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MARCIA KROMBAUER ABUSO SEXUAL INFANTIL SERVICO SOCIAL

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23
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
MÁRCIA CRISTINA KRONBAUER
o profissional de Serviço SOCIAL, NO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Vilhena
2020
MÁRCIA CRISTINA KRONBAUER
o profissional de Serviço SOCIAL, NO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção do título de Assistente Social em Nome do Curso.
Orientador: Prof. Tania Maria Pereira Correia
Vilhena
2020
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus de Forças Supremas e Divinas. Ao meu filho, a todas as pessoas que também acreditaram no meu potencial, aos que, por desconhecimento, lançaram dúvidas sobre a minha capacidade e, com isso, só me fortaleceram ainda mais para seguir em frente no meu objetivo.
Agradeço aos meus Mestres que, com dedicação, sabedoria, supervisão e paciência, em muito me auxiliaram na condução deste trabalho.
Graças a todas as circunstâncias por mim vividas, hoje sinto-me mais fortalecida, segura e confiante para exercer, futuramente, a honrosa atividade profissional na área de Serviço Social.
agradecimentos
Agradeço a Deus pelo dom da vida e sabedoria, grata pelo apoio dos tutores de sala, das coordenadoras de estágio, das colegas de turma, em especial a meu filho, que sempre é meu maior incentivo de estudos e força de continuar seguindo adiante. Enfim meus agradecimentos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha formação e caminhada até aqui...
 Dedico todas às minhas demais conquistas, аоs meus amados pais Odete Corrent Kronbauer e Nilton Miguel Kronbauer, razão da minha vinda ao Mundo, mas, que, não poderão testemunhar de corpo presente essa minha conquista. Rogo-lhes Proteção Divina sempre. Disse Camelo: “É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê”. 
Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço, determinação, paciência e perseverança para chegar até aqui, mesmo sabendo que ainda não cheguei ao fim da estrada, mas há ainda uma longa jornada pela frente. Eu jamais chegaria até aqui sozinha. Minha eterna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.
Dedico o meu TCC para todos aqueles que fizeram do meu sonho realidade, me proporcionando forças para que eu não desistisse de ir atrás do que eu buscava para minha vida. Muitos obstáculos me foram impostos durante todo esse trajeto, mas graças Deus e aos meus incentivadores, não fraquejei. Obrigado por tudo família e amigos.
Epígrafe
“A nobreza de nosso ato profissional está em acolher aquela pessoa por inteiro, em conhecer a sua história, em saber como chegou a esta situação e como é possível construir com ela formas de superação deste quadro. Se reduzirmos a nossa prática a uma resposta urgente a uma questão premente, pois deixamos de considerar, neste sujeito, a sua dignidade humana.” Martinelli
KRONBAUER, Márcia Cristina Kronbauer.. O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL, NO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL INFANTIL. 56 paginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) - Universidade Norte do Paraná, Vilhena, 2020.
RESUMO
A compreensão de ação do Assistente Social frente o abuso sexual infantil no contexto familiar, discernindo todas as formas de possíveis discriminações. O profissional precisa demonstrar conhecimento adequado e extensivo do espaço familiar e analisar possíveis mudanças, construções e amadurecimento. Diante do atual contexto da sociedade, onde crianças e adolescentes sofrem essas torturas, abusos físicos, mentais e exploração sexual, é sempre necessária a presença, acionamento e atuação do Assistente Social. É de suma importância a participação do Assistente Social quando necessário na possível mudança natural das coisas, na preparação de uma nova geração, na educação, conscientização, orientação e acompanhamento para o futuro das crianças e adolescentes. O Estado e demais envolvidos devem se posicionar corretamente e de forma ativa na luta contra a violação de direitos que as crianças e adolescentes sofrem diariamente no país. Com trabalho, zelo e responsabilidade, o Assistente Social deve sempre acreditar e se motivar na realização da tarefa que lhe é confiada.
Palavras-chave: Violência, Infância/adolescência, Família, Educação.
ABSTRACT
The understanding to act Social Worker face sexual abuse childish in the Family context, to discern all forms of possibles discriminations.
The professional needs to show knowledge adequate and extensive the family space and analise possibles changings, constructions and maturation.
Face actual context of society, inwich childrens and adolescents endure this tortures, assaults physical, mental and sexual, is the always necessary the presence, involviment and actuating the Social Assistent.
Is the short impotance the participation of the Social Workder when necessary, in the possible natural change of things, in preparing a new generation, in education a wareness, guidance and monitoring for the future of children and adolescent.
.
Key-words: Violence, childhood/teenager,family,education.
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social.
ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente.
MDS: Ministério de Desenvolvimento Social.
CF: Constituição Federal.
CFESS: Conselho Federal de Serviço Social.
PAIF: Programa de Atenção Integral a Família.
PPP: Projeto Politico e Pedagógico.
SUS : Sistema Único de Saúde.
IPEA :Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
SEMAS: Secretaria Municipal de Bem Estar Social.
ECA: Estatuto da Criança e Adolescente.
OMS: Organização Mundial de Saúde
ONU: Organização das Nações Unidas
CAM: Centro de atendimento à Mulher 
SGDCA Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
DEAM: Delegacia Especializada no Atendimento ao Menor
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	13
2	BREVE HISTÓRIA SOBRE ABUSO SEXUAL CRIANÇA/ADOLESCENTE	14
2.1	Conceitos de abuso	17
2.2	Violações dos direitos ocorrem sem contato físico	18
2.3	ABUSO INTRAFAMILIAR E EXTRAFAMILIAR:	19
2.4	EXPLORAÇÃO SEXUAL:	20
2.5	-Confusão sentimental em relação ao agressor	21
3	A CRIAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA):	22
4	ATUAÇÃO E PREVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL REFENTE AO ABUSO	25
4.1	Combate e prevenção	27
4.2	Marco historico ao combate a violencia infatil.	29
4.3	Serviços disque 100	30
4.4	Programas de atendimeto da rede de assitencia social.	32
REFERÊNCIAS	37
	
	
INTRODUÇÃO 
Neste trabalho de conclusão de curso, pretendo em seu contexto geral mostrar a importância da conscientização referente à violência sexual infantil e os desafios do Assistente Social no combate dessa nefasta realidade. O estudo do tema se justifica pela necessidade de conscientização da sociedade em geral, para romper preconceitos enraizados culturalmente na ideologia patriarcal alimentado por estereótipos.
 Identificamos pontos importantes no interior deste trabalho. Assim podemos destacar como primordial para desenvolvimento deste trabalho, a necessidade de conhecermos sobre a história construída ao longo dos anos como sabemos vem desde os tempos antigos que a criança não tinha nenhuma diferenciação de adulto ou criança. A metodologia utilizada nesta pesquisa será à base de dados bibliográficos, onde usaremos consulta na internet, livros e citações de autores relacionados ao tema, a fim de informações sobre o assunto proposto.
A pesquisa realizada sobre o assunto abuso sexual da criança/adolescente, observando a necessidade de abordar esse tema e, assim, trazer mais informação para o conhecimento geral da população. O tema deve sempre estar em evidência, para obtenção do menor número de vítimas possível, para, assim apoiar o encorajamento da vitima em conseguir denunciar, que sesintam mais seguras e amparadas pelo profissional Assistente Social durante todo o acompanhamento e desenrolar dos fatos até as autoridades tomar providências. 
O abuso sexual infanto-juvenil é difícil de ser confirmado, tanto pela dificuldade de acesso às vítimas da violência, quanto pela questão moral que envolve o tema, visto que, crianças, prioritariamente, deveriam sempre estar protegidas e nunca agredidas ou violentadas no seio familiar.
BREVE HISTÓRIA SOBRE ABUSO SEXUAL CRIANÇA/ADOLESCENTE
Desde os primórdios quando não havia pleno entendimento da importância da fase infantil e da diferenciação de adulto, os povos primitivos não tinham noção de limite, obedeciam e seguiam as tradições próprias da época. Na Era Moderna, é que foram estabelecidas as primeiras regras. Há de se destacar nessa Era como fator marcante, a influência da Igreja, que interferia diretamente como entidade acolhedora de vítimas de abusos sexuais. Na visão da sociedade daqueles tempos, para reparo de uma desonra sexual, era necessária medida de isolamento da vítima do abuso com consequente gravidez, para que fossem colocadas em local distante e não visível aos olhos dos habitantes das cidades, sendo que, a gestante, após o parto, era obrigada a deixar o recém-nascido à disposição da entidade acolhedora, para posterior adoção, e, outra represália era forçar o casamento com o causador do ato do estupro, pois, tal medida, visava “limpar” o mal causado da desonra sofrida à família da jovem mãe. 
 De acordo com Azambuja (2004), em que pesem os avanços registrados ao longo da história, tanto no aspecto social como no jurídico, as crianças vítimas de violência no Brasil, ainda formam um grande contingente. São encontradas basicamente, “infância pobre”, vitima de violência social mais ampla, a infância explorada vítima de violência no trabalho, à infância torturada, vítima de violência institucional, a infância fracassada, vítima da violência escolar, a infância vitimizada, vítima da violência doméstica. Qualquer que seja o tipo de violência, ela impõe à criança sobrevivente profundas marcas no seu desenvolvimento físico e emocional. Diversos estudos apontam que as crianças, as quais sofrem abusos sexuais, ficam traumatizadas, incapazes de construir relações de confiança e familiaridade que são essenciais para o seu desenvolvimento (Azambuja , 2004).
Trata-se de um problema que passa por momentos históricos. É impossível buscar entender a questão do abuso sem aberturas de debates e divulgação, uma vez que são medidas e formas de coibir a prática com certa eficácia. Nós séculos XVIII e XIX, torna-se evidente a preocupação da sexualidade infantil, perdurando até os dias atuais, sempre procurando minimizar a dor, o sofrimento e as terríveis marcas, que nem o tempo pode apagar.
 O problema, felizmente, está sendo muito discutido na pós-modernidade, onde se procura cada vez mais, fórmulas de combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes, com o objetivo do máximo alcance público possível, as causas e consequências traumáticas resultantes de tal prática.
Neto (2009) destaca também como é de grande importância a organização de toda a categoria, lembrando que o processo constitutivo da profissão começou como uma forma de fazer caridade e também das atividades filantrópicas e com o tempo justamente a organização fez surgir a profissão de Assistente Social que para a sociedade é sem sombra de dúvidas muito valiosa.
Sede da ONU (Organização das Nações Unidas) em Genebra em 1924, por uma Declaração, deu-se inicio às primeiras diretrizes de direitos da criança, foi marcada luta pelos direitos da infância. Em 1948, se reafirmou o direito e assistência especial a criança/adolescente que até ali, ainda não gozavam de proteção formal de direito, sendo, a partir de então, marco inicial para base de Direitos da Criança. No Brasil, 1980 é o ano inicial para que o tema sobre violência fosse classificado como problema de saúde pública, com ênfase às sequelas emocionais que esse tipo de violência causa às suas vítimas. 
Em muitos países, por se tratar de problema afeto à Saúde Pública e o caráter de urgência que exige para solução e providências, o necessário atendimento especializado, psicológico e assistência social é imediato. A participação maciça de governos, organizações não governamentais e de todos os envolvidos é necessária na árdua luta pela preservação e aplicação dos direitos reconhecidos da criança e do adolescente. 
Segundo SOUZA NETO, a história da criança e do adolescente no Brasil revela um processo contínuo de maus tratos, abandono, brutalidade, violência, fome, abuso sexual, exploração no trabalho, privação de lazer, perambulação por ruas e praças, extermínio, mortalidade precoce. (SOUZA NETO, 2011, p. 73). Entre os princípios da Convenção destaca-se o reconhecimento dos direitos fundamentais ao desenvolvimento, à proteção integral da criança, e o direito de convivência familiar comunitário, entre outros. 
Um caso de repercussão nacional, Araceli Cabrera Sánchez Crespo, 18 de maio de 1973, foi sequestrada, mantida em cárcere privado drogada, violentada, abusada sexualmente, mutilada, desfigurada com requintes de crueldade e abandonada em um terreno no dia 24 de maio 1973, tornou-se símbolo da barbárie e consequente do combate ao abuso sexual a criança/adolescente. O crime foi cometido por três jovens de classe social alta, os acusados permaneceram impunes até a prescrição de suas penas. Assim, no ano 2000, o Congresso Nacional instituiu a data 18 de Maio como “Dia Nacional Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças /Adolescentes”.
Blanchard (1996) demonstrou que crianças e adolescentes não estão aptos para consentir com a relação sexual; Aracelli em sua pouca idade não estava preparada para concordar com o ato que vivenciava. Segundo Furniss (1993) a ausência de um protetor, vinda de uma família desestruturada com indícios abusos de drogas.
O ato sexual não desejado ou forçado, onde se usa força, faz ameaças ou obtém vantagens, e a vítima se torna incapaz de ter consciência de negar a aproximação violenta. Isso se dá quando alguém aproveita da confiança e do respeito tanto da família quanto da inocência da criança para envolvê-la em tal ato ou atividades sexuais não consentidas por ela. 
Segundo Ariès (1981, p.77) afirma que, nos últimos anos do século XVI e início do XVII, o sentimento moderno de infância e da moral contemporânea era totalmente natural tratar as crianças com liberdade, as brincadeiras grosseiras que giravam em torno de temas sexuais e a “publicidade da indecência dos gestos não chocava ninguém” ao contrário, “pareciam perfeitamente naturais”.
A criança, por sua fragilidade e situação indefesa, torna-se presa fácil do autor da violência, e, por estar no início de sua formação física e intelectual, muitas vezes, a situação relatada pela vítima, é tida como fantasia criada por ela devido a sua idade, sendo sua versão desacreditada e não vista com a seriedade requerida pelo relato, nem investigada, gerando distorção da situação, acabando por ficar no esquecimento quanto ao que viveu, bem como se houve ou não o abuso informado. Assim, a agredida, por sua vez, por estar experimentando a fase de transformação e de descobertas, não tem sua versão sobre a violência sofrida aceita como crível por quem deveria ouvir e averiguar a veracidade de suas declarações, interpretadas como fruto de sua imaginação.
 E o perfil do abusador, muitas vezes se evidencia por ele ser um membro da família, adulto, assim, tido de forma equivocada, como pessoa honesta e responsável, portador da verdade e suas palavras ou versões de maior credibilidade junto ao seio familiar em que criança/ adolescente está inserida.
Diz Labadessa e Onofre (2010), que, o abuso é praticado de várias formas, identificam que a violência direta é a mais discutida nos dias atuais. Já Berger (2011) o define como qualquer ato em que haja o envolvimento de um individuo com outro, seja ele verbal, físico ou sexual, onde não exista permissão.Assim entende que o abuso sexual bem como qualquer outra atividade libertina ou devassa que impulsione o adulto de forma de coibir a criança, mesmo que haja ou não a reivindicação desta, ou que ocorra ou não o ato sexual em si .
O abuso sexual em nossa sociedade representa assunto de difícil comunicação e compreensão. Suas vitimas, além de sofrerem o abuso corporal, intelectual e psicológico, sofrem, também, com a não interpretação correta quando relatam o acontecido. 
 Segundo Aries (1981) a família é a primeira escola da socialização, onde a criança é educada e formada para se tornar um cidadão que construirá o futuro da nação. Levando isso em consideração, pode-se dizer que a formação do caráter da criança vem da educação que ela recebe no lar, sendo transformado de acordo com o ambiente em que está inserida.
Entretanto, durante o processo de pesquisas realizado, é de perceber que no Brasil, os abusos sexuais ocorrem no ambiente familiar, com parente ou com pessoas próximas, habitualmente que frequentam o lar da criança e do adolescente, se aproveitam da confiança conquistada dos responsáveis. Os abusos denominados intrafamiliares ou incestuosos.
 Conceitos de abuso
 É classificado como abuso toda e qualquer imposição às Crianças Adolescentes que vise satisfação sexual de outrem, por uso de violência física, ameaça ou contra sua vontade, ato sexual imposto por um adulto, quando infringe o poder que se tem sobre a vítima, por exemplo: uma criança e um adulto; uma criança com uma criança mais velha; um paciente e um médico ou um estudante e um professor. A situação é agravada pelo medo, vergonha das vitimas, havendo casos de longo período de sofrimento, pressão familiar para evitar que a violação chegue ao conhecimento de outros responsáveis por zelar pela proteção e das autoridades competentes.
 Violações dos direitos ocorrem sem contato físico
Existe uma série de situações que são consideradas violência sem contato físico. Paulo Dalgalarrondo (2008) em seus estudos sobre psicopatologia indica que o agressor descarrega sua agressividade em vitimas que não oferecem resistência, assim como Freud (1905) apontou em estudos relacionados a sexualidade, que indivíduos que não superam o complexo de édipo vivenciam a ambivalência entre o excesso de carinho e o excesso de hostilidade. 
 Constitui violação de direitos sem contato físico: telefonema com conteúdo obsceno, contendo diálogo sobre ato sexual a ponto de despertar desejo na criança/adolescente, convites de forma direta ou indireta, fotografias e filmagens com exposição na internet para satisfação do abusador, comércio de conteúdo ou chantagem com a divulgação de imagens, etc.
Violação dos direitos atravès de contato físico: Beijar boca, sexo oral, apalpar os seios, introdução do dedo no órgão genital ou ânus, penetração com pênis, passar mão nos órgãos sexuais.
Violência física com abusos e: a escolha das crianças: Esganadura para consumar violência, assassinato das vitimas, tortura psicológica, uso de substância entorpecente para dopar a criança, cárcere priva. Criança ainda de colo, bebê recém-nascido ou que, ainda não se comunica por meio da fala, crianças extrovertidas, facilitam a aproximação e abordagem, criança pouco vigiada, deixada por conta ou em ambientes impróprios, ambiente com usuários de droga, ou consumo álcool, e deficientes físicos ou mentais.
Junqueira 1988: “O significado de um abuso sexual para uma criança e sua família, hoje, encontra-se permeado por um imaginário social e por leis que condenam esta prática e se horrorizam com ela”. (Junqueira, pg.52.1998). Revista Campo do Saber Número 4 -/jun de 2018.
 	Não se tem uma linha divisória de classe social para esse tipo de abuso, o que se sabe é que, na classe alta, aquela dificulta e procura por todos os meios, não permitir que o abuso chegue ao conhecimento público e das respectivas autoridades e responsáveis, evitando a vergonha e exposição familiar. 
 	Abuso intrafamiliar e extrafamiliar 
 O abusador pode ser o próprio pai, tio, avô, padrasto, pessoas que ganham confiança da família da vitima e comete o incestuoso abuso intrafamiliar. Essa violência pode ser física, psicológica, com exploração e opressão, e no silêncio do ambiente familiar. 
Azevedo, Guerra e Vaiciunas (1997) relata que, para se caracterizar uma relação sexual incestuosa não é preciso ter laços sanguíneos, ela é reconhecida sempre que envolve uma criança ou adolescente com um adulto responsável, seja ele, cuidador, tutor ou membro da família. Estas pessoas podem ser madrastas, padrastos, avôs, companheiros da mãe ou pai, e podem acontecer também no interior de uma unidade, seja institucional ou familiar.
Está ligada ao poder, pois se há um dominador, também há o dominado, uma relação de forças. Ao se falar da violência intrafamiliar ou outras, é naquele ambiente onde mais frequentemente ocorre o abuso, por meio de exploração dos próprios pais, por vantagens financeiras, ou permitir que o familiar que comete o abuso fique impune, e se mantenha no sigilo familiar, contando-se, ainda, com o silêncio imposto à vítima.
O abuso extrafamiliar pode ser cometido por pessoa que não é consanguínea, ou seja, não possui parentesco com a família, muitas vezes, pessoa bem próxima e conhecida dos familiares. Podem ser vizinho, médico, líder religioso, professor e outros. 
A família está diretamente ligada as atitudes comportamentais da criança. Na maioria das vezes a influência que os pais exercem sobre seus filhos são inconscientes, pois não tem consciência de que seus comportamentos, sua maneira de ser e de falar, de tratar as pessoas, de enxergar mundo, tem enorme influência sobre o desenvolvimento do seu filho. (Cury,1996:48)
Outro fator que ocasiona abuso extrafamiliar é a situação de miserabilidade, onde muitas vezes não se remunera o abuso por dinheiro, mas, por favores, alimentos, frutas, doces e outros. É neste tipo de abuso que muitas vezes se constata a fragilidade, inexperiência, falta de instrução da criança ou adolescente.
 	Exploração sexual 
 Caracterizada como relação sexual entre adulto com criança e adolescente, mediante pagamento ou qualquer outro beneficio. Neste sentido, a exploração sexual está relacionada com rede criminosa mais complexa, onde os aliciadores buscam envolver e interagir com a criança ou adolescente e, até por mediadores. A exploração sexual é agenciada ou não agenciada, até, em alguns casos, com respaldo dos pais, podendo ser resultante da miserabilidade da família.
 Uma série de fatores nas quais podem favorecer este tipo de violência, em que a condição de pobreza é fator primordial, mas encontram-se também questões de gênero, etnias, cultura, erotização do corpo da criança/ adolescente precocemente pela mídia, consumo de álcool, entorpecente, disfunções e vulnerabilidade familiar. O turismo sexual por visitantes estrangeiros ao país, também contribui, onde há o envolvimento, cumplicidade e omissão de estabelecimentos comerciais e outros tipos violência.
Fatos chocantes que envolvem estupro de criança ou adolescente, infelizmente, muito mais comum e numeroso do que os que são expostos pelos meios de comunicação, mas, com certeza, evidenciam a violência e trauma vividos pela vítima, expondo a dificuldade daquela em continuar a normalidade de sua vida, principalmente, por ser apontada ou sentir-se culpada pela situação e, seus parentes evitam, até com certa razão, a exposição e abrangência do acontecimento. Assim, muitos casos não são investigados por falta da não comunicação à autoridade policial.
 As vitimas podem apresentar em seu desenvolvimento manifestações como automutilação e tentativas de suicídio, isolamento afetivo, impulsividade e agressão sexual, transtornos de personalidade e de estresse pós-traumático entre muitos outros, como afirma Azambuja (2004), “qualquer que seja o tipo de violência ela impõe à criança sobrevivente profundas marcas no seu desenvolvimento físico e emocional” (Azambuja, 2004,p.43).
A especificidade em relação ao cuidado da criança e do adolescentese sustenta em função da noção de que estes são dependentes de adultos e a eles subordinados, de forma que são incapazes de se defender principalmente daquelas pessoas que deveriam protegê-las.
Toda violação de direito a criança/adolescente gera consequências irreparáveis e jamais esquecidas, gerando traumas e sintomas que muitas vezes acompanha a vida adulta. Muitas vezes, até o tratamento especializado é ineficaz. Alguns traumas comuns: 
Confusão sentimental em relação ao agressor
	-Repugnância do próprio corpo ou com pessoas do mesmo sexo do agressor;
	-Gravidez indesejada e precoce;
	-Tristeza extrema;
	-Terror e repulsa ao agressor;
	-Comportamento Agressivo;
	-Ansiedade;
	-Pensamento suicida;
	-Agitação na do sono e Insônia;
	-Perda e desinteresse de desenvolvimento escolar;
	-Uso de drogas e álcool;
	-Aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis;
	-Isolamento diante da sociedade;
A CRIAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA): 
. 
 A Carta Magna de 1988, sinalizou atenção mais democrática sobre o significado infante e adolescente, com conquistas mais sérias reservadas a tais personagens. Até então, não havia outro mecanismo estatal direcionado àquele público. Em julho de 1990 (13), foi criada a Lei 8069/90, que, mesmo com 30 anos de seu implemento, ainda encontra resistência quanto à sua aplicabilidade, que busca proceder correções no sentido de fazer valer à criança e adolescente seu direito de cidadão, formação de personalidade e desenvolvimento intelectual, com todas as iniciativas de proteção a criança e ao adolescente que agora são vistos como cidadãos, com seus direitos garantidos. Com o advento do Estatuto, o estudo sobre o assunto passou a ser mais difundido, bem como sua aplicação por órgãos e profissionais responsáveis, destacando-se os pertencentes à saúde e à educação, passando a ser fundamental a participação das vítimas, no sentido de se sentirem mais seguras e mais à vontade em relatar a experiência vivenciada. Sua criação, sua importância e sua devida interpretação, abre-se e legaliza-se caminhos para enfrentamento e soluções dessa realidade cotidiana que é violência contra criança e adolescente, suas causas e consequências. Aí o profissional de Serviço Social assume seu importante papel como protagonista. .
Com o passar dos anos, a Lei 8069/90, vem consolidando a criança e o adolescente como indivíduos da sociedade com direitos adquiridos, corrigindo essa falha secular, com apontamento de soluções práticas na preservação desses direitos. 
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 
I - Ir vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão; 
III - crença e culto religioso; 
IV - Brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
VI - Participar da vida política, na forma da lei; 
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. Esta lei aponta que toda criança tem o direito
 
Um avanço no enfrentamento da violência e respaldo jurídico aos vários problemas que esbarram ainda na carência de serviços de atendimento às vitimas de diversas violências sofridas.
 Segundo SOUZA NETO [...] os Códigos do Menor caminharam na linha do confinamento, da privação de direitos e não de proteção. Os discursos do final do século XIX, apresentados nos jornais e revistas, colocavam a culpa do abandono e desproteção da criança nas famílias. No século XX, nas décadas 20 e 30, os juristas apontavam as condições econômicas da população e a desagregação familiar como causas do abandono das crianças. (SOUZA NETO, 2011, p. 77).
 No Brasil, somente na década de 1980 é que a temática sobre violência foi classificada como problema de saúde pública. A violência, pelo número elevado de vítimas e pela magnitude de sequelas orgânicas e emocionais que produz esse ato nefasto, e adquiriu um caráter endêmico e se converteu num problema de saúde pública em muitos países. O setor de Saúde constitui a encruzilhada para onde convergem todos os corolários da violência, pela solução requerida por suas vítimas sobre os serviços de urgência, como escuta qualificada, atenção especializada, reabilitação física, psicológica e assistência social.
Com a implantação da Lei 13.431/2017, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente, estabeleceu o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente-SGDCA, e trouxe artigos que regulamenta a forma pela qual as crianças e adolescentes em situação de violência devem ser ouvidos, quais sejam a escuta especializada e o depoimento especial.
Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua finalidade.
Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.
Art.9º A criança ou adolescente será resguardado de qualquer contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, ou com outra pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento.
Assim é importante ressaltar que o Estado fica no encargo de proporcionar uma equipe interprofissional como Juiz, Assistente Social, Psicólogo entre outros profissionais competentes e capacitados para trabalharem em conjunto, no intuito de prover uma medida de proteção incorporada e monitorada com a política social.
O ECA em seu ART.3 cita: “A criança e adolescente goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo a proteção integral de que se trata esta Lei assegurando-lhe por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades a fim des. lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social em condições de liberdade e dignidade”.
	Segunda consta na Constituição Federal:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, e outros órgãos responsáveis sem prejuízo de outras providências legais.
Assim, é dever de todo cidadão, que, ao tornar-se sabedor de que qualquer tipo de direito relacionado a uma criança ou adolescente foi infringido por quaisquer pessoas ou mesmo entidades públicas ou não, fazer com que o fato chegue imediatamente ao conhecimento do Conselho Tutelar, ou, na falta deste, à autoridade judiciária protetora mais próxima, inclusive, em sendo o caso, por meio de mídia ou telefone.
	
ATUAÇÃO E PREVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL REFENTE AO ABUSO
 Após esse traumático acontecimento, é necessária a intervenção de profissionais da saúde à vítima e sua família, bem como orientação do Assistente Social, acompanhará a criança ou adolescente, em todas as fases do procedimento, passando por um processo de adaptação, envolvendo vários níveis de subjetividade e difíceis de serem trabalhadas pelos profissionais de Serviço Social e de Saúde, Educação e, ainda, Psicólogos, pois, raramente a criança verbaliza o ato nefasto, que pode ser detectado tanto na escola quanto na Unidade Básica de Saúde que foi procurada quando observada gestação precoce. 
O Assistente Social atua no campo social a partir de aspectos particulares de situação de vida da classe trabalhadora, relativos a saúde, moradia, educação, relações familiares, infraestruturaurbana etc. É a partir dessas expressões concretas das relações sociais no cotidiano da vida dos indivíduos e grupos que o profissional efetiva sua intervenção. (IAMAMOTO, 2012, p. 12 3).
 
No caso da violência e abuso sexual, experiência emocional traumática e geralmente no nível físico e mental difícil de detectar e, com os cuidados necessários na abordagem e na revelação do segredo. Segundo (Habigzang, Azevedo, Koller & Machado, 2006). Anteriormente, profissionais da área da saúde não dispunham de capacitação e formação que favorecessem o reconhecimento da violência perpetrada contra crianças e adolescentes. 
Esse profissional de Serviço Social tem a relevância do trabalho de prevenção à violência, considerando a dificuldade de se conseguir interromper o ciclo abusivo por meio de ações preventivas.
Como profissional juridicamente regulamentado com fundamentação teórico-metodológica e sustentado por uma sólida concepção ética-politica explicitado na Lei nº 8662/93 e na Resolução nº 273/93 (CFESS, 93) a intervenção profissional se dá no contexto das relações sociais de um cenário macrossocial, politico e econômico. CFESS pg.24.
De acordo com Iamamoto (2009) quando o profissional de Serviço Social tem uma atuação para facilitar o acesso da população carente aos serviços sociais oferecidos pelo governo e as várias demandas acabam se colocando em uma linha que tem um aspecto de intersecção tanto na esfera privada quanto na esfera pública, o Estado é importante quando contribui na resolução de conflitos familiares, buscando melhorar os relacionamentos sociais, e assim pode se perceber dois lados um como, por exemplo, quando o profissional atua num conflito doméstico e acaba sendo visto como invasor de privacidade por meio de um trabalho e conduta burocrática e autoritária como uma atenção oferecida pelo Estado, e o outro lado seria fazer um desvelamento da vida das pessoas abrindo um leque de possiblidades para que as classes mais carentes tenham acesso em serviços e recursos, fazendo acumulação de conhecimento e informação no mundo contemporâneo que vivemos hoje.
Como consta no código de Ética Profissional do Assistente Social em um dos seus princípios fundamentais: XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado(a), nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
O assistente social tem sido historicamente um dos agentes profissionais que implementam políticas sociais, especialmente políticas públicas, ou nos termos de Netto, um executor terminal de políticas sociais que atua na relação direta com a população usuária. Mas, hoje o próprio mercado demanda além de um trabalho na esfera da execução a formulação de políticas públicas e a gestão de políticas socais. (IAMAMOTTO, 1998, p. 20)
 
O trabalho de acolhimento às famílias da vitima, é fundamental devido à enorme carga de ansiedade que a situação causa frequentemente a família que muitas vezes interrompe por conta própria o acompanhamento psicológico, sendo, muito manter esse atendimento psicológico que é importante e necessário a vitima o apoio da família em mantê-las no acompanhamento psicológico é importante também.
Em seu campo de atuação, o Assistente Social conta com o apoio do Centro de Referência e Assistência Social-CREAS, órgão esse que tem como objetivo principal questões relacionadas ao individuo e família em situação dos direitos já violados, por meio de trabalho em equipe multidisciplinar, embasado na teoria e ética, leis que dão suporte e proteção às crianças e adolescentes e ao profissional que conduz a criança que estejam vivenciando qualquer tipo de violência, bem como poder viabilizar a inserção da vitima e da família em politicas públicas.
A revelação do abuso sexual produz uma crise imediata nas famílias e na rede de profissionais. A complexidade dos processos envolvidos exige uma abordagem multidisciplinar que integre os três tipos de intervenção: punitiva, protetora e terapêutica, como propõe Furniss (1993). 
Integrar essas ações de forma a não causar maiores danos à criança, diante da situação de exposição e rupturas desencadeadas pela situação da revelação, é o grande desafio dos profissionais.
Tendo por objetivo amenizar as consequências traumáticas resultantes do fato, ficando marcadas em suas memórias as terríveis lembranças da violência sexual, que nunca se apagarão e para que a instituições possam atender esses casos de abuso sexual, há que se investir em capacitação voltada à prevenção de abuso sexual que a crianças/adolescentes vivenciaram, onde o profissional e equipes multidisciplinares receberam o treinamento voltado a prevenção da violência sexual infantil.
 Combate e prevenção
 A falta de informação da população tem contribuído para o aumento significativo no crescimento de casos de violência a infante, a punição quanto á crimes contra criança/adolescente que não são denunciados, dá-se, principalmente, por desconhecimento do Disque 100. No Centro de Atendimento à Mulher (CAM), nas instituições existentes no país, há um número significativo de crianças vítimas de abuso sexual e violência física, a grande maioria desconhece formas de denunciar anonimamente sem se expor e por temor, acabam por não fazer a denúncia, até porque a vítima desconhece a gravidade do ato e não possui ideia do que está acontecendo naquele momento, dado o seu pouco discernimento da realidade.
O cenário de violência sexual contra a criança/Adolescente é preocupante. Os abusos foram na faixa etária de crianças de 2 a 14 (anos de idades) os abusos aconteceram independente da classe social, de bairro, periferia ou centro, isso sem mencionarmos os casos de abuso sexual e violência que não são denunciados por fatores como, a negligência dos responsáveis, as crianças que se calam ou não tem noção do que está ocorrendo, sofre ameaças constantemente, a mãe que muitas vezes diz não saber do abuso praticado dentro da residência, entre outros fatores, que se leva a omissão da violência. 
	A Constituição Federal nos aponta que:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuito a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. (BRASIL, 1988.)
 
A violência tem se repetido e aumentado no Brasil, ou seja, os direitos continuam sendo negados mesmo após tantas lutas, leis e movimentos sociais. Motivo de vergonha, os abusadores de crianças continuam muitas vezes impunes fatores estes que tem causado frustrações e indagações sobre a eficácia na aplicabilidade das leis de proteção das crianças e adolescentes.
Com projeto Lei 13.953 (11) de Dezembro 2019, que exige Assistente Social na Educação com equipes multiprofissional, uma nova escola que refletia a função social na educação, como seu papel enquanto formadores de cidadãos, que tenha coragem de criar mecanismos que viabilizem a questão sobre educação e orientação pedagógica sobre r a falta orientação preventiva sobre abuso sexual, buscar rumos inovadores. Ao Assistente Social, temos ampla capacitação de atuar com as famílias e o Conselho Tutelar responsável por aquela região, bem como promover cursos de prevenção aos pais e professores e alunos com respaldo do ECA, além de acompanhar e conduzir casos mais graves de violação de direito.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.(BRASIL, 1988 apud MALASSISE, 2013, p.19)
 
Segundo BOURDIE, “necessário que a escola ignore, no âmbito dos conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as crianças das diferentes classes sociais” (BOURDIEU, 1998, p. 53).
A prática pedagógica serve como leme aos alunos e justificação para a dificuldade no âmbito escolar de politica publica sobre prevenção de abuso sexual que diz respeitos reais diante do ensino a tradição pedagógica de ter interesse de implantar essa pratica de se ter algo consistente de prevenção, no entanto, ela não somente exclui as interrogações sobre questões de prevenção e são os mais eficazes de transmitir os conhecimentos e as habilidades na escola exige.
	Marco historico ao combate a violencia infatil.
 Com o I Congresso Mundial Contra Exploração Sexual, Comércio de Criança e Adolescente, realizada em Estocolmo na Suécia, considerado um marco histórico internacional na busca ao combate de crimes contra crianças/adolescentes. A Convenção das Nações Unidas, sobre Direitos da Criança/adolescente, tenha convivência de viver com seus pais, quando teve seus diretos violados a não convivência com seu somente se em seu ambiente familiar a criança correr risco de vida; o direito garantido de continuar ambiente familiar caso seja separado de um ou de ambos e dever do Estado zelar dessa criança casos em que haja tais separações.
O II Congresso foi realizado no Japão em 2001, dia 18 de maio marcou como dia combate ao abuso sexual, da criança\adolescente no Brasil com Slogan “Esquecer é Permitir, Lembrar é Combater”, escolhido devido a um crime brutal contra infante Araceli, ocorrido no ano 1973.
Segundo Gohn (2005, p. 108):A nova escola deve reconhecer a existência de demandas individuais e coletivas, orientar-se para a liberdade do sujeito pessoal, para a comunicação intercultural e para a gestão democrática da sociedade e suas mudanças. Deve aumentar a capacidade dos indivíduos de serem sujeitos, de compreender o outro em sua cultura.
 Interromper uma vida na idade dos sonhos, da inocência, das brincadeiras, etc., já é algo brutal e se torna mais chocante quando não se tem punição. O abuso sexual configura um grau relevante à saúde publica, onde os profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde) enfrentam um enorme desafio, tal como na identificação e localização da vítima, tem-se buscado encontrar alternativas para conduzir a situação da melhor forma possível observando-se, que, o resultado de violências sexuais, é o nascimento de mais de 4 mil crianças anualmente, cujas mães possuem idades entre 12 e 14 anos, a cada 11 minutos ocorre um estrupo no Brasil, estima-se que os casos registrados representam 30% de todos os fatos envolvendo essa prática de violação de direitos às crianças, tendo como principais causas o desconhecimento e o temor, pois, muitas vezes o crime é praticado pelo próprio pai, padrasto, responsável ou alguém próximo da família, a vítima, de imediato, perde a base familiar e quebra o vinculo que deveria ser de proteção, passando o seu lar, a ser o pior local se conviver.
 Serviços disque 100
Projeto de Lei Nº 5083/2017/2, assegura que todo cidadão tenha acesso e torna obrigatória a fixação de cartazes com informações sobre o Disque Direitos Humanos, em espaços de grande circulação, como estabelecimentos comerciais, aeroportos, bancos, escolas, faculdades, hospitais, shoppings centers e terminais rodoviários as ligações podem ser feitas de todo o Brasil.
Projeto Disque Direitos Humanos 100, aprovado em 13/06/2017 Dispõe sobre a afixação do número de telefone do “Disque Direitos Humanos”.
Art. 1º O Poder Executivo afixará placas/cartazes com a seguinte informação: “Disque Direitos Humanos - 100” nas salas de aulas para denúncias de abuso, violência e assédio sexual contra crianças. 
Art. 2º A Secretaria Municipal de Educação viabilizará meios que incentivem as crianças e adolescentes denunciarem os abusos sofridos e informação sobre o que constitui abuso, violência e assédio sexual. 
Art. 3º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias contados de sua publicação. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
 	
Com a criação do Disque 100 em 1995 restritos a alguns municípios até então, atualmente ampliado para todo país, o Disque Direitos Humanos Disque 100 é um serviço da Secretaria de Direitos da Violência Sexual contra Crianças e/Adolescente funcionalidade, 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados.
A denúncia anônima e encaminhada aos órgãos de competentes, e de responsabilidade em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão.Dado divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento da Mulher das famílias dos Direitos Humanos de 2019, fornecido pela Ministra Damaris Alves. Denúncias recebidas no disque 100, somam 77.290 ligações e envolvendo crianças/adolescentes sendo 17,093 referem-se a violência sexual contra criança\adolescente. Dados do Disque 100 apontam-nos (6) primeiros meses de 2018, foram registradas 9.297 denúncias contra crianças\adolescentes de violações sexuais. A cada duas horas (1) criança têm seus direitos violados. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde revela que 184.524 casos notificados de violência sexual entre 2011 e 2017, 51,2% as vítimas são crianças entre 1 e 5 anos crimes registrados, 69,2% ocorreram na casa das vítimas e outros 4,3% ocorreu na escola.
A ONU-Organização Nacional de Saúde alerta que violência em criança e adolescente chega a 275 milhões em todo mundo, destacando-se violência intrafamiliar, extrafamiliar e exploração sexual, estima-se que 80% das crianças são abusadas no ambiente familiar. 
 Dados do SUS revelam que de 2011 á 2017, a violência sexual contra vítimas do sexo feminino, gerou 4 mil bebês. Casos de estrupo a menores de 13, constam como as maiores vitimas no país. O estudo foi realizado pelo IPEA-Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública-FBSP.
Ao longo dessa pesquisa notadamente se nota a importância desse profissional Assistente Social para a sociedade. Principalmente na questão de assegurar direitos dos cidadãos. 
Iamamotto (1999) destaca que o conhecimento é um meio de trabalho do assistente social, deixando claro que as bases teórico-metodológicas são essenciais para o exercício profissional. Essa dimensão contribui para direcionar a intervenção.
As violências sexuais predominam doe sexo feminino, isso não afasta, o grande número de abuso sexual contra meninos. O abuso sexual configura-se um grau relevante e danoso à saúde publica, onde os Assistentes Sociais e profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde) enfrentam enorme desafio e dificuldade de identificar as vítimas, bem como encontrar alternativas para condução da situação da melhor forma possível sem exposição à família envolvida e, principalmente, o infante. A existência da violência sexual possui dificuldade no seu enfrentamento, não se resume em apenas um Assistente Social, mas de uma rede de profissionais, que atuam em várias áreas voltadas à proteção da saúde, da integridade física e intelectual da criança e adolescente, devidamente geridas pelo poder público e sociedade civil. 
Abuso e exploração de infante e adolescente trazem sérias consequências emocionais e de saúde, mental e psicológica, por isso, é fundamental estar sempre atento combater e evitar esse tipo de violência. Lembrando-se que, na busca de solução, programar e discutir ações é perfeitamente necessário e possível, mesmo diante de recursos e condições limitadas temos a escola que é extensão da residência da criança onde se pode contar com a atuação de um Assistente Social, que, mesmo diante de uma realidade ainda distante, ainda se busca na rede de educação, participação conjunta com a psicopedagoga, buscando soluções e formas de formas de abordagem do tema com mais ênfase, de acordo com maturidade de cada aluno e se manter essa linha no aprendizado das crianças e aquelas compreenderema importância da interpretação das formas de carinho e carícias, e aprenderem a quem recorrer se essa violação de direito acontecer, abuso que pode ser praticado, muitas vezes, no interior de suas residências. Tomarem conhecimento dos meios de proteção disponíveis, tais como DEAM-Delegacia Especializada no Atendimento ao Menor e Serviço Gratuito Disque 100, podendo ser solicitado, mantendo-se o sigilo ou anonimato do conteúdo da denúncia e de seu expositor.
Programas de atendimeto da rede de assitencia social.
Trabalho pertinente e com acompanhamento, realizado através de estágio e atendimento junto ao Assistente Social do município, nota-se a urgência em se fazer campanhas de conscientização, na Secretaria Municipal de Bem Estar Social-SEMAS, Centro de Referência Especializado de Assistência Social-CREAS, que faz os primeiros acompanhamentos da vitima, podendo se utilizar do Serviço Disque 100, a equipe multidisciplinar que compõe a instituição CREAS, que encaminha as vítimas às autoridades e ao PAIF (Programa Atendimento Integral á Família) e providencia outras iniciativas necessárias.
Enfrentamento que tem dificuldade de por em ação. Não se resume em apenas um profissional em equipe multidisciplinar e órgãos públicos, que atuam na proteção da saúde, integridade física, intelectual da criança\adolescente. Com a implementação do ECA-(Estatuto da Criança e do Adolescente), observa-se felizmente, que, o problema já não é tão ignorado pela sociedade, com divulgação e implantação de políticas voltadas ao amparo amplo e irrestrito da criança e do adolescente, procurando fórmulas de inserção e formação de sua Cidadania.
Não fugindo de vista que existem Centros de Referências Especializadas de Assistência Social-CREAS, que atuam com equipe multidisciplinar, e, possibilita atendimentos para diagnosticar, e proceder o devido encaminhamento das vítimas aos órgãos responsáveis pelo procedimento, dentro do que dita a Lei 8.069/90). Observa-se uma urgência em elaboração de política pública na rede educacional onde atua o Assistente Social, local em que, muitas vezes, o primeiro a detectar o abuso e infração dos direitos. Que sejam criadas politicas publicas planejadas, engajadas e comprometidas com a real situação de violência de criança/adolescente, com resultados concretos, bem como a prevenção e orientação de profissional capacitado para auxiliar em todos os casos, com acompanhamento e acolhimento, evitando-se excessiva exposição. Em relação a divulgação, os meios de comunicação exercem importante contribuição, pois, a abordagem tem maior alcance junto à população. Denúncias, suspeitas ou confirmações se tornam mais transparentes, vítimas passam a ter certeza do anonimato, os responsáveis pelo andamento procedimental também se sentem mais seguros e comprometidos. O país ainda não consta com registros de programas abrangentes de prevenção do abuso sexual infantil dentro de escolas, tornando-se restrito a iniciativas de pouca duração. Tal constatação deu-se, ainda, por pesquisas a vários autores que abordam o tema em seus escritos. 
As estatísticas elaboradas pela OMS-Organização Mundial de Saúde apontam que150 milhões de meninas e 75 milhões de meninos com idade inferior de 18 anos, já praticaram relações sexuais sem os seus consentimentos ou de forma forçada, bem como já sofreram outro tipo de violência, sendo aí incluída a tortura física e psicológica. É necessário manter seus direitos preservados e garantidos, bem como cuidados com atenção e socialização e direito a vida e a rotina saudável. Para tanto, faz-se necessária política pública, programas e ações fragmentadas, visando o atendimento, suprimento das necessidades materiais, humanas e intelectuais da criança e do adolescente que sofreu abuso sexual, detectando possíveis deficiências, carências e outras urgências, buscando opções transparentes, éticas e morais, para a normalidade de tão significativa transição da fase adolescente para adulta.
Conforme afirma Almeida, (2003) Nas últimas décadas, a violência sexual infantil ganhou visibilidade social, o que é um resultado das mudanças ocorridas nos diferentes setores da sociedade. "Esse crescente interesse pelo abuso sexual de crianças é, assim, sem dúvida, o resultado de crianças com maior liberdade de expressão e também de adultos mais dispostos a ouvi-las" (Almeida, 2003, p. 119).
A base familiar é de extrema importância na facilitação, na orientação e acompanhamento seguro para que esses cuidados e atenção sejam cumpridos e respeitados, no caso de violência intrafamiliar, afeta ainda mais a criança e adolescente, findando por perderem sua base familiar, que é a principal referência e o espaço onde deveriam se sentir seguros, transforma-se no local menos favorável e perigoso, justamente por terem perdido o alicerce familiar.
É nesta situação que a fuga de adolescentes do seu ambiente familiar aumenta, empurrando-os para as vias públicas, ocorrendo, assim, também evasão escolar, uso e tráfico de substância entorpecente, prostituição para manter o vício, a própria sobrevivência ou casamento de forma não convencional precoce, sendo, por vezes, adotados por adultos inescrupulosos ou mais “experientes”.
CONCLUSÃO
O projeto tem como objetivo apresentar um estudo profundo, sendo o exercício profissional do Assistente Social regido pelo Código de Ética Profissional, cuja atuação no caso de abuso de infante e adolescente, consiste em elaborar projetos de prevenção do abuso sexual da criança/adolescente, com a finalidade de realizar trabalho multidisciplinar na educação, juntamente com orientação pedagógica. 
 Desta forma, o Assistente Social deve atuar conjuntamente com o profissional acima referido, tendo a escola como local da realização do trabalho, por aquela se tratar de uma instituição que se tem como a extensão do lar do aluno e, onde é melhor detectado os primeiros indícios de abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar ou outras violações dos seus direitos. 
O objetivo é abordar o papel do Assistente Social na elaboração de projetos e prevenção do abuso sexual, destacando sua relevância, domínio da situação e conhecimento das atribuições junto ao Setor da Educação, que, sabedor da necessidade da atuação do profissional Assistente Social, formará uma equipe com aquele, para, chegar-se a solução mais adequada para casos que surgirem no estabelecimento de ensino ao qual estão vinculados. Faz-se necessário sempre lembrar que, as crianças e adolescentes, principalmente, as vítimas de abuso sexual, devem ser orientadas sobre o problema e suas consequências, frisando-se, de acordo com aspectos psicossociais e pedagógicos, aprender a distinguir as formas de carinho e de carícia.
Não se deve apenas diagnosticar o abuso e punir o agressor, mas, também, é necessário realizar trabalho continuo e em conjunto com Projeto Politico e Pedagógico (PPP) ao identificar abuso e aspectos intrapsíquicos de conflito, dar voz à vítima e escutá-la para tentar recuperar a sua confiança, possibilitando que a referida evolua a nível psicológico, afetivo, com o apoio do profissional de Serviço Social, a vítima e sua família, garantindo a escuta qualificada, o sigilo à vitima e preservando seus direitos como cidadão amparado pelo ECA.
 Nos casos envolvendo crianças/adolescentes, constata-se o predomínio de vítimas do sexo feminino, embora as do sexo masculino, apesar de em menor escala, também ocorre a mesma situação. Crianças com idade entre um mês do nascimento aos 12 anos incompletos são as mais vitimadas, muito embora um número expresso de vítimas, com idades compreendidas entre 12 e 16 anos, sofrem, igualmente do mesmo abuso, resultando até em gestação das menores, que, muitas vezes, só é descoberta, ao se verificar, quando há procura de hospitais ou clínicas por a gestante se encontrar sob gravidez de risco, tanto para ela quanto para o feto. 
A necessidade de políticas públicas, com a inclusão do Assistente Social como parte integrante de todo o procedimento, é urgente, pois, tal profissional,juntamente com outros da área de Educação, já citados anteriormente, é importante no sentido de prevenir, proteger, orientar e, finalmente, buscar soluções no sentido de se evitar, ao máximo, a prática do abuso sexual contra a criança e adolescente não ocorra no espaço onde os profissionais atuam, mantendo, inclusive, intercâmbio com outros profissionais de outras escolas e até auxílio na solução de tão grave problema, que gera, também, prejuízo à sociedade como um todo. 
A escola, conhecedora da sua função social, bem como formadora do cidadão, deve estar sempre atenta e encarar com coragem e rigor, o enfrentamento de tão grave problema, sempre que deparar, buscando, cada vez mais, soluções e rumos inovadores. 
De acordo com Iamamoto (2009) o profissional de Serviço Social tem toda uma preparação teórica na qual busca se aprofundar nas teorias para estar desenvolvendo um bom trabalho no momento em que for colocar em prática tudo o que aprendeu na graduação juntando com a prática do estágio e depois quando se forma e se torna um profissional preparado e capacitado para contribuir com a sociedade. 
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