Floc 
90, devido aos efluentes avaliados terem sido coletados pelo laboratório de análise em 
períodos diferentes. 
51 
 
 
 
 
A partir da análise dos parâmetros e dos resultados obtidos e apresentados no presente 
trabalho, analisando a Resolução 430 de 2011 e a Norma Técnica NT-202.R10 para o 
lançamento de efluentes tratados a um corpo hídrico, pode-se afirmar que a ETE tem 
apresentado uma boa eficiência na remoção dos contaminantes presentes nos efluentes 
gerados pela indústria avaliada. 
 
Considerando os dados e informações levantadas, podem ser apontadas sugestões para 
o desenvolvimento de trabalhos futuros como a avaliação das etapas de coagulação/floculação 
de efluentes provenientes do mesmo processo de tratamento. Essas avaliações podem ser 
realizadas em escala de laboratório através de ensaios de coagulação/floculação em 
equipamentos Jar-Test. Além disso, podem ser utilizados diferentes agentes floculantes. 
52 
 
 
 
 
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