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CADERNO DE ECONOMIA/ LUIZ MARQUES FILHO – PARTE II As políticas macroeconômicas, ou simplesmente, econômicas, são pensadas e executadas pelo governo para poder induzir/gerenciar variáveis macroeconômicas, tais como taxa de crescimento do PIB, taxa de desemprego e a taxa de inflação. Entre as políticas econômicas pode-se citar: a) Política fiscal – executada pelo Governo Federal, Ministério da Economia (junção da fazenda e planejamento) e também pelos governos estaduais e municipais; b) Política monetária – executada pelo Banco Central; c) Política cambial – executada pelo Banco Central; 1. Política fiscal – gestão estratégica das receitas e despesas do governo R – D > 0 Receita é maior que a despesa Superávit R – D = 0 Receita e despesa se equilibram Equilíbrio R – D < 0 Receita é inferior à despesa Déficit Conforme já visto no pensamento econômico de Adam Smith, todo o déficit precisa ser financiado, existindo duas formas para a realização de tal ação: emissão de moeda ou endividamento público. Todavia, as duas possibilidades do financiamento do déficit apresentam uma tendência em provocar inflação e o aumento da taxa de juros. 1.1 – Orçamento público: ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo por certo período e em pormenor, a gastar e a arrecadar para o funcionamento dos serviços públicos. - Obrigatório; - Elaborado por lei; e - Iniciativa do Chefe do Executivo 1.2 – Bases legais para Orçamento no Brasil: 1.2.1 – Constituição Federal de 1988; 1.2.2 – Lei 4.320/1964 – Criou regras para a elaboração e execução do orçamento público; 1.2.3 – Lei 101/2000 – Lei da Responsabilidade Fiscal – apropriou-se da lei anterior, realizando alguns acréscimos e algumas modificações visando ao controle do déficit público de estados, municípios e do Governo Federal 1.3 – Peças orçamentárias no Brasil (CF/1988 – Art. 165) Plano Plurianual – PPA (planeja) – plano estratégico de obras públicas para os próximos quatro anos; Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO (orienta); Lei Orçamentária Anual – LOA (executa); 1.4 – Tipos ou impactos da política fiscal: 1.4.1 – Política fiscal expansionista: Caracterizado pela diminuição da receita e/ou aumento da despesa, conduzindo ao aumento do déficit e/ou diminuição do superávit). Nesse sentido, o objetivo é conter o desemprego, embora possa gerar inflação. A tendência, por conseguinte, é caminhar em direção ao primeiro quadrante da Curva de Philips (caso consiga ir em direção ao “paraíso” do quarto quadrante será ainda melhor); O único responsável por controlar as taxas de juros é o Banco Central, principalmente pela política monetária. Percebendo-se o ritmo acelerado da economia ocorre o aumento da taxa de juros pelo fato dos investimentos estarem crescendo a todo o vapor (otimismo econômico); OBS: Se o governo estiver superando em superávit, o superávit irá crescer. Caso esse esteja operando em déficit, o déficit irá diminuir, podendo, inclusive, se tornar um superávit. OBS: A política fiscal expansionista apresenta um caráter keynesiano. 1.4.2 – Política fiscal contracionista – caracterizada pelo aumento da receita e/ou diminuição da despesa, conduzindo ao aumento do superávit e/ou diminuição do déficit. O objetivo da política fiscal contracionista é controlar a inflação de demanda, mesmo que haja uma tendência em elevar o índice de desemprego. Portanto, a tendência é da saída do primeiro quadrante da Curva de Philips em direção ao terceiro quadrante. Observa-se uma queda na taxa de juros. O Banco Central, atento à dinâmica econômica, resolve diminuir as taxas de juros visando a estimular a realização de investimentos, tendo em vista que esses diminuíram por conta do desemprego (redução do poder aquisitivo populacional). OBS: Tais políticas se relacionam apenas à inflação de demanda (aquela ilustrada e explicada pela Curva de Philips) e o impacto inicial sempre ocorrerá no bolso da sociedade. POLÍTICA FISCAL INIMIGOS EFEITOS COLATERAIS Expansionista Desemprego Aumento da inflação de demanda e aumento das taxas de juros Contracionista Inflação Aumento do desemprego 2. Dívida pública 2.1 – Origens: 2.1.1 – Uma captação de recursos para financiar o déficit público do momento atual; 2.1.2 – Uma captação de recursos para financiar gastos de capital; 2.2 - Tipos de dívida pública: 2.3 – Visões sobre a dívida pública: 2.3.1 – Smith (1776) – O ideal é o orçamento equilibrado; o déficit é um mal em si mesmo pois sempre implica o seu financiamento e este financiamento traz problemas para a economia: ou inflação ou redução da atividade econômica devido ao incremento da dívida pública. Assim, o Estado deve ser o mais eficiente possível pois gastando pouco não precisará também tributar a sociedade em grande medida. O crescimento da dívida pública tende a implicar elevação do risco e da taxa de juros cobrada pelos empréstimos ao governo, reduzindo; 2.3.2 – Keynes (1936) – O Estado é entidade fundamental para a dinâmica do capitalismo e, em momentos de crise generalizada somente o setor público possui condições de aumentar seus gastos e induzir o crescimento da atividade econômica. Em momentos de depressão econômica (crise), o Estado deve gastar mesmo assumindo o déficit público, pois ele é expansionista, pois com o incremento da atividade econômica, o Estado passará a arrecadar mais em função do incremento do PIB; 2.3.3 – Novos clássicos (a partir da década 1980) – Retorno ao pensamento original dos economistas liberais clássicos com a adaptação de agora – entenderem que o resultado público deve ser superavitário. Com o superávit não se cria dívida nova ao tempo em que tem condições de se honrar os juros e amortização do estoque da dívida passada. Assim, no médio e longo prazo, a dívida pública se reduzirá, reduzindo a relação dívida/PIB, reduzindo o risco e a taxa de juros e, por fim, incrementando a atividade econômica. Essa lógica faz parte do pensamento do Consenso de Washington (1989). Antecedentes: Friedman e Hayek; 3. Curva de Lafer – associada a um pensamento liberal, é um gráfico que ilustra a existência de uma relação positiva entre a arrecadação do governo e o aumento da tributação. Existente, entretanto, uma dada pressão tributária que implica em uma arrecadação máxima. A partir desse momento, o aumento das pressões tributárias será insuficiente pois o governo arrecadará menos. Por conseguinte, a sociedade reagirá de forma contrária a essa tributação. Isso poderá ocorrer por duas razões: a) Legal – redução do ânimo ao trabalho, mudança de sede/país; b) Ilegal – sonegação, isto é, o atraso proposital de pagamentos; 4. Efeito Tanzi ou Oliveira-Tanzi – relaciona o impacto de uma elevada taxa de inflação sobre a arrecadação real de tributos e os gatos públicos, portanto, sobre o orçamento do governo. 4.1 – Efeito Tanzi pelo lado da receita – negativo para o governo; 4.2 – Efeito Tanzi pelo lado da despesa – representa um ganho no orçamento do governo em momentos de elevada taxa de inflação, em simplesmente postergar pagamentos de maneira proposital, mas ao fazer estes pagamentos ou fazê-los sem qualquer correção de valor, fazendo pelo valor nominal; 5. Doutrinas para tributação: 5.1 – Neutralidade: todos pagam a mesma taxa proporcional; 5.2 – Equidade: ocorre uma modificação no que diz respeito à proporcionalidade da taxa, visando a um ideal de justiça social 5.2.1 – Equidade pelo critério de capacidade de pagamentos: os ricos pagam mais proporcionalmente. Esse critério auxilia na melhoria do Coeficiente de Gini, auxiliando a minimizar a concentração fundiária (a relação entre as classes fica mais próxima); 5.2.2 – Equidade pelo critério do benefício: aqueles que usufruem mais de serviços públicos tendem a pagar uma maior taxaproporcional. Vale ressaltar que geralmente, em países que adotaram esse critério como o Brasil, as maiores taxas proporcionais recaem sobre os pobres. Esse critério piora o Coeficiente de Gini, auxiliando a maximizar a concentração fundiária (a relação entre as classes fica mais espaçada); 6. Tipos de cargas tributárias 6.1 – Carga tributária neutra: associa-se à doutrina da neutralidade. Nesse sentido, todos pagam proporcionalmente o mesmo (associação com a doutrina da neutralidade); 6.2 – Carga tributária progressiva: quanto mais a sociedade enriquece, mais paga-se proporcionalmente – equidade por capacidade de pagamento. Esse tipo de carga tributária é bastante identificada nos países nórdicos, os quais apresentam vínculos mais fortes com os tributos diretos (incidentes sobre grandes fortunas); 6.3 – Carga tributária regressiva: os ricos pagam menos proporcionalmente em relação aos pobres – equidade pelo critério do benefício. Esse tipo de carga tributária é verificada nos EUA, na América Latina e na África, possuindo um maior vínculo com os tributos indiretos (aqueles incidentes sobre bens e serviços); 7. Métodos de apuração do resultado fiscal 7.1 – Resultado nominal: simplesmente R-D sem fazer nenhum cálculo adicional (RN); 7.2 – Resultado operacional: é o resultado nominal sem a inflação do período RN – Inflação = RO; 7.3 – Resultado primário: é o resultado operacional sem os juros pagos pelo governo no período RO – Juros = RP; 8. Política monetária – gestação estratégica do volume de moeda que circula no mercado financeiro pelo Banco Central (BACEN). Vale ressaltar que a política monetária não possui nenhuma relação com receitas (tributos) e despesas do governo, mas sim com a liquidez (M), isto é, com a oferta monetária. 8.1 – Tipos de política monetária: POLÍTICA MONETÁRIA INIMIGOS FUNCIONAMENTO EFEITOS COLATERAIS Expansionista Desemprego Diminuição das taxas de juros (i) e/ou aumento da liquidez (M) Aumento da inflação e aumento das taxas de juros Contracionista Inflação Aumento das taxas de juros (i) e/ou diminuição da liquidez (M) Aumento do desemprego 8.2 – Mecanismos (ferramentas) do BC para expansão e redução da liquidez: gestão da taxa básica de juros, open-market, taxa de redesconto e depósitos compulsórios. 9. Taxa básica de juros: Trata-se do principal condutor da política monetária na maioria dos países; Trata-se da taxa básica de referência dos bancos para a precificação de suas operações; Em síntese, corresponde a taxa que o governo paga a quem empresta ao governo nas operações pós-fixadas, com riscos muito baixos; No Brasil, a taxa básica de juros, a mais importante das taxas, denomina-se Selic (Sistema especial de liquidação e custódia), responsável por controlar as operações com títulos públicos federais; O Conselho Monetário Nacional é o responsável por determinar a expectativa inflacionária anual, sendo composto pelo Ministro da Economia/Fazenda (Paulo Guedes) e o presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto); Quem determina a Selic é o COPOM, Comitê de Política Monetária, reunião de 45 em 45 dias, dos Diretores e Presidente do Banco Central; A Selic é utilizada como taxa de referência dos bancos em seu processo de precificação de ativos e passivos; Enquanto que no Brasil existe o COPOM, nos EUA existe o FOMC. A diferença principal consiste no fato de que o FOMC nos EUA é mais plural e democrático, uma vez que envolve profissionais relevantes externos ao Banco Central como professores universitários. Além disso, além da meta de inflação, o FOMC prevê uma meta de geração de empregos. Em síntese, o FOMC apresenta a Curva de Philips nas suas mãos; Quando se aumenta a Selic, trata-se de uma política monetária contracionista, reduzindo-se o volume de empréstimos à sociedade. Quando se diminui a Selic, trata-se de uma política monetária expansionista, aumentando-se o volume de empréstimos à sociedade; 10. Open-market Trata-se do mercado de operações dos títulos públicos federais visando ao aumento ou à diminuição da liquidez. Quando o BC vende títulos públicos, ele atua a partir de uma óptica contracionista, porém, ao receber títulos públicos, ele atua a partir de uma óptica expansionista; 11. Taxa de redesconto Certificado de depósito interbancário – empréstimos entre bancos – cobre o CDI (“o preço do dinheiro entre os bancos”). Nesse sentido, trata-se de uma espécie de anarquismo visto que não há interferência governamental nem a atuação do BACEN; A taxa de redesconto é a taxa que o BACEN cobra ao realizar empréstimos a bancos. Vale ressaltar que caso esse valor sempre será maior que o CDI por dedução lógica; Caso o redesconto for um pouco maior em relação ao CDI percebe-se um cunho expansionista, todavia, se essa diferença for significativa, percebe-se um caráter contracionista; Quando um banco encontra-se em uma situação de emergência e este pede empréstimos aos demais bancos, os seus concorrentes poderão negá-lo tendo em vista o receito iminente de uma falência e que, caso concretizada, esse dinheiro não retornará. Assim, o banco recorre ao Banco Central que, conforme citado anteriormente, poderá realizar empréstimos através da cobrança de uma taxa de redesconto; Entretanto, caso o Banco Central resolva não emprestar, este pode realizar uma intervenção no banco necessitado de duas formas – RAET (Regime de administração especial temporária) ou LEJ (Liquidação extra-judicial); O RAET possui um caráter mais ameno e é baseado no afastamento dos diretores, na busca pelo reajuste do banco e pela venda deste. Assim, funcionários e clientes não são prejudicados; Entretanto, o LEJ possui um caráter mais devastador e, além do afastamento dos diretores, é concretizado o encerramento das atividades do banco. Em síntese, o banco é quebrado, ele fecha e a busca pelos culpados ocorre de uma forma mais rigorosa; OBS: Não se pode divulgar, no momento de atuação, qual o banco encontra-se no redesconto. Além disso, é proibido divulgar quanto tempo o banco ficou no redesconto mesmo após decretada a sua falência; Os bancos Econômico, Nacional e Bamerindus quebram. O BACEN aprova o SGC (R$ 20.000,00/CPF); Em seguida, o BC aprova o PROER – programa para que bancos saudáveis comprassem a parte boa dos bancos quebrados, a parte podre ficou com o BC – objetivo: evitar um efeito dominó de quebras sucessivas de bancos; Excel comprou o Econômico Excel-Econômico BBVA comprou o Excel Econômico Bradesco comprou o BBVA; Unibanco comprou o nacional Nacional-Unibanco Itaú comprou o Nacional-Unibanco; HSBC (inglês) comprou o Bamerindus HSBC Bamerindus Bradesco comprou o HSBC Bamerindus; BC do governo FHC também aprovou o PROES, sendo o foco a privatização do setor público bancário estadual – BANEB (BA), BANESPA (SP), BANERJ (RJ), BANDEPE (PE), BEMGE (MG), etc...; 12. Depósitos compulsórios – são depósitos obrigatórios que os bancos devem realizar ao BACEN. Quanto maior for a taxa dos compulsórios, mais dinheiro os bancos depositam no BACEN e, consequentemente, reduz a oferta para a população (política monetária contracionista). Entretanto, quanto menor for a taxa dos compulsórios, menos dinheiro os bancos depositam no BACEN e, por conseguinte, aumenta a oferta para a população (política monetária expansionista); Normalmente o dinheiro do cliente depositado em um banco não retorna. O curioso é que esse dinheiro não acaba ou não se reduz devido ao fenômeno da criação endógena de moeda pelo mercado comercial; Os bancos comerciais criam moeda no seu processo de captação e empréstimo, com isso o dinheiro cresce através do multiplicador de política monetária (MPM); M1 = MPM. Mh, Sendo M1 a oferta monetária, MPM o multiplicador de política monetária e Mh, a base monetária.13. Política cambial : Trata-se da gestão estratégica da taxa de câmbio pelo Banco Central (BACEN). Vamos analisar uma possível situação envolvendo o real e o dólar, tomando como referência a paridade 1 dólar = 5 reais. GESTÃO DA TAXA DE CÂMBIO CONSEQUÊNCIAS EXEMPLO Aumento da taxa de câmbio O real se desvaloriza em relação ao dólar Um material que era comprado no exterior por 5 reais, agora pode ser comprado por 6 reais. Diminuição da taxa de câmbio O real se valoriza em relação ao dólar Um material que era comprado no exterior por 5 reais, agora pode ser comprado por 4 reais. 14. Balanço de Pagamentos (BP), Balanço de Transações Correntes (BTC) e Balanço de Capital (BCAP): O Balanço de Pagamentos (BP) corresponde a um demonstrativo contábil, oficial, controlado pelo Banco Central (BACEN), que registra todas as movimentações comerciais (entrada e saída de moedas estrangeiras do país), de serviços, patrimoniais e financeiras entre residentes e não residentes de um país no período de 1 ano; O BP é um demonstrativo de fluxo, não de estoque; São as transferências bancárias que são levadas em consideração no BP (desconsidera, por exemplo, o dinheiro levado no bolso dos cidadãos); O Balanço de Pagamentos (BP) é calculado a partir da soma entre o Balanço de Transações Correntes (BTC) e o Balanço de Capital (BCAP); O Balanço de Transações Correntes (BTC) é calculado a partir da soma entre o Balanço Comercial (BC), o Balanço de Serviços e Rendas (BSR) e o Balanço de Transações Unilaterais (BTU); BP = BTC + BCAP BP = BC + BSR + BTU + BCAP OBS: No Balanço de Transações Unilaterais (BTU) encontram-se as doações – doações humanitárias, doações entre parentes (pai para filho, por exemplo) e os remittances (doações de estrangeiros para suas famílias situadas em outro país); 15. Reservas internacionais e risco-país: As reservas internacionais representam uma espécie de colchão de liquidez ou um filtro do que entra e do que sai de um país em termos de moeda estrangeira. Em síntese correspondem a uma reserva de moeda estrangeira conversível; O risco-país ou risco soberano representa o acréscimo que os investidores internacionais exigem de retorno sobre o rendimento dos títulos públicos norte-americanos, para emprestarem recursos para um determinado país; Quanto maior o déficit em contracorrente maior será a probabilidade da ocorrência de um “default” dessa economia, assim aumentará o risco bem como o “spread” exigido para emprestar novos recursos. Em síntese, o risco soberano representa a probabilidade do país realizar um calote; Vale ressaltar que existem outros fatores que interferem no risco-país, mas estamos considerando um dos mais importantes que corresponde ao Balanço de Pagamentos (BP); 16. Análise do cenário brasileiro (1994 a 2020): A moeda mais desvalorizada frente ao dólar desde 2020 foi o real. Começa a faltar dólar no mercado, valorizando tanto o dólar quanto o real; O Balanço Comercial possui uma tendência de ser superavitário no Brasil, apesar de alguns momentos isso não ter ocorrido (1995 – 1998 e 2014); O apogeu do Balanço Comercial brasileiro ocorreu durante o Governo Temer (2017); Não houve um ano que o Balanço de Serviços e Rendas brasileiro, desde que se começou a ser contabilizado, foi superavitário; As reservas internacionais brasileiras cresceram durante o Governo Lula, se estabilizaram durante o Governo Dilma e, atualmente, vem caindo; As doações que envolvem o Brasil não são muito relevantes, sendo dotadas de uma maior importância para países pequenos; O Balanço de Transações Correntes no Brasil foi superavitário durante o Governo Lula (entrando mais dólar do que saindo) e, nos demais governos, foi deficitário; Os IED’s (investimentos estrangeiros diretos) tenderam a crescer entre 2010 e 2019; O investimento em carteira diminuiu, significativamente, pós-Governo Dilma. No caso do Governo Bolsonaro, a ocorrência da pandemia e a instabilidade política foram determinantes para essa queda. Vale salientar que o investimento em carteira corresponde ao investimento para banco e bolsa de valores; O Brasil teve uma iminência de Default durante o Governo FHC, sendo necessário recorrer ao FMI. Lula amortizou essa dívida antecipadamente durante o seu governo; Durante a transição do Governo Lula para o Governo Dilma foram registrados os piores números no Balanço de Pagamentos; A inflação que o Brasil vive hoje corresponde à uma inflação relacionada ao aumento dos custos de produção em virtude da desvalorização cambial (real se desvalorizando em relação ao dólar); 17. Como o BACEN tenta controlar o câmbio? O governo “joga” com o mundo e não mais somente com a sociedade daquele país. Trata-se de uma questão, portanto, muito conjuntural e complexa; PIB = AI + (X-M), sendo o AI, a absorção interna, ou seja, aquilo que se consome, investe e gasta internamente (AI = C + I + G); POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO CAMBIAL POLÍTICA DE DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL Funciona como uma política cambial contracionista, embora esse termo não seja empregado; Tende a direcionar a economia para o terceiro quadrante da Curva de Philips (esfriamento econômico); As exportações tendem a diminuir (X < M); O Balanço Comercial tende a ser deficitário (X – M < 0); Os produtos nacionais ficam mais caros no exterior e, por conseguinte, perdem competitividade. Além disso, os exportadores são desestimulados; Apesar de ser positivo para o controle da inflação, tende a acentuar o índice de desemprego; A oferta de emprego tende a diminuir; PIB < AI – consome-se, investe-se e gasta- se internamente mais do que se produz; Uma das estratégias adotadas pelo Plano Real visando ao controle da inflação brasileira na década de 1990; Funciona como uma política cambial expansionista, embora esse termo não seja empregado; Tende a direcionar a economia para o primeiro quadrante da Curva de Philips (aquecimento econômico); As exportações tendem a aumentar (X > M); O Balanço Comercial tende a ser superavitário (X – M > 0); Os produtos nacionais ficam mais baratos no exterior e, por conseguinte, ganham competitividade; Apesar de ser positivo para a geração de empregos (controlar o desemprego), tende a contribuir para o aumento da inflação; A oferta de empregos aumenta; PIB > AI – produz-se mais do que se consome, se investe e se gasta internamente; 18. Tipos de câmbio: 18.1 – Câmbio Fixo: O Banco Central define a taxa de câmbio através de um decreto governamental; O mercado continua a existir, seja de forma legal ou de forma ilegal; Bastante criticado pelos liberais, pois o BACEN intervém de forma significativa, limitando a atuação do mercado; O BACEN busca controlar a saída de reservas e tende a valorizar o câmbio (“política cambial contracionista”); A Argentina, no ano de 1991, adotou o Plano Cavallo, criado por Domingo Cavallo, determinando na Constituição Federal que 1 peso argentino = 1 dólar. O país conseguiu controlar a hiperinflação, mas, por outro lado, perdeu a capacidade de executar as políticas cambial e monetária (tendo em vista que atrelou sua base monetária às reservas internacionais); Um país, ao atuar a partir de um câmbio fixo, busca evitar a desvalorização da sua moeda, controlar as reservas e impedir uma eventual ascensão inflacionária; Em situações de câmbio fixo, a tendência é que o mercado paralelo (também denominado “mercado negro”) ganhe peso e relevância, pois o mercado paralelo passa a cotar a moeda estrangeira diferentemente da cotação oficial; 18.2 – Câmbio flutuante: Representa o caso diametralmente oposto ao câmbio fixo; Na teoria, o BACEN não atua e deixa o mercado atuar livremente, pela oferta e demanda, definindo a taxa de câmbio; Apesar de previstoteoricamente, não há registro histórico de algum BC que tenha permitido o mercado atuar de forma totalmente autônoma; 18.3 – Câmbio flutuante sujo: Representa um meio-termo entre o câmbio fixo e o câmbio flutuante; O BACEN determina os limites máximo e mínimo, permitindo que o mercado atue livremente obedecendo aos limites fixados; Caso o limite superior venha a ser excedido, o BACEN atua promovendo uma valorização cambial a partir da venda de reservas; Caso o limite inferior venha a ser excedido, o BACEN atua promovendo uma desvalorização cambial a partir da compra de reservas; OBS: Caso um país venha a entrar em Default (quando não há moeda estrangeira conversível suficiente), quem entra em ação é o FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil recorreu ao FMI durante o governo FHC; Thiago Coelho – FBDG – 2021.1 @taj_studies
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