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Aula+4_Inquérito+Policial (1)

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Direito Processual Penal 
Constitucional
DOCENTE: THALITA BASSAN
2
Tivemos 3 sistemas processuais penais ao longo da história:
• Inquisitório – no qual as funções de acusador, juiz e
defensor estão aglutinadas nas mãos de uma mesma
pessoa que tem plenos poderes de gestão e produção da
prova.
• Acusatório – no qual há clara distinção entre acusador,
juiz e defensor, a atividade probatória é ônus das partes e
o juiz deve decidir conforme seu convencimento motivado.
• Misto – que possui uma fase pré-processual inquisitiva e
uma fase processual acusatória.
3
INQUÉRITO POLICIAL
O conceito trazido por Guilherme de Souza Nucci é
bastante didático:
O inquérito policial é um procedimento preparatório da
ação penal, de caráter administrativo, conduzido pela
polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de
provas para apurar a prática de uma infração penal e sua
autoria.
4
IMPORTANTE!
A natureza jurídica do inquérito policial é a de
procedimento administrativo.
Lembrando que inquérito não é sinônimo de processo, mas
sim um procedimento preparatório para o mesmo, o que
explica algumas de suas características que serão
estudadas a seguir.
5
 CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
1.Inquisitividade
A primeira característica que se destaca no inquérito policial é a
inquisitividade.
Isso significa que, ao contrário da ação penal, esse
procedimento não se subordina aos princípios do contraditório
e da ampla defesa. Pelo contrário, a autoridade policial conduz
as investigações de forma unilateral com base na
discricionariedade, sem a definição de um rito pré-estabelecido
e sem a necessidade de participação do investigado.
6
2. Sigilo
A segunda característica é o sigilo, que impede o livre acesso
aos autos do inquérito. Esse sigilo tem como escopo assegurar
a efetividade das investigações, bem como resguardar a honra
dos investigados.
3.Indisponibilidade
A indisponibilidade está relacionada ao fato de que, uma vez
instaurado o inquérito, a autoridade policial não poderá dele
dispor, ou seja, promover o seu arquivamento. Essa
característica está no art. 17 do Código de Processo Penal, que
estabelece que “A autoridade policial não poderá mandar
arquivar autos de inquérito.”
74.Dispensabilidade
O inquérito não poderá ser arquivado diretamente pela
autoridade policial (indisponibilidade). Essa característica
não se confunde com a dispensabilidade.
A dispensabilidade significa que o titular da ação penal, ou
seja, o Ministério Público (art. 129, I, da Constituição), pode
dispensar total ou parcialmente o inquérito, desde que já
possua justa causa para a instauração da ação penal.
8
5.Escrito
O art. 9º do CPP determina que: “Todas as peças do inquérito policial
serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e,
neste caso, rubricadas pela autoridade.”
6.Oficiosidade
Essa característica está prevista no art. 5º, I, do CPP, que dispõe que o
inquérito policial será instaurado de ofício nos crimes de ação penal
pública incondicionada:
“Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo.”
9
7. Unidirecional
Essa característica significa que o inquérito policial possui
a única finalidade de apuração de autoria e materialidade
delitiva, não sendo cabível que a autoridade policial
emita juízo de valor sobre a investigação.
O direcionamento do inquérito é o Ministério Público,
que é o seu destinatário imediato e a quem compete
valorar os fatos apurados.
Formas de 
instauração do 
inquérito policial
A partir da análise do art 5º
do CPP (brasil, 1941),
podemos concluir que o
inquérito policial pode ser
instaurado de 5 maneiras
distintas.
10
11
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, 
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões 
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos 
de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e 
residência.
12
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência
de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou
por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a
procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la.
13
 A autoridade de polícia judiciária possui o poder-dever de
instaurar o inquérito de ofício – ou seja, sem provocação –
quando toma conhecimento da prática de crime que desafia ação
penal pública incondicionada.
 Por requerimento do ofendido ou de seu representante legal,
cabendo ao delegado de polícia exercer um juízo de tipicidade
dos fatos narrados. Ressalte-se que, caso o delegado de polícia
indefira a instauração do inquérito, o CPP (BRASIL, 1941), em seu
art. 5º, § 2º, permite a interposição de recurso administrativo
dirigido ao chefe de polícia.
14
A instauração é também permitida por notícia-crime de
terceiro, conforme art. 5º, § 3º do CPP (BRASIL, 1941).
Assim, qualquer do povo pode comunicar à autoridade
policial a ocorrência de crime de que teve notícia,
cabendo ao delegado providenciar investigações
preliminares para atestar a plausibilidade das
informações, quando estas são dadas anonimamente.
15
Aury Lopes Jr. (2019) dispõe que o art. 5º, I, ao tratar da
instauração do inquérito de ofício, está se referindo à
autoridade policial da jurisdição territorial onde ocorreu o
delito, a qual tem o dever de agir de ofício, instaurando o
inquérito. Tal ato é denominando de inquisiti ex officio.
16
Quanto ao inciso II do art. 5º, temos que o MP, titular da
ação penal, ao tomar conhecimento de fato possivelmente
revestido de materialidade criminosa, poderá requisitar da
autoridade policial a instauração de inquérito.
Renato Brasileiro de Lima (2020) afirma que por se tratar
de uma requisição, a autoridade policial está obrigada a
instaurar o inquérito policial.
17
Ainda no inciso II do art. 5º, temos uma divergência na
doutrina especializada do direito processual penal, qual
seja, a legitimidade da requisição de instauração de
inquérito por parte da autoridade judiciária.
A enorme discussão que se trava sobre esse aspecto se dá
pelo fato de termos adotado o sistema processual penal
acusatório, claramente reafirmada com a entrada em vigor
da Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime).
18
Sobre tal situação, dispõe Aury Lopes Jr. (2019, p. 151):
Em que pese o disposto no art. 5º, II, do CPP, entendemos que não cabe
ao juiz requisitar abertura de inquérito policial, não só porque a ação
penal de iniciativa pública é de titularidade exclusiva do MP, mas
também porque é um imperativo do sistema acusatório.
Inclusive, quando a representação é feita ao juiz – art. 39, § 4º –,
entendemos que ele não deverá remeter à autoridade policial, mas sim
ao MP. Não só porque é o titular da ação penal, mas porque o próprio §
5º do art. 39 permite que o MP dispense o IP quando a representação
vier suficientemente instruída e quem deve decidir sobre isso é o
promotor, e não o juiz.
19
Em definitivo, não cabe ao juiz requisitar a
instauração do IP, em nenhum caso. Mesmo quando
o delito for, aparentemente, de ação penal privada
ou condicionada, deverá o juizremeter ao MP, para
que este solicite o arquivamento ou providencie a
representação necessária para o exercício da ação
penal.
20
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz,
ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente
autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a
termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público,
quando a este houver sido dirigida.
§ 2o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato
e da autoria.
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a
inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será
remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso,
oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
21
Como bem discorre Aury Lopes Jr., em homenagem ao
sistema processual penal acusatório, é vedada a requisição
de instauração de inquérito por parte da autoridade
judiciária: se lhe é vedada a mera requisição, é inconcebível
a instauração de ofício, seja qual for o contexto, sob pena
de resgatarmos o sistema processual penal inquisitório,
típico de regimes ditatoriais.
22
Embora tal situação seja bem clara, há, no Regimento
Interno do STF, dispositivo não recepcionado pela
Constituição por flagrante inconstitucionalidade, uma vez
que prestigia expressamente o sistema inquisitório,
violando o art. 129, I da Constituição Federal, vejamos:
“Art. 43. Ocorrendo infração à lei penal na sede ou
dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito,
se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição,
ou delegará esta atribuição a outro Ministro” (BRASIL,
2020).
23
Sobre o tema, dispõe brilhantemente Renato Brasileiro de
Lima (2020
[...] é fato que o dispositivo em questão não foi recepcionado pela
Constituição Federal. Com efeito, essa concentração de poderes nas
mãos de uma única pessoa, in casu, no Ministro inquisidor, além de
violar a imparcialidade e o devido processo legal, revela-se
absolutamente incompatível com o próprio Estado Democrático de
Direito, assemelhando-se à reunião dos poderes de administrar,
legislar e julgar em uma única pessoa, o ditador, nos regimes
absolutistas, p. 201).
24
Não se sustenta, em um regime democrático, que o juiz
possa exercer funções de acusador, instaurando inquérito e
produzindo provas de ofício, já que o órgão acusador por
garantia constitucional é o Ministério Público, que é
destinatário final do inquérito policial, a quem compete
decidir sobre o oferecimento ou não da denúncia, uma vez
que figura como o detentor exclusivo da ação penal.
25
Sendo certo que, tomando o STF conhecimento de indícios de
materialidade e autoria de determinadas condutas típicas,
mesmo que nas hipóteses do art. 43 do seu Regimento Interno,
se impõe a obrigatoriedade de comunicação ao órgão
responsável constitucionalmente pela requisição de inquérito e
oferecimento da ação penal, nos exatos termos do
art. 40 do CPP, afinal, ainda que se trate da Suprema Corte do
país, há que ser respeitado o sistema processual acusatório,
consagrado na Constituição Federal.
26
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem,
os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de
ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e
os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
27
 Lavratura do auto de prisão em flagrante delito marca o
início do procedimento investigativo.
 Serão peças inaugurais dos inquéritos, o próprio auto de
prisão em flagrante, as requisições e requerimentos que
o provocaram. Nas demais hipóteses, o delegado de
polícia deve baixar uma portaria, que nada mais é do que
uma peça breve, indicando o nome e o prenome do
investigado e da vítima, o dia, local e hora do fato
delituoso, determinando-se, ao final, a instauração do
inquérito (TAVORA; ALENCAR, 2015).
28
Por força dos parágrafos 4º e 5º do art. 5º do CPP (BRASIL, 1941), nos
crimes que desafiam ação penal pública condicionada a representação,
esta será necessária para a instauração do inquérito e, nos crimes cuja
persecução depende de ação penal privada, o inquérito dependerá de
requerimento daquele que possui legitimidade para o oferecimento da
queixa.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la.
29Procedimento e diligências do inquérito policial
Em que pese o fato de que o inquérito policial é um procedimento
discricionário, o código de processo penal (BRASIL, 1941), em seus
arts. 6º e 7º indica as providências e diligências que devem ser
tomadas pela autoridade policial para melhor elucidar o fato
criminoso.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração
penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada
dos peritos criminais;
30
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato
e suas circunstâncias;
V - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo
termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a
leitura;
31
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)
32
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Procedimento do qual, segundo o STF, o acusado não está obrigado
a participar, em nome do princípio da inexigência de
autoincriminação (nemo tenetur se detegere).
Cumpre ressaltar que, quando ouvir o investigado, o delegado
deve seguir o procedimento para o interrogatório judicial, previsto
nos arts. 185 a 196 do CPP (BRASIL, 1941), informando-o do direito
de permanecer em silêncio e permitindo a presença do advogado,
se houver.
33
Prazos do inquérito policial
 A autoridade policial possui um prazo para finalizar as
investigações, que não podem se estender indefinidamente.
Conforme o art. 10 do CPP (BRASIL, 1941), o prazo será de 10
dias improrrogáveis, quando o investigado estiver preso, em
flagrante ou preventivamente, contando-se este período a
partir da execução da prisão.
Entretanto, quando o investigado estiver solto, o prazo será de
30 dias, prorrogáveis por decisão do juiz em casos de difícil
elucidação.
34Prazos Especiais
previstos na legislação extravagante.
Os inquéritos a cargo da polícia federal devem ser
concluídos em 15 dias, prorrogáveis por igual período, uma
única vez – por decisão judicial – caso o investigado esteja
preso e por 30 dias, também prorrogável, caso esteja solto,
conforme prevê a Lei nº 5010 (BRASIL, 1966), em seu art.
66.
35
 A Lei nº 11343 (BRASIL, 2006), mais conhecida como lei
antidrogas, prevê em seu art. 51 que o prazo para o fim do
inquérito é de 30 dias, duplicáveis – por decisão judicial,
ouvido o Ministério Público – caso o investigado esteja preso
e 90 dias, igualmente duplicáveis, se estiver solto.
 A Lei nº1521 (BRASIL, 1951) prevê, em seu art. 10, § 1º, para
os crimes contra a economia popular, o prazo único e
improrrogável de 10 dias.
36
 nos inquéritos militares, o prazo será de 20 dias quando o
investigado estiver preso e 40 dias, prorrogáveis por mais 20
dias pela autoridade militar superior, quando estiver solto.
 É importante ressaltar que a contagem do prazo deve se dar
na forma dos prazos processuais, prevista no art. 798, § 1º do
CPP.
 A desobediência do prazo processual não ocasiona a
invalidade da prova colhida, entretanto, prevalece que, caso
o investigado esteja preso, o esgotamento do prazo sem a
finalização do inquérito deve desaguar no relaxamento da
prisão (OLIVEIRA, 2015).
37
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão 
contínuos e peremptórios, não se interrompendo por 
férias, domingo ou dia feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, 
incluindo-se, porém, o do vencimento.
38
Encerramento do inquérito policial 
 O código de processo penal estabelece que o inquérito será
concluído com um minucioso relatório, endereçado ao juiz
competente, que deve resumir as diligências feitas pela
polícia judiciária.
 Nesta fase, também deve ocorrer o indiciamento, que nada
mais é do que informar ao suposto autor do crime que os
indícios de autoria convergem para ele, que passa a ser o
principal foco do inquérito (TÁVORA; ALENCAR, 2015).
39
 A Lei nº 12830 (BRASIL, 2013), estabelece que o
indiciamento é ato privativo do delegado de polícia, embora
não vincule a opinião do titular da ação penal.
 Após o relatório, o titular da ação penal – Ministério Público
ou ofendido – pode oferecer a inicial acusatória com base no
inquérito, dando início ao processo penal, ou pode requerer
o retorno dos autos à autoridade policial para a realização de
novas diligências, conforme art. 16 do CPP (BRASIL, 1941).
40
o Ministério Público com base nas informações presentes
no inquérito, pode concluir pela ineficiência de provas
capazes de indiciar o investigado, ou então, não consiga
efetivamente determinar um réu para o crime. Assim, a
atitude a ser tomada é o pedido de arquivamento do
inquérito policial.
 IMPORTANTE: Anteriormente a Lei 13.964/19 (pacote
anticrime), para que o inquérito policial fosse arquivado
era indispensável a autorização judicial.
41
ANTES DO PACOTE ANTICRIME: o Ministério Público
deveria remeter o inquérito ao Poder Judiciário para o
juiz analisar os fatos e decidir se realmente caberia o
arquivamento.
Magistrado CONCORDAVA com a conclusão ministerial e
o inquérito era arquivado.
Na hipótese de DISCORDÂNCIA do juiz, esse inquérito
retornava ao Ministério Público.
42
A discordância do magistrado ERA como um ''recurso’’ à
Promotoria. Isso porque, a discussão SOBE DE
INSTÂNCIA, a Procuradoria de Justiça é quem passaria a
analisar o inquérito.
O Procurador Geral de Justiça CONCORDANDO com o
arquivamento dos autos vinculava o juiz a sua decisão - o
magistrado era obrigado a determinar o arquivamento
do inquérito. (é como se o juiz tivesse ‘’ perdido o
recurso’’, e como consequência, deveria arquivar o
inquérito contra a sua vontade).
43
Caso o Procurador Geral CONCORDASSE com a decisão
do juiz, entendendo não caber o arquivamento, o próprio
Procurador Geral poderia redigir a denúncia, ou, delegar
a função à outro Promotor de Justiça.
ATUALMENTE, com a alteração legislativa nº. 13.964/19,
por meio do art. 28 do CP, o Ministério Público não mais
necessita de autorização do Juiz de Direito para
promover o arquivamento do inquérito.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637082/artigo-28-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
44
Entendendo não haver elementos suficientes, o Promotor
irá dar ciência do arquivamento à vítima, ao investigado e
à autoridade policial - cientificados, após o prazo de 30
(trinta) dias, irá o Promotor encaminhar os autos à sua
instância superior para um reexame, como uma espécie de
controle interno.
 Poderá a instância superior CONCORDAR com o arquivamento e
encerra-lo, ou, DISCORDANDO, designar outro promotor para
que dê início à fase processual através da denúncia.
 AGORA, SEM A INTERFERÊNCIA DIRETA DO JUIZ, o Ministério
Público que é o responsável por deflagrar a Ação Penal Pública
poderá decidir, por si só, acerca do oferecimento, ou não, da
denúncia.
45
Em crimes que desafiam ação penal privada, não
haverá arquivamento e, após o relatório, o
inquérito ficará à disposição do ofendido ou seu
sucessor.
46
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial
ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à
vítima, ao investigado e à autoridade policial e
encaminhará os autos para a instância de revisão
ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
47
 § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar
com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo
de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei
orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em
detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada
pela chefia do órgão a quem couber a sua representação
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
48
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
investigado confessado formal e circunstancialmente a
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes
condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
49
 I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do
crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
período correspondente à pena mínima cominada ao delito
diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
50
 IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos
do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse
social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos
iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo
delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
 V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada
pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível
com a infração penal imputada. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
51
Questões
 1. Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um
suposto crime de ação penal pública incondicionada,determina, de ofício, a instauração de inquérito policial. Após
adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta
investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o
arquivamento do inquérito e procura seu advogado para
esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja
imediatamente arquivado. Considerando as informações
narradas, o advogado deverá esclarecer que a autoridade
policial
52
a) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de
arquivamento por atipicidade coisa julgada material.
b) b)não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá
encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento
direto e imediato por parte do magistrado.
c) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o
arquivamento, poderá proceder a novos atos de investigação,
independentemente da existência de provas novas.
d) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de
arquivamento caberá ao Ministério Público que comunicará à
vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os
autos para a instância de revisão ministerial para fins de
homologação, na forma da lei.
53
 LETRA D
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial
ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à
vítima, ao investigado e à autoridade policial e
encaminhará os autos para a instância de revisão
ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
54
2. O inquérito policial pode ser definido como um
procedimento investigatório prévio, cuja principal
finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da
ação penal possa propô-la contra o suposto autor da
infração penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
55
a) A exigência de indícios de autoria e materialidade para
oferecimento de denúncia torna o inquérito policial um
procedimento indispensável.
b) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquérito policial é irrecorrível.
c) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá
ter acesso aos elementos informativos que nele constem,
ainda que já documentados.
d) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência
do crime, não poderá mandar arquivar os autos do
inquérito já instaurado.
56
LETRA D
A) ERRADA. Uma das características do inquérito policial é a
dispensabilidade.
B) ERRADA. Pode haver recurso e esse será dirigido ao chefe de
polícia( Art 5° §2° CPP) na esfera administrativa.
C) ERRADA. O sigilo não alcança a figura do defensor.
Súmula Vinculante 14 -> É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, JA
DOCUMENTADOS em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
57
3. Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção correta.
 A) Do plexo de direitos dos quais é titular o indiciado — interessado
primário no procedimento administrativo do IP —, é corolário e
instrumento a prerrogativa do advogado de acesso aos autos
respectivos, explicitamente outorgada pelo Estatuto da Advocacia,
da qual, porém, excluíram-se os IPs que correm em sigilo.
 B) Não é direito fundamental do indiciado, no curso do IP, fazer- se
assistir por advogado.
 C) No curso do inquérito policial, ao indiciado não é dado o direito
de manter-se em silêncio.
 D) Todo IP é modalidade de investigação que tem seu regime
jurídico traçado a partir da Constituição Federal, mecanismo que é
das atividades genuinamente estatais de segurança pública.
58
LETRA D
É traçado a partir da CF, art. 144, §1, IV e §4:
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio: A polícia federal destina-se
a: exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União
(ex: conduzir inquéritos).
As polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
59
4. Com base no CPP, assinale a opção correta acerca do inquérito policial.
A) O MP, caso entenda serem necessárias novas diligências, por considerá-las
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, poderá requerer a devolução
do inquérito à autoridade policial.
B) Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio
ao tribunal de justiça para que seja designado outro órgão de MP para
oferecê-la.
C) A autoridade policial, caso entenda não estarem presentes indícios de
autoria de determinado crime, poderá mandar arquivar autos de inquérito.
D) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não
poderá proceder a novas pesquisas, ainda que tome conhecimento de
outras provas.
60
 LETRA A
O MP, caso entenda serem necessárias novas diligências,
por considerá-las imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia, poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial. (CORRETA)
Artigo 16 CPP - O MP não poderá requerer a devolução do
inquérito à autoridade policial, senão para novas
diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

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