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Dentes decíduos - Histologia

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HISTOLOGIA DOS DENTES DECIDUOS 
 
 GENERALIDADES 
Os seres humanos caracterizam-se por possuir dois tipos de dentes, decíduos e permanentes, que 
surgem como consequência de duas dentições. 
A primeira dentição é constituída por 20 elementos dentários que são denominados dentes primários ou 
decíduos. 
Os primeiros elementos decíduos erupcionam na cavidade bucal entre o primeiro e o segundo ano de 
vida, completando-se está dentição até os três anos de idade. Os dentes decíduos são substituídos 
posteriormente de forma progressiva pela dentição permanente a partir dos seis anos 
aproximadamente mediante um fenômeno fisiológico denominado dentição dos dentes deciduos. O 
número de dentes que formam a dentição permanente e de 32. 
A presença das duas dentições no homem responde a necessidade de acomodação ao crescimento da 
face e dos ossos gnaticos. As arcadas dentárias da criança podem abrigar apenas um determinado 
número de elementos dentários. Com o crescimento, ocorre gradualmente o aumento do tamanho dos 
ossos gnaticos, necessitando-se não só de mais, bem como de maiores elementos dentários 
Os dentes decíduos se diferenciam dos permanentes em forma, tamanhos e certas particularidades em 
sua estrutura histológica. Os elementos decíduos são de menor tamanho, as coroas são mais baixas e 
mais redondas, as raízes são mais curtas, seu desenvolvimento e mais rápido e a espessura do esmalte e 
a metade da que existe nos permanentes. 
 
 PROPRIEDADES FISICAS 
As propriedades físicas são semelhantes às dos dentes permanentes. Em relação a dureza, a do esmalte 
e a dentina dos dentes decíduos e ligeiramente inferior à dos permanentes. 
Em relação a dentina, destaca-se que as zonas centrais da coroa e da raiz são mais duras no dente 
permanente que no dente decíduo. 
Em relação a permeabilidade, aceita-se que está é maior no esmalte dos dentes decíduos devido à sua 
menor espessura. 
A radiopacidade do dente deciduo é ligeiramente inferior a do dente permanente. 
A cor do dente deciduos e branco-azulada ou branco-acinzentada, estando está tonalidade relacionada 
com a menos espessura das estruturas e com o grau de mineralização. 
 
 COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
A composição química do esmalte, a dentina e do cemento dos dentes decíduos não difere de forma 
significativa a dos dentes permanentes. Todavia as diferenças essências estão no grau de mineralização, 
pois existem dados contraditórios. Alguns estudos indicam menores concentrações de cálcio e fósforo 
nos dentes decíduos e outros mostram valores semelhantes. Os valores encontrados dependeriam das 
distintas técnicas utilizadas: análises bioquímicas, difração de raios-X, etc. No esmalte superficial dos 
dentes decíduos tem sido identificados dois componentes essenciais, mas de função antagônica: o flúor 
e os carbonatos. 
Existem estudos que demonstram que no esmalte dos dentes decíduos existe Be, Li e Sr em 
concentrações significativamente inferiores às dos dentes permanentes, enquanto o Cu, V e Cd são 
detectados em concentrações superiores. 
 ESMALTE 
O esmalte das dentições decíduos é constituído estruturalmente pelas mesmas entidades histológicas 
que caracterizam o dente permanente. Entretanto, existem algumas diferenças e particularidades 
microscópicas que devem ser destacadas e que serão detalhadas a seguir. 
Unidade estrutural básica do esmalte 
 Esmalte prismatico 
Os prismas apresentam caracteres microscópicos semelhantes às do esmalte dos dentes permanentes, 
mas em nenhum caso alcançam a superfície externa, pois nesta região encontra-se o esmalte prismatico. 
Ao MET os prismas em cortes teansversais se assemelham a uma “gota de água”, devido ao fato de que 
no nível da sua cauda exibem uma forma alongada e fina. Estudos realizados em dentes deciduos 
demostram: 1)que na profundidade das fosas e fissuras das faces oclusais os prismas terminam 
formando ângulos agudos, ao contrário dos molares permanentes; 2)que nas cúspides os prismas 
formam algunos retos de 90 ° com a superfície externa; e 3) que nas zonas correspondentes ao 
terço gengival os prismas se orientam com a superfície externa formando ângulos obtusos. 
 Esmalte aprismatico 
É uma banda de esmalte que carece de prismas e que no dente deciduos circunda toda a coroa. A 
existência do esmalte aprismatico dificulta a fixação do ácido por exigir a eliminação prévia de este 
esmalte periférico ou o aumento no tempo de fixação. O ataque ácido no esmalte aprismatico origina 
um padrão microscópico coraliforme. 
Unidades estruturais secundárias 
No esmalte dos dentes deciduos também são observadas diferentes unidades estruturais secundárias, 
como resultado das mudanças de trajeto dos prismas e dos diferentes graus de mineralização e de 
defeitos na formação do esmalte. A seguir serão comentadas quedas que apresentam algumas 
particularidades em relação aos dentes permanentes. 
 Estrias de Retzius 
Sao linhas ou bandas de cor marrom-obscura que marcam a sucesiva aposição de camadas de tecido 
adamantino durante a formação da coroa. A cor das estrias do Retzius está relacionada com a sua 
natureza hipocalcificada. Estudos em molares deciduos destacam que as estrias de Retzius são escassas 
e pouco acentuadas no esmalte pós-natal e estão ausentes no esmalte pré-natal. 
 Lamelas ou microfissuras do esmalte 
São microdefeitos esctruturais que aparecem entre os prismas do esmalte. Sua importância clínica 
sustenta que estes microdefeitos estruturais constituem verdadeiras brechas, por onde podem ser 
introduzidas bactérias que contribuem para a formação da cárie. No esmalte deciduo existem vários 
microdefetios que podem chegar a comunicar o complexo dentino-pulpar com a superfície externa. 
 Fusos adamantinos e túmulos dentinarios remanescentes 
Nos dentes deciduos os fusos adamantinos os tuvimos remanescentes existem em uma porção maior. A 
prescinda dos mesmos está relacionada com a histofisiologiapulpar em sua função sensorial ou sensitiva, 
no entanto se considera que tenham menor sensibilidade que os permanentes, por seu menor grau de 
maturação nervosa. 
 Bandas de Hunter-Schreger 
Apresentam-se como bandas externas escuras e claras de tamanho variável. Estas bandas se localizan 
nos dentes anteriores primários próximo as superfícies incisais, enquanto nos molares predominam no 
terço médio e cervical. 
 
 DENTINA 
Os estudos histológicos realizados sobre os elementos deciduos tem revelado que não existem 
diferenças significativas em relação a dentina dos dentes permanentes, quanto a dimensão e ao número 
de conductos dentinarios. Entretanto existem estudos que indicam que a densidade dos tubulos 
dentinarios e menor nos molares decíduos e que apresentam muitas ramificações dicotômicas terminais 
na proximidade da JAD. Por outro lado, nos dentes deciduos humanos tem sido descritos tubular 
dentinários gigantes muito desenvolvidos que contém fibras colagenas tipo I e tipo II, nos processos 
odontoblasticos. 
 POLPA DENTINARIA 
A polpa dentária dos dentes decíduos se caracteriza por ter um período de vida mais curto que o da 
polpa dos dentes permanentes. Como conseqüência disso, não alcançam o mesmo grau de 
desenvolvimento histológico que eles. 
Na camada odontoblástica, o núcleo odontoblástico encontram-se dispersos, apresentando-se pseudo-
estratificados. Sua morfologia é cubóide, sendo que pode ser colunar na região coronária. A zona 
oligocelular de Weil é muito pouco evidente nos dentes decíduos quando em comparação com os 
permanentes ea zona rica em células na polpa não é contínua nos dentes decíduos. A zona central da 
polpa apresenta nos dentes decíduos o aspecto de tecido conjuntivo muito frouxo, muito inervado e 
vascularizado. 
Vascularização: Caracterizada por freqüência de anastomoses arteriovenosas na polpa radicular 
Inervação: Rica em inervação ao nível cervical, porém, não tão desenvolvido quanto nos dentes 
permanentes. 
As mudanças que ocorrem no tecido pulpar durante o processo de esfoliação consiste primeiramente na 
atrofiapulpar progressiva. Posteriormente, os monócitos originam os odontoclastos eosteoclastos que, 
junto com os fibroblastos que passará a atuar como fibloclastos, formam os mecanismos de reabsorção 
que, somados as forças geradas pelo desenvolvimento dos germens dentários permanentes causam a 
queda do dente decíduo. 
 CEMENTO 
No dentes decíduos, o cemento reveste unicamente a superfície externa da porção radicular. 
São identificados dois tipos de cemento, acelular e celular, sendo maior o predomínio do tipo acelular 
nos dois terços superiores da raiz. Outra característica é que na junção amelocementária, o esmalte e o 
cemento sempre estão em contato e o cemento quase sempre cobre o esmalte. 
 HISTOFISIOLOGIA 
As características estruturais dos dentes decíduos, especialmente a menor espessura de seu esmalte e 
de sua dentina, o grau de mineralização, a existência de esmalte aprismático e de microdefeitos em 
diversas zonas, a distribuição heterogênea de sua inervação e a reatividade da polpa condicionam, em 
maior ou menor intensidade, neste tipo de elemento dentário, o suporte das forças de mastigação, 
assim como sua maior vulnerabilidade, por um lado, e sua maior capacidade de resposta, por outro. 
 BIOPATOLOGIA E CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS 
O nível primário da prevenção em saúde bucal, corresponde especialmente à primeira infância. 
Aproveitando a maior permeabilidade do esmalte na dentição primária, realiza-se o primeiro nível de 
prevenção através da incorporação do flúor com aplicações tópicas e bochechos fluoretados. O segundo 
nível se cumpre com o diagnóstico precoce de lesões cariosas. 
Há a necessidade de se preservar a saúde dos dentes decíduos pelo seu papel na mastigação e também 
porque sua permanência até a esfoliação assegura a manutenção do espaço necessário para a erupção 
normal dos elementos permanentes e para o crescimento harmônico dos processos alveolares. 
Os dentes decíduos, por suas características estruturais, são suscetíveis a outras alterações que nestes 
podem desenvolver-se com mais facilidade do que nos dentes permanentes. 
Os traumas produzidos nas primeiras etapas da vida, podem dar origem a hipoplasia, hipomineralização 
ou porosidade do esmalte. Em caso de avulsão (extração acidental), o dente pode ser recolocado em seu 
leito alveolar, já que a reinserção radicular pode ser obtida com êxito. 
Certas bebidas não-alcoólicas exercem um efeito erosivo sobre o esmalte aprismático. Também, pela 
freqüente presença de defeitos e microdefeitos, estes dentes estão mais facilmente predispostos à 
instalação de cáries na região oclusal. Por isso, nota-se a importância na escovação e recomendar a 
redução de doces (carboidratos), além da aplicação tópica de fluoretos e selantes, prevenindo a cárie e a 
perda precoce dos dentes.

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