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Engenharia de Produção e Setor Primário

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28/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/18
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A
PROFISSÃO
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/18
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Você será um engenheiro e seu papel na sociedade é o de resolver problemas. Então, ao mesmo
tempo em que você se prepara tecnicamente para isso, é importante que entenda como funciona essa
sociedade na qual está inserido. Lembre-se de que o desenvolvimento sustentável de uma nação é
amparado por três pilares: o econômico, o ambiental e o social. Nesta aula, discutiremos o pilar
econômico. Como Engenheiro de Produção, você terá a possibilidade de prestar seus serviços nas mais
diversas atividades econômicas da nossa sociedade, por isso, nesta aula, você conhecerá todas elas,
desde o setor primário, passando pelo secundário, terciário, quaternário e quinário, presentes na
economia das nações. Observa-se que, independentemente do setor da atividade econômica, o
desenvolvimento tecnológico, a mecanização, a busca pela otimização dos processos e por maior
eficácia organizacional exigem um profissional capacitado. Conhecendo as atividades existentes, você
poderá entender melhor como se inserir nesse contexto.
Figura 1 - Estágios da atividade econômica
Fonte: Fitzsimmons; Fitzsimmons, 2014, p. 6.
28/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/18
TEMA 1 – SETOR PRIMÁRIO
O setor primário da economia tem este nome por ter sido o primeiro a ser desenvolvido pelos
humanos, já que consiste na extração direta de produtos disponíveis na natureza, os quais podem ser
consumidos diretamente ou podem servir de matéria-prima para a produção de outras mercadorias.
A partir do momento em que os seres humanos começaram a formar as primeiras aglomerações,
deixando de ser nômades, ao mesmo tempo em que iniciaram o cultivo da terra para garantir sua
subsistência, tem início a realização de atividades típicas do setor primário: a agricultura, a pecuária, o
extrativismo vegetal e mineral, a caça e a pesca.
A agricultura é uma atividade econômica importante e se destaca dentre as demais que compõem
o setor primário. Na agricultura, são realizados a plantação, o cultivo e o aperfeiçoamento de ervas,
raízes e árvores comestíveis, tais como o arroz, o milho, o feijão, a soja, entre outros. A atividade que
surge como de subsistência, fornecendo alimentos para aqueles que a cultivavam, com o passar do
tempo e do desenvolvimento de tecnologias, passa a ser uma atividade com fins lucrativos. O sistema de
produção agrícola começa a fornecer comida para as populações que residem nas cidades e que já não
têm mais a possibilidade de produzir por si só seus alimentos.
O desenvolvimento tecnológico da agricultura dá início à exigência de uma capacitação diferente
para aqueles que trabalhavam anteriormente com a atividade. A melhoria da terra e da produtividade da
mão de obra se tornou necessária e com isso surge, por exemplo, a mecanização e a gestão e o
planejamento das atividades agrárias que devem ser postas em prática de maneira eficaz, sem deixar de
observar aspectos de sustentabilidade.
Figura 2 - Agricultura e tecnologia
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Crédito: Budimir Jevtic/Shutterstock.
Outra importante atividade do setor primário é a pecuária, surgida antes mesmo da agricultura, ela
diz respeito ao cultivo de animais para o sustento humano e surge como uma forma de obter caça, sem
a necessidade de busca e abate na natureza. Assim, os animais são cultivados para a produção de carne,
leite, ovos, mel, lã, couro. Vários são os animais possíveis de ser cultivados em rebanhos, tais como os
bovinos (bois e vacas), os suínos (porcos), os ovinos (ovelhas e carneiros), os caprinos (cabras e bodes),
os equinos (cavalos), os muares (mulas), os asininos (jumentos), os bufalinos (búfalos), entre outros.
Assim como na agricultura, na pecuária também há avanços tecnológicos importantes, como o uso
de novas práticas de manejo, a busca da melhoria genética dos animais, os avanços relativos à forma de
nutrição e pastagem, que demandam uma menor quantidade de terra para a produção, entre outras
novas aplicações.
Uma terceira atividade do setor primário é o extrativismo. Como o próprio nome indica, diz
respeito à retirada de elementos diretamente da natureza, tanto para a alimentação, como para matéria-
prima a fim de transformar em produtos. Há, assim, dois tipos de extrativismo: o vegetal e o mineral. Os
produtos derivados do extrativismo vegetal são frutos, madeira, raízes, resinas e látex e é importante
ressaltar que não se deve confundir o extrativismo vegetal com a agricultura, já que o extrativismo
acontece com vegetais que não são cultivados pelo homem, ou seja, estão disponíveis na natureza. Já os
produtos derivados do extrativismo mineral são água, petróleo, carvão, ferro, manganês, ouro, prata,
diamante, sal, entre vários outros, ou seja, tudo aquilo que está abaixo do solo antes da extração.
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Figura 3 - Extrativismo mineral
Fonte: Mark Agnor/Shutterstock.
É válido destacar que, ao mesmo tempo em que o extrativismo é uma importante atividade
econômica por sustentar o desenvolvimento industrial com seus produtos, também é um dos maiores
responsáveis pela degradação da natureza quando essa atividade é realizada de forma equivocada ou
predatória.
Outros dois outros tipos de extrativismo são a caça e a pesca, já que se pode entender como uma
espécie de extrativismo animal. A caça é uma prática ancestral que consiste na busca de animais
disponíveis na natureza para seu uso na alimentação ou no transporte, por exemplo. Já a pesca é o
extrativismo animal realizado com animais aquáticos.  No momento atual, ela tem se voltado mais às
espécies marinhas, já que seu cultivo em série se mostra inviável em termos econômicos.
Apesar de sua extensão e seu alcance na sociedade, entende-se que as atividades do setor primário
não agregam muito valor às nações que baseiam sua economia. Anteriormente era um setor que
empregava muita mão de obra, mas, com o passar do tempo, se tornou altamente mecanizado, o que
reduziu significativamente a quantidade de empregos na medida em que houve grande substituição de
mão de obra por máquinas. Por outro lado, a mecanização trouxe mais tecnologia para a área, exigindo
mão de obra mais qualificada e abrindo portas para a inserção do Engenheiro de Produção nessas
atividades.
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TEMA 2 – SETOR SECUNDÁRIO
O setor secundário da economia é aquele que tradicionalmente se relaciona, no senso comum, às
engenharias, pois é o responsável pela transformação das matérias-primas do setor primário em
produtos. Ou seja, o setor secundário é composto pelos vários tipos de indústrias existentes no
mercado. Nesse caso, cabe em especial ao Engenheiro de Produção uma atuação nesse setor, visto que
esse profissional propõe as soluções para os problemas de produção e bens e de serviços para essas
indústrias.
Para um melhor entendimento do que as indústrias produzem e disponibilizam à sociedade, elas
são classificadas de acordo com o seu tipo. Assim, tem-se como tipos de indústria:
Indústria de base: trabalha para que outras indústrias possam utilizar seus produtos como matéria-
prima. Assim, tem como entrada os produtos extraídos da natureza e os usa para convertê-los em
produtos semielaborados. Ao final do processo, esses itens serão utilizados para a fabricação de outros
bens destinados ao consumidor final. São exemplos de indústria de base a metalúrgicae a química.
Figura 4 - Indústria metalúrgica
Fonte: Panksvatouny/Shutterstock.
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Indústria de bens de capital: a indústria de bens de capital tem por função transformar produtos
em peças, máquinas e ferramentas, utilizadas para as atividades da indústria de bens de consumo. Seu
nome vem do fato de que bens de capital são os ativos da empresa, ou seja, seus direitos e seus bens,
cujo objetivo principal é gerar novos produtos. Assim, os bens de capital também são chamados de bens
de produção, pois são eles que alimentam toda a cadeia produtiva, como as indústrias fabricantes de
máquinas, aeronaves, peças de automóveis, geradores de energia elétrica, entre outros, usados na
indústria. Além disso, os bens de produção também podem ser empregados em serviços. Por exemplo,
um cabeleireiro ao adquirir um secador de cabelo não está comprando um produto para uso próprio,
mas sim como insumo de seu salão de beleza. Souza, Araújo e Daudt (2015, p. 55) alertam quanto à
indústria de bens de capital brasileira, a qual possui enormes desafios tecnológicos, visto a necessidade
de atualização tecnológica e a análise das várias “alternativas para o desenvolvimento de novas
tecnologias na fronteira do conhecimento que representam oportunidades para as empresas fabricantes
de máquinas e equipamentos”. Nesse sentido, o Engenheiro de Produção pode auxiliar no
fortalecimento dessa indústria especificamente, já que grande parte do parque industrial brasileiro é
composto por máquinas e equipamentos que não são fabricados no Brasil.
Figura 5 - Fábrica de turbinas
Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock.
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Indústria de bens de consumo: a mais conhecida, pois é nela que se produz o produto final, ou
seja, o que será vendido para o consumidor final, aquele que utiliza o produto para consumo próprio.
Esta indústria se subdivide em duas categorias: de bens duráveis e de bens não duráveis. Aquela oferece
produtos de alto valor agregado, fabricados para durar longos períodos de tempo, de modo geral maior
do que dois anos e como exemplos de produtos duráveis, como automóveis e motocicletas, a linha
branca (eletrodomésticos: geladeiras, fogões, micro-ondas, freezers), a linha marrom (eletrônicos de uso
doméstico para entretenimento, como TVs e equipamentos de áudio e vídeo), a linha verde
(computadores, smartphones, monitores de vídeo), a linha azul (eletrônicos de uso doméstico, como
batedeiras, liquidificadores, furadeiras), entre outros. Este tipo de indústria costuma utilizar tecnologia
atualizada e, portanto, precisa de mão de obra capacitada para o seu manuseio. Já a indústria de bens
não duráveis, como o próprio nome indica, disponibiliza ao mercado produtos perecíveis, isto é, com
pouca duração no tempo. São produtos de primeira necessidade, tais como alimentos e remédios.
Indústria de ponta: mais sofisticada e de maior intensidade tecnológica, pode ser caracterizada
pela utilização maciça de recursos tecnológicos altamente sofisticados e por se apresentar em constante
processo de inovação, com altos investimentos financeiros para o desenvolvimento de pesquisas. Tendo
em vista essas características, a indústria de ponta precisa de mão de obra extremamente qualificada,
seja para criar as tecnologias necessárias a seu funcionamento, seja para absorver as tecnologias que
chegam à empresa por meio de transferência de outras organizações, nacionais ou estrangeiras. Como
exemplos deste tipo de indústria, temos as empresas de biotecnologia, aeroespacial, farmacêutica,
telecomunicações, entre outros.
Figura 6 - Protótipo de colonização de Marte
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Crédito: u3d/Shutterstock.
Quando o setor secundário começou a se fortalecer, logo após a Revolução Industrial, trouxe
vitalidade para a economia das nações ao ampliar a geração de empregos e auxiliar no desenvolvimento
das cidades. Com a evolução da sociedade e do próprio setor, atualmente se verifica uma indústria cada
vez mais sofisticada e que exige um trabalhador ágil, produtivo e capacitado. Essa indústria deve
oferecer melhor qualidade dos produtos, diminuição dos custos e sustentabilidade financeira, ambiental
e social.
Até pouco tempo atrás, o setor secundário era o ramo da economia que mais gerava empregos.
Devido à modernização, os sistemas produtivos, por meio da mecanização dos processos, assim como
da implantação da produção flexível, grande parte da mão de obra vem saindo das fábricas e se
deslocando para o comércio e os serviços, aquecendo assim o setor terciário.
TEMA 3 – SETOR TERCIÁRIO
O setor terciário é o que tem apresentado o maior crescimento em se tratando de
representatividade econômica. Com a oferta de empregos diminuindo nos setores primário e
secundário, por conta da mecanização e da automatização das atividades realizadas nesses setores, há
uma migração dos trabalhadores para as atividades do setor.
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Atividades de comércio e de prestação de serviços representam as ações desenvolvidas e elas
surgem naturalmente, com a transformação da sociedade de industrial para pós-industrial. Fitzsimmons
e Fitzsimmons (2014, p. 8) explicam que:
Em primeiro lugar, há um desenvolvimento natural dos serviços, como transporte e serviços públicos,
para sustentar o desenvolvimento industrial. Como a automação é introduzida nos processos
produtivos, mais trabalhadores concentram-se em atividades não industriais, como manutenção e
consertos. Em segundo lugar, o crescimento populacional e o consumo em massa de mercadorias
incrementam o comércio atacadista e varejista, bem como o setor bancário, de imóveis e de seguros.
Em terceiro lugar, à medida que a renda aumenta, a proporção gasta com alimentos e habitação
decresce, e cria-se uma demanda por bens duráveis e, em seguida, por serviços.
O setor terciário é composto por uma gama muito ampla de bens imateriais, ou seja, daquilo que o
consumidor receberá em forma de atividades de educação, lazer, turismo, entretenimento, segurança,
auxílio jurídico, consertos mecânicos, domésticos ou eletrônicos, entre outras. Todas essas atividades
exigem profissionais e tecnologias que prestem um serviço considerado útil ao consumidor.
Além dos serviços, o setor também é composto por atividades de comércio, ou seja, das trocas
voluntárias feitas entre parceiros, de forma direta, em que se troca um produto por outro ou, de forma
indireta, em que se troca produto por dinheiro. O comércio pode ser realizado entre pessoas, empresas
ou países, para isso basta haver a necessidade e a vontade da troca. Pode também ser classificado como
do tipo atacadista, no qual se vende um mesmo produto em grandes quantidades, normalmente para
revenda, ou do tipo varejista, no qual são vendidos produtos em pequenas quantidades, normalmente
para o consumidor final.
Figura 7 - Comércio e serviço
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Crédito: George Rudy/Shutterstock.
Pena (2019, on-line) explica que o processo de terceirização da economia está relacionado a uma
série de fatores e destaca:
- A inclusão da mulher no mercado de trabalho, elevando a demanda de escolas, creches, asilos,
serviços de enfermagem, entre outros;
- A especialização das empresas, que destinam ações de limpeza, segurança e demais trabalhos para
outras companhias;
- O aumento dos incrementos tecnológicos na sociedade, o que eleva a demanda por serviços
relacionados com os meios eletrônicos;
- A elevação no número de empregos oferecidos nas áreas de recursos humanos, gerência, supervisão,
administração e afins;
- O aumentoda substituição do homem pela máquina nos setores primário e secundário.
Pode-se dizer, também, que a economia está se terceirizando porque o setor é mais resistente às
variações do mercado e aos momentos de recessão, em especial quanto aos serviços, por uma série de
questões. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014) apontam, por exemplo, a natureza dos serviços, cuja
característica é não poder ser estocados, diferentemente dos bens de consumo. Outro aspecto é o de
que a produção e o consumo dos serviços ocorrem simultaneamente, assim a demanda por eles é mais
estável do que a demanda por bens. Finalmente, os autores avaliam que quando a economia decai,
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muitos serviços continuam a sobreviver, pois as pessoas continuam comendo, morando, adoecendo,
assim hospitais, imobiliárias, restaurantes permanecem funcionando. Além disso, muitos consumidores
deixam de comprar objetos novos, buscando restauração daqueles que já possuem, aumentando a
demanda de serviços de manutenção e consertos.
TEMA 4 – SETOR QUATERNÁRIO E SETOR QUINÁRIO
Tradicionalmente, as atividades econômicas são divididas em três setores. No entanto, com a
transformação da sociedade e o surgimento de novas atividades que não existiam há décadas atrás,
passam a existir novas divisões para abranger essas atividades que não se enquadravam adequadamente
no setor terciário, por conta de suas características peculiares. Assim, surgem o setor quaternário e o
setor quinário de atividades econômicas.
O setor quaternário da economia surge como conceito na década de 1960, em especial nas
discussões de Jean Gottmann. Conforme Fresca (2011, p.35)
o autor chama a atenção para o fato de que, desde o início do século XX, ocorria a tendência da
produção industrial deixar as grandes cidades [...] A partir das relações entre desconcentração industrial,
migrações e avanços tecnológicos, o autor afirma que o emprego industrial decrescia enquanto nos
serviços era ampliado, principalmente nos setores administrativos, técnicos e escritórios. A separação
geográfica entre produção e controle, gestão e laboratórios ampliou o número destes empregos, que
ele denominou de ocupações quaternárias e que permitiram o contínuo crescimento das grandes
cidades. As atividades quaternárias, para o autor, consistem [...] basicamente de transações abstratas. A
categoria mais importante de materiais por ela manipulada é a informação. Os planejadores japoneses
já falam de uma ‘sociedade de informação’ na qual os elementos mais importantes são os software e
hardware.
Desta forma, o setor quaternário pode ser definido como aquele pertinente à economia do
conhecimento, na medida em que suas atividades estão relacionadas a ações intelectuais,
frequentemente associadas à inovação tecnológica. Assim, o trabalhador desse setor econômico é
alguém capacitado a trabalhar com dados e informações que transformam o conhecimento preexistente
na sociedade e trazem novas formas organizacionais mais adequadas, as rápidas transformações
ocorridas nesse setor.
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Como exemplos de atividades que compõem esse setor, temos aquelas exercidas na pesquisa
científica, na educação e na tecnologia da informação. O Vale do Silício se tornou o paradigma dessa
nova sociedade regida pelo conhecimento, é região nos EUA, na qual se localizam empresas de alta
tecnologia, das áreas de eletrônica e informática, tais como Google, Facebook, Pixar, Intel, Netflix, para
citar as mais conhecidas.
Figura 8 - Vale do Silício
Crédito: Alexey Ulashchick/Shutterstock.
Assim como não fazia mais sentido tentar encaixar as atividades do setor quaternário no setor
terciário, o mesmo acaba por ocorrer com outras atividades que surgiram ao longo do tempo, forçando
a mais uma divisão das atividades econômicas em um quinto setor, o quinário. Nele se encontram
atividades realizadas sem o intuito do lucro, mas com o objetivo de interpretar ideias, novas ou já
existentes, analisar dados, avaliar novas tecnologias e criar novos serviços. Tendo em vista as atividades
desenvolvidas, percebemos que esse setor tem as tomadas de decisão mais elaboradas encontradas em
uma sociedade ou economia.
É nesse setor que encontramos profissionais altamente remunerados, cientistas, pesquisadores,
funcionários do governo, trabalhando em universidades, institutos de pesquisa, organizações sem fins
lucrativos, de assistência médica e social, de esporte, de entretenimento, entre outras.
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Figura 9 - Atividade quinária
Crédito: VGstockstudio/Shutterstock.
TEMA 5 – PANORAMA SETORIAL E O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) publicou, em 2017, uma análise
acerca de todos os setores econômicos e como eles possivelmente se comportarão nos próximos anos
no Brasil. O primeiro destaque da publicação trata das inovações tecnológicas que surgiram nos últimos
anos e que estão fazendo diferença nas relações sociais, tais como:
Tecnologias da interconectividade (internet móvel, big data, internet das coi sas e nuvem);
Tecnologias da automação (automação do conhecimento/mecanismos inteli gentes, robótica, veículos
autônomos – drones, carros etc., impressão 3D);
Tecnologias relacionadas à energia (armazenamento, energia renovável e téc nicas de exploração de
petróleo e gás); e
Tecnologias bio (biotecnologia sintética, biotecnologia, tecnologias da saúde, genomics). (Puga; Castro,
2017, p. 8)
Essas e outras inovações que têm surgido vêm fazendo com que as relações em todos os setores
econômicos se modifiquem, em especial quanto ao trabalho. Cada vez mais se necessita de pessoas
mais e mais capacitadas, mesmo nas atividades que parecem mais básicas, como as feitas no setor
primário.
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Contudo, também há outras situações a serem analisadas; um dos principais desafios da economia
brasileira, de acordo com Puga e Castro (2017), é elevar sua produtividade. Um dos caminhos é melhorar
a capacidade da infraestrutura logística, já que essa afeta a produtividade sistêmica. A Figura 10 mostra
que o Brasil pouco tem investido nessa área, em comparação a outros países.
Figura 10 - Investimentos mundiais em logística (% PIB)
Fonte: Puga; Castro, 2017, p. 21.
Mais uma questão a ser analisada para a melhoria da produtividade nos setores econômicos do
Brasil é a necessidade de buscar inovar por meio da criação de políticas públicas que favoreçam a
criação de um ambiente adequado aos surgimento de inovação de forma a “transformar os gastos em
P&D em novos negócios, patentes e produção de bens intensivos em conhecimento” (Puga; Castro,
2017, p. 22).
Não menos importante é a qualifica ção da mão de obra, o que requer melhoria da educação no
Brasil, incluindo educação profissional. Nesse sentido, é necessário melhorar o posicionamento do país,
que se encontra na 96ª posição, em 102 possíveis, no ranking referente ao percentual de estudantes
graduados em ciência e engenharia.
Figura 11 - Posição do Brasil em indicadores selecionados do índice global de inovação (2017)
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Fonte: Puga; Castro, 2017, p. 23.
Percebemos que o Brasil precisa avançar muito, em especial na capacitação e no desenvolvimento
de inovação e de tecnologia para poder acompanhar o ritmo de desenvolvimento de outros países, de
forma a obter vantagem competitiva ao exercer as atividades dos diversos setores da economia. Grande
parte desses desafios pode ser trabalhada por engenheiros, em especial por Engenheiros de Produção,
que estejam preparados para entender esseconceito e propor soluções para os problemas conjunturais
apresentados pelo nosso país.
FINALIZANDO
Nesta aula, você pôde entender que um setor econômico é composto por determinadas atividades
típicas daquele tipo de setor dentro de uma economia, a qual, por sua vez, diz respeito ao modo como
os produtos são produzidos e como as pessoas os consomem.  Você aprendeu também que existem
cinco tipos distintos de setores econômicos: o primário, o secundário, o terciário, o quaternário e o
quinário. O primário inclui as indústrias de recursos naturais, como a agricultura, a pecuária, o
extrativismo, a caça e a pesca. Já o secundário oferece a transformação de matéria-prima em produtos
acabado, a ser utilizado pelo consumidor, em vários tipos de indústrias distintas. O setor terciário, por
sua vez, relaciona-se com serviços e comércio. Derivados do setor terciário, você viu a existência dos
setores quaternário e quinário. Aquele é o da organização intelectual em uma sociedade e este se
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relaciona à alta gerência em organizações sem fins lucrativos. Todos os setores vêm sendo modificados
por conta das novas tecnologias, as quais vêm sendo inseridas em todas as atividades humanas. Um
Engenheiro de Produção capacitado terá condições de atuar em qualquer das áreas e promover ações
para alavancagem e manutenção de vantagem competitiva nas várias indústrias do Brasil.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Panoramas setoriais 2030: desafios e oportunidades para o Brasil. Rio de Janeiro: BNDES,
2017. Disponível em: < https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14214/2/PanoramasSetoriais-
2030.pdf>. Acesso em: 31 dez. 2019.
FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia e
tecnologia de informação. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
FRESCA, T. M. Uma discussão sobre o conceito de metrópole. Revista da ANPEGE, v. 7, n. 8, p. 31-
52, ago./dez. 2011.
PENA, R. F. A. Setor terciário. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/economia/setor-
terciario.htm>. Acesso em: 31 dez. 2019.
PUGA, F.; CASTRO, L. B. de. Panoramas setoriais 2030: introdução. Disponível em:
<https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14374/1/Panoramas%20Setoriais%202030%20-
%20Introdu%c3%a7%c3%a3o.pdf>. Acesso em: 31 dez. 2019.
SOUZA, L. D. W. de;  ARAÚJO, B. P.; DAUDT, G. M. Bens de capital: panorama setorial 2015-2018.
Disponível em:
<https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14157/1/Bens%20de%20capital_P.pdf>. Acesso em:
31 dez. 2019.
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