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CONTABILIDADE EMPRESARIAL- 2016 Ciências Contábeis Prof. - VICENTE EUSTÁQUIO MASCARENHAS vicentemaster@uol.com.br CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS SUMÁRIO ORIENTAÇÕES IMPORTANTES……………...……...…………………………………………………… 3 1 Apostila…………………………………………...……...………………………………………………… 3 2 Bibliografia básica………………………………………………...……………………………………...... 3 3 Distribuição dos pontos…………………………………………………………………………………...... 3 4 Exercícios………………………………………………………………………………………................... 3 5 Avaliações……………………………………………………………………………………..................... 3 PATRIMÖNIOS E COMPONENTES…………………………………………………………………..….. 3 VARIAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO………………………………………………………………... 4 CONTAS……………………………………………………………………………………………………... 5 CONTABILIDADE GERENCIAL x CONTABILIDADE FINANCEIRA………………………………… 6 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS ESTADOS PATRIMONIAIS………………………………………. 6 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS…………………….……………………………………………... 7 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS…………………………………………………………….…………………... 7 PLANO DE CONTAS……………………………………………………………………………………...... 9 GRUPO DE CONTAS……………………………………………………………………………………….. 9 RAZÃO………………………………………………………………………………………........................ 10 DÉBITO E CRÉDITO……………………………………………………………………………………….. 11 LANÇAMENTOS A DÉBITO E A CRÉDITO DE CONTAS……………………………………………… 11 CONTAS DO ATIVO……………………………………………………………………………………….. 11 CONTAS DO PASSIVO…………………………………………………………………………………….. 11 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO…………………………………………………………………… 11 CONTAS DE RESULTADOS………………………………………………………………………………. 12 RESUMO DO MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO…………………………………………………. 13 EXEMPLOS SIMPLIFICADOS CONTABILIZAÇÃO 13 MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS………………………………………………………………... 16 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL………………………………………………………………..…………... 17 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO………………………………………………………………………... 17 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS……………………………………………………………………... 17 BALANÇO PATRIMONIAL………………………………………………………………………………... 18 GRUPO DE CONTAS……………………………………………………………………………………….. 19 BALANÇO PATRIMONIAL COMPARATIVO. ………………………………………………………….. 19 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO………………………………………………………….. 20 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO PASSIVO……………………………………………………….. 23 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO………………………………………. 24 RECEITAS DE EXERCÍCIO FUTURO…………………………………………………………………….. 24 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO………………………………………. 24 CONTAS PERTENCENTES AO PATRIMÔNIO LÍQUIDO………………………………………………. 24 COMO SE LEVANTA O BALANÇO…………………………………………………..…………………... 24 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO…………………………………………………. 25 1 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados……………………………………………………….. 27 2 Demonstração das mutações do patrimônio líquido……………………………………………………….. 28 MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS……………………………………………………………. 29 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA – art. 176, V Lei 11.638/07………………………………... 29 Fluxo de caixa – método direto………………………………………………………………………………. 30 Fluxo de caixa – método indireto…………………………………………………………………………….. 30 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Art. 188 Lei 11.638/07……………………………… 31 NOTAS EXPLICATIVAS…………………………………………………………………………………… 33 PARECER DE AUDITORIA……………………………………………………………………………… 35 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO……………………………………………………………………... 36 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE……………………………………………………………... 36 GLOSSÁRIO DE TERMOS CONTÁBEIS…………………………………………………………………. 37 EXERCÍCIOS DE CONTABILIDADE…………………………………………………………………… 46 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS ORIENTAÇÕES IMPORTANTES 1 - APOSTILA Esta apostila destina-se à orientação do aluno em sala de aula, sendo que a matéria abordada contemplará toda a bibliografia básica. 2 - BIBLIOGRAFIA BÁSICA IUDÍCIBUS, S. et al.. Manual das Sociedades Anônimas. São Paulo: Atlas IUDÍCIBUS, S. (Coord.) Contabilidade Introdutória. 9 ed. São Paulo: Atlas, CPCs Emitidos Pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 3 - DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS Avaliação 1ª. Etapa – 20 pontos Exercícios 1ª. Etapa – 10 pontos Avaliação 2ª. Etapa – 25 Pontos Exercícios 2ª. Etapa – 05 pontos Exame Geral de Contabilidade – 10 Pontos Avaliação 3ª. Etapa – 30 Pontos 4 - EXERCÍCIOS Todos os exercícios deverão ser entregues na data estabelecida para que tenham os seus pontos considerados. Em todas as aulas serão aplicados exercícios, conseqüentemente, haverá distribuição de pontos, normalmente para conclusão dentro do horário de aula, sem prejuízo de outras atividades extraclasses. 5 - AVALIAÇÕES A aplicação de avaliações substitutivas está condicionada às normas institucionais sobre o tema. PATRIMÔNIO E COMPONENTES - A CONTABILIDADE SEMPRE ESTARÁ PRESENTE, DIRETA OU INDIRETAMENTE, ONDE HOUVER PATRIMÔNIO – RIQUEZA. - CONCEITO DE PATRIMÔNIO – patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. É por essa razão que o Balanço costuma ser denominado Balanço patrimonial. FONTES DE RECURSOS - PODEM SER CLASSIFICADAS EM DUAS CATEGORIAS Capital próprio – composto dos recursos que são postos à disposição da empresa por seus proprietários e pelos lucros gerados pelo desenvolvimento das atividades do negócio. Capital de terceiros – Composto de empréstimos de numerário e de fornecimento de bens para pagamento a prazo. 3 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS PATRIMÔNIO DE UMA ENTIDADE APLICAÇÕES ORIGENS DE DE RECURSOS RECURSOS ORIGENS ATIVO PASSIVO DE RECURSOS APLICAÇÕES obrigações DE DE bens TERCEIROS RECURSOS e PATRIMÔNIO direitos LÍQUIDO ORIGEM Capital e DE variações RECURSOS PRÓPRIOS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO As principais causas que fazem variar o patrimônio líquido são: a) o investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores ou desinvestimentos (devoluções de capital) feitos pela entidade; b) o resultado obtido do confronto entre contas de receitas e despesas dentro do período contábil. RECEITA: entende-se por receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais. A obtenção de uma receita resulta, pois, no aumento de patrimônio líquido. 4 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS DESPESA: entende-se por despesa o consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo ou aumentando o passivo, uma despesa é realizada com a finalidade de se obter uma receita cujo valor se espera seja superior à diminuição que provoca no patrimônio líquido. RESULTADO: caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o resultado do período contábil será positivo (lucro), o que aumenta o patrimônio líquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, este fato ocasiona prejuízo, o que diminuirá o patrimônio líquido. CONTAS Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e receitas). Classificação das Contas As contas podem ser classificadas com vários critérios. Entretanto, aquele que interessa aqui é o que as classifica em dois grupos (teoria patrimonialista): Contas patrimoniais Contas de resultado Contas Patrimoniais As contas patrimoniais representam os bens, as obrigações e o patrimônio líquido. Dividem-se em ativas e passivas e são elas que representam o patrimônio da empresa num dado momento, por meio do Balanço patrimonial. ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Caixa Fornecedores Veículos Duplicatas a pagar Direitos Patrimônio líquido Duplicatas a receber Capital Títulos a receber Reservasde capital Contas de Resultado As contas de resultado dividem-se em contas de despesas e contas de receitas e aparecem durante o exercício social, encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço patrimonial, mas permitem apurar o resultado do exercício. As despesas são registradas pela Contabilidade por meio das contas de resultado. Vendo os exemplos de contas de despesas a seguir, você identificará o tipo de despesa. Despesa água e esgoto Despesa de aluguéis Despesa de alimentação Despesa encargos sociais Descontos concedidos Despesas bancárias Despesa fretes e carretos Impostos incidentes sobre vendas Despesa material de expediente Despesas financeiras Despesa c/ energia elétrica Despesa material de limpeza Despesa salários Despesa c/ prêmios de seguro Despesa c/ comunicação As receitas decorrem da venda de bens e da prestação de serviços. Existem em número mais baixo que as despesas, sendo as mais comuns pelas seguintes contas. Receitas de vendas Receitas financeiras Receita de aluguéis Descontos obtidos 5 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS CONTABILIDADE GERENCIAL x CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL CONTABILIDADE FINANCEIRA/MERCANTIL Usuários Interno: presidente, gerentes, Ênfase: externo: bancos,governo, administradores acionista, empregados Outros títulos Contabilidade administrativa CONTABILIDADE EMPRESARIAL Limitações Há liberdade, desde que o benefício seja Princípios de Contabilidade aceitos maior que o custo. Aspectos legais e fiscais Não se prende aos aspectos legais e É influenciada pela legislação do país e até fiscais do país mesmo pelo imposto de renda Relatórios Detalhados, “sob encomenda”, conforme resumido, havendo preocupação da o usuário empresa como um todo. Período de abrangência Preocupa-se com o passado, mas Enfatiza basicamente o passado também com o futuro Responsável Controller Contador ou Técnico em Contabilidade Influência no comportamento Influi no comportamento, ênfase no Disciplina fria e objetiva relata o passado futuro: orçamentos, planejamentos, etc. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS ESTADOS PATRIMONIAIS Patrimônio líquido ( PL ) é a diferença algébrica entre o ativo (A) e o passivo (P). Com base na equação do Balanço (A – P = PL) , então, conclui-se que, em dado momento, o patrimônio assume, invariavelmente, um dos cinco seguintes estados patrimoniais, a saber: 1º - Quando o Ativo > Passivo – tem-se Patrimônio Líquido > 0 A = P + PL A P Revela a existência de riqueza própria PL 2º - Quando o Ativo > Passivo e Patrimônio Líquido = 0, tem-se Patrimônio Líquido > 0 A = PL Revela inexistência de dívidas (passivo) – propriedade plena de ativo A PL 3º - Quando o Ativo = Passivo – tem-se Patrimônio Líquido = 0 A = PL Revela inexistência de riqueza própria. A P 4º - Quando o Passivo > Ativo – tem-se Patrimônio Líquido < 0 A + PL = P A P PL Revela má situação, existência de “passivo a descoberto” – patrimônio líquido negativo. 5º - Quando o Passivo > Ativo e Ativo = 0 – tem-se Patrimônio Líquido < 0 PL = P 6 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS PL P Revela inexistência de ativo, inexistência de bens e/ou direitos. Apenas dívidas e obrigações. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS Atos administrativos – são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio Fatos administrativos – são acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o patrimônio líquido. Fatos permutativos – são aqueles que permutam os elementos componentes do ativo e/ou passivo, sem modificar o valor do patrimônio líquido. Pose ocorrer troca entre elementos do ativo, entre elementos do passivo e entre ambos ao mesmo tempo. Fatos modificativos – são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no patrimônio líquido. Fatos mistos – envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo. Pode, portanto, acarretar alterações no ativo e no patrimônio líquido ou no patrimônio líquido ou no passivo e no patrimônio líquido ou no ativo ou passivo e no patrimônio líquido ao mesmo tempo. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS A Contabilidade é uma ciência de caráter essencialmente prático. Ao longo dos anos, diversos critérios foram desenvolvidos, diversas opções foram efetuadas, numa tentativa de normalizar e de se chegar à melhor forma de controlar o patrimônio de uma entidade. Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores. Considerando o patrimônio da entidade como objeto da Contabilidade, são identificados sete princípios da Contabilidade, que são: 1 - Princípio da Entidade 2 - Princípio da Continuidade 3 - Princípio da Oportunidade 4 - Princípio do Registro pelo valor original 5 - Princípio da Atualização monetária 6 - Princípio da Competência 7 - Princípio da Prudência O estudo destes princípios é de relevante importância para a execução de trabalhos que envolvam a Contabilidade, pois todas as empresas que sofreram algum tipo de autuação certamente deixaram de obedecer a um ou mais dos princípios fundamentais da Contabilidade Vamos a eles: 1) Princípio da entidade O princípio da entidade faz referência ao patrimônio que será administrado, estudado, avaliado, constituindo- se em elemento autônomo em relação aos detentores do capital aplicado, nesse mesmo patrimônio e, como se diz com freqüência, o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa (entidade). É por este motivo que a Receita Federal solicita aos contribuintes duas declarações de renda: uma da pessoa física e outra da pessoa jurídica. 2) Princípio da continuidade Os procedimentos contábeis devem considerar a continuidade dos negócios da entidade, uma vez que esses negócios se renovam por meio de seu ciclo de operações e investimentos. 3) Princípio da oportunidade A integridade dos registros é de fundamental importância para a análise dos elementos patrimoniais, pois todos os fatos contábeis devem ser registrados, incluindo os das filiais, sucursais e demais dependências de 7 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS uma mesma entidade. Este princípio tem muito a ver com o da tempestividade, pois implica registrar os fatos contábeis quando eles acontecem. 4) Princípio do registro pelo valor original Este princípio reza que os elementos patrimoniais devem ser registrados pelo valor originado nas transações com os agentes externos à entidade e em moeda corrente do país, não se levando em conta os valores futuros de entradas ou de saídas. Qualquer variação patrimonial deverá ser reconhecida no momento de sua ocorrência e não do momento da entrada dos elementos patrimoniais. Quando as transações forem realizadas em moedas estrangeiras, as mesmas deverão ser convertidas para a moeda corrente em nosso país, para a efetivação de seu registro contábil. 5) Princípio da Atualização Monetária Deverão ser reconhecidas as variações do poder aquisitivo da moeda nacional nos registros contábeis das entidades e, por conseqüência, nas demonstrações contábeis. A legislação fiscal veio coibir esta atualização a partir de 1º/01/1996 por meio do artigo 4 da lei 9249 de 26/12/1995. "Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras, inclusive para fins societários". A falta de aplicação do princípio da atualização monetária traz uma perda na qualidade e utilidade das demonstraçõescontábeis, ainda que estando a inflação estável. Certamente os índices de rentabilidade em relação ao patrimônio líquido estarão irremediavelmente prejudicados. A Resolução do CFC 900/01 estabelece a aplicação deste princípio quando a inflação acumulada no triênio atingir 100%, índice este calculado com base no IGPM - Índice Geral de preços do Mercado. Esta Resolução também determina que o IGPM será usado compulsoriamente e deverá se amplamente divulgado nas demonstrações contábeis. 6) Princípio da Competência Por este princípio entende-se que as receitas e as despesas devem ser consideradas para a apuração do resultado do período a que se referirem e no momento de sua ocorrência. Não importa o momento em que a receita foi recebida ou o momento em que a despesa foi paga. Para a determinação do resultado do período, a realização da receita deve ser reconhecida quando bens ou serviços são transferidos a terceiros. As despesas devem ser registradas dentro do período e quando são consumidas. É muito comum a aplicação do regime de caixa e não o princípio de competência em entidades. Pelo regime de caixa interessa somente o momento do recebimento da receita (entrada de dinheiro) e do pagamento da despesa (saída de dinheiro). Este tipo de regime é muito aplicado em entidades com finalidades ideais tais como: associações de caridade, religiosas, clubes e em empresas que são dispensadas da escrituração contábil e comercial. As microempresas, por serem dispensadas de escrituração para fins fiscais pela Receita Federal, é comum os contabilistas usarem esse regime para escrituração. Entretanto, mesmo que por facilidade, deverão observar os princípios fundamentais da Contabilidade e, entre estes, o princípio da competência, não efeutando os registros contábeis em bases de regime de caixa. 7) Princípio da Prudência 8 http://www.valdecicontabilidade.cnt.br/contabilistas/NORMAS/Res900.htm CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS O princípio da prudência deve ser observado quando surgirem dúvidas sobre a correção dos valores a serem registrados. Devemos reconhecer o valor mais baixo para o ativo e o mais alto para o passivo. Considerações finais É evidente que os princípios fundamentais da Contabilidade devem ser observados por todos os profissionais que militam na atividade contábil, pois sua não-observância constitui infração às seguintes leis: - Código de Ética Profissional do Contabilista. - Resoluções 750/93, 774/94. - Leis 6.406/76, alterada pela Lei 10.303/01 e Lei 9249/95. A não-obediência a estas leis acarreta multas e processos judiciais. PLANO DE CONTAS Modelo do PLANO DE CONTAS adaptado à Lei das Sociedades por Ações e particularidades da legislação de imposto de renda anual. A elaboração de um bom PLANO DE CONTAS é fundamental no sentido de se utilizar todo o potencial da Contabilidade em seu valor informativo para os inúmeros usuários. Cada empresa deverá elaborar seu plano de contas mediante as suas peculiaridades de operação, necessidades internas, transações e contas específicas. GRUPOS DE CONTAS ATIVO CIRCULANTE – No ATIVO CIRCULANTE estão registrados os bens e direitos com realização inferior a 360 dias da data do BALANÇO, ou seja, que serão realizados no exercício social seguinte. Caixa, bancos, conta movimento, aplicações financeiras, clientes, estoques, etc. Ativo Não Circulante – Estão registrados os bens e direitos com realização superior a 360 dias da data do Balanço, ou seja, que serão realizados após o exercício social seguinte. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO – são classificáveis no realizável a longo prazo contas da mesma natureza do ativo circulante que, todavia, tenham sua realização, certa ou provável, após o término do exercício seguinte, o que normalmente significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio Balanço. Créditos de coligadas e controladas, impostos a recuperar, investimentos temporários, despesas antecipadas, etc. INVESTIMENTOS – as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa. Participações em empresa controladas e investimentos com incentivos fiscais. IMOBILIZADO – os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa. São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e dos seus empreendimentos. Bens tangíveis, que têm corpo físico, tais como terreno, obras civis, máquinas, móveis, veículos, etc. INTANGÍVEL - cujo valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como patentes, direitos autorais, marcas, etc. Depreciação – com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os elementos que integram o ativo imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica. Dessa forma, o custo de tais ativos deve ser alocado aos exercícios beneficiados pelo seu uso no decorrer de sua vida útil econômica. Taxas de depreciação – edifícios 4% em 25 anos – máquinas e equipamentos 10% em 10 anos – instalações 10% em 10 anos - móveis e utensílios 10% em 10 anos – veículos 20% em 5 anos – sistema de processamento de dados 20% em 5 anos. Exemplos de cálculo: Custo corrigido do bem – R$ 6.000,00 >>>> Vida útil estimada – 5 anos (60 meses) Depreciação: 6.000,00 / 60 = R$100, 00 ao mês. PASSIVO CIRCULANTE – estão registradas as obrigações com exigibilidade inferior a 360 dias, ou seja, cuja liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte. Fornecedores, impostos a pagar, salários a pagar etc. 9 http://www.valdecicontabilidade.cnt.br/contabilistas/etica_contabilidade/etica_contabilidade.htm http://www.valdecicontabilidade.cnt.br/contabilistas/NORMAS/Res750.htm http://www.valdecicontabilidade.cnt.br/legislacao_direito/leis_especificas/lei_das_sa.htm CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS PASSIVO NÃO CIRCULANTE – estão registradas as obrigaçõescom exigibilidade superior a 360 dias, ou seja, cuja liquidação se espera ocorra após o exercício social seguinte. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO – estão registradas as obrigações com exigibilidade superior a 360 dias, ou seja, que serão pagas ou após o exercício social seguinte. Imposto de renda diferido, financiamentos, etc. PATRIMÔNIO LÍQUIDO – o patrimônio líquido é o valor contábil pertencente aos acionistas e sócios. No Balanço patrimonial, é a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, prejuízos acumulados. CONTAS DE RESULTADOS DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – a demonstração do resultado do exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período. Na determinação do resultado do exercício, serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Essas conceituações da lei representam basicamente o princípio da competência, que também aparece desmembrado na forma de dois outros princípios: a) princípio da realização da receita; b) princípio do confronto das despesas. Faturamento bruto, deduções da receita bruta, custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados, despesas e receitas operacionais, despesas e receitas não-operacionais, imposto de renda e contribuição social. CONTAS Na prática, porém, há dificuldade de se preparar um Balanço após cada operação. Em qualquer empresa, registraroperações que se sucedem a cada instante exige um processo de registro que permita a apresentação instantânea de seus resultados, o que atualmente é muito oneroso. Por outro lado, as pessoas interessadas nos Balanços, como administradores, acionistas, entidades governamentais, etc. contentam-se apenas com os Balanços periódicos que são confeccionados com dados fornecidos pelos registros das operações. Em geral, as operações ocasionam aumentos e diminuições no ativo, no passivo e no patrimônio líquido. Esses aumentos e diminuições são registrados em contas. TÍTULO DA CONTA CÓDIGO Data Operações DébitoCrédito D/C Saldo RAZÃO Antigamente, as contas eram registradas nas páginas de um livro chamado Razão. Depois, passaram a ser registradas em folhas ou fichas soltas. Hoje, estão na memória do computador. No entanto, em seu conjunto, mantidas em um livro ou arquivo ou numa memória, continuam com a mesma denominação, RAZÃO. O importante é que em cada conta se mantenha a memória, a história da movimentação do componente do ativo, do passivo e do patrimônio líquido a que se refere. Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. Cada uma dessas contas será distinguida das demais por sua denominação. conta Representação gráfica de uma conta (Razonete em T) DÉBITO E CRÉDITO O lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito; o lado direito é chamado o lado do crédito. Um lançamento no lado esquerdo de uma conta é denominado lançamento a débito ou débito; um lançamento no lado direito de uma conta é chamado lançamento a crédito ou crédito. Título da conta 10 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS lado do débito lado do crédito A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta, em determinado período, é denominado saldo. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos, a conta terá saldo devedor. Se acontecer o contrário, a conta terá saldo credor. LANÇAMENTOS A DÉBITO E A CRÉDITO DE CONTAS As operações ocasionam aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); dessa forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições do outro. A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições. CONTAS DO ATIVO Os elementos que compõem o ativo figuram do lado esquerdo do Balanço. Em coerência, as contas do ativo (bens e direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo. Convém notar que uma empresa possui ou não bens e direitos; não existem bens e direitos negativos; portanto, as contas do ativo possuem saldo devedor ou nulo (não se aplica às contas retificadoras de ativos). Para que uma conta do ativo (bens e direitos) tenha saldo devedor, é necessário que os aumentos e as diminuições nela ocorridos sejam assim registrados: Qualquer conta de ativo Débito Crédito $ Aumentos $ Diminuições CONTAS DO PASSIVO Como as contas do passivo aparecem sempre do lado direito do Balanço, deve acontecer com elas o inverso do que acontece com as do ativo, isto é, os aumentos e diminuições do passivo (obrigações) devem ser registrados da seguinte maneira: Qualquer conta de passivo Débito Crédito $ Diminuições $ Aumentos CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Como o patrimônio líquido positivo ocupa o lado direito do Balanço, o funcionamento de suas contas será igual ao funcionamento do passivo, ou seja: Qualquer conta de p.líquido Débito Crédito $ Diminuições $ Aumentos Quando o patrimônio líquido em seu valor total for negativo, estará do lado esquerdo do Balanço, junto com o ativo, ou subtraído do passivo (lado direito do Balanço), com saldo devedor. Aumentá-lo com o sentido de melhorá-lo significa diminuir esse saldo devedor, o que só pode ser feito mediante um lançamento a crédito. Qualquer aumento em patrimônio líquido, seja este positivo ou negativo em determinado momento, será regido por crédito, e qualquer diminuição, por débito, logo: Qualquer conta de p.líquido 11 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS Débito Crédito $ Diminuições $ Aumentos CONTAS DE RESULTADO Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o resultado do período contábil será positivo (lucro), o que aumenta o patrimônio líquido. Se as despesas forem mais altas que as receitas, este fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o patrimônio líquido. Qualquer conta de despesa Qualquer conta de receita Débito Crédito $ Diminuições $ Aumentos Saldo Saldo Devedor Credor ATIVO PASSIVO Aplicações Representa as fontes de recursos de recursos de Todo o terceiros ativo Deve É considerado Credor para as das aplicações fontes de recursos que o PATRIMÔNIO LÍQUIDO financiaram Representa a fonte de recursos próprios. É considerado Credor das aplicações RESUMO DO MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO CONTAS AUMENTO REDUÇÃO Ativo Débito Crédito Passivo/patrimônio líquido Crédito Débito 12 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS Despesa (custos/impostos Débito Crédito incidentes sobre vendas) Receita Crédito Débito EXEMPLOS SIMPLIFICADOS CONTABILIZAÇÃO 1 - SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL SOCIAL Constituição da empresa Nacional Kid Ltda., conforme contrato social n o . 000323, registrado na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) divididos em 100 quotas de capital no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) cada, sendo subscrito integralmente pelos sócios Antônio Figueira, José Mamão, Paulo Castanheira e Gustavo Mangueira, em partes iguais em 10/09/xx LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Capital a Integralizar 100.000,00 A Capital Social 100.000,00 2 - INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL EM DINHEIRO Integralização do capital social da empresa Nacional Kid Ltda., pelos sócios Antônio Figueira, José Mamão, Paulo Castanheira e Gustavo Mangueira, R$ 25.000,00 cada em dinheiro, comprovado por ficha de caixa em 12/09/xx LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Caixa 100.000,00 A Capital Social a Integralizar 100.000,00 Obs.: A integralização poderá ser em outros ativos, neste caso altera-se a conta de débito como os exemplos a seguir: Mercadorias – Débito – Estoque Veículos – Débito – Veículos Cheques – Débito - Bancos 3 - ADIANTAMENTO A FORNECEDORES Nossa empresa efetuou um adiantamento à Comercial ABC Ltda., em cheques, correspondente a 20% do valor do pedido de mercadorias para revenda. A entrega da mercadoria se dará em 40 dias contados a partir da data do pedido. Valor do pedido – R$ 4.000,00 em 1º/08/xx LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Adiantamento a fornecedores – Comercial ABC 800 A Bancos 800 4 - AQUISIÇÃO DE MERCADORIA Aquisição de mercadoria no valor de R$ 1.000.000,00 com ICMS de 18%, a prazo LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Estoques 820.000 ICMS a recuperar 180.000 A fornecedores 1.000.000 Obs.: A aquisição das mercadorias poderá ser realizada de outra forma, assim muda-se a conta de crédito, como os exemplos a seguir: À vista em dinheiro – Crédito – Caixa À vista em cheque – Crédito – Bancos 5 - VENDA DE MERCADORIA À VISTA Venda de todo o estoque à vista em cheques no valor de R$ 3.000.000,00, com ICMS de 18%, Cofins de 3%. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Bancos 3.000.000 A Receita Bruta de Vendas 3.000.000 ICMS Incidente sobre Vendas 540.000 13 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS A ICMS a Pagar 540.000 Cofins Incidente sobre Vendas 90.000 À Cofins a Pagar 90.000 Custo de Mercadoria Vendida 820.000 A Estoque 820.000 Obs.: A venda de mercadorias poderáser realizada de outra forma, assim muda-se a conta de débito no primeiro lançamento, como os exemplos a seguir: À vista em dinheiro – Débito – Caixa À vista em cheque – Débito- Bancos A prazo – Débito - Clientes 6 - EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS Admitindo-se que nossa empresa tenha contratado uma operação de empréstimo com o Banco de Londres , contrato n o . 137518, no valor de R$ 110.000,00, com crédito em conta corrente, pelo prazo de 12 meses com carência de seis meses, com juros mensais de 5% em 1º/08/xx: LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Bancos Conta Movimento 110.000 A Empréstimos Bancários 110.000 7 - CONTABILIZAÇÃO DOS JUROS EMPRÉSTIMOS Débito em conta corrente de R$ 5.000,00 de despesas financeiras sobre empréstimos. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Despesas financeiras 5.500 A Bancos 5.500 8 - PROVISIONAMENTO DE FOLHA DE PAGAMENTO Provisionamento da folha de pagamento do mês de Abril/xx no valor de R$ 100.000,00, conforme mapa de apropriação emitido pelo Departamento Pessoal em 30/04/xx, com INSS dos funcionários de 8%, INSS da empresa de 28% e FGTS da empresa de 9%, IRRF de R$ 15%. Memória de Calculo: Despesa de Salário R$ 100.000 (-) INSS do Empregado (R$ 8.000) (-) IRRF sobre salários (R$ 15.000) Salário a Pagar R$ 77.000 Despesa INSS da Empresa R$ 28.000 Despesa FGTS da Empresa R$ 9.000 LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Despesa com salário 100.000 A Salários a pagar 77.000 A IRRF a pagar 15.000 A INSS a Pagar 8.000 Despesa de INSS 28.000 A INSS a Pagar 28.000 Despesa de FGTS 9.000 A FGTS a Pagar 9.000 9 - PAGAMENTO DE INSS PROVISIONADO Pagamento de INSS provisionado em cheques. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO INSS a Pagar (somatório INSS a pagar 28.000 lançamento anterior) A Bancos 28.000 10 - DEPÓSITO EM CONTA CORRENTE DA EMPRESA Depósito de R$ 15.000,00 na conta corrente da empresa com recursos oriundos do caixa. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Bancos 15.000 A Caixa 15.000 11 - RECEBIMENTO DE DUPLICATAS Recebimento de duplicatas diversas no valor de R$ 250.000,00 em cheques. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Bancos 250.000 A Clientes 250.000 Realização de aplicação financeira no valor de R$ 350.000,00 com recursos da conta corrente. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Aplicação Financeira 350.000 A Bancos 350.000 13 – PAGAMENTO DE DUPLICATAS COM JUROS Realização de pagamento de duplicatas diversas no valor de R$ 100.000,00, acrescido de juros moratórios de R$ 25.000,00, totalizando R$ 125.000,00 em cheques. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Fornecedores 100.000 Despesa Financeira 25.000 A Bancos 125.000,00 Obs.: O pagamento poderá ser realizado de outra forma, assim muda-se a conta de crédito: Em dinheiro – Crédito – Caixa 14 – RECEBIMENTO DE DUPLICATAS COM JUROS Recebimento de duplicatas diversas de clientes no valor de R$ 200.000,00, acrescido de juros moratórios de R$ 50.000,00, totalizando R$ 250.000,00 em cheques. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Bancos 250.000 A Clientes 200.000 À Receita Financeira 50.000 Obs.: O recebimento poderá ser realizado de outra forma, assim muda-se a conta de débito: Em dinheiro – Débito – Caixa 15 – PROVISÃO DE FÉRIAS Realizar provisão do mês de férias sobre uma folha do mês de R$ 500.000 acrescidos de 1/3 de adicional de férias. Cálculos: 1 - R$ 500.000 (valor da folha do mês) / 12 (número de meses do ano = R$ 41.666,67 (valor de 1/12 da folha do mês). 2 – 41.666,67 (valor de 1/12 da folha do mês) / 3 (para obter um terço) = R$ 13.888,89 (equivalente a 1/3 de 1/12 de da folha) 3 - R$ 41.666,67 (valor de 1/12 da folha do mês) + R$ 13.888,89 (equivalente a 1/3 de 1/12 de da folha) = R$ 55.555,56 (valor da provisão de férias) LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Despesa de Provisão de Férias 55.555,56 À Provisão de Férias 55.555,56 16 – PROVISÃO DE 13 o . SALÁRIO Realizar provisão do mês de 13 o . salário sobre uma folha do mês de R$ 500.000. Cálculos: 1 - R$ 500.000 (valor da folha do mês) / 12 (número de meses do ano = R$ 41.666,67 (valor de 1/12 da folha do mês – valor da provisão). LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Despesa de Provisão de 13 o . Salário 41.666,67 À provisão de 13 o . Salário 41.666,67 17 – CONTABILIZAÇÃO DA QUOTA DE DEPRECIAÇÃO MENSAL Realizar a contabilização da quota mensal de depreciação da conta veículos que tem saldo de R$ 100.000,00 e taxa anual de depreciação de 20%. Cálculos: 1 – R$ 100.000,00 (valor do saldo da conta veículos) x 20% (taxa anual de depreciação do bem) = R$ 20.0000,00 (valor anual da depreciação) 2 – R$ 20.000,00 (valor anual da depreciação) / 12 (número de meses do ano = R$ 1.666,67 (valor da quota mensal de depreciação). LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Despesa de Depreciação 1.666,67 A Depreciação Acumulada 1.666,67 Venda de máquinas e equipamentos pelo valor de R$ 250.000,00 em cheques, sendo que o saldo da conta de máquinas e equipamentos é de R$ 400.000,00 e a depreciação acumulada de máquinas e equipamentos é de R$ 330.000,00. LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO Bancos 250.000 À Receita não-operacional (receita venda ativo 250.000 imobilizado) Depreciação acumulada máquinas e equipamentos 330.000 A Máquinas e equipamentos 330.000 (Importante: o valor da Conta máquinas e equipamentos será R$ 400.000,00 – R$ 330.000,00 = R$ 70.000,00) Despesa/custo não-operacional 70.000 A Máquinas e equipamentos 70.000 19 – CUSTO DE MERCADORIA VENDIDA, APURADA PELA FICHA DE ESTOQUE PELO CUSTO MÉDIO PONDERADO MÓVEL O valor da coluna de total de saídas será o valor do custo de mercadoria vendida. Apurado este valor: D – Custo de Mercadoria Vendidas C – A Estoques 20 – CONFRONTO DOS IMPOSTOS A COMPENSAR COM OS IMPOSTOS A PAGAR Fechar (somar os débitos e subtrair os créditos) da conta de ICMS a recuperar e o valor apurado deverá ser : D – ICMS a pagar (recolher) C – A ICMS a recuperar MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS A essência do método, universalmente aceita, é que o registro de qualquer operação implica que um débito numa ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. “Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s).” DIÁRIO É um livro no qual são registradas todas as operações contabilizáveis de uma entidade, em ordem cronológica e com a observância de certas regras. Antigamente o livro era manuscrito. Depois, passou-se a utilizar processos mecânicos para escrituração em folhas soltas, as quais são, em seguida, copiadas por decalque no livro de folhas presas. Processos eletrônicos são utilizados no trabalho contábil em geral, hoje, na maioria das empresas; neste caso, encadernam-se as folhas soltas impressas. PARTIDAS DE DIÁRIO – o registro de uma operação no livro Diário denomina-se Partida de Diário. O método universalmente usado em todos os sistemas contábeis é o método das PARTIDAS DOBRADAS. A expressão partidas dobradas não indica duplicidade ou repetição de um mesmo registro. Dois ou mais elementos do patrimônio se alteram equivalentemente, permitindo equilíbrio constante e, conseqüentemente, a adoção da fórmula: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO OS REQUISITOS NECESSÁRIOS DE UMA PARTIDA DE DIÁRIO SÃO OS SEGUINTES: a) data da operação; b) conta a ser debitada; c) conta a ser creditada; d) histórico da operação, com a menção das características principais dos documentos comprobatórios da operação; e) valor da operação, em moeda. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração contábil deverá ser mantida em registros permanentes, em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil. Devem ser observados os métodos e critérios contábeis uniformes no tempo, com obediência às disposições legais pertinentese aos princípios de Contabilidade geralmente aceitos CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS (Princípios Fundamentais da Contabilidade). As mutações patrimoniais serão registradas segundo o regime de competência. Os registros devem ser feitos com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas ou transporte para as margens. Os erros cometidos serão corrigidos por meio de lançamento de estorno. A individualização da escrituração compreende, como elemento integrante, a consignação expressa, no lançamento das características principais dos documentos ou papéis que lhe deram origem. Na escrituração comercial é admitido o uso de códigos de números ou de abreviaturas, desde que este conste de livro próprio, revestidos das formalidades a que estão sujeitos os livros comerciais. Regime de Competência – as receitas e despesas são apropriadas ao período em função de sua ocorrência e da vinculação da despesa à receita, independentemente dos seus reflexos no caixa. A Lei das SAs não admite exceções. Algumas praticadas hoje decorrem de legislações normalmente fiscais, ainda divergentes da lei societária. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO O Balancetes de Verificação do Razão, Balancetes de Verificação ou apenas Balancetes visam a verificar a igualdade periódica dos lançamentos efetuados (registro de operações) pela Contabilidade. Exemplo: Cia. MALUCOS Balancete de Verificação em 31/10/2004 Movimento do Período Saldos Anteriores Saldos Atuais Contas Devedores Credores Débitos Créditos Devedores Credores Caixa 2.500 2.000 1.500 3.000 Estoques 1.000 1.000 Imóveis 50.000 50.000 Veículos 30.000 10.000 40.000 Fornecedores 20.000 10.000 30.000 Tít. A pagar 10.000 500 10.500 Capital 53.500 53.500 Desp. Vendas 9,000 9.000 Rec. Vendas 9.000 9.000 TOTAIS 83.500 83.500 21.000 21.000 103.000 103.000 Esquema 1 – Mecanismos de débitos e créditos Equação básica da Contabilidade ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO 17 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS CONTAS Aumentos e diminuições de ativos, passivos e patrimônio líquido são registrados em contas contábeis. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Em que Consiste Balanço patrimonial – BP Posição momentânea de valores de ativos, passivos e patrimônio líquido Demonstração de Resultados do Exercício – DRE Resumo da confrontação das receitas e despesas auferidas pela empresa em um determinado período Demonstração das Mutações do Patrimônio Representação do grupo do patrimônio líquido e Líquido - DMPL suas variações em um determinado período Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC Evidencia modificações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregadas em, no mínimo, 3 fluxos: operações, financiamentos e investimentos. Demonstração do Valor Adicionado – DVA Indicará no mínimo a riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. Notas Explicativas - NE As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. TÍTULO DA CONTA CÓDIGO Data Operações Débito Crédito D/C Saldo RAZÃO: constituem os registros permanentes da entidade – registros e ordem cronológica. Cada conta mantém a história da movimentação do componente do ativo, passivo e patrimônio líquido. São utilizadas contas separadas para representar cada tipo de elemento do ativo, passivo, patrimônio líquido e resultado. Exemplo: Cadeiras, mesas e máquinas de escrever – conta MÓVEIS E UTENSÍLIOS Pequenas despesas – conta DESPESAS GERAIS Diversos valores a pagar – conta VALORES A PAGAR ou CONTAS A PAGAR DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A Lei das Sociedades por ações (Lei nº 6.404-de 15/12/76), em seu artigo 176 e alterações da Lei 11.638/07, determina que, com base na escrituração mercantil da companhia, as demonstrações financeiras deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício. As demonstrações contábeis são extraídas dos livros, registros e documentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de entidade e observarão os Princípios Fundamentais de Contabilidade aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade. BALANÇO PATRIMONIAL Conceito – é a demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a situação patrimonial e financeira da empresa em determinada data, dentro de determinados critérios de avaliação. GRUPO DE CONTAS Conforme o artigo 178 da Lei 6.404, “no Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.” O Balanço é composto de três elementos básicos: 18 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS BALANÇO PATRIMONIAL Passivo Ativo Patrimônio Líquido No ATIVO, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: a) ativo circulante; b) ativo não circulante; No PASSIVO, classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes: a) passivo circulante; b) passivo não circulante; Os parágrafos 1º e 2º do artigo 178 da Lei 6.404 determinam a segregação do ativo e do passivo nos seguintes grupos: BALANÇO PATRIMONIAL COMPARATIVO A maneira de indicação do nome demonstração, a expressão “em milhares de reais”, a nomenclatura e disposição das contas, a apresentação comparativa dos valores do exercício encerrado com os do imediatamente anterior. BALANÇO PATRIMONIAL COMPARATIVO A maneira de indicação do nome demonstração, a expressão “em milhares de reais”, a nomenclatura e disposição das contas, a apresentação comparativa dos valores do exercício encerrado com os do imediatamente anterior. COMPANHIA FORTE BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31/12/2006 Em milhares de reais ATIVO 2006 2005 PASSIVO E PAT. LÍQUIDO 2006 2005 Ativo circulante 8.434 8.127 Passivo Circulante 3.212 3.098 Disponível 1.264 960 Fornecedores 2.017 2.483 Clientes 3.440 3.089 Salários / Encargos Sociais 150 159 Estoques 3.480 3.854 Empréstimos 633 107 Despesas antecipadas 250 224 Dividendos Propostos 412 349 Ativo Não Circulante 7.266 6.729 Empréstimos 2.805 2.560 Ativo Realizável a L. Prazo 1.337 1.435 Impostos a Pagar 771 1.033 Títulos a receber 1.251 1.355 Passivo Não Circulante 3.804 4.375 Depósitos judiciais 86 80 Exigível a Longo Prazo 3.576 3.593 Ativo Permanente 5.929 5.294 Receitas de Exerc. Futuros 228 782 Investimentos 3.495 3.157 Receitas de Exerc. Futuros 228 782 Participações Societárias 3.495 3.157 Patrimônio Líquido 8.684 7.383 Imobilizado 2.206 2.038 Capital Social 1.640 1.240 Imóveis 1.050 1.050 Reservas de Capital 4.666 4.266 Móveis e Utensílios 244 208 Ajustes de Avaliação Patrimonial 950 1.000 Veículos 1.336 1.078 Reservas de Lucros 588 298 Depreciação Acumulada -424 -298 Prejuízos Acumulados 840 579 Intangível 228 99 TOTAL DO ATIVO 15.700 14.856 TOTAL DO PASSIVO E 15.70014.856 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 19 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO De acordo com a Lei 6.404 artigo 179, as contas do ativo devem estar dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nela registrados, nosseguinte grupos: 1) Ativo Circulante As disponibilidades – caixa, bancos c/movimento, aplicações de liquidez imediata. Os direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte - Duplicatas a receber, duplicatas descontadas, provisões p/créditos duvidosos, títulos a receber, estoques. As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte – despesas de seguros a apropriar. 2) Ativo Realizável a Longo Prazo As contas representativas dos bens e direitos realizáveis, após o término do exercício seguinte e as dos bens e direitos oriundos de negócios não-operacionais realizados por coligadas, controladas, proprietários, sócios, acionistas e diretores – contas a receber a longo prazo, empréstimos a controladas, depósitos judiciais, impostos a recuperar, etc. 3) Ativo Permanente Investimentos – as contas representativas dos bens e direitos por participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, que não se destinem à manutenção da atividade da sociedade – participações em coligadas, provisões para perdas, obras de arte, imóveis de uso, etc. Imobilizado – as contas representativas dos bens tangíveis destinados à manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade – imóveis, veículos, instalações, móveis e utensílios, benfeitorias, depreciação, exaustão. Intangível - as contas representativas dos direitos e bens intangíveis destinados à manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial – marcas e patentes, amortização acumulada , etc. Depreciação, Exaustão e Amortização 1) Conceito ➫ Legislação Societária Os elementos que integram o ativo imobilizado, exceto terrenos, têm um período limitado de vida útil econômica. Desta forma, o custo desses ativos deve ser alocado nos exercícios beneficiados pelo seu uso no decorrer de sua vida econômica. O artigo 183, parágrafo 2º, da Lei 6.404/76 e alterações da Lei 11.638/07, estabelece: “A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.” CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO PASSIVO De acordo com a Lei 6.404 artigo 180, as contas do passivo devem estar dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados, nos seguinte grupos: 1) Passivo Circulante As contas representativas das obrigações da sociedade que vencerem no exercício social seguinte. Fornecedores, salários e encargos a pagar, empréstimos, debêntures, encargos financeiros a pagar, impostos a recolher, provisão para imposto de renda, etc. 20 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS 2) Exigível a Longo Prazo As contas representativas das obrigações com vencimentos após o término do exercício social seguinte – debêntures, financiamentos, encargos financeiros a pagar, retenções contratuais. RECEITAS DE EXERCÍCIOS FUTUROS De acordo com a Lei 6.404 artigo 181, são classificadas como resultado de exercícios futuros as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e das despesas a elas correspondentes. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO De acordo com a Lei 6.404 artigo 182, são classificadas no patrimônio líquido as contas representativas: dos investimentos dos proprietários na sociedade; de valores recebidos como doações e subvenções para investimentos; das reservas oriundas de lucros; e das reservas provenientes de reavaliação de ativos. CONTAS PERTENCENTES AO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1) Capital Social – principais contas deste grupo: Capital e Capital a Integralizar (redutora do capital). 2) Reservas de Capital – as contas que registram: os valores recebidos, a título de ágio na subscrição de ações, que ultrapassarem a importância destinada à formação do capital social; o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; o prêmio recebido na emissão de debêntures; as doações e as subvenções para investimentos. 3) Ajustes de Avaliação Patrimonial – as contrapartidas de aumentos de valor atribuídas a elementos do ativo em virtude de novas avaliações. 4) Reserva de Lucros – As contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa. Essas reservas podem ser constituídas por imposição legal (Reserva Legal), por determinação estatutária (Reservas Estatutárias) e por propostas aprovadas pelos proprietários – sócios e acionistas – com finalidades específicas (Reservas para Contingências, Reservas para Expansão) 5) Prejuízos Acumulados – os prejuízos do exercício são transferidos para esta conta. 6) Ações em Tesouraria – as contas representativas de ações em tesouraria (ações emitidas pela própria empresa e por ela readquiridas) são destacadas no Balanço patrimonial como redutoras das contas do patrimônio líquido que registrarem a origem dos recursos aplicados em sua aquisição. Representam capital devolvido a certos sócios. COMO SE LEVANTA O BALANÇO Etapas para a elaboração do Balanço 1) Levantamento do Balancete de Verificação do Razão do último mês – consiste na exatidão matemática dos saldos das contas. 2) Ajuste das contas – trabalho técnico contábil mais importante no levantamento do Balanço. A escrituração contábil das operações realizadas pela empresa obedece a dispositivos legais e aos princípios e convenções contábeis. 3) Encerramento das contas de receitas e despesas – as contas patrimoniais permanecem com seus respectivos saldos no início de um novo exercício social. As contas de resultado iniciam cada exercício social com saldo nulo. Para que isso ocorra, é necessário que no último dia do exercício anterior o saldo existente seja encerrado. O encerramento das contas consiste na transferência dos saldos das contas de resultado (receitas, despesas, ganhos, perdas, etc.) para a conta resultado do exercício, onde é apurado o resultado daquele exercício. Apuração do Resultado Líquido do Exercício – obrigatoriamente apura-se o resultado obtido pela empresa no término de cada exercício social, quando do encerramento de todas as contas de resultado. Para efeito de apuração do resultado obtido pela empresa em determinado transferem-se todos os saldos das contas de resultado para a conta de apuração do resultado. Essas transferências são processadas por meio de lançamentos contábeis nos Livros Diário e Razão da seguinte maneira: a) Debita-se a conta resultado do exercício e credita-se cada uma das contas de resultado com saldo devedor, por seu respectivo saldo. b) Debita-se cada uma das contas de resultado com saldo credor por seu respectivo saldo e credita-se à conta resultado do exercício. O saldo da conta resultado do exercício, que representa lucro ou 21 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS (prejuízo) líquido é transferido para a conta de reserva de lucros ou prejuízos acumulados, pertencentes ao grupo do patrimônio líquido. Distribuição do Resultado do Exercício – após transferência do resultado do exercício transferido para lucros ou prejuízos acumulados será distribuído desta para outras contas, por meio de lançamentos contábeis(Diário e Razão) da seguinte forma: a) Normas legais, constituição da reserva legal; b) normas estatutárias, pela constituição de reservas especiais, sem prejuízos dos dividendos; c) proposta de distribuição da administração, do proprietários (sócios, acionistas). Débito à conta de lucros ou prejuízos acumulados e Crédito às contas de reservas e/ou Crédito à conta do passivo “lucros a distribuir” ou “dividendos propostos” 4) Elaboração das demonstrações e das Notas Explicativas. Concluída a escrituração dos livros Diários e Razão, após o encerramento, apuração e distribuição do resultado do exercício, é levantado o Balancete de Verificação do Razão e, em seguida, são elaborados os relatórios contábeis: Balanço patrimonial. Demonstração do Resultado do Exercício. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Demonstração do Fluxo de Caixa. Demonstração do Valor Adicionado. Notas Explicativas. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Instituída pela Lei 6.404 de 15-12-76 artigo 187 CONCEITO – a demonstração do resultado do exercício tem com objetivo principal apresentar de forma vertical e resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente 12 meses. Critério Adotado Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao princípio da competência: a) as receitas e rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos e incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. É uma demonstração dos aumentos e reduções causadas no patrimônio líquido pelas operações da empresa. As receitas representam normalmente aumento do ativo, pelo ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentando o ativo, aumenta-se o patrimônio líquido. As despesas representam redução do patrimônio líquido, a partir da redução do ativo ou aumento do passivo exigível. Todas as receitas e despesas se acham compreendidas na demonstração de resultado, segundo uma forma de apresentação que as ordena de acordo com a sua natureza, fornecendo informações significativas sobre a empresa. A demonstração do resultado retrata apenas o FLUXO ECONÔMICO e não o FLUXO MONETÁRIO (fluxo de dinheiro). Para a demonstração do resultado, não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o patrimônio líquido. Por exemplo, a depreciação é uma despesa não desembolsada; a receita de equivalência patrimonial (em controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento de investimentos (e do patrimônio líquido), sem entradas de recursos monetários. Modificações no patrimônio líquido produzidas por receitas e despesas afetam 22 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS a riqueza dos proprietários, elas são retratadas na demonstração do resultado, que é uma peça de caráter eminentemente econômico (relacionado à riqueza) e não financeiro (relacionado a dinheiro). A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, um complementando o outro, atinge a finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira da empresa. A Demonstração do Resultado do Exercício tem finalidades importantes, como: a) os acionistas e quotistas são informados sobre os resultados das operações; b) os bancos podem apurar, por meio dele, a rentabilidade das empresas para atender aos financiamentos solicitados pelas mesmas; c) interessa aos investidores de ações e debêntures; d) é útil aos próprios administradores para medirem sua eficiência e, quando necessário, alterarem a política dos negócios da empresa, como, por exemplo: alteração dos preços, aumento da produção, expansão da propaganda, etc. Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício Conforme a Lei 6.404, a demonstração do resultado do exercício discriminará os seguintes elementos: Demonstração do resultado do exercício RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS (-) Devoluções (-) Abatimentos (-) Impostos (=) Receita Líquida das Vendas e Serviços (-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos (=) Lucro Bruto (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras) (-) Despesas Gerais e Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (=) Lucro ou Prejuízo Operacional (+) Receitas não-Operacionais (-) Despesas não-Operacionais (=) Resultado do Exercício antes do imposto de renda (-) Imposto de renda (-) Contribuição Social (-) Participação dos Empregados (=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício (=) Lucro ou Prejuízo por Ação COMPANHIA FORTE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31/12/2004 Em milhares de reais 2006 2005 Receita Bruta de Vendas 19.050 18.601 Mercadorias Serviços 2.155 1.210 (3.130) (2.901) Impostos sobre Vendas Receita Líquida de Vendas 18.075 16.910 Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos (14.087) (13.105) Lucro Bruto 3.988 3.805 Despesas Operacionais (606) (619) Despesas com Vendas Despesas Administrativas (993) (969) Despesas Financeiras Líquidas (525) (347) 23 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS Outras Receitas e Despesas Operacionais (125) 5 Resultado de Participações Societárias 1.739 1.875 Resultado Operacional Resultado não-Operacional 48 10 Ganhos não-Operacionais Perdas não-Operacionais (10) (85) Resultado antes do imposto de renda e C. social (586) (594) Imposto de renda e contribuição social Participações no Resultado (119) (121) Dos empregados Dos Administradores (59) (108) 1.013 977 Lucro Líquido Lucro Líquido por Ação 2,25 2,17 Demonstração das mutações do patrimônio líquido e de lucros ou prejuízos acumulados Instituída pela 6.404/76 artigo 186 A Lei das Sociedades por Ações aceita uma ou outra demonstração; a primeira é mais completa e uma de suas colunas é a de lucros ou prejuízos acumulados. A DMPL evidencia a mutação do patrimônio líquido em termos globais (novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajuste de exercícios anteriores, dividendos e reavaliações, etc.) e em termos de mutações internas (incorporações de reservas ao capital, transferências de lucros acumulados para reservas, e vice-versa, etc.). Na coluna (ou demonstração, se for o caso) de lucros acumulados é feita toda a destinação do resultado do exercício. Assim, a formação do lucro é na demonstração do resultado e sua destinação (ou compensação com reservas, se houver prejuízo) é lançada nessa coluna ou demonstração. 1) Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados Essa demonstração possibilita a evidenciação clara do lucro do período, sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados. A referida demonstração é também obrigatória para as limitadas e outros tipos de sociedades, conforme a legislação do imposto de renda. Para as companhias abertas, é obrigatório utilizar a DMPL, conforme instrução 59 da CVM de 22/12/86, em que conterá em uma de suas colunas a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. Conteúdo pela lei “A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I. o saldo inicial do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial - a correção monetária do saldo inicial foi extinta pela Lei 9.249/95 (arts. 4º e 5º); II. as reversões de reservas e lucrolíquido do exercício; III. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao final do período.” Forma de apresentação Essa demonstração deve ser elaborada como demonstrado a seguir: TROPICALIENTE TECIDOS Demonstração de Lucros Acumulados Exercício findo em 31/12/X1 Em milhares de reais SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE X0 19.590 24 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES Efeitos na mudança de critério contábil (2.800) Retificação de erro de exercícios anteriores (1.000) PARCELA DE LUCROS INCORPORADA AO CAPITAL (8.000) REVERSÃO DE RESERVAS - De Contingências 1.300 - De Lucros a Realizar 1.200 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 19.689 PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO DE DESTINAÇÃO DO LUCRO Transferência para Reservas - Reservas Legal (984) - Reservas Estatutárias (2.405) - Reservas de Lucros a Realizar (3.077) - Reservas de Lucros para Expansão (6.000) - Juros sobre o Capital Próprio (4.000) - Dividendos a distribuir ($ 0,6 por ação) (7.920) SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE X1 5.593 Substituição pela demonstração das mutações do patrimônio líquido Finalmente, cabe lembrar que a Lei nº 6.404/76, no parágrafo 2º artigo 186, estabeleceu que a demonstração de lucros e prejuízos acumulados “poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e divulgada pela companhia”. 2) Demonstração das mutações do patrimõnio líquido UTILIDADE Essa demonstração não é obrigatória pela Lei 6.404/76 e alterações da Lei 11.638/07 e alterações da Lei 11.638/07, das Sociedades por Ações, mas sua publicação é exigida pela CVM em sua Instrução nº 59, de 22/12/86, para as companhias abertas. Fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas componentes do patrimônio líquido; faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no patrimônio líquido durante o exercício. Trata-se, portanto, de informação que complementa os demais dados constantes no Balanço e na demonstração do resultado do exercício. É necessária ainda na elaboração das demonstrações das origens e aplicações de recursos (DOAR), já que parte das mutações representa parcelas que refletem origens ou aplicações de recursos. Para as empresas que avaliam seus investimentos permanentes em coligadas e controladas pelo método de equivalência patrimonial, torna-se muito útil receber dessas empresas investidas tal demonstração, para permitir adequado tratamento contábil das variações da equivalência patrimonial no exercício. A utilização da DMPL é recomendada para todas as empresas, mesmo as fechadas e limitadas, como já vem ocorrendo na prática. Mutações nas contas patrimoniais 25 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS As contas que formam o patrimônio líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais como: A. Itens que afetam o patrimônio total a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo do exercício; b) redução por dividendos e juros de capital próprio; c) acréscimo por reavaliação de ativos; d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos; e) acréscimo por subscrição e integralização de capital; f) acréscimo por recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda; j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores. B. Itens que não afetam o total do patrimônio a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas; b) apropriação do lucro líquido do exercício reduzindo a conta lucros acumulados para destinação de reservas, como reserva legal, reservas de lucros a realizar, reserva para contingência; c) Reversões de reservas patrimoniais para conta de lucros ou prejuízos acumulados; d) Compensação de prejuízos com reservas. TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS A elaboração da demonstração das mutações do patrimônio Líquido é relativamente simples, pois deve representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação ocorrida durante o exercício nas respectivas contas do patrimônio líquido, isto é capital, reservas de lucros, reservas de reavaliação e lucros ou prejuízos acumulados. Essa movimentação deve ser extraída do livro Razão. A técnica é fazer um papel de trabalho utilizando uma coluna para cada uma das contas do patrimônio da empresa e abrindo uma coluna total, que representa a soma dos saldos ou transações de todas as contas individuais. As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma coordenada. Por exemplo, se há aumento de capital com lucros e reservas, na linha correspondente a essa transação transcreve-se o acréscimo na coluna de capital pelo valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes. Transcrever os saldos iniciais de cada conta do Balanço final do exercício anterior, adicionar ou subtrair os movimentos ocorridos nas referidas contas, abrindo linhas para cada tipo de transação: aumento de capital, lucro do exercício, distribuição de dividendos; e totalizar, ao final, as colunas, cujos saldos finais devem coincidir com os saldos do Balanço. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA – art. 176, V Lei 11.638/07 Relaciona o conjunto de ingressos e desembolsos financeiros de empresa em determinado período. Procura- se analisar todo deslocamento de cada unidade monetária dentro da empresa. Segundo a nova orientação a DFC indicará no mínimo as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, separando essas alterações em 3 fluxos (no mínimo), a saber: -fluxos das operações, - fluxos dos financiamentos, -fluxos dos investimentos. Veja que a nova normatização diz no mínimo, então nada impede que a DFC tenha mais informações que as citadas na norma. Vamos esperar um modelo ou orientação da CVM quanto a forma da DFC. Fluxo de caixa – método direto Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa Fluxo de caixa das atividades operacionais Venda de mercadoria e serviços (+) 26 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS Pagamento de fornecedores (-) Salários e encargos sociais dos empregados (-) Dividendos recebidos (+) Impostos e outras despesas legais (-) Recebimento líquido das atividades operacionais (+/-) Fluxo de caixa das atividades de investimento Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Fluxo de caixa das atividades de financiamento: Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (-) Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-) Aumento (redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa – no início do ano Caixa e equivalentes de caixa – ao final do ano Fluxo de caixa – método indireto Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa Fluxo de caixa das atividades operacionais: Lucro líquido Depreciação e amortização (+) Provisão para devedores duvidosos (+) Aumento (redução) em fornecedores (+/-) Aumento (redução) em contas a pagar (+/-) Aumento (redução) em contas a receber (-/+) Aumento (redução) em estoques (-/+) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Fluxo de caixa das atividades de investimentos: Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-)Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Fluxo de caixa das atividades de financiamento Empréstimos líquido tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Aumento (redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa – no início do ano Caixa e equivalentes de caixa – ao final do ano DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Art. 188 Lei 11.638/07 Demonstração do Valor Adicionado Esta declaração não existia no texto da Lei 6404/76 antes das mudanças. Como dito anteriormente, há grande chance de uma questão sobre quais demonstrações financeiras são obrigatórias. A DVA indicará no mínimo o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 27 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP nº 01/2007 [...] Demonstração do Valor Adicionado – DVA A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens produzidos por terceiros utilizados no processo de produção da empresa. A atual e as potenciais aplicações do valor adicionado mostram o aspecto econômico e social que o seu conceito envolve: (i) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor das entradas; e (ii) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do governo, dos agentes financiadores e dos acionistas. O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, numa visão global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção. A demonstração do valor adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza. Nessa visão, a CVM vem incentivando e apoiando a divulgação voluntária de informações de natureza social, tendo, inclusive, já em 1992, apoiado e estimulado a divulgação da DVA, por meio do Parecer de Orientação CVM nº 24/92. No Ofício Circular CVM/SNC/SEP/ n o . 01/00, a CVM sugeriu a utilização de modelo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP (FIPECAFI). Além disso, fez incluir no anteprojeto de reformulação da Lei nº 6.404/76 a obrigatoriedade da divulgação da demonstração do valor adicionado e de informações de natureza social e de produtividade. Considerando que as companhias abertas vêm, cada vez mais, aderindo à divulgação de informações de natureza social, principalmente a DVA, e nesse caráter voluntário de divulgação, objetivando orientar e incentivar aquelas empresas que ainda não aderiram, apresenta-se um modelo simplificado de demonstração do valor adicionado (baseado em modelo elaborado pela FIPECAFI) com instruções para o seu preenchimento. Pode-se verificar, no modelo a seguir, a utilização do critério de cálculo do valor adicionado com base nas vendas, o que torna mais simples a elaboração da DVA e mais fácil seu entendimento, uma vez que, assim, o valor adicionado fica relacionado com os princípios contábeis utilizados nas demonstrações contábeis tradicionais, possibilitando sua conciliação com a demonstração do resultado. Parte-se, desse modo, das receitas brutas e subtrai-se o valor dos bens adquiridos de terceiros que foi incorporado ao produto final alienado ou serviço prestado, para que se conheça o valor efetivamente gerado pela companhia. Deve-se destacar, ainda, que a depreciação de ativos avaliados pelo custo de aquisição deve ser subtraída do valor adicionado bruto para se calcular o valor adicionado líquido, não devendo ser classificados tais valores como retenções do lucro do período. Deve-se ressaltar que esse modelo, até mesmo por não se tratar de informação obrigatória, não deve inibir a apresentação de demonstração mais detalhada e melhor adaptada ao segmento de negócio da empresa. Caso a empresa julgue necessário, poderá apresentar essas informações em Notas Explicativas às demonstrações contábeis, ao invés de incluí-las no corpo do Relatório da Administração. Demonstração do Valor Adicionado em R$ mil 20X1 20X2 DESCRIÇÃO 1-RECEITAS 1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços 1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição) 1.3) Não-operacionais 28 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI) 2.1) Matérias-primas consumidas 2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos 2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.4) Perda/Recuperação de valores ativos 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4 – RETENÇÕES 4.1) Depreciação, amortização e exaustão 5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3- 4) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas financeiras 7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 8.1) Pessoal e encargos 8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.3) Juros e aluguéis 8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos 8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício * O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7. Instruções para preenchimento As informações são extraídas da Contabilidade e, portanto, deverão ter como base o princípio contábil do regime de competência de exercícios. 1 – RECEITAS (soma dos itens 1.1 a 1.3) 1.1 – Vendas de mercadorias, produtos e serviços Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde à receita bruta ou faturamento bruto. 1.2 – Provisão para devedores duvidosos – Reversão/Constituição Inclui os valores relativos à constituição/baixa de provisão para devedores duvidosos. 1.3 – Não-operacionais Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos, etc. 2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4) 2.1 - Matérias-primas consumidas (incluídas no custo do produto vendido). 2.2 - Custos das mercadorias e serviços vendidos (não inclui gastos com pessoal próprio). 2.3 - Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (inclui valores relativos às aquisições e pagamentos a terceiros). Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia, etc. consumidos deverão ser considerados os impostos (ICMS e IPI) incluídos no momento das compras, recuperáveis ou não. 2.4 - Perda/Recuperação de valores ativos Inclui valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos, etc. (se no período o valor líquido for positivo deverá ser somado). 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (diferença entre itens 1 e 2) 4 – RETENÇÕES 4.1 – Depreciação, amortização e exaustão 29 CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CONTABILIDADE EMPRESARIAL – VICENTE E. MASCARENHAS Deverá incluir a despesa contabilizada no período. 5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (item 3 menos item 4) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA (soma dos itens 6.1 e 6.2) 6.1 - Resultado de equivalência patrimonial (inclui os valores recebidos como dividendos relativos
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