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ENEM – FILOSOFIA METAFÍSICA – Santo Agostinho A Filosofia de Santo Agostinho é um divisor de águas: é o que ele mesmo chamou de Filosofia Cristã. Ele viveu quando o Império Romano já estava em declínio (entre os séculos quatro e cinco da Era Cristã) e quando a fé no Filho de Deus cada vez mais se expandia chegando mesmo a fazer com que o Império Romano do Oriente (até então mais forte que o Império Romano do Ocidente) se convertesse e por fim legalizasse esta crença. Em um momento de enorme convulsão cultural devido às invasões bárbaras vindas do norte, era preciso que a nova fé tivesse uma estrutura mais sólida. E os estudos de Agostinho foram oportunos exatamente aí. A questão central da sua Filosofia Cristã é na fundamentação filosófica da Verdade revelada. Com a adaptação da Metafísica grega, Agostinho faz da razão o meio de que se chegar à fé que contém a Verdade revelada. Se Parmênides dizia que o acesso ao mundo real e verdadeiro tinha dois caminhos, um verdadeiro e outro falso, sendo o primeiro da razão e o segundo dos sentidos, e Platão dizia que o mundo verdadeiro é o mundo do logos, da razão, sendo possível de se chegar pela Filosofia, e o mundo aparente uma cópia imperfeita do mundo real, Agostinho coloca o ponto de chegada como sendo a fé na Verdade revelada como superior à razão: é este o método para a interpretação das Escrituras Sagradas que conduz à Verdade e assim fortalece a fé. Santo Agostinho desenvolve a Doutrina da Iluminação Divina que absorve elementos da filosofia platônica da reminiscência, identificando o princípio da causalidade de todas as coisas com o princípio espiritual, causador de sua própria existência e previamente contido na alma inteligível. Isso significa que o conhecimento é sintetizado no encontro com a Verdade revelada, pois ele depende então da iluminação divina em sua relação com o intelecto humano. A Filosofia é o caminho para a fé e esta é o caminho para Deus já que este não pode ser atingido pelo conhecimento racional. É como se fosse dito a Parmênides e Platão que o Ser ou o Uno imutável, perfeito e eterno, é Deus e que não pode ser entendido simplesmente pela razão humana já que ela é insuficiente para isto. “É necessário compreender para crer e crer para compreender”, dizia Agostinho. A Metafísica ganha um entendimento quase de experiência mística. Santo Agostinho traça o caminho promove então o fortalecimento da fé pela atividade racional, interpretação e compreensão das palavras sagradas. No período medieval, a Filosofia foi o principal instrumento para tentar se provar a existência de Deus. E tudo voltou a ser novamente interessante.
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