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Hidrogeografia Modulo

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Prévia do material em texto

Manual de Curso de licenciatura em Ensino de Geografia – 2o ano 
Hidrogeografia 
G0140 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino a Distância 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância 
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no 
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de 
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a 
processos judiciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino à Distância - CED 
Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa 
 
Moçambique - Beira 
Telefone: 23 32 64 05 
Cel: 82 50 18 44 0 
Fax:23 32 64 06 
E-mail: ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
 
 
Agradecimentos 
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual, 
dr. Edson Feniche José Húo, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e 
instituições na elaboração deste manual: 
 
Pela maquetização e revisão final 
 
 
Heitor Simão Mafanela Simão 
Elaborado Por: dr. Edson Feniche José Húo 
Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira 
Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED 
 
 
Coordenação, Maquetização e Revisão Final: dr. Heitor Simão Mafanela Simão 
Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira 
Mestrando em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica 
Coordenador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 i 
 
Índice 
Visão geral 1 
Bem-vindo a Hidrogeografia ......................................................................................... 1 
Objectivos do curso ....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 2 
Como está estruturado este módulo................................................................................ 2 
Ícones de actividade ...................................................................................................... 3 
Acerca dos ícones ........................................................................................ 3 
Habilidades de estudo .................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 4 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 4 
Avaliação ...................................................................................................................... 5 
Unidade I 7 
Introdução a Hidrogeografia .......................................................................................... 7 
Introdução ............................................................................................................ 7 
Sumário ....................................................................................................................... 12 
Exercícios.................................................................................................................... 13 
Unidade II 15 
Regimes hídricos e processos de formação .................................................................. 15 
Introdução .......................................................................................................... 15 
Sumário ....................................................................................................................... 21 
Exercícios.................................................................................................................... 22 
Unidade III 23 
Propriedades físicas das águas naturais ........................................................................ 23 
Introdução .......................................................................................................... 23 
Sumário ....................................................................................................................... 38 
Exercícios.................................................................................................................... 39 
Unidade IV 40 
Propriedades químicas das águas naturais .................................................................... 40 
Introdução .......................................................................................................... 40 
Sumário ....................................................................................................................... 51 
Exercícios.................................................................................................................... 52 
Unidade V 53 
As bases dos processos de formação dos reservatórios aquáticos ................................. 53 
Introdução .......................................................................................................... 53 
 
 
 Hidrogeografia G0140 ii 
 
Sumário ....................................................................................................................... 56 
Exercícios.................................................................................................................... 56 
Unidade VI 57 
As leis básicas dos movimentos das águas ................................................................... 57 
Introdução .......................................................................................................... 57 
Sumário ....................................................................................................................... 63 
Exercícios.................................................................................................................... 64 
Unidade VII 65 
A circulação das águas na natureza .............................................................................. 65 
Introdução .......................................................................................................... 65 
Sumário ....................................................................................................................... 70 
Exercícios.................................................................................................................... 71 
Unidade VIII 72 
A influência dos processos hídricos sobre as condições naturais .................................. 72 
Introdução .......................................................................................................... 72 
Sumário ....................................................................................................................... 77 
Exercícios.................................................................................................................... 78 
Unidade IX 79 
Os recursos hídricos na terra ........................................................................................ 79 
Introdução .......................................................................................................... 79 
Sumário ....................................................................................................................... 81 
Exercícios.................................................................................................................... 81 
Unidade X 82 
A hidrografia dos glaciares .......................................................................................... 82 
Introdução ..........................................................................................................82 
Sumário ....................................................................................................................... 89 
Exercícios.................................................................................................................... 90 
Unidade XI 91 
O balanço do gelo e da água nos glaciares ................................................................... 91 
Introdução .......................................................................................................... 91 
Sumário ....................................................................................................................... 97 
Exercícios.................................................................................................................... 98 
Unidade XII 99 
Os reservatórios aquáticos especiais - águas subterrâneas ............................................ 99 
Introdução .......................................................................................................... 99 
 
 
 Hidrogeografia G0140 iii 
 
Sumário ..................................................................................................................... 114 
Exercícios.................................................................................................................. 115 
Unidade XIII 116 
Os movimentos das águas subterrâneas...................................................................... 116 
Introdução ........................................................................................................ 116 
Sumário ..................................................................................................................... 124 
Exercícios.................................................................................................................. 125 
Unidade XIV 126 
A hidrografia dos rios ................................................................................................ 126 
Introdução ........................................................................................................ 126 
Sumário ..................................................................................................................... 136 
Exercícios.................................................................................................................. 137 
Unidade XV 138 
Regime hídrico dos rios ............................................................................................. 138 
Introdução ........................................................................................................ 138 
Sumário ..................................................................................................................... 141 
Exercícios.................................................................................................................. 142 
Unidade XVI 143 
A hidrografia dos lagos.............................................................................................. 143 
Introdução ........................................................................................................ 143 
Sumário ..................................................................................................................... 148 
Exercícios.................................................................................................................. 149 
Unidade XVII 150 
A hidrografia dos pântanos ........................................................................................ 150 
Introdução ........................................................................................................ 150 
Sumário ..................................................................................................................... 153 
Exercícios.................................................................................................................. 154 
Unidade XVIII 155 
Oceano mundial ........................................................................................................ 155 
Introdução ........................................................................................................ 155 
Sumário ..................................................................................................................... 157 
Exercícios.................................................................................................................. 157 
Unidade XIX 159 
Os diferentes oceanos do mundo................................................................................ 159 
Introdução ........................................................................................................ 159 
 
 
 Hidrogeografia G0140 iv 
 
Sumário ..................................................................................................................... 161 
Exercícios.................................................................................................................. 162 
Unidade XX 163 
As propriedades físicas das águas oceânicas .............................................................. 163 
Introdução ........................................................................................................ 163 
Sumário ..................................................................................................................... 168 
Exercícios.................................................................................................................. 169 
Unidade XXI 170 
Propriedades químicas das águas oceânicas ............................................................... 170 
Introdução ........................................................................................................ 170 
Sumário ..................................................................................................................... 172 
Exercícios.................................................................................................................. 172 
Unidade XXII 174 
Os movimentos das águas oceânicas .......................................................................... 174 
Introdução ........................................................................................................ 174 
Sumário ..................................................................................................................... 178 
Exercícios.................................................................................................................. 178 
Unidade XXIII 179 
Acção das águas marítimas e o aproveitamento económico do oceano mundial ......... 179 
Introdução ........................................................................................................ 179 
Sumário ..................................................................................................................... 185 
Exercícios.................................................................................................................. 185 
Unidade XIV 186 
A poluição dos oceanos e mares ................................................................................ 186 
Introdução ........................................................................................................ 186 
Sumário ..................................................................................................................... 188 
Exercícios.................................................................................................................. 188 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 1 
 
Visão geral 
Bem-vindo a Hidrogeografia 
 
O material apresenta-nos pressupostos que se relacionam com a 
hidrosfera, no que se refere as águas superficiais (oceanos), as 
águas subterrâneas e as águas consolidadas (glaciares). Sobre os 
oceanos, nos proporcionara conhecimentos sobre os oceanos no seu 
todo, isto é, o seu conceito, suas divisões, suas características e o 
seu aproveitamento económico; sobre asaguas subterrâneas dar-
nos-á pressupostos relativo as suas características gerais; e 
finalmente sobre os glaciares a bagagem será também em torno das 
suas características e a importância destes na manutenção do 
equilíbrio térmico da terra. 
 
Objectivos do curso 
Quando terminar o estudo de Hidrogeografia será capaz de: 
 
Objectivos 
 Conceitualizar a Hidrogeografia; 
 Descrever as propriedades físicas e químicas das águas; 
 Debruçar sobre a circulação da água na natureza; 
 Caracterizar os oceanos; 
 Demonstrar a importância económica dos oceanos; 
 Descrever os mecanismos de poluição dos oceanos; 
 Caracterizar o litoral moçambicano; 
 Caracterizar as águas subterrâneas; 
 Explicar o processo de contaminação das águas subterrâneas; 
 Caracterizar os glaciares; 
 Descrever a importância dos glaciares na manutenção do equilíbrio 
térmico. 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 2 
 
Quem deveria estudar este 
módulo 
Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser 
professores da disciplina de Geografia, que estão a frequentar o curso de 
Licenciatura em Ensino de Geografia, do Centro de Ensino a Distancia. 
Estendese a todos que queiram consolidar os seus conhecimentos sobre 
a Hidrogeografia. 
Como está estruturado este 
módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de 
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados 
da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de 
começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo 
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais 
actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do modulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários 
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo. 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 3 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das 
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo 
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma 
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por 
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África 
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia. 
Habilidades de estudo 
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores 
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os 
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é 
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que 
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos: 
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente 
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em 
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de 
tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com 
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo 
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem 
interrupção? 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da 
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já 
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria 
do que saber pouco sobre muitas partes. 
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque, 
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a 
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda 
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua 
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar 
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o 
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e 
a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma 
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A 
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de 
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode 
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode 
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados 
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a 
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
 
 
 Hidrogeografia G0140 4 
 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
desconhece; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o 
material impresso, lhe pode suscitar alguma duvida (falta de clareza, 
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de 
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, 
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, 
contacteo pessoalmente. 
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o 
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, 
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de 
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase 
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza 
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. 
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de 
expediente. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem 
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode 
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras. 
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque 
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam 
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu 
próprio saber e desenvolva suas competências. 
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do 
período presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. 
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser 
dirigidos ao tutor\docentes. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os 
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do 
autor. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 5 
 
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) 
palavras de um autor, sem o citar é considerado plagio. A honestidade, 
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a 
realização dos trabalhos. 
Avaliação 
Você será avaliadodurante o estudo independente (80% do curso) e o 
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com 
base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual, 
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de 
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a 
cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes 
e 1 (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como 
ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, 
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das 
referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. 
consulteos. 
 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 7 
 
Unidade I 
Introdução a Hidrogeografia 
 
Introdução 
Nesta unidade iremos discutir sobre a Hidrogeografia, seu conceito, 
objecto de estudo, o percurso histórico e noções de hidrosfera no 
cômputo geral. 
É necessário que para o estudo de uma ciência iniciemos de 
antemão com os conhecimentos de base de modo que o estudante 
da disciplina saiba o que lhe espera. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 Conceituar a Hidrogeografia; 
 Identificar o seu objecto de estudo; 
 Descrever o seu percurso histórico; e 
 Descrever de modo geral a hidrosfera. 
 
 
 Conceito e objecto de estudo da Hidrogeografia 
“Dentro das ciências fisico – geograficas, inclui-se a 
Hidrogeografia que tem como objecto de estudo os fenomenos 
que tem lugar na hidrosfera. […] a hidrosfera corresponde a 
parte liquida da geosfera, vemos entao que os fenomenos 
hidrogeograficos serao os correspondentes , tanto a aguas 
continentais superficiais ou subterraneas, como aos do 
 
 
 Hidrogeografia G0140 8 
 
oceano”. (FACULDADE DE LETRAS DA UEM 1982, p. 61) 
Hidrogeografia é a ciência que estuda as aguas e a sua descriçao (a 
origem, ocorrência e distribuição dos fenómenos aquáticos na 
superfície da terra). 
 
O percurso histórico da Hidrogeografia 
Os mais antigos trabalhos de drenagem e irrigação em larga 
escala são atribuídos ao Faraó Menés, fundador da primeira 
dinastia egípcia, que barrou o rio Nilo próximo a Mênphis, 
com uma barragem de 15m e extensão de aproximadamente 
500 metros, para alimentar o canal de irrigação. 
Também no Egito encontram-se os primeiros registros 
sistemáticos de níveis de enchentes. Estes registos datam de 
3.500 a.C. e indicavam aos agricultores a época oportuna de 
romper os diques para inundar e fertilizar as terras 
agricultáveis. Nota-se que, aos egípcios, pouco importava o 
estudo da Hidrologia como ciência e sim a sua utilização. 
Muitos conceitos erróneos e falhas de compreensão 
atravessaram o desenvolvimento da engenharia no seu sentido 
actual. Os gregos foram os primeiros filósofos que estudaram 
seriamente a Hidrologia, com Aristóteles sugerindo que os rios 
eram alimentados pelas chuvas. Sua maior dificuldade era 
explicar a origem da água subterrânea. Somente na época de 
Leonardo da Vinci (por volta de 1.500 d.C.) a ideia da 
alimentação dos rios pela precipitação começou a ser aceita. 
No entanto, foi apenas no ano de 1694 que Perrault, através de 
medidas pluviométricas na bacia do rio Sena, demonstrou, 
quantitativamente, que o volume precipitado ao longo do ano 
era suficiente para manter o volume escoado. 
O astrónomo inglês Halley, em 1693, provou que a evaporação 
da água do mar era suficiente para responder por todas as 
nascentes e fluxos d’água. Mariotte, em 1686, mediu a 
velocidade do rio Sena. Estes primeiros conhecimentos de 
Hidrologia permitiram inúmeros avanços no Século XVIII, 
incluindo o teorema de Bernoulli, o Tubo Pitot e a Fórmula de 
Chèzy, que formam a base da Hidráulica e da Mecânica dos 
 
 
 Hidrogeografia G0140 9 
 
Fluidos. 
Durante o Século XIX, foram feitos significantes avanços na 
teoria da água subterrânea, incluindo a Lei de Darcy. No que se 
refere à Hidrologia de águas superficiais, muitas fórmulas e 
instrumentos de medição foram criados. 
Chow (1954) chamou o período compreendido entre 1900 e 
1930 ficou conhecido como o Período do Empirismo. O 
período de 1930 a 1950 seria o Período da Racionalização. 
Datam desta época o Hidrograma Unitário de Sherman (1932) 
e a Teoria da Infiltração de Horton (1933). Entre 1940 a 1950 
foram feitos significantes avanços no entendimento do 
processo de evaporação. Em 1958, Gumbel llança as bases da 
moderna hidrologia estocástica. A partir da década de 70, a 
Hidrologia passa a contar com os avanços computacionais, o 
que levaram ao desenvolvimento de muitos modelos de 
simulação” (STUDART e CAMPOS s/d, p. 4 - 5) 
 
Objectos aquaticos e noção da hidrosfera 
O recurso aquático predominante na hidrosfera é o oceano se 
seguindo restantes ambientes aquáticos, como rios, lagos, lagoas e 
mares e todas as águas subterrâneas, bem como as águas marinhas, 
águas glaciais e lençóis de gelo, vapor de água, as quais 
correspondem a 71% de toda a superfície terrestre. 
É pertinente que ao falarmos da hidrosfera nos restringíssemos em 
primeira mão sobre as teorias que explicam a sua origem. 
O surgimento da Hidrosfera é discutível. Existem várias hipóteses e 
teorias que explicam este acontecimento e todas elas estão em 
conexão com a origem da Terra. A primeira teoria de E. Zuss, a 
evaporação do magma, defende que a hidrosfera resultou das 
emanações do magma em fusão, no processo do vulcanismo, tendo 
alimentado a atmosfera em vapor de água, gases e poeiras. As 
poeiras teriam contribuído para a formação de núcleos de 
condensação e consolidado a crusta terrestre, o que poderia ter 
 
 
 Hidrogeografia G0140 10 
 
facilitado a consolidação e a retenção da água; a segunda foi 
defendida por Vinogradov por volta do ano 1959, onde segundo o 
autor, a hidrosfera terá resultado da actividade vulcânica através do 
qual foi emitido o magma e as substâncias voláteis e infusíveis 
como amoníaco, cloro, oxigénio, hidrogénio, dióxido de carbono 
que teriam se deslocado por convecções à superfície da Terra local 
pelo qual processou-se a refrigeração e cristalização da massa 
fundida. 
A água teria se sintetizado a partir oxigénio e hidrogénio que se 
deslocavam à atmosfera em forma de vapor de água. Tendo o vapor 
de água se refrescado e condensado a elevadas altitudes da 
atmosfera, as gotas de água submetidas à força de gravidade, caiam 
em direcção à superfície da Terra que de novo evaporavam-se, 
elevando-se às camadas superiores da atmosfera para transmitir o 
calor terrestre ao espaço cósmico frio. Como resultado deste 
mecanismo de troca de energia entre os espaços cósmico frio e 
terrestre quente, as primeiras gotas de chuva teriam atingido a 
superfície da Terra; e finalmente temos a teoria catastrófica que 
defende que a hidrosfera teria se formado a partir dos fragmentos 
resultantes da colisão de duas estrelas. 
Os fragmentos dispersos pelo universo foram colidindo durante 
longo período de tempo. A Terra foi recebendo os meteoritos e 
planetóides que nela colidiam devido a sua maior força de atracção. 
Estes meteoritos continham muita água. 
Os meteoritos incandescentes ao colidirem com a Terra, tornaram-
se num oceano de magma. A contínua queda dos meteoritos sobre o 
oceano de magma, fez com que os materiais mais pesados 
(ferrosos) se afundassem e o vapor de água contido neles se 
evaporasse para alta atmosfera,tendo-se condensado e criado aí 
nuvens espessas. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 11 
 
A medida que a queda dos planetóides foi diminuindo, a 
temperatura do oceano do magma foi baixando e consequentemente 
a temperatura do ar, o que condicionou a descida das espessas 
nuvens que provocaram chuvas intensas que reduziram cada vez 
mais a temperatura da terra, o que favoreceu a que a água da chuva 
atingisse a superfície da Terra e, assim, se formasse a Hidrosfera. 
Actualmente, tem lugar a transferência de água a partir das rochas 
em fusão, do manto para os oceanos – água juvenil (que se origina 
nas altas profundidades e supõe-se estar relacionada com a 
actividade magmática). Contudo, este acréscimo é compensado 
pelo equilíbrio mantido através da perda de uma parte de água sob 
efeito do bombardeamento de raios solares sobre as gotas de água 
(vapor de água) o que concorre para que uma parte de hidrogénio 
liberto escape do efeito gravitacional para o espaço cósmico. 
A hidrosfera será neste caso a esfera que compõe todas as águas do 
planeta, os quais formam uma camada descontínua sobre a 
superfície da Terra. 
O termo hidrosfera vem do grego: hidro + esfera = esfera da água 
as quais correspondem a 71% de toda a superfície terrestre. Esta 
esfera compreende todos os rios, lagos, lagoas, as águas 
subterrâneas e as águas glaciais, bem como as águas marinhas onde 
esta ultima perfaz cerca de 97%, ocupando o maior espaço. 
Para cada um dos componentes da hidrosfera podemos encontrar 
algumas ciências específicas que se dedicam a estudo de cada uma 
delas, nomeadamente, a oceanografia, estuda os oceanos e mares 
no que respeita as suas propriedades físicas e químicas, bacias 
oceânicas entre outros aspectos; a potamologia, estuda o 
comportamento dos cursos de água, tanto superficiais como 
subterrâneas (rios e aguas subterrâneas), a sua localização e 
utilização relacionado com o resto dos fenómenos físico – 
 
 
 Hidrogeografia G0140 12 
 
geográficos em especial com os climatológicos, geomorfológicos, 
pedológicos, entre outros; e a limnologia, estuda os lagos e 
pântanos. 
Sumário 
A Hidrogeografia é uma área da Geografia Física que se dedica ao 
estudo da parte líquida da terra. Ela tem como objecto de estudo as 
águas que correspondem a maior parte da terra relativamente a 
parte continental. Para o seu estudo (que deve ser feito em partes) 
ela subdivide-se em oceanografia, limnologia e potamologia. 
A parte líquida na terra surge, segundo algumas teorias, pela 
emanação vulcânica, donde durante a sua actividade libertou/liberta 
gases, poeiras e vapor de água. Este último elemento condensou-se 
a partir da poeira (núcleo de condensação) e daqui estava criada as 
condições para que ocorresse a precipitação e se criasse os 
primeiros cursos de água. 
A outra teoria, que pelo teor, se baseia na primeira também alega 
que a parte líquida surge por meio de actividades vulcânicas que 
libertou para a terra gases como, o oxigénio, o hidrogénio, entre 
outros, donde na fusão do oxigénio e hidrogénio criou-se condições 
para a formação da água. 
O historial sobre o estudo das águas surge, obviamente, depois do 
processo da sua formação. No processo do percurso histórico das 
águas, numa perspectiva mais científica, há que destacar o 
contributo dos gregos que foram os primeiros filósofos que 
estudaram seriamente a Hidrologia, com Aristóteles sugerindo que 
os rios eram alimentados pelas chuvas. 
Após esta descoberta várias e distintas ideias, de outros autores, 
foram surgindo e continuam surgindo ate os dias presentes. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 13 
 
Exercícios 
 
1. De o conceito da Hidrogeografia. 
2. Diga em que campo das ciências geográficas se enquadra. 
3. Faça uma abordagem sobre a história da hidrologia desde o 
passado ate em épocas actuais. 
4. Estabeleça a distinção entre a teoria de Zuss e de 
Vinogradov e explica, segundo o ultimo autor, de que forma 
a terra baixou a temperatura uma vez que ela era um “lago 
de magma”. 
 
Entregar o exercício 2, 3 e 4 desta unidade. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 15 
 
Unidade II 
Regimes hídricos e processos de formação 
 
Introdução 
Esta unidade debruçar-se-á sobre o comportamento das águas na 
terra, que é em função das condições que lhes são submetidas, isto 
é, a variação do nível do caudal dos rios, por exemplo, varia em 
função do clima, do terreno que percorre, do relevo, entre outros 
factores. 
Abordara também sobre os processos de formação dos recursos 
hídricos, em que neste processo, de acordo com os componentes 
dissolvidos da água e dos fenómenos decorrentes na natureza 
(clima, evaporação, entre outros), elas/as águas naturais se 
distinguem uma das outras. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 Explicar o comportamento do caudal das águas em função das 
condições que lhe são submetidas; 
 Descrever o processo de formação dos recursos hídricos na 
terra; e 
 Distinguir as distintas águas existentes no globo terrestre. 
 
Os regimes hídricos 
Referem-se aos comportamentos das águas no que respeita ao seu 
aumento ou redução ao longo do ano. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 16 
 
Fazendo uma analise sobre o regime hídrico das águas dos oceanos 
podemos notar que estas recebem constantemente a agua provinda 
das rochas em fusão existentes no interior da terra. Esta emissão 
contribuiria bastante para o aumento das águas marinhas mas 
porque uma parte da água existente na atmosfera é dissolvida pela 
luz solar e outras escapam a gravidade terrestre se perdendo no 
espaço parece haver compensação entre a água ganha e perdida 
fazendo com que os níveis das águas oceânicas se mantenham 
quase constante. O apontamento apresentado pela Faculdade de 
letras da UEM (1982, p. 65) subscreve este fenómeno: 
“parece estar claro que a agua presente na terra tem 
a sua origem nas rochas em fusão existentes sob a 
crusta terrestre. Quando estas rochas, através das 
erupções vulcânicas entram em contacto com o mar, 
desprendem grandes quantidades de vapor de água. 
No momento da formação da crusta terrestre terão 
sido estas rochas que transportaram, desta forma, as 
aguas que agora existe nos oceanos. Porque a crusta 
terrestre existente situada sob os oceanos se renova 
permanentemente a partir destas rochas em fusão, 
verifica-se, por isso, um fornecimento contínuo de 
água designada por água juvenil”. 
O volume das águas oceânicas deveria pois 
aumentar continuamente. Mas porque, em 
contrapartida, uma fracção de água presente na 
atmosfera é dissolvida pela luz solar nas altitudes 
mais elevadas, e uma parte das moléculas assim 
formadas, particularmente o H [hidrogénio], 
escapam a atracção terrestre, esta perda de vapor de 
água parece compensar rigorosamente o 
fornecimento da água juvenil” (Faculdade de letras 
da UEM 1982, p. 65). 
Porem, a partir da acção do clima, por meio de aumento da 
temperatura que se fez sentir em algumas épocas, o nível das aguas 
dos oceanos tende a aumentar. Veja: 
“As águas marinhas elevam os oceanos ate um nível 
que nos serve de referencia para medir as altitudes e 
as profundidades. Esse nível, a escala humana, não 
parece variar. No entanto, o volume das águas 
 
 
 Hidrogeografia G0140 17 
 
marinhas varia em função da quantidade de gelo 
depositado nos continentes. Durante os últimos 500 
000 anos, os climas sofreram variações de grande 
amplitude, ate ao ponto fazer variar esse volume de 
tal modo que o nível dos mares se modificou em 
uma centena de metros. Efectivamente, a superfície 
ocupada pelos gelos, assim como a espessura da 
capa de gelo aumenta ou diminui segundo o frio seja 
mais ou menos intenso; uma quantidade de água 
mais ou menos grande é assim retirada ou fornecida 
aos oceanos. Devido a isso, no período das 
glaciações o nível dos mares e oceanos desce, pondo 
a descoberto por toda a parte a plataformacontinental, os rios vem-se então forçados a abrir o 
seu curso sobre um terreno anteriormente ocupado 
pelo mar. [Em períodos relativamente quente o nível 
do mar é relativamente alto devido ao degelo] 
Como ainda existe uma massa de gelo que é de cerca 
de 2% da massa dos oceanos, o nível do mar pode 
ainda elevar-se cerca de uma centena de metros. Isto 
seria suficiente para que a maior parte das capitais 
do mundo como o Tóquio, Londres, Nova York e 
Paris se visem inundadas pelas águas.” (1982, 65). 
Hoje vivemos um regime capitalista, uma economia baseada no 
mercado em que o que transparece é o facto de o desenvolvimento 
económico assumi a prioridade nos objectivos traçados em 
diferentes regiões em detrimento dos cuidados a ter com a natureza. 
Assim sendo, hoje devido as actividades industriais temos vivido 
uma era das mudanças climáticas, manifesta por aumento da 
temperatura mundial. Com isso nas zonas polares assiste-se um 
crescente derretimento do gelo, facto que tem contribuído para o 
aumento do nível médio das águas do mar. 
Os rios podem apresentar-se com um caudal fraco (estiagem) ou 
alto (cheia) em função da abundância ou não da chuva ou degelo. 
O regime de um rio depende da alimentação (proveniente da chuva 
ou degelo), do relevo (a forte inclinação do leito favorece o 
escoamento rápido das aguas), do clima, da natureza das regiões 
atravessadas (as rochas permeáveis retardam a escorrência e 
 
 
 Hidrogeografia G0140 18 
 
restituem lentamente as aguas infiltradas, regularizando assim o 
regime do rio. Pelo contrario, a totalidade das aguas das chuvas 
corre rapidamente sobre as rochas impermeáveis, determinando 
grandes inundações) e da existência da vegetação e de lagos 
reguladores. 
De acordo com o seu regime os rios classificam-se de diferentes 
formas. Deste modo podemos classificar os rios em regime 
constante ou permanente, periódico ou cíclico, irregular ou 
intermitente e torrencial. 
Existem três tipos de lagos, nomeadamente, emissor, intermédio ou 
de passagem e receptor. De acordo com o seu tipo o regime dos 
lagos irá variar em função do comportamento do caudal dos rios. 
Por exemplo os lagos intermédios e receptor não apenas recebem 
directamente a agua provinda das chuvas ou degelo mas da 
alimentação destes por parte dos rios. 
Quanto o curso das águas subterrâneas, o comportamento do nível 
das águas vária de acordo com a intensidade das precipitações, 
estação do ano, grau de humidade da região, percurso dos cursos 
de água (rios) e proximidade relativa ao mar. “Quanto maior for o 
grau de humidade e pluviosidade, proximidade do mar e a 
existência de rios, tanto mais alto será o nível da toalha. Pelo 
contrário, será menor nas regiões de escassa humidade e durante a 
estação seca”. (Faculdade de letras da UEM, p. 79) 
 
Os processos de formação dos objectos aquáticos 
“Parece estar claro que a água presente na terra tem a 
sua origem nas rochas em fusão existentes sob a 
crusta terrestre. Quando estas rochas, através de 
erupções vulcânicas, entram em contacto com o mar, 
desprendem grande quantidade de vapor de água. No 
momento da formação da crusta terão sido estas 
rochas que transportaram, desta forma, a água que 
agora existe nos oceanos.” (Faculdade de letras da 
UEM 1982, p. 65). 
 
 
 Hidrogeografia G0140 19 
 
 
Consultar apontamentos sobre a origem da 
hidrosfera. 
 
Durante o processo do surgimento da hidrosfera (esfera de agua) 
foram simultaneamente criadas, para além dos oceanos, os rios, 
lagos e águas subterrâneas. É preciso também entender-se que para 
se ter essas componentes da hidrosfera foi necessário a existência 
de depressões, alias, no conceito destas componentes o termo 
referido é parte integrante. Dai que os movimentos naturais da terra 
como os sismos (os efeitos de sismos sobre o terreno podem ser 
muito notáveis “os grandes sismos estão em geral ligado a 
deslocamento de falhas. Quando esta intercepta a superfície, a sua 
rejeição origina desnivelamento verticais e deslizamentos 
horizontais […] podem desviar rios, originar lagos […]” idem, p. 
51, sublinhado do autor), os vulcões (responsável pela formação 
dos lagos vulcânicos localizados em crateras) e a tectónica de 
placas (ver teoria de translação de continentes de Alfred Wegener – 
1912. Substanciando a ideia deste autor admite-se que “ao longo 
das cristas oceânicas o material rochoso do interior do manto sobe 
e espraia-se para cada lado. Assiste-se assim uma expansão 
continua dos fundos dos oceanos para cada linha de crista, a 
velocidade que varia de 1 a 9 cm por ano. Conclui-se portanto que 
a crusta oceânica se esta formando continuamente ao longo das 
grandes crista submarinas” (Idem, p. 44, sublinhado do autor)) 
desempenharam um papel fundamental na criação das tais 
depressões. 
 
As águas naturais 
As águas naturais são aquelas que resultam da actividade natural da 
terra (resultam da actividade vulcânica, das aguas contidas em 
algumas rochas no interior da terra, da agua existente em meteorito, 
de acordo com algumas teorias). A formação da hidrosfera ocorreu 
 
 
 Hidrogeografia G0140 20 
 
de forma natural e em períodos que antecedem o aparecimento do 
Homem. 
Na terra podemos encontrar a água em diferentes locais e sob 
diversas formas de acordo com a sua composição química. Assim 
de acordo como local de ocorrência a água pode se encontrar no 
subsolo (em lençóis freático, provenientes das precipitações e rios 
devido a permeabilidade do solo onde assentam os rios); agua 
superficial doce (encontra-se a superfície, formando cursos de água 
em quantidades e volumes diferentes. Em resultado da sua 
ocorrência, surgem rios, lagos e pântanos); agua dos oceanos e 
mares (são outra forma de ocorrência das águas superficiais, 
porém, dada as suas características particulares apresenta um 
elevado teor de sais, 30 a 35 g/l); e Glaciares (representam-se pelas 
grandes superfícies geladas dos círculos polares, pelas neves das 
regiões de latitudes e altitudes pronunciadas). 
De acordo com a composição química as águas podem se 
classificar em águas minerais (estão em contacto com as rochas e 
dissolvem os minerais nelas existentes, é a água com grande teor de 
minerais) e, podem ser águas salgadas (contém grande teor de sais); 
águas duras (contêm maior percentagem de alguns sais e sobretudo 
carbonato e magnésio. Estas particularizam-se pelo facto de não 
reagirem com soda cáustica. Não se utiliza sabão, quando fervida 
formam uma crosta no fundo); águas pesadas (contêm cerca de 4% 
de sais, 96% água puramente dura); e água mineral potável (é a 
água de circulação subterrânea, considerada bacteriologicamente 
própria, com características físico - químicas estáveis na origem, 
dentro da gama de flutuações naturais de que podem eventualmente 
resultar efeitos favoráveis à saúde e que se distingue da água de 
beber comum - a chamada agua potável) pela sua pureza original e 
pela sua composição específica caracterizada pelo teor de 
substâncias minerais ou outros constituintes. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 21 
 
Avaliando as condições da qualidade para o uso, as águas naturais 
podem ser potável (apresenta padrões mínimos óptimos para o 
consumo humano e ou para outras actividades económicas) e água 
insalubre (imprópria para o consumo humano) 
Sumário 
Concluímos que, o regime hídrico refere-se ao comportamento do 
caudal em diferentes épocas do ano que reage a diversas situações 
que a natureza lhe submete. 
As águas do mar devido a constante emissão das águas juvenis, 
provinda do interior da terra, deveria estar a aumentarem. Este 
fenómeno não acontece porque parte da água evaporada é 
dissolvida pela luz solar e a outra parte perde-se pelo espaço, 
escapando do efeito da gravidade. Deste modo as águas oceânicas 
mantêm-se no mesmo nível, digamos. 
Atendendo apenas a abordagem supra citada ficamos convencidosde que, há de facto uma estabilidade, porem, com o fenómeno 
actual das mudanças climáticas, caracterizado por um aquecimento 
global, protagonizada pela crescente actividade humana, o nível 
médio das aguas do mar aumentou e/ou ira aumentar devido ao 
derretimento do gelo. 
Quanto ao nível do caudal dos rios, lagos e os aquíferos, salientar 
que para além de outros factores, estes estão fundamentalmente 
dependentes das condições climatéricas da região em que se 
localizam. 
A origem dos recursos hídricos esta relacionado, segundo teorias, 
com as actividades vulcânicas e com os meteoros que atingiram a 
terra. Estas teorias explicam o surgimento das águas, porem, é bom 
associar estes fundamentos com os agentes da geodinâmica interna 
(tectonismo, sismos e vulcanismo) que contribuíram/contribuem 
para a modelação da crosta terrestre (aparecimento de depressões), 
locais onde as aguas se instalam. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 22 
 
As águas existentes na terra, de acordo com a sua localização e 
composição, se distinguem entre si, classificando-se 
respectivamente em águas superficiais, subterrâneas, glaciárias, 
doce, salgadas e duras. 
Exercícios 
1. Descreve a influência dos glaciares no aumento dos níveis 
das águas oceânicas e faça uma análise das suas consequências sob 
ponto de vista dos prejuízos dos ecossistemas das fozes dos rios 
(tanto da flora como da fauna) e sob ponto de vista social e 
económico, atendendo a invasão das águas nas zonas costeiras. 
Entregar o exercício 1 desta unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 23 
 
 
Unidade III 
Propriedades físicas das águas 
naturais 
 
Introdução 
Esta unidade ira fornecer pressupostos sobre as propriedades físicas 
das águas naturais, destacando, a transparência, a temperatura, a 
densidade, a alteração do volume específico, a adesão, a tensão 
superficial, a capilaridade, a cor e as propriedades térmicas e 
eléctricas. Estas características reflectem as evidências 
macroscópicas. Fornecer-nos-a também conhecimentos sobre a 
estrutura molecular e os estados da agua. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 Descrever as propriedades físicas da água; 
 Identificar os componentes da estrutura molecular da agua; e 
 Identificar os estados da água e explicar os processos de 
transição. 
As propriedades físicas das águas 
Transparência 
 É a propriedade que tem os corpos de se deixar atravessar pela luz. 
A transparência das águas varia de acordo com o tipo e quantidade 
 
 
 Hidrogeografia G0140 24 
 
de partículas inorgânicas e orgânicas dissolvidas e em suspensão, 
contidas nas águas naturais. São estes elementos que reduzem a 
penetração da luz, reduzindo a actividade fotossintética. 
A transparência vária de alguns cm até 50m. Os instrumentos que 
permitem determinar o grau de transparência é chamado de disco 
de Secchi e o instrumento de “células fotoelectricas de celenio”. 
Quanto maior a absorção da radiação, maior será a transparência 
das águas e consequentemente maior será a produtividade de 
plâncton. 
A transparência das águas é determinada por alguns factores, 
nomeadamente, as substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas 
e em suspensão, a profundidade, o estado de tempo (nebulosidade), 
e a variação da intensidade luminosa (diurna e anual). 
 
Temperatura 
A água pode ser encontrada na natureza em diferentes estados em 
função do clima vigente na região onde se encontra o recurso 
hídrico. Uma pequena variação da temperatura atmosférica ou do 
globo, pode alterar completamente as condições do ciclo 
hidrológico, retardando-o, devido à congelação, ou acelerando-o, 
intensificando a evaporação com o aumento da temperatura. 
 
Densidade 
 À temperatura ambiente, a água líquida fica mais densa à medida 
que diminui a temperatura, da mesma forma que as outras 
substâncias. Mas a 4 °C (ou 3,98 °C mais precisamente), logo antes 
de congelar, a água atinge sua densidade máxima e a partir do seu 
congelamento a densidade começa a diminuir. 
 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 25 
 
Fonte: Google - Wikipédia, a enciclopédia livre 
 
Em grandes massas de água, quando a temperatura nas camadas 
superficiais diminui muito e aproxima-se daquele valor (4º C), 
estabelecem-se correntes de subsidência que, por seu turno, são 
compensadas pela ascensão da água menos densa (mais quente) 
proveniente das camadas mais profundas. Esta característica é 
importante para a ordem ecológica e é graças a ela que os seres 
vivos de regiões glaciares ou sob efeito de invernos rigorosos, 
conseguem sobreviver, durante largo tempo. Por outro lado, o 
movimento daí resultante é responsável pelo equilíbrio térmico 
entre as regiões ou superfícies congeladas e as regiões 
Tabela 1 - Densidade da água em gramas por centímetro cúbico em várias 
temperaturas 
TEMPERATURA (°C) DENSIDADE (g/cm³) 
100 0,9584 
80 0,9718 
60 0,9832 
40 0,9922 
30 0,9956502 
25 0,9970479 
22 0,9977735 
20 0,9982071 
15 0,9991026 
10 0,9997026 
4 0,9999720 
0 0,9998395 
−10 0,998117 
−20 0,993547 
−30 0,983854 
 
 
 Hidrogeografia G0140 26 
 
relativamente mais quentes. 
 
Alteração do volume específico 
Esta associada às transições de fase da água, têm consequências 
importantes em todo o ciclo. Sabe-se que a água é das poucas 
substâncias em que o volume específico aumenta quando se dá a 
solidificação, daqui resulta que o gelo pode flutuar nos oceanos, o 
que obsta, portanto, a congelação progressiva a partir do fundo dos 
oceanos para a superfície das águas, nas regiões polares, como 
frequentemente acontece. Este facto é fundamental para a 
sobrevivência dos seres vivos nas águas das camadas inferiores das 
regiões polares e dos lagos em que se verifica a congelação. 
 
Adesão 
A água adere a si mesma por coesão, por ser polar. Pelo mesmo 
motivo, também apresenta fortes propriedades de adesão. Numa 
superfície de vidro muito limpa, a água ali depositada pode formar 
uma fina camada, porque as forças moleculares entre o vidro e a 
água (forças adesivas) são mais fortes que as coesivas. 
Figura 1- Gotas de orvalho aderidas a uma teia de aranha 
Fonte: Internet – Google 
 
Tensão superficial 
 A água tem uma alta tensão superficial, causada pela forte coesão 
entre as moléculas. Isso é perceptível quando se deposita uma 
 
 
 Hidrogeografia G0140 27 
 
pequena quantidade de água sobre uma superfície não solúvel como 
a do polietileno; a água se mantém reunida em gotas. 
O outro efeito da tensão superficial são as ondas capilares, que são 
as ondulações que se formam ao redor do impacto de gotas na 
superfície da água, e às vezes ocorrem quando sobem correntes 
fortes de água sob a superfície. A aparente elasticidade causada 
pela tensão superficial é o que move as ondas. 
 
Figura 2 – O impacto de uma gota de água provoca uma 
repercussão "para cima" circular rodeado por ondas capilares 
Fonte: Internet – Google 
Figura 3 - Exemplo da manifestação da tensão superficial: Uma 
margarida abaixo do nível da água, que forma uma superfície curva 
acima dela. É a tensão superficial que impede que a água submerja 
a flor. 
Fonte: Internet – Google 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 28 
 
Capilaridade 
Refere-se a capacidade que a água tem de ascender à superfície por 
capilaridade contra a força de gravidade, fazendo com que ela 
mantenha os solos húmidos mesmo nos períodos secos; permite 
também que as plantas absorvam a água dos lençóis freáticos. 
 
Cor 
Em óptica, a cor é uma sensasão fisiológica provocada pela acção 
da luz incidente numa região da retina sobre os pigmentos dos 
cones dessa região. Ela está relacionada com certa qualidade da 
mesma luz que a produz, qualidade que pode ser rigorosamente 
definida pela sua composição espectral. Para o caso particular das 
águas naturais, esta varia de manancialpara manancial. 
A água do mar apresenta uma cor variável devido a nebulosidade, 
natureza do fundo das regiões próximas do litoral. Mesmo assim, o 
mar é tanto mais azul quanto mais límpida estiverem as suas águas. 
A cor natural das águas do mar é azul porque as radiações azuis no 
espectro solar são as menos absorvidas e que, por isso, sofrem 
maior dispersão, penetram a maiores profundidades, ou seja, são 
reflectidas como se dá na atmosfera. 
Existem mares que não possuem a cor azul, este facto é devido às 
infinidades de partículas que contém em suspensão (orgânicas e 
inorgânicas), os inúmeros e pequeníssimos seres platónicos e os 
detritos inorgânicos arrancados pelas águas do mar às costas e os 
que os ventos e os rios estão constantemente a lançar no mar, 
alteram a cor natural das águas do mar e tornam-nas esverdeadas e 
diminui-lhes a transparência. Tais partículas possuem coloração 
esverdeada e conclui-se que as águas azuis são pobres em plâncton. 
 Observe como a cor da água vária em função da latitude: 
 Região equatorial e tropical – águas azuis. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 29 
 
 Nas regiões de latitude média e altas, apresentam sempre 
uma cor esverdeada devido a abundância das diatomácias 
(algas microscópicas). A mesma latitude, nas zonas de 
grandes desertos, as águas apresentam um tom azul vivo 
devido a uma penúria da matéria orgânica e da vida. Diz-se 
que o azul é a cor dos desertos nos oceanos. 
 Perto da costa onde, finas partículas de lodo estão com 
frequência em suspensão, a água é turva, de cor amarela-
esverdeada e, por vezes, vermelha conforme a cor dos 
sedimentos. Por vezes na embocadura dos rios é nítido o 
limite entre as águas costeiras e as águas dos rios, como 
acontece na embocadura dos rios Púnguè e Búzi, na baía de 
Mazanzane em Sofala. 
As vezes as águas do mar apresentam na sua superfície cores como 
branco (mar de leite) e vermelho (mar de sangue). 
A cor branca deve-se a multiplicação de plâncton em quantidade, o 
que faz com que a superfície tenha um aspecto de gelatina 
esbranquiçada. 
Se certos organismos de plâncton de cor vermelha adquirem um 
certo desenvolvimento excessivo, as águas tomam uma cor 
vermelha – mar vermelho; apresentam algumas vezes uma cor 
avermelhada devido a abundância de algas denominadas 
trichodesmium. 
A cor das águas dos lagos vária consoante a nebulosidade, tipo de 
nuvens e fundamentalmente, a existência de partículas orgânicas e 
inorgânicas que lhes emprestam determinadas cores. 
As diferentes tonalidades adquiridas pelas águas dos lagos são mais 
notáveis nos períodos de chuvas, onde a actividade erosiva e de 
transporte é bastante elevada. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 30 
 
A cor das águas dos lagos pode variar, entre azul-marinho (quando 
o céu estiver limpo e se não houver muitos organismos vivos), e um 
esverdeado turvo para vermelho quando se regista predominância 
de phitoplacton e quando o escoamento é excessivo. 
 A cor da água dos rios conhece variações locais e sazonais, isto é, 
de acordo com o tipo de materiais detríticos dissolvidos ou em 
suspensão que arrastam consigo, assim como com o regime das 
chuvas. No tempo chuvoso, os rios apresentam cores que variam 
entre vermelho e castanho sem deixarem de ser turva. Quando 
transportam no seu leito quantidades consideráveis de material 
detrítico de origem vegetal, podem apresentar uma cor esverdeada. 
Está claro que se as condições atmosféricas forem calmas e o rio 
apresentar uma boa profundidade, as suas águas tendem para o azul 
que pode ter várias tonalidades. 
 A cor das águas sólidas (glaciares) tendem, quase sempre, a 
apresentar uma cor esbranquiçada. Esta particularidade estará 
relacionada com o seu albedo bastante elevado (80%) que são 
superficiais e que fisicamente absorvem muito pouca energia solar, 
aliás, elas devolvem-na para a atmosfera. 
 
Condutibilidade eléctrica 
A condutividade eléctrica de uma solução é uma medida da 
quantidade de carga transportada pelos iões. Quando a fonte de iões 
provém de impurezas a condutividade transforma-se numa medição 
de pureza. Quando menor a condutividade, mais pura é a solução. 
 
Água como matéria e sua estrutura molecular 
O mundo em que vivemos apresenta uma grande variedade de 
formas, cores, temperaturas, movimentos, entre outras propriedades 
e através dos órgãos dos sentidos, percebemos que podemos tocar 
uma pessoa, uma planta, a água e outras que apenas sentimos como 
o ar e a humidade. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 31 
 
A água e todas outras substancias supra citadas por mais diferente 
que possam parecer todas ocupam um lugar no espaço, são feitas de 
matéria. 
Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa um lugar no 
espaço e a água como matéria apresenta estas características. A 
matéria água é composta por moléculas e átomos. 
É possível perceber que a matéria pode existir em três estados 
físicos diferentes, o sólido, o líquido e o gasoso. É também possível 
verificar que alguns corpos podem mudar de estado físico, ou seja, 
deixar de ser sólido e passar para líquido e do líquido passar para o 
estado gasoso. Um exemplo disso é a água, que pode existir no 
estado sólido (como gelo), no estado líquido (como água), ou no 
estado gasoso (como vapor). 
Sobre a estrutura molecular salientar cada molécula de água é 
composto por dois átomos de hidrogénio (H) ligado a um átomo de 
oxigénio (O). A molécula de agua é a menor partícula que pode 
existir na substancia química agua. Por exemplo: imagine uma gota 
de agua que você divide em partes e uma dessas partes você 
continua dividindo ate chegar na menor porção da substancia agua. 
A essa menor porção se dá o nome de molécula da água. 
A partir desse exemplo podemos extrair a própria definição de 
molécula: “ […] é a menor porção de uma substancia, tendo a 
mesma composição desta substancia”. (BARROS e PAULINO 
2001, p. 106) 
Assim, a substancia química agua é constituída por um conjunto de 
moléculas de agua e esta substancia é insípida (sem gosto), inodoro 
(sem cheiro) e incolor (sem cor, é transparente). As moléculas são 
ainda constituídas por partículas menores, os átomos, neste caso a 
molécula de água é composto por átomos de hidrogénio e oxigénio. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 32 
 
O estado físico de toda substancia e em particular da água depende 
da arrumação de suas moléculas e de seus átomos, isto é, depende 
de como se organizam as suas minúsculas partes constituintes e 
essa organização depende das condições a que determinada 
substancia esta submetida. 
A organização molecular da agua no estado sólido as moléculas de 
agua encontram-se fortemente ligadas entre si, vibrando em torno 
de posições fixas; no estado líquido as moléculas de água não ficam 
tão próxima entre si como no estado sólido, vibram mais 
intensamente, livremente e escorregam uma sobre as outras; e 
finalmente no estado gasoso as moléculas de água apresenta grande 
distancia umas das outras e em movimento totalmente desordenado, 
chocando-se entre si. 
 
Figura 4 – Estrutura molecular da água 
Fonte: Internet – Google 
 
O estado da água 
Podemos encontrar a agua na natureza sob três estados, com 
destaque para, o estado liquido, gasoso e sólido. A água no estado 
 
 
 Hidrogeografia G0140 33 
 
líquida encontramos em zonas de clima quente (zona intertropical) 
e em algumas épocas do ano (de Julho a Dezembro a temperatura 
aumenta no hemisfério sul e de Janeiro a Junho o mesmo fenómeno 
acontece no hemisfério norte) em clima temperado (zona 
temperada) estão distribuído nos oceanos, mares, rios, lagos, nos 
seres vivos entre outros locais; a água no estado gasoso é aquelas 
que encontramos em forma de vapor contido no ar. Esta água pode-
se encontrar distribuído em toda troposfera apenas diferenciando-se 
em proporções nas diferentes regiões climáticas, sendo 
predominante na região intertropical.O vapor de água que se forma 
na terra e vai para o ar tem sua origem na evaporação da água dos 
mares, rios, lagos e ate na transpiração dos seres vivos. A água 
evaporada se condensa e se transforma em gotículas. Essas 
gotículas vão se juntando formando as nuvens; e a água no estado 
sólido é aquela que se encontra em forma de gelo. Podemos 
localiza-las em regiões de clima frios e em algumas épocas do ano 
(de Julho a Dezembro a temperatura diminui no hemisfério norte e 
de Janeiro a Junho o mesmo fenómeno acontece no hemisfério sul) 
no clima temperado. A água neste estado é encontrada em forma de 
neve, granizo, geada e icebergs. 
Para a passagem de um estado para o outro a água obedece certos 
processos de acordo com a temperatura a ela submetida, 
nomeadamente, a solidificação (passagem do estado liquido para o 
sólido); a fusão (passagem de uma substancia do estado sólido para 
o liquido); a vaporização (passagem da agua do estado liquido para 
gasoso). Este processo pode ocorrer em forma de ebulição ou 
evaporação; a liquefacção ou condensação (passagem da agua do 
estado gasoso para o liquido); e sublimação (passagem da agua do 
estado sólido para o gasoso ou vice - versa). 
 
 
 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 34 
 
Figura 5 – Estados e processos de transição da água 
Fonte: Internet - Google 
 
Densidade 
A densidade é a propriedade física da matéria que descreve o grau 
de compactação das substâncias. Para conhecermos o grau de 
compactação das substâncias e em particular da água devemos 
partir da seguinte definição: “densidade de uma substancia é a 
razão entre a massa e o seu volume […] D = m : V” (BARROS e 
PAULINO 2001, p. 131). Para medirmos a massa de uma 
substancia ou de um corpo devemos colocar a substancia numa 
balança (a unidade de massa miligrama - mg, grama - g e 
quilograma - kg) e para saber o volume podemos usar um copo ou 
jarra graduada que apresentam marcas que indicam a unidade em 
centímetros cúbicos (cm3) ou milímetros (ml): 1 cm3 = 1ml. Quanto 
mais compactadas estiverem as suas partículas individuais, mais 
densa é essa substância. 
Diferentes substâncias têm diferentes densidades, o que é bastante 
útil para a sua identificação. A densidade das substâncias é 
determinada experimentalmente mas o valor obtido é variável 
 
 
 Hidrogeografia G0140 35 
 
porque o volume das substâncias vária com pressão e a 
temperatura. Algumas substâncias como a madeira, o óleo, a 
gasolina tem diferentes densidades, pois há diferentes substancia 
destes tipos. 
Portanto as substancias mais densas são mais pesadas que as menos 
densas (“leves”) ou, as substancia mais densas apresentam maior 
quantidade de matéria (massa) por unidade de volume (ser mais 
pesado significa ter mais massa) e as substancias menos densas tem 
menor quantidade de matéria por unidade de volume. 
Em cada substancia a matéria pode estar mais concentrada ou 
menos concentrada dependendo da proximidade entre os seus 
átomos ou as suas moléculas. Por exemplo comparando a agua e o 
óleo, notamos que as moléculas da agua estão mais 
concentrada/próxima umas das outras que as do óleo. 
 
Tabela 2 – Variação da densidade de acordo com o tipo de 
substancia 
SUBSTANCIA DENSIDADE 
Água doce 1 g/cm3 
Água do mar 1,03 g/cm3 
Gelo 0,91 g/cm3 
Gasolina 0,7 g/cm3 
Álcool 0,8 g/cm3 
Petróleo 0,85 g/cm3 
Óleo 0,9 g/cm3 
 
 
 Hidrogeografia G0140 36 
 
Ar 0,0013 g/cm3 
Cortiça 0,24 g/cm3 
Vidro 2,6 g/cm3 
Madeira 0,5 g/cm3 
Mercúrio 13,6 g/cm3 
Alumínio 2,7 g/cm3 
Ferro 7,8 g/cm3 
Chumbo 11,3 g/cm3 
Ouro 19,3 g/cm3 
Fonte: extraído do livro: ciências: o meio ambiente 
 
Propriedades térmicas e eléctricas 
Os recursos hídricos apresentam grande capacidade de conservação 
da temperatura, ela aquece e arrefece mais lentamente 
relativamente a superfície terrestre. 
A temperatura das águas resulta da troca de calor entre o oceano e a 
atmosfera. Este calor é emitido pela radiação solar, onde o oceano 
recebe a luz do sol e emite uma radiação infravermelha. Estas 
trocas fazem-se igualmente por condução, como por exemplo 
quando uma corrente quente circula sobre uma massa de ar frio, 
como é o caso da corrente do golfo sobre as massas de ar polar de 
Canadá. Por último essas trocas produzem-se em especial sobre 
forma de calor latente (a evaporação da agua retira o calor da agua 
e liberta-o para a atmosfera). 
Nas zonas tropicais as águas absorvem um excesso de calor da 
ordem dos 100W/m2 e nas latitudes elevadas restitui o calor a 
 
 
 Hidrogeografia G0140 37 
 
atmosfera. É sobretudo por este motivo que o clima é mais suave 
no inverno nas zonas próximas ao oceano em particular (por se 
constituírem grandes e contínuos reservatórios de agua 
diferentemente dos rios, lagos e pântanos) do que nas zonas 
continentais. 
Quanto as propriedades eléctricas da água, salientar que este 
apresenta fraca ou forte condução dependendo dos seus 
componentes. A condução é fraca quando há grande concentração 
de sais (sulfatos, sódio, cloreto, entre outros) e quando temos 
grande concentração de metais a água passa a ser bom condutor de 
electricidade (ver apontamentos sobre a condutividade eléctrica da 
agua). 
 
A condutividade eléctrica da água 
Define-se como sendo a capacidade que a água tem em conduzir a 
corrente eléctrica, que resulta da dissolução das moléculas que 
compõe a água. As moléculas não dissociadas não tomam parte na 
condução e a condutibilidade depende do número de iões presentes. 
Portanto, a condutibilidade resulta do movimento de iões na água: 
os catiões (+) deslocam-se para os cátodos (-) e os aniões (-) para 
ânodos (+). 
A água que se encontra na natureza nunca é pura por excelência, 
ela contém sempre substâncias estranhas. A água dos mares, 
oceanos, rios são fortes ou fracos condutores de acordo com a 
quantidade de óxidos e bases e outras substâncias sólidas. 
As águas subterrâneas são fortes condutores de acordo com a 
quantidade de ácidos e sais e outras substâncias sólidas 
concentradas. A impureza transforma a água num condutor 
eléctrico. 
A temperatura também é determinante na condutibilidade da água. 
Por exemplo, o oceano mundial apresenta uma condutibilidade que 
 
 
 Hidrogeografia G0140 38 
 
é inversamente proporcional a latitude, isto é, há maior 
condutibilidade em regiões de latitude baixa (zonas quentes) que 
nas de altas latitudes (zonas frias). Acredita-se que há maior 
salinidade nas região intertropical pelos níveis de evaporação 
existente, e de acordo com Jessen (1998, p.16) “a uma dada 
temperatura, quanto maior for a salinidade, maior será a 
condutividade media […]”. Nas águas do mar a condutibilidade 
eléctrica é largamente utilizada para a determinação da salinidade. 
 
Sumário 
Todo corpo apresenta particularidades que o identifica e com a 
água não é diferente. Ela é caracterizada fisicamente por apresentar 
em temperatura ambiente de 4º C uma maior densidade e abaixo 
desta (no estado sólido) a densidade diminui, facto que é pouco 
comum com outros corpos na natureza. 
A água possui a capacidade de deixar passar a luz, designado por 
transparência. Ela varia de acordo com os níveis de substâncias 
nela dissolvidas; a sua temperatura vária em função da zona em que 
a massa aquática se localiza, assim, nas regiões polares elas são 
frias e nas equatoriais tornam-se quentes. 
A água altera o seu volume específico também sob as condições 
que estiver sujeito, deste modo, quando a temperatura ambiente é 
inferior ao 4º C ela começa a congelar e o seu volume aumenta, 
podendo flutuar na água no estado líquido. 
A adesão é outra característica das águas. Elas tem a capacidade de 
unirem-se quando espalhadas; a tensão superficial que resulta da 
forte adesão entre as moléculas da água faz com que esta tenha uma 
característica, a superfície, semelhante ao elástico. 
 
 
 Hidrogeografia G0140 39A água é também caracterizada por apresentar a cor, a capilaridade 
e a condutividade eléctrica. A primeira varia em função das 
substâncias existentes na água, por exemplo, quando as aguas 
apresentarem uma cor esverdeada ou avermelhada ela tende a 
adoptar estas cores; a segunda corresponde a capacidade da água 
ascender a superfície por forças capilares, isto é, ascende a 
superfície contrariando a lei gravitação universal; e a terceira 
corresponde a capacidade que a agua tem de conduzir a corrente 
eléctrica, sendo maior quanto maior quantidade de substancias 
tanto orgânicas e inorgânicas dissolvida nela. 
Na natureza a agua tem o seu lugar, facto que o faz ser considerada 
uma matéria. Ela, em função da temperatura ambiente, comporta os 
três estados (liquido, gasoso e sólido), caso raríssimo. 
Exercícios 
Entregar o exercício 1, 2 a) e 3 desta unidade. 
1. Explica por palavras próprias e com mais subsídios a tensão 
superficial, a adesão, a capilaridade e a capacidade térmica 
da água. 
2. Investigue o seguinte: defende-se que várias propriedades 
peculiares da água, como, a flutuação do gelo, o elevado 
calor de vaporização, a forte tensão superficial, o alto calor 
específico e as propriedades solventes quase universais são 
devidas às ligações de hidrogénio. 
a) Explique porque. 
3. Aborde com pormenores o porquê da maior condutividade 
eléctrica no momento em que maior é o índice das 
substâncias dissolvidas nas águas. 
 
 
 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 40 
 
Unidade IV 
Propriedades químicas das águas 
naturais 
Introdução 
Nesta unidade falaremos sobre as características químicas das 
águas naturais, no que respeita, ao sabor, a dureza e ao cheiro. 
Abordaremos ainda sobre a sua capacidade de dissolução, o ciclo 
hidrológico e as impurezas existente nas águas e sua origem. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 Descrever as características químicas das águas naturais; 
 Explicar a capacidade de dissolução da água; 
 Conhecer as origens das impurezas existentes nas águas; e 
 Descrever o ciclo hidrológico. 
 
As propriedades químicas das águas 
 
Quimicamente a água nunca ocorre na natureza de forma pura 
devido ao contacto que tem com outros elementos químicos que se 
encontram nas rochas, solos e atmosfera. Os que passam por rochas 
dissolvem minerais de silício, magnésio, cálcio e influenciam as 
águas, tornando-as minerais. 
Dentre as características químicas da água, destacam-se: 
 
 
 
 Hidrogeografia G0140 41 
 
Dureza 
Define-se como a capacidade da água de reagir ao sabão. Quando a 
água é dura requer grande quantidade deste produto para produzir 
espuma. Esta característica é causada pelos iões metálicos 
dissolvidos na água como o cálcio, magnésio, ferro e alguns outros. 
De um modo geral, a dureza da água calcula-se em termos de 
quantidade equivalente de carbonato de cálcio e segundo a variação 
deste componente, a água classifica-se em branda, quando a 
concentração for de 0-60 mg/l, medianamente dura quando for 60-
120 mg/, dura 120-180 mg/l e muito dura 180 mg/l ou mais. 
 
Sabor e odor 
Na forma pura a água é insípida e inodora, porém a interferência de 
substâncias estranhas pode lhe proferir um sabor e um cheiro 
particular. 
 
Água como dissolvente 
Dificilmente a água é encontrada em estado de pureza na natureza 
isto porque a água é um solvente poderoso, ou seja, tem a 
capacidade de dissolver inúmeras substâncias (gases, sais, etc). 
As substâncias que se misturam bem e se dissolvem na água, como, 
os sais (o sal é resultante da combinação de um acido e um 
hidróxido; o exemplo mais conhecido é o cloreto de sódio, vulgo 
sal da cozinha (NaCl); os sais tem sabor salgado e em alguns 
momentos amargo (sulfato de magnésio – MgSO4)) são conhecidas 
como substâncias hidrossoluveis, ao passo que as que não se 
misturam bem em água, como por exemplo, gorduras e óleos são 
chamadas hidrofóbicas. A capacidade de uma substância se 
dissolver em água depende de ela poder ou não igualar ou superar 
as grandes forças atractivas que as moléculas de água exercem 
umas sobre as outras. Se uma substância tiver propriedades que a 
 
 
 Hidrogeografia G0140 42 
 
impeçam de superar essas grandes forças intermoleculares, suas 
moléculas são “expulsas” da água, e não se dissolvem. 
Quando um composto iónico ou polar entra em contacto com a 
água, é rodeado por moléculas de água (hidratação). O tamanho 
relativamente pequeno das moléculas de água tipicamente permite 
que muitas delas rodeiem uma única molécula de soluto. As 
extremidades parcialmente negativas do dipolo da água são atraídas 
pelos componentes positivamente carregados do soluto, e vice-
versa com as extremidades positivas. 
Em geral, substâncias iónicas e polares como ácidos (normalmente 
tem sabor azedo, como, o limão e o vinagre; eles tem a capacidade 
de alterar a cor de certas substancias e servem para testar alguns 
metais), álcoois (OH) e sais são relativamente solúveis em água, e 
substâncias apolares como gorduras e óleos, não. Moléculas 
apolares permanecem juntas na água porque é energeticamente 
mais favorável para as moléculas de água ligar-se umas às outras 
por ligações de hidrogénio que se envolverem com as moléculas 
apolares. 
Um exemplo de soluto iónico é o sal de cozinha; o cloreto de sódio, 
NaCl, se separa em catiões Na+ e aniões Cl−, cada um rodeado por 
moléculas de água. Os iões são então facilmente separados de sua 
rede cristalina. Um exemplo de soluto não iônico é o açúcar 
comum. Os dipolos da água criam ligações de hidrogénio com as 
regiões polares da molécula de açúcar (grupos OH) e lhe permitem 
ser misturada na solução. 
As dissoluções em que a água é dissolvente apresentam uma 
extrema importância, pois, permitem a obtenção dos produtos 
usados no nosso dia-a-dia. Por exemplo: 
“formol (agua + aldeido fórmico) – usado principalmente em 
laboratórios na conservação de animais ou fetos mortos, para serem 
 
 
 Hidrogeografia G0140 43 
 
estudados; limpa – forno (agua + hidróxido de sódio) – usado para 
remover gorduras;” (BARROS e PAULINO 2001, p. 126). Para 
destas substâncias temos o vinagre e a água sanitária. 
As dissoluções em que a água participa também são fundamentais 
para a manutenção da vida no organismo. Veja alguns exemplos: 
“[…] as plantas absorvem sais minerais do solo […]. Os sais 
minerais, porem, são absorvido pelas raízes apenas quando 
estão dissolvidos em água; o sangue é, na verdade, uma mistura 
heterogénea. Visto a olho nu, tem um aspecto uniforme, mas ao 
microscópio revela uma parte líquida (plasma sanguíneo) em 
que estão imersos inúmeros globos vermelhos, glóbulos 
brancos e plaquetas. O plasma sanguíneo ‘e principalmente 
constituído de água. Dissolvida nesta água, encontram-se 
varias substancias: glicose, vitaminas, etc. essas substancias, 
fundamentais para a nossa vida, são absorvido no intestino e 
distribuídas para as varias partes do corpo. Assim, a água do 
sangue actua como um veículo de transporte e distribuição de 
substâncias úteis nela dissolvida”. (idem) 
 
 
As impurezas da água e sua origem 
A poluição da água compromete o seu uso e pode atingir o homem 
de forma directa, pois ela é usada por ele para ser bebida, higiene 
pessoal, lavagem de roupas e utensílios e, principalmente, para sua 
alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece as 
cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação 
agrícola. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e 
estar isenta de microrganismos patogénicos, o que é conseguido 
através do seu tratamento, desde da recolha nos rios até à chegada 
nas residências urbanas ou rurais. A água é considerada de boa 
qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e 
menos de dez microrganismos patogénicos por litro (como aqueles 
causadores de verminoses, cólera, esquistossomose,

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