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Direito Constitucional- I

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Direito Constitucional 
 
CONCEITOS BÁSICOS DE TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
ESTADO Entidade político –social juridicamente organizada para executar os 
objetivos da soberania nacional 
Estado x Nação- Tendo em vista que na nação são inseridos aspectos ideológicos e de 
identificação, tratando-se de uma comunidade, conjunto homogêneo. 
 
1- Nascimento: As premissas da organização social. Vários fatores influenciaram 
para o homem deixar a vida individual e passasse a ser social; O fim da vida 
nômade e a necessidade de decisões mais complexas; 
2- Motivações: 
 A necessidade de regulamentação de condutas; 
 Vários fatores sociais, políticos, econômicos e culturais influenciaram na 
construção de um ente despersonalizado que pudesse solucionar os problemas da 
sociedade em última instância. 
O que é? 
 O Estado é uma sociedade política dotada de característica próprias e elementos 
essenciais. 
 O.B.S: O Estado existe para além do governo. 
 
Teóricos do conceito de Estado: Arsitóteles, Rosseau, Locke, Hobbbes,Montesquieu, 
Schumpeter, entre outros. 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO: 
HUMANO, MATERIAL E POLÍTICO 
A) Relação de coordenação; 
B) Relação de supremacia; 
 
 
Estado = território + povo + governo/poder (soberano) 
 
- Território: É a base física na qual se fixa o povo e se exerce o poder estatal- De acordo 
com Hans Kelsen é a esfera territorial de validade da ordem jurídica nacional 
Território estatal de acordo com o Direito Internacional é composto pela terra firme e as 
águas interiores, subsolo, mar territorial, zona contígua, espaço aéreo e o território 
flutuante. 
OBS- zona econômica exclusiva e plataforma continental 
1. Oriundo da necessidade de centralizar e sediar o poder político. Base fixa; 
âmbito geográfico da nação onde ocorre a validade da sua ordem jurídica. 
 Abrange o espaço aéreo, solo, subsolo. 
Fronteiras; 
Pode existir um Estado sem território? Apesar da existência de divergência, a maior 
parte das doutrinas desconsideram a existência do Estado. 
 
A doutrina costuma estudar o território em três categorias: 
 Território real: solo, subsolo, águas internas, rios e lagos, águas litorâneas, 
espaço aéreo, plataforma continental; 
 Ficto: navios e aviões; 
 Fronteiras: naturais e artificiais. 
 
Soberania 
É o poder de mando do Estado em última instância em uma sociedade politicamente 
organizada; 
 
Ainda detém as seguintes características: Relação de Coordenação; Relação de 
Supremacia; Una; Indivisível; Inalienável. 
 Não há Estado perfeito sem soberania; 
 Os Estados que se subordinam a outros não são considerados soberanos; 
 O fenômeno do relativismo cultural; 
Previsão constitucional: Fundamentos (art. 1°,I da CF/88), princípios de regência na 
ordem internacional (art. 4° da CF/88); 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à 
formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
Relativismo Cultural 
Por meio do relativismo cultural entende-se que as diferenças dos costumes não justificam 
facilmente a superioridade de uma civilização em relação a outra. Deste modo, aceita-se 
o pluralismo de valores como algo construtivo para o debate. Também é conhecido como 
pirronismo histórico e tem como base as ideias jusnaturalistas. 
 
 
 
 
-Povo é o conjunto de pessoas dotadas de capacidade jurídica para exercer os direitos 
políticos assegurados pela organização estatal 
Povo x nação x população- população tem ligação apenas com a questão demográfica do 
ambiente, nação tem conceitos sociológicos e políticos próprios que não se inserem na 
questão. 
 
-Governo é o exercício do poder soberano estatal voltado ao atingimento das finalidades 
do estado “Soberania em ação”. 
Estado perfeito – poder estatal deverá possuir o atributo da soberania- ou seja- o poder 
que o estado exerce pelo povo, a partir de uma ideia de coerção que o Estado possui 
Soberania: Uma, indivisível, inalienável, imprescritível, suprema, independente. A 
Soberania se inclui no sentido da supremacia estatal, a partir da manutenção das relações 
de poder com o Estado no topo da pirâmide. 
Vale salientar que a soberania se diferencia da autonomia no sentido de que a autonomia 
é juridicamente limitada. 
 
Cidadania 
O conceito de cidadania só começou a ser concebido quando o homem se organizou em 
sociedade buscando a sobrevivência. Na qual o Estado, como ente politicamente 
organizado, passa a ordenar e organizar as funções que anteriormente eram exercidas 
pelos particulares, exercendo atribuições por meio de um ente despersonalizado. 
• A cidadania é comumente compreendida como um status que tem como 
pressuposto a nacionalidade. 
No cenário atual, a condição de cidadão é dada aquele nacional que goza dos direitos 
políticos. 
DIREITO A TER DIREITOS 
 
FORMA DE ESTADO 
É o modo com que se estrutura e se organiza politicamente uma entidade estatal 
 
Plano do Direito público Internacional- os Estados são vistos como entidades unitárias, 
os Estados simples, ou como uniões estatais, os Estados compostos. Os Estados 
compostos podem ser: União pessoal, associação de dois ou mais Estados distintos com 
a devida preservação da sua independência; a união real é a junção íntima definitiva de 
dois ou mais Estados, conservando cada um à sua autonomia administrativa, sua 
existência própria, mas formam uma só pessoa jurídica de direito público internacional; 
a união incorporada é a união de dois ou mais estados distintos para a formação de uma 
nova unidade estatal; confederação é uma liga de Estados soberanos, baseada em tratado. 
 
No plano do Direito Constitucional a tipologia varia de acordo com a organização 
interna disciplinada nas respectivas constituições. Estado Centralizado é um estado em 
que as prestações de serviços ocorrem de maneira direta, sem deslocamento e delegação 
das funções estatais. Estado descentralizado ocorre quando as funções estatais estão 
distribuídas, em que a descentralização poderá ser administrativa, legislativa e política 
a) Simples ou Unitários: 
A maioria dos Estados são simples 
 Centralizados; 
 Descentralizados ou regionais (Itália, França e Portugal, Canadá); 
 
b) Compostos ou complexos: 
 União pessoal (Estados monárquicos- governos de um só rei); 
 União real (Estados monárquicos unidos sob a égide um governo de um só rei, 
guardando cada um deles a sua organização interna); 
 Confederação (tratado): 
Possibilidade de secessão; 
Preservação da soberania dos Estados que o compõem. 
 Federação (EUA, Brasil, Argentina, México, dentre outros) – Constituição; 
Suas características: 
Várias esferas de governo; 
Descentralização político, financeira e administrativa constitucionalmente 
prevista; 
Orgão que dite a vontade dos Estados-Membros na Federação – Senado; 
Órgão que controle a constitucionalidade das leis; 
Nacionalidade é una; 
 
ESTADOS UNITÁRIOS em que quando há descentralização ela é incompleta, sujeita a 
estatutos jurídicos modificáveis, sem autonomia político-constitucional. 
ESTADOS COMPLEXOS convivem entes estaduais dotados de competências políticas,a sua descentralização é completa, divisão geográfica de poder. 
 
ESTADO FEDERAL: Constituído por entidades parciais que são denominadas de 
estados- membros, conservando a autonomia e personalidade jurídica de Direito Público 
interno 
Pressupostos de existência: Repartição constitucional de competências, participação das 
ordens jurídicas parciais na vontade criadora da ordem jurídica nacional, auto-
organização dos estados-membros e princípio da indissociabilidade e indissolubilidade. 
Pressupostos de manutenção: rigidez constitucional, existência de órgão responsável pelo 
controle de constitucionalidade das leis e pela decisão dos conflitos de competências entre 
as entidades federativas. 
ESTADO FEDERAL ESTADO CONFEDERADO 
Fundamento jurídico: constituição Fundamento Jurídico: tratado 
internacional 
Unidades parciais (estados-membros) não 
possuem direito de secessão 
(indissociabilidade) 
Unidades parciais possuem o direito de 
secessão 
Unidades parciais detém autonomia Unidades parciais detém soberania 
 
DIVISÃO DE PODERES- Sistema de freios e contrapesos, evitar abusos 
O poder político é uno, indivisível e indelegável, portanto, o mesmo não se separa e sim 
exerce diferentes funções, são elas: 
 
LEGISLATIVA EXECUTIVA JUDICIÁRIA 
Edição de normas Gerais e 
abstratas, impessoais e 
inovadoras da ordem 
jurídica: as leis em sentido 
matéria. 
Fiscalização e controle dos 
atos praticados no 
exercício da função 
executiva. 
Atuação nos fins 
diretamente inerentes à 
administração do Estado ( 
sentido amplo), mediante a 
intervenção, o fomento e p 
serviço público. 
Aplicação ou a revisão da 
aplicação das normas 
jurídicas aos casos 
concretos, em caráter 
definitivo. 
 
 
SISTEMA DE FREIOS E CONTRA PESOS é essencial salientar que a divisão do 
poder em si nos três foi uma proposição realizada em O federalista, em que o sistema de 
freios e contra pesos deveria favorecer o bem nacional, tendo em vista que iria evitar de 
tal forma o abuso de poder. É essencial relembrar a situação vivida pelos EUA na 
época. 
 
 
 
 
FORMAS DE GOVERNO 
1. MONARQUIA – Governo de um só 
 
Características: 
(i) vitaliciedade; (ii) hereditariedade, (iii) ilimitacão do poder estatal. 
Espécies: 
(i) Ilimitada; (ii) Constitucional ou Limitada. 
 
2. REPÚBLICA – Coisa pública 
 Características: 
Temporiedade do mandato eletivo; Eletividade; Responsabilização do poder 
político (responsilização relativa); 
 
 
MONARQUIA X REPÚBLICA 
MONARQUIA REPÚBLICA 
Governo vitalício Governo temporário 
Sucessão por hereditariedade Sucessão governamental por critérios 
eletivos 
Irresponsabilidade do monarca pelos atos 
que praticar 
Responsabilidade do governante e de 
todos os agentes públicos 
Sem representatividade popular, 
inviolabilidade corporal e suma dignidade 
do monarca 
Representatividade popular 
 
SISTEMAS DE GOVERNO 
1. PRESIDENCIALISMO A chefia de Estado e de Governo exercida pela 
mesma pessoa; mandato determinado; fortalecimento das funções estatais; 
Chefe de Estado/ Chefe de Governo; 
 
2-PARLAMENTARISMO Chefia de Estado exercida pelo Presidente ou 
Monarca; 
 Chefia de governo exercida pelo Primeiro Ministro ou chanceler; 
O mandato não tem prazo determinado nos casos de chefia de governo; 
 
3- SISTEMA DITATORIAL OU CONVENCIONAL 
Concentração do poder político do Estado no Parlamento. 
Características: 
Função executiva é exercida por pessoas escolhidas pelo Parlamento; 
absoluta subordinação do Poder Executivo ao Legislativo ao Legislativo. 
Adotado na Suíça e na ex-URSS. 
 
SISTEMAS DE GOVERNO Características 
PRESIDENCIALISTA 1- Criação norte-americana com a 
constituição de 1787 
2- Típico das repúblicas 
3- Poder executivo é exercido pelo 
Presidente da república, que acumula as 
funções de chefe de Estado e Chefe de 
Governo 
4- A investidura e o exercício do mandato do 
Presidente independem da vontade do 
legislativo 
5- O legislativo não se sujeita a dissolução e 
seus membros são investidos em mandato 
com termo certo 
6- Maior independência entre executivo e 
legislativo 
PARLAMENTARISTA 1- Surgiu na Inglaterra com a Magna carta 
de 1215, consolidado com a Reforma 
eleitoral de 1832 
2- Típico das monarquias constitucionais, 
embora tenha sido estendido às 
repúblicas europeias 
3- O poder executivo é dividido entre a 
chefia do Estado e a chefia do governo 
4- Maior dependência entre executivo e 
legislativo 
SEMIPRESIDENCIALISTA 1- Criação das Constituições alemã e 
finlandesa de 1919, celebrado na atual 
constituição francesa 
2- Sistema misto entre parlamentarismo e 
presidencialismo que se baseia em uma 
estrutura de dupla autoridade flexível 
3- Presidente da República é eleito pelo voto 
popular e exerce a chefia do Estado 
4- Poder executivo é compartilhado pelo 
presidente da república e o primeiro –
ministro, mas de uma forma desigual e 
oscilante. 
DIRETORIAL OU 
CONVENCIONAL 
1- Adotado na antiga união soviética, cuba, 
China e Coréia do Norte 
2- Os órgãos voltados para a administração 
são todos subalternos a uma assembleia 
ou Conselho de Estado. Um dos membros 
da assembleia é intitulado presidente da 
república, só que com funções meramente 
cerimoniais 
3- As funções executiva e legislativa 
concentram-se em uma só entidade, 
dominada pelo líder do partido único 
 
REGIMES POLÍTICOS: 
Complexos estruturais de princípios e forças políticas que orientam e determinada 
concepção de Estado e seu ordenamento jurídico. 
1-DEMOCRACIA: Características: governo da maioria com a preservação dos 
direitos da minoria; Judiciário independente; 
Espécies: 
Direta; 
Indireta ou Representativa; 
Semidireta ou Participativa (art. 1°, parágrafo único c/c art. 14 I, II e III da CF/88). 
 
2- ESTADOS NÃO DEMOCRÁTICOS: Conforme o maior ou menor 
participação popular na formação da vontade nacional: 
 autoritários; 
 totalitários; 
 ditatoriais; 
 
 
AUTOCRACIA DEMOCRACIA 
Estruturação de um governo em que há o 
privilégio da soberania do governante, 
regime em que o poder político é exercido 
em nome próprio. Princípio do Chefe. 
Soberania é titularidade do povo, princípio 
da soberania popular, participação 
popular. Igualdade, liberdade e dignidade 
da pessoa humana 
 
FORMA DE ESTADO FORMA DE GOVERNO SISTEMA DE GOVERNO 
Modo com que se estrutura 
e se organiza politicamente 
uma entidade estatal, 
definida de acordo com o 
grau de centralização dos 
poderes estatais. Forma 
federativa de estado é 
cláusula pétrea da CF 
Modo de atribuição do 
poder governamental. 
Definida de acordo com o 
posicionamento dos órgãos 
constitucionais em relação 
uns aos outros. Forma 
republicana princípio 
sensível 
Conjunto de normas que 
estabelecem coo será a 
relação entre Legislativo e 
Executivo 
 
O ESTADO FEDE 
A REPÚBLICA É FOGO 
O PRESIDENTE É SISTEMÁTICO 
E O REGIME É DEMOCRÁTICO 
 
 
Direito Constitucional 
Ramo do Direito Público Interno que estuda as normas que organizam o Estado, sistema 
normativo encarregado da organização e da estruturação do Estado e das relações de 
poder. 
Para que se compreenda o conceito de Direito Constitucional é preciso que se saiba 
o que é o seu objeto a CONSTITUIÇÃO; 
 Ramo do Direito Público Fundamental – refere-se intimamente à natureza 
específica da Constituição e os princípios basilares; 
Estuda o Poder Soberano que o Estado exerce tanto no âmbito vertical como no âmbito 
horizontal; 
 
DIREITO PÚBLICO E PRIVADO: Dicotomia superada! 
Estado presente – ramo do Direito Público; 
Particulares presentes – ramo do Direito Privado. 
 
 CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO 
-Forte influência do Direito Constitucional nas relações privadas; 
-Evidenciação dada a novos direitos; 
-Primazia dada ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; 
-Eficácia horizontal dos direitos fundamentais - Princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana; 
-Ocorre atualmente a “descodificação” do Direito Civil e concomitante criação de vários 
microssistemas (CDC, ECA, Estatuto do Idoso, dentre outros).-Não há como se impor limites para essa separação uma vez que o ramo do Direito é um 
só; 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL COMO CIÊNCIA: Conhecimento sistematizado da 
organização jurídica fundamental do Estado. Tem um objeto que congrega conceitos 
jurídicos exógenos que são jurisdicizados; Conjunto de normas que constituem as vigas 
mestras do Estado Democrático de Direito; 
• Direito Constitucional Positivo: Estuda uma determinada Constituição de um 
determinado Estado, levando em consideração suas peculiaridades e os fatores 
que contribuíram para a sua formação; 
• Direito Constitucional Comparado: É o estudo comparativo de duas ou mais 
Constituições dentro dos limites estabelecidos por cada uma delas. 
• Direito Constitucional Geral: É o estudo que realiza em diversas Constituições 
vislumbrando elementos comuns entre todas elas e os seus princípios inerentes; 
a) Direito Constitucional Descritivo: faz a interseção entre os princípios expressa e 
implicitamente previstos; 
b) Direito Constitucional Prescritivo: visa levar argumentos para justificar a 
previsão de princípios que deveriam estar de forma inerente na Constituição e não 
estão. 
 
RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS 
• Esse fenômeno é próprio da Constituição – abarca conceitos jurídicos e não-
jurídicos; 
• Direito Administrativo; Direito Penal; Direito Tributário; Direito Econômico, 
dentre outros. 
• Direito Civil; Direito Comercial; Direito do Trabalho, Dirieto Interncional 
Privado, dentre outros. 
RELAÇÃO COM OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO 
• Teoria Geral do Estado; História; Economia; Filosofia; Sociologia; Política; 
 
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS: 
1. Supremacia Constitucional: Normas superiores do ordenamento jurídico. 
2. Maior abertura semântica: Linguagem que possibilita uma evolução 
interpretativa. 
3. Politicidade: Funciona como estatuto jurídico do poder político 
4. Transversalidade: pois refletem a preocupação de traçar as grandes opções de 
certa comunidade. 
Constitucionalismo 
 Nível de racionalidade e estruturação teóricos para a limitação do poder político 
– surge a partir do momento em que grupos sociais passam a realizar tal limitação. 
 
CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: Voltado à afirmação de direitos a serem 
confrontados perante o monarca. 
CONSTITUCIONALISMO MODERNO: 
Regras e princípios postos de modo consciente, a partir de teorias, estabelecendo 
limitações ao poder político e direitos e garantias fundamentais. O Direito passa a ser 
encarado como sistema de regras e princípios otimizáveis e encerra objetivos a serem 
realizáveis. 
• Canotilho identifica vários constitucionalismo, o inglês, o americano, o 
francês, preferindo falar em “movimentos constitucionais”. 
• “[...] É uma teoria que ergue o princípio de governo limitado e indispensável 
à garantias dos direitos em dimensão estruturante da organização político-
social da comunidade”. 
• Técnica de interpretação do poder com fins garantísticos. 
• Perspectiva jurídica e sociológica; 
• Evolução histórica de determinado Estado; 
• Prevalência dos direitos fundamentais; 
 
Inglês: Atribuição de direitos conforme a posição ocupada pelo indivíduo em estamentos 
sociais, direitos dispostos em pactos de domínios, soberania do parlamento sem 
reconhecer a existência de um poder superior. 
Norte-americano: As atribuições de Direito não são oriundas de um contrato de domínio. 
Soberania popular 
Francês: Atribuição de direitos não está ligada ao estamento a que o indivíduo pertença, 
mas da condição de ser humano, luta contra privilégios do antigo regime e a busca da 
superação da monarquia absolutista, soberania popular. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Antiguidade Clássica (até o século V – tomada do Império Romano do Ocidente pelos 
povos bárbaros) – Leis do Senhor (Estado Teocrático); as cidades-Estado gregas 
(identidade dos governanantes aos governados); 
Idade Média (século V até o fim do Império Romano do Oriente com a queda de 
Constantinopla, no século XV)– Magna Carta; 
Idade Moderna (1453- 1789 – Revolução Francesa) - pactos, forais, cartas de franquia; 
Idade Contemporânea (1789, até os dias atuais) – Constituições escritas como 
instrumento para conter o arbítrio do poder – Constituição norte-americana de 1787 e a 
Constituição Francesa de 1789; totalitarismo constitucional – textos sedimentam um 
conteúdo social, estabelecendo normas programáticas; dirigismo comunitário –proteção 
dos direitos humanos para todas as nações. 
 
Elementos que contribuiram para as modernas feições do constitucionalismo 
moderno 
 Pactos; 
 Forais – história da Inglaterra – Magna Carta (1215); Pettition of rigths (1628); 
Cartas de Franquia – história européia- participação dos súditos no governo local; 
 Contratos de colonização (típicos da América do Norte), tem-se o Compact 
(1620), Fundamental Ordrs of Connecttuct (1639); 
 As leis fundamentais do Reino – legalistas franceses empenhados em defender a 
Coroa contra as fraquezas do próprio monarca; 
 Doutrinas de pacto social – Hobbes com “O Leviatã”, Locke com “O tratado do 
governo civil”; Rosseau com “O Contrato Social”, Montesquieu com “O Espírito 
das Leis”; 
 Pensamento iluminista com as cinco ideias-força: indivíduo, razão, natureza, 
felicidade e progresso; 
 Liberalismo econômico; 
 A Revolução Francesa – 1789. Aqui detaca-se o panorama da sociedade francesa 
da época; 
 Instabilidade política: 
a) Direito da burguesia de votar na Assembléia dos Estados Gerais; 
b)Necessidade de serem assegurados os direitos sociais e de propriedade; 
 O planfleto de Sieyés- O Que é o Terceiro Estado? 
• As revoluções burguesas norte-americanas; 
• Declaration of Rigths do Estado da Virgínia (1776) 
• Constituição da Confederação dos Estados Americanos (1781); 
 
FUNÇÕES DO CONSTITUCIONALISMO MODERNO 
• O respeito dos governantes a vontade do Estado; 
• Frear o absolutismo do monarca tripartindo o poder; 
• Estabelecimento de regimes constitucionais moderados com seus poderes 
submetidos às Constituições escritas; 
• No plano político confunde-se com o próprio liberalismo; 
 
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO 
• Totalitarismo constitucional; 
• Constitucionalismo globalizado; 
• Direitos de segunda dimensão; 
• Direitos de terceira dimensão: fraternidade e solidariedade); 
 
CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO 
• Consolidação de terceira dimensão: fraternidade e solidariedade; 
• Segundo Dromi, a verdade, a solidariedade, a continuidade, a participação, a 
integração e a universalidade são perspectivas para o constitucionalismo do 
futuro. 
• Movimento constitucionalista intrinsecamente ligado à definição de soberania; 
 
Neoconstitucionalismo 
• A partir do início do século XXI – um Constitucionalismo pós-moderno; 
• Por esse movimento busca-se a eficácia da Constituição, e não somente a 
limitação do poder estatal. O texto constitucional deixa de ter o caráter retórico e 
passa a ter um caráter efetivo de concretização dos direitos fundamentais. 
• Uma técnica ou engenharia do poder que procura dar resposta a movimentos 
históricos de natureza diversa daqueles que originaram o constitucionalismo 
liberal. 
• Paradigmático, ruptural. 
 
Linha Pessimista: Corrente de pensamento criada para defender o enfraquecimento da 
supremacia constitucional em favor da atenuação do excesso de rigidez. 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO: Pragmatismo, 
ecletismo metodológico, principialismo, estatalismo garantista, judicialismo étnico 
jurídico, interpretativismo moral moral-constitucional, pós-positivismo, juízo de 
ponderação, especificidade interpretativa. 
- TEÓRICO, IDEOLÓGICO E METODOLÓGICO. 
É possível afirmar que o neoconstitucionalismo surge como forma de explicar o direito 
dentro do novo paradigma: o Estado democrático. 
 
Novo constitucionalismo na América Latina: 
Denominado de andino ou indígena, culminou com a promulgação da Constituição do 
Equador (2008), da Bolívia (2009), e se sedimenta na ideia de Estado Plurinacional, 
reconhecendo constitucionalmenteo direito à diversidade cultura e a identidade, e assim, 
revendo os conceitos de legitimidade e participação popular, especialmente da parcela da 
população excluída dos processos de decisão, como a população indígena. 
• O poder constituinte originário volta a ser exercitado como nos primórdios, com 
a efetiva manifestação do povo. 
 
ESTADO PLURINACIONAL: 
• Reconhece a democracia participativa como base da democracia representativa e 
garante a existência de formas de constituição da família e da economia segundo 
os valores tradicionais dos diversos grupos sociais. 
• Condensa as principais propostas, sendo uma ideia uniformizadora. 
• Representação de uma única nação, um único Direito, sem diversidade de 
interesses, cultura e sem levar em conta a pluralidade existente na composição do 
povo. 
• Ressignificação de conceitos como legitimidade e participação popular. 
 
Constituição . Como forma é um complexo de normas, sejam elas 
escritas ou costumeiras; como conteúdo é a conduta humana motivada pelas relações 
sociais; como fim a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; sua 
causa criadora é que o poder emana do povo. Pode ser vista através de uma concepção 
sociológica, política e jurídica. 
• O meio social exerce visível influência na construção das cartas constitucionais; 
• Objeto de estudo de outras áreas da ciência; 
• Base etimológica do latim “constituere”; 
• Historicamente, suas raízes estão atreladas à necessidade de se criar uma estrutura 
política com o fim de defesa dos inimigos internos; 
• “A Política”, do filósofo Aristóteles; 
• Cada sociedade criou um ambiente que deu origem a sua Constituição incutida de 
seus valores sociais; 
• Todos os elementos fomentadores do Constitucionalismo Moderno; 
• O Estado só nasce com uma Constituição; 
• Surgiram documentos que retratavam eminentemente a vontade política das 
sociedades; 
• Termo análogo que se presta a vários ângulos de observação seja o cientista do 
direito, o biólogo, o economista, dentre outros; 
 
 
1- SENTIDO ESTRITO: OBJETO DE ESTUDO DO DIREITO 
CONSTITUCIONAL: 
a)Sentido material ou sociológico (Lassale – Obra Essência de uma Constituição); 
b)Sentido formal ou político (Carl Schimit); 
c)Sentido substancial; 
d)Sentido jurídico (Hans Kelsen): sentido jurídico de 
Constituição – norma pura; puro dever-ser; 
• Sentido lógico jurídico: norma fundamental hipotética, 
plano suposto, fundamento lógico-transcendental da 
validade da Constituição jurídico-positiva; 
• Sentido no plano jurídico-positivo: norma posta, 
positivada, norma positivada suprema; 
e) Conceito interdisciplinar- formado por amplos elementos e membros que se 
entrelaçam em um todo unitário. 
• Para definir-se Constituição é preciso encará-la com valores específicos, morais e 
intrínsecos. É formada por um conjunto de normas jurídicas, hierarquicamente 
superior às demais, emergidas da sociedade e elaboradas por um processo 
legislativo mais dificultoso – o poder constituinte – que suscita caminhos próprios, 
que institue e delega poderes e competências ao Estado, e garante direitos 
individuais sem deixar de garantir os princípios gerais de interesses comuns da 
sociedade. 
 
2- OUTRAS DEFINIÇÕES 
Constituição culturalista – produto do fato cultural da sociedade e que nela pode influir; 
Constituição total que congrega os diversos valores numa perspectiva unitária; 
Constituição aberta – ela pode permanecer dentro do seu tempo e evitar o risco do 
desmoronamento da força normativa; “Descontitucionalização” dos elementos 
sustentadores da ordem conctitucional (Constituição econômica, do Trabalho, Cultura, 
etc); 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
1. Quanto ao conteúdo: 
MATERIAL: Conjunto de normas relacionadas com temas considerados essenciais às 
funções que a constituição deve desempenhar. Não importa a fonte normativa, apenas seu 
conteúdo. 
 
FORMAL: Conjunto de normas que, independentemente do conteúdo, consideram-se 
inseridas em ato escrito no qual se encontram os padrões normativos dotados de 
hierarquia jurídica superior. 
 
2. Quanto à estabilidade: 
IMUTÁVEL: Não admite reformas 
 
RÍGIDA: Admite reformas, mas somente de acordo com processos de modificação mais 
complexos do que os exigidos para a aprovação da legislação ordinária. 
 
FLEXÍVEL: Admite reformas, que podem ser feitas segundo processos semelhantes aos 
exigidos para a legislação comum. 
 
SEMIRRÍGIDA: Possui parte rígida e parte flexível. 
SUPER-RÍGIDA: Admite reformas, mas estabelece pontos imutáveis (cláusulas pétreas) 
 
3. Quanto à forma: 
ESCRITA: possui documento sabe 
 
NÃO ESCRITA: não possui documento base 
 
4. Quanto à origem/ estrutura: 
PROMULGADA: originada de órgão constituinte composto de representantes do povo 
 
OUTORGADA: Sem participação popular. 
 
CESARISTA; Forma híbrida, elaborada sem participação popular, mas logo após é 
submetida à referendo para a sua aprovação. 
 
PACTUADA: Decorrente de pacto entre forças políticas. 
 
HETERÔNOMA: Elaborada por um Estado para ser observada por outro Estado. 
 
GERIDA: Decorrente de procedimentos que contam com a intervenção de órgãos de 
Estados. 
 
5. Quanto ao modo de elaboração: 
DOGMÁTICA: Elaborada por órgão ou assembleia constituinte 
 
HISTÓRICA: Resultante de contínua evolução das tradições e dos fatos políticos. 
 
6. Quanto à extensão: 
SINTÉTICA: Restringe-se a princípios gerais ou regras básicas de organização e 
funcionamento. 
 
ANALÍTICA: Promove o detalhamento de certos assuntos constitucionais ou apresentam 
normas que não fazem parte das preocupações da teoria da constituição 
 
7. Quanto à essência: 
NORMATIVA: São aquelas cujas normas dominam o processo político, pois são 
lealmente observadas por todos os interessados. 
 
NOMINAL: Carente de realidade existencial, pois o seu processo político não se curva 
ou se adapta. 
 
SEMÂNTICA: Visa apenas a estabilização e conservação da estrutura de dominação do 
poder político. 
 
8. Quanto à estrutura 
Materiais; 
Formais; 
Substanciais. 
 
 
CFRB/88. É FORMAL, ESCRITA, DOGMÁTICA, PROMULGADA 
(DEMOCRÁTICA POPULAR0, RÍGIDA, ANALÍTICA E NOMINAL. 
 
 
 
 
Histórico das Constituições Brasileiras 
1824: 
 Fatores Históricos 
1808 – Vinda da família real para o 
Brasil; 
1822- Independência do Brasil; 
1823 – Eclosão das ideias liberais; 
Convocação da Assembleias Nacional 
Constituinte que foi dissolvida pelo Imperador; 
Convocação do Conselho de Notáveis; 
Foi outorgada em 25 de março de 1824; 
Longevidade de seu texto (65 anos); 
Sustentáculo no binômio: monarquia versus escravidão; 
Inspirada no liberalismo francês priorizava o direito de propriedade de forma absoluta; 
Populismo garantiu ao Imperador perpetuar-se no Poder; 
 Espelho das ideias do liberalismo, 179 artigos. Caráter não intervencionista. 
 Outorgada, com grandes inspirações liberais como direitos individuais, 
considerados modernos para a época. 
 Centralização monárquica com a presença do poder moderador exercido pelo 
imperador. 
 Semirrígida, pois permitia que os seus dispositivos fossem alterados por maioria 
qualificada. 
 Primeira Constituição a apresentar os direitos individuais, a partir de um regime 
de garantias individuais. 
 Não admitia a responsabilização do imperador, somente dos titulares dos 
ministérios 
 Caráter unitário do Estado, adoção da religião católica e a possibilidade de o 
Imperador suspender os juízes. 
 Deu os primeiros passos para a Democracia; 
 Parlamentarismo (1847) cargo semelhante ao do Conselho de Ministros; 
 Quatripartição dos Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador; 
 Ideário de Benjanmin Constat e Clermont Tonerre; 
 Centralismo administrativo e político; 
 Poder Legislativo: Bicameral – Deputados eram eleitos (voto censitário); 
Senadores eram vitalícios escolhidos dentre uma lista tríplice vinda das 
Províncias; 
 Imperador foi denominado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do 
Brasil (concentrava emsuas mãos a gerência política do Império); 
 Poder Judiciário- foi chamado por Judiciário composto de juízes e jurados; 
 Foi estabelecida na capital do Império a Cúpula do Judiciário STJ; 
 Eleições para o Legislativo – pela via indireta; 
 Voto censitário: 
Eleitor da província – renda de 20 mil-réis; 
Deputado – renda de 400 mil réis; 
Senador – renda de 800 mil réis; 
 Caráter semi-rígido; 
 Capitanias transformaram-se em províncias; 
 Presença da escravidão (Lei Áurea de 1888) 
 Religião católica era a oficial; 
 Escrita, Monárquica, Outorgada e Unitária. 
 Capital do Império – Rio de Janeiro; 
Insurreições Populares: 
Cabanagem no Pará (1835); 
Farroupilha no Rio Grande do Sul (1835); 
Sabinada na Bahia (1837); 
Balaiada no Maranhão (1838); 
Revolução Praeira em Pernambuco (1848); 
 
1891: 
Garantias: Habeas Corpus, liberdade de locomoção e proibição de qualquer hipótese de 
prisão arbitrária; 
Precedentes históricos: 
Influência da Proclamação da 
República 1889; 
O que era província transformou-se em 
Estado-Membro e o que era 
Corte passou a ser União; 
Influência da abolição da escravatura; 
Fim da guerra do Paraguai; 
Expulsão da família real do Brasil; 
 Províncias alçadas a estados-membros, mas dirigidas por presidentes, instituição 
do federalismo e autonomia constitucional dos estados-membros. Democracia 
representativa como regime político. 
 O poder moderador foi extinto 
 Primeira Constituição Promulgada sendo, portanto, denominada de Republicana; 
 Promulgada em 24 de fevereiro de 1891; 
 Proclamação da República não resultou de interesses democráticos e populares, 
mas sim, de uma comunhão de interesses militares, com àqueles dominantes do 
cenário político da época que almejavam autonomia em relação à Coroa; 
 O que se pretendia era a emancipação política; 
 Ideias liberalistas continuam a permear o cenário institucional; 
 Eleição do presidente da república pelo sufrágio direto e com responsabilidade 
perante a câmara dos deputados 
 O habeas corpus foi instituído, justiça federal criada, abolição da pena de morte. 
 Estado laico. 
 Influência da Constituição norte-americana e de Rui Barbosa (seu relator) e das 
ideias de Montesquieu; 
 Sede de seu governo: Distrito Federal- PROPOSTA PARA A SUA 
CONSTRUÇÃO. 
 Legislativo- Bicameral Federativo: Deputados + Senadores (Distrito Federal) 
com mandato de 09 anos; 
 Judiciário – formado por juízes e jurados. Criação do STF (com 15 Juízes) e 
introdução do controle de constitucionalidade das leis; 
 Outorgou aos Estados- Membros autonomia político-administrativa e financeira 
(Alguns Estados elegiam os seus Governadores, outros seus “Presidentes 
Estaduais”); 
 Característica marcante da federação: a indissolubilidade; 
 Implementação do Habeas Corpus Preventivo e Deliberativo e do Direito de 
locomoção; 
 Constituição Rígida; 
 Escrita; 
 Dogmática; 
 Permeada com a garantia de direitos: abolição das penas cruéis, preservação 
dos direitos políticos e civis; 
 Edição do Código Criminal e de Processo Criminal de Primeira Instância; 
 Houve a centralização do Poder restringindo assim, a autonomia dos Estados-
Membros; 
 Presença da Intervenção no fortalecimento do Executivo; 
 
1934: 
Principais Características 
Fim da chamada Primeira República; 
Influência da crise econômica de 1929; 
Esgotamento da Política 
Café-com-Leite; 
Morte de João Pessoa; 
Crise no processo eleitoral viciado; 
A industrialização e urbanização e as reivindicações políticas e econômicas do 
proletariado; 
Revolução Constitucionalista em 1930 (que eclodiu em 1932); 
 Definição do sistema eleitoral e instituição da justiça eleitoral, voto feminino. 
 Instituição do mandado de segurança e de título sobre a ordem econômica e social. 
 Previu a declaração de inconstitucionalidade 
 Abolição da figura do vice-presidente. 
 Distrito Federal – como “supermunicípio”; 
 Alargamento dos direitos individuais; 
 Presença dos direitos sociais (direitos de segunda geração); 
 Introdução de vários itens de caráter democrático: 
 Inserção do nome de Deus no preâmbulo Constitucional; 
 Quase duplicação dos artigos; 
 Voto secreto e introdução do sufrágio feminino; 
 Criação do Código Eleitoral; 
 No âmbito do Poder Judiciário: houve a criação da Justiça Militar; 
 Introdução do Mandado de Segurança e da Ação Popular; 
 Tripartição dos Poderes e centralização administrativa da União; 
 Presidente – eleito com o vice para o mandato de 04 anos; 
 Bicameralismo desigual (ou unitário) já que o Senado Federal era mero 
colaborador da Câmara (02 senadores eleitos para o mandato de 08 anos); 
 Os Deputados eleitos também pela representação classista e o Senado restringia-
se a participar de matérias atinentes à Federação 
Estado Intervencionista com o intuito de garantir os direitos individuais – sendo neste 
momento criado o Ministério da Educação e o Estado de Bem-Estar Social; 
Estado continuou a ser leigo e atribui-se os efeitos civis ao casamento religiosos e ainda 
o ensino religioso foi garantido às Escolas Públicas; 
Inserção de novos títulos: Da ordem econômica e social; Da família; Da educação e 
cultura; Da Segurança Nacional; 
 
1937: 
Principais Influências 
Históricas: 
Preparação do Golpe de Estado alegando divergências políticas: Integralismo e 
Comunismo; 
Época de avanço nos regimes totalitários pelo mundo e influenciado pelo facismo e 
Getúlio Vargas fundou o Estado Novo; 
Necessidade de Plebiscito para a sua eficácia (o que nunca aconteceu); 
 Inaugura o Estado novo, constituição Polaca. Implanta um regime autocrático, em 
que se legislava por meio de decretos-leis. 
 Inspiração fascista e totalitária. 
 Previa uma Plebiscito nacional para entrar em vigor, mas este nunca foi realizado. 
 Ignorou a existência do mandado de segurança, justiça eleitoral e ministério 
público. 
 Restaurou a pena de morte e vedou o judiciário de conhecer questões 
exclusivamente políticas. 
 Decretada em 10 de novembro de 1937; 
 Federalismo nominal; 
 Sufrágio indireto; 
 Separação dos Poderes: Hipotrofia dos Poderes Legislativo e Judiciário tiveram 
suas funções suprimidas e hipertrofia do Poder Executivo; 
 O presidente era a autoridade suprema do Estado poderia expedir leis de 
competência da União e dissolver o Congresso e a Câmara; 
 O Legislativo era composto de representantes do povo (Câmara dos 
Deputados) e do Conselho Federal (nomeados pelo Presidente); 
 O Judiciário era formado pelo STF. Os juízes e Tribunais dos Estados e do 
Distrito Federal; os Juízes e Tribunais Militares; 
 Direitos e Garantias fundamentais foram restritos – o Mandado de Segurança e 
Ação Popular foram excluídos da Carta Constitucional; 
 O sistema do controle de constitucionalidade foi desvirtuado; 
 Suspensão dos direitos individuais através da Decretação do Estado de 
Emergência: 
a) Restrição à manifestação de pensamento com a censura prévia; 
b) Instituição da pena de morte para crimes políticos e homicídios por motivos fúteis; 
 Paradoxo: Avanço na economia: Criação da Vale do Rio Doce; Companhia 
Nacional de Alcalis; Fábrica Nacional de Motores e Companhia Hidrelétrica 
do São Francisco 
1946: 
Influências históricas: 
Redemocratização mundial em 1945; 
Não se queria a consubstanciação de uma nova Constituição, mas uma reforma o que não 
aconteceu; 
 Pôs fim ao regime autoritário buscando um Estado Democrático e assegurando os 
Direitos Individuais; 
 Promulgada em 18 de setembro de 1946; 
 Recuperação da autonomia dos Estados Federados; 
 É mais tecnicamente perfeita tinha um pensamento libertário no campo político e 
uma abertura no campo social; 
 Recupera-se o Princípio da Separação dos Poderes: 
 Executivo: Presidente e vice(este com dupla função); 
 Legislativo- bicameralismo; 
 Judiciário com suas funções restabelecidas, inclusive com as garantias 
constitucionais 
Ocorreu após o processo de redemocratização do país, foi promulgada e tevea correta 
observância da técnica constitucional. 
 Restauração do mandado de segurança e liberdade de organização partidária. 
Proibição de penas de mortw, confisco e banimento. 
 Instaurou p direito à greve 
 Composição do poder legislativo dividida entre câmara e Senado, sendo este 
presidido pelo vice-presidente. 
 Restabelecimento das garantias constitucionais; 
 Governantes eleitos por tempo determinado; 
 Constituição passou a dar mais ênfase a autonomia aos Municípios defendendo 
sua competência certa e irrestringível; 
 Estado Intervencionista; 
 Foi a mais tecnicamente perfeita pois recuperou o pensamento libertário no campo 
político e abertura no campo social (recuperados da Carta de 1934); 
 Repressão ao abuso do Poder Econômico; 
 Texto prolixo e recebeu ao todo, 20 emendas constitucionais, 04 atos 
institucionais e 36 complementares. 
 
1967: 
Influências Históricas 
O Texto de 1946 foi alvo de inúmeras Emendas Constitucionais: 
*A EC n°04/61 estabeleceu um sistema parlamentarista de governo; 
* A EC n°06 reinstala o regime presidencialista; 
Em 1964 as forças armadas mais uma vez tomam o poder e Junta Militar edita o primeiro 
ato Institucional mantendo a CF de 1946; 
Os Atos Institucionais eram implementados pelas mãos dos próprios generais que 
não obedeciam aos princípios constitucionais democráticos; 
Principais Características: 
Preocupação com a segurança nacional; 
Centralização do Poder nas mãos da União que abarcou várias competências dos Estados 
e Municípios; 
Estruturação dos Poderes: Existiam de direito três poderes, mas de fato apenas um, o 
Executivo; 
Os Decretos-Leis surgiram com mais força, como brechas para o Poder Executivo editar 
normas alegando: Urgência, Interesse Público relevante e Segurança Nacional; 
A censura cerceou os direitos individuais que pautaram a Democracia; 
 Outorgada pelo governo militar, preocupação coma segurança nacional e 
concentra os poderes nas mãos da União e do Presidente. 
 Fortalecimento do executivo em matéria legislativa por meio de decretos-leis 
 Redução da autonomia individual, maior centralização do poder nas mãos do 
executivo. 
 Previsão para a desapropriação para fins de Reforma Agrária 
 Inclusão da Censura entre as atribuições da polícia Federal. 
 O Presidente passa a ter todo poder concentrado nas suas mãos proporcionou o 
fechamento do Congresso, das Assembleias Estaduais e das Câmaras dos 
Vereadores. 
 Promovia a cassação de Parlamentares, suspensão dos Direitos Políticos e 
garantias dos próprios magistrados; 
 Suspensão do Habeas Corpus nos crimes políticos de segurança nacional, à ordem 
econômica e a economia popular; 
 
Emenda constitucional – 1969: 
Influências Históricas 
O AI-12 consagrou-se o Brasil como um governo de Juntas 
Militares, e assim ocorreu já que o Congresso Nacional estava fechado; 
Para alguns doutrinadores essa emenda modificou tanto a estrutura organizacional 
e política brasileira por “constitucionalizar” os Atos Institucionais que se 
transformou em uma verdadeira Constituição (a maioria da doutrina entende que 
se trata de uma Emenda Constitucional e não, uma Constituição); 
 Trata de uma nova constituição? Lenza aborda a referida como constituição tendo 
em vista a necessidade de se utilizar de um novo poder constituinte originário. 
NÃO FOI CONSTITUIÇÃO POS O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
NÃO FOI CONSUMADO. 
 Imposta em 17 de outubro de 1969; 
 Milagre econômico no governo de Médici (69/74); 
 No governo de Giesel (74/79) forte inflação e grave crise econômica (petróleo); 
 Pacote de abril de 1977 – dissolvendo o Congresso e editando 16 EC e 06 Decretos 
todas elas afrontaram mais ainda a Democracia: 
 Redução do quórum para a aprovação das EC; 
 Estabeleceu a avocatória; 
 1/3 dos senadores passaram a ser eleitos pela Assembléia Legislativa Estadual 
(Colégio Eleitoral Estadual); 
 Aumento do mandato do Presidente da República para 05 anos; 
 Fiscalização financeira e orçamentária dos municípios. 
 Rejeição dos decretos-lei não implicava a nulidade dos atos praticados durante a 
sua vigência. 
O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO 
Pacote de Junho de 1978; 
Revogação total do AI-5; 
Suspensão das medidas que com base no AI-5 cassaram direitos políticos; 
Eliminação de alguns poderes presidenciais, como a possibilidade de suspensão dos 
poderes presidenciais; 
Esse processo realmente ganhou força com o governo de Figueiredo (79/85) que pôs fim 
aos governos dos militares; 
Lei da Anistia em 1979; 
EC 15/80- eleições direitas para governadores; 
“Diretas Já” em 1983; 
Tancredo Neves é eleito pela via indireta; 
Em 1985 Sarney instala uma Comissão Provisória de Estudos Constitucionais (Comissão 
Afonso Airinos) rejeitada por Sarney por propor o Parlamentarismo; 
Por meio da EC n° 26/85 convocou-se a Assembléia; Nacional Constituinte para sob a 
presidência do Ministro do STF José Carlos Moreira Alves; 
 
1988: 
Processo de elaboração da CF/88: 
Não teve um anti-projeto; 
24 subcomissões foram instaladas e a sua primeira versão contava com 551 artigos; 
Contudo, foi fortemente marcada pela iniciativa popular; 
O processo de deliberação no segundo turno de votação não contou com a proposição de 
Emendas que alterassem o conteúdo material da norma em virtude da proximidade das 
eleições municipais; 
Em 05/10/1988 foi promulgada a Constituição de 1988 tendo em vista a sua participação 
popular e a busca pela efetivação da Democracia. 
Influências históricas 
Eleições diretas para presidência – Collor. 
Em 1992 impeachement; 
Itamar assume em 1992 até 1994; 
Eleições diretas novamente – Fernando Henrique (1995/2002); 
Lula eleito; (2003 -2010)/Dilma (2011 até 2014); 
Reeleita (2015, todavia, em 2016 aconteceu o impeachement, Temer assume o cargo para 
cumprir o restante do mandato até 2018); Bolsonaro (2019 até o presente); 
Plebiscito em 1992; 
Em 1993 foi instalada a sessão da revisão Constitucional cujos frutos foram 06 Emendas 
de Revisão; 
 Constituição Promulgada, social e rígida. Adota a Federação como forma de 
Estado, a república como forma de governo e o presidencialismo como sistema de 
governo. 
 Adotou a forma analítica (prolixa), com a preocupação de garantir maior 
intangibilidade a certas conquistas. 
 Constituição Cidadã. 
 Forma de Governo e de Estado: 
 República Federativa; 
 Sistema de governo: Presidencialismo; 
 Pluripartidarismo ampliado; 
 Foi criado o Estado do Tocantins e os Territórios Federais do Amapá e Roraima 
foram transformados em Estados Federados; 
 Inexistência de religião oficial; 
 Preâmbulo afirmando valores supremos; 
 Revisão constitucional realizada em 1993 – 06 emendas de revisão; 
 Plebiscito realizado em 1992 – reafirmando o presidencialismo como sistema de 
governo; 
 Organização dos Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário 
 Constituição Rígida; 
 Declaração de Direitos: 
 Consagração dos direitos fundamentais; 
 Direitos dos trabalhadores foram ampliados; 
 Previsão pela primeira vez de um capítulo que trata do meio ambiente; 
 Controle das omissões legislativas – Mandado de Injunção ou Adin por Omissão; 
 Previsão do Mandado de Segurança Coletivo e o Habeas Data; 
 Previsão de capítulo que trate do Meio Ambiente ( atr. 225); 
 Criou novos Estados, o STJ, os TRFs; 
 Novas feições dadas ao Ministério Público que, além da função de dominus litis 
passa a ser custos legis; 
 Separação da ordem econômica, trazendo disposições específicas sobre o sistema 
financeiro nacional, distinto do da ordem social. 
 
Estrutura da CF/88 
CURIOSIDADES SOBRE A CF/88: 
Sarney instalou a Assembléia, que era presidida por Ulysses Guimarães e contava com 
559 congressistas, dentre eles os senadores chamados “biónicos”; 
 Duração da ANC - 1 ano, 7 meses e 21 dias;. 
 Materiais e documentos envolvidos para a composição da Constituição, durante o 
período de sua elaboração: mais de 212 mil fichas de emendas e projetos; maisde 
dez bases de dados para acesso a informações disponíveis por mais de 150 
instituições públicas e privadas; 308 diários divididos em 48 volumes; 2 mil caixas 
com documentos originais assinados;15 fitas cassetes; 1.270 fotos; 2.865 fitas 
com gravações de áudio das sessões; diversos outros documentos armazenados 
em bibliotecas. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 
 A CF/88 é classificada como escrita (analítica), democrática, dogmática, rígida, 
formal, dirigente e normativa; 
 De conteúdo extenso, prolixo e demasiadamente detalhado, compõem-se de mais 
de 300 artigos, sendo 250 (duzentos e cinqüenta do texto principal), e os demais, 
de cunho transitório, integrantes do ADCT- Atos das Disposições Constitucionais 
Transitórias; 
 São 250 artigos na parte geral, 114 artigos nas Disposições Transitórias e 109 
Emendas Constitucionais – além das 06 Emendas de Revisão; 
 
 Composição: Preâmbulo - nove títulos - Disposições finais e um rol de dispositivos de 
cunho transitório reunidos no ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias); 
 
 
 
PREÂMBULO
CORPO OU TEXTO: parte dogmática – composta de disposições 
complementares, gerais, finais e transitórias – 250 artigos – 114 
das disposições transitórias; 107 Emendas Constitucionais e 06 
emendas de Revisão. 
FECHO – Brasília 05 de outubro de 1988
01- PREÂMBULO: 
Conceito- Documento de intenções de um Estado. Onde se encontram os princípios e os 
valores fundamentais do Estado esculpidos de modo prioritário no Texto Constitucional. 
Do latim “pré ambulare” - parte inicial, introdutória; 
Não é documento necessário e essencial de uma Constituição, mas é um elemento natural 
de Constituições feitas em momentos de ruptura histórica ou de grandes transformações 
político-sociais; 
Na EC 01/69 não trouxe o preâmbulo; 
 
É um documento de intenções sem caráter normativo; certidão de origem do Estado que 
demonstra a ruptura com o autoritarismo e o antigo regime, contendo: justificativas, 
objetivos e finalidades; trouxe o disciplinamento do Estado Democrático; Direitos Sociais 
e da Sociedade Pluralista. 
 
Muito se discute sobre a relevância constitucional das normas que formam o 
preâmbulo das Constituições. A matéria não é pacífica na doutrina. Existem três 
teorias: 
 
Questões doutrinárias e jurisprudenciais sobre o Preâmbulo: A tese aceita pela 
doutrina pátria é de que é o preâmbulo não possui Normas constitucionais, propriamente 
força obrigatória, são apenas normas que contendo simplesmente afirmações de 
princípios (tese da irrelevância jurídica). Elas contêm um ideal, mas não fixam normas. 
 
Na seara do STF já houve uma Adin(nº2076-5), relator foi o Ministro Carlos Veloso, em 
que se discutia a constitucionalidade do preâmbulo do Estado do Acre, pelo fato de ter 
omitido a expressão “sob a proteção de Deus”, contida no preâmbulo da CF. 
Alguns entendiam que o Estado-Membro na elaboração da sua Constituição não poderia 
omitir o nome de Deus, pois era um a expressão contida a nível Federal. O STF deixou 
assente que o preâmbulo não contém normas constitucionais, e que o nome de Deus não 
se trata de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais como força normativa. 
 
Em uma outra ação Mandado de Segurança MS 24.645/97), os parlamentares requeriam 
a suspensão de uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) de nº41 de 2003, por ofensa 
ao texto do preâmbulo da Constituição, o ministro Celso de Melo deixou claro que o 
•segundo a qual o preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, 
situa-se no domínio da política;
Tese da 
irrelevância 
jurídica
•nesta as normas do preâmbulo teriam a mesma eficácia 
jurídica das normas constitucionais, e assim sendo plenamente 
passíveis ao controle de constitucionalidade das leis;
Tese da plena 
eficácia
•segundo a qual o preâmbulo participa das características 
jurídicas da Constituição, mas resta saber que papel lhe cabe 
no sistema global;
Tese da 
relevância 
jurídica indireta
preâmbulo não contém normas constitucionais que imponham limitação de ordem 
material ao poder reformador outorgado ao Congresso Nacional. 
 
O PREÂMBULO PODE SER ALVO DE REFORMAS? 
Tese da refromabilidade – acredita que o Preâmbulo faz parte da Constituição, e, por 
isso, pode ser alvo do Poder Constituinte Derivado; 
Tese da irreformabilidade – não integra formalmente a Constituição, encontra-se fora 
da competência de reforma constitucional, sob pena de atingir o art. 60§4º da CF/88 (Tese 
aceita majoritariamente). 
 
ESTRUTURA E CORPO 
 
 
ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA DO TEXTO CONSTITUCIONAL 
O critério metodológico utilizado foi o agrupamento em: 
 Títulos (conjunto de artigos – assuntos mais genéricos); 
 Artigos (unidade básica para a apresentação do agrupamento de assuntos – parte, 
trecho, juntura); devem ser redigidos de forma inteligível, conservar as mesmas 
expressões para as mesmas ideias, devem ser evitadas abreviações, além de se 
evitar o uso de expressões esclarecedoras: isto é, ou seja, por exemplo. A partir 
do de número 10, emprega-se o algarismo arábico correspondente, seguido de 
ponto-final (Art. 10.). Os artigos serão designados pela abreviatura "Art." sem 
traço antes do início do texto. Os textos dos artigos serão iniciados com letra 
maiúscula e encerrados com ponto-final, exceto quando tiverem incisos, caso em 
que serão encerrados por dois-pontos . 
 Os nove primeiros artigos são lidos na seqüência ordinal (primeiro, segundo [...] 
nono, os demais, na seqüência cardinal (dez, onze [...] duzentos e cinquenta); 
 Limitam-se a tratar de apenas uma regra jurídica e geral, as especificidades são 
tratadas pelos incisos (escritos na numeração romana- I, II, III, IV etc. - lidos na 
seqüência cardinal -indicam igualmente, da mesma forma, etc e isoladamente não 
tem sentido), alíneas (letras do alfabético arábico redigidas na forma minúscula – 
ex: a); 
 Parágrafos - Segundo Arthur Marinho, "(...) parágrafo sempre foi, numa lei, 
disposição secundária de um artigo em que se explica ou modifica a disposição 
principal. É representado pelo símbolo § - escreve-se ao lado do número como 
exemplo: §2º, todavia, quando se tratar de apenas um único parágrafo se escreve 
por extenso parágrafo único – está vinculado ao caput do artigo e é lido da mesma 
forma do inciso – ordem cardinal); 
 “O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois esses (S) unidos. 
Estas letras são as iniciais das palavras latinas na expressão "signum sectionis", 
abreviatura que significa "sinal de separação" ou "seção". Este símbolo é o 
precursor da mudança de linha e do espaço hoje convencionalmente usados para 
se introduzir um novo parágrafo”. 
 
Segundo Pinheiro (1962), apontam-se peculiaridades sobre os artigos: 
 Cada artigo deve tratar de um único assunto; 
 O artigo conterá, exclusivamente, a norma geral, o princípio. As medidas 
complementares e as exceções deverão ser expressas em parágrafos; 
 Quando o assunto requerer discriminações, o enunciado comporá o artigo, e os 
elementos de discriminação serão apresentados sob a forma de incisos; 
 As expressões devem ser usadas em seu sentido vulgar, salvo se se tratar de 
assunto técnico, quando então será preferida a nomenclatura técnica, peculiar ao 
setor de atividades sobre o qual se pretende legislar; 
 As frases devem ser concisas; 
 Nos atos extensos, os primeiros artigos devem ser reservados à definição dos 
objetivos perseguidos pelo legislador e à limitação de seu campo de aplicação. 
 
INTRUMENTOS DE MODIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO- EMENDAS 
 Supressivas – determinam o corte de qualquer parte da proposição principal; 
 Aditivas – acrescentam algo à proposição principal; 
 Aglutinativas – resultam da fusão de outras emendas ou a destas com o texto 
original; 
 Modificativas – alteram a proposição sem modificação substancial; 
 De redação – apresentada para sanar vício de linguagem, incorreção de técnica 
legislativa; 
 
LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A TÉCNICA LEGISLATIVA NO BRASIL 
Lei Complementarn. 95/98; 
Decreto n. 1.799/96; 
Lei Complementar n. 107/01; 
Manual de Redação da Presidência da República de 2018; 
e) Decreto Presidencial nº 9.758 de 11 de abril de 2019 - Dispõe sobre a forma de 
tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da administração 
pública federal. 
 
COMPOSIÇÃO METODOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO: 
� As partes formam o Código; Os artigos formam a secção; 
� As secções formam os capítulos; 
� Os capítulos formam os títulos; 
� Os títulos constituem o livro; 
� Os livros formam a parte; 
� As partes formam o Código 
 
 
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) 
 Conjunto de normas que reúnem disposições necessárias para a transição do 
regime de 69 para o regime constitucional de 1988. São normas de cunho 
transitório, depois de regularem as situações determinadas, a sua eficácia se 
exaure. 
 Percebe-se assim, dois grupos distintos de normas: 
normas que estabeleceram regras de transição do regime antigo (1969) para o regime de 
1988; 
normas que estabeleceram regras temporárias, de cunho meramente transitório, que 
perderão sua eficácia tão logo ocorra a situação nela prevista; 
 
 Exemplos de norma de transição no ADCT - art. 16 determinou que o 
Presidente da República indicasse o governador e o vice-governador do DF até 
que fossem realizadas as eleições; Art. 3º - possibilidade de revisão 
constitucional, prevista para ocorrer cinco anos após a promulgação da 
Constituição; 
 Apesar de terem natureza transitória os dispositivos constitucionais previstos no 
ADCT, têm patamar de normas constitucionais sendo, portanto, passíveis 
de controle de constitucionalidade, e a sua modificação só poderá ocorrer por 
meio das Emendas Constitucionais obedecendo-se os dispositivos do art. 60 da 
CF/88; 
 Modificações realizadas com a introdução de normas de cunho transitório- 
criação da CPMF - Contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão 
de valores e de créditos e direitos de outra natureza; 
 Algumas garantias constitucionais que continuam omissas no texto 
constitucional estão presentes no ADCT – garantia de emprego da gestante e do 
empregado eleito para cargo de direção da CIPA, disciplinado pelo art. 10 dos 
ADCT, pela omissão da lei infraconstitucional do art. 7º, I da CF/88; 
 Consagrou o princípio da recepção; 
 Uma disposição transitória poderá estabelecer exceções a normas constantes no 
corpo permanente das constituições, sem que isso possa ser considerado conflito 
ou antagonismo insuperável. Ex: 35 do ADCT da CF/88, que excepciona o 
disposto no art. 165, §7º da parte permanente de normas. 
 
 
Poder Constituinte 
 
1- PRINCÍPIO DA SUPREMACIA CONSTITUCIONAL: Superioridade normativa 
da constituição e presunção de Constitucionalidade das Leis. 
CONCEITO: 
 “Sendo a expressão mais alta da soberania estatal, o Poder Constituinte é a 
faculdade que todo povo possui de fixar as linhas mestras e fundamentais sob as 
quais deseja viver”. 
 Da distinção existente entre Constituição rígida chega-se ao seu conceito; 
 Poder de criar, modificar e alterar as normas jurídicas de valor constitucional; 
 Poder – Fonte de emerge os demais poderes; 
 Previsão legal – art. 1º, parágrafo único C/c art. 25 c/c art. 60 da CF/88; 
 
 
MOMENTOS DE ATUAÇÃO: Só atua em momentos de grandes crises ou revoluções 
profundas. Quando as normas jurídicas de valor constitucional não estão mais surtindo 
efeitos. Na formação de um novo ordenamento jurídico. 
 
HIATO CONSTITUCIONAL: 
Expressão se deve a Ivo Dantas (1976), é o fenômeno que ocorre quando há um choque 
(ou um divórcio) com o conteúdo da Constituição vigente ( o que está positivado) e a 
realidade social e política do Estado. 
Também denominada de revolução, lacuna, intervalo, interrupção de continuidade, pode 
gerar os seguintes fenômenos: 
 
TEORIZAÇÃO: 
Revolução Francesa – 1789; 
Abade Emannuel Sièyes que buscou inspiração no racionalismo iluminista, no 
contratualismo e na ideologia liberal; 
“O que é o Terceiro Estado?”; 
Defensor do jusnaturalismo 
 
NATUREZA 
 
 
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE 
 Ligado a legitimidade do poder, com a soberania nacional de um Estado, vindo 
de um consenso; 
Convocação da ACN – nova 
CF
Mutação Constitucional
Reforma Constitucional
Hiato Autoritário
Poder Constituinte de Direito 
(jusnaturalistas)
Poder Constituinte de Fato 
(juspositivistas) 
 Junção dos conceitos de legitimidade e legalidade; 
 Nos Estados Teocráticos - religião e Estado fundiam-se nas mãos de uma só 
pessoa o “Rei”, assim , também eram os titulares; 
 No apogeu das monarquias aristocráticas, o Poder constituinte provinha, do 
rei, da nobreza, ou seja, de estamentos privilegiados, pertencendo a uma minoria 
detentora do poder, que também titularizavam o poder o poder constituinte. 
 Tomando por base as concepções democráticas, o Poder constituinte pertence ao 
povo, que o exerce, de forma direta e representativa por meio do sufrágio 
universal - nação; 
 Ainda existem momentos que na atualidade concentram o Poder Constituinte: 
 Tendências autocráticas- poder constituinte sujeito a uma minoria de raças, 
religiosa, classe social, ou pro militar constituindo-se uma oligarquia; 
 Nas tendências democráticas o poder constituinte reside na soberania popular – 
nação; 
 Assim, todo poder repouso no consenso e na aceitação dos governados, pode-se 
dizer que a soberania, ou seja, o poder constituinte originário pertence ao povo; 
 Aceitação pode ser: Presumida, Auferida e Tácita. 
 
EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE 
 Tomando por base as concepções democráticas, o Poder constituinte pertence ao 
povo, e o seu exercício é realizado através de institutos da democracia indireta e 
de forma direta por meio sufrágio universal - nação. 
 
ESPÉCIES 
 
 Originário (art. 1º, parágrafo único, CF/88)- cria um Constituição, ou seja, um 
novo Estado. 
Agente: Assembleia Nacional Constituinte; 
Espécies: Histórico ou revolucionário; formal ou material; 
Poder constituinte originário (respeito a independência, autodeterminação dos povos e 
respeito aos direitos humanos). 
Inicial; 
Ilimitado; 
Autônomo; 
Incondicionado; 
Inalienável; 
Permanente; 
Natureza pré-jurídica; 
Poder Constituinte
Originário
Derivado
Reformador Decorrente Revisor
 Derivado: Reforma (modifica) um texto constitucional existente. Pode ser de três 
espécies: Reformador, Decorrente e Revisor 
Poder constituinte derivado 
Constituído; 
Limitado; 
Condicionado 
 
Poder Constituinte reformador: 
Também chamado de competência reformada – capacidade de modificar a CF/88 por 
meio de um procedimento específico, estabelecido pelo originário, sem que haja uma 
verdadeira revolução. Manifesta-se através das Emendas Constitucionais (art. 60 da 
CF/88). 
 
Poder Constituinte derivado decorrente 
AGENTE: ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS 
 Decorre da forma de Estado, típico dos países que adotaram a Federação como 
forma de Estado; 
 Sua missão é criar e modificar as Constituições dos Estados-Membros (art. 25); 
 Por disposição do art. 11 do ADCT, o poder constituinte decorrente foi 
repassado às Assembleias Legislativas para que num prazo de um ano, contado a 
partir da promulgação da Constituição, elaborassem ou modificassem as suas 
respectivas Constituições Estaduais; 
 Limitações ao Poder Constituinte Decorrente: 
 a) Princípios Constitucionais Sensíveis; 
 b) Princípios Constitucionais Extensíveis ligados a estrutura federativa; 
 c) Princípios Constitucionais Estabelecidos (organizatório); 
 
EXISTÊNCIA DO PODER CONSTITUINTE NOS MUNICÍPIOS, NO DISTRITO 
FEDERAL E NOS TERRITÓRIOS FEDERAIS. 
1. Nos Municípios e Territórios: 
Ausência de previsão expressa; 
Divergência doutrinária; 
Leis Orgânicas não são Constituições; 
2. No Distrito Federal: 
Distrito Federal dotado de competências estaduais e municipais; 
Lei Orgânica do Distrito Federal faz as vezes de Constituição Estadual; 
Detentor de Poder Constituinte Derivado Decorrente; 
 
Poder ConstituinteRevisor (previsto no art. 3 º do ADCT) – competência revisora, 
poder anômalo de revisão. 
 Agente: Congresso Nacional; 
 Limites da Revisão: Ilimitada ou Limitada; 
 Corrente majoritária: revisão limitada. 
 
PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
 Poder de fato; 
 Não vem formalizado nas Constituições; 
 Se manifesta nas mutações constitucionais; 
 As normas não mudam o que se modifica é a interpretação constitucional. 
Poder Constituinte Supranacional 
 Atrelado ao fenômeno da globalização; 
 Remodela a Soberania; 
 Esse poder objetiva criar e estender uma ordem constitucional globalizada a vários 
Estados. 
 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES PARA O PODER CONSTITUINTE: 
• Formal – é o ato de criação propriamente dito e que atribui a “roupagem” dando 
status constitucional a um “complexo” normativo; 
• Material – é o lado substancial do poder constituinte originário; 
 
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenciação entre Reforma, Emenda, Revisão e Mutação constitucional 
 
Reforma
• Reforma- dentro dos limites
estabelecidos pela própria Constituição;
Emenda
• Emenda – modificação obedecendo às
determinações ;
Revisão
• Revisão – previsão do art. 3º c/c art. 11 do
ACDT – realizada (05) cinco anos após a
promulgação da CF/88.
Mutação
Constitucional
• Modificação da interpretação da norma, sem a
modificação de sua literalidade.

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