Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BOLETIM INFORMATIVO DO ������� ������������� �������� ��� �������� � ������������ ��� ����������� ���������� PROJETO DEFENSORES DOS DIREITOS DAS CRIANÇASE ADOLESCENTES COMDEFICIÊNCIA INTELECTUAL A informação como propulsora das modificações sociais. Esse éo grande objetivo desta newsletter, promovida pelo Núcleo dePolíticas Públicas e Advocacy do Instituto Jô Clemente. JULHO DE 2020 / EDIÇÃO 04 / ANO 02 SOBRE OADVOCACYO Advocacy é a arte de investigar ediagnosticar problemas enfrentadospelas pessoas com deficiência intelectual e seus familiares e propor soluções sustentáveis e responsáveis. Assim atuando na formulação e/ou implementação de políticas públicas voltadas às pessoas comdeficiência estabelecendo diálogo e incidência junto aos poderesExecutivo, Legislativo, Judiciário ou por intermédio das representações em conselhos de direitos, redes,fóruns e movimentos sociais visando assegurar os direitosdas pessoas com deficiência. SOBRE O PROJETOO projeto prevê a defesa da criança e do adolescente com deficiência intelectual mobilizando sociedade,poder público e atores que atuam na área de defesa de direitos da criança e do adolescente, conscientizando seus agentes transformadores e acompanhando a atuação do poder público e dos espaços de discussão política. Este projeto tem como foco aatuação na incidência de políticaspúblicas, tendo em vista a efetivação das leis e programas que assegurem os direitos e a inclusão social das pessoas com deficiência intelectual no município de São Paulo. SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO PÚBLICOatendimento@ijc.org.brTel.: (11) 5080-7000UNIDADE VILA CLEMENTINORua Loefgren, 2109 - Vila Clementino - CEP: 04040-033 - São Paulo - SP - Brasil - Tel.:(11) 5080-7000 | Fax: 5549-3636UNIDADE INTERLAGOSRua Leonor Alvim, 67 - Interlagos -CEP: 04802-190 - São Paulo - SP - Brasil - Tel.: (11) 5666-2982UNIDADE ITAIM BIBIAv. Horácio Lafer, 540 - Itaim Bibi -CEP: 04538-082 - São Paulo - SP - Brasil - Tel.: (11) 3078-0604Fax: (11) 5080-7073UNIDADE GUAIANASESRua Eduardo Alves, 02 - Guaianases CEP: 08410-120 - São Paulo - SP -Brasil - Tel.: (11) 5080-7212 / 5080-7213 NOSSOS CANAISVIRTUAIS www.ijc.org.br institutojoclemente @instjoclemente @institutojoclemente Instituto Jô Clemente JULHO DE 2020 / EDIÇÃO 04 / ANO 02 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: REFLEXÃO SOBRE A ALTA VULNERABILIDADE DE MÃES DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL IJC E FUMCAD PROMOVEMSEMINÁRIO PARA ADOLESCENTESCOM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E EVENTO É DESTAQUE NA MÍDIA O AUMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRACRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL DURANTE A PANDEMIA JULHO DE 2020 / EDIÇÃO 04 / ANO 0203 O AUMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS EADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL DURANTE A PANDEMIA A realidade para muitas crianças e adolescentes c om defic i ên c i a i n t e l e c t ua l du r an t e a pandemia do novo coronavírus tem sido maisc r u e l . C o m o i s o l a m e n t o s o c i a l , c r e s c e u a v i o l ê n c i a d om é s t i c a e a sa g r e s s õ e s s e t o r n a r am , e m m u i t o s ambientes, diária. É o que diz um levantamento recente do Disque Direitos Humanos (Disque 100). O Estatuto da Criança e do Adolescente determina, por lei, que nenhuma criança ou adolescente seja exposto a qualquer f o rma d e n e g l i g ê n c i a , d i s c r im i n a ç ão ,e x p l o r a ç ã o , v i o l ê n c i a , c r u e l d a d e e opressão. Entretanto, segundo o Fundod a s N a ç õ e s U n i d a s p a r a a I n f â n c i a (UN ICEF ) , a COV ID -19 de i xou a l gumas crianças mais vulneráveis à violência e ao sofrimento psicossocial com a suspensão das aulas e a paralisação dos atendimentose serviços de entidades que atendem a pessoas com deficiência, como foi o caso doInstituto Jô Clemente – que teve parte desuas atividades presenciais interrompidas e subst i tu ídas por te leatendimentos, comacompanhamento à distância, de forma virtual, a partir de um plano de intervenção, para evitar a aglomeração de pessoas em suas unidades e núcleos. 00000000000000000000000000000Neste momento, as crianças e os jovens estão mais tempo dentro de casa e enfrentam, coma família, a falta de recursos e as inseguranças. A supervisora do Programa Jurídico-Socialdo Instituto Jô Clemente, Luciana Stocco, explicaque durante os primeiros meses da pandemia, muitos casos de violência não foram observados em razão do isolamento. “A pandemia tirou as pessoas com deficiência da escola, do trabalho e de outros lugares que costumavam frequentar,pela necessidade de ficarem em casa para se protegerem do novo coronavírus. Com isso,muitos casos de violência que acontecem em casa, por exemplo, não foram observados porprofessores, psicólogos, colegas, entre outrosgrupos”, comenta. Segundo ela, “muitas vezes,as denúncias surgem após observação de pessoas com as quais eles convivem fora de casa . Sem es sa conv i vênc ia , a v io l ênc ia continua acontecendo, mas não é notada”, afirma. Em todo o Brasil, todos os dias, são mais de 200 casos de agressões físicas, psicológicas etortura notificados contra crianças e adolescentes,tendo como autores pessoas do círculo familiar. Pensando nisso, o Instituto Jô Clemente, emparceria com o Fundo Municipal da Criança e doAdolescente (FUMCAD), lançou a campanha "Denunciar é a melhor saída", nas redes sociais, p a r a i n f o r m a r a p o p u l a ç ã o s o b r e a importância de se denunciar a violência contra pessoas com deficiência. JULHO DE 2020 / EDIÇÃO 04 / ANO 0204 O AUMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS EADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL DURANTE A PANDEMIA A psicóloga do Instituto Jô Clemente, Daniela Farias, que atua na equipe de atendimento do Centro de Apoio Técnico da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência de São Paulo, afirma que “parte da população acredita que aviolência só acontece quando deixa marcas, mas não é só isso. Violência é toda forma de agressão, seja, psicológica,patrimonial, sexual, física ou violação de direitos humanos. Quando falamos em pessoas com deficiência não podemosesquecer que o ambiente familiar, o mesmo que promove o cuidado, pode por vezes propiciar situações de violências,devido à ausência de uma política de cuidado que acaba sobrecarregando a família”, explica.Cuidado com atitudes suspeitas00000000000000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0É impor tante ter a tenção às a t i tudes e comportamentos que possam levar à violência e, caso necessário, denunciar, independentementede serem pessoas da própria família da criança ou do adolescente ou aqueles que convivem comeles. Procurar ajuda profissional quando necessárioe denunciar o agressor garante cuidado com a vidae o bem-estar.0000000000000000000000000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0“Precisamos que a sociedade ajude a denunciar qualquer tipo de violência contra as pessoas comdeficiência, principalmente porque é comum que essas pessoas encontrem barreiras para denunciar o que ocorre com elas, infelizmente”, comenta Stocco. “Além disso, é preciso que o poder públicotrabalhe cada vez mais no combate a qualquer tipode violência”, finaliza. Você sabia? 0000000000000000000000000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Em 2019, o Disque Direitos Humanos (Disque 100), coordenado pelo Ministério da Mulher, da Família e os Direitos Humanos, registrou 12,9 mil denúnciasde violências praticadas a pessoas com deficiência em todo o país. Esse número representa um aumentode 9% em relação ao ano anterior. 0000000000000000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Segundo o levantamento, apresentado pelo Ministérioem04 de junho, o agressor é, na maioria das vezes,alguém do convívio familiar ou próximo da vítima, sendo 29% das violências praticadas por um irmão,17% por filho, 11% pela mãe e 7% pelo pai. O documento mostra ainda que 54% das vítimas são do sexo feminino e 46% do sexo masculino, sendo amaior parcela (58%) com deficiência intelectual. P e s soas com defic i ênc i a f í s i c a a g red ida s somam 19%. ENTRE EM CONTATO E DENUNCIE:Além do Disque 100, existem outros canais que podem ser usados para se fazer uma denúncia:- Disque 180 – Serviço telefônico de recebimento de denúncias de violência doméstica.- Conselhos Tutelares – Órgãos responsáveis por receber e encaminhar denúncias de violência contra crianças e adolescentes .00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000- Delegacia E letrônica – Acesse o s i te www.de legac iae le t ron ica .po l i c iac iv i l . sp .gov .br . A denúncia pode ser feita no campo ‘Outras Ocorrências’.00000000000000000000000000000000000000000000- 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência – Durante o período da pandemia, a 1ª DDPD está atendendo, presencialmente, pessoas com deficiência, vítimas de homicídio, sequestro, estupro e violência doméstica. A delegacia está localizada na rua Brigadeiro Tobias, 527 – Luz – São Paulo/SP, e conta com números de telefone para contato: WhatsApp para pessoas com deficiência, exceto pessoas surdas: (11) 99918-8167 / WhatsApp exclusivo para pessoas surdas (com intérprete de Libras) : (11) 94528-9710 / Telefone fixo: (11) 3311-3380. 05 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: REFLEXÃO SOBRE A ALTA VULNERABILIDADE DE MÃES DE CRIANÇASCOM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A experiência nos atendimentos psicossociais na área deDefesa e Garantia de Direitos no Instituto Jô Clemente levanta uma reflexão importante sobre a situação damulher vítima de violência doméstica.oooooooooooooooConsideramos violência doméstica contra a mulherqualquer ação ou omissão baseadas no gênero quelhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ouo psicológico, dano moral ou patrimonial (Artigo 5 daLei Maria da Penha, a Lei nº 11.340/2006). Ocorre entre os membros da família ou em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido, independentemente do agressor estar ou não na mesma residência.oooooooooooooooA violência doméstica é um fenômeno recorrente em nossa sociedade, no qual elementos culturais e históricos facilitam e alimentam o chamado pacto do s i lêncio. oooooooooooooooooooooooooooooQuando fa lamos de v io lênc ia domést ica , nos r eme t emo s à ima g em da mu l h e r a g r e d i d a fisicamente, contudo, é importante ressaltar quea violência se manifesta de diversas formas, entreelas a psicológica que traz como comportamento do pa r c e i r o , o d i s t an c i amen to , a s c r í t i c a s em relação à aparência da mulher e exigências em r e l a ç ã o à v i d a s e x ua l , d e s c o n s i d e r a ndo o esgotamento físico e emocional da parceira. oooooooooObservamos que a mulher, mãe de criança comdeficiência, enfrenta maiores dificuldades para romper com a relação abusiva. ooooooooooooooooooooCom o nascimento de um bebê com deficiência altera-se a rotina da família, surge a necessidade de conciliar o cuidado e os projetos pessoais. Num contexto em que não existem políticas públicas nesse campo e, como historicamente o cuidado foi naturalizado como pertencente ao feminino muitas vezes ocorre o abandono do parceiro, deixando amulher sem alternativas de continuidade de sua carreira profissional e educacional, assumindo o cuidado integral da criança, distanciando-se da família e da vida comunitária, o que dificulta ainda mais a quebra do ciclo da violência. oooooooooooooooooA mulher, frente à rotina de consultas médicas, estimulação/reabilitação, dedica-se aos cuidados dacriança e acredita que deve suportar os abusosJULHO DE 2020 / EDIÇÃO 04 / ANO 02 praticados pelo companheiro. Com frequência ouvimosrelatos sobre o cansaço e acúmulo de tarefas. ooooooooooA probabilidade de esgotamento, problemas emocionais e psicológicos são maiores, impactando em isolamento social, agressividade na relação conjugal, sobrecarga emocional, sentimento de culpa por acreditarem que “são merecedoras” do desprezo do companheiro, revolta e desejo que o companheiro ou pai da criançacontribua com os cuidados. A dinâmica estabelecida pode desencadear perturbações na saúde mental e no bem-estar psicológico. ooooooooooooooooooooooooooA questão socioeconômica é uma grande dificuldadea ser enfrentada uma vez que a mulher não consegue conciliar a rotina de cuidados da criança com o trabalhoformal, impossibilitando adquirir condições econômicas para alcançar independência financeira. A dificuldade será maior de acordo com a gravidade da deficiênciada criança, quanto mais impedimentos, mais acentuada será a relação de interdependência, sobrando pouco ounenhum espaço para que a mulher desempenhe outros papéisque não seja o de mãe. .ooooooooooooooooooooooooCom isso, torna-se pertinente às instituições governamentais ampliarem o olhar para as questões relacionadas à violência doméstica, principalmente a promoção da saúde das cuidadoras de pessoas com deficiência, a fim de diminuir o desgaste emocional decorrente dos cuidados e atenção prestada à criança com deficiência intelectual.Nessa perspectiva, o profissional da psicologia pode atuar como mediador no processo de enfrentamento ao fenômeno da violência doméstica, possibilitando um espaço de troca de experiências e sentimentos, estimulando o melhor manejo de emoções e comportamentos que promovam o bem-estar da mulher e de seus familiares. ooooooooEntende-se que a mulher fortalecida terá mais condiçõesde romper com as situações de violência, seja doméstica,social ou estrutural. Investir no cuidado à criança com deficiência é investir na cuidadora/mulher. Quanto mais saudável a cuidadora estiver, mais recursos internosexistirão para investir na relação com a criança. oooooo Luciana de Assis Silva e Sanches oooooooooooo é psicóloga e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie com especialização na área de Violência Doméstica (LACRI) – Universidade de São Paulo (USP). 06 IJC E FUMCAD PROMOVEM SEMINÁRIO PARA ADOLESCENTESCOM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E EVENTOÉ DESTAQUE NA MÍDIA JULHO DE 2020 / EDIÇÃO 04 / ANO 02 O material está disponível e o download pode ser feito pelo link: https://bit.ly/cartilha-dialogando-protagonizar O Instituto Jô Clemente realizou em março, deste ano, o 1º Seminário para Adolescentes com DeficiênciaIntelectual: Interagindo com seus direitos. O encontro foi promovido pelo Núcleo de Políticas Públicas eAdvocacy da Organização, em parceria com o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD) e reuniu crianças, adolescentes e jovens, de 12 a 18 anos, com deficiência intelectual, familiares e apoiadores.O Seminário, que contou com a presença da Secretária Adjunta da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Marinalva Cruz e adolescentes com deficiência intelectual que participam do Programa de Autodefensoria do Instituto Jô Clemente, foi destaque na mídia. 000000000000000000000000000000A edição de junho da Revista D+, referência em inclusão e acessibilidade, noticiouo evento que contou com aspalestras ministradas pela supervisora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), Roseli Olher, do Instituto Jô Clemente --, que abordou o tema ‘Interagindo sobre o direito à educação’, e Luiza Chizue Gatti Muramaki -- do Núcleo de Políticas Públicas e Advocay da Organização --, que falou sobre o tema ‘Interagindo com a diversidade’. A publicação também citou a participação de Letícia Soares, que é autista, cineasta, fotógrafa e palestrante, e contou sua história de vida por meio de vídeos que ela mesma produz para o canal“Aspie Aventura”, no YouTube. Além da versão impressa, a revista está disponível no formato online e em Libraspelo site www.revistadmais.com.br. 00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000 Durante a oportunidade, os participantes do evento receberam a cartilha interativa ‘Dialogando para protagonizar: Adolescentes com deficiência intelectual interagindo com os seus direitos’, produzida pelo Instituto Jô Clemente para disseminar conhecimento a respeito da deficiência intelectual. A cartilha também foi criada com o objetivo de trazer a informação acerca dos direitos e promover o protagonismo dos adolescentes com deficiência intelectual, por meio de atividades relacionadas a alguns dos seus direitos e deveres fundamentais, como cultura, educação financeira, educação, autonomia, diversidade, preconceito, igualdade de gênero, exposição na internet, amizades e direitos e deveres. Apoio: Realização: Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7
Compartilhar