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Relatório Vacinas de RNAm.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE VETERINÁRIA (FAVET)
BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR
VACINAS COM TECNOLOGIA DE RNAm.
Docente: Ana Paula Ribeiro Rodrigues.
Discente: Lara Barroso Silva Lemos.
FORTALEZA
2021
VACINAS COM TECNOLOGIA DO mRNA.
As vacinas de ácidos nucleicos, que surgiram a partir das inovações biotecnológicas, são um dos mais novos e mais promissores tipos de vacinas existentes. As vacinas de DNA ou RNA são seguras e de fácil desenvolvimento, sua produção requer somente a manipulação do material genético e não do vírus.
1. Tecnologia das Vacinas de mRNA:
O RNA mensageiro (mRNA) é uma molécula cuja a principal função é transmitir a mensagem do DNA com instruções para a síntese de proteínas, produzidas nos ribossomos, e para outras funções biológicas.
O objetivo da vacina de RNA mensageiro é o mesmo das vacinas comuns, simular uma infecção e criar anticorpos contra os agentes infecciosos. Entretanto, diferente das vacinas comuns, as quais usam o vírus atenuado ou morto para estimular a resposta imune, as vacinas de RNAm contêm a parte do RNA viral responsável pela síntese de uma proteína específica que funciona como mensageiro para as células do organismo. Esse pedaço de RNA mensageiro é encapsulado em uma microesfera lipídica e inserido no músculo através de uma seringa. Uma vez que a vacina entre em contato com a célula, os ribossomos serão estimulados a sintetizar a proteína viral que quando liberada será identificada como um antígeno, estimulando o sistema imunológico combater essas partículas estranhas e a produzir anticorpos. Essa imunidade dará o corpo a capacidade de se defender quando realmente entrar em contato com o vírus.
No caso do vírus da COVID-19, as vacinas da Pfizer e da Moderna, por exemplo, contém a parte do RNA mensageiro viral encarregada da síntese da proteína “Spike”, que é responsável pela entrada do vírus nas células do corpo. Quando dentro do organismo humano esse pedaço de RNAm estimula as células humanas a produzir a proteína Spike, as espículas são liberadas no organismo e provocam a resposta imune, estimulando a produção dos anticorpos contra o Coronavírus.
Apesar dos rápidos avanços dessa tecnologia nos últimos anos as vacinas de RNAm não são uma invenção recente, a pandemia do COVID-19 apenas acelerou o processo, permitindo que elas fossem testadas mais rapidamente. Essa forma de imunização vem sendo estudada desde a década de 90, a tríplice viral, por exemplo, contra a caxumba, sarampo e rubéola já é feita com o RNA mensageiro. A principal diferença é que nas vacinas atuais o envelope que protege o RNA mensageiro é sintético e no caso da vacina da tríplice viral o envelope é o próprio vírus. Essa mesma tecnologia foi usada e aprovada para o tratamento do surto de ebola, devido à urgência do caso. Além disso, existem também testes clínicos realizados pela BioNTech para o uso das vacinas de RNAm no tratamento do câncer. Esse imunizante é feito exclusivamente para cada paciente e age sobre suas próprias células tumorais. 
E é importante ressaltar que não existe nenhuma comprovação científica de que esse RNA viral provoque qual quer alteração no genoma humano, ele não afeta o DNA do indivíduo de forma alguma, o mRNA não entra no núcleo da célula e é decomposto logo após terminar de seguir as instruções.
Vários fatores tornam essa tecnologia inovadora para a humanidade, entre eles:
- A agilidade na produção: diferentemente das vacinas convencionais, as quais precisam realizar o cultivo do vírus, as vacinas de RNAm são fabricadas de forma sintética e rápida usando apenas o código genético do patógeno.
- Flexibilidade: como a vacina é produzida de forma sintética ela permite que a sequência de RNA seja alterada para agir contra variantes virais que possam surgir.
- Produção utilizando materiais acessíveis e com processo padronizado, permite a produção em larga escala, de suma importância para respostas rápidas em grandes surtos e epidemias, por exemplo na pandemia da COVID-19.
2. Eficácia das Vacinas de mRNA:
A eficácia de uma vacina é expressa com uma porcentagem e é o principal fator para avaliar novas vacinas contra a covid-19. Logo, quando se diz que uma vacina é X% eficaz contra um vírus significa que ela reduz o risco de contrair a doença em X%, com base em ensaios clínicos.
As vacinas de RNAm testadas em estudos clínicos têm apresentado uma resposta imunológica eficaz e confiável. Usando como exemplo as vacinas desenvolvidas contra o vírus da COVID-19, as mais eficazes disponíveis no mercado foram desenvolvidas com a tecnologia do RNAm. A vacina da farmacêutica Pfizer, em parceria com a BioNtech, apresenta eficácia de 95% e a vacina da farmacêutica Moderna é 94,1% eficaz na prevenção da doença. Os dados também mostraram que ambas as vacinas apresentam um bom desempenho nas diferentes populações e faixas etárias testadas, sem nenhuma complicação séria. 
Um fato sobre as vacinas de RNAm é que elas não podem transmitir a doença a quem for imunizado, justamente por não conterem o vírus morto ou atenuado. Nas vacinas produzidas com o patógeno atenuado, a pesar de muito enfraquecidos, os vírus vacinais podem causar doença em pessoas cujo sistema imunológico esteja debilitado. Logo, essas vacinas não podem ser aplicadas em pessoas com AIDS, por exemplo.
3. Aplicabilidade dessa tecnologia vacinal para a MEDICINA VETREINÁRIA:
Já existem vacinas com a tecnologia do RNAm sendo utilizadas na área da Medicina Veterinária. Em 2016, a Bayer firmou uma parceria com a BioNTech para desenvolver novas vacinas de mRNA terapêuticas para indicações de saúde animal, com o foco em vacinas contra doenças infecciosas. Essa é a primeira parceria que faz um investimento substancial em terapêuticas de mRNA especificamente para aplicações em saúde animal.
Existem também estudos para o desenvolvimento de uma vacina de RNAm contra a raiva pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP. Esse estudo foi bem sucedido utilizando o cultivo celular e em animais de laboratório, diminuindo a letalidade da doença, mas ainda não tem licenciamento para uso em humanos.
REFERÊNCIAS:
CDC. Understanding mRNA COVID-19. Center for Disease Control and Prevention. 2021. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/vaccines/different-vaccines/mrna.html. Acesso em: 5 jun. 2021.
Vacina de RNA mensageiro. Pfizer. 2020. Disponível em: https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias%20/vacina-de-rna-mensageiro. Acesso em: 5 jun. 2021.
GALOCHA, ARTUR; DOMÍNGUEZ, NUÑO. RNA, a molécula que pode nos tirar desta pandemia. El País. 2020. Disponível em: https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-12-18/rna-a-molecula-que-pode-nos-tirar-desta-pandemia.html. Acesso em: 5 jun. 2021.
ANDRION, Roseli. RNA mensageiro: a técnica mais moderna de criação de vacinas. 2021. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2021/01/06/videos/rna-mensageiro-a-tecnica-mais-moderna-de-criacao-de-vacinas/. Acesso em: 5 jun. 2021.
PARDI, Norbert; J. HOGAN, Michael; W. PORTER, Frederick; WEISSMAN, Drew. mRNA vaccines — a new era in vaccinology. Nature Reviews Drug Discovery. 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/nrd.2017.243. Acesso em: 5 jun. 2021.
Tecnologia de vacinas de RNA mensageiro não é nova, diz pioneiro da técnica... Viva Bem Uol. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/rfi/2021/01/19/tecnologia-de-vacinas-de-rna-mensageiro-nao-e-nova-diz-pioneiro-da-tecnica.htm. Acesso em: 5 jun. 2021.
GUILLEN,  Fernanda . Novo método para tratamento da raiva em humanos é estudado. USP. 2015. Disponível em: http://www.usp.br/aun/antigo/exibir.php?id=6983. Acesso em: 5 jun. 2021.

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