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LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM O oxigênio é um elemento vital para função celular, essencial para metabolizar nutrientes e produzir energia. Conceitos Ventilação: entrada e saíde de ar entre as unidades funcionais dos pulmões, alvéolos e meio externo. Sinônimo= respiração Oxigenação: obtenção de oxigênio. Saturação de oxihemoglobina (SatO2): porcentagem de hemoglobina que está ligada as moléculas de O2. Fração inspirada de O2 (FiO2): porcentagem de O2 no ar inspirado. Em ar ambiente, ao nível do mar, temos FiO2 de 21%. Fatores que afetam a oxigenação Fatores desenvolvimentais: - Recém-nascido prematuro (deficiência de surfactante, que é uma susbtância que permite a abertura adequada dos alvéolos pulmonares e assim permite a respiração adequada. Diminuindo as forças necessárias para expansão dos pulmões e estabilização dos alvéolos). - Lactentes e crianças (IRAs, obstrução das vias aéreas. - Adultos jovens e de meia-idade. - Idosos. Fatores fisiológicos comportamentais: - Diminuição da capacidade de transportar O2 (anemia, inalação de substâncias tóxicas e secreções) - Taxa metabólica aumentada, que causa um aumento do uso de O2, visto que está presente na respiração celular ou reações bioquímicas oxidativas para produção de energia. (infecção) - Alteração do movimento da parede torácica (gestação, obesidade, anormalidades musculoesqueléticas) - Tabagismo e sedentarismo. Fatores ambientais: - Estresse - Exercícios - Poluição - Produtos químicos Hipoxemia Baixo nível de oxigênio no sangue. A qualidade da oxigenação pode ser determinada através do exame físico e pela oximetria de pulso, utilizando um oxímetro de pulso. Sat O2: x < 90 % (ar ambiente e repouso) Sat O2: x < 88 % (durante exercícios ou sono, em portadores de doenças cardiorrespiratórias) Hipóxia tecidual: diminuição dos níveis de oxigênio, tornando-se insuficiente para realizar a função metabólica normal nos tecidos. Morte celular: hipoxia ocorre de forma grave, podendo causar morte celular e risco de vida. Sinais: - Taquipneia/ Dispneia - Palidez/ Cianose - Taquicardia/ Arritmias - Agitação/ Sonolência - Desorientação/ Confusão mental - Cefaleia - Hipertensão leve/ Hipotensão - Baqueteamento (inchaço dos dedos e deformação das unhas) - Coma Exame físico: - Taquipnéia ( respiração acelerada, no qual o organismo tenta compensar a falta de oxigênio com uma respiração mais rápida). - Dispneia ( termo utilizado quando o paciente está com dificuldade de respirar ou falta de ar. Então, sua respiração torna-se irregular ou dificultosa, sendo assim, começa ter uma respiração mais acelerada). - Batimento de asa do nariz ( é alargamento das narinas durante a respiração, em uma tentativa fisiológica de diminuir a resistência da via superior e o trabalho respiratório com a finalidade de aumentar o volume corrente. É indicativo de dificuldade respiratória) - Retração intercostal (são movimentos para dentro dos músculos entre as costelas, e são indicativos de dificuldade respiratória) - - Sibilância (chiado, semelhante a um assobio que ocorre quando a pessoa respira, produzido pelo movimento do ar em vias respiratórias de pequeno calibre estreitadas ou comprimidas). - Estertores (são ruídos adventícios descontínuos anormais causados pela passagem de ar por vias aéreas estreitas ou cheia de fluídos/secreções). - Cianose (condição caracterizada pela coloração azulada da pele, unhas ou boca, sendo sintomas de interferência na oxigenação e circulação do sangue). Oxigenoterapia Administração de O2 numa concentração de pressão superior á encontrada na atmosfera ambiental (21%), aplicadas tanto em situações clínicas agudas quanto crônicas. Finalidade: - Corrigir e atenuar deficiência de oxigênio. - Restaurar a ventilação pulmonar. - Diminuir o esforço respiratório. - Aumentar a quantidade de oxigênio carreado pelo sangue aos tecidos. 98% do oxigênio é carregado pela hemoglobina e 2% do oxigênio é carregado pelo plasmas. A prescrição de oxigênio deve respeitar indicações definidas e especificações da dose, o que requer o conhecimento dos sistema de administração, duração da terapia e monitorização. O oxigênio é como qualquer outro fármaco, tem os benefícios, mas pode acarretar riscos e efeitos deletérios aos pacientes, quando: - Não administrada inadequadamente. - Tempo e concentração O2 inadequadas. Por isso é importante monitorar O2 para obtermos um melhor efeito do oxigênio e evitar as complicações com uso excessivo. Resultam: - Displasia broncopulmoar - Retinopatia - Pneumotórax - Lesão na mucosa da traqueia - Traqueotomia Efeitos positivos: - Melhora da troca gasosa pulmonar. - Melhora do débito cardíaco. - Diminuição da PA pulmonar. - Diminuição da resistência arterial pulmonar. - Diminuição do trabalho da musculatura pulmonar. Avaliação: - Grau de desconforto respiratório. - Gravidade da hipoxemia. - Cavidade oral e nasal. - Fluxo. - Tolerância do paciente. - Montagem dos sistemas. - Posicionamento adequado. Sistema oxigenoterapia Baixo fluxo: fornece baixa concentração de O2/min, de acordo com a profundidade e FR do paciente ( x < 8 L ) O2/ min. - Cateter nasofaríngeo/ Cateter nasal - Cânula nasal (cateter tipo óculos) Máscara facial - Máscara com Reservatório - Máscara de traqueostomia Alto fluxo: fornece O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente ( 8L O2/min 24- 50%) - Máscara de Venturi - Máscara de Venturi Capacete ELMO É uma ventilação não invasiva que melhora os índices de oxigenação no sangue, expande o pulmão, evitando a intubação. Oferta fluxo de oxigênio e ar comprimido, gerando uma pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). Aerosolterapia Terapia de nebulização: terapêutica que consiste em inalação de vapores, contendo solução com corticoides e/ou broncodilatadores, que possibilita passagem do ar mais rapidamente. A névoa é aplicada através da boca, cavidade nasal ou por traqueostomia. Ao chegar ao trato respiratório, fluidifica a mucosidade presente na região que está com dificuldade de passagem de ar. Tem a finalidade de reduzir e aliviar os sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar, chiado no peito, desobstruir as vias aéreas, proporcionando sensação de alívio e bem-estar. Técnica: fluxômetro, flui o ar suficientemente para produzir névoa. Indicações: - Tratamento de doenças respiratórias agudas ou crônicas. - Gripe ou resfriado. -Bronquite (inflamação das vias aéreas, mais especificamente nos brônquios de forma crônica) -Bronquiolite (inflamação dos bronquíolos, por um vírus similar ao da gripe, é uma doença que acomete os bebês de forma aguda) -Pneumonia (inflamação que acomete os pulmões , atingindo principalmente os bronquíolos) -Bonquiectasia (é o alargamento irreversível de porções dos dutos respiratórios, como os brônquios, resultando em lesão na parede das vias aéreas) - DPOC ( Doença pulmonar obstrutiva crônica, que provoca obstrução da passagem do ar pelos pulmões) Traqueostomia É um procedimento invasivo, que necessita criar uma abertura na parte anterior da traqueia (porção cervical), para comunica-se com o meio externo, através de uma cânula (traqueóstomo). Finalidade manter a via aérea e proporcionar uma nova ventilação. Indicações: - Urgência ou eletiva - Obstrução das vias aéreas. - Disfunção laríngea. - Queimaduras e corrosivos. - Corpos estranhos. - Anomalias congênitas. - Infecções. -Neoplasias. - Manejopós-operatório. - Apnéia do sono. - Diversos dias de intubação. Cuidados de enfermagem: - Manter vias aéreas livres - Aspirar secreção - Realizar limpeza da pele ao redor - Trocar cadarços da traqueostomia Aspirações das vias aéreas É a aplicação de sucção no trato respiratório do paciente para ajudá-lo a remover as secreções das VAS e VAI ou traqueostomo. É um método necessário para quando o cliente for incapaz de limpar as secreções respiratórias das vias aéreas. Indicações: - Presença de secreção vísivel nas vias aéreas - Presença de ruído no tubo traqueal - Presença de roncos e/ou crepitações e redução dos sons pulmonares na asculta pulmonar - Diminuição da SpO2 (saturação periférica de oxigênio) Aspiração vias aéreas superiores - Orofaríngea e nasofaríngea: aplicação de sucção para remover secreções, por meio da inserção de uma sonda. - Indicação: quando o paciente é capaz de tossir, porém é incapaz de expectorar ou deglutir. Quando a quantidade de secreções tiver reduzido e o paciente tiver menos cansado, até capaz de expectorar ou deglutir o muco. Aspiração das vias aéreas inferiores - Orotraqueal e nasotraqueal: é aplicação de sucção para remover secreções na boca ou nariz até a traqueia, por meio da inserção de uma sonda. O nariz é a via preferida, pois o estímulo do reflexo é mínimo. - Indicação: quando o cliente tem secreções pulmonares e é incapaz de lidar com as secreções por meio da tosse e não existe yma via artificial. - Técnica: a ponta do cateter é movida até a traqueia do paciente. Deve-se aplicar rotação do cateter que aumentará a remoção de secreções aderidas. Aspiração traqueal Aplicação de sucção para remover secreções, por meio da inserção de uma sonda artificial (tubo endotraqueal ou traqueostomia) Cuidados da enfermagem: - Uma vez inserida a sonda, mantenha a pressão de aspiração entre 120 e 150 mmHg. - Aplique rotação na sonda que aumentará a remoção de secreções que estão aderidas nas laterais do TOT. - No máximo 15 segundos e dar intervalo de 30 segundos. - A sequência da aspiração deve ser sempre (traqueostomia ⇾ nariz ⇾ boca) - Atenção: aspirações muito frequentes colocam o cliente em risco de hipoximeia, hipotensão, assitimias e possíveis traumas da mucosa. Pneumotórax O pneumotórax surge quando o ar, que devia estar dentro do pulmão, consegue escapar para o espaço pleural (visceral parietal) que fica entre os pulmões e a parede torácica. Quando isso acontece, o ar faz pressão sobre o pulmão, levando-o a colapsar, e, por isso, é comum o surgimento de intensa dificuldade para respirar, dor no peito e tosse. Tratamento: drenagem de tórax, que consiste na introdução de um dreno para retirada de coleções líquidas e/ou gasosas em uma das três cavidades do tórax (pericárdio, mediastino ou espaço pleural) - Classificação: • Drenagem do pericárdio • Drenagem mediastinal • Drenagem pleural Finalidade: retirar o ar ou líquido da cavidade pleural, possibilitando a recuperação da pressão intrapleural, favorecendo a expansão pulmonar. Cuidados de enfermagem: - Posicionar o cliente em decúbito dorsal ou semi-fowler. - Verificar o funcionamento e característica das eliminações. - Fazer a leitura na graduação do frasco subtraindo da quanridade de soro que foi colocada e registrar no BH. - Pinçar o dreno de tórax para renovar o selo d’água. - Abrir a tampa do frasco do dreno de tórax. Diagnóstico de enfermagem - Troca gasosas prejudicadas relacionada com (expansão pulmonar diminuída; presença de secreção pulmonar; concentração inadequada de oxigênio) - Padrão respiratório ineficaz relacionado com (obstrução de vias aéreas; imobilidade; uso de drogas; lesão neuromuscular;) - Eliminação traqueobrônquica ineficaz relacionada ao (comprometimento da tosse; dor; perda no nível de consciência) - Desobstrução ineficaz das vias aéreas - Risco de infecção E é colocado no fraco de drenagem de modo que a ponta do dreno fique imenso 2 cm na solução. Deve-se manter o frasco abaixo da cintura, verificar a oscilação da coluna de água durante a respiração e evitar tracionar o dreno. Classificação Fluxo Vantagem Desvantagem Observações Cateter nasofaríngeo/ Cateter nasal Fluxo 1-5 L/min. - Método econômico e de fácil inserção. -Pouco utilizado devido ao desconforto. A respiração bucal diminui FIO2. Irritabilidade tecidual da nasofaringe. Necessidade de revezar entre as narinas Medição (distância do lóbulo da orelha a ponta do nariz), fixação. Introduz na narina até a faringe, atingindo a úvula. Cânula nasal (cateter tipo óculos) Fluxo 1-5 L/min - Método econômico e de fácil inserção. - Não impede a alimentação e fala - Ressecamento da mucosa nasal. Irritação ou até sangramento. - Evita-se para pacientes com problemas nos condutos nasais. - De pouca aceitação por crianças pequenas. Máscara facial Fluxo 4-15 L/min para prevenir a retenção CO2 - Mais acessível e leve. - Não tem garantia de selamento. - Fácil remoção para pacientes que necessitam se alimentar. Máscara de traqueostomia Fluxo de 1- 15 L/min - Adequar e trocar fixação de máscara. - Verificar a integridade da pele. - Pode utilizar o sistema de Venturi. Máscara de Venturi Azul: 24% Amarelo: 28% Branco: Verde: Rosa: Laranja - Constitui o método mais seguro e eficaz para liberar a quantidade necessária de oxigênio proporcionando uma FiO2 24 a 50%. Fornece O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assegurando uma FiO2 fixa, identificada em cada conector. Máscara de Venturi Fio O2 O2 L/min Azul: 24% 3-4 L Amarelo: 28% 6L Branco: 31% 8L Verde: 35% 12 L Rosa: 40% 15L Laranja: 50% 15L - Constitui o método mais seguro e eficaz para liberar a quantidade necessária de oxigênio proporcionando uma FiO2 24 a 50%. Fornece O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assegurando uma FiO2 fixa, identificada em cada conector.
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