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ECONOMIA - SEGUNDA UNIDADE/ LUIZ MARQUES

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CADERNO DE ECONOMIA/ LUIZ MARQUES FILHO – PARTE II 
As políticas macroeconômicas, ou simplesmente, econômicas, são pensadas e executadas pelo 
governo para poder induzir/gerenciar variáveis macroeconômicas, tais como taxa de crescimento do 
PIB, taxa de desemprego e a taxa de inflação. Entre as políticas econômicas pode-se citar: 
 
a) Política fiscal – executada pelo Governo Federal, Ministério da Economia (junção da fazenda e 
planejamento) e também pelos governos estaduais e municipais; 
b) Política monetária – executada pelo Banco Central; 
c) Política cambial – executada pelo Banco Central; 
 
1. Política fiscal – gestão estratégica das receitas e despesas do governo 
 
R – D > 0 Receita é maior que a 
despesa 
Superávit 
R – D = 0 Receita e despesa se 
equilibram 
Equilíbrio 
R – D < 0 Receita é inferior à despesa Déficit 
 
Conforme já visto no pensamento econômico de Adam Smith, todo o déficit precisa ser 
financiado, existindo duas formas para a realização de tal ação: emissão de moeda ou endividamento 
público. Todavia, as duas possibilidades do financiamento do déficit apresentam uma tendência em 
provocar inflação e o aumento da taxa de juros. 
1.1 – Orçamento público: ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo por certo 
período e em pormenor, a gastar e a arrecadar para o funcionamento dos serviços públicos. 
 
- Obrigatório; 
- Elaborado por lei; e 
- Iniciativa do Chefe do Executivo 
 
 
 
1.2 – Bases legais para Orçamento no Brasil: 
 
1.2.1 – Constituição Federal de 1988; 
1.2.2 – Lei 4.320/1964 – Criou regras para a elaboração e execução do orçamento 
público; 
1.2.3 – Lei 101/2000 – Lei da Responsabilidade Fiscal – apropriou-se da lei anterior, 
realizando alguns acréscimos e algumas modificações visando ao controle do 
déficit público de estados, municípios e do Governo Federal 
 
1.3 – Peças orçamentárias no Brasil (CF/1988 – Art. 165) 
 
 Plano Plurianual – PPA (planeja) – plano estratégico de obras públicas para os próximos 
quatro anos; 
 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO (orienta); 
 Lei Orçamentária Anual – LOA (executa); 
 
 
 
 
 
1.4 – Tipos ou impactos da política fiscal: 
 
1.4.1 – Política fiscal expansionista: Caracterizado pela diminuição da receita e/ou 
aumento da despesa, conduzindo ao aumento do déficit e/ou diminuição do 
superávit). Nesse sentido, o objetivo é conter o desemprego, embora possa gerar 
inflação. 
A tendência, por conseguinte, é caminhar em direção ao primeiro quadrante da Curva de Philips 
(caso consiga ir em direção ao “paraíso” do quarto quadrante será ainda melhor); 
O único responsável por controlar as taxas de juros é o Banco Central, principalmente pela 
política monetária. Percebendo-se o ritmo acelerado da economia ocorre o aumento da taxa de juros 
pelo fato dos investimentos estarem crescendo a todo o vapor (otimismo econômico); 
 
OBS: Se o governo estiver superando em superávit, o superávit irá crescer. Caso esse esteja 
operando em déficit, o déficit irá diminuir, podendo, inclusive, se tornar um superávit. 
OBS: A política fiscal expansionista apresenta um caráter keynesiano. 
 
1.4.2 – Política fiscal contracionista – caracterizada pelo aumento da receita e/ou 
diminuição da despesa, conduzindo ao aumento do superávit e/ou diminuição do 
déficit. 
 
 
O objetivo da política fiscal contracionista é controlar a inflação de demanda, mesmo que haja 
uma tendência em elevar o índice de desemprego. Portanto, a tendência é da saída do primeiro 
quadrante da Curva de Philips em direção ao terceiro quadrante. 
Observa-se uma queda na taxa de juros. O Banco Central, atento à dinâmica econômica, resolve 
diminuir as taxas de juros visando a estimular a realização de investimentos, tendo em vista que esses 
diminuíram por conta do desemprego (redução do poder aquisitivo populacional). 
 
OBS: Tais políticas se relacionam apenas à inflação de demanda (aquela ilustrada e explicada pela Curva 
de Philips) e o impacto inicial sempre ocorrerá no bolso da sociedade. 
 
 
POLÍTICA FISCAL INIMIGOS EFEITOS COLATERAIS 
Expansionista Desemprego Aumento da inflação de 
demanda e aumento das 
taxas de juros 
Contracionista Inflação Aumento do desemprego 
 
2. Dívida pública 
 
2.1 – Origens: 
 
2.1.1 – Uma captação de recursos para financiar o déficit público do momento atual; 
2.1.2 – Uma captação de recursos para financiar gastos de capital; 
 
2.2 - Tipos de dívida pública: 
 
 
2.3 – Visões sobre a dívida pública: 
 
2.3.1 – Smith (1776) – O ideal é o orçamento equilibrado; o déficit é um mal em si 
mesmo pois sempre implica o seu financiamento e este financiamento traz 
problemas para a economia: ou inflação ou redução da atividade econômica 
devido ao incremento da dívida pública. Assim, o Estado deve ser o mais eficiente 
possível pois gastando pouco não precisará também tributar a sociedade em 
grande medida. O crescimento da dívida pública tende a implicar elevação do risco 
e da taxa de juros cobrada pelos empréstimos ao governo, reduzindo; 
 
2.3.2 – Keynes (1936) – O Estado é entidade fundamental para a dinâmica do 
capitalismo e, em momentos de crise generalizada somente o setor público possui 
condições de aumentar seus gastos e induzir o crescimento da atividade 
econômica. Em momentos de depressão econômica (crise), o Estado deve gastar 
mesmo assumindo o déficit público, pois ele é expansionista, pois com o 
incremento da atividade econômica, o Estado passará a arrecadar mais em função 
do incremento do PIB; 
 
2.3.3 – Novos clássicos (a partir da década 1980) – Retorno ao pensamento original dos 
economistas liberais clássicos com a adaptação de agora – entenderem que o 
resultado público deve ser superavitário. Com o superávit não se cria dívida nova 
ao tempo em que tem condições de se honrar os juros e amortização do estoque 
da dívida passada. Assim, no médio e longo prazo, a dívida pública se reduzirá, 
reduzindo a relação dívida/PIB, reduzindo o risco e a taxa de juros e, por fim, 
incrementando a atividade econômica. Essa lógica faz parte do pensamento do 
Consenso de Washington (1989). Antecedentes: Friedman e Hayek; 
 
3. Curva de Lafer – associada a um pensamento liberal, é um gráfico que ilustra a existência de uma 
relação positiva entre a arrecadação do governo e o aumento da tributação. Existente, 
entretanto, uma dada pressão tributária que implica em uma arrecadação máxima. A partir 
desse momento, o aumento das pressões tributárias será insuficiente pois o governo arrecadará 
menos. Por conseguinte, a sociedade reagirá de forma contrária a essa tributação. 
 
Isso poderá ocorrer por duas razões: 
 
a) Legal – redução do ânimo ao trabalho, mudança de sede/país; 
 
b) Ilegal – sonegação, isto é, o atraso proposital de pagamentos; 
 
 
 
4. Efeito Tanzi ou Oliveira-Tanzi – relaciona o impacto de uma elevada taxa de inflação sobre a 
arrecadação real de tributos e os gatos públicos, portanto, sobre o orçamento do governo. 
 
4.1 – Efeito Tanzi pelo lado da receita – negativo para o governo; 
4.2 – Efeito Tanzi pelo lado da despesa – representa um ganho no orçamento do governo 
em momentos de elevada taxa de inflação, em simplesmente postergar pagamentos 
de maneira proposital, mas ao fazer estes pagamentos ou fazê-los sem qualquer 
correção de valor, fazendo pelo valor nominal; 
 
5. Doutrinas para tributação: 
 
5.1 – Neutralidade: todos pagam a mesma taxa proporcional; 
 
 
 
5.2 – Equidade: ocorre uma modificação no que diz respeito à proporcionalidade da taxa, 
visando a um ideal de justiça social 
 
5.2.1 – Equidade pelo critério de capacidade de pagamentos: os ricos pagam mais 
proporcionalmente. Esse critério auxilia na melhoria do Coeficiente de Gini, 
auxiliando a minimizar a concentração fundiária (a relação entre as classes fica 
mais próxima); 
 
 
 
5.2.2 – Equidade pelo critério do benefício: aqueles que usufruem mais de serviços 
públicos tendem a pagar uma maior taxaproporcional. Vale ressaltar que 
geralmente, em países que adotaram esse critério como o Brasil, as maiores taxas 
proporcionais recaem sobre os pobres. Esse critério piora o Coeficiente de Gini, 
auxiliando a maximizar a concentração fundiária (a relação entre as classes fica 
mais espaçada); 
 
 
6. Tipos de cargas tributárias 
 
6.1 – Carga tributária neutra: associa-se à doutrina da neutralidade. Nesse sentido, todos 
pagam proporcionalmente o mesmo (associação com a doutrina da neutralidade); 
 
6.2 – Carga tributária progressiva: quanto mais a sociedade enriquece, mais paga-se 
proporcionalmente – equidade por capacidade de pagamento. Esse tipo de carga 
tributária é bastante identificada nos países nórdicos, os quais apresentam vínculos 
mais fortes com os tributos diretos (incidentes sobre grandes fortunas); 
 
6.3 – Carga tributária regressiva: os ricos pagam menos proporcionalmente em relação 
aos pobres – equidade pelo critério do benefício. Esse tipo de carga tributária é 
verificada nos EUA, na América Latina e na África, possuindo um maior vínculo com os 
tributos indiretos (aqueles incidentes sobre bens e serviços); 
 
 
 
7. Métodos de apuração do resultado fiscal 
 
7.1 – Resultado nominal: simplesmente R-D sem fazer nenhum cálculo adicional (RN); 
7.2 – Resultado operacional: é o resultado nominal sem a inflação do período  RN – 
Inflação = RO; 
7.3 – Resultado primário: é o resultado operacional sem os juros pagos pelo governo no 
período  RO – Juros = RP; 
 
8. Política monetária – gestação estratégica do volume de moeda que circula no mercado 
financeiro pelo Banco Central (BACEN). Vale ressaltar que a política monetária não possui 
nenhuma relação com receitas (tributos) e despesas do governo, mas sim com a liquidez (M), 
isto é, com a oferta monetária. 
 
 
 
8.1 – Tipos de política monetária: 
 
POLÍTICA 
MONETÁRIA 
INIMIGOS FUNCIONAMENTO EFEITOS 
COLATERAIS 
Expansionista Desemprego Diminuição das 
taxas de juros (i) 
e/ou aumento da 
liquidez (M) 
Aumento da inflação 
e aumento das taxas 
de juros 
Contracionista Inflação Aumento das taxas 
de juros (i) e/ou 
diminuição da 
liquidez (M) 
Aumento do 
desemprego 
 
8.2 – Mecanismos (ferramentas) do BC para expansão e redução da liquidez: gestão da 
taxa básica de juros, open-market, taxa de redesconto e depósitos compulsórios. 
 
9. Taxa básica de juros: 
 
 Trata-se do principal condutor da política monetária na maioria dos países; 
 Trata-se da taxa básica de referência dos bancos para a precificação de suas operações; 
 Em síntese, corresponde a taxa que o governo paga a quem empresta ao governo nas 
operações pós-fixadas, com riscos muito baixos; 
 No Brasil, a taxa básica de juros, a mais importante das taxas, denomina-se Selic (Sistema 
especial de liquidação e custódia), responsável por controlar as operações com títulos 
públicos federais; 
 O Conselho Monetário Nacional é o responsável por determinar a expectativa 
inflacionária anual, sendo composto pelo Ministro da Economia/Fazenda (Paulo Guedes) 
e o presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto); 
 Quem determina a Selic é o COPOM, Comitê de Política Monetária, reunião de 45 em 45 
dias, dos Diretores e Presidente do Banco Central; 
 A Selic é utilizada como taxa de referência dos bancos em seu processo de precificação de 
ativos e passivos; 
 Enquanto que no Brasil existe o COPOM, nos EUA existe o FOMC. A diferença principal 
consiste no fato de que o FOMC nos EUA é mais plural e democrático, uma vez que 
envolve profissionais relevantes externos ao Banco Central como professores 
universitários. Além disso, além da meta de inflação, o FOMC prevê uma meta de geração 
de empregos. Em síntese, o FOMC apresenta a Curva de Philips nas suas mãos; 
 Quando se aumenta a Selic, trata-se de uma política monetária contracionista, 
reduzindo-se o volume de empréstimos à sociedade. Quando se diminui a Selic, trata-se 
de uma política monetária expansionista, aumentando-se o volume de empréstimos à 
sociedade; 
 
10. Open-market 
 
 Trata-se do mercado de operações dos títulos públicos federais visando ao aumento ou à 
diminuição da liquidez. Quando o BC vende títulos públicos, ele atua a partir de uma óptica 
contracionista, porém, ao receber títulos públicos, ele atua a partir de uma óptica 
expansionista; 
 
11. Taxa de redesconto 
 
 Certificado de depósito interbancário – empréstimos entre bancos – cobre o CDI (“o preço do 
dinheiro entre os bancos”). Nesse sentido, trata-se de uma espécie de anarquismo visto que 
não há interferência governamental nem a atuação do BACEN; 
 A taxa de redesconto é a taxa que o BACEN cobra ao realizar empréstimos a bancos. Vale 
ressaltar que caso esse valor sempre será maior que o CDI por dedução lógica; 
 Caso o redesconto for um pouco maior em relação ao CDI percebe-se um cunho 
expansionista, todavia, se essa diferença for significativa, percebe-se um caráter 
contracionista; 
 Quando um banco encontra-se em uma situação de emergência e este pede empréstimos 
aos demais bancos, os seus concorrentes poderão negá-lo tendo em vista o receito iminente 
de uma falência e que, caso concretizada, esse dinheiro não retornará. Assim, o banco 
recorre ao Banco Central que, conforme citado anteriormente, poderá realizar empréstimos 
através da cobrança de uma taxa de redesconto; 
 Entretanto, caso o Banco Central resolva não emprestar, este pode realizar uma intervenção 
no banco necessitado de duas formas – RAET (Regime de administração especial temporária) 
ou LEJ (Liquidação extra-judicial); 
 O RAET possui um caráter mais ameno e é baseado no afastamento dos diretores, na busca 
pelo reajuste do banco e pela venda deste. Assim, funcionários e clientes não são 
prejudicados; 
 Entretanto, o LEJ possui um caráter mais devastador e, além do afastamento dos diretores, é 
concretizado o encerramento das atividades do banco. Em síntese, o banco é quebrado, ele 
fecha e a busca pelos culpados ocorre de uma forma mais rigorosa; 
 
 
OBS: Não se pode divulgar, no momento de atuação, qual o banco encontra-se no redesconto. 
Além disso, é proibido divulgar quanto tempo o banco ficou no redesconto mesmo após 
decretada a sua falência; 
 Os bancos Econômico, Nacional e Bamerindus quebram. O BACEN aprova o SGC (R$ 
20.000,00/CPF); 
 Em seguida, o BC aprova o PROER – programa para que bancos saudáveis comprassem a 
parte boa dos bancos quebrados, a parte podre ficou com o BC – objetivo: evitar um efeito 
dominó de quebras sucessivas de bancos; 
 Excel comprou o Econômico  Excel-Econômico  BBVA comprou o Excel Econômico  
Bradesco comprou o BBVA; 
 Unibanco comprou o nacional  Nacional-Unibanco  Itaú comprou o Nacional-Unibanco; 
 HSBC (inglês) comprou o Bamerindus  HSBC Bamerindus  Bradesco comprou o HSBC 
Bamerindus; 
 BC do governo FHC também aprovou o PROES, sendo o foco a privatização do setor público 
bancário estadual – BANEB (BA), BANESPA (SP), BANERJ (RJ), BANDEPE (PE), BEMGE (MG), 
etc...; 
 
12. Depósitos compulsórios – são depósitos obrigatórios que os bancos devem realizar ao BACEN. 
 
 Quanto maior for a taxa dos compulsórios, mais dinheiro os bancos depositam no BACEN e, 
consequentemente, reduz a oferta para a população (política monetária contracionista). 
Entretanto, quanto menor for a taxa dos compulsórios, menos dinheiro os bancos depositam no 
BACEN e, por conseguinte, aumenta a oferta para a população (política monetária 
expansionista); 
 Normalmente o dinheiro do cliente depositado em um banco não retorna. O curioso é que esse 
dinheiro não acaba ou não se reduz devido ao fenômeno da criação endógena de moeda pelo 
mercado comercial; 
 Os bancos comerciais criam moeda no seu processo de captação e empréstimo, com isso o 
dinheiro cresce através do multiplicador de política monetária (MPM); 
 
 
 
 
 
M1 = MPM. Mh, 
Sendo M1 a oferta monetária, MPM o multiplicador de política monetária e Mh, a base monetária.13. Política cambial : Trata-se da gestão estratégica da taxa de câmbio pelo Banco Central (BACEN). 
 
Vamos analisar uma possível situação envolvendo o real e o dólar, tomando como referência a 
paridade 1 dólar = 5 reais. 
 
GESTÃO DA TAXA DE CÂMBIO CONSEQUÊNCIAS EXEMPLO 
Aumento da taxa de câmbio O real se desvaloriza em relação 
ao dólar 
Um material que era comprado 
no exterior por 5 reais, agora 
pode ser comprado por 6 reais. 
Diminuição da taxa de câmbio O real se valoriza em relação ao 
dólar 
Um material que era comprado 
no exterior por 5 reais, agora 
pode ser comprado por 4 reais. 
 
14. Balanço de Pagamentos (BP), Balanço de Transações Correntes (BTC) e Balanço de Capital 
(BCAP): 
 
 O Balanço de Pagamentos (BP) corresponde a um demonstrativo contábil, oficial, controlado 
pelo Banco Central (BACEN), que registra todas as movimentações comerciais (entrada e saída 
de moedas estrangeiras do país), de serviços, patrimoniais e financeiras entre residentes e não 
residentes de um país no período de 1 ano; 
 O BP é um demonstrativo de fluxo, não de estoque; 
 São as transferências bancárias que são levadas em consideração no BP (desconsidera, por 
exemplo, o dinheiro levado no bolso dos cidadãos); 
 O Balanço de Pagamentos (BP) é calculado a partir da soma entre o Balanço de Transações 
Correntes (BTC) e o Balanço de Capital (BCAP); 
 O Balanço de Transações Correntes (BTC) é calculado a partir da soma entre o Balanço Comercial 
(BC), o Balanço de Serviços e Rendas (BSR) e o Balanço de Transações Unilaterais (BTU); 
 
BP = BTC + BCAP  BP = BC + BSR + BTU + BCAP 
 
 
OBS: No Balanço de Transações Unilaterais (BTU) encontram-se as doações – doações humanitárias, 
doações entre parentes (pai para filho, por exemplo) e os remittances (doações de estrangeiros para 
suas famílias situadas em outro país); 
 
15. Reservas internacionais e risco-país: 
 
 As reservas internacionais representam uma espécie de colchão de liquidez ou um filtro do que 
entra e do que sai de um país em termos de moeda estrangeira. Em síntese correspondem a uma 
reserva de moeda estrangeira conversível; 
 O risco-país ou risco soberano representa o acréscimo que os investidores internacionais exigem 
de retorno sobre o rendimento dos títulos públicos norte-americanos, para emprestarem 
recursos para um determinado país; 
 Quanto maior o déficit em contracorrente maior será a probabilidade da ocorrência de um 
“default” dessa economia, assim aumentará o risco bem como o “spread” exigido para 
emprestar novos recursos. Em síntese, o risco soberano representa a probabilidade do país 
realizar um calote; 
 Vale ressaltar que existem outros fatores que interferem no risco-país, mas estamos 
considerando um dos mais importantes que corresponde ao Balanço de Pagamentos (BP); 
 
 
16. Análise do cenário brasileiro (1994 a 2020): 
 
 A moeda mais desvalorizada frente ao dólar desde 2020 foi o real. Começa a faltar dólar no 
mercado, valorizando tanto o dólar quanto o real; 
 O Balanço Comercial possui uma tendência de ser superavitário no Brasil, apesar de alguns 
momentos isso não ter ocorrido (1995 – 1998 e 2014); 
 O apogeu do Balanço Comercial brasileiro ocorreu durante o Governo Temer (2017); 
 Não houve um ano que o Balanço de Serviços e Rendas brasileiro, desde que se começou a ser 
contabilizado, foi superavitário; 
 As reservas internacionais brasileiras cresceram durante o Governo Lula, se estabilizaram 
durante o Governo Dilma e, atualmente, vem caindo; 
 As doações que envolvem o Brasil não são muito relevantes, sendo dotadas de uma maior 
importância para países pequenos; 
 O Balanço de Transações Correntes no Brasil foi superavitário durante o Governo Lula (entrando 
mais dólar do que saindo) e, nos demais governos, foi deficitário; 
 Os IED’s (investimentos estrangeiros diretos) tenderam a crescer entre 2010 e 2019; 
 O investimento em carteira diminuiu, significativamente, pós-Governo Dilma. No caso do 
Governo Bolsonaro, a ocorrência da pandemia e a instabilidade política foram determinantes 
para essa queda. Vale salientar que o investimento em carteira corresponde ao investimento 
para banco e bolsa de valores; 
 O Brasil teve uma iminência de Default durante o Governo FHC, sendo necessário recorrer ao 
FMI. Lula amortizou essa dívida antecipadamente durante o seu governo; 
 Durante a transição do Governo Lula para o Governo Dilma foram registrados os piores números 
no Balanço de Pagamentos; 
 A inflação que o Brasil vive hoje corresponde à uma inflação relacionada ao aumento dos custos 
de produção em virtude da desvalorização cambial (real se desvalorizando em relação ao dólar); 
 
17. Como o BACEN tenta controlar o câmbio? 
 
 O governo “joga” com o mundo e não mais somente com a sociedade daquele país. Trata-se de 
uma questão, portanto, muito conjuntural e complexa; 
 PIB = AI + (X-M), sendo o AI, a absorção interna, ou seja, aquilo que se consome, investe e gasta 
internamente (AI = C + I + G); 
 
POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO CAMBIAL POLÍTICA DE DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL 
 Funciona como uma política cambial 
contracionista, embora esse termo não 
seja empregado; 
 Tende a direcionar a economia para o 
terceiro quadrante da Curva de Philips 
(esfriamento econômico); 
 As exportações tendem a diminuir (X < M); 
 O Balanço Comercial tende a ser deficitário 
(X – M < 0); 
 Os produtos nacionais ficam mais caros no 
exterior e, por conseguinte, perdem 
competitividade. Além disso, os 
exportadores são desestimulados; 
 Apesar de ser positivo para o controle da 
inflação, tende a acentuar o índice de 
desemprego; 
 A oferta de emprego tende a diminuir; 
 PIB < AI – consome-se, investe-se e gasta-
se internamente mais do que se produz; 
 Uma das estratégias adotadas pelo Plano 
Real visando ao controle da inflação 
brasileira na década de 1990; 
 
 Funciona como uma política cambial 
expansionista, embora esse termo não seja 
empregado; 
 Tende a direcionar a economia para o 
primeiro quadrante da Curva de Philips 
(aquecimento econômico); 
 As exportações tendem a aumentar (X > 
M); 
 O Balanço Comercial tende a ser 
superavitário (X – M > 0); 
 Os produtos nacionais ficam mais baratos 
no exterior e, por conseguinte, ganham 
competitividade; 
 Apesar de ser positivo para a geração de 
empregos (controlar o desemprego), tende 
a contribuir para o aumento da inflação; 
 A oferta de empregos aumenta; 
 PIB > AI – produz-se mais do que se 
consome, se investe e se gasta 
internamente; 
 
18. Tipos de câmbio: 
 
18.1 – Câmbio Fixo: 
 
 O Banco Central define a taxa de câmbio através de um decreto governamental; 
 O mercado continua a existir, seja de forma legal ou de forma ilegal; 
 Bastante criticado pelos liberais, pois o BACEN intervém de forma significativa, limitando a 
atuação do mercado; 
 O BACEN busca controlar a saída de reservas e tende a valorizar o câmbio (“política cambial 
contracionista”); 
 A Argentina, no ano de 1991, adotou o Plano Cavallo, criado por Domingo Cavallo, 
determinando na Constituição Federal que 1 peso argentino = 1 dólar. O país conseguiu 
controlar a hiperinflação, mas, por outro lado, perdeu a capacidade de executar as políticas 
cambial e monetária (tendo em vista que atrelou sua base monetária às reservas internacionais); 
 Um país, ao atuar a partir de um câmbio fixo, busca evitar a desvalorização da sua moeda, 
controlar as reservas e impedir uma eventual ascensão inflacionária; 
 Em situações de câmbio fixo, a tendência é que o mercado paralelo (também denominado 
“mercado negro”) ganhe peso e relevância, pois o mercado paralelo passa a cotar a moeda 
estrangeira diferentemente da cotação oficial; 
 
18.2 – Câmbio flutuante: 
 
 Representa o caso diametralmente oposto ao câmbio fixo; 
 Na teoria, o BACEN não atua e deixa o mercado atuar livremente, pela oferta e demanda, 
definindo a taxa de câmbio; 
 Apesar de previstoteoricamente, não há registro histórico de algum BC que tenha permitido o 
mercado atuar de forma totalmente autônoma; 
 
 
18.3 – Câmbio flutuante sujo: 
 
 Representa um meio-termo entre o câmbio fixo e o câmbio flutuante; 
 O BACEN determina os limites máximo e mínimo, permitindo que o mercado atue livremente 
obedecendo aos limites fixados; 
 Caso o limite superior venha a ser excedido, o BACEN atua promovendo uma valorização cambial 
a partir da venda de reservas; 
 Caso o limite inferior venha a ser excedido, o BACEN atua promovendo uma desvalorização 
cambial a partir da compra de reservas; 
 
OBS: Caso um país venha a entrar em Default (quando não há moeda estrangeira conversível 
suficiente), quem entra em ação é o FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil recorreu ao FMI 
durante o governo FHC; 
Thiago Coelho – FBDG – 2021.1 
@taj_studies

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