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RESUMO - SAÚDE COLETIVA PRIMEIRO SEMESTRE PSICOLOGIA AV1 Assuntos: ● O que tinha antes do SUS ● Criação do SUS ● As leis orgânicas do SUS ● Pacto pela vida, pacto de gestão e pacto em defesa do SUS ● Rede de atenção à saúde I. O QUE TINHA ANTES DO SUS - organização sanitária no Br - 1. Período Colonial ● A solicitação de serviços médicos era feita mediante cartas ao rei. ● Primeira Santa Casa = Em 1543 (em Santos SP) - depois foram criadas em Olinda, Bahia, RJ, Belém e São Paulo ● A assistência em saúde se dava por meio de caridade. ● A partir de 1828 as responsabilidades da saúde pública foram atribuídas às municipalidades. 2. Período Imperial ● Inspetoria Geral de Higiene, Inspetoria Geral de Saúde nos Portos, Conselho Superior de Saúde Pública. ● Medidas de Higiene voltadas para crianças e adolescentes - escolas e fábricas. ● Dificuldades na condução de epidemias com ações equânimes. 3. República ● O estado só intervinha nas situações em saúde quando o caso era extremo, ou seja, quando o indivíduo e a iniciativa priv. não conseguiam resolver. ● PERIODO MARCADO POR - separação das ações em saúde pública e assistência médico-hospitalar. ● Criação do departamento nacional de saúde pública (DNSP) - movimento por mudanças na organização sanitária. Campanhas Sanitárias: ● Oswaldo Cruz - ● Carlos Chagas - ● Emílio Ribas - 1910: ● Ações periódicas voltadas para doenças específicas e/ou vacinação. ● Não existia Ministério da Saúde ● As questões em saúde pública vinculavam-se ao ministério da justiça e Negócios Interiores. ● 1923 - Lei Elói Chaves ● 1934 - IAPs ● 1967 - INPS ● 1977 - INAMPS ● Caixas de aposentadoria e pensões - CAP's - Saúde, medicina preventiva e medicina do trabalho - Instituto nacional da previdência social (INPS) ● Financiamento de hospitais privados ; ● Credenciamento de hospitais para a compra de serviços pelo INPS; ● Convênio com empresas, através do qual o INPS lhes devolvia parte da contribuição previdenciária desde que elas assumissem os encargos de assistência médica e seus empregados. - INAMPS ● O Instituto Nacional de Assistência Médica da previdência social se constitui como a política pública de saúde que vigorava antes da criação do SUS e foi extinta pela lei federal 8.689, em 1993. ● O antigo instituto era responsável pela assistência médica aos trabalhadores que contribuem com a previdência social. ● Os setores da população que não faziam esta contribuição não podiam acessar estes serviços. II. A CRIAÇÃO DO SUS "A proposta do SUS está vinculada a uma ideia central: todas as pessoas têm direito a saúde" 1. VIII conferência nacional de saúde. - 5 dias de debates, mais de 4 mil participantes, 135 grupos de trabalho e objetivos muito claros: contribuir para a formulação de um novo sistema de saúde e subsidiar as discussões sobre o setor na futura constituinte. A oitava conferência nacional de saúde, realizada entre 17 e 21 de março de 1986, foi um dos momentos mais importantes na definição do sistema único de saúde (SUS) e debateu 3 temas principais: ● A saúde como dever do estado e direito do cidadão. ● A reformulação do sistema nacional de saúde. ● O financiamento setorial. - Constituição de 1988 - - Conhecida como "constituição cidadã, pelo seu caráter democratico, participativo e voltado para o reforço de cidadania." - fundamental princípio = dignidade humana. ● Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. ● Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. ● Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: - I. descentralização, com direção única em cada esfera de governo. - II. atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços. - III. Participação da comunidade. ● Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. - I. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde. - II. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. - III. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei. - IV. A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. ● Art. 200. Ao SUS compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: - I. Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos. - II. Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador. - III. Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; - IV. Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico. - V. Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico. - VI. Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendendo o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano. - VII. participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos. - VIII. colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. III. AS LEIS ORGÂNICAS DO SUS 1. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 - Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como sobre a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. - Explica que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 2. Princípios do SUS ● Doutrinas: - Universalidade - Equidade - Integralidade ● Organizativos - Regionalização, descentralização, hierarquização, participação popular. 3. Lei 8.142 de 28 de Dez. de 1990 - Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. ● Participação da comunidade - conselhos de saúde: a responsabilidade do controle social democratico do SUS. ● Conferências de saúde. ● Plano nacional de saúde - plano estadual de saúde e plano municipal de saúde. ● Para receber o repasse financeiro - conselho de saúde, fundo de saúde, plano de saúde, relatórios de gestão. IV. PACTO PELA VIDA - PACTO DE GESTÃO E PACTO EM DEFESA DO SUS. 1. Pacto pela vida ● O pacto pela vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. ● A definição de prioridades deve ser estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas às prioridades nacionais, conforme pactuação local. - Saúde do idoso - controle do câncer de colo de útero e de mama. - Redução da mortalidade infantil e materna. - Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias. - promoção da saúde. - Fortalecimento da atenção básica. 2. Pacto em defesa do SUS ● Diretrizes: - Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de competência e em conjunto com os demais gestores, que visem qualificar e assegurar o SUS comopolítica pública. ● Iniciativas: - Repolitização da saúde, como um movimento que retoma a reforma sanitária brasileira aproximando-a dos desafios atuais do SUS. - Promoção da cidadania como estratégia de mobilização social tendo a questão da saúde como um direito. - Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do sistema. ● Ações: \ - Articulação e apoio a mobilização social pela promoção e desenvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde como um direito. - Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS. - Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais, em especial os que lutam pelos direitos da saúde e cidadania. - Elaboração e publicação da carta dos direitos dos Usuários do SUS. 3. Pacto de Gestão ● Diretrizes: - Descentralização - Programação pactuada integrada (ppi) - Regionalização - Regulação da atenção à saúde. - Educação em saúde - Financiamento - participação e controle social - planejamento - gestão do trabalho. V. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 4. Redes de atenção à saúde (RAS) ● Definição - São redes de atenção à saúde poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população. RESUMO SAÚDE COLETIVA - AV2 Assuntos: ● PNH - política nacional de humanização. ● Saúde/ doença/ cuidado. ● DSS - determinantes sociais de saúde. ● Gestão em saúde. ● Atributos para a gestão. ● Processo de trabalho em saúde. I. PNH - POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO. - Lançado em 2003, a PNH busca pôr em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. - A partir desta articulação se constroem, de forma compartilhada, planos de ação para promover e disseminar inovações nos modos de fazer saúde. - A partir da análise de problemas e dificuldades em cada serviço de saúde e tomando por referência experiências bem sucedidas de humanização, a PNH tem sido experimentada em todo o país. Existe um SUS que dá certo, e dele partem as orientações da PNH, traduzidas em seu método, princípios, diretrizes e dispositivos. ● PNH - método. - Produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho. (Trabalhadores-Gestores-usuarios) - comunicação. - Inclusão para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho. ● Como incluir os diversos segmentos? - Rodas de conversa. - Incentivo às redes. - movimentos sociais - gestão de conflitos. ● PNH - Princípios. - Transversalidade - indissociabilidade entre atenção e gestão. - Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos. ● PNH - Diretrizes. - Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. - Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde. ● Gestão participativa e cogestão. - Congestão expressa tanto a inconclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a amplificação das tarefas de gestão - que se transforma também em espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e de saúde em particular, em lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo. ● Ambiência. - Criar espaços saudáveis, acolhedores, e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas. ● Clínica ampliada e compartilhada. - A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde-doença. ● Valorização do trabalhador. - É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. ● Defesa dos direitos dos usuários. - Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua saúde, e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social. II. SAÚDE - DOENÇA - CUIDADO - compreensão da totalidade. 1. Modelo holístico. ● Vem da medicina hindu e chinesa (antiguidade) ● noção de equilíbrio = origem da medicina holística. ● saúde = entendida como o equilíbrio entre os elementos e humores que compõem o organismo humano. ● Um desequilíbrio desses elementos permitiria o aparecimento da doença. ● A causa do desequilíbrio estaria relacionada ao ambiente físico, tais como os astros, o clima, os insetos e etc. ● Cuidado significa a busca pela saúde que, nesse caso, está relacionada a busca do equilíbrio do corpo com os elementos internos e externos. 2. Modelo empírico - racional (hipocrático) ● A tentativa dos primeiros filósofos (séc. VI a.c) era encontrar explicações não sobrenaturais para as origens do universo e da vida, bem como para a saúde e doença. Hipócrates (séc. VI a.c) estabeleceu a relação homem/meio com o desenvolvimento de sua teoria dos humores, teria que defendia que os elementos água, terra, fogo, e ar estavam subjacentes a explicação sobre a saude e doença . ● Saúde, na concepção hipocrática, é fruto do equilíbrio dos humores; a doença é resultante do desequilíbrio deles, e o cuidado depende de uma compreensão desses desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio. 3. Modelo de medicina científica ocidental (biomédico) - Descartes= verificar, analisar, sintetizar, enumerar. ● Este modelo entende a doença como: - Desajuste ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou ausência de reação aos estímulos cuja ação está exposta (...), processos que conduzem a uma perturbação da estrutura ou da função de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais. 4. Modelo Sistêmico. ● A noção de sistemas incorpora a ideia de todo, de contribuição de diferentes elementos do ecossistema no processo de saúde-doença, fazendo assim um contraponto à visão unidimensional e fragmentária do modelo biomédico. 5. Modelo Processual ( modelo da história natural das doenças). ● O modelo HND visa ao acompanhamento do processo saúde-doença em sua regularidade compreendendo as inter relações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença. Esta forma de sistematização ajuda a compreender os diferentes métodos de prevenção e controle das doenças. ● O sistema de história natural das doenças. - Pré-patogênicos: Interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do meio ambiente. - Patogênico: Interação com um estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. ● Determinação do processo saúde-doença. - Processo dinâmico, complexo e multifatorial. - Engloba dimensões biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais e políticas. (Processo complexo) 6. Cuidado em saúde. ● Se baseia no uso de tecnologias duras e leves. As tecnologias duras correspondem às máquinas/ tecnologias, e as leves = construção de relações. ● Espaços intercessores = vínculos com os pacientes - vínculo/ cuidado. ● O cuidado em saúde é uma ação integral fruto do entre-relações de pessoas, ou seja, ação integral como efeitos e repercussões de interações positivas entre usuários, profissionais e instituições, que são traduzidas em atitudes, tidas como: Tratamento digno e respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo. - O cuidar em saúde é uma atitude interativa que inclui o envolvimento e o relacionamento entre o envolvimento e o relacionamento entre as partes, compreendendo o acolhimento com escuta do sujeito, respeito pelo seu sofrimento e história de vida. - Cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Portanto, abrange maisque um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro. III. DSS - DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE. 1. Estudo sobre o DSS. - Saúde do ponto de vista socioeconômico - mecanismo de produção das iniquidades = contrário à equidade. ● O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa e efeito. - Não basta somar os determinantes de saúde identificados em estudos com indivíduos para conhecer os determinantes de saúde no nível da sociedade. - Fatores: Individuais e coletivos. 2. O que entendemos por DSS. - São fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/ raciais, psicológicos, e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. - A comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. - Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em informação. - Tarlov (1996) Propõe, finalmente, uma definição bastante sintética ao entendê-los como as características sociais dentro das quais a vida transcorre. 3. Modelo de Diderichsen e Hallqvist. - O outro modelo, proposto por Diderichsen et al, permite também identificar alguns pontos de incidência de políticas que atuem sobre mecanismos de estratificação social e sobre os diferenciais de exposição de vulnerabilidade e de suas consequências. ● De que maneira o conhecimento dos DSS contribuem para o planejamento e realização de intervenções em saúde? 4. A comissão nacional sobre os DSS (CNDSS) - Compromissos: Com a ação, com a equidade, com a evidência. ● Os principais objetivos da CNDSS são: - Produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil. - Apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da equidade em saúde. - Promover atividades de mobilização da sociedade civil para a tomada de consciência e atuação sobre os DSS. IV. GESTÃO EM SAÚDE. 1. A gestão. - Necessidades de saúde: Problemáticas, desafios, tomada de decisão. ● Para que o sistema funcione como deve: - Administrar recursos. - Comprar - Contratar. - Construir - Reformar - Trabalho em equipe - Planejar - Avaliar - Executar - Monitorar ● Fazer gestão significa, em essência, ter foco em resultados, considerando objetivos e metas preestabelecidas. ● Fazemos gestão com base em todos os processos já enunciados além de outros, em decorrência de problemas para resolver, problemas que a sociedade tem e para os quais demanda soluções. Fazemos gestão em função de expectativas de um futuro melhor do que o presente. ● Fazemos gestão porque é preciso transformar a realidade, as condições materiais, inclusive simbólicas. ● Fazemos gestão porque queremos um mundo diferente. A sociedade se move e pretendemos que seja na direção de melhores condições de vida, em todos os campos. ● Prioridades: - Políticas públicas - Demandas em saúde - tecnologias - complexidades - Solucionar problemas sanitários. ● Tarefa da Gestão: Propiciar e facilitar a organização da sociedade para que possamos enfrentar os desafios e superar os problemas que nos impedem de viver mais e melhor. 2. Atributos da Gestão. ● Governança: Compreende um conjunto de dispositivos e práticas inerentes ao modelo, que é capaz tanto de empoderar o sistema como de permitir que ele seja responsável perante demandas da sociedade e dos organismos superiores à gestão. ● Profissionalização: A profissionalização da gestão compreende que esta deva ser configurada com dispositivos técnicos suficientes e adequados aos objetivos organizacionais, operando tanto os meios/ recursos, quanto à gestão de resultados. ● Financiamento: Este atributo refere-se a toda a dimensão econômico-financeira da gestão. Deve ser compreendido tanto no que concerne a dimensão do financiamento adequado (volume de recursos aplicados a saúde e em bases de equidade - recursos em volume suficiente para o funcionamento dos hospitais), quanto às fontes e as origens desses recursos (se públicas ou privadas e para quais itens exatamente), e ainda as modalidades de pagamento aplicáveis aos serviços. ● Gestão dos recursos humanos: Natureza da organização de saúde impõe que a gestão do trabalho seja fortemente dependente dos profissionais, pois estes são os mais responsáveis pela eficiência e a qualidade dos processos e resultados alcançados. Os mecanismos de gestão de recursos humanos, são, portanto, altamente críticos e cruciais para o sucesso do trabalho organizacional; logo, essa gestão deve ser entendida como parte da própria gestão do trabalho. ● Tecnologia de Informação: É compreendida como suporte tecnológico, por meio do qual os sistemas de informação são operados de modo a registrar, processar e gerar informações confiáveis, integradas, em tempo oportuno, adequadas às necessidades e de fácil alcance e compreensão dos seus distintos usuários. Tem por objetivo subsidiar os processos de tomada de decisão de natureza estratégica, tática, ou operacional nas áreas clínica e administrativo-financeira. Esse processo deve contribuir para a integração informativa, ocupando um papel estratégico como veículo para o processo de comunicação organizacional. ● Organização do cuidado: Como atributo do modelo de gestão, deve ser compreendida como aquela que melhor medeia o modelo propriamente dito de gestão, com os atributos relacionados à missão da organização. A organização do cuidado trata, portanto, dos mecanismos, instrumentos e das práticas de atenção que viabilizem o cumprimento dos objetivos assistenciais do hospital, em conformidade com padrões, mais uma vez, de eficiência e qualidade. Esse atributo compreende o próprio perfil assistencial do serviço, incluindo objetivos e metas de produção pactuados no sistema. 3. Qualidade do desempenho do sistema de saúde. ● Efetividade: Grau com que a assistência, os serviços e as ações atingem os resultados esperados ● Acesso: Capacidade das pessoas para obter os serviços necessários no lugar e no momento certos. ● Eficiência: Relação entre o ponto da intervenção de saúde e os recursos utilizados. ● Respeito ao Direito das Pessoas: Capacidade do sistema de saúde para assegurar que os serviços respeitem o indivíduo e a comunidade e estejam orientados às pessoas. ● Aceitabilidade: Grau com que os serviços de saúde ofertados estão de acordo com os valores e as expectativas dos usuários e da população. ● Continuidade: Capacidade do sistema de saúde para prestar serviços de forma ininterrupta e coordenada entre diferentes níveis de atenção. ● Adequação: Grau com que os cuidados prestados às pessoas estão baseados no conhecimento técnico-científico existente. V. PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE. 1. Quais os sentidos atribuídos ao trabalho? ● O trabalho vivo em ato: a produção na saúde realiza-se, sobretudo, por meio do trabalho vivo em ato, isto é, o trabalho humano no exato momento em que é executado e que determina a produção do cuidado. ● O processo de trabalho em saúde é a forma como os trabalhadores de saúde realizam a produção dos serviços. ● O indivíduo que se insere direta ou indiretamente na prestação de serviços de saúde, no interior dos estabelecimentos de saúde ou em atividades de saúde, podendo deter, ou não, formação específica para o desempenho de funções atinentes ao setor. O mais importante na definição de trabalhador de saúde é a ligação com o trabalho no setor ou atividade de saúde, independente da formação profissional ou capacitaçãodo indivíduo. 2. Trabalho em equipe. ● Diferenças entre trabalho em grupo X trabalho em equipe. - Liderança é forte, clara e concentrada X liderança é compartilhada - Disponibilidade individual X Disponibilidade individual e mútua - O propósito do grupo é o mesmo que a missão da organização. X O propósito é específico e a equipe mesma formula ou cria. - Os produtos do trabalho são individuais. X Os produtos do trabalho são coletivos. - Manejo de reuniões mais eficientes X Manejo de discussões abertas e reuniões de resolução ativa de problemas. - Mede sua efetividade de forma indireta por meio da influência sobre os outros. X Mede seu desempenho de forma direta por meio da avaliação dos produtos coletivos. - Discute, decide e delega X Discute, decide e realiza o trabalho de forma conjunta. ● Equipe de agrupamento. - As ações são realizadas de forma paralela, sem interação e articulação entre seus componentes. ● Equipe de integração. - Há interação e articulação entre os componentes. - O trabalho realizado pelas equipes interativas produz resultados mais significativos para todos os envolvidos no processo de produção do cuidado, com melhores resultados em especial para os usuários. 3. Força de trabalho em saúde. ● 2º Conferência nacional de recursos humanos - 1993. - Foi na 2º conferência que se deu a criação de câmaras técnicas de recursos humanos, vinculadas aos conselhos de saúde e que, anos após, elaborou a proposta Norma Operacional Básica de Recursos Humanos para o SUS, que orienta as questões relativas aos recursos humanos para o SUS. ● 3º Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. - Gestão do trabalho: Desprecarização dos vínculos de trabalho no SUS; planos de carreira, cargos e salários para o SUS; negociação e regularização do trabalho em saúde. - Gestão da educação na saúde: Formação para o SUS. ● CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimento de saúde 4. Gestão do trabalho em saúde. - I) O trabalhador é percebido como sujeito e agente transformador de seu ambiente e não apenas um mero recurso humano realizador de tarefas previamente estabelecidas pela administração local. - II) Nessa abordagem, o trabalho é visto como um processo de trocas, de criatividade, com participação e corresponsabilização, de enriquecimento e comprometimento mútuos. - III) Essa política pressupõe a garantia de requisitos básicos para a valorização do trabalhador da saúde e do seu trabalho com proteção social; Espaços de discussão e negociação das relações de trabalho em saúde, com mesas de negociação permanente e comissões locais de negociação de condições de trabalho; capacitação e educação permanente dos trabalhadores; humanização da qualidade do trabalho, dentre outros. 5. Gestão da educação em saúde. ● Fomento à educação. - Basica - Técnica - Superior - Lato sensu. ● Educação continuada. - A educação continuada caracteriza-se por alternativas educacionais mais centradas no desenvolvimento de grupos profissionais, seja por meio de cursos de caráter seriado, seja específicos em determinado campo. ● Educação permanente em saúde. - Educação permanente consiste em ações educativas embasadas na problematização do processo de trabalho em saúde e que tenham como objetivo a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho, tomando como referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, a reorganização da gestão setorial e a ampliação dos laços da formação com o exercício do controle social em saúde. - O desafio da educação permanente é estimular o desenvolvimento da consciência nos profissionais sobre o seu contexto, pela sua responsabilidade em seu processo permanente de capacitação. - É necessário que os serviços de saúde revejam os métodos utilizados em educação permanente, de forma que este seja um processo participativo para todos. - Cenário, o próprio espaço de trabalho, no qual o pensar e o fazer são insumos fundamentais do aprender e do trabalhar. - Essa seria uma educação muito mais voltada para a transformação do que para a transmissão cultural.
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