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Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL Replanejamento da UBS TERMOS DESCONHECIDOS AMBIÊNCIA: A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (arquitetônico), entendido como lugar social, profissional e de relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente saudável para o trabalho dos profissionais de saúde. DEMANDA REPRIMIDA: espera das pessoas em conseguir atendimento nos diferentes níveis de complexidade. ATENÇÃO BÁSICA A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos. No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas UBSs. A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc.. É necessário 4 equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidaca o/comum/250693.html Fonte: https://pensesus.fiocruz.br/atencao-basica O.1: COMPOSIÇÃO DA ESF E SUA FUNÇÃO A Estratégia da Saúde Básica da Família teve origem em 1994 como PSF (Programa de Saúde da Família) com função de assistência, promoção da saúde , prevenção de doenças e reabilitação. Atualmente, o PSF é definido com Estratégia Saúde da Família (ESF), ao invés de programa, visto que o termo programa aponta para uma atividade com início, desenvolvimento e finalização. O ESF é uma estratégia de reorganização da atenção primária e não prevê um tempo para finalizar esta reorganização.. O programa tem como ponto positivo a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora do ambiente hospitalar. Características: Cadastramento atualizado (dados com características sociais, econômicas, culturais e epidemiológicas=doenças); Definição/mapeamento do território e da área ligada a ele; Priorização de critérios de risco + frequentes; Cuidado familiar ampliado e integrado com outros profissionais compostos pela equipe; Estímulo a comunidade a participação das ações; Realizar visitas domiciliares; garantir o tratamento continuado sobre para os casos + complexos ou que necessitem de internação; Equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo que a média recomendada é de 3.000. A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta por equipe multiprofissional que possui, no mínimo: - Médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade; - Enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família; - Auxiliar ou técnico de enfermagem; - Agentes comunitários de saúde (ACS). - Também há equipe de Saúde Bucal, composta por cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750 pessoas por ACS. Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/250693.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/250693.html https://pensesus.fiocruz.br/atencao-basica Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente. Fonte:https://www.cursosaprendiz.com.br/caracteristicas-e-composicao-da-estrategia- saude-da-familia-esf/ O.2: DIFERENÇA ENTRE UBS E UFS As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para outros serviços, como emergências e hospitais. Conforme a SMS, a orientação começa pela Atenção Básica, a porta de entrada preferencial do SUS. As Unidades Básicas de Saúde (UBS), popularmente conhecidas como postos de saúde, são locais onde o cidadão pode receber os atendimentos gratuitos essenciais em saúde da criança, da mulher, do adulto e do idoso, além de odontologia, requisições de exames por equipes multiprofissionais e acesso a medicamentos. Na UBS, o clínico geral também pode marcar consultas para procedimentos eletivos e exames mais específicos com especialistas da rede pública ou em clínicas credenciadas à Prefeitura por meio de licitação. A USF têm perfil semelhante, também voltada a atendimentos primários e o mesmo acompanhamento de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. A diferença, no caso de uma USF, está na promoção da prevenção de doenças com grupos de moradores de cada território, por meio de agentes comunitários e assistentes sociais. Juntas, ambas as unidades resolvem grande parte dos problemas de saúde da população do zoneamento que está sob sua responsabilidade. É importante observar que UBS e USF atuam diretamente nos bairros onde as pessoas vivem. Fonte: https://www.novohamburgo.rs.gov.br/noticia/entend a-diferencas-ubsusf-upa O.3: PROGRAMA DE ACOLHIMENTO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE - POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO Acolhimento Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede socio-afetiva. Como fazer? Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde. Isso assegura, por exemplo, que todos sejam atendidos com prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. COGESTÃO Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão - que se transforma também em espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em particular, em lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo. Como fazer? A organização e experimentação de rodas de conversa é uma importante orientação da cogestão.para colocar as diferenças em contato de modo a produzir movimentos de desestabilização que favoreçam mudanças nas práticas de gestão e de atenção. A PNH destaca dois grupos de dispositivos de cogestão: aqueles que dizem respeito à organização de um espaço coletivo de gestão que permita o acordo entre necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e gestores; e aqueles que se referem aos mecanismos que garantem a participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde. Colegiados gestores, Mesas de negociação, Contratos Internos de Gestão, Câmara, Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que permitem a experimentação da cogestão no cotidiano da saúde. GESTÃO PARTICIPATIVA Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa (ParticipaSUS): valorização dos diferentes mecanismos de participação popular e de controle social, a promoção da inclusão social de populações específicas e a afirmação do protagonismo da população na luta por saúde a partir da ampliação de espaços públicos de debates e construção de saberes. Promove-se a integração e interação das ações de auditoria, ouvidoria, monitoramento e avaliação com o controle social, entendidos como medidas para o aprimoramento da gestão do SUS nas três esferas de governo. Conselhos de saúde: são órgãos colegiados deliberativos e permanentes do SUS, existentes em cada esfera de governo (municipal, estadual e nacional) e integrantes da estrutura básica do sistema de saúde. - Membros: acompanhamento, controle e fiscalização - Permanente - Deliberativo Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL - 50% usuários - 25% técnicos da saúde - 25% gestores Conselho municipal de saúde Controla o dinheiro da saúde Acompanha as verbas Repasses de programas federais Participa da elaboração de metas Controla a execução de ações Conselheiros devem se unir pelo menos uma vez no mês Conferências de saúde: Convocadas pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde, as Conferências têm como objetivos principais avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação da política de saúde nos três níveis de gestão: municipal, estadual e federal. Isso significa dizer que as deliberações das Conferências devem servir para orientar os governos na elaboração dos planos de saúde e na definição de ações que sejam prioritárias nos âmbitos estaduais, municipais e nacional . - Temporário - A cada 4 anos - Propositivo - 50% usuários - 50% v.seg. sociais - Representates do governo, profissionais de saúde, prestadores de serviço e parlamentares - Avaliar a situação da saúde atual e propor diretrizes para formulação das políticas de saúde Comitês Técnicos: São espaços de caráter técnico e consultivo que apoiam a gestão do SUS na formulação, implantação e monitoramento de políticas públicas de saúde. Podem ser formados com a participação da gestão federal, estadual e municipal (da saúde e outros ministérios ou secretarias de governo), movimentos sociais e/ou entidades representativas e representantes de Conselhos de Saúde (nacional, estadual ou municipal). Comitês Técnicos de Equidade em Saúde: São espaços de participação e controle social que consistem num grupo consultivo e de monitoramento, avaliação e assessoramento para discussões técnicas e políticas voltadas a promoção de equidade em saúde para as populações em condições de desigualdade e/ou vulnerabilidade. Atualmente, no âmbito do Ministério da Saúde, sob a coordenação do DAGEP/SGEP, existem quatro Comitês Técnicos de Equidade em Saúde instituídos: • Comitê Técnico de Saúde da População Negra • Comitê Técnico de Saúde LGBT • Comitê Técnico de Saúde da População em Situação de Rua • Grupo da Terra (Populações do campo, floresta e águas) Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde Criado no âmbito do Ministério da Saúde, tem por objetivos Participar do acompanhamento e a avaliação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS, colaborar com a elaboração de estratégias de mobilização e desenvolvimento de práticas de Educação Popular em Saúde como prática democrática na construção de políticas públicas de saúde. Acesse a portaria de criação do Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde. AMBIÊNCIA O que é? Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas. Como fazer? A discussão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores de cada serviço é uma orientação que pode melhorar o trabalho em saúde. CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA O que é? A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. Permite o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia. Como fazer? Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto destes com o usuário), de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS. VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR O que é? É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. Como fazer? O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada de Pesquisa são possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do que gera sofrimento e adoecimento, do que http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt1063_23_07_2015.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2837_01_12_2011.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt3305_24_12_2009.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt3305_24_12_2009.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1256_17_06_2009.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1256_17_06_2009.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1256_17_06_2009.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1256_17_06_2009.html Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL fortalece o grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de como agir no serviço de saúde. É importante também assegurar a participação dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão. DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS O que é? Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. Como fazer? Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social. Fonte:https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/cartao-nacional-de-saude/gestao- do-cns/693-acoes-e-programas/40038-humanizasus http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html O.4: IMPORTÂNCIA DOS ALUNOS E OUTROS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA UNIDADE BÁSICA A vivência de alunos de graduaçãona atenção básica condiz com um aprendizado diversificado, que não se limita apenas ao conhecimento teórico de condutas e procedimentos, mas se baseia fundamentalmente no relacionamento com os usuários inseridos em uma realidade própria, com necessidades e condições especiais. A passagem pela extensão permite ao graduando a oportunidade de vivenciar a realidade de uma comunidade, observando de maneira crítica todos os aspectos que a influenciam. Servir de espaço diferenciado para novas experiências voltadas à humanização, ao cuidado e à qualificação da atenção à saúde. Organização de trabalho como alternativa à necessidade de racionalização da assistência médica e ampliação do acesso da população aos serviços de saúde (Canoletti, 2008). Interdependência e complementaridade das ações de vários profissionais para melhorar a qualidade da assistência, e que o grau de integração entre estes pode estar relacionado a quanto a equipe cuida. Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v36n1s1/v36n1s1a05.pdf https://www.scielosp.org/article/icse/2013.v17n45/327-340/pt/ O.5: ETAPAS DE PLANEJAMENTO DA SAÚDE Planejamento em Saúde é o processo que consiste em desenhar, executar, acompanhar e avaliar um conjunto de propostas de ação com vistas à intervenção sobre um determinado recorte de realidade. O planejamento em saúde, numa visão estratégica, se constitui num http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html https://www.scielosp.org/article/icse/2013.v17n45/327-340/pt/ Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL processo de caráter permanente e participativo, com uma dimensão técnica e política, que tem como produto - não acabado - um plano, que documenta e anuncia a política de saúde definida pelos diversos atares sociais envolvidos no processo. Assim, o plano local pode ser visto como: o principal instrumento orientador da gerência dos serviços, além de servir como uma planilha por meio da qual seriam periodicamente avaliadas e supervisionadas as equipes e serviços de saúde. Os indicadores e parâmetros utilizados deveriam abranger um conjunto de variáveis que representassem o modelo e as prioridades definidas, incluindo, portanto, vários aspectos da atenção: produtividade, cobertura populacional, indicadores que apontassem para o sentido de integralidade e da qualidade da atenção, das possibilidades de acesso e da humanização dos serviços. (CAMPOS, 1992, p.156) A Constituição Brasileira estabelece como norma o caráter universal e integral das ações de saúde a cargo do Estado, mas isto não evita que no dia a dia escolhas sejam feitas e instrumentos sejam usados para eleger prioridades e aproximar os serviços das necessidades mais importantes das comunidades atendidas. As diretrizes do modelo de atenção integral à saúde apontam alguns tópicos que podem ajudar a organização dos serviços: definir a demanda social, levando em consideração a manifestação pública de comunidades e seus representantes; entender as conexões sociais do processo saúde/doença, compreendendo a dinâmica das relações sociais, por intermédio de indicadores socioeconômicos; utilizar a Epidemiologia para entender a maneira como as relações sociais repercutem no modo de adoecimento das coletividades; recorrer às técnicas de Programação e Planejamento para orientar as atividades dos serviços de saúde; recusar o modelo clínico centrado na atenção individual como princípio ordenador das ações desses serviços; detectar problemas e articular soluções a partir de um conjunto de saberes que convergem para práticas de caráter interdisciplinar; definir o território de intervenção dos serviços em função da dinâmica das populações e das relações. PASSOS PARA O PLANEJAMENTO DAS AÇÕES: Passo 1 – Definição do território Essa definição implica em definir a área de abrangência dos serviços, o perfil demográfico e socioeconômico da população atendida e o conjunto de equipamentos, profissionais e instalações existentes. Esse território pode ser considerado como um sistema local, onde estão presentes múltiplos fatores que influem no processo saúde/doença, especialmente em suas conexões sociais, econômicas e culturais. O planejamento deve considerar as condições de acesso aos serviços, o perfil epidemiológico e socioeconômico das populações, os mecanismos de controle comunitário sobre os recursos disponíveis e de definição de prioridades. Passo 2 – Definição da situação atual da saúde da população adscrita Só é possível planejar tendo conhecimento da população e do contexto em que ela se insere. A epidemiologia é uma ferramenta bastante utilizada para definir as necessidades de saúde e auxiliar o planejamento dos serviços. Seu emprego permite a sistematização de dados demográficos, de morbidade e mortalidade, permitindo análise capaz de alimentar o processo de planejamento e tomada de decisões da equipe. A informação gerada em dados é transformada em indicadores de saúde, geralmente disponibilizados por meio dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS). Passo 3 – Identificação dos principais problemas de saúde da população que se quer abordar A partir da informação gerada e estudada, é possível identificar os principais problemas de saúde desta população, os grupos de risco, o acesso dos pacientes ao sistema de saúde e a cobertura por programas de saúde, bem como a organização e gerenciamento dos programas da atenção básica. Sugere-se que se aponte dentro dos problemas a serem enfrentados aqueles que possam ser classificados como críticos de acordo com os critérios de: • frequência do problema; • morbidade e mortalidade relacionadas ao problema; • efetividade das intervenções (pouco, moderada, muito); • custos da intervenção (alto, moderado, baixo); • intencionalidade em priorizar “grupos” de maior risco: mulheres em idade fértil, crianças e idosos; • impacto econômico: grupos de trabalhadores ou por características socioeconômicas etc. Nessa etapa, torna-se útil incorporar algum conhecimento sobre a situação de saúde de outras localidades e grupos populacionais, bem como referências das instituições responsáveis pelas políticas e ações (Município, Estado, União, organismos internacionais), para organização da base da investigação. Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL Passo 4 – Análise dos determinantes do problema: a árvore explicativa Aqui destacam-se duas ordens de questões. Por um lado, as diferentes formas de representação, valorização e compreensão dos problemas de saúde, seja pelo olhar dos profissionais ou pela ótica dos diversos grupos sociais envolvidos, incluindo a população; o que apresenta, como um dos principais desafios, a necessidade de articulação das diferentes racionalidades envolvidas em um processo concreto de planejamento. E leis que caracterizam a realidade sanitária apontam para diversas possibilidades de 'recorte' desses problemas, em termos de unidades de análise e intervenção. Cada uma dessas possibilidades de recorte apresenta distintas implicações operacionais sobre a capacidade de apreensão e compreensão das necessidades de saúde, bem como de cumprimento dos princípios de equidade e integralidade. Assim, a árvore de problemas deve ser desenhada de maneira clara, sintética e precisa, a partir da identificação das causas do problema e da forma como estão relacionadas entre si. A partir da “árvore de problemas” é gerada então a árvore de objetivos, dos quais derivam as ações a serem realizadas nos territórios considerados em uma perspectiva intersetorial. Ou seja, as ações e serviços a serem desenvolvidos não se restringem àquelesque já são tradicionalmente ofertados pelas unidades de saúde, envolvendo um esforço adicional de mobilização e articulação de outros órgãos governamentais e não governamentais que atuam na área, inclusive a mobilização e envolvimento dos indivíduos, das famílias e das coletividades que vivem e trabalham neste local. Passo 5 – Levantamento de recursos O estabelecimento de prioridades se baseia no fato de que o recurso em saúde nunca é suficiente para a realização de todas as ações necessárias. Basicamente, quando se fala em planejamento para a ação em saúde são definidos os pontos mais importantes e estes incluem priorizar tanto ações quanto recursos. É aconselhável lidar com um ou dois problemas de cada vez, evitando- se esforços em múltiplos problemas que acabam por pulverizar as ações e protelar resultados. O conhecimento dos recursos de saúde disponíveis, bem como de toda a rede de apoio não só da saúde, mas intersetorial, é tão importante quanto o conhecimento dos problemas de saúde. Nessa etapa é importante que as equipes de Saúde da Família, para exercício da intersetorialidade, considerem como recursos todo o equipamento público possível de acesso pela população da área de abrangência, não se limitando aos recursos do Setor Saúde. Isso implica em parcerias com escolas, igrejas, associações comunitárias e organizações não governamentais, além de estreita relação com diferentes Secretarias de Governo, para ampliação da resolutividade das ações empreendidas. Passo 6 – Programação das ações Por fim, é desejável a adequação das ações aos oito elementos essenciais da programação da atenção básica: • educação sobre os principais problemas – controle e prevenção; • conhecimento da disponibilidade de alimentos e promoção da nutrição adequada; • suprimento de água potável e provisão de saneamento básico; • saúde materno-infantil, incluindo planejamento familiar; • imunização contra as principais doenças infecciosas; • prevenção e controle das principais doenças endêmicas e epidêmicas; • tratamento apropriado para as doenças e lesões comuns; • previsão de medicamentos e materiais essenciais. Fonte:https://www.google.com/search?q=ETAPAS+DE+PLANEJAMENTO+DA+SA %C3%9ADE&oq=ETAPAS+DE+PLANEJAMENTO+DA+SA%C3%9ADE&aqs=chro me..69i57j33.1038j0j9&sourceid=chrome&ie=UTF-8 TERRITORIALIZAÇÃO É a delimitação de espaços onde se concentram grupos populacionais homogêneos de risco ou não risco, com vistas à identificação das necessidades de saúde das famílias residentes, programação e acompanhamento das ações destinadas à melhoria das suas condições de saúde... A gestão deve definir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta deve conhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando diferentes elementos para a cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante refazer ou complementar a territorialização sempre que necessário, já que o território é vivo. A integração entre as ações de Atenção Básica e Vigilância em Saúde deve ser concreta, de modo que se recomenda a adoção de um território único para ambas as equipes, em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e os demais membros da equipe multiprofissional de AB na identificação das necessidades de saúde da população e no planejamento das intervenções clínicas e sanitárias. Possibilita, de acordo com a necessidade e conformação do território, através de pactuação e negociação entre gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de referência.. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/2506 93.html fonte:http://www.saude.sp.gov.br/resources/humanizacao/hoeage/acesso- rapido/formacao-tecnica-emacolhimento-na-atencao-basica/apresentacao_- http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/250693.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/250693.html Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL GESTÃO DO SUS EM RELAÇÃO AOS NÍVEIS DE ATENDIMENTO A Atenção Primária é constituída pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) enquanto o nível intermediário de atenção fica a encargo do SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel as Urgência), das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), e o atendimento de média e alta complexidade feito nos hospitais. A Atenção Secundária é formada pelos serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a terciária, historicamente interpretada como procedimentos de média complexidade. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência. A Atenção Terciária ou alta complexidade designa o conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização. Organiza também procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo, como oncologia, cardiologia, oftalmologia, transplantes, parto de alto risco, traumato-ortopedia, neurocirurgia, diálise (para pacientes com doença renal crônica), otologia (para o tratamento de doenças no aparelho auditivo). Hospitais de grande porte, sejam eles mantidos pelo estado ou rede privada.. Envolve ainda a assistência em cirurgia reparadora (de mutilações, traumas ou queimaduras graves), cirurgia bariátrica (para os casos de obesidade mórbida), cirurgia reprodutiva, reprodução assistida, genética clínica, terapia nutricional, distrofia muscular progressiva, osteogênese imperfeita (doença genética que provoca a fragilidade dos ossos) e fibrose cística (doença genética que acomete vários órgãos do corpo causando deficiências progressivas). Entre os procedimentos ambulatoriais de alta complexidade estão a quimioterapia, a radioterapia, a hemoterapia, a ressonância magnética e a medicina nuclear, além do fornecimento de medicamentos excepcionais, tais como próteses ósseas, marca-passos, stendt cardíaco, etc. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fisioterapia/niveis-de- atencao-a-saude-no-brasil/33011 ESTRATÉGIAS DE MELHORIA DA ASSISTÊNCIA Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC): obrigatório em todas as UBSs brasileiras desde 2017, é um banco de dados digital que facilita o acesso às informações e amplia a segurança do cidadão. Com ele pode-se identificar o perfil do público atendido ou ainda as demandas sazonais. Sua evolução, o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), oferece outras funcionalidades e, quando aliado a sistemas de gestão e ferramentas de inteligência de negócios, gera insights relevantes para a gestão da Saúde Pública. Sistemas de gestão: controla todos os processos envolvidos nos três níveis de atenção e garante o funcionamento adequado dos serviços. Esse controle é proporcionado pelo banco de dados, que permite, por exemplo, a implementação de protocolos com registros eletrônicos das informações médicas sobre os usuários e as devidas orientações para o tratamento de determinadas doenças. Distribuição por escala: cada grupo de UBSs (nível primário) deve ter um ambulatório com médicos especialistas e um hospital geral (nível secundário) de referência.. Essa escala deve se repetir também entre os grupos de serviço de nível terciário em relação ao secundário. Programas educativos e preventivos: capitaneados pelas UBS, as ações de medicina preventiva são voltadas para a higiene pessoal,a conservação de hábitos saudáveis e a conscientização a respeito da vacinação, entre outras medidas que ajudam a preservar a saúde dos cidadãos e evitar que doenças se agravem ou mesmo se manifestem. Dessa forma, reduz-se o uso de serviços especializados de outros níveis de atenção. Sistema de Regulação: mapeia a disponibilidade de atendimento especializado e leitos, agiliza a marcação de consultas e exames e, consequentemente, diminui filas. Atua também na transferência de cidadãos em estado grave que necessitam de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e daqueles que demandam procedimentos mais complexos, como cirurgias neurológicas, por exemplo. Consórcio intermunicipal de Saúde: a iniciativa autônoma de municípios localizados em áreas geográficas próximas, que se associam para gerir e prover conjuntamente serviços à população das cidades participantes, amplia o acesso à Saúde e traz redução de gastos ao permitir compras de medicamentos e insumos em maior quantidade. http://www.mv.com.br/pt/blog/gestao-da-saude-publica--6-estrategias-para-os-3- niveis-de-atencao-do-sus http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade05/unidade05.pdf http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade05/unidade05.pdf http://www.saude.rs.gov.br/upload/1383057504_NASF_set2013.pdf http://www.saude.rs.gov.br/upload/1383057504_NASF_set2013.pdf https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fisioterapia/niveis-de-atencao-a-saude-no-brasil/33011 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fisioterapia/niveis-de-atencao-a-saude-no-brasil/33011 http://www.mv.com.br/pt/blog/gestao-da-saude-publica--o-que-muda-com-programa-que-acelera-adocao-do-pec http://www.mv.com.br/pt/blog/como-a-medicina-preventiva-impacta-na-gestao-da-saude-publica http://www.mv.com.br/pt/blog/sistema-de-regulacao-auxilia-na-assistencia-prioritaria-ao-cidadao http://www.mv.com.br/pt/blog/5-perguntas-sobre-consorcio-intermunicipal-de-saude http://www.mv.com.br/pt/blog/gestao-da-saude-publica--6-estrategias-para-os-3-niveis-de-atencao-do-sus http://www.mv.com.br/pt/blog/gestao-da-saude-publica--6-estrategias-para-os-3-niveis-de-atencao-do-sus Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL PAPEIS DAS ESFERAS DE GOVERNO A Prefeitura é o principal órgão responsável pela área da saúde. O prefeito e a equipe de gestão dos serviços, pela Secretaria Municipal de Saúde, que são os responsáveis pelas ações e serviços de saúde naquele local. Logo, tanto a criação de políticas públicas municipais como a aplicação de políticas nacionais e estaduais devem ser feitas pela equipe do município.. O planejamento de ações no Sistema Único de Saúde em âmbito local dependerá de recursos próprios do município (mínimo de 15% de sua receita) e dos repassados pela União e pelo estado. Aos governos estaduais está atribuída a gestão das políticas públicas estaduais por meio de uma secretaria. Com esse meio, devem criar suas próprias políticas de saúde, assim como apoiar a execução de políticas nacionais e municipais, utilizando seus próprios recursos – mínimo de 12% da receita. Devem, também, coordenar as ações do SUS em todo o estado e fazer o repasse de recursos da União aos municípios, de acordo com os que tiverem maior ou menor demanda. Como o Governo Federal é o órgão que mais arrecada impostos, ele é o principal responsável por financiar a saúde em todo o país. Porém, não tem a responsabilidade maior da prestação de serviços de saúde. O dinheiro pode ficar nos cofres da União para cobrir seus gastos e também ser repassado aos estados – que então passará aos municípios, os maiores responsáveis por botar em prática as políticas da área da saúde O órgão que faz a gestão da saúde em âmbito nacional é o Ministério da Saúde, que faz estudos e planeja a implantação de políticas nacionais de saúde. O Ministério da Saúde também é responsável pela criação de normas, avaliação, fiscalização e controle das ações do SUS em todo o país. DEMANDA ESPONTÂNEA X DEMANDA PROGRAMADA DEMANDA ESPONTÂNEA – pacientes que comparecem a unidade inesperadamente, seja para problemas agudos ou por motivos que o mesmo julgue como necessidade de saúde. DEMANDA PROGRAMADA – aquela que é agendada previamente. file:///C:/Users/nivya/OneDrive/%C3%81rea%20de%20Trabalho/4674.pdf FORMA DE ORGANIZAÇÃO FEITA PELA SMS E DISTRITOS O gestor municipal do SUS é sempre estatal (o governo municipal por meio da Secretaria Municipal da Saúde), e os prestadores podem ser estatais (federais, estaduais e municipais), privados sem fins lucrativos (as entidades filantrópicas) ou privados com fins lucrativos de forma complementar, e nessa ordem de prioridade, mantendo a subordinação e relações (a Programação Pactuada e Integrada, os pagamentos, as atividades de controle e auditoria, o acompanhamento e a avaliação) com o gestor do município em que estão localizados. As relações entre os municípios, com o estabelecimento das referências de pacientes de um município a serviço localizado em outro município sempre se dará na relação entre gestores municipais, mediadas pelo Estado, conforme estabelecido na Programação Pactuada e Integrada. As relações entre os Estados é mediada pelo Ministério da Saúde, nos fóruns de negociação, pactuação, articulação e integração representados pelas comissões intergestoras, a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e as Comissões Intergestores Bipartite (CIBs). A PPI é o principal instrumento de pactuação entre os gestores, incorporando os objetivos, metas, referências intermunicipais e interestaduais, os recursos financeiros correspondentes definidos nos tetos financeiros de acordo com os critérios estabelecidos nas CIBs e CIT e aprovados nos respectivos conselhos de saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume01.pdf ORGANIZAÇÃO DA UBS Há a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da equipe de acordo com especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir um número inferior de pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na qualidade da Atenção Básica. As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões essenciais e ampliados: Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica; Padrões Ampliados - ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde. https://www.politize.com.br/o-que-sao-politicas-publicas/ https://www.politize.com.br/o-que-sao-politicas-publicas/ file:///C:/Users/nivya/OneDrive/Ã�rea%20de%20Trabalho/4674.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume01.pdf Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria com o controle social, pactuada nas instâncias interfederativas, com financiamento regulamentado em normativa específica. Caberá a cada gestor municipal realizar análise de demanda do território e ofertas das UBS para mensurar sua capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade dasequipes e serviços da sua UBS. A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá estar disponível aos usuários de forma clara, concisa e de fácil visualização, conforme padronização pactuada nas instâncias gestoras. Todas as equipes que atuam na Atenção Básica deverão garantir a oferta de todas as ações e procedimentos do Padrão Essencial e recomenda-se que também realizarem ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando as necessidades e demandas de saúde das populações em cada localidade. Os serviços dos padrões essenciais, bem como os equipamentos e materiais necessários, devem ser garantidos igualmente para todo o País, buscando uniformidade de atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco de ações e procedimentos ampliados deve contemplar de forma mais flexível às necessidades e demandas de saúde das populações em cada localidade, sendo definido a partir de suas especificidades locorregionais. As unidades devem organizar o serviço de modo a otimizar os processos de trabalho, bem como o acesso aos demais níveis de atenção da RAS. Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários, oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de livros, caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros serviços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas. Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS: - Identificação e horário de atendimento; - Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; - Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos componentes de cada equipe da UBS; - Relação de serviços disponíveis; e - Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. NASF Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da Atenção Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas UBS e trabalhando de forma horizontal e interdisciplinar com os demais profissionais, garantindo a longitudinalidade do cuidado e a prestação de serviços diretos à população. Os diferentes profissionais devem estabelecer e compartilhar saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma visão comum e aprender a solucionar problemas pela comunicação, de modo a maximizar as habilidades singulares de cada um. Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção, além de outros equipamentos sociais públicos/privados, redes sociais e comunitárias. Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB): a..) Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas; b.) Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; c) Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no território. FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado no Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão do SUS. No âmbito federal, o montante de recursos financeiros destinados à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde compõe o bloco de Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento de investimento e seus recursos deverão ser utilizados para financiamento das ações de Atenção Básica. Os repasses dos recursos da AB aos municípios são efetuados em conta aberta especificamente para este fim, de acordo com a normatização geral de transferências de recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. O recurso per capita será transferido mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com base num valor multiplicado pela população do Município. 1.. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família implantadas serão prioritário e superior, transferidos a cada mês, tendo como base o número de equipe de Saúde da Família (eSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equipes de Saúde da Família será publicado em portaria específica 2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Atenção Básica (eAB) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de equipe de Atenção Básica (eAB) registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva competência financeira. O percentual de financiamento das equipes de Atenção Básica (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, a depender da disponibilidade orçamentária e demanda de credenciamento. NOB-SUS/96 A presente Norma Operacional Básica tem por finalidade primordial promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a consequente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS. Essa NOB (Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde) aponta para uma reordenação do modelo de atenção à saúde, na medida em que redefine: a. os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no tocante à direção única; b. os instrumentos gerenciais para que municípios e estados superem o papel exclusivo de prestadores de serviços e assumam seus respectivos papéis de gestores do SUS; c. os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo progressiva e continuamente a remuneração por produção de serviços e ampliando as transferências de caráter global, fundo a fundo, com base em programações ascendentes, pactuadas e integradas; d. a prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS, superando os mecanismostradicionais, centrados no faturamento de serviços produzidos, e valorizando os resultados advindos de programações com critérios epidemiológicos e desempenho com qualidade; e. os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições para uma efetiva participação e controle social. A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um conjunto de estabelecimentos, organizados em rede regionalizada e hierarquizada, e disciplinados segundo subsistemas, um para cada município Ä o SUS-Municipal Ä voltado ao atendimento integral de sua própria população e inserido de forma indissociável no SUS, em suas abrangências estadual e nacional. Os estabelecimentos desse subsistema municipal, do SUS-Municipal, não precisam ser, obrigatoriamente, de propriedade da prefeitura, nem precisam ter sede no território do município. Suas ações, desenvolvidas pelas unidades estatais (próprias, estaduais ou federais) ou privadas (contratadas ou conveniadas, com prioridade para as entidades filantrópicas), têm que estar organizadas e coordenadas, de modo que o gestor municipal possa garantir à população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos meios para o atendimento integral. Isso significa dizer que, independentemente da gerência dos estabelecimentos prestadores de serviços ser estatal ou privada, a gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da competência do poder público e exclusiva desta esfera de governo, respeitadas as atribuições do respectivo Conselho e de outras diferentes instâncias de poder. Assim, nesta NOB gerência é conceituada como sendo a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação etc.), que se caracteriza como Nivya Moraes P1/UC2 UNIT-AL prestador de serviços ao Sistema. Por sua vez, gestão é a atividade e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional), mediante o exercício de funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria. São, portanto, gestores do SUS os Secretários Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da Saúde, que representam, respectivamente, os governos municipais, estaduais e federal. O poder público estadual tem, então, como uma de suas responsabilidades nucleares, mediar a relação entre os sistemas municipais; o federal de mediar entre os sistemas estaduais. Entretanto, quando ou enquanto um município não assumir a gestão do sistema municipal, é o Estado que responde, provisoriamente, pela gestão de um conjunto de serviços capaz de dar atenção integral àquela população que necessita de um sistema que lhe é próprio. As instâncias básicas para a viabilização desses propósitos integradores e harmonizadores são os fóruns de negociação, integrados pelos gestores municipal, estadual e federal - a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) - e pelos gestores estadual e municipal - a Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Por meio dessas instâncias e dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os princípios de unicidade e de equidade. Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos sistemas municipais de saúde, bem assim pactuadas as programações entre gestores e integradas entre as esferas de governo. Da mesma forma, são pactuados os tetos financeiros possíveis - dentro das disponibilidades orçamentárias conjunturais - oriundos dos recursos das três esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às necessidades assistenciais e às exigências ambientais. O pacto e a integração das programações constituem, fundamentalmente, a consequência prática da relação entre os gestores do SUS. A composição dos sistemas municipais e a ratificação dessas programações, nos Conselhos de Saúde respectivos, permitem a construção de redes regionais que, certamente, ampliam o acesso, com qualidade e menor custo. Essa dinâmica contribui para que seja evitado um processo acumulativo injusto, por parte de alguns municípios (quer por maior disponibilidade tecnológica, quer por mais recursos financeiros ou de informação), com a consequente espoliação crescente de outros. As tarefas de harmonização, de integração e de modernização dos sistemas municipais, realizadas com a devida equidade (admitido o princípio da discriminação positiva, no sentido da busca da justiça, quando do exercício do papel redistributivo), competem, portanto, por especial, ao poder público estadual. Ao federal, incumbe promovê-las entre as Unidades da Federação. O desempenho de todos esses papéis é condição para a consolidação da direção única do SUS, em cada esfera de governo, para a efetivação e a permanente revisão do processo de descentralização e para a organização de redes regionais de serviços hierarquizados. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume01.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume01.pdf