Buscar

Economia para Negocios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade 1
Aspectos gerais de 
microeconomia
Flávio Benilton da Silva Medeiros
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
mailto:editora.educacional@kroton.com.br
http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1
Aspectos gerais de microeconomia ............................................................. 7
Seção 1
Problema econômico fundamental 
e fluxo circular de renda .................................................................... 8
Seção 2
Conhecendo o mercado: demanda ................................................21
Seção 3
Conhecendo o mercado: oferta e equilíbrio .................................33
Palavras do autor
Olá, seja muito bem-vindo à disciplina Economia para Negócios! Começaremos nossa jornada fazendo uma pergunta: qual, entre as diversas características que um profissional de liderança 
precisa ter para obter sucesso na carreira profissional, é, na sua opinião, a 
mais importante? 
Você pode pensar em várias e, provavelmente, não existe uma única 
resposta para essa questão. Entretanto, observe: você concorda que todos os 
líderes de sucesso têm em comum a qualidade de saber tomar decisões? 
E o que é necessário para que um profissional tome boas decisões? 
Ainda que, no passado, aspectos subjetivos tenham tido muita importância, 
a realidade de hoje é muito diferente: a enorme quantidade de informação 
disponível e a velocidade e a intensidade das transformações no ambiente 
de negócios, entre outros fatores, requerem que o líder de uma organização 
consiga interpretar corretamente o ambiente de negócios em que atua.
A essa altura, você já percebeu a importância da economia como ferra-
menta de auxílio à tomada de decisões. Você não precisa se capacitar para ser 
um formulador de políticas econômicas, mas, certamente, o entendimento 
dos princípios econômicos lhe proporcionará ferramentas muito úteis na 
hora de tomar decisões relativas ao seu negócio. 
Dessa forma, o objetivo dessa disciplina será apresentar os assuntos 
estudados em uma abordagem aplicada, de forma que você consiga enxergar 
como os conhecimentos econômicos são diferenciais na hora de planejar 
e decidir o que fazer no mundo dos negócios. Além disso, você poderá 
entender como o governo atua para atingir as suas metas econômicas, bem 
como a forma como ele constrói cenários que serão úteis no seu processo de 
tomada de decisão
Para isso, vamos começar entendendo o problema econômico funda-
mental, aprendendo como o ser humano faz escolhas e o papel do custo de 
oportunidade. A partir, daí você terá condições de entender como os agentes 
econômicos se comportam, entendendo a demanda, a oferta e o equilíbrio 
de mercado. Na sequência, para entender melhor como o mercado funciona, 
você precisará compreender um conceito fundamental: a elasticidade. Em 
seguida, conheceremos as principais estruturas de mercado: monopólio, 
oligopólio e concorrência perfeita. 
Nosso passo seguinte será entender os aspectos principais da macroeco-
nomia, que tem como foco analisar o comportamento da economia como um 
todo. Conheceremos a importância das relações econômicas com o exterior, 
veremos as duas principais correntes econômicas e os objetivos principais do 
governo ao intervir na economia. Para encerrar, conheceremos as principais 
políticas econômicas, a monetária e a fiscal, para podermos compreender a 
história econômica recente do Brasil, em especial, a estabilização da inflação 
após o Plano Real, os desequilíbrios recentes e os esforços para reequilibrar 
as contas públicas brasileiras.
Para que nossa caminhada seja de sucesso, é preciso que o principal fator 
funcione: seu esforço! É necessário que você leia o material com atenção, 
acesse os links, procure outras leituras e leve as dúvidas para discutir com 
o seu professor. Você é o condutor desse automóvel possante que é o seu 
talento, e para explorá-lo ao máximo, a dedicação ao estudo é indispensável. 
Está pronto para dar o melhor de si?
Unidade 1
Flávio Benilton da Silva Medeiros
Aspectos gerais de microeconomia
Convite ao estudo
A economia se divide em duas grandes áreas: a microeconomia e a macro-
economia. As duas oferecem abordagens diferentes, mas complementares: o 
foco da microeconomia é o comportamento dos agentes e suas interações 
no mercado, enquanto a macroeconomia analisa questões mais abrangentes 
e de foco mais amplo. Dessa forma, questões como crescimento e desenvol-
vimento econômico, desemprego, inflação, câmbio, etc. são analisadas pela 
macroeconomia, enquanto o comportamento de compradores e vendedores, 
as escolhas dos agentes econômicos, as condições de concorrência, etc. são 
estudadas pela microeconomia. 
Nas aulas iniciais, veremos assuntos relacionados à microeconomia. A 
primeira será dedicada a apresentar os conceitos fundamentais da microeco-
nomia, discutir o problema econômico fundamental (como utilizar recursos 
limitados para satisfazer necessidades infinitas) e responder às questões 
essenciais da economia (o que produzir, quanto produzir, como produzir 
e para quem produzir). Para completar, conheceremos as duas abordagens 
diferentes que foram tentadas para responder a essas perguntas: a economia 
centralizada e a economia de mercado. Na aula seguinte, começaremos 
a analisar o mercado e a formação de preços, e faremos isso estudando o 
comportamento dos consumidores, por meio da demanda. Você entenderá 
como ela é formada e sua representação gráfica, que é a curva de demanda. 
Além disso, analisaremos sua conformação e os deslocamentos da curva. Por 
fim, começaremos estudando o comportamento dos produtores/vendedores, 
que é a oferta, seus determinantes, a curva de oferta e seus deslocamentos, 
para, finalmente, podermos analisar como as forças de oferta e demanda 
que, apesar de antagônicas, completam-se e permitem que o mercado possa 
alcançar o equilíbrio por meio do ajuste dos preços.
8
Seção 1
Problema econômico fundamental e fluxo 
circular de renda
Diálogo aberto
Olá, aluno! Muitas pessoas acreditam que economia é algo meio distante 
da realidade, mas, caso você pense parecido, vai ver que essa ideia é total-
mente diferente da realidade. A economia está presente nas nossas escolhas 
diárias e mais ainda no dia a dia de um profissional que precisa tomar 
decisões em relação aos seus negócios. 
Para nos ajudar nesse entendimento, conheceremos o Douglas, que está 
terminando o seu curso de administração na faculdade e já está aplicando 
os conhecimentos adquiridos no seu trabalho. Seu desempenho chamou a 
atenção de seu gestor imediato, que tem sinalizado a possibilidade de uma 
promoção quando ele terminar sua graduação. Ao longo dos últimos anos, 
sua organização na administração dos gastos pessoais permitiu que ele 
conseguisse acumular uma reserva financeira razoável, dentro das limitações 
do salário de um jovem que estuda e trabalha.
Com o final do ano se aproximando e as despesas de formatura já pagas, 
Douglas foi convidado por alguns colegas de sala paraacompanhá-los em 
uma viagem para a praia, no final do ano. Contudo, o valor que ele gastaria 
nessa viagem é o mesmo que ele precisaria pagar para aproveitar o desconto 
que a faculdade está oferecendo para alunos da instituição que se matricu-
larem, antecipadamente, em um curso de pós-graduação. Um dos cursos 
oferecidos é na área que o gestor imediato de Douglas recomendou a ele, pois 
faz parte dos planos de expansão da empresa abrir novas vagas nessa área. 
Como o Douglas pode utilizar os conhecimentos de economia, em especial o 
de custo de oportunidade, para tomar a melhor decisão nesse cenário? 
Ao entender como os princípios de economia podem ajudar o Douglas a 
resolver essa questão, você verá o quanto eles podem ser úteis em problemas 
que você enfrenta nos negócios.
9
Não pode faltar
Olá, seja muito bem-vindo à disciplina Economia para Negócios. Você já 
teve algum contato com a ciência econômica antes? É comum que as pessoas 
pensem que economia tem a ver com investimentos, mercado de ações e 
finanças, entre outras coisas. Elas não estão erradas, mas não se trata só 
disso. O termo economia vem da junção dos vocábulos gregos oikos (casa) e 
nomos (costume, lei ou também gerir, administrar). Daí “regras da casa” (lar) 
ou “administração da casa”. São Tomás de Aquino (1225-1274) descreveu 
ecônomo como o responsável por administrar bens, rendas e despesas do lar. 
Depois de algum tempo, o uso de oikos ampliou-se e incluiu o Estado, noção 
que dura até hoje. A definição clássica de economia a estabelece como a ciência 
social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. 
A economia se diferencia em duas partes fundamentais: macroeconomia, 
que olha para o todo, e a microeconomia, que é mais específica. Podemos 
comparar a macroeconomia com uma visão panorâmica da floresta, 
enquanto a microeconomia estuda cada árvore, individualmente, ou um 
grupo de árvores de forma mais detalhada. Dessa forma, a microeconomia 
estuda aspectos como o comportamento dos agentes econômicos (o consu-
midor e a empresa), bem como a formação dos preços dos bens e serviços 
nas diferentes estruturas de mercado. Por sua vez, a macroeconomia estuda 
o desempenho dos agregados e suas inter-relações (consumo, poupança, 
crescimento econômico, inflação, emprego, etc.), por isso foca no comporta-
mento da economia como um todo, analisando aspectos como as contas do 
setor público, o desenvolvimento econômico e as relações econômicas com 
o exterior.
Outro ponto muito importante a ser destacado é que a economia se 
preocupa com uma questão fundamental da humanidade: como utilizar 
recursos produtivos escassos para atender desejos ilimitados. 
Essa questão se apresenta como um grande desafio, mas certamente você 
verá o quanto ela é importante, tanto na sua vida pessoal e profissional, quanto 
na qualidade de vida da humanidade. Então, para entender os desafios que 
essa questão nos traz, precisaremos, primeiramente, falar de necessidades 
(que em economia são sinônimos de desejos), para, depois, tratarmos sobre 
recursos produtivos. 
Se você considerar com cuidado, constatará que as necessidades humanas 
são infinitas. Pense: o fato de você estar se dedicando a ter um diploma de 
curso superior significa que não está totalmente satisfeito com a sua atual 
condição e que quer ter uma qualidade de vida superior no futuro, certo? Ou 
seja, sua insatisfação está levando você a fazer algo bom. Isso comprova que 
10
as pessoas sempre vão querer mais do que já têm, ou seja, o fato de as neces-
sidades serem infinitas implica em que as pessoas sempre vão querer mais, 
em termos de bens e serviços. 
O que você acha que motivou as grandes invenções da humanidade? 
Exatamente! As pessoas estão dispostas a pagar por um produto ou serviço 
que aumente o seu nível de satisfação, e os inventores sabiam que seriam 
remunerados se oferecessem isso às pessoas. Podemos, então, afirmar que 
a insatisfação é a origem do progresso da humanidade. Por outro lado, a 
maioria das guerras surgiu porque alguém (ou um povo, ou uma nação) que 
estava insatisfeito tentou tomar posse de algo que pertencia a outro, por meio 
da força, não é mesmo? Ou seja, a insatisfação humana não é intrinsicamente 
boa ou ruim, o problema é se ela é canalizada para o benefício ou para o 
prejuízo da humanidade. 
Vamos, agora, analisar os recursos produtivos disponíveis para satisfazer 
as necessidades humanas: eles não são inesgotáveis, são limitados, o que 
resulta em que nem todas as necessidades poderão ser satisfeitas. 
Vamos pensar um pouco na seguinte afirmação: “a escassez está presente 
tanto nos países ‘ricos’ quantos nos países ‘pobres’”. Você concorda? Mesmo 
nas sociedades mais ricas, os recursos disponíveis são limitados e encontra-
remos desejos não atendidos. Depois que o consumidor compra uma moto, 
ele vai querer um carro, depois outro carro, depois um iate, um avião, e 
assim por diante. Perceba que, por maior que seja a quantidade disponível 
dos recursos produtivos, eles não conseguirão suprir todos os desejos do ser 
humano, pois ele sempre deseja mais (e nunca está totalmente satisfeito). 
E qual a implicação disso? Todos precisamos fazer escolhas, e a economia 
surge dessa necessidade, por isso também é conhecida como a ciência da 
escolha ou da escassez. Então, podemos dizer, de uma forma resumida: as 
necessidades infinitas frente aos recursos produtivos limitados fazem com 
que os agentes econômicos tenham que fazer escolhas em um ambiente 
de escassez.
Assimile
A economia surgiu como ciência a partir da constatação de duas reali-
dades: as necessidades humanas são infinitas e os recursos produtivos 
para atendê-las são limitados.
É importante que você perceba que, quando falamos sobre os recursos 
produtivos (ou fatores de produção), não estamos nos referindo ao dinheiro, 
pois ele é apenas um facilitador de troca utilizado para adquirir os recursos 
de produção, que são: o trabalho das pessoas, a energia, as máquinas, as 
11
fábricas, a terra cultivável e para a criação de animais, os recursos minerais, 
entre outros. 
Outro termo usado em economia, fundamental para ser compreendido, 
é agente econômico: é toda entidade autônoma e capaz de realizar operações 
econômicas, o que pode incluir uma pessoa, uma empresa ou até um agente 
da administração pública, tanto dentro do país, como em outras nações.
Atenção
Quando falamos de agentes econômicos, normalmente nos referimos 
a quatro tipos de grupos: 1. as famílias; 2. as empresas; 3. o governo; 
e 4. O resto do mundo. As famílias são compostas pelas pessoas 
físicas que têm o papel de consumo dos bens e serviços, sendo elas 
as proprietárias de todos os fatores de produção (sim, em economia, 
os fatores de produção são de propriedade das famílias). As empresas 
são compostas pelas pessoas jurídicas que têm o papel de produção 
dos bens e serviços, por meio do uso dos fatores de produção (cedidos 
pelas famílias). O governo tem diversos papéis, dos quais fazem parte 
a regulação e a regulamentação do mercado (como famílias, empresas 
e resto do mundo se relacionam uns com os outros). Por fim, o resto 
do mundo é composto pelos outros países com os quais as famílias, 
empresas e governo do seu país mantêm transações econômicas.
Os agentes econômicos são considerados racionais, ou seja, espera-se que 
eles sempre tomarão a melhor decisão. Esse processo é condicionado por 
uma característica específica do gênero humano que é o egoísmo racional, 
o que implica que as pessoas buscarão a melhor forma de satisfazerem suas 
necessidades, utilizando a menor quantidade possível de recursos produtivos 
(fatores de produção). Por isso, a maximização será sempre o alvo no compor-
tamento dos agentes: a busca do maior ganho, maior renda, maior satisfação, 
etc. Com isso, espera-se que o consumidor sempre escolha o menor preço, o 
trabalhador o maior salário, o vendedor o maior lucro.
Agora, podemos voltar à nossa proposição inicial: os agentes econômicosprecisão tomar decisões de como utilizar os recursos produtivos limitados 
para satisfazerem os seus desejos infinitos. Por isso, um dos diferentes 
conceitos de economia é que ela é o estudo dos agentes e das razões pelas 
quais eles tomam decisões, tanto de consumo quanto de produção. 
Para escolher uma boa forma de utilizar os recursos produtivos é preciso 
conhecê-los melhor; vamos fazer isso? Existem duas características funda-
mentais dos recursos de produção: a primeira é que eles podem ser utilizados 
para produzir mais de um tipo de bem ou serviço, ou seja, são versáteis. 
12
Observe como o petróleo pode ser utilizado para vários tipos de combus-
tíveis ou para produção de plásticos. A segunda é que os recursos podem 
ser combinados em proporções variáveis no processo produtivo. A produção 
de feijão pode utilizar mais mão de obra ou mais maquinário, por exemplo 
(SILVA, 2018).
Para facilitar o entendimento, os fatores de produção são agrupados 
em quatro tipos: recursos naturais, trabalho, capital e capacidade empresa-
rial, vamos conhecê-los mais? Os recursos naturais (também chamados de 
recurso “terra”) são obtidos diretamente da natureza. A água (da superfície 
ou do subsolo), minerais, sol, vento, etc. Por sua vez, o trabalho (ou recursos 
humanos) refere-se à atividade humana (esforço físico e mental) empregada 
na produção de bens ou serviços, podendo ser exemplificado pelos serviços 
de profissionais como o administrador, o contador, o carpinteiro, o operário, 
o vaqueiro, o médico. Em seguida, temos o capital, representado pelos bens 
produzidos pelo homem e utilizados nos processos produtivos: infraestru-
tura (transportes, telecomunicações, energia), matérias-primas, construções, 
máquinas e equipamentos, etc. Recentemente, a capacidade empresarial 
passou a ser incluída entre os fatores de produção, referindo-se à organização 
da produção, ou seja, a ação de reunir e combinar os outros fatores de produção. 
Com esse detalhamento de informações e sabendo que os fatores de 
produção são limitados, podemos compreender como a sociedade precisará 
responder quatro perguntas para encontrar o melhor uso para os fatores 
de produção:
1. O que produzir? 
2. Quanto produzir?
3. Como produzir?
4. Para quem produzir? 
Para responder à pergunta “o que produzir?”, é necessário, primeiro, 
identificar as necessidades para, então, decidir o que será produzido para 
satisfazê-las: alimentos, vestuário, habitação, transporte, educação. Pode ser 
que, em um momento, os agentes econômicos queiram determinado produto 
e, mais à frente, prefiram outro (isso vai impactar as decisões das empresas 
do ela deverá produzir). 
Já a segunda pergunta (“quanto produzir?”) está ligada à constatação 
de que os recursos produtivos são limitados; por isso, é preciso determinar 
quanto será produzido de cada coisa para satisfação das necessidades. 
Perceba que se todos os recursos disponíveis de uma economia estiverem 
sendo utilizados, haverá um limite na quantidade de bens e de serviços que 
poderão ser produzidos. 
13
Como produzir? Essa é outra questão fundamental, pois existem diferentes 
combinações de fatores de produção para que se obtenha um determinado 
bem ou serviço. A disponibilidade – e por consequência o preço – de cada 
um deles influenciará de que forma eles serão combinados de forma otimi-
zada, bem como o nível tecnológico que pode ser empregado ao se utilizar 
cada um dos fatores.
Por fim, a pergunta “para quem produzir?” permeia, de certa forma, as 
questões anteriores. No entanto, como as empresas estão interessadas na 
maximização de seus lucros, em termos racionais elas não estão preocupadas 
se todas as mercadorias produzidas vão ser vendidas para uma única pessoa 
ou se todas as pessoas terão acesso àquele bem. Assim, o poder de compra 
dos indivíduos acabará por ajudar na resolução dessa pergunta.
Dessa forma, a limitação dos fatores de produção aliada às necessidades 
ilimitadas obriga os agentes econômicos a fazerem escolhas, o que faz surgir 
um conceito fundamental na economia: o custo de oportunidade. O custo de 
oportunidade é uma medida da perda que os agentes econômicos incorrem 
todas as vezes que fazem uma escolha, manifestando-se tanto na produção 
quanto no consumo.
Em um processo produtivo que esteja utilizando todos os recursos 
produtivos disponíveis, o aumento na produção de um bem implicará na 
redução na quantidade produzida de outro ou outros bens. Nesse ponto, 
você percebe o quão fundamental é a evolução tecnológica, que afeta tanto 
os limites produtivos quanto possibilita um aproveitamento superior dos 
recursos escassos?
Exemplificando
Em uma propriedade rural, a área disponível, as máquinas e equipa-
mentos são limitados, e o produtor é obrigado a escolher qual cultura 
será plantada. Em uma situação em que tanto soja quanto milho 
poderão ser plantados, cada hectare a mais de soja implicará em um 
hectare a menos de milho, concorda? Qual é, então, o custo de oportu-
nidade da soja? O valor que o agricultor deixou de receber ao decidir 
não plantar milho para plantar soja.
Assimile
Dentro do processo produtivo, uma classificação importante na 
economia refere-se aos setores econômicos. Você já ouviu falar sobre 
eles? São três grandes setores ou atividades: primário, secundário e 
terciário. Vamos conhecê-los?
14
O setor primário, de forma geral, utiliza de forma intensiva os recursos 
naturais, englobando a agricultura, pecuária e as atividades extrativistas. 
O setor secundário utiliza, em maior intensidade, o fator capital e inclui 
a produção de máquinas, equipamentos e bens de consumo, construção 
civil e geração de energia. O setor terciário tem como principal fator 
o trabalho, incluindo uma enorme variedade de atividades como 
comércio, transportes, comunicações, intermediação financeira, imobi-
liárias, hospedagem e alimentação, reparação e manutenção, serviços 
pessoais, governo e outras atividades afins (FREITAS, [s.d.]).
Já para o consumidor, o custo de oportunidade representa a satisfação 
que ele deixou de obter ao abrir mão de um produto para adquirir outro. 
Essa é uma das razões pelas quais usamos nossos recursos financeiros para a 
aquisição de coisas diferentes: cada indivíduo tem uma escala de prioridades 
diferente e vai usar seu dinheiro para adquirir os bens e serviços em uma 
combinação que maximize sua satisfação individual.
Assimile
Por falar em bens e serviços, você sabe como a economia os diferencia? 
Esse é um tema importante, mas que não apresenta dificuldade: os 
bens são produtos tangíveis (que existem fisicamente, que podem ser 
tocados), por isso podem ser armazenados, transportados e sua posse 
pode ser transferida. 
Existe uma classificação fundamental em relação aos bens: se eles são 
bens de consumo ou bens de capital. Os bens de consumo atendem 
diretamente à satisfação das necessidades humanas, como os 
alimentos, as roupas, etc., enquanto os bens de capital não satisfazem 
diretamente as necessidades humanas, pois são utilizados para produzir 
outros bens: máquinas de uma indústria, tratores, etc. O investimento 
em bens de capital é fundamental para o desenvolvimento de um país, 
pois é o conjunto deste que constitui a “capacidade produtiva” de uma 
sociedade e, junto com os recursos humanos, determinam o nível de 
riqueza desta sociedade.
Já os serviços são produtos intangíveis, ou seja, uma vez que um serviço 
é prestado, ele desaparece. Dessa forma, os serviços não podem ser 
armazenados ou transportados, nem sua posse pode ser transferida.
A forma como os fatores de produção é gerida para a produção dos bens e 
serviços está ligada com os sistemas econômicos (socialismo ou capitalismo). 
15
Vamos compreender esse ponto? Desde o início da história da humanidade, 
diversos pensadores se dedicaram a entender os processos econômicos. Na 
Grécia antiga, alguns dos filósofos dedicaram parte dos seus estudos ao tema, 
assim como na Arábia e em outras regiões. Há referências a processoseconô-
micos no antigo testamento da Bíblia e em outros escritos da época. Na Idade 
Média, os escolásticos e, a partir do século XV, escolas de pensamento como 
os mercantilistas e os fisiocratas estabeleceram teorias tentando responder 
qual a melhor forma de organizar os fatores produtivos em uma sociedade.
Ao longo de 150 anos, entre meados do século XIX e até o final do século 
passado, muitos defenderam que uma economia centralizada (o sistema 
socialista) apresentaria resultados superiores aos da economia de mercado 
(o sistema capitalista). Mas o que seria um sistema socialista? De acordo com 
a teoria de Karl Marx, sua característica fundamental seria o controle gover-
namental da produção e da distribuição dos bens em sistema de igualdade 
e cooperação, ou seja, o governo tem o papel de planejar as questões econô-
micas (planejamento centralizado), havendo uma predominância da proprie-
dade pública (governamental) dos fatores de produção (VASCONCELOS; 
GARCIA, 2011). 
O primeiro país do mundo a implementar as ideias de Marx foi a Rússia, 
após a revolução de 1917, que se tornou União Soviética (URSS) em 1922. 
O poderio militar da URSS colaborou para que, após o final da 2ª Guerra 
Mundial, diversos países adotassem os ideais socialistas, tais como Ucrânia 
e Tchecoslováquia, entre outros, estabelecendo a chamada cortina de ferro.
Um dos processos mais emblemáticos do mundo durante a chamada 
Guerra Fria foi a construção do muro de Berlim, em 1961, para impedir 
a fuga dos cidadãos da Alemanha Oriental (socialista) para a Alemanha 
Ocidental, capitalista (a Alemanha fora dividida em duas, no final da 2ª 
Guerra Mundial). 
A partir do final da década de 1980, muitas nações socialistas como a 
União Soviética, a Alemanha Oriental e países do Leste Europeu passaram 
a abandonar o sistema socialista, adotando, gradualmente, o capitalismo, 
sendo dois processos marcantes da época a perestroika na Rússia e a queda 
do muro de Berlim na Alemanha. 
Qual a razão para ter havido uma diminuição no número de países que 
adotam o sistema socialista? Essa é uma pergunta muito difícil de ser respon-
dida, mas, em termos técnicos, os índices de produtividade das economias 
socialistas sempre foram menores do que os das economias capitalistas, e 
isso pode ser associado a diferentes fatores, sendo que dois deles merecem 
destaque. Vamos a eles?
16
Por mais que um técnico governamental possa ter acesso a diferentes 
estudos e projeções, ele não poderá prever como os agentes se comportarão. 
Por isso, ao dar liberdade para que os agentes possam utilizar os recursos 
produtivos disponíveis, será a sociedade que, de uma forma dinâmica, 
encontrará as melhores respostas para as perguntas fundamentais: 1- o que 
produzir?; 2- quanto produzir?; 3- como produzir?; e 4- para quem produzir?. 
O segundo deles é o sistema de preços (muito perceptível no sistema 
capitalista), que acaba sendo um conjunto de incentivos para direcionar o 
uso dos recursos produtivos, pois tanto as necessidades humanas quanto a 
disponibilidade deles mudam, fazendo com que a alteração de preços acabe 
equilibrando o mercado.
Reflita
Enquanto muitas pessoas defendem que a solução dos problemas 
econômicos passa pela maior presença do Estado na economia, há 
outro grupo defendendo o anarquismo e pregando a extinção do 
Estado, situação em que cada um fica responsável por resolver seus 
problemas individualmente. O que você acha: seria melhor ficar tudo na 
mão do Estado, o Estado deveria desaparecer, ou seria bom definir que 
o Estado atue em áreas específicas? Reflita sobre o assunto!
No capitalismo, ao contrário do socialismo, o peso do governo é reduzido, 
e os agentes possuem liberdade de escolha, uma vez que existe a posse privada 
dos fatores de produção. Por isso, as empresas buscarão o lucro como recom-
pensa de sua eficiência (ele é o seu incentivo), o que gera um ambiente em 
que a competição entre as empresas é estimulada e o sistema de preços (pela 
relação entre a oferta e a demanda por bens e serviços) é quem direciona o 
funcionamento do mercado. 
No sistema capitalista, o uso dos fatores de produção é remunerado (pois a 
propriedade desses recursos produtivos é privada). Para entender essa relação, 
é fundamental a compreensão do fluxo circular de renda. Vamos a ele? 
Você já sabe que os fatores de produção (terra, capital e trabalho) são 
utilizados de forma combinada para produzir bens e serviços. Ocorre que 
esses recursos produtivos são propriedade do agente econômico “Família”, 
correto? Para simplificar, vamos considerar que, em uma economia, existem 
apenas dois tipos de agentes: as famílias e as empresas (portanto, nessa simpli-
ficação, imaginaremos uma economia sem os agentes econômicos governo e 
resto do mundo). Como se dará a relação entre eles? 
17
Lembre-se que todos os recursos produtivos (fatores de produção) 
pertencem às famílias. Dessa forma, as empresas terão que adquirir os 
fatores de produção disponibilizados pelas famílias e utilizá-los para 
produzir os bens e serviços. Como a família é o agente consumidor de bens e 
serviços, aqueles bens e serviços produzidos serão adquiridos pelas pessoas 
físicas (agente econômico “família”) para a satisfação de suas necessidades 
no mercado de bens e serviços. Esse processo é chamado de fluxo real da 
economia, pois envolve a disponibilização de recursos produtivos (fatores de 
produção) pelas famílias e a produção e distribuição de bens e serviços pelas 
empresas, estando representado na Figura 1.1.
Figura 1.1 | Fluxo circular de renda
Fonte: adaptada de Nogami e Passos (2016, p. 64).
Mas como as famílias pagam pelos bens e serviços que vão adquirir? 
Se você observar a Figura 1.1, verá que existe um outro fluxo, que começa 
com o pagamento das empresas às famílias pelos fatores produtivos utili-
zados. Esses pagamentos são constituídos dos salários (relativos ao fator de 
produção trabalho), aluguéis (relativos ao fator de produção terra) e lucros 
(relativos ao fator de produção capital), ou seja, quando as famílias cedem os 
fatores de produção às empresas, em contrapartida, recebem essas remune-
rações (em dinheiro). Dessa forma, o fluxo monetário se completa quando as 
pessoas utilizam o dinheiro que receberam com as remunerações (salários, 
aluguéis e lucros) para a aquisição de bens e serviços que foram produzidos 
nas empresas.
18
Assim, chegamos ao final dessa aula, na qual você pôde ter uma ideia 
geral da ciência econômica, tendo conhecido os seus principais conceitos. 
Não se esqueça de fazer as atividades do portal para solidificar os seus conhe-
cimentos e participar das discussões com o seu professor.
Sem medo de errar
Agora que você já está dominando os temas que discutimos, é o momento 
de aplicar o que aprendeu para ajudar a resolver o dilema enfrentado pelo 
Douglas. Lembre-se que ele está terminando o curso e precisa decidir onde 
utilizar seus recursos financeiros: fazer uma viagem ou pagar por uma 
pós-graduação. Considerando o que você estudou, o que você acha que ele 
deve fazer?
Por mais prazerosa que a viagem possa ser, Douglas precisa dimensionar 
qual é o seu custo de oportunidade: os gastos da viagem correspondem ao 
valor necessário para realizar uma pós-graduação em uma área que a empresa 
em que ele trabalha pretende se expandir. Como a chefia tem demonstrado 
satisfação com o trabalho dele, você concorda que agora não é momento 
de utilizar os recursos em lazer, mas, sim, de investir em capacitação? Cada 
indivíduo tem uma escala de prioridades diferente e vai usar seu dinheiro 
para adquirir os bens e serviços em uma combinação que maximize sua satis-
fação individual, mas a escolha de gasto em um bem específico traz impactos 
no consumo de outros bens e serviços. Douglas precisa ter isso em mente na 
hora em que fizer a escolha dele.
Pode até ser que Douglas não venha a ser contratado, mas investir na 
própria carreira é sempre um bom uso dos recursos financeiros.
Faça valer a pena
1. Apesarde não ser uma frase inédita, a expressão “Não existe almoço 
grátis” ganhou muito destaque depois que o ganhador do prêmio Nobel, 
Milton Friedman, a utilizou como título de um livro, em 1975. O conceito 
básico da frase é que todo resultado de um processo produtivo, seja um 
produto ou um serviço, tem um custo. Ao escolher utilizar os recursos para 
produzir uma refeição, outros produtos deixam se ser ofertados, o que carac-
teriza o custo de oportunidade.
19
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que explica corretamente as 
características dos recursos produtivos (fatores de produção) e das necessi-
dades humanas que determinam a existência do custo de oportunidade.
a. Os recursos produtivos são abundantes, e as necessidades humanas 
são limitadas.
b. Os recursos produtivos são limitados, e as necessidades humanas 
são escassas.
c. Os recursos produtivos são abundantes, e as necessidades humanas 
são infinitas.
d. Os recursos produtivos são escassos, e as necessidades humanas 
são ilimitadas.
e. Os recursos produtivos são renováveis e as necessidades humanas 
são versáteis.
2. A forma como os fatores de produção são geridos para a produção dos 
bens e serviços está ligada com os sistemas econômicos, sendo que os mais 
vistos nos países, ao longo dos últimos anos de história, são o socialismo e o 
capitalismo.
Em relação às diferenças entre socialismo e capitalismo, assinale a 
alternativa correta.
a. Ao passo que no socialismo há uma predominância da propriedade 
governamental dos fatores de produção, no capitalismo existe a posse 
privada dos fatores de produção.
b. Ao passo que no socialismo existe a posse privada dos fatores de 
produção, no capitalismo há uma predominância da propriedade 
governamental dos fatores de produção.
c. Ao passo que no socialismo existe a posse privada dos fatores de 
produção, no capitalismo há uma predominância da propriedade 
pública dos fatores de produção.
d. Ao passo que no socialismo existe a posse governamental dos fatores 
de produção, no capitalismo há uma predominância da propriedade 
pública dos fatores de produção.
e. No socialismo, as necessidades humanas são ilimitadas, ao passo que, 
no capitalismo, elas são limitadas.
20
3. 
Se no fim do século XVIII as máquinas a vapor revolucio-
naram o mundo, agora é a vez da tecnologia ciberné-
tica transformar a indústria. O movimento é chamado 
pelos economistas de 4ª Revolução Industrial e garante 
mudanças radicais no modo de produzir e consumir.
A tendência é de automatização total das fábricas com a 
tecnologia robótica e cibernética, com isso, setores como 
Financeiro e Agronegócios já avançam no Brasil. Exemplo 
claro é o mercado financeiro. Bancos e empresas estão 
trabalhando cada vez menos dentro de agências e escritó-
rios e estão apostando em espaços digitais. (REVOLUÇÃO, 
2018, [s.p.])
Tendo como referência a evolução tecnológica e os princípios econômicos, 
avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
I. O desenvolvimento tecnológico fará com que, no futuro, todas as neces-
sidades do homem sejam atendidas, solucionando a questão da escassez.
PORQUE
II. II. A tecnologia será capaz de suprir todas as necessidades humanas, 
e esse processo começará pelas sociedades com melhor distribuição 
de renda.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
21
Seção 2
Conhecendo o mercado: demanda
Diálogo aberto
Olá, aluno! A tomada de decisões em relação ao futuro nem é sempre é 
fácil, concorda? Isso não acontece apenas na nossa vida pessoal, mas também 
nas empresas. Nessas situações organizacionais, ter boas informações é 
fundamental para diminuir o risco de cometer erros. Um dado importante a 
ser analisado pelas empresas é a maneira como funciona o desejo dos consu-
midores, no que diz respeito à demanda que eles têm por bens e serviços. Por 
qual motivo ela aumenta ou diminui? De que forma o preço a altera? 
Para entendermos isso, acompanharemos a história da família do André. 
O pai dele é um mecânico de automóveis muito competente que, depois de 
ter trabalhado em uma assistência técnica oficial, abriu seu próprio negócio. 
Depois de muitos anos, graças à boa gestão e à qualidade dos funcionários 
e dos equipamentos utilizados, a empresa tem apresentado bons resultados, 
mesmo que, no passado, tenham ocorrido dificuldades na adaptação às 
novas tecnologias. 
André cresceu nesse ambiente de oficina e, desde cedo, destacou-se pela 
capacidade gerencial. Atualmente, a empresa está estabilizada, com uma 
boa base de clientes, é reconhecida na cidade pela qualidade do trabalho e 
possui capital próprio que lhe permite projetar investimentos para atender 
à demanda futura. Conduzir esse processo é a tarefa que André recebeu do 
seu pai. Após algumas conversas, ficou claro que a empresa precisa tomar 
uma decisão em relação ao que fará no futuro: manter o foco em motores 
de combustão interna ou buscar capacitação e equipamentos que permitam 
atender carros elétricos. Como a análise das alterações da demanda pode 
ajudar nesse processo de tomada de decisão? 
Não pode faltar
Bem-vindo de volta! Você gostou do que já estudamos até agora? Espero 
que sim, e agora vamos entender melhor como a economia funciona, 
estudando a demanda. 
Você já deve ter ouvido que demanda e oferta fazem parte do mercado. 
Mas o que é o mercado? No passado, o conceito de mercado estava ligado ao 
local onde ocorriam os processos de comercialização (em algumas cidades 
como São Paulo e Belo Horizonte, eles se tornaram atrações turísticas). Com 
22
o avanço tecnológico e a redução dos custos de telecomunicações, as barreiras 
físicas que existiam delimitando alguns mercados estão desaparecendo e, 
atualmente, as compras pela internet mostram que, para muitos produtos, o 
mercado é realmente global, ou seja, podem ser entregues em qualquer lugar 
do mundo. Por isso, um conceito mais adequado aos novos tempos é que 
mercado é o ambiente físico ou virtual onde ocorrem os processos de compra 
(a demanda) e venda (a oferta).
Assimile
No passado, o termo mercado referia-se normalmente a um local ou 
região. O termo ambiente descreve melhor a realidade atual.
Para que ocorra uma venda, é preciso que haja alguém interessado em 
comprar, não é mesmo? Por isso, começaremos pelo estudo da demanda, que 
nada mais é do que a intenção de compra do consumidor, e que pode ser 
conceituada como as diferentes quantidades de um produto que as pessoas 
estarão dispostas a adquirir de acordo com o preço dela. 
Uma rápida observação: quando falarmos de produtos, estaremos nos 
referindo tanto a bens, que são tangíveis, quanto a serviços, que são intangí-
veis. Fique atento!
Antes de avançarmos, é necessário esclarecer um ponto importante: na 
economia, quando se quer demonstrar o comportamento de um fator, é 
muito comum utilizarmos gráficos. Muita gente acaba criando barreiras a 
essa ferramenta por não perceber o quanto ela é útil. No entanto, em várias 
situações, um gráfico explica melhor um processo do que várias linhas 
escritas. Por isso, dedique especial atenção ao gráfico da demanda que 
apresentaremos, pois ele lhe ajudará muito.
O fato de os consumidores comprarem mais quando os preços diminuem 
e menos quando os preços sobem expressa uma relação inversa entre preço 
e quantidade (você, como consumidor, entende dessa maneira, certo?). 
A Figura 1.2 a seguir representa o comportamento da demanda. Note o 
que acontece quando os preços, que estão representados no eixo vertical, 
diminuem: a quantidade consumida – que está no eixo horizontal – 
aumenta. Esse comportamento faz com que a curva de demanda seja negati-
vamente inclinada.
23Figura 1.2 | A curva de demanda
Fonte: elaborada pelo autor.
Lembra-se do conceito de demanda? Precisamos resgatá-lo aqui para 
esclarecer algo muito importante: quando a escolha do consumidor (a 
quantidade demandada) muda em razão de uma alteração nos preços, ocorre 
um movimento ao longo da mesma curva de demanda. Isso quer dizer que a 
relação entre os preços e as quantidades demandadas não se alterou, ou seja, 
a demanda – entendida como as diferentes quantidades demandadas relacio-
nadas aos diferentes preços – não se alterou. 
O que acontece em uma liquidação? A redução nos preços dos produtos 
fará com que as pessoas comprem mais. A depender do tamanho do desconto 
e do tipo do produto que está sendo vendido, você verá cenas como esta, 
típica de liquidações na Black Friday ou nos primeiros dias de janeiro.
24
Figura 1.3 | O efeito da queda dos preços
Fonte: http://bit.ly/2Eyt2RU. Acesso em: 29 nov. 2019. 
Mas o que faz as pessoas se comportarem dessa forma? A questão chave 
é que cada consumidor atribui um valor – em economia chamamos isso de 
utilidade – a cada produto que ele usa. Como seus recursos são limitados, 
ele precisa escolher quais produtos comprará (e em que quantidade) para 
maximizar sua satisfação. A cada compra realizada, a questão a ser respon-
dida pelo consumidor é: esse é o produto que maximizará minha satisfação?
Assimile
Em economia não diferenciamos desejos de necessidades, por 
isso usamos a palavra utilidade para descrever a capacidade de um 
produto nos trazer satisfação (bem-estar), ou seja, atender nossos 
desejos/necessidades.
A satisfação gerada por cada unidade a mais de um produto não cresce 
de forma linear. Na verdade, a satisfação a mais gerada por uma unidade 
adicional de um produto tende a ser decrescente. Isso pode soar estranho, 
mas pense comigo: imagine que você está com muita sede, e toma um copo 
de água bem gelada: é uma grande satisfação, correto? Agora, imagine que 
você toma mais um copo: a sua satisfação aumenta, mas o segundo copo não 
será tão refrescante quanto o primeiro, nem o terceiro será tão refrescante 
quanto o segundo, e assim por diante. Essa característica fundamental na 
microeconomia é chamada de utilidade marginal decrescente. A decisão de 
compra sempre considera as quantidades que o consumidor já possua daquele 
http://bit.ly/2Eyt2RU
25
bem ou serviço. Uma forma de dizer isso é que a decisão sempre ocorre na 
margem (MANKIW, 2013). Isso quer dizer que a decisão de compra do 
consumidor considerará a satisfação adicional gerada pela aquisição de uma 
unidade a mais do produto. Vamos usar um exemplo prático?
Você conhece alguém que tenha mais óculos de grau do que blusas? 
Provavelmente não. Sabe por qual motivo? Uma pessoa que não consegue 
ler sem óculos sentirá muita necessidade de ter um par deles. Contudo, uma 
vez que já tenha adquirido o primeiro par, dificilmente se disporá a comprar 
outro. Isso ocorre porque a satisfação gerada pela segunda unidade dos 
óculos é muito menor do que a primeira, e o consumidor irá preferir utilizar 
o recurso para comprar alguma outra coisa que lhe traga maior satisfação.
Em se tratando de blusas, a utilidade marginal de uma blusa adicional 
não será tão inferior à da anterior, por isso, a maioria das pessoas acabará 
adquirindo diversas blusas. Por isso, os vendedores oferecem promoções do 
tipo: uma camiseta por R$ 30,00, duas camisetas por R$ 50,00, pois o consu-
midor só comprará uma blusa a mais se o preço for menor, porque a utilidade 
a cada blusa comprada é menor.
Exemplificando
Você já foi a uma churrascaria tipo rodízio? Prestou atenção em qual 
é a comida que já está na mesa na hora que você se senta? Mandioca, 
tropeiro, arroz, etc. O dono do restaurante sabe que para quem está 
com fome será muito difícil não “atacar” esses pratos. Certamente, ao 
final da refeição, mesmo que passe aquele corte que você mais gosta, a 
satisfação adicional será muito pequena.
Assimile
Ao analisar a compra de um produto, o consumidor vai comparar a satis-
fação que ele obterá (considerando quantas unidades daquele produto 
ele já possui) com a satisfação que uma unidade adicional de outro 
produto lhe trará.
Agora, precisamos pensar em uma pergunta muito importante: será que 
a decisão de compra dos consumidores é definida apenas pelos preços? Creio 
que você já encontrou a resposta: é obvio que os preços desempenham um 
papel fundamental, mas existem outros fatores que influenciarão na decisão 
dos consumidores. Vamos conhecê-los? Primeiro, vamos analisar a influência 
da renda, depois da preferência do consumidor (hábitos de consumo) e, 
por fim, dos preços de outros produtos relacionados.
26
Vamos começar pela renda: imagine que uma pessoa que gosta muito de 
filmes ganhe R$ 1.000,00 mensais de salário e, com essa renda, ela consiga ir 
uma vez por mês ao cinema (pagando R$ 30,00 pela entrada). Se essa pessoa 
passar a ganhar R$ 2.200,00 de salário mensais, ela pode passar a ir duas 
vezes ao mês no cinema, (pagando os mesmos R$ 30,00 pela entrada. Ou 
seja, a ampliação de demanda dessa pessoa por cinema não se deveu por uma 
diminuição do preço da entrada (o valor da entrada continuou o mesmo), 
mas porque ela teve uma ampliação no seu salário (renda). Da mesma forma, 
uma redução na renda teria o efeito contrário: a disposição de comprar do 
consumidor seria menor mesmo que o preço do produto (entrada de cinema 
ou qualquer outro) não tivesse se alterado. Observe atentamente a Figura 1.4, 
que demonstra o efeito de um aumento na renda:
Figura 1.4 | Aumento da renda deslocando a curva da demanda para a direita
Fonte: elaborada pelo autor.
Veja que após um aumento na renda, a curva de demanda se deslocou 
para a direita, passando de D1 para D2, fazendo com que, ao mesmo preço, 
a quantidade demandada passasse de Q1 para Q2 (por exemplo, ao mesmo 
preço de R$ 30,00 pela entrada do cinema, a quantidade demandada subiu 
de uma (Q1) para duas (Q2) entradas por mês). Você percebeu que a quanti-
dade demandada mudou sem que o preço tenha se alterado? Essa é uma 
situação fundamental: todas as vezes que o consumidor altera sua intenção 
de compra, sem que o preço tenha se alterado, isso trará uma alteração da 
demanda (ou seja, teremos uma nova curva de demanda, mais à direita ou 
mais à esquerda). 
Contudo, nossa análise não pode se restringir a apenas um consumidor 
individual, correto? Por isso, ao juntarmos as curvas de demanda individuais 
dos diferentes consumidores teremos as curvas de mercado. Dessa forma, se 
27
uma população experimenta uma mudança da renda, a demanda agregada 
por um dado produto se alterará, deslocando a curva de demanda.
Assimile
Quando um consumidor adquire uma quantidade diferente de um 
produto como consequência de alterações nos preços dele, temos uma 
mudança na quantidade demandada, pois a curva não se alterou (temos 
essa representação gráfica feita na mesma curva de demanda). 
Quando um consumidor adquire uma quantidade diferente de um 
produto sem que o preço deste produto tenha mudado, ocorre uma 
mudança da curva, ou seja, a demanda mudou (houve deslocamento da 
curva de demanda). Se houver ampliação na quantidade demandada, 
sem que tenha havido alteração no preço do bem/serviço, a curva de 
demanda é deslocada para a direita. Já se houver diminuição na quanti-
dade demandada, sem que tenha havido uma alteração no preço do 
bem/serviço, a curva de demanda é deslocada para a esquerda (por 
exemplo, quando a entrada do cinema continua sendo vendida por R$ 
30,00, mas a pessoa passa a ir uma vez por mês, em vez de duas vezes, 
porque ela perdeu o emprego em que ganhava R$ 2.200,00 e passou a 
ganhar R$ 1.500,00 mensais, a curva de demanda do cinema é deslo-
cada para a esquerda).
Vamos agora ao próximo fator que pode alterar a demanda de um 
produto: as mudanças no gosto ou preferência do consumidor. Esse fator é 
muito fácil de entender: ocorre todas as vezes que um determinado produto 
passa a ser mais ou menos desejadosem que o seu preço tenha se modificado, 
porque houve uma mudança no hábito de consumo do consumidor.
Exemplificando
Existem vários exemplos de alterações de demanda por mudança 
de gosto do consumidor, sendo que, algumas vezes, elas podem ser 
influenciadas por uma grande estrela de cinema ou da música. Oliveira 
(2015) nos mostra a seguinte situação: a cantora Beyoncé foi fotogra-
fada, em 2015, vestindo um certo modelo de calça, e isso fez com que 
os estoques desta mercadoria se esgotassem em poucas horas nas lojas 
– ou seja, a demanda por aquela calça explodiu, sem que o preço dela 
tivesse abaixado. 
No entanto, o termo “gostos e preferências” nem sempre se refere 
a mudanças superficiais. Imagine um casal que descobre que estão 
28
esperando um filho: diversos produtos e serviços que não faziam parte 
dos hábitos de consumo dessa família começarão a ser demandados.
O último fator a ser analisado é a influência dos preços de produtos 
relacionados. Para entender isso, vamos pensar em dois tipos de produtos: 
os substitutos e os complementares. Vamos lá? 
Dois produtos disputam entre si a escolha do mesmo consumidor (bens 
que são chamados de substitutos), sendo que, por esse motivo, ao escolher 
um, o consumidor deixará de consumir outro. Por exemplo, ao construir uma 
casa, você pode utilizar tijolos de barro ou bloco de concreto. Ao escolher um, 
automaticamente você não comprará o outro, correto? Por isso, se o preço de 
um tipo de tijolo se modificar, a demanda pelo outro tijolo será alterada, 
mesmo que o preço desse segundo tijolo não mude, ou seja, se o preço do 
tijolo de barro diminuir, alguns consumidores deixarão de comprar os tijolos 
de concreto (mesmo que o preço dele não tenha sido alterado para cima), 
o que deslocará a curva de demanda do tijolo de concreto para a esquerda.
Na economia moderna, o acesso à informação é cada vez mais simples e 
barato, e isso aumenta a quantidade de alternativas à disposição do consu-
midor. Se por um lado o aumento de alternativas pode elevar a satisfação do 
consumidor por poder utilizar melhor seus recursos limitados, aumenta a 
necessidade dos vendedores de convencer os consumidores da superioridade 
dos seus produtos em relação aos produtos dos concorrentes, entendendo que 
o conceito de produto ou serviço concorrente pode ser bastante abrangente.
Por outro lado, existem os produtos complementares, que são utilizados 
em conjunto, e, por isso, também exercem influência entre si. Mantendo o 
exemplo na construção civil, vamos pensar em areia e brita: dificilmente um 
produto será usado separado do outro, correto? Agora, imagine que uma 
nova legislação ambiental faça o preço da areia aumentar. Como as pessoas 
comprarão menos areia, a demanda por brita também diminuirá (mesmo 
que o preço da brita não tenha sido ampliado), ou seja, a curva de demanda 
da brita será deslocada para a esquerda.
Reflita
Algumas leis podem afetar o comportamento dos consumidores e 
isso faz com que o poder dos agentes públicos seja muito maior do 
que a maioria das pessoas perceba. Os malefícios do fumo são conhe-
cidos pela ciência desde o final da segunda guerra, mas levou algumas 
décadas para que surgissem leis que restringissem o seu consumo. Essas 
leis incluem: proibição de propaganda, restrição de locais onde o fumo 
29
é permitido, aumento de impostos, etc. Essas regulamentações buscam 
alterar apenas a quantidade demandada ou tentam alterar também a 
demanda? Reflita sobre o assunto.
É importante lembrar de que existe uma curva de demanda específica 
para cada bem ou serviço em um mercado, mas que em todos eles o mesmo 
comportamento é encontrado: a relação entre preços e quantidades deman-
dadas é inversa, ou seja, a inclinação da curva é sempre negativa. Mesmo que 
alterações em outros fatores diferentes dos preços desloquem a curva, sua 
inclinação continuará negativa. 
Nos exemplos apresentados até agora o foco esteve no comportamento 
individual. Esses mesmos princípios valem para quando analisarmos a 
demanda de mercado, em que os efeitos de cada um dos fatores serão combi-
nados, lembrando que nem sempre o fator mais importante para um consu-
midor será o mais importante para o mercado. 
Para encerrarmos esta seção, precisamos pensar em uma questão bem 
prática: ao iniciar uma análise de demanda, pode ficar complicado a análise 
de todos os fatores juntos: preço, renda, preferências, preços de outros fatores, 
etc. Para contornar esse problema, há uma abordagem que analisa o efeito de 
cada fator isoladamente: a condição coeteris paribus. Essa é uma expressão 
em latim que significa “tudo o mais permanecendo constante” e é aplicada 
quando analisamos o efeito de cada fator isoladamente, mantendo os outros 
constantes, ou seja: ao variarmos a renda, consideramos que os outros fatores 
permanecerão constantes. 
Agora que você já está “craque” em demanda, poderemos avançar para 
nosso próximo desafio: conhecer a oferta e o equilíbrio de mercado. Vamos lá?
Sem medo de errar
Você está lembrado da decisão que o André precisa tomar? É um problema 
que muitos gestores gostariam muito de enfrentar: a oficina da família está 
bem posicionada no presente, tanto em questões técnicas quanto em relação 
às finanças e gestão, e agora é o momento de se preparar para o futuro.
Por isso, a empresa precisa decidir se deve manter o foco em motores 
de combustão interna ou buscar capacitação e equipamentos que permitam 
atender carros elétricos nos próximos anos. Muitas pessoas, preocu-
padas com a conservação do meio ambiente, têm mudado seus hábitos de 
consumo, buscando produtos que sejam ambientalmente responsáveis. 
Em todo o mundo, a preocupação com a redução da poluição tem levado 
30
à busca de alternativas de motores menos poluentes e os motores elétricos 
já são uma realidade em carros, automóveis, ônibus, caminhões e até em 
aviões. Por isso, a previsão é de que a demanda por serviços especializados 
nesse tipo de motor cresça muito nos próximos anos, ou seja, a curva de 
demanda será deslocada para a direita, o que aumentará as oportunidades 
para empresas que atendam os desejos dos consumidores. Dessa forma, 
entender esse processo de alteração da curva de demanda é uma ferramenta 
importante para o planejamento da empresa de André, que deverá começar 
a pensar em investir em materiais, equipamentos e capacitação profissional 
para atender essa nova realidade do mercado, quando ela se apresentar de 
forma mais consistente.
Avançando na prática
Finalizar o estoque
Ana é a gerente de uma concessionária de automóveis que está enfren-
tando um problema inesperado: ela acabou de receber a notícia que a 
fabricante decidiu adiantar em três meses o lançamento da nova versão 
do modelo campeão de vendas da marca. A questão é que ela está com um 
elevado estoque da versão que deixará de ser fabricada. Seu desafio, então, é 
estimular a demanda por este modelo mais antigo para zerar o estoque dele. 
Quais estratégias você poderá sugerir à Ana para atingir esse objetivo?
Resolução da situação-problema
Você deve dizer a Ana que, para aumentar a demanda de automóveis, é 
necessário alterar um conjunto de fatores. Alguns deles, como ampliação na 
renda, aumento da preferência dos consumidores pelo modelo e elevação do 
preço dos veículos das marcas concorrentes deslocariam a curva de demanda 
do modelo antigo que Ana tem em sua concessionária para a direita (ou seja, 
haveria uma procura maior por esse veículo). Contudo, a alteração desses 
fatores está fora do raio de ação da concessionária, ou seja, não há nada que 
a Ana possa fazer em relação a eles. 
No entanto, há uma outra forma para ampliar a demanda do modelo 
cujo estoque precisa ser zerado: reduzir o seu preço de venda. Essa redução 
implicará em um aumento na quantidade demandada, ou seja, surgiriam 
clientes dispostos a comprar esse modelo e, assim, diminuir os estoques da 
concessionária. Como a demanda pelo modelo antigo deverá reduzir quando 
31
o novo modelochegar, ela não pode esperar mais: a redução nos preços tem 
que começar o quanto antes. 
Faça valer a pena
1. Observe os dois gráficos a seguir:
Fonte: elaborados pelo autor.
O gráfico A representa mudança _____________ causada por alteração 
_____________ e o gráfico B representa mudança ____________ causada 
por alteração ___________.
A sequência de palavras que completa corretamente a frase é:
a. na quantidade demandada; no preço; na demanda; na renda.
b. na quantidade demandada; na renda; na demanda; no preço.
c. na demanda; na renda; na quantidade demandada; no preço.
d. na demanda; no preço; na quantidade demandada; na renda.
e. na oferta; na renda; na quantidade ofertada; no preço.
2. Suponha que uma famosa atriz usou determinado tipo de sandália 
feminina em uma cena de novela que foi muito comentada e depois viralizou 
na internet, fazendo com que muita gente assistisse a cena, o que fez esse 
modelo de calçado entrar na moda. A partir dessa informação, pode-se 
esperar que ocorra qual fenômeno?
Assinale a alternativa que responde corretamente ao questionamento feito:
a. Um deslocamento da curva de demanda da sandália para a direita.
b. Um deslocamento da curva de oferta da sandália para a direita.
c. Um deslocamento da curva de demanda da sandália para a esquerda.
32
d. Um deslocamento da curva de oferta da sandália para a esquerda.
e. Um deslocamento ao longo da mesma curva de demanda da sandália.
3. Apesar de complexo, o comportamento do consumidor em relação a 
mudanças de preços de um determinado produto pode ser expresso pela 
curva de demanda.
I. A curva de demanda apresenta inclinação negativa, fazendo com que 
o consumidor compre maiores quantidades de um bem ou serviço 
quando os preços aumentam.
PORQUE
II. O comportamento do consumidor não é racional, pois ele acaba 
comprando coisas por impulso, sem ter necessidade delas.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.
33
Seção 3
Conhecendo o mercado: oferta e equilíbrio
Diálogo aberto
Olá, prezado aluno! Com esta seção encerraremos a discussão sobre os 
aspectos gerais de microeconomia. Parabéns pela caminhada! Aprofunde-se 
nos temas discutidos, que certamente lhe ajudarão muito na sua carreira 
profissional. 
Você já se deu conta do quanto os processos de compra e venda evolu-
íram nos últimos anos? Se os consumidores têm tido mais acesso à infor-
mação, isso requer comportamentos mais arrojados do produtor, certo? 
Esse comportamento do produtor depende de vários fatores, assunto que 
acompanharemos durante esta seção.
Para nos ajudar no entendimento desse tema tão importante, conhe-
ceremos o desafio enfrentado por Rodrigo. Ele trabalha na secretaria de 
agricultura de uma cidade de porte médio, e foi convocado para um encontro 
com uma associação de consumidores do município. Essa associação trouxe 
a ele uma reclamação a respeito do aumento excessivo dos preços do tomate 
nas últimas semanas, que passou a ser vendido por R$ 10,00 o quilo. Ela 
veio solicitar que a prefeitura determine um congelamento de preços do 
tomate (a R$ 5,00 o quilo), enquanto durar a escassez de produto, argumen-
tando que o preço atual está impedindo muitos consumidores de adquiri-lo. 
Como a secretaria de agricultura acompanha de perto a produção agrícola 
do município, Rodrigo sabe que o aumento atual dos preços foi causado por 
uma quebra de safra que ocorreu porque fortes chuvas, algumas semanas 
antes, reduziram a produtividade de muitas lavouras. O tomate é uma cultura 
que leva pouco mais de três meses entre a colheita e o plantio. Com base no 
estudo do equilíbrio do mercado, Rodrigo deve concordar com o pedido e 
recomendar que a prefeitura promova um congelamento nos preços? Quais 
devem ser os argumentos do Rodrigo para embasar sua resposta?
Para compreender o que Rodrigo deve fazer, é necessário entender sobre 
equilíbrio de mercado e preços fixados acima ou abaixo do preço de equilí-
brio de mercado. Vamos assimilar esses conceitos com o estudo desta seção?
34
Não pode faltar
Olá, aluno! Agora que você já entendeu o comportamento da demanda 
em relação aos preços e aos outros fatores de importância, ficará muito mais 
fácil entender o comportamento da oferta. Para isso, vamos começar concei-
tuando oferta. A oferta está relacionada com as diferentes quantidades de um 
bem ou serviço que os produtores (empresários) estão dispostos a colocar no 
mercado, a um conjunto alternativo de preços, havendo uma relação direta 
entre eles, ou seja, quando o preço sobe, a oferta (intenção de produção de 
um bem ou serviço) cresce.
Assim como a demanda, a oferta pode ser expressa por meio de um 
gráfico, como você pode observar na Figura 1.5:
Figura 1.5 | A curva de oferta
Fonte: elaborada pelo autor.
Vamos reforçar aqui uma observação muito importante: a oferta é a curva, 
ou seja, é um conjunto de pontos que mostra a intenção de produção de um 
bem, de acordo com alterações nos preços dele, ou seja, a oferta representa 
a maneira de pensar do produtor (empresário) de um bem, já que a preços 
altos, ele terá uma intenção maior de produzir um bem (e vice-versa). Para 
facilitar a nossa análise e os exemplos numéricos, consideraremos a oferta 
como uma reta, ou seja, uma função linear. 
35
Outro ponto essencial é que nossa análise considerará que o produtor, 
assim como o comprador (representado pela demanda), não terá força para 
impor os seus preços. Ainda que possa haver exceções, vamos considerar o 
preço ao produtor como uma variável sob a qual ele não tem controle. Dessa 
forma, ao mudar os preços, as quantidades ofertadas mudarão também 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 
Em termos individuais, considere que, se nada mais houver mudado (em 
economia, essa condição é caracterizada pela expressão coeteris paribus), uma 
mudança nos preços implicará uma mudança nas quantidades ofertadas. 
Observe que uma mudança nos preços não deslocará a curva, apenas mudará 
o ponto em cima da mesma curva.
Assimile
Você já sabe que, conforme o preço sobe, a quantidade de um produto 
que as empresas estão dispostas a oferecer aumenta. Isso deve-se ao 
fato de que as empresas apresentam diferentes custos de produção. 
Para fixar esse conceito, vamos usar o exemplo do petróleo: existem 
locais onde o seu custo de extração é muito baixo (na maioria dos 
países do Oriente Médio, por exemplo), o que permite que as empresas 
obtenham lucro mesmo se o preço estiver muito baixo. Já em outros 
locais onde o custo de extração é maior, como em alto-mar, a extração 
do petróleo só é viável economicamente se os preços recebidos por 
essa commodity forem maiores. Com isso, se os preços estão baixos, a 
produção ocorrerá apenas onde os custos de produção forem menores 
(haverá menos empresários interessados na produção do petróleo). Se 
os preços aumentarem, locais de maior custo passarão a ser viáveis e a 
oferta aumentará. Ou seja, a curva de oferta é positivamente inclinada, 
pois a única forma de aumentar a oferta de petróleo é incorporando 
áreas onde o custo de produção é mais elevado.
Nesse ponto, você pode estar pensando: será que existem outros fatores, 
além do preço, que também podem influenciar a decisão do produtor e, 
assim, deslocar a curva de oferta? A resposta é sim! Vamos conhecê-los?
Alterações nos custos e em outros fatores relacionados à produção podem 
deslocar a curva de oferta, ou seja, o nível de impostos, o preço dos insumos 
(a matéria-prima utilizada para produzir algo), etc. afetarão diretamente o 
custo do que está sendo produzido. E qual será a reação do produtor a essas 
mudanças? Acompanhe o exemplo a seguir.
36
Exemplificando
Suponha que você esteja fazendobrigadeiros em casa para vender na 
faculdade. Ao ir ao supermercado fazer sua compra semanal de ingre-
dientes, você notou que o preço do leite condensado aumentou, o que 
vai tornar mais cara a sua produção de brigadeiros. Caso você tenha 
que vender o brigadeiro ao mesmo preço de antes, terá uma intenção 
menor de produzir o brigadeiro, o que fará a curva de oferta dele se 
deslocar para a esquerda (que demostra que, ao mesmo preço, há uma 
intenção menor de produzir), podendo até mesmo chegar ao ponto de 
você querer encerrar a produção de brigadeiros. Por outro lado, uma 
redução no preço do leite condensando (ou quaisquer outros insumos) 
deslocará a curva de produção para a direita.
Reflita
A necessidade de reduzir impactos ambientais tem feito com que 
muitos consumidores busquem meios de transportes menos poluentes. 
Por esse motivo, diversos governos têm oferecido incentivos fiscais à 
produção de carros elétricos. Em que medida esses incentivos fiscais 
alteram a curva de oferta de carros elétricos? Reflita sobre o assunto.
Além dos custos de produção, outro fator que desloca a curva de oferta 
é o desenvolvimento de tecnologias. A oferta de smartphones é um exemplo 
claro desse processo. Os primeiros modelos que ofereciam GPS, por exemplo, 
eram os top de linha e de valores muito elevados. Com o desenvolvimento 
tecnológico e barateamento dos custos de produção, a curva de oferta de 
smartphones foi deslocada para a direita, permitindo que, hoje, mesmo os 
aparelhos mais simples apresentam esse recurso. O deslocamento da curva 
de oferta pode ser visto na Figura 1.6:
Figura 1.6 | Deslocamentos da curva de oferta para a direita e para a esquerda
Fonte: Dias (2015, p. 44).
37
Exemplificando
Após um período de turbulência, o valor de mercado da Petrobras, em 
2019, tem alcançado recordes. Entre as razões apontadas estão a queda 
no custo de extração do petróleo no pré-sal e a redução no tempo de 
utilizado para a construção de um poço marítimo no pré-sal (ou seja, 
melhora tecnológica) (COMPLETAMOS…, 2018), já que isso certamente 
ampliará a intenção de produção (oferta) de petróleo da Petrobras, 
trazendo a possibilidade de lucros maiores aos acionistas da empresa. 
Figura 1.7 | Evolução dos indicadores do pré-sal
Fonte: Completamos… (2018, [s. p.]).
A oferta de um bem também é impactada pelo comportamento dos 
preços de outros bens, principalmente quando o produtor pode utilizar 
seus recursos produtivos em diferentes opções. Esse aspecto é muito obser-
vado na produção agrícola, pois quando o preço de um produto como a 
soja aumenta, diversos produtores de milho passam a produzir soja. Vale 
destacar também que, na produção agrícola, os fatores climáticos também 
são determinantes no comportamento da oferta, deslocando-a para a direita 
(clima muito favorável que trouxe uma supersafra) ou para a esquerda (clima 
desfavorável – excesso/falta de chuva, calor/frio em excesso, etc.). Atividades 
minerais também estão sujeitas ao surgimento de novas áreas de exploração 
e ao esgotamento de minas, por exemplo, o que provoca deslocamento na 
curva de oferta.
Assimile
Alterações nos preços não alteram a curva de oferta, apenas geram uma 
mudança na quantidade ofertada (mudanças de pontos que formam a 
mesma curva de oferta). Quando algum fator faz com que o produtor se 
disponha a ofertar uma quantidade diferente (mudanças no preço dos 
38
insumos, na tecnologia ou nas expectativas) sem que o preço tenha se 
modificado, ocorre uma mudança na oferta, ou seja, um deslocamento 
da curva de oferta.
Agora podemos, finalmente, abordar um dos aspectos mais importantes: 
o equilíbrio de mercado. 
Você já aprendeu que as curvas de oferta e demanda mostram como 
vendedores e compradores respondem às mudanças no preço de um bem. 
Agora, surge a pergunta: se os consumidores sempre buscam os menores 
preços possíveis e os produtores sempre vão atrás dos maiores preços possí-
veis, como é encontrado um preço que atenda aos dois lados (chamado de 
preço de equilíbrio), para que haja fechamento do negócio? 
Para responder adequadamente, precisamos voltar no tempo, para 
quando ainda não havia nenhum tipo de moeda. Nesse período, só havia 
duas formas de se obter um produto: ou você mesmo produzia ou tinha que 
obtê-lo por meio de troca de produto por produto (escambo). Com o surgi-
mento da moeda, o processo ficou muito mais fácil, e o dinheiro assumiu 
o papel fundamental que exerce na economia até hoje: ser meio de troca. 
Como consequência, todos os produtos em uma economia passaram a ter o 
seu valor expresso em moeda (BRAGA, 2019).
Dessa forma, quando um consumidor analisa o preço de um produto, ele 
contabiliza quantas unidades de um outro produto poderão ser adquiridas 
com aquela mesma quantidade de moeda. Da mesma forma, o produtor 
avalia se a quantidade de dinheiro recebida remunera adequadamente todos 
os gastos e esforços que foram utilizados no processo produtivo.
Como já vimos, cada consumidor tem uma hierarquia de necessidades, 
por isso um determinado produto que é muito desejado por um consumidor 
desperta pouco interesse em outro, fazendo com que o preço que eles se 
disponham a pagar seja diferente. Por outro lado, os produtores apresentam 
diferentes níveis de custos para um mesmo produto, fazendo com que um 
mesmo preço possa ser aceitável para um, mas não para outros.
É importante que você entenda essas características de consumidores e 
vendedores, pois, quando analisamos o mercado, vemos que a disputa real 
não é entre produtores e consumidores, mas, sim, duas disputas: uma entre 
os consumidores e outra entre os produtores. Vamos entender isso melhor?
Do lado dos compradores existe uma disputa entre eles, uma espécie de 
leilão, na qual quem pagar mais sairá vencedor: quem se dispuser a pagar 
mais por um determinado produto irá adquiri-lo, fazendo com que os outros 
39
consumidores fiquem sem o produto, a não ser que unidades adicionais sejam 
oferecidas. Você se lembra de quando houve a greve dos caminhoneiros no 
Brasil e os preços do combustível subiram muito? Pois bem, naquela época, 
nem todos os motoristas se dispuseram a pagar aquele preço mais alto pelo 
combustível. Com isso, os consumidores que não se dispuserem a pagar 
aquele preço maior ficaram sem o produto, até o momento em que unidades 
adicionais foram oferecidas, com o final da greve.
Já na competição entre os produtores, o ganhador será aquele que vender 
seu produto pelo menor preço. Com isso, aqueles que apresentarem custos 
de produção mais baixos conseguirão ser lucrativos frente a preços menores, 
afastando os produtores menos eficientes. 
Nesse processo, o resultado é que o comprador disposto a pagar o maior 
preço fará negócio com o vendedor disposto a vender pelo menor preço. Por 
isso, se um preço está muito elevado, poucos compradores estarão dispostos a 
adquirir aquele produto, frente a um grande número de vendedores ofertan-
do-o. Nesse cenário, é fácil perceber que os produtores que apresentam 
menores custos de produção oferecerão seus produtos a um preço menor, o 
que também atrairá mais compradores ao mercado.
Se, porventura, o preço estiver muito baixo, diversos compradores estarão 
dispostos a adquirir aquele produto, frente a um pequeno número de vende-
dores ofertando seus produtos. Nesse cenário, é fácil perceber que os consu-
midores que apresentam maior utilidade estarão dispostos a pagar mais por 
aquele produto, o que aumentará os preços praticados, o que também atrairá 
mais produtores ao mercado.
Percebeu, então, o que acontece? Se o preço está acima ou abaixo do 
equilíbrio, as forças de mercado atuarão para conduzi-lo ao ponto de equilí-
brio. Esse equilíbrio de mercado se assemelha ao brinquedo de criança tipo 
“João bobo”, que sempre volta para o mesmo lugar, ou ao boneco de lutas com 
o mesmo princípio. Mas, então, o que é o ponto de equilíbrio?
O ponto de equilíbrio é aquele em que, a um determinado preço 
(chamado de preço de equilíbrio do mercado),a quantidade que as pessoas 
querem comprar de uma mercadoria (chamada de quantidade demandada) 
é igual à quantidade que as empresas querem oferecer daquela mercadoria 
(chamada de quantidade ofertada). Em qualquer outro preço as forças de 
mercado empurrarão o preço na direção do equilíbrio. Uma boa ilustração é 
a de uma bola colocada em uma vasilha, que sempre retornará para a posição 
estável. Na Figura 1.8 vemos que ao preço de R$ 16,00 (preço de equilíbrio), 
os empresários e os consumidores têm interesse de produzir e comprar, 
respectivamente, a mesma quantidade: 20 unidades (chamada de quantidade 
de equilíbrio).
40
Assimile
No preço de equilíbrio a quantidade ofertada é igual à quantidade 
demandada, e essa estabilidade tende a se manter.
Figura 1.8 | O equilíbrio de mercado
Fonte: Dias (2015, p. 48).
Quando aparece uma situação de equilíbrio de mercado, isso significa 
dizer que os empresários não gostariam de cobrar preços maiores pelos seus 
produtos, ou que os consumidores não gostariam de pagar preços menores 
por eles? A resposta é não! Os empresários sempre querem cobrar mais 
pelos seus produtos (afinal, o objetivo de qualquer empresa é maximizar o 
seu lucro), e os consumidores sempre querem pagar o mínimo possível por 
qualquer bem. No entanto, se os empresários quiserem vender por preços 
acima do preço de equilíbrio (P2 da Figura 1.9), mais empresários vão querer 
produzir aquele bem (Q2 à direita de Q1, na Figura 1.9), mas menos consu-
midores estarão dispostos a adquiri-lo (Q2 à esquerda de Q1, na Figura 1.9), 
ou seja, haverá excesso de mercadoria no mercado (produtos parados nos 
estoques), pois a oferta estará maior do que a demanda. Assim, como os 
produtores não conseguirão vender tanto quanto gostariam, eles diminuirão 
o preço, até que o equilíbrio de mercado seja restabelecido (P1 e Q1, na 
Figura 1.9).
Em contrapartida, se os consumidores quiserem pagar um preço abaixo 
do preço de equilíbrio do mercado (P3 da Figura 1.9), mais consumidores 
41
estarão dispostos a comprar aquela mercadoria (Q3 à direita de Q1), mas 
menos empresários vão estar dispostos a produzi-la (Q3 à esquerda de Q1), 
fazendo com que haja escassez do produto no mercado (demanda maior do 
que oferta). Assim, para acabar com essa escassez, os consumidores precisam 
aceitar preços maiores por aquele bem, para que os empresários se sintam 
mais estimulados a produzi-lo (até que o equilíbrio do mercado seja restabe-
lecido - P1 e Q1, na Figura 1.9). 
Vamos, então, utilizar novamente o petróleo como exemplo? Imagine 
que o preço de equilíbrio seja de R$ 30,00. Se, por algum motivo, uma força 
externa (o governo, por exemplo, para melhor remunerar as empresas da 
cadeia produtiva do petróleo, pode interferir no mercado, indicando um 
preço mínimo acima do preço de equilíbrio do mercado) determinar que o 
preço a ser cobrado pelo petróleo deve ser de R$ 50,00, a quantidade ofertada 
será maior do que a quantidade demandada, ou seja, haverá sobra de produto. 
Como os vendedores não conseguirão vender tanto quanto gostariam, eles 
teriam que reduzir os preços para conquistarem uma parte do mercado que 
não está sendo atendida pelos produtores que não reduziram os seus preços.
Já em uma situação em que os preços estejam abaixo do equilíbrio (isso 
pode acontecer, por exemplo, se o governo, com o intuito de controlar a 
inflação, passar a administrar (estipular) um preço máximo do petróleo que 
esteja abaixo do ponto de equilíbrio do mercado), por exemplo R$ 20,00, 
a escassez serviria de estímulo para que os consumidores se dispusessem a 
pagar mais pelo produto, o que elevaria o preço e incentivaria o aumento da 
oferta por parte dos produtores.
Figura 1.9 | A tendência ao equilíbrio
Fonte: Dias (2015, p. 49).
42
Dessa forma, como pode ser notado, não existe nenhum instrumento 
melhor do que o sistema de preços para determinar como as sociedades 
devem utilizar os seus recursos: maiores preços estimularão os produtores 
a oferecerem mais produtos e, ao mesmo tempo, afastarão alguns consumi-
dores; preços reduzidos farão com que os produtores reduzam sua oferta e a 
demanda por aquele produto aumente. 
Bem, agora que você já entendeu as dinâmicas de oferta e demanda, 
poderá perceber como o uso de gráficos permite uma visualização precisa 
dos efeitos de alterações tanto na demanda quanto na oferta. Por exemplo, 
se um produto entrar na moda e a sua demanda se deslocar para a direita, 
o resultado disso é que ocorrerá um aumento no preço (o preço muda de P0 
para P1) e na quantidade de equilíbrio do mercado (a quantidade muda de 
q0 para q1), conforme Figura 1.10. Ou seja, ao mesmo nível de preço (P0), os 
empresários não têm estímulo para produzir mais, mas, cobrando um preço 
maior (P1), os empresários passam a ter uma intenção maior de produção, 
fazendo com que alguns consumidores estejam dispostos a pagar esse preço 
mais caro (afinal, aquele produto está na moda). 
Figura 1.10 | O novo equilíbrio de mercado após um aumento da demanda
Fonte: Dias (2015, p. 34).
Quando ocorre uma redução na demanda – que pode ter sido causada 
por uma queda na renda da população, por exemplo – o deslocamento da 
curva para a esquerda fará com que o novo preço de equilíbrio seja menor do 
que o anterior e uma quantidade de equilíbrio menor também apareça (na 
Figura 1.11, o ponto de equilíbrio muda de (P0, q0 para p2, q2).
43
Figura 1.11 | O novo equilíbrio de mercado após uma queda na demanda
Fonte: Dias (2015, p. 36). 
Já se a oferta aumentar (Figura 1.12) por conta de uma redução de custos, 
por exemplo, o resultado será uma redução no preço de equilíbrio, mas a 
uma quantidade maior do que a anterior (ou seja, o equilíbrio passará de 
P0, q0 para P1, q1). Mas por que isso acontece? Se os empresários quiserem 
vender mais pelo mesmo preço (fato que deslocou a curva de oferta para a 
direita), não haverá mais compradores para aquela mercadoria. No entanto, 
se os empresários diminuírem seus preços de vendas de P0 para P1 (já que 
seus custos de produção estão menores), eles encontrarão novos compra-
dores (aumento na quantidade de equilíbrio de q0 para Q1), fazendo com que 
todos saiam ganhando, conforme Figura 1.12.
44
Figura 1.12 | O novo equilíbrio de mercado após o aumento da oferta
Fonte: Dias (2015, p. 36). 
Por fim, em situações nas quais a oferta se reduz – por conta de aumento 
nos custos de produção, por exemplo – o resultado é um aumento no preço 
de equilíbrio (de P0 para P2) e uma redução na quantidade de equilíbrio (de 
q0 para q2), conforme Figura 1.13.
Figura 1.13 | O novo equilíbrio de mercado após a redução da oferta
Fonte: Dias (2015, p. 36). 
45
Esses exemplos permitem a você ter uma visão dos diferentes cenários a 
serem enfrentados pelas empresas e que podem ser construídos a partir das 
interações entre as forças de oferta e demanda. Conhecê-los pode lhe colocar 
em uma posição privilegiada em termos estratégicos, concorda? Por isso, não 
perca tempo: leia o material sugerido e aprofunde-se nesses temas para que 
você se torne um profissional diferenciado. Até a próxima!
Sem medo de errar
Olá! Agora que você acompanhou toda nossa discussão sobre o equilí-
brio de mercado, é o momento de voltarmos nossa atenção para o Rodrigo, 
que foi convocado para um encontro com uma associação de consumidores 
do município onde ele trabalha na secretaria de agricultura. Essa associação, 
bastante atuante nesta cidade de porte médio, trouxe uma reclamação a 
respeito do aumento excessivo do preço do quilo do tomate nas últimas 
semanas (R$ 10,00), e uma solicitação para que a prefeitura determine 
um congelamento de preços (a R$ 5,00 o quilo) do tomate no município, 
enquanto durar a escassez do produto, argumentando que o preço atual está 
impedindo que muitos consumidores façam suas compras. Rodrigo sabe que 
o aumento atual dos preços foi causado por uma quebra de safra, pois a secre-
taria de agricultura acompanha de perto a produção agrícola do município,

Outros materiais