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RESUMO MÓDULO NÍVEL 1

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Impresso por Jose Vitor Lubke, CPF 818.554.869-20 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 31/05/2021 19:54:36
RESUMO STORYTELLING
1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
O QUE É STORYTELLING
Contar histórias é uma das características mais humanas que existem. Desde que adquirimos
consciência, usamos a linguagem oral, mitos e desenhos em cavernas para dar sentido ao mundo
onde estamos e às experiências que constroem as nossas identidades. Por isso costumamos atribuir
narrativas e personalidade onde não há a fim de conseguir apreender o mundo de forma coerente.
Não é por acaso que a habilidade de contar histórias é também uma das mais poderosas
ferramentas que temos para a mudança social, a aprendizagem e para a nossa evolução enquanto
seres humanos. Por isso a sua aplicação é ampla e vai desde a mobilização social, passando pela
educação até a utilização em Publicidade e Gestão de Negócios.
Nos últimos anos muito tem sido estudado a respeito de como contar melhores histórias e
maximizar os seus resultados frente a objetivos específicos. Esses estudos, apesar de ser baseados
em obras tão antigas como a Poética de Aristóteles, avançou muito para atender à indústria do
cinema que vive da capacidade de mobilizar e lucrar com histórias que movam grandes quantidades
de pessoas.
Esses estudos vão da semiótica à neurociência e tentam explicar por que contamos histórias
e por que histórias nos movem e são tão essenciais para que saibamos quem realmente somos.
Aspectos Científicos de Storytelling
Uma das razões principais para sermos animais narrativos está em células encontradas no
nosso cérebro chamadas de Neurônios Espelho. Elas estão localizadas no córtex pré-motor,
denominando-se de neurônios viso-motores. Eles são cruciais para a aprendizagem pois nos
permitem vivenciar e sentir uma ação realizada mesmo quando passivamente observada. Por isso ao
vermos um filme ou lermos uma história nos sentimos dentro da ação e, portanto, guardamos essa
experiência quase como uma experiência real, pois o neurônio imita o comportamento de outro ser
observado como se estivesse ele próprio a realizar essa ação.
Considera-se que esses neurônios são de importância crucial na imitação e na aquisição da
linguagem e em outras ações relacionadas a aprendizagem, mobilizando a memória e promovendo a
mudança comportamental.
Se as histórias são assim tão poderosas é óbvio que elas acabam se tornando parte integrante
do nosso processo comportamental pois são tratadas como experiências fortes que utilizamos para
realizar inferências que guiarão as nossas ações no mundo e moldarão as nossas atitudes.
STORYTELLING NA CONSTRUÇÃO SOCIAL E INDIVIDUAL
Se as histórias nos mobilizam tanto ao ponto de alterar o nosso comportamento, não é
surpresa que as histórias que vemos, ouvimos e que contamos a respeito de nós mesmos são o cerne
da nossa identidade. Afinal, como dizia Aristóteles na Poética, não existe psicologia do personagem,
apenas ação. E as ações que vemos ou vivenciamos se tornam o fiel da balança em nossas decisões,
para o bem ou para o mal, e acabam por definir as nossas identidades.
Impresso por Jose Vitor Lubke, CPF 818.554.869-20 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 31/05/2021 19:54:36
O mesmo acaba refletindo no nosso meio social que é a soma das identidades das pessoas,
influenciada por aqueles de maior influência que em geral são os que contam as melhores histórias
ou que controlam as narrativas que circulam na população.
EXERCÍCIOS
1) Heider e Simmel realizaram um experimento em que figuras geométricas se moviam
aleatoriamente num filme. Quando perguntadas a respeito do que se tratava o filme, as pessoas que
participaram do experimento concediam vontade e inteligência às figuras, construindo histórias em
cima de ações sem sentido. Por que isso ocorre?
RESPOSTA: Porque para que possamos entender o mundo criamos narrativas a partir
dos fatos que vemos e vivemos.
Sugestão: Porque para que possamos entender o mundo criamos narrativas a partir dos fatos que
vemos e vivemos, mesmo quando eles não fazem sentido. O ser humano é um criador de sentido.
Não conseguimos conviver com algo sem explicação, portanto é da nossa natureza atribuir sentido
mesmo quando não há intenção do mesmo. 
2) Durante a exibição de uma cena de perseguição de carro, notou-se que os espectadores tiveram
um aumento na frequência cardíaca e em seus cérebros as áreas motoras que seriam envolvidas
nesse tipo de atividade foram acionadas. O que provoca isso?
RESPOSTA: Os neurônios espelho que nos fazem vivenciar experiências que assistimos
como se estivéssemos participando das mesmas.
Sugestão: Os neurônios espelho que nos fazem vivenciar experiências que assistimos como se
estivéssemos participando das mesmas. Esses neurônios ativam células que nos permitem vivenciar
o que vemos como se fossem experiências reais.
3) Hoje em dia muito se discute a influência das fake news no nosso comportamento e em nossas
posições políticas. Se elas são falsas, como conseguem mobilizar tanto as pessoas?
RESPOSTA: Pois são narrativas que geram sentido para simplificar situações
complexas e estimulam emoções nas pessoas se aproveitando de crenças pré existentes.
Sugestão: Pois são narrativas que geram sentido para simplificar situações complexas e estimulam
emoções nas pessoas se aproveitando de crenças pré existentes. Novamente atribuir sentido a
situações complexas, simplificando as explicações e se aproveitando das nossas emoções é uma
capacidade que as histórias têm que são acionadas pelas fake news. Mais fácil “entender” e se
mobilizar por uma história simples e falsa do que por uma explicação técnica e verdadeira.
Impresso por Jose Vitor Lubke, CPF 818.554.869-20 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 31/05/2021 19:54:36
2. ESTRUTURA NARRATIVA
O QUE FAZ UMA HISTÓRIA
Quando vemos ou ouvimos uma história, a experiência sempre nos parece fluída e orgânica.
Quer dizer, quando a história é bem contada.
Assim normalmente não costumamos quebrar a história em seus componentes básicos nem
analisar como eles se interligam. Porém, para aprendermos a contar melhores histórias, precisamos
entender quais são esses componentes básicos indispensáveis e saber como eles devem interagir
para que consigamos criar histórias memoráveis.
Em resumo, uma história pode ser definida pela seguinte equação:
História= personagens + desejo + conflito
Ou seja, uma história é quando algum personagem deseja algo e precisa enfrentar obstáculos
para atingir seu objetivo. Dessa forma os elementos básicos de uma história são: personagens, plot,
cenário e estratégia narrativa. 
PERSONAGENS
Os personagens são os seres atuantes na história. São eles que geram ação e movimento que
impulsionará a trama. Eles se dividem em 3 tipos básicos.
PROTAGONISTA 
AQUELE QUE PRIMEIRO QUE AGONIZA
AQUELE QUE SE SUBMETE AO TESTE
ANTAGONISTA
CONTRA AQUELE QUE AGONIZA
CONTRA AQUELE QUE SE SUBMETE AO TESTE
DEUTERAGONISTA
COADJUVANTE, QUE AUXILIA, OUVE, SE OPÕE, FALA AO PROTAGONISTA 
O protagonista é o personagem que tem o desejo que move a história, o(s) antagonista(s) são
aqueles que se opõe ao protagonista conseguir o que deseja, e os coadjuvantes são personagens
auxiliares que ajudam ou atrapalham o protagonista a conseguir o que deseja.
PLOT
Plot é o enredo da história, com seu começo, meio e fim. Pode ser melhor descrito como
uma série de eventos interligados por meio de uma cadeia de causa e efeito que dizem respeito a um
personagem que deseja algo desesperadamente, que não será fácil conseguir devido a obstáculos
interno e externos e que chegará a uma conclusão.
A estrutura mais utilizada de Plot é a estrutura de 3 atos, com exposição,complicação e
resolução.
CENÁRIO E TOM
O cenário estabelece o mundo onde a história ocorrerá e onde se encontram os personagens.
Podemos ter os mesmos personagens, seguindo o mesmo plot, mas em mundos diferentes, o que irá
gerar novas histórias. O cenário é responsável por estabelecer as regras do mundo em que os
personagens se encontram e estabelecer o que é comum, possível ou impossível de ocorrer.
O tom tem a ver com o gênero da história, se é um romance, drama, comédia, fantasia, etc.
Ele ajuda a criar as emoções que esperamos que os leitores, ouvintes e espectadores sintam ao
“consumir” a história.
ESTRATÉGIAS NARRATIVAS
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As estratégias narrativas estão relacionadas a como essa história vai ser apresentada ao
público, em qual mídia será disponibilizada, e como os elementos dela serão unidos de forma a que
ela seja contada da melhor maneira possível.
EXERCÍCIOS
1) No filme curta metragem The Old Mill, de Walt Disney, acompanhamos uma noite onde diversos
animais se protegem de uma tempestade. Assista o curta e a respeito dele podemos dizer que:
RESPOSTA: É uma história pois os animais são protagonistas e desejam sobreviver a
tempestade que é a antagonista, o que gera conflitos.
Sugestão: É uma história pois os animais são protagonistas e desejam sobreviver a tempestade que
é a antagonista, o que gera conflitos. Se há ação orientada a um objetivo e a mesma sofre oposição
de alguém temos uma história, seja com humanos, animais ou mesmo objetos que parecem
inanimados.
2) A estrutura do plot tradicional em 3 atos, com exposição, complicação e resolução, sempre tem
que seguir essa ordem temporalmente?
RESPOSTA: Não, pois apenas os eventos precisam ter relação de causa e efeito, sem
necessariamente estarem ligados de forma ordenada e contínua durante a história.
Sugestão: Não, pois apenas os eventos precisam ter relação de causa e efeito, sem necessariamente
estarem ligados de forma ordenada e contínua durante a história. A estrutura narrativa não é
exatamente temporal e as relações de causa e efeito do plot podem não ser contínuas nas histórias.
Podemos ver isso em filmes como Pulp Fiction e irreversível, onde as cenas têm estruturas
narrativas específicas e o filme inteiro é um grande arco contado fora da ordem tradicional.
3) Uma história bem contada é um equilíbrio fino entre personagens, plot, cenário, tom e estratégias
narrativas. Uma mudança num desses elementos modifica totalmente a história, tanto para o bem
como para o mal. Qual desses não é uma alteração na história?
RESPOSTA: Nova edição de livro.
Sugestão: Nova edição de livro. Nesse caso não há alteração nem de forma, nem de conteúdo da
história. No máximo, talvez, correções gramaticais ou ortográficas. As demais contarão a “mesma”
história em novos formatos ou de forma adaptada alterando sua forma e seu conteúdo.
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3.PERSONAGENS
O QUE É UM PERSONAGEM
Todo drama é conflito. Sem conflito, não há ação. Sem ação, não há personagem. Sem
personagem, não há história. E sem história, não há roteiro. - Syd Field
Tudo pode ser minimizado numa história, menos os seus personagens. Eles são os
responsáveis pelos acontecimentos da história, pelo seu rumo e pelo desejo que gerará os conflitos
que comporão essa obra.
Os personagens não precisam ser humanos, simplesmente precisam ser identificáveis como
seres desejantes. Se eles desejam algo e terão dificuldade para conseguir isso, temos uma história.
Por isso não há história sem personagens. São eles que dão início a tudo e a que tudo na
história se refere.
O PROTAGONISTA
O protagonista é aquele que deseja. É a pessoa, animal, ou coisa que sai de um estado de
equilíbrio para um de desequilíbrio por conta de um desejo. Normalmente confundimos o
protagonista com o herói ou com o personagem principal. 
Às vezes isso é correto, mas temos muitas situações em que o protagonista, o que tem o
desejo, é um; o herói, o personagem com qualidades morais, é outro; e o personagem principal,
aquele que mais aparece na história, é um terceiro.
Ao invés de pensarmos no personagem com o qual nos identificamos ou que segue a ação,
para identificar o protagonista precisamos descobrir qual personagem que, se retirado da história, a
inviabilizará. Esse é o protagonista e seu motor é o desejo. 
O DESEJO
O desejo surge de um momento de desequilíbrio vivido pelo protagonista. Algo ocorre que
perturba sua aparente estabilidade e ele passa a desejar algo que venha restaurar esse equilíbrio ou
transformá-lo. Todo desejo é um desejo de mudança. Algo precisa se transformar no protagonista
durante essa sua busca pelo desejo. Além disso, esse desejo não pode ser algo simples e fácil de
conseguir. Esse desejo deve pedir do nosso protagonista que ele tome riscos e mude quem é. 
O desejo não é um simples querer, nem algo que pode ser abandonado. Deve ser algo tão
poderoso e atraente que o protagonista coloque em risco quem ele é tudo o que tem. Esse tipo de
risco é que faz a satisfação do desejo tão prazerosa tanto para o protagonista como para quem
acompanha a sua jornada. 
O ANTAGONISTA
O antagonista, aos moldes do que vimos em relação ao protagonista, não é um vilão. O
antagonista pode ser inclusive o melhor amigo do protagonista. O que o define como tal é que ele
tem um desejo antagônico ou concorrente ao do protagonista. Seu objetivo, dessa forma, será
sempre impedir que o protagonista atinja o seu objetivo. Como dizem, bons antagonistas geram
bons protagonistas. Quanto maior for a resistência que o antagonista exerce contra a realização do
desejo do protagonista mais rica e poderosa será a sua história. Afinal, o antagonista deve
representar os aspectos contrários aos do protagonista, reforçando a sua personalidade pelo
contraste.
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OS COADJUVANTES
Os coadjuvantes estão envolvidos ao largo da dor do protagonista. Alguns auxiliam que ele
atinja seu objetivo, por terem desejos complementares; outros, ficam ao lado do antagonista, ou
apenas criam problemas para que o protagonista realize seu desejo. Seu papel principal é dar mais
textura a sua história e facilitar que o conflito vivenciado pelo protagonista seja melhor delineado e
apresentado. 
A INTERAÇÃO ENTRE OS PERSONAGENS
Com todos os personagens no palco (ou no filme, ou no livro) podemos dizer que a história
e o plot se movimentam pela sua interação. Uma história em que os personagens não interagem,
direta ou indiretamente, não é uma história boa. O conflito que se estabelece é sempre entre o
desejo do protagonista e alguma força que o impede de realizá-lo. A concretização desse conflito se
dá justamente no embate entre os personagens. 
Esse embate pode ser intelectual ou físico, contra outras pessoas, sistemas ou entidades
supernaturais, mas é a natureza desse embate que será a espinha dorsal da sua história e delineará
passo a passo as agruras e agonias pelas quais o protagonista deverá passar até realizar, ou não,
aquilo que tanto quer e ambiciona.
Se há uma definição de história ela é o conflito entre esses personagens ao redor do desejo
do protagonista.
EXERCÍCIOS
1) No filme As Armações do Amor, um casal de aposentados contrata uma especialista para lhes
ajudar a tirar o filho encostado de casa. Com base nessa breve descrição quem é o protagonista da
história?
RESPOSTA: O casal,pois é o seu desejo que inicia e mantém a ação.
Sugestão: O casal, pois é o seu desejo que inicia e mantém a ação. Por mais que o filho e a
especialista dominem a ação, o desejo vem dos protagonistas. O filho é o antagonista e a
especialista uma coadjuvante que apoia, a princípio, o desejo do casal.
2) Uma função não muito nobre dos coadjuvantes é servir de orelha para o protagonista ou
antagonista. Através da interação entre eles conseguiremos entender melhor seus desejos e
personalidades. Qual artifício narrativo pode substituir o coadjuvante como personagem orelha?
RESPOSTA: Narração em off; Epílogos ilustrativos; Quebra da quarta parede em que
o protagonista se dirige ao público; e Flashbacks.
Sugestão: Todas as anteriores. Todas servem ao mesmo objetivo do personagem orelha, descrever
algo que vai além da ação exibida na obra.
3) (momento 1) João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim
que amava Lili/ que não amava ninguém.
(momento 2) João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,/Raimundo morreu de
desastre, Maria ficou para tia,/Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes/ que não
tinha entrado na história
No poema quadrilha de Carlos Drummond de Andrade temos dois momentos distintos que
explicitam componentes narrativos. Quais são eles?
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RESPOSTA: Inter-relação entre os personagens e plot.
Sugestão: Interrelação entre os personagens e plot. Na primeira vemos como os personagens se
relacionam e quais sentimentos têm uns pelos outros. Na segunda vemos os eventos que se deram
com esses personagens.
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4.PLOT
O QUE É PLOT
O termo Plot se confunde muito com a própria história. Porém o plot não é toda a história.
Ele está mais próximo de uma estrutura coerente que explicita os eventos que decorrem durante a
narrativa. A definição mais adequada é:
Plot é uma série de eventos interligados por meio de uma cadeia de causa e efeito que dizem
respeito a um personagem que deseja algo desesperadamente, que não será fácil conseguir devido a
obstáculos interno e externos e que chegará a uma conclusão. 
Através dessa definição vemos que o foco principal do Plot é desenvolver quais eventos irão
ocorrer no processo do protagonista buscar realizar o seu desejo até que haja uma conclusão e
consequente transformação do personagem pela jornada realizada.
ESTRUTURAS NARRATIVAS
O Plot serve como um guia para a criação da narrativa. Portanto existem diversas estruturas
genéricas utilizadas como modelo para que essa história seja contada. Isso não significa que essas
estruturas existam formalmente, afinal não existem regras para a criação de uma narrativa, porém
são estruturas que facilitam o desenvolvimento da história e identificar onde podemos melhorar.
Além da mais comum, a estrutura de três atos, que iremos detalhar, temos outros
exemplos:
Estrutura de dois atos – Dividido num momento de exposição com indicação de problemas
futuros é um momento pós problemas com a conclusão da história. Muito comum em musicais e
nas tragédias gregas como Édipo Rei. Ela facilita a criação da narrativa, pois não necessita da
criação de todos os percalços passados pelo protagonista até atingir (ou não, o que é mais comum
nessa estrutura) seu objetivo.
A Jornada do Herói – Essa estrutura nasceu dos trabalhos de Joseph Campbell relativos a
Mitologia Comparada. Após estudar diversos mitos e heróis ele identificou que havia uma estrutura
similar de doze eventos que se repetia que ele chamou de Jornada do Herói ou Monomito. Essa
estrutura tem sido muito usada atualmente no cinema especialmente nos filmes de Super Herói,
Fantasia e animação. Joseph Campbell inclusive trabalhou no desenvolvimento narrativo de Star
Wars a fim de transformá-lo em uma mitologia.
Kishōtenketsu – Essa é uma estrutura narrativa em 4 atos desenvolvida em países orientais
que contraria tudo o que consideramos no ocidente pois ela não tem conflito. O primeiro ato
apresenta o cenário e os personagens; o segundo o expande, sem provocar mudanças; no terceiro há
uma virada independente dos desejos personagens; e no quarto ato tudo se concluiu. É uma forma
diferente de pensar a narrativa e, apesar de muito interessante, não tem ressonância com o grande
público.
O importante é perceber que as estruturas narrativas são ferramentas que nos ajudam a
escrever histórias que agradem ao público, trabalhando estruturas mais comuns e previsíveis que
facilitem o entendimento e a suspensão de descrença.
ESTRUTURA DE 3 ATOS
A estrutura de 3 atos é de longe a mais comumente utilizada e foi delineada pela primeira
vez na Poética de Aristóteles. Na sua obra, ele apontou que as histórias apresentam 3 momentos
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não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 31/05/2021 19:54:36
distintos no seu desenvolvimento: prólogo, episódio e êxodo. Hoje usamos os termos: apresentação,
desenvolvimento e resolução. A estrutura é bastante similar mas fomos introduzindo pequenos
detalhes, como as viradas de plot (plot twists) para indicar as mudanças de ato.
Cada um desses atos tem os seguintes objetivos e características:
O primeiro ato (situação inicial/introdução) define o cenário de equilíbrio e o status quo a
ser perturbado. É essa perturbação interna ou externa que promove o desejo do protagonista que
coloca a história em movimento no primeiro plot twist.
O segundo ato (complicação/desenvolvimento) apresenta como os envolvidos lidarão com
essa perturbação e especialmente como o protagonista lida com o desejo. A partir desse momento
começam os confrontos significativos, a busca por algo definitivo e que ponha as coisas no lugar.
Seja no mesmo ou em outro. Alguns dividem esse ato em dois, considerando que há um momento
no meio do segundo ato em que o protagonista não tem como voltar atrás na sua jornada, chamado
de point of no return. Porém, temos durante todo o segundo ato, um grupo de pequenas viradas,
vitórias e derrotas, que encaminham o protagonista na sua tentativa de vencer os obstáculos que o
impedem de realizar o seu desejo.
O terceiro ato (situação final/conclusão) surge após o clímax e mostra como o confronto
foi resolvido e se o protagonista conseguiu realizar o desejo que o impelia a agir.
Não esqueça que a estrutura não é o caminho da história, mas um mapa, uma ferramenta
para que você consiga determinar o ritmo e os eventos da sua narrativa com o propósito de capturar
a atenção do “consumidor” da sua história.
EXERCÍCIOS
1) Os micro contos são formas de entregar narrativas que podem ou não respeitar a estrutura
tradicional dos 3 atos. Sobre o exemplo abaixo, podemos dizer que:
“Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados.”
RESPOSTA: Apenas sugere uma história que se desenvolve na cabeça do leitor, mas não
tem estrutura definida.
Sugestão: Apenas sugere uma história que se desenvolve na cabeça do leitor, mas não tem estrutura
definida, pois não apresenta personagens nem um arco dramático mas a imagem sugere uma
história que é desenvolvida pelo leitor.
2) O Haiku é um poema curto, de três linhas, que envolve uma linguagem sensorial para capturar
uma sensação ou imagem. Ele normalmente termina com uma imagem inesperada e não apresenta
conflito, apenas contemplação. Narrativamente ele se aproxima mais da estrutura narrativa:
RESPOSTA: Kishōtenketsu.
Sugestão: Kishōtenketsu, pela falta de conflito e pela virada inesperada no terceiro atoque tem
paralelo com o verso final surpreendente.
3) O Plot busca mostrar os eventos pelos quais passa o protagonista na tentativa de realizar o seu
desejo. Os eventos que ocorrem no segundo ato (complicação/desenvolvimento) estão mais ligados
a:
RESPOSTA: Obstáculos encontrados pelo Protagonista.
Sugestão: Obstáculos encontrados pelo Protagonista, afinal após a apresentação do cenário e da
perturbação do status quo temos os desafios que serão vividos pelo protagonista na busca pelo seu
desejo.
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5.CENÁRIO, TOM E MENSAGEM
QUAL A IMPORTÂNCIA DE CENÁRIO E TOM
Muitos podem considerar que plot e personagens são suficientes para determinar uma
história. Porém há dois elementos que são muito bem trabalhados em todas as histórias de sucesso:
o cenário e o tom.
Enquanto os personagens são as figuras sobre as quais lançamos o nosso olhar e suas
interações geram os eventos que avançam o plot, o cenário e o tom são o fundo que dá cor e
estabelece as regras que regem as relações entre pessoas e coisas.
O cenário e o tom tem a grande missão de gerar credibilidade para a história muitas vezes
através de paralelos entre a nossa “realidade”, se não a considerarmos uma simples narrativa
consensuada, e o mundo ficcional que nos é apresentado. Até as histórias baseadas em fatos reais e
documentários precisam se preocupar com isso. Afinal por mais que sejam calcadas na realidade,
elas tratam de recortes da mesma que precisam ser bem definidos a fim de situar o
espectador/ouvinte/leitor.
O cenário e o tom são dados por duas escolhas importantíssimas: a escolha do gênero
narrativo e o processo de construção de mundo, também chamado de world building.
GÊNEROS NARRATIVOS
A primeira tentativa de se dividir os gêneros narrativos aconteceu com o teatro.
Assim se dividiu todas as obras em dois grandes campos: a comédia e a tragédia. Essa divisão deu
origem a famosa imagem das máscaras sorrindo e chorando.
Essa divisão estabelecia regras específicas para cada gênero. Contudo, com o passar do
tempo, novas criações começaram a desafiar os modelos estabelecidos e novos gêneros foram
gerados. Hoje temos uma grande quantidade gêneros indo do romance à fantasia, passando pela
ficção científica e drama de guerra histórico.
A primeira impressão é que essa divisão é comercial, mas ela também traz uma questão
muito importante para a criação narrativa. Por mais que não haja uma divisão real entre esses
gêneros, os públicos têm expectativas ao consumir as obras. Isso gera uma predisposição emocional
para entender e vivenciar a narrativa. Não raro, obras de diretores conhecidos por comédias, mesmo
quando dramáticas, vão gerar risadas somente por associação.
Portanto, é importante que o criador da narrativa conheça o léxico do gênero para poder
utilizá-lo com fins de identificação e até desafiá-lo para gerar mais surpresa e interesse.
CONSTRUÇÃO DO MUNDO
Todas as histórias, mesmo as passadas em ambientes restritos, precisam de um mundo, de
um fundo, onde os personagens irão agir. Um bom exemplo disso é o filme O Quarto de Jack, em
que o pequeno cômodo é todo o mundo do protagonista, e como tal tem um enorme detalhamento.
A construção do Mundo irá apresentar aos espectadores/leitores/ouvintes quais são as regras
do mundo, o que é possível, comum e impossível de ocorrer. Como no caso do gênero, isso gera
expectativas que precisam ser guardadas ou, quando desafiadas, contraditas com muito cuidado.
Essas regras de funcionamento do mundo são muito claras em filmes de ficção científica e
fantasia, mas são importantes em filmes mais realistas. Se precisamos saber se a mágica funciona,
se pessoas tem super poderes ou habilidades sobrenaturais, nos mundos realistas precisamos de
guias a respeito de honestidade da polícia e governantes, lisura dos processos de negócios,

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