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Mercados e bem-estar Se a alocação de recursos pelo mercado é desejável ou não, é uma questão para a economia do bem- estar econômico. Nela, o equilíbrio num mercado deve maximizar o bem-estar total de compradores e vendedores, que recebem benefícios por fazerem parte desse mercado. O bem-estar do mercado é a soma do excedente do consumidor ao do produtor. O excedente do consumidor mede o bem-estar econômico do ponto de vista do comprador. É a área abaixo da curva de demanda. O excedente do produtor mede o bem-estar econômico do ponto de vista do vendedor. É a área acima da curva de oferta, até o preço de equilíbrio. Excedente do consumidor É a quantia que o comprador está disposto a pagar pelo bem menos a quantia que ele realmente paga. O excedente do consumidor mede o benefício que os compradores obtêm por sua participação no mercado. Esse excedente está estreitamente associado à curva de demanda de um produto, porque a escala de demanda é derivada da disposição para pagar dos quatro possíveis compradores. A área abaixo da curva de demanda e acima do preço mede o excedente do consumidor em um mercado. Isso porque a altura da curva de demanda mede o valor que os compradores atribuem a um bem, como medida de sua disposição para pagar. A diferença entre essa disposição e o preço de mercado é o exceden te de cada comprador. Assim, a área total abaixo da curva de demanda e acima do preço é a soma dos excedentes do consumidor de todos os compradores no mercado de um bem ou serviço. (Preço * Quantidade)/2 O excedente do consumidor mede o benefício que os compradores obtêm de um bem tal como percebido pelos próprios compradores. Assim, é uma boa medida do bem-estar econômico se os formuladores de políticas desejam respeitar as preferências dos compradores. Esses economistas partem da hipótese de que os compradores são racionais ao tomar decisões e de que suas preferências devem ser respeitadas. Mas, em casos particulares, como na compra de drogas, não é uma boa medida pois os viciados não têm o próprio bem-estar em mente. Excedente do produtor Excedente do produtor é o montante que um vendedor recebe menos o seu custo de produção. Ele mede o benefício que os vendedores extraem de sua participação no mercado. O custo deve ser interpretado como o custo de oportunidade, ou seja, o valor de tudo aquilo de que um vendedor precisa abrir mão para produzir um bem. Assim como o excedente do consumidor está estreitamente associado à curva de demanda, o excedente do produtor está à curva de oferta. Para qualquer quantidade, o preço dado pela curva representa o custo da vendedora marginal, aquela que seria a primeira a deixar o mercado se o preço fosse menor. A área abaixo do preço e acima da curva de oferta representa o excedente do produtor em um mercado. Isso por que a altura da curva de oferta está relacionada aos custos das vendedoras, e a diferença entre o preço e o custo de produção é o excedente do produtor de cada vendedor. Assim, a área é a soma dos excedentes do produtor de todos os vendedores. Usamos o excedente do produtor para medir o bem-estar dos vendedores, de forma semelhante ao uso do excedente do consumidor para medir o bem-estar dos compradores. Eficiência de mercado O planejador social benevolente é um ditador bem-intencionado que deseja maximizar o bem-estar econômico de todos os membros da sociedade, para isso, consideremos o excedente total produzido como ferramenta para medir esse bem-estar. Então, o excedente total de um mercado é o valor total atribuído pelos compradores dos bens, medido por sua disposição para pegar, menos o custo total dos vendedores que fornecem esses bens. Se uma alocação de recursos maximiza esse excedente total, dizemos que tem eficiência. Alocações ineficientes, por outro lado, são aquelas em que o bem não está sendo produzido a menor custo pelos vendedores nem sendo consumido a maior valor pelos compradores. Além da eficiência, o planejador social pode se preocupar também com a equidade, ou seja, a imparcialidade na distribuição do bem-estar entre os membros da sociedade. Consiste na preocupação não somente com o tamanho do bolo econômico, mas também com a maneira como ele é distribuído entre os cidadãos. Avaliar a equidade de um mercado é mais difícil que analisar sua eficiência, pois envolve julgamentos normativos que vão além da economia e entram no campo da filosofia política. Chega-se a três conclusões sobre os resultados do mercado: 1. Os mercados livres alocam a oferta de bens aos compradores que lhes atribuem maior valor, tal como medido por sua disposição para pagar. 2. Os mercados livres alocam a demanda por bens aos vendedores que podem produzi-los ao menor custo. 3. Os mercados livres produzem a quantidade de bens que maximiza a soma dos excedentes do consumidor e do produtor. Logo, o planejador social benevolente não pode aumentar o bem-estar econômico mudando a alocação de consumo entre os compradores ou a alocação de produção entre os vendedores, nem aumentando ou diminuindo a quantidade do bem. O equilíbrio entre oferta e demanda maximiza a soma dos excedentes do consumidor e do produtor. Então, a tarefa do planejador social benevolente é deixar o resultado de mercado da maneira como o encontrou. Essa política de não-intervenção é também conhecida como laissez-faire, que significa “deixe-os fazer”. Trata-se da “mão invisível” de Adam Smith, a qual conduz os compradores e vendedores a uma alocação de recursos da economia que maximiza o excedente total. Por isso, muitos economistas defendem os mercados livres como a melhor maneira de organizar a atividade econômica. Consistem na incapacidade do mercado de alocar recursos com eficiência. 1. Na análise, consideramos que os mercados são perfeitamente competitivos. Contudo, na vida real, há mercados com um único comprador ou vendedor (ou pequeno grupo) que controlam os preços de mercado. Essa capacidade de influenciar nos preços é chamada de poder de mercado, o qual faz com que os mercados sejam ineficientes ao manter o preço e a quantidade distantes do equilíbrio entre oferta e demanda. 2. Também foi suposto que o resultado em um mercado somente importa para os compradores e vendedores envolvidos. Contudo, na vida real essas escolhas afetam outras pessoas por meio das externalidades, que fazem com que o bem-estar do mercado dependa de mais coisas do que o valor para o comprador e o custo para o produtor. Um exemplo é a poluição. Quando o mercado falha, microeconomistas podem pensar em políticas para corrigi -las. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
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