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Administração Pública

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Administração Pública 
 
 
Introdução: 
Atualmente, podemos atribuir dois conceitos de Administração Pública, são eles: 
a) Critério formal ou subjetivo: Alcança as entidades, os indivíduos e os órgãos 
que irão satisfazer os objetivos do Estado. 
b) Critério material ou objetivo: Alcança na atividade administrativa operado 
pelo Estado. 
A divisão da Administração Pública é feita a partir do decreto-lei n. 200/67. Sua divisão 
é feita da seguinte maneira: 
a) Administração Direta: Composta pelos entes políticos: União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
b) Administração Indireta: Composta por autarquias, fundações públicas, 
sociedades de economia mista e empresas públicas. 
 
Administração pública direta ou centralizada: 
A administração direta é responsável pelos serviços incluídos na estrutura 
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. Tem como sede jurídica 
a Constituição Federal, que nos termos do art. 21 as competências da União, como 
por exemplo: manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais, declarar guerra e celebrar a paz, etc. 
São consideradas pessoas jurídicas de direito público, possuem competências 
administrativa e legislativa, e conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
101/2000), estão sujeitas a contabilidade pública. 
 
Princípio da descentralização pública: 
Segundo Fernanda Marinela1: “Consiste em atribuir à pessoa distinta daquele Estado 
poderes suficientes para que, atuando por conta de risco, mas sob ordenamento e 
controle estatal, desempenhe atividade pública ou de utilidade pública” 
Seguindo essa ideia, o Estado passa a operar indiretamente, por isso o conceito 
“Administração Pública” 
A descentralização administrativa pode acontecer de várias formas, mas é necessário 
diferenciar a “Descentralização” de “Desconcentração”. 
 
1 Fernanda Marinela Souza Santos é professora, escritora e advogada. Atua na área de direito administrativo e 
constitucional. Autora do livro jurídico “Direito Administrativo” e atualmente é conselheira do CNMP. 
Vamos as principais características: 
Descentralização Desconcentração 
Entidades com personalidades jurídica 
autônoma. (Criação de uma nova 
pessoa jurídica) 
A distribuição ocorre na mesma pessoa 
jurídica. 
Não há hierarquia entre os entes. Há hierarquia entre os órgãos 
(Vinculação hierárquica) 
Respondem judicialmente pelos 
prejuízos que causarem. 
Exemplo: Transferência entre órgãos da 
mesma pessoa política. 
 
Administração pública indireta: 
Os seguintes entes fazem parte: autarquias, fundações públicas, sociedade de 
economia mista, empresas públicas. 
 
Autarquias: O conceito de autarquia está previsto no art. 5°, I, do decreto-lei n. 
200/67: “Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e 
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que 
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira 
descentralizada” 
Autarquia se divide em: a) comum, b) especial, c) corporativas, d) fundacionais. 
a) Autarquias comuns tem privilégios tributários, porém restringe-se aos impostos, 
nada impede a cobrança de contribuições e taxas. Exemplo: se alguma 
autarquia é proprietária de alguma casa, e essa não está sendo utilizada, a 
autarquia deve pagar o IPTU, já que a casa não está sendo utilizada com a 
finalidade específica. 
Os atos administrativos, praticados por essas autarquias, são presumidamente 
autoexecutáveis, imperativos e legítimos. 
Tem como grande exemplo o INSS. 
 
b) Autarquias de regime especial são as agências reguladoras, responsáveis pela 
regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens 
transferidos ao setor privado. 
Como anota Diego de Figueiredo Moreira Neto2: “As agências reguladoras 
foram introduzidas no Brasil sob a forma de autarquias e, consequentemente, 
com personalidade jurídica de direito público. Estão sujeitas, assim, ao 
mandamento do art. 37, XIX, da Constituição.” 
Segundo Sergio Nelson Mannheirmer3: “O Estado sempre teve o encargo de 
zelar por sua boa prestação. Ocorre todavia, que, quando os serviços públicos 
eram prestados diretamente pelo próprio Estado ou indiretamente por pessoas 
jurídicas por ele controladas, essas funções não tinham visibilidade e, a rigor, 
não eram eficientemente desempenhadas.” 
Tem vários exemplos de autarquias especiais, são elas: ANATEL, ANEEL, 
ANA, ANAC, ANP e ANVISA. 
 
c) As autarquias corporativas são os Conselhos Profissionais. 
Exemplo: Conselho Nacional de Residência Medica (CNRM) 
Existe uma peculiaridade em relação a OAB. Em 2006, o Supremo Tribunal 
Federal, decidiu que a Ordem dos Advogados do Brasil não é considerada 
autarquia pois: A OAB é entidade independente, não está vinculada a qualquer 
órgão administrativo e não está sujeita a controle ministerial. 
 
d) As autarquias fundacionais são as fundações públicas de direito público que 
tomam como substrato um patrimônio personalizado. 
Segundo Wander Garcia4: “Tais autarquias tomam o nome de fundação, pois, 
aqui, o elemento patrimônio prepondera em detrimento do elemento humano, 
ocorrendo o inverso com a autarquia típica” 
Exemplo: FUNAI, IPEA, FUNDAP, FAPESP. 
 
 
2 Diogo de Figueiredo Moreira Neto é professor titular de direito administrativo da Universidade Cândido 
Mendes, é professor Emérito da Escola de Comando e Estado-maior do Exército, e já foi procurador geral do 
Estado. 
3 Sergio Nelson Mannheimer é procurador do estado do Rio de Janeiro, advogado do escritório Andrade & 
Fichtner e mestre em Direito pela Faculdade de Direitos de Heidelberg (Alemanha) 
4 Wander Garcia é escritor do livro “Manual Completo de Direito Administrativo para Concursos” 
Fundações Públicas: Podem ser de direito público (Autarquia Fundacional) e podem 
ser de direito privado (Fundação Governamental). 
 
Fundação Pública de Direito Público 
(Autarquia Fundacional) 
Fundação Pública de Direito Privado 
(Fundação Governamental) 
São criadas por lei, prevalecendo o 
entendimento do art. 37, XIX, da CF. 
(Regime semelhante ao das autarquias) 
Sua criação é por autorização da lei, sua 
criação então deve ser por registro de 
seus atos constitutivos no Cartório do 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
 
 
Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas: São entidades da 
administração pública indireta, com personalidade jurídica de direito privado. Tem 
como objetivo a exploração da atividade econômica e prestação de um serviço 
público. 
As duas tem o seu regime jurídico bastante parecido, como por exemplo, as duas tem 
personalidade de direito privado e tem a mesma finalidade (Prestar serviço público e 
explorar a atividade econômica). Contudo, existem duas grandes diferenças: 
- Capital: As empresas públicas tem seu capital exclusivamente público, já as 
sociedades de economia mista tem seu capital de maneira mista. 
- Forma Organizacional: As empresas públicas poderão constituir qualquer 
modalidade empresarial, já as sociedades de economia mista são obrigadas a serem 
S.A. (Sociedade Anônima) 
 
 
Fontes: 
LICÍA, Rossi. Manual de Direito Administrativo. 6ª edição, editora Saraiva.

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