Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Débora Oléa Braga - TXXII Diabetes Mellitus é um distúrbio crônico. Importante e crescente problema de saúde pública mundial. Hiperglicemia é a característica principal. Comprometimento do metabolismo da glicose. ▫ Deficiência insulínica relativa ou absoluta. ▫ Resistência insulínica. Complicações. ▫ Agudas. ▫ Crônicas. Sintomas clássicos: - Poliúria. - Polipsia. - Polifagia. - Perda de peso não justificada. *Açúcar na urina. Tratamento: - Deve ser agressivo logo no começo. - Não podemos cair no papo de inércia terapêutica Se não tratar antecipadamente Paciente vai ter complicações crônicas. Metade dos diabéticos não sabem que possuem o diagnóstico. - Muitos são assintomáticos. PREVALÊNCIA DO DIABETES Média nacional = 7,6%. A cada 100 pessoas = 7-8 pessoas são Diabéticas. Essa prevalência muda com as faixas etárias Aumento da idade = Aumento da prevalência. Prevalência em torno de 15-20% Ribeirão Preto. Há diferenças da prevalência de acordo com grupos étnicos: - População nativa das Américas = Maior risco de Diabetes. Possui relação com níveis socioculturais: - Níveis mais baixos = Maior dificuldade para entender a doença. DM I : Importância: ▫ Aumento anual da incidência em 3-5%. ▫ Corresponde a 5-10% dos casos de diabetes. ▫ Predomina em crianças e adolescentes NÃO É EXCLUSIVO, pode acontecer em adultos. Destruição autoimune crônica. Poligênico. APRESENTAÇÃO CLÍNICA ▫ Heterogênea. ▫ Faixa etária. 2 Débora Oléa Braga - TXXII ▫ Gravidade da hiperglicemia. ▫ Grau de obesidade. FISIOPATOLOGIA Indivíduo nasce com uma predisposição genética para desenvolver uma doença autoimune que gere uma disfunção nas células β. Predisposição + Gatilho ambiental inespecífico = Inflamação da célula β (INSULITE). POSSÍVEIS DESENCADEANTES AMBIENTAIS: . Fatores dietéticos: Exposição precoce ao leite de vaca (albumina bovina e beta-lactoglobulina). . Infecções virais: Coxsackie A ou B, rubéola, citomegalovírus, Epstein-Barr, outros. . Deficiência de vitamina D. . Drogas e toxinas: Aloxana ou Estreptozotocina. . Estresse psicológico. Quando a pessoa perde em torno de 80- 90% da massa de células β = Aparece com a clínica. Tratamento Damos insulina. DM II 90% dos casos de diabetes. Principais pontos: o Ingesta calórica e sedentarismo. o Tríade: resistência insulínica, disfunção de célula beta, síntese aumentada de glicose hepática (jejum). o Poligênico: Vários genes envolvidos História familiar = Risco maior. *Não é somente a genética envolvida na patogênese. Há vários fatores ambientais associados. Apresentação clínica: o Heterogênea: assintomático, oligossintomático ou sintomático. o Faixa etária: > 40 anos, em geral, devido ao envelhecimento das células Beta do pâncreas. *Acima dos 40 anos a incidência de Diabetes aumenta. o Gravidade de hiperglicemia. o Grau de obesidade. EPIDEMIOLOGIA - Até 2045 DM aumentara em até 51% globalmente. - Causas do aumento do número de diabéticos: o Crescimento populacional. o Envelhecimento populacional. - Aumenta com o envelhecimento: Célula β envelhece e perde a capacidade secretória. o Aumento da urbanização. o Crescente prevalência de obesidade. o Crescente prevalência de sedentarismo. o Maior sobrevida do paciente com diabetes. 3 Débora Oléa Braga - TXXII ETIOPATOGENIA E FISIOPATOLOGIA: Obesidade androide (braço e perna finos e engorda no tronco) possui risco 2x maior que a obesidade ginoide (ganho de peso, porém é mais distribuída Tecido adiposo é menos deletério). Obesidade androide = Acúmulo de gordura visceral = Aumento do risco de síndrome metabólica. o Adipócitos secretam fatores inflamatórios que levam à disfunção à célula B, que piora a resistência à insulina; causa também o aumento de triglicérides; há hipoxemia relativa no tecido também, piorando o estresse metabólico; tudo leva ao desenvolvimento de DM. o Célula Beta: glicotoxicidade crônica causa disfunção mitocondrial, levando à morte de célula β. ▪ Excesso de lipídio também é tóxico para a célula β, causando menor secreção de insulina. ▪ A inflamação sistêmica do paciente obeso causa lesão em receptores de insulina de células corporais, que não irão expressar o GLUT4, não trazendo a glicose para dentro. FATORES DE RISCO O Obesidade. o Histórico familiar de diabetes (pais ou irmãos). o Idade (45 anos ou +). o Etnia (negros, hispânicos, índios Pima). O Intolerância à glicose. o Hipertensão arterial. o Tabagismo. o DM gestacional. O Macrossomia fetal. o Dislipidemia (HDL < 35 mg/dL; Triglicerídeos > 250 mg/Dl). FISIOPATOLOGIA DO DM 2 MECANISMO 1 A glicose entra na mitocôndria, gera ADP e ATP. . Com a geração do ATP fechamos o canal de K + Despolarização da célula Abertura do canal de Ca+ voltagem dependente: Ca+ entra e expulsa os grânulos de insulina. Glicose entra na célula β e libera insulina. A glicose entra livremente na célula β = Após refeições entra glicose. Influxo constante de glicose na célula β = Toxidade para mitocôndria. Metabolismo excessivo da glicose a longo prazo gera radicais livres = Estresse oxidativo = Disfunção mitocondrial Eventualmente morre. 1º momento: Disfunção mitoncondrial = A célula β para de liberar insulina Leva a uma PIORA DA HIPERGLICEMIA. 2º momento: Morte da mitocôndria Não gera ATP Célula β morre = Apoptose. Glicotoxidade: Excesso de glicose é tóxico para a célula β. Os indivíduos vão perdendo células β *A LONGO PRAZO = CRÔNICO. Envelhecimento: Contribui também para a morte das células β. 4 Débora Oléa Braga - TXXII Uma dieta rica em carboidratos acelera o processo de envelhecimento. Hipertricliceridemia = Excesso de triglicérides Entra na células β. A mitocôndria, que já se encontra disfuncional, não consegue metabolizar o excesso de triglicérides = LIPOTOXIDADE = Perde insulina e perde células β. MECANISMO 2 = RESISTÊNCIA INSULÍNICA: Ocorre no tecido muscular e no Fígado. Gera hiperglicemia. Várias células no nosso corpo possuem receptores de insulina (exceção = SNC Glicose entra livremente). Receptor de insulina + Insulina = Resposta intracelular = Expressa GLUT 4 na membrana. GLUT 4 Permite a entrada de glicose. Paciente que está começando a ficar diabético: - Célula β começa a secretar mais insulina para tentar vencer a hiperglicemia HIPERINSULINEMIA. - Estímulo constante no receptor de insulina faz com que ocorra um DOWN REGULATION: internalização dos receptores e as células periféricas param de responder ao estímulo. - Hiperestimulação das células periféricas para que reconheça insulina e expresse GLUT 4. - Respostas intracelulares acontecem com menos intensidade a não ser que eu aumente o estímulo Estimulação constante gera a resistência insulínica. OBESIDADE: Adipócitos viscerais: Não é somente uma célula de reserva de lipídio. Trata-se de uma célula endócrina (secreta hormônios e citocinas inflamatórias). Adipócitos cheios de gordura = Sofrimento = Liberam citocinas inflamatórias. Adipócitos liberam a LEPTINA (aumenta conforme ↑ reserva energética) e ADIPONECTINA (hormônio presente no indivíduo magros = efeitos benéficos metabólicos). Perda de adiponectina e ganho de leptina. Sofrimento dos adipócito = Adipócitos isquemiam relativamente = Menor fluxo sanguíneo. Aumento de citocinas inflamatórias leva a um estado inflamatório crônico. Doenças agudas liberam citocinas inflamatórias Aumenta hormônios do estresse Descompensação do Diabetes. Inflamação crônica PIORA o controle glicêmico e leva a resistência insulínica. FÍGADO . Não possuisinalização insulínica adequada. . Síntese hepática de glicose é controlada pela proporção Glucagon/Insulina. . Sinalização insulínica prejudicada: Liberação de neoglicogênese hepática Manda mais glicose para o sangue Hiperglicemia. PREVENÇÃO DO DM 2: Prevenção primária: ▫ Controle de peso. ▫ Dieta. 5 Débora Oléa Braga - TXXII ▫ Atividade física ▫ Controle de hipertensão e dislipidemia. ▫ Combate ao tabagismo. Prevenção secundária: Prevenção de complicações crônicas. Prevenção terciária: Paciente já possui uma complicação crônica Maneiras de tratar. TRÍADE CLÁSSICA DO DIABETES 1. Disfunção de célula β. 2. Resistência insulínica no músculo. 3. Produção hepática de glicose aumentada. Hiperglicemia MECANISMO DO OCTETO DESTRUIDOR 8 mecanismos fisiopatológicos que explicam a hiperglicemia do Diabetes: 1. Disfunção de célula β. 2. Resistência insulínica no músculo. 3. Produção hepática de glicose aumentada = Neoglicogênese hepática. 4. Lipólise aumentada: - Excesso de gordura Sofrimento do adipócito Lipólise (quebra da gordura) Liberação de Glicerol e Triglicérides. A liberação de triglicérides causa uma hipertrigliceridemia Piora a função de célula β e leva a resistência insulínica. *Neoglicogênese hepática: Glicerol e ácido graxos que o adipócito libera entra como matéria prima para neoglicogênese hepática. 5. RIM aumenta a reabsorção de glicose: O rim possui um limiar máximo de reabsorção de glicose até 180 mm/dL. Até 180 a glicose passa no filtrado glomerular e é absorvida no túbulo proximal. Aumento da glicemia > 180 mm/dL = Perdemos glicose pela urina. Porém, o rim do diabético muda esse limiar máximo para 200-220 mm/dL Aumenta o limiar e, consequentemente, a reabsorção de glicose. Contribui para a hiperglicemia. 6. Secreção aumentada de Glucagon: . Célula α: Produção de glucagon Secretado nos períodos de jejum, quando não há ingesta calórica, induzindo a neoglicogênese hepática. . O controle feito pela célula α depende da célula β. . Célula α começa a produzir glucagon em excesso = HIPERGLUCAGONEMIA. O glucagon aumentado faz com que no Fígado acentue a síntese de glicose hepática. 7. Efeito incretínico reduzido: No intestino produzimos os hormônios incretinas: GIP e GLP-1. O mecanismo de darmos glicose via oral é diferente da via endovenosa Via oral: 2ª onda 6 Débora Oléa Braga - TXXII de secreção de insulina = Potencialização da secreção de insulina. . A chegada da dieta no Intestino é estímulo para secreção de alguns hormônios, entre eles as incretinas. . As incretinas estimulam a secreção de glicose pela célula β Incretinas melhoram a sinalização do Ca+ através do AMPc. *Facilita o trabalho da célula β. . Paciente diabético possui um intestino disfuncionante Disfunção incretínica: Não secreta GIP e GLP-1 Aumenta a hiperglicemia. 8. Disfunção de neurotransmissores: Cérebro do diabético Perde o controle do metabolismo glicêmico. HIPOGLICEMIAS: Glicemia plasmática: Glicemia 60-99 (em jejum). Trata-se de uma continuação do Diabetes. Sintomas: Cefaleia, visão turva, palpitações, sudorese, sensação de formigamento e tremores de extremidades Principal causa: Iatrogênica Alta dose de insulina. Outras causas: Insulino dependente (excesse de insulina): DM usou alta dose de sulfoniureia, insulina ou tumor de pâncreas (insulinoma). Insulino independente: - Cirrose hepática: Compromete a neoglicogenese hepática. - Imaturidade do sistema endócrino: Falha em secretar o glucagon em crianças Melhora após receber glicose. *Quadro benigno. Tríade de Whipple: Sintomas clínicos + Hipoglicemia laboratorial + Melhora com glicose EV. Jejum Liberamos Glucagon A queda da glicemia desencadeia mecanismos contrarreguladores como liberação de glucagon, a falta deles leva a hipoglicemia 7 Débora Oléa Braga - TXXII Hiperglicemia persistente do DM está associada a complicações crônicas micro e macrovasculares. SINTOMAS CLÁSSICOS: Poliúria. Polidpsia. Polifagia. Perda de peso não justificada. Embaçamento visual. GLICOSIMETRO: Possui uma margem de erro de até 15%. Não sabemos se o paciente colheu de maneira certa. Não dá diagnóstico de DM !! DM TIPO 1: Doença autoimune, poligênica, decorrente da destruição das células β pancreáticas, ocasionando deficiência completa de insulina. Maioria das vezes ocorre por um processo autoimune. Pode ser um processo idiopático. . Quanto mais jovem o indivíduo, mais agressiva é a autoimunidade e a destruição de células β. - Muitas vezes apresenta início abrupto, podendo ser a cetoacidose diabética a primeira manifestação. Mais frequentemente diagnosticado em crianças, adolescentes e em alguns casos, em adultos jovens. Em jovens adultos Desenvolvem de forma progressiva a doença (Denominada LADA). Afeta igualmente homens e mulheres. Presença de sintomas clássicos. Sobrepeso e obesidade não exclui o diagnóstico. Subdivide-se em DM 1A e 1B, a depender da presença ou ausência de autoanticorpos circulantes. DM 1A o Forma mais frequente de DM1. o Confirmada pela positividade de 1 ou + autoanticorpos. o Trata-se da deficiência de insulina por destruição autoimune das células β comprovada por exames laboratoriais. o A fisiopatologia não está totalmente estabelecida, porém envolve fatores genéticos e ambientais. FATORES AMBIENTAIS: - Infecções virais. - Componentes da dieta. - Composição da microbiota intestinal. Esses auto anticorpos não vão estar presentes durante a vida toda. Depois da destruição das células β não há mais auto anticorpos. A dosagem de auto anticorpos deve ser feita até 5 anos/doença. DM 1B DM IDIOPÁTICO = Os autoanticorpos não são dectáveis na circulação. Autoanticorpos são caros e poucos disponíveis. Na prática clínica, não faz tanta diferença sabermos se é 1ª e 1B, e sim a classificação em DM1. 8 Débora Oléa Braga - TXXII A dosagem de autoanticorpos é muito importante por exemplo, nos casos não típicos, como uma criança/adulto obeso, que chega no PS com sintomas clássicos. DM TIPO 2: 90-95% de todos os casos de DM. Etiologia complexa e multifatorial: - Envolve componente genético e ambiental. FATORES AMBIENTAIS: - Hábitos dietéticos. - Inatividade física. Acomete indivíduos principalmente a partir de 40 anos de idade, porém, atualmente, vemos também é crianças e adolescentes. Doença poligênica. Forte herança familiar. 50% dos pacientes assintomáticos ou oligossintomáticos. Sintomas inespecíficos como tonturas, dificuldade visual, astenia, câimbras. - Com menor frequência, apresentam sintomas clássicos da hiperglicemia (poliúria, polidpsia, polifagia e emagrecimento inexplicado). Mulheres podem apresentar vulvovaginites de repetição. Homens podem apresentar disfunção erétil. FATORES DE RISCO PARA O DM2 - História familiar da doença. - Avançar da idade. - Obesidade. - Sedentarismo. - Diagnóstico prévio de pré-diabetes ou DMG. - Componentes da síndrome metabólica, como hipertensão arterial e dislipidemia. RASTREAMENTO DO DM2 o Se investigação laboratorial for normal, sugere-se repetição em intervalos de 3 anos ou +. o Na presença de pré-diabetes = Reavaliação anual. 9 Débora Oléa Braga - TXXII DIAGNÓSTICO DO DM PRÉ-DIABETES: Valores glicêmicos acima dos de referência, mas abaixo dos valores diagnósticos. - Risco aumentado para o desenvolvimento de DM. - Associado a maior risco de doença cardiovascular e complicação crônica. Modificações com finalidade de prevenircomplicações micro e macrovasculares. RASTREIO DA DM: Glicemia de jejum. - Se a 1ª alterada = Repetimos o teste. GTT: - Quando 2 glicemias de jejum alteradas. Pré-diabéticos. TOLERÂNCIA A GLICOSE 1. Glicemia em jejum: - Coletado em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo 8 horas. Principal exame para rastreamento do diabetes. 2. TOTG: Amostra de sangue em jejum + Amostra de sangue após 2 hrs da ingestão de 75g de glicose. Reflete a perda da 1ª fase da secreção de insulina Pode ser a única detectável para o início da DM. 3. Hemoglobina glicada (HbA1c): - Utilizada para o MONITORAMENTO do paciente: reflete níveis glicêmicos dos últimos 3-4 meses. - Demora para alterar. *O 1º a alterar é a Glicemia de jejum. - Existem alterações que alteram a HbA1c: anemia, hemoglobinopatias e uremia. - Independe do jejum. - Não pedimos no diagnóstico. - Trata-se de uma medida indireta de glicemia. Normal = Nos últimos 3 meses = Níveis glicêmicos baixos. > 6,5 = Não foi suficiente o tratamento ou o paciente está descontrolado. A confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos exames alterados (discreta alteração glicêmica) sem sintomas de hiperglicemia. Pacientes com sintomas clássicos (poliúria, polidipsia, polifagia, emagrecimento) devem ser submetidos a glicemia ao acaso e caso glicemia ≥ 200 mg/dL não há necessidade de segunda dosagem. Se pequena elevação da glicemia, deve-se repetir teste em outro dia. 10 Débora Oléa Braga - TXXII - Minoria insulinamos. 2 Glicemia de jejum alterada sem sintomas = Diagnóstico. Glicada alterada + outro exame OU sintomas clássicos = Diagnóstico. Glicemia de jejum com alteração pequena = REPETE. Glicemia de jejum muito alta (exemplo 300) + sintomas clínicos = NÃO precisa repetir o exame *Glicada isolada não dá diagnóstico. PRÉ-DIABÉTICO: 2 situações: Tolerância reduzida a glicose: 140 a 199 GTT alterado. Glicemia de jejum alterado: 100 a 125 (faixa cinzenta). Situação 1: Pré-diabética GTT 112 / 130. GTT –Tempo 0: 112 / após 120min (2h): 130. Situação 2: Pré-diabética GTT 112 / 165. Situação 3: Diabética GTT (em jejum e depois com 75g de glicose) 112 / 210: TRATAMENTO DO PRÉ-DIABÉTICO: Prevenção primária: Mudança do estilo de vida: - Redução de peso. - Mudança da dieta. DIAGNÓSTICO DO DM GESTACIONAL A gestação é uma condição diabetogênica: Placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas placentárias que degradam a insulina = . Aumento compensatório na produção de insulina e resistência à insulina. . Aumento do hormônio lactogênio placentário. Não preenche critérios diagnósticos de DM. Glicose em jejum (mg/dL) = Rastreio inicial Glicose 2 horas após ingestão de 75g de glicose (mg/dL) HbA1c (%) Normoglicemia < 100 < 140 < 5,7 Pré-diabetes ou risco aumentado para DM ≥ 110 e < 126 ≥ 140 e < 200 Entre 5,7 e 6,4 Diabetes ≥ 126 ≥ 200 ≥ 6,5 Glicemia casual (ao acaso) + Sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal ≥ 200 Diabetes 11 Débora Oléa Braga - TXXII Mulher que não possuía histórico de alterações glicêmicas. - Não há um histórico prévio!! Traz riscos para o feto e para a mãe. - Feto: Risco de parto cesáreo, recém-nascido acima do percentil 90, hipoglicemia neonatal, dentre outras. Diagnosticado geralmente no 2º ou 3º trimestre de gestação. Por volta da 20ª semana = 2ª onda de invasão trofoblástica Placenta adquira volume, maior metabolismo Fase em que geralmente aparece o DMG. - Gestantes com diagnóstico de DM no 1º trimestre de gestação = DM pré-existente. Pode ser transitório ou persistente após o parto Importante fator de risco para desenvolvimento futuro de DM2. Maioria das gestantes conseguimos controlar o DM gestacional com controle de peso. Glicemia de jejum normal < 92 mg/dL DMG Glicemia de jejum > 92 e ≤ 125 mg/dL DM franco ≥ 126 mg/dL Quando a mulher gestante chega com glicemia de jejum ≥ 126, repetido 2x. OU Após 2 hrs do TOTG vier maior que 200 = DM Franco: Suspeitamos que a mulher já possuía DM antes da gestação. FATORES DE RISCO Idade materna avançada. Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual. Deposição central excessiva de gordura corporal. História familiar de diabetes em parentes de 1º grau. Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual. Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, Macrossomia ou DMG. Síndrome dos ovários policísticos. Baixa estatura (inferior a 1,5m). RASTREIO: 1º trimestre da gestação: Na 1ª consulta de pré-natal = Sugere-se investigar DM preexistente. Entre a 24ª e 28ª semana de gestação: - TOTG com 75g de glicose após jejum mínimo de 8 horas. 12 Débora Oléa Braga - TXXII OUTRAS FORMAS DE DM - São formas menos comuns de DM. - Apresentação clínica é variável. - Depende da alteração de base. 1. Defeitos genéticos na função da célula β: MODY. - Mais raro. - Herança autossômica dominante MONOGÊNICO. *Vô, pai e filho com história. - Aparece geralmente a partir dos 25 anos de idade. - Graus variáveis de disfunção da célula β. - É clínica e geneticamente heterogêneo. - Apresenta vários subtipos (13). 2. Diabetes neonatal: - Forma monogênica (herança) da doença - Diagnosticado antes dos 6 meses de vida. 13 Débora Oléa Braga - TXXII - Podem ser casos transitórios, ocorrendo remissão em semanas ou meses. - Respondem bem a Sulfonilureia (comprimido VO). Se aparece depois dos 6 meses de vida pensamos no DM1 = Insulinisamos. 14 Débora Oléa Braga - TXXII Buscar um peso saudável. Variedade de grãos, preferencialmente grãos integrais. Variedade de frutas e vegetais. Dieta pobre em gordura saturada e colesterol. Dieta moderada em gordura total. Moderar ingesta de açúcar. Escolher bem as bebidas e os alimentos. Reduzir consumo de sal. Se ingerir bebidas alcoólicas, faça-o com moderação. PRECONIZAMOS PARA O PACIENTE DIABÉTICO: - Gorduras: Evitar saturados. - Dieta hipossódica. FIBRAS ALIMENTARES: - Solúveis e insolúveis. *As solúveis geralmente são digeríveis e as insolúveis não. - Diminui o risco de doença cardiovascular. ▫ Encontradas nos vegetais (folhas, raízes, talos, sementes e bagaços) ▫ Principais fontes são frutas, verduras, legumes, farelo de aveia e de cevada, semente de linhaça e leguminosas. ▫ Dietas ricas em fibra dietética estão associadas a menor risco de doença cardiovascular. Fibras insolúveis ▫ Contribuem para saciedade e perda de peso. ▫ Preservam a saúde intestinal. Fibras solúveis: ▫ Podem prevenir o DM tipo 2. ▫ Efeitos benéficos na glicemia. ▫ Efeitos benéficos no metabolismo dos lipídios = Reduz o colesterol. ▫ Retardo do esvaziamento gástrico, contribuindo para o controle glicêmico pós-prandial. A microbiota intestinal em pacientes obesos é diferente dos pacientes saudáveis. A fibra favorece crescimento de bactérias benéficas, melhorando secreção de incretinas, reduzindo inflamação = Modula a microbiota. 15 Débora Oléa Braga - TXXII USO DE ADOÇANTES NUTRITIVOS (CALÓRICOS) Calórico Xarope de milho, suco de frutas, mel, melado, dextrose, maltose, xilitol Não há recomendação = É açúcar. Posicionamento da American Diabetes Association (ADA): Uso de adoçantes não-nutritivos (não- calóricos): Acessulfame K, aspartame, sacarina, sucralose, estévia. -Recomenda-se para os diabéticos a substituição do açúcar para esses adoçantes. - Preocupação com toxicidade e potencial carcinogênico. - Não podemos aquecer esses açúcares: Pode gerar substâncias carcinogênicas. ORIENTAÇÕES SOBRE O ÁLCOOL ▫ Alertar sobre os riscos do consumo excessivo. ▫ Uso liberado, com moderação, se diabetes bem controlado. ▫ Tolerado, por dia, duas doses para o homem e uma dose para a mulher. ▫ Monitorar os níveis glicêmicos: Pode lervar a HIPO ou HIPERglicmica. DM tipo 1: Ingerir junto com suas refeições regulares, sem omitir o alimento. DM tipo 2: Melhor substituir o álcool por calorias de gordura. A dieta deve ser feita com acompanhamento de nutricionistas. OBJETIVOS DA DIETA NO DM TIPO 1 ▫ Integrar a insulinoterapia nos padrões usuais de ingesta e exercício. ▫ Sincronização dos horários das refeições com horários de ação da insulina. ▫ Permitir contagem de carboidratos em regimes de insulinoterapia intensiva. ▫ Prevenção do ganho de peso. ▫ Planejar consumo extra de carboidratos para exercício físico. OBJETIVOS DA DIETA NO DM TIPO 2 ▫ Ênfase nas modificações do estilo de vida. ▫ Auxiliar no controle glicêmico, lipídico e pressórico. ▫ Promover perda do excesso de peso. ▫ Diminuir resistência insulínica = Aumentar ingesta de fibras. ▫ Reduzir os fatores de risco cardiovasculares. EXERCÍCIOS O exercício físico previne o DM tipo 2 e as doenças cardiovasculares. Não é com o intuito de perder peso!! A dieta ajuda na perda de peso. *Perda de peso = Dieta + exercício físico. - Menor incidência de DM2 em indivíduos fisicamente ativos. - Menor incidência de DM2 em indivíduos com melhor condição aeróbica Diabéticos tem menor condição aeróbica, força muscular e flexibilidade: 16 Débora Oléa Braga - TXXII Contrabalanceado com o exercício físico de fortalecimento muscular e alongamento. Não fazer somente exercícios aeróbicos. Treinamento aeróbico pode reverter disfunções causadas pela hiperglicemia crônica. Exercício físico melhora resistência insulínica, independentemente do peso corporal: - Exercício físico promove maior capilarização das fibras musculares (melhor irrigação e oxigenação do músculo) e melhor função mitocondrial, melhorando a sensibilidade dos tecidos à insulina. Exercício físico estimula a secreção de hormônios secretados (irisina, miostatina) pelos músculos: Modulam sensibilidade insulínica. Exercício físico estruturado (aeróbico e resistência) auxilia no controle glicêmico. Exercício físico reduz o risco cardiovascular. PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO - Aeróbico. - Fortalecimento muscular = Musculação e alongamento. - Flexibilidade. - 5x por semana, pelo menos 30 minutos. - 3-4x aeróbico e 1-2x musculação com alongamento. Cuidados para a prática de exercícios físicos (principalmente em DM1): Medir a glicemia (100-200) e ingerir um carboidrato antes. Hipoglicemia pode ocorrer durante, logo depois ou horas após. ▫ Glicemia capilar ideal entre 100 e 200 mg/dL MEDIMOS. Se glicemia <100, fazer lanche e reavaliar antes de iniciar exercício. Se glicemia ≥300mg/dL, contraindica-se o exercício físico. Poliúria + desidratação pode piorar o caso. Se glicemia ≥250mg/dL e cetose, não fazer exercício físico. INDICAÇÕES PARA TESTE ERGOMÉTRICO Diabético possui risco cardiovascular. Sendo necessário uma avaliação cardiovascular. OBS: Uma caminha é sempre indicada para todos os pacientes com DM - Não precisa de uma avaliação ergométrica e com o cardiologista. Indicações para o teste ergométrico: ▫ Idade >30 anos e fator de risco cardiovascular adicional. ▫ Diagnóstico de DM tipo 2 há mais de 10 anos. ▫ Diagnóstico de DM tipo 1 há mais de 15 anos. ▫ Hipertensão arterial. ▫ Dislipidemia. ▫ Tabagismo. ▫ Retinopatia proliferativa. ▫ Nefropatia / Albuminúria elevada. ▫ Doença vascular periférica. ▫ Neuropatia autonômica. ▫ Doença cardiovascular suspeita ou diagnosticada. 17 Débora Oléa Braga - TXXII . Anormalidades em ECG de repouso / Sintomas atípicos. ▫ Pré-participação em programa de exercícios físicos. . Qualquer paciente diabético com risco cardiovascular >10% (UKPDS). . Indivíduos que desejam iniciar atividade física de alta intensidade. 18 Débora Oléa Braga - TXXII A escolha do tratamento depende de: Mecanismos de resistência à insulina. Falência progressiva das células. Múltiplos transtornos metabólicos. Repercussões microvasculares (nefropatia e retinopatia) e macrovasculares (doenças arteriais coronarianas). Ideal: o Alcançar níveis glicêmicos próximos da normalidade Altos níveis de glicose no sangue = Maior o risco de problemas cardiovasculares. o Minimizando a hipoglicemia, com meta da HbA1c < 7%. METAS DO TRATAMENTO *SBD: Sociedade brasileira de Diabetes. *ADA: Associação Americana de Diabetes. OBJETIVOS DO TRATAMENTO Obter menores valores possíveis de glicemia e hemoglobina glicada (HbA1c). Evitar hipoglicemias desnecessárias. Prevenir complicações microvasculares. As metas vão ser individualizadas de acordo com o paciente. Envolve: Motivação do paciente para o tratamento, risco de hipoglicemia e outros eventos adversos, expectativa de vida, duração da doença (recém-diagnosticado X longa duração), comorbidades importantes, complicações vasculares estabelecidas, recursos e sistemas de apoio. HEMOGLOBINA GLICADA: Considerar a HbA1c (hemoglobina glicada) de maneira individual, porém, sempre com os menores valores possíveis. HbA1c entre 6 a 6,5 Paciente com curta duração da doença, longa expectativa de vida, sem doença cardiovascular. HbA1c entre 7,5 a 8,5 Idosos frágeis, hipoglicemias graves, doença de longa duração, expectativa de vida limitada, complicações avançadas. AGENTES ANTIDIABÉTICOS Os antidiabéticos orais ↓ a glicemia com o objetivo de mantê-la em níveis normais (<100 em jejum e < 140 pós-prandial). 19 Débora Oléa Braga - TXXII GRUPOS: 1. Incrementam secreção pancreática de insulina: SULFONILUREIAS e GLINIDAS. 2. Reduzem a velocidade de absorção de glicídios: INIBIDORES DAS ALFAGLICOSIDASES. 3. Diminuem produção hepática de glicose: BIGUANIDAS. 4. Aumentam a utilização periférica de glicose: GLITAZONAS. 5. Inibidor do cotransportador de sódio/glicose 2 (SGLT2): GLIZOFINAS. Aumentam Glicosúria. 6. Exercem efeito incretínico mediado por hormônios GLP-1 e GIP: - GLIPTINAS. - INCRETINOMIMÉTICOS (aumentam a insulina apenas quando a glicemia se eleva): Estimulam as células β a aumentar a síntese de insulina e atuam nas células α do pâncreas reduzindo a produção de glucagon. DESCREVENDO CADA CLASSE: AGENTES QUE AUMENTAM A SECREÇÃO DE INSULINA (HIPOGLICEM IANTES): o SULFONILUREIAS e GLINIDAS (METIGLINIDAS) São secretagogos de insulina: ESTIMULAM A SECREÇÃO DE INSULINA. Risco: AUMENTA O RISCO DE HIPOGLICEMIA e GANHO DE PESO (insulina é um hormônio anabólico). - Sulfonilureia (ação prolongada) e glinida (ação mais curta). Efeitos adversos: Ganho de peso e maior frequência de hipoglicemia. 1. SULFONILUREIAS: - Clorpropamida. - Glibencamida. - Gliclazida Mais utilizada: Efeito cardiovascular benéfico, disponível no SUS, dose única. - Glipizida. - Glimepirida. SULFONIREIAS: MECANISMO DE AÇÃO . Bloqueiam os canais de K+ nas células β. . Funciona independentemente da quantidade de glicose que circula no corpo. . Ação prolongada hipoglicemiante. . Queda de 1,5 a 2% na HbA1c São drogas que possuem maior capacidade de diminuir a hemoglobina glicada. VANTAGENS:Redução de complicações microvasculares. DESVANTAGENS - Hipoglicemia grave. - Ganho ponderal. Contraindicações: Gravidez e insuficiência hepática ou renal. 20 Débora Oléa Braga - TXXII 2. GLINIDAS: Nateglinida e Repaglinida. . Bloqueiam os canais de K+ nas células β. - Menor tempo de ação Podem causar discretas hipoglicemias. - Principalmente reduz a glicose no período pós- prandial. - Discreto ganho ponderal. - Não pode ser usada na gravidez. DESVANTAGENS - Hipoglicemia grave. - Ganho ponderal. AGENTES QUE NÃO AUMENTAM A SECREÇÃO DE INSULINA (ANTI HIPERGLICEMIANTES): - Menor risco de hipoglicemia. - Utilizados desde o início da doença. 1. INIBIDOR DA ALFAGLICOSIDASE Medicamento: ACARBOSE. MECANISMO DE AÇÃO: Alfaglicosidade é uma enzima presente nas microvilosidades do Intestino Delgado que favorece a absorção e o aumento da Glicose. A Acarbose provoca um retardo da absorção de carboidratos Carboidratos não são absorvidos Potencial hipoglicemiante BAIXO. Retardam a absorção intestinal de glicose. VANTAGENS: - Perda de peso e controle glicêmico pós- prandial. - Previne DM2. - Melhora o perfil lipídico. - Fase mais precoce. DESVANTAGENS: - Efeitos adversos GI (dor abdominal, diarreia). - Poder de redução glicêmica é baixo. - Droga cara. - Redução da glicemia em jejum não é tão acentuada. - Reduz velocidade de absorção intestinal de glicose. - Contraindicadas na gravidez. 2. BIGUANIDA Droga METFORMINA: - Droga de 1ª escolha no tratamento do DM. - DM TIPO 2. Reduz produção hepática de glicose = Inibição da gliconeogenese hepática. Leva a uma menor sensibilização periférica da Insulina = Melhora a sensibilidade insulínica periférica. *Melhora a captação de glicose pelos músculos. Diminui inflamação e, portanto, diminui função endotelial e processo aterosclerótico Diminui efeito cardiovascular. Modula a microbiota intestinal: Melhora a secreção de GLP1. 21 Débora Oléa Braga - TXXII MECANISMO DE AÇÃO: Enzima hepática AMPK (relacionada ao metabolismo de carboidratos e de lipídios): Ativada quando o ATP está baixo. . Aumenta a atividade da AMPK, aumentando a receptação de glicose, glicogênio e diminui a gliconeogênese e lipogênese Diminui a glicemia. *Lipogênese: Causa Anorexia (perda de peso). 1ª opção de tratamento, exceto quando o paciente apresenta doença cardiovascular. - A longo prazo → Deficiência de vitamina B12. - Reduz 1,5-2% da HbA1c Junto com as SAULFONIURÉIAS, as Biguanidas trata-se do grupo que mais diminui a Hb1AC. - Melhora do perfil lipídico, prevenção de DM2, diminuição do peso Devido a diminuição da lipogênese. RISCOS: - Gastrointestinais: Diarreia. - Acidose metabólica: Acidose lática RARO. - Contraindicação na insuficiência hepática, insuficiência renal grave e cardíaca. OBS: Paciente começa com 1 cp por dia e depois os comprimidos vão aumentando por semana Melhor tolerância e diminui os efeitos gastrointestinais caem. OU Suspendemos a medicação e reintroduzimos a medicação gradativamente. 3. PIOGLITAZONA ou GLITAZONAS (Tiazolidinedionas): - Droga parou de ser utilizada devido a um grande risco cardiovascular. - Melhora da sensibilização de insulina: Células se tornam mais responsivas a insulina e, portanto, há uma diminuição da resistência insulínica. - Atuam na resistência insulínica em: Músculo, adipócito e hepatócito. MECANISMO DE AÇÃO: Agem no PPAR-gama (fator de transcrição gênica) Quando ativados resultam na maior sensibilização da insulina e alteração do metabolismo de lipídeos: - Fígado: ↓ da gliconeogênese hepática. - Tecido adiposo: Redução da lipólise = ↓ Trigliceridemia. - Músculos: Melhoram a captação de glicose através do GLUT 1 e GLUT 4. - Preservam célula beta e postergam deterioração do pâncreas (melhoram desempenho da insulina endógena). VANTAGENS: . Melhora do perfil lipídico com a ↓ da lipólise. . Redução dos Triglicerídeos. DESVANTAGENS.: - Retenção hídrica (edema grande). - Anemia. - ICC (descompensação). 22 Débora Oléa Braga - TXXII - Fraturas (cautela no uso em mulheres com DM 2 pós menopausa = maior risco de OSTEOPOROSE). *PPR-gama diminui a diferenciação de osteoblastos. - Ganho de peso (favorece a obesidade ginoide = diminui os adipócitos viscerais Muda a distribuição da massa gorda). *Perfil mais benéfico de obesidade. AGENTES QUE AUMENTAM A SECREÇÃO DE INSULINA DEPENDENTE DE GLICOSE E QUE SUPRIMEM A SECREÇÃO DE GLUCAGON: 1. INIBIDORES DA DPP-4 GLIPTINAS. Representantes: Sitagliptina e Vildagliptina. MECANISMO DE AÇÃO: Mecanismos normal O alimento libera no Intestino hormônios Incretinas (GLP1 e GIP). As Incretinas agem no pâncreas para ativação das células β e liberação de insulina. O ↑ da Insulina modula a secreção do Glucagon (↓). A diminuição do Glucagon possui um efeito na gliconeogênese hepática: ↓ Glicose que estava sendo produzida no Fígado. DDP4: Incretinas liberadas DPP4 uma enzima degrada esse hormônio. Com isso, após essa liberação, a DPP4 transforma a Incretina em um peptídeo inativo, portanto diminui a meia vida da Incretina. Inibidores da DPP4: Aumento da secreção de Incretinas = ↑ da meia vida = GLIP fica ativo mais tempo (atua em célula α e β). Estabilização do GLP-1 pela inibição da enzima que o degrada (DPP-4). O paciente diabético apresenta diminuição dos níveis de GLP-1 no pós-prandial, impedindo que a secreção de insulina seja adequada e que a inibição do glucagon não seja efetiva. Com isso, não ocorre a supressão do glucagon pela insulina, fazendo com que ele se eleve no momento errado, já que o paciente acabou de se alimentar. O glucagon deve ser liberado em jejum para manter a glicemia, e não no pós-prandial, pois isso leva a um aumento ainda maior dos níveis glicêmicos. As gliptinas tem a capacidade de aumentar de 2-3 vezes os níveis de GLP-1, melhorando essa situação. VANTAGEM: - Efeito neutro no peso. DESVANTAGENS: - Urticária. - Angioadema. Fazem parte também dessa classe: 2. EXENATIDA (INCRETINOMIMÉTICOS). 3. ANÁLOGOS DO GLP1: Funções Inibe a secreção do Glucagon e estimula a produção de insulina dependente da Glicose. Diminui a glicogênese hepática e diminui a sensibilidade à insulina. Reduz a apoptose de células β e estimula neogênese Ótimo no DM 2. 23 Débora Oléa Braga - TXXII - Utilizados como terapia adjunta. - São injetáveis. - Possibilidade de perda de peso, redução de PA e menor risco de hipoglicemia. - Liraglutida, Semaglutida e Dulaglutida → benefícios cardiovasculares. - Possuem efeito neutro no peso e não tem risco de hipoglicemia. VANTAGENS: - Efeito cardioprotetor e estimulador do coração (↑ do débito cardíaco). *Benefícios extra glicêmicos. - Neuroproteção: ↓ fome e saciedade (auxilia na perda de peso); proteção contra AVCs. - ↓ esvaziamento gástrico (↓ glicemia pós- prandial) e apetite = indução de saciedade e atua no centro da fome a nível do SNC (auxilia na perda de peso). - São drogas utilizadas no tratamento da obesidade. DESVANTAGENS: ↓ da motilidade gástrica = Náuseas e vômitos incoercíveis. OBS: GLIPITINAS: Inibem a degradação do GLP1 endógeno = Aumentamos a ação do GLP1. x ANÁLOGOS DO GLP1: GLP1 não é degradada pela DPP4 (é resistente) = Dura mais tempo na circulação. Interação da molécula com os receptores é mais potente, por ser um fármaco Medicamento mais potente que as Gliptinas. AGENTES QUE PROMOVEM GLICOSÚRIA: INIBIDORES DE SGLT2: Canagliflozina, Empagliflozina e Dapagliflozina. 1. GLIFOZINAS: MECANISMO DE AÇÃO: Impedem a reabsorção de glicose pela inibição do transportador SGLT2 nostúbulos proximais dos rins. Pessoa diabética = Aumento do limiar aos receptores GLT2 = Aumenta o limiar de absorção de glicose (200-220 ml/Dl) = Contribui para hiperglicemia. *Pessoa sem diabetes: Limiar máximo que o rim possui para absorção de Glicose = 180 ml/dL. Bloqueio do cotransportador (atua na glicose e também na cascata do Na+ Eliminamos mais Na+ = ↑ da diurese = ↓ PA e edema). Efeito diurético osmótico. A droga atua indiretamente no SRAA. VANTAGENS: Drogas de escolha para pacientes diabéticos e que possuem INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Mesmos pacientes não diabéticos e que possuem IC essas drogas são eficazes. - Baixo risco de hipoglicemia. - Reduzem PAS. 24 Débora Oléa Braga - TXXII - Reduzem eventos cardiovasculares. DESVANTAGENS . Glicosúria = Urina se torna um meio plausível para proliferação de microrganismos ITU e infecção genital (candidíase). . Cetoacidose diabética: Ao eliminarmos glicose pela urina, aumentamos a secreção de Glucagon = ↓ Glicose ↓ Insulina ↑ Glucagon. A perda da modulação do glucagon faz com que ↑ lipólise e consequentemente ↑ AG e glicerol = ↑ de corpos cetônicos. Por que não pode usar o glicosúrico em insuficiência renal grave? Esse medicamento depende da função renal e nesse paciente a filtração não está adequada e o efeito da droga não vai ser ideal. Sem função renal → Sem efeito esperado do medicamento. 25 Débora Oléa Braga - TXXII ESCOLHA DO ANTIDIABÉTICO: TRATAMENTO DO DM 2 Diagnóstico recente: Modificiações no estilo de vida + Metformina. MANIFESTAÇÕES LEVES = OLIGOSSINTOMÁTICO Glicemia de jejum < 200 mg/dL. Sintomas leves ou ausentes. Usamos medicamentos que não aumentem a secreção de insulina. 1ª escolha: Metformina. 26 Débora Oléa Braga - TXXII MANIFESTAÇÕES MODERADAS Glicemia de jejum entre 200-300 mmHg. Modificação de estilo de vida + Metformina + outro hipoglicemiante (Inibidor da DPP4, análogo do GLP1, etc.). MANIFESTAÇÕES GRAVES Glicemia de jejum > 300 + Manifestações graves (perda de peso, desidratação, polidipsia, poliúria, sintomas graves e/ou cetonúria) Insulinoterapia (dose inicial 0,5-1,5 UI/Kg/dia). *Começamos com 0,5 UI/Kg/dia e depois vamos aumentando. INSULINOTERAPIA Classificação o Ultralongas: Degludeca e Glargina. - Ultrapassam o período de 24 horas. o Longas: Glargina e Detemir. Intermediárias: NPH humana. NPH = Longa ação. - Início de ação é após 2 hrs. - Duração de 8-10 hrs. - Faz um pico de ação de 4 a 6h. Rápidas: Regular humana. - Começa efeito após 1 hora da aplicação. - Dura em média 4 horas. o Ultrarrápidas: Lispro, Aspart e Glulisina. - 5 a 15 minutos da aplicação já fazem efeito. CONCENTRAÇÃO DAS INSULINAS 100 unidades (UI) por ml. PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS Recomendações gerais para prescrição no DM tipo 1: ▫ Insulinoterapia em regime basal-bôlus. ▫ Dose inicial 0,5 - 1,0UI/Kg/dia *Começamos com 0,5 UI/Kg/dia e depois vamos aumentando. REGIME BASAL-BÔLUS Indivíduo normal Secreção basal: Quando não nos alimentamos, mas há secreção de insulina. Secreção bôlus: Após refeições = Secreção e insulina acentuada. Paciente DM tipo 1 DM tipo 1 não possui insulina. Bôlus: Nas refeições colocamos uma INSULINA RÁPIDA = REGULAR Fazemos o pico de insulina junto c a refeição 30 minutos antes das refeições. Insulina regular: 3x no dia. 27 Débora Oléa Braga - TXXII Basal: Insulina NPH = Longa duração (dura cerca de 8 hrs) Aplica 3x no dia: Aplica junto com a regular no café, almoço e antes de dormir. 4 aplicações de insulina no dia. Começamos 0,5 UI por Kg/dia: Exemplo: Paciente pesa 60 Kg = Dose de insulina total = 30 UI/dia. Com a dose total, 30 UI, temos que distribuir. Podemos fazer: 60% e 40% OU 50% e 50%. FENÔMENO: EFEITO DO ALVORECER Efeito hiperglicemiante. No final da madrugada aumentamos cortisol, GH, gliconeogênese hepática Hormônios hiperglicemiantes e ↑ da resistência insulínica. Fígado faz glicose enquanto dormimos e o paciente acorda com glicemia alta. OBS: O paciente mede a glicemia de jejum durante o dia: - Antes e depois do almoço. - Antes e depois da janta. - Antes e depois do café. *Pós-prandial: Ideal é glicemia de jejum < 140, porém, < 180 já vemos como algo considerável. Quando a glicemia do paciente está alta no pós- prandial podemos aumentar a regular antes do café. Podemos aumentar 20% da dose ou 2 a 4 UI. CIRURGIA METABÓLICA São as cirurgias bariátricas Pacientes obesos e diabéticos. Ajuda no distúrbio metabólico. Cirurgias restritivas: - Gastroplastia vertical de Mason. - Banda gástrica. Cirurgias disabsortivas: - Derivação jejunoileal. - Derivação biliodigestiva. - Bypass gástrico em Y de Roux: Muda a secreção intestinal e, portanto, muda a secreção incretínica do paciente. Cirurgias hormonioincretínicas: - Gastroplastia vertical com derivação jejunoileal. 28 Débora Oléa Braga - TXXII • Paciente com DM podem ter DAC sem sintomas. • 1:5 apresenta isquemia silenciosa. • 1:15 isquemia grave. • Pacientes com DM e isquemia silenciosa ou DAC subclínica apresentam pior prognóstico. Um paciente diabético deve controlar fatores de risco Diminui a mobimortalidade. • Metodologias para avaliar tais pacientes: Eletrocardiograma de repouso: ✓ 1:6 evidencia eletrocardiográfica de IAM silencioso. ✓ Sobrecarga de VE, ondas Q e isquemia miocárdica ao ECG → indica risco de eventos cardiovasculares → pouco sensível. ✓ Recomenda-se realizar ECG em todos os pacientes com diabetes, mesmo que assintomáticos. Teste ergométrico: ✓ Teste ergométrico alterado → maior risco de mortalidade coronariana. ✓ Teste pode ser o método inicial para detecção de isquemia nas seguintes situações. - Na presença de anormalidades no ECG de repouso. - Na presença de sintomas atípicos. - Indivíduos que desejam iniciar atividade física de alta intensidade. ✓ Em pacientes assintomáticos não tem recomendação. Cintilografia de perfusão miocárdica com estresse: ✓ Realizada em pacientes com dor precordial, equivalente anginoso ou sintomas atípicos. ✓ Pacientes que tenham alterações não interpretáveis no ECG de repouso, incapacidade física ou contraindicações para o teste ergométrico. ✓ Não se recomenta esse exame em assintomáticos, pois não reduz eventos cardiovasculares. Ecodopplercardiograma com estresse farmacológico: ✓ Esse exame positivo → Pacientes com DM que apresentem elevado risco de morte relacionado com a isquemia miocárdica. ✓ Não se recomenda esse exame em assintomáticos. ✓ Pode ser realizado no lugar do teste ergométrico nos casos de DM com alterações no ECG interpretáveis, que tenham incapacidade física para o ergométrico ou nos quais se indique pesquisa de isquemia silenciosa. *exemplo: Paciente que deseja fazer um teste para iniciar uma natação em âmbito competitivo, porém ele tem uma amputação de membro inferior → Realização do Eco estresse que vai simular exercício, taquicardias. TC com escore de cálcio da artéria coronária (CAC): ✓ Aterosclerose subclínica e avaliação de risco de eventos coronarianos com DM. ✓ Não avalia diretamente isquemia. ✓ Sem contraste e baixa exposição à radiação. 29 Débora Oléa Braga - TXXII ✓ Quanto maior o CAC maior quantidade de placas de ateroma → maior risco de isquemia, morte e desfechos cardiovasculares. Angiotomografia de artérias coronárias: ✓ Não deve ser feita em indivíduos assintomáticos, pois não reduz eventos cardiovasculares. RM com estresse: ✓ Pode ser realizado no lugar do teste ergométrico quando → alterações interpretáveis no ECG de repouso ou que tenhamincapacidade física e para os quais se indique pesquisa de isquemia silenciosa. ✓ Não se realiza em assintomáticos. 30 Débora Oléa Braga - TXXII COMPLICAÇÕES AGUDAS: CETOACIDOSE DIABÉTICA (CAD): Em geral, no DM tipo 1. Porém, no DM 2 pode ocorrer (principalmente na fase 4 – grande disfunção de célula beta). Critérios: Hiperglicemia (>250 mg/dL). Cetonemia elevada (>1,5 mmol/L) ou cetonúria (> ou igual 3+/4+). Acidose metabólica (pH < 7,30) com ânion gap elevado: ANION GAP: (Na – (Cl + HCo3). Elevado = > 12. *No paciente diabético em acidose, o bicarbonato diminui e o ânion gap se eleva. **No caso da CAD → deficiência completa de insulina (DM1). FATORES DE RISCO: Mal controle. Episódio prévio. Adolescentes mulheres. Doenças psiquiátricas. Baixas condições socioeconômicas. Manuseio inapropriado de bombas de infusão de insulina. FATORES PRECIPITANTES: Estresse agudo!! Doença aguda/infecções (ITU). Omissão ou uso inadequado de insulina. Diabetes tipo 1 de início recente Distúrbios endócrinos. Medicações (glicocorticoides, fenitoína, β-bloqueador, cortalidona, diazóxido, inibidores de protease, etc.). Consumo excessivo de álcool. Uso de drogas ilícitas. Desidratação. Ingestão excessiva de açúcar. SINAIS E SINTOMAS: Taquicardia. Respiração de Kussmaul. *Paciente possui acidose metabólica. Desidratação (que ocorre em horas) + Glicosúria e poliúria. Taquicardia. Hálito cetônico Hipercetonemia: Cetonas são voláteis. *Crítico no diagnósico. Dor abdominal: Pode similar um abdome agudo. *Desaparece espontaneamente com o tratamento do diabetes. Hipotensão ou choque. Hiper ou hipotermia. Distúrbio sensório. Coma diabético. HISTÓRIA NATURAL: Início agudo (se instala em horas). Poliúria, polidipsia, fraqueza acentuada, náuseas e vômitos. 31 Débora Oléa Braga - TXXII FISIOPATOLOGIA: Insulinepenia absoluta (DM 1) ou relativa (DM 2): Sem insulina = Catabolismo. + Fator precipitante do Diabetes = Estresse agudo. Com o estresse agudo nós temos uma resposta do organismo com hormônios hiperglicemiantes: ↑ Cortisol, GH, Catecolaminas, Glucagon. Esses hormônios hiperglicemiantes auxiliam no aumento do catabolismo. No tecido adiposo há liberação da lipólise: - Quando comemos, liberamos insulina Tecido adiposo faz anabolismo = Síntese e armazenamento de Triglicérides. - Quando estamos em jejum = ↓ Insulina = Adiposo faz lipólise para ter um aumento de glicemia = Liberação de Glicerol e AG na circulação. O Glicerol auxilia na gliconeogênese hepática = Piora a hiperglicemia. Tecido muscular: Liberação de aminoácidos que auxilia na gliconeogênese hepática = Piora a hiperglicemia. Fígado: Regulado pela Insulina e Glucagon. Fígado: ↓ Insulina e ↑ Glucagon = Aumento da gliconeogênese. Ausência da insulina + ↑ hormônios hiperglicemiantes: AUMENTA A GLICONEOGÊNESE (Fígado joga mais glicose na circulação) Paciente já está hiperglicêmico e com isso possui uma piora da hiperglicemia. O Glucagon estimula a CETOGÊNESE: Formação de corpos cetônicos para a circulação. Quando os corpos cetônicos sobem muito ocorre uma acidose. Hiperglicemia Glicosúria Diurese osmótica Desidratação = Perda da função renal (↓ volemia e ↓ TFG) = Potencializa a cetoacidose. A perda da função renal piora a hiperglicemia pois a ↓ TFG = ↓ Glicose é reabsorvida. ESTADO HIPERGLICÊMICO HIPEROSMOLAR (EHH): Hiperosmolaridade (>320 mOsm/L). Hiperglicemia (>600 mg/dL) Cetose e acidose discreta ou ausentes. - Fisiopatologia é pouco esclarecida. No caso de EHH → Quase exclusiva do DM 2. A mortalidade é maior do que na CAD. FATORES PRECIPITANTES: Estresse agudo (AVC, IAM, trauma). Consumo excessivo de álcool. Pancreatite. Distúrbios endócrinos. Medicações (glicocorticoides). 32 Débora Oléa Braga - TXXII HISTÓRIA NATURAL: - Início insidioso. - Paciente idoso (DM2), desidratado (que se arrasta por dias). - Alteração do nível de consciência (coma). FISIOPATOLOGIA: - Paciente possui insulina, mas a células beta secreta menos (não há euglicemia). - Ocorreu um fator estressor agudo. A pouca insulina circulante é capaz de suprimir o adipócito: Não entra em lipólise. Inibindo a lipólise, a cascata da cetogênese não ocorre Cetogênese mínima ou ausente. Ocorre proteólise com liberação de AA Neoglicogênese piora a hiperglicemia. Hiperglicemia Diurese osmótica Desidratação. *Mais acentuado que a cetoacidose poie são dias de evolução 33 Débora Oléa Braga - TXXII Muitos descobrem o diabetes no momento do EHH. Idoso possui mais sintomas neurológicos. EHH: Hiperglicemias muito mais elevadas. TRATAMENTO (MESMO PARA CAD E EHH): A cetoacidose diabética em casos não complicados pode ser tratado com hidratação e insulina ultrarrápida subcutânea. Hidratação inicial (tanto CAD quanto EHH) = Reposição de fluidos por via endovenosa. HIPOTENSÃO LEVE: Se sódio normal ou hipernatremia = sódio diluído (SF: 0,45%). Sódio baixo = continua SF: 0,9%. *Se não saber o sódio fazemos a 0,9%. Avaliação do Potássio: Se estiver baixo (< 3,3) = Não podemos começar insulina, primeiro repõe potássio. *Arritmia cardíaca e parada cardiorrespiratória. Se o potássio estiver normal = Iniciamos insulina e começamos uma solução de manutenção. Se potássio elevado = Insulina sozinha. 34 Débora Oléa Braga - TXXII Insulina EV regular 0,1 U/kg/h. - Age muito rápido com a captação e glicose, o potássio aumenta junto. - Conforme o peso há uma dose. A cada hora tem que diminuir 50-70 mg/dL. Caso não diminua → Duplicar a dose, até que a redução seja de 50-70. Quando a insulina chegar a 250 mg/Dl: Aplica insulina e infunde glicose em monitoramento. No caso de DM 1 quando o paciente melhorou a gasometria suspendemos a hidratação, infusão de glicose e insulina EV e iniciamos a insulina subcutânea. BICARBONATO: Acidose muito grave (pH < 7) = Risco muito grande a vida do paciente Nesses casos infundimos bicarbonato. Antibioticoterapia: Somente se o fator desencadeante for uma infecção. COMPLICAÇÕES CRÔNICAS: RETINOPATIA DIABÉTICA: Terceira causa de cegueira no Brasil. Risco aumentado DAC, IC, AVC, doença renal diabética, amputações e morte. Principais fatores de risco a duração do diabetes e o controle glicêmico. *Microvasculatura da retina mostra como está a vasculatura do corpo inteiro. *Mostra que as alterações são sistêmicas. Doença silenciosa. CLASSIFICAÇÃO: 1. Não proliferativa: . Estágio evolutivos da doença. Leve → Microaneurismas (pequenas dilatações e anormalidades dos vasos). Moderada → Microhemorragias e exsudato algodonoso (área isquêmica da retina). Grave → Áreas isquêmicas maiores, áreas de anormalidades vasculares e ensalsichamento venoso. 2. Proliferativa: - Formação de neovascularizações Mecanismo para tentar resolver a isquemia. - Se romper o paciente pode ficar cego. 35 Débora Oléa Braga - TXXII Edema macular clinicamente significativo Alteração que pode ocorrer concomitante ou não a retinopatia. Patogênese: Está envolvida com a hiperglicemia crônica. DOENÇA RENAL DIABÉTICA: Principal causa de DRC dialítica. Principal causa de diálise. Risco de doença cardiovascular e mortalidade. Patogênese: Hiperglicemia. Hiperfiltração e hipertrofia glomerular. RASTREIO: . Ir 1x ao ano no oftalmologista. . Anual: Creatinina e albuminúria. Creatinina (estimarTFG → Se estiver < 60 já é considerado nefropatia diabética). Razão albumina/creatinina. Se na urina estiver normal = Pedimos albuminúria (mais sensível). Se na urina 1 estiver com proteína = Já há muita proteína. Albuminúria 24 h: Melhor (urina isolada 24h). Não é bom pedimos para diabéticos hiperglicêmicos = Hiperfiltração Interfere. Devemos controlar primeiro a glicemia para fazermos albuminúria. . Contraindicado nos casos de infecção de urina. . Não fazer atividade física extenuante para colher (lesão muscular = ↑ proteína). Albuminúria +: Repetimos o exame. Se na 2ª vez estiver positiva = Doença renal diabética. Se a 2ª vez estiver negativa = Falso positivo. Albuminúria - : Repete o rastreamento depois de 1 ano. Existem pacientes que a creatinina (TFG) já está alterada e a albuminúria não por isso pedimos as 2. TRATAMENTO DA NEFROPATIA DIABÉTICA IECA ou BRA: Protege o rim e diminui a albuminúria. Lesão renal = índice albumina/creatinina ≥ 30 mg/dia. Albuminúria → normal, elevada ou muito elevada (acima de 30 mg/dia). 36 Débora Oléa Braga - TXXII Cálculo da taxa de filtração glomerular: - Utilizamos o CKD-EPI. . TFG < 60 = Doença renal diabética estágios 3A, 3B, 4 ou 5. . TFG > 60: Doença renal diabética somente se tiver albuminúria. TFG < 30 ou albumina total > 300: Encaminhamos para o nefrologista. NEUROPATIA DIABÉTICA: Diagnóstico de exclusão. *Não há nenhum exame confirmatório. MANIFESTAÇÕES: - Perda da sensibilidade. - Alteração na sensibilidade vibratória. - Dor crônica = Dor neuropática. PATOGÊNESE: Hiperglicemia mata o neurônio. É uma doença de exclusão. 2 mecanismos se somam: Teorias metabólicas: Via do poliol. Glicação não-enzimática. Estresse oxidativo. Alterações em neutrofinas. Ativação da PKC. Patogênese vascular: Microangiopatiga pode levar a perda neuronal. Anormalidades hemorreológicas. Alterações estruturais. CLASSIFICAÇÃO DE THOMAS: Polineuropatia simétricas generalizadas: - Forma mais comum: Sensitiva aguda : Em botas (ou em botas e luvas) nas pernas ou nos braços. Sensitiva motora periférica. Autonômicas: Alterações periféricas (Mãos e pés ressecados), cardiovasculares, digestiva e genitourinária (disfunção erétil no homem; disparesia na mulher; ITU). Dor em queimação, piora a noite, bilateral. Neuropatias focais e multifocais: Nervos cranianos. Nervos dos membros (túnel do carpo): Perda de força na mão. Truncal/tóraco-abdominal. Amiotrofia (atrofia do músculo da coxa): Neuropatia motora proximal. *Perde a capacidade de deambular. Polineuropatia desmielinizante inflamatória. 37 Débora Oléa Braga - TXXII PÉ DIABÉTICO: Aterosclerose Pé isquêmico. Complicação mais devastadora. Pode evoluir para úlceras e amputações. Diagnóstico clínico através das queixas do paciente e alguns exames (monofilamento, teste do diapasão, sensibilidade dolorosa, térmica e aquileu). FISIOPATOLOGIA Fatores externos (calçados inadequados): Previne ulceração. Junção de neuropatia + Alteração vascular. 38 Débora Oléa Braga - TXXII THR (hipotálamo) Adenohipófise TSH T3 e T4 (efeitos metabólicos sistêmicos). Feedback negativo: Poucos aumentos de T3 e T4 Muito sensível ao TSH (aumenta). HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO: - Tireoide não funciona direito: Não há produção de T3 e T4. - Aumento do TSH. HIPERTIROIDISMO PRIMÁRIO: - T3 e T4 alto. - TSH baixo. - Deonça de Graves. Testes tireoidianos são essenciais para diagnóstico, pois a maioria dos pacientes tem sinais e sintomas sutis ou ausentes. Qual o melhor exame de triagem para disfunções tireoidianas? A dosagem do TSH é o mais útil na avaliação inicial da função tireoidiana. Possui respostas a baixas mudanças de T3 e T4. Não há diferenças entre ensaios de segunda e terceira geração em relação a especificidade e sensibilidade: Diagnóstico de hipo e hipertireoidismo. Os ensaios de 3ª geração são mais rápidos para fazer o diagnóstico. Evita-se ensaios de primeira geração: Só diagnostica hipotireoidismo. Qual valores são considerados normais para TSH? Faixa de normalidade sérico de TSH vai de 0,4 a 4,5 no adulto. O TSH tem secreção pulsátil (maiores pulsos entre 22h e 4h da madrugada) Mudança em relação ao ritmo circadiano. Nível médio de 1,3-1,4 mUI/L com limites inferiores de 0,3-0,5 e superiores de 3,9- 5,5. Recomenda-se acompanhamento em assintomáticos com TSH entre 3,0-4,5 mUI/L, especialmente com autoanticorpos positivos. Avaliar cuidadosamente pacientes com níveis entre 4,5-10 mU/L e que mantêm níveis séricos de T4 livre (T4L) normais (hipotireoidismo subclínico) e acompanhá-los, observando a evolução dos níveis hormonais. Em qual situação deve ser realizada a dosagem do TSH? Deve ser dosado como triagem em pacientes ≥ 35 anos a cada 5 anos: - Gestantes (pode afetar o desenvolvimento neuropsicomotor e sobrevida do feto). - Pacientes com fatores de risco para disfunção tireoidiana (doenças autoimunes, uso de medicações, apneia do sono, depressão, demência etc.). 39 Débora Oléa Braga - TXXII - Adultos. - Crianças (baixa estatura e/ou baixa velocidade de crescimento, distúrbios da evolução puberal, suspeita de déficit de atenção) Liberação de TSH é idade dependente. Diagnóstico para vermos o hipotireoidismo subclínico: No caso de TSH elevado → Colher 2ª amostra confirmatória antes do tratamento + Dosagem de T4 livre. A concentração de TSH reflete adequadamente a reposição de T4 em pacientes com hipotireoidismo 1ª. Quais são as situações especiais que devem ser avaliadas na dosagem do TSH? Hipotireoidismo ou hipertireoidismo crônico e grave: - TSH pode permanecer alterado mesmo na vigência de T3 e T4 normais Pode demorar de 2 meses a 1 ano para indicar adequadamente o estado tireoidiano em função da prévia hipertrofia ou supressão dos tirotrofos. - O TSH pode não indicar corretamente o estado tireoidiano. - Utilizamos T4L (T4 livre). Hipotireoidismo sem adesão ao tratamento e com uso intermitente de T4: Podemos encontrar valores discordantes de T4L → TSH pode estar elevado. O T3 e T4 devem ser usados para o monitoramento. Em suspeita de doença hipofisária ou hipotalâmica: Reposição com tiroxina controlada pelas medidas de T4L, e não do TSH. TSH não é um teste confirmatório em hipotireoidismo central. Anormalidades do TSH sérico que não correspondem a disfunção tireoidiana: Elevação do TSH: - Recuperação após hipotireoxinemia decorrente de doença não tireoidiana. - Medicações: Lítio e Amioradana. - Presença de anticorpos heterofilos no soro de pacientes. Dosagem do T3 e T4 → avaliação complementar de pacientes com TSH abaixo de 0,1 mUI/L. Supressão do TSH pode estar presente em: - Recuperação de hipertireoidismo, - Doença não tireoidiana. -1º trimestre de gestação. - Medicações como: Dopamina e glicocorticoides. Pacientes criticamente doentes (com 1 ou + comorbidades): - Estresse + Uso de diversas drogas pode aumentar ou diminuir o TSH. - História clínica é soberana. - Não utilizamos somente o TSH para dar o diagnóstico. - Avaliação dos testes de função tireoidiana não deve ser feita de rotina em pacientes criticamente enfermos, exceto quando forte suspeita de disfunção tireoidiana. 40 Débora Oléa Braga - TXXII Exemplo: História prévia de disfunção tireoidiana, bócio, oftalmopatia ou bradicardia inexplicada. A história clínica auxilia no diagnóstico diferencial entre as alterações nos testes defunção tireoidiana decorrente de doenças sistêmicas e doenças tireoidiana COMO AVALIAR IODOTIRONINAS (T3 E T4)? Tiroxina (T4) é o principal hormônio secretado pela tireoide. Cerca de 80% de T3 é derivado da conversão de T4 nos diversos tecidos periféricos, como o fígado (enzima deiodinase). T4 através da enzima 5 monodeiodinação produz T3. A maior parte dos hormônios tireoidianos circulam na corrente sanguínea ligado a proteínas plasmáticas. - 0,02% circulam livres e o restante ligados às proteínas plasmáticas. Principal fornecedor de T3 é o fígado. T4L: Em conjunto com o TSH, é recomendado para avaliação de rotina diagnóstica da função tireoidiana e no seguimento do tratamento do hipertireoidismo, podendo ou não ser utilizada no seguimento do hiporireoidismo. T3 só cai quando o quadro de hipotireoidismo é muito grave. Isso ocorre porque os órgãos periféricos usam o T4 em maior quantidade para tentar manter os níveis de T3 normais, com isso, se você dosa T3 ele pode eventualmente estar normal, então não se usa a dosagem de T3 para isso. Hormônio livre = biologicamente ativo. Alteração nas proteínas = alteram concentrações séricas dos hormônios, independente do estado tireoidiano. TSH e T4L → rotina de avaliação e seguimento do tratamento de hiper e hipo. T4L não depende de proteínas. T3 + T4L → avaliação de hipertireoidismo de apresentações complexas e incomuns. QUAIS SÃO AS SITUAÇÕES ESPECIAIS QUE DEVEM SER CONSIDERADAS NA DOSAGEM DAS IODOTIRONINAS? Desnutrição, inanição e o jejum → reduzem T3L e T (total). Superalimentação → Aumentam T3L e R. Condições que alterem a proteína ligadora de tiroxina → Podem alterar níveis séricos de T4 e T3. Amiodarona Diminuição do T3 e aumento do T4. Medicamentos como salicitafos, fenitoína, carbamazepina e furosemina Aumento de T3 e T4. Anamnese deve ser muito completa, pois há muitos fatores que podem alterar. COMO INTERPRETAR TESTES DE FUNÇÃO TIREOIDIANA NA GESTAÇÃO? Função tireoidiana muda de acordo com os semestres. 41 Débora Oléa Braga - TXXII 1º Trimestre gestacional: Diminuição dos níveis de TSH devido a atividade do hCG. Hipotireoidismo materno pode levar a efeitos adversos no desenvolvimento psicomotor fetal. A triagem para função tireoidiana deve ser realizada na Pré-gestação ou no 1º trimestre → Dosagem de TSH (TSH > 2,5 mUI/L). T3 e T4 totais estão elevados pelo aumento da proteína ligadora de tiroxina. T4L pode aumentar no 1º trimestre e diminuir no 3º. COMO INTERPRETAR TESTE DE FUNÇÃO TIREOIDIANA EM PACIENTES CRITICAMENTE DOENTES? Não deve ser feito rotineiramente nesses pacientes, somente em casos de fortes suspeitas de doença tireoidiana. Distinguir doenças tireoidianas reais (TSH e T4 concordantes) das anormalidades transitórias das doenças não tireoidianas (TSH e T4 discordantes) → THS e T4 (total ou livre). Altos níveis de T3 → hipertireoidismo em pacientes hospitalizados. QUAL A IMPORTÂNCIA DOS ANTICORPOS ANTITIREOIDIANOS? EM QUAIS SITUAÇÕES PESQUISAR ANTITIREOPEROXIDASE E ANTITIREOGLOBULINA? Os três principais antígenos tireoidianos envolvidos na patogênese das doenças autoimunes da tireoide (DAT) são: - Tiroglobulina (Tg). - Tireoperoxidase (TPO). - Receptor de TSH (TSH-R). Dosagem de TgAb e TPOAb → natureza imune da disfunção, associada a dosagens do TSH e T4L. TPOAb é o mais sensível para detectar DAT. A dosagem de TgAb e TPOAb pode ser feita: a) na suspeita de DAT, b) para pacientes de risco para disfunção tireoidiana; c) para pacientes em uso de interferon, lítio, amiodarona; d) para pacientes com histórico de infertilidade ou falência em terapias de fertilização assistida. Durante curso de tratamento de hipotireoidismo → não monitoriza os níveis de anticorpos. EM QUAIS SITUAÇÕES PESQUISAR ANTICORPO ANTIRRECEPTOR DE TSH? TRAb → diagnóstico da doença de Graves. ❖ Pode ajudar no diagnóstico do hipertireoidismo. ❖ Marcador de gravidade e decisão de tratamento; ❖ TRAb em níveis normais → maior chance de remissão; 42 Débora Oléa Braga - TXXII Embriologia: • Se origina na base da língua, no endoderma no forame cego; • Migra para região cervical; INTRODUÇÃO Embriologia ◦ Tireoide se origina no endoderma no forame cego. ◦ Tireoide migra no sentido descendente para a região cervical. Anatomia: Localizada próxima a fúrcula. 2 lobos ligados pelo ístimo. *Lobo piramidal muitas vezes podem ser palpados Resquício da descida da Tireoide. Lobo piramidal pode estar presente → resquícios da descida embriológica. Lobo piramidal localizado no ducto tireoglosso. ◦ Pesa em torno de 15 a 20g. ◦ Possui 04cm de comprimento, 02 cm de largura e 1,5cm de profundidade. Histologia: • Células foliculares → Formam coidoide, um reservatório de iodo e hormônios tireoidianos. • Coloide → estoque de hormônio. • Células parafoloculares (células C) → Secretam a calcitonina → podem dar tumor (medular). FISIOLOGIA: Célula folicular: 2 membranas: Apical (voltada para o coloide) e basal. Na basal → Expressão de NIS (Transportador de sódio e iodeto) Permite entrada do iodeto. Iodeto é reduzido a iodo pela ação da TPO. Na apical → tireoperoxidase → importante para catalisar a iodação da tireoglobulina e oxidar o iodo → que chegarão ao coloide e lá vão sofrer iodação e acoplamento para formar os hormônios tireoidianos. - Tireoglobulina: Incorpora o iodo e for o MIT e DIT. Primeiramente, ocorre a formação de monoiodotirosina (MIT) e de di-iodotirosina (DIT). Posteriormente, MIT e DIT se acoplam para formar tri-iodotironina (T3) e duas moléculas DIT se acoplam para formar tetra-iodotironina, também chamada de tiroxina (T4). - T3 e T4 são secretados *80% da secreção é em T4. O hormônio ativo é T3 → que tem ação nuclear/DNA. O T4 vai ser convertido pela deiodinase 2 em T3, uma parte desse T3 vai ser usado e outra parte volta para circulação. A deiodinase 3 inativa T4 (em T3 reverso), e a deiodinase 1 pode se modular para ou ativar ou inativar T4 (em T3 reverso). 43 Débora Oléa Braga - TXXII SÍNTESE DO HORMÔNIO TIREOIDIANO: Tirosina sofre um processo de incorporação do iodo através da TPO Forma MIT e DIT. A partir do DIT e MIT ocorre a formação de T3 e T4. AÇÕES DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: T3 é o hormônio biologicamente ativo. - T4 é convertido em T3 nos tecidos periféricos. - T3 vai para o núcleo da célula e induz uma série de respostas. Tecidos periféricos, mas principalmente o FÍGADO, converte o T4 em T3. A ligação de T3 no DNA: Alterações no metabolismo, alterações cardiovasculares, alterações no SNC em formação (cretinismo, irreversível) e alterações SNC nos adultos (reversível). - Um excesso de hormônios tireoidianos pode levar a arritmias cardíacas. - Falta pode levar a uma insuficiência cardíaca. METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: Enzima Deiodinase Transforma T4 em T3: Retira um iodo da molécula = Inativação do hormônio tireoidiano.*D1 e D3. Desiodinase tipo 1: fígado, rim e tireoide. Desiodinase tipo 2: cérebro, hipófise, tecido adiposo marrom, tireoide, placenta, musculo esquelético e cardíaco. Desiodinase tipo 3: cérebro, placenta e pele. FISIOLOGIA TRH - Hormônio liberador da tirotropina. TSH - Hormônio tireoestimulante (tirotropina). T4 – Tetraiodotironina. 44 Débora Oléa Braga - TXXII T3 – Triiodotironina. Eutireoidismo → Normal → Equilíbrio entre T3/T4 e TSH. Hipotireoidismo primário (disfunção tiroidiana) → T3/T4 reduzidos e TSH elevado na tentativa de compensa. Queda dos hormônios tireoidianos: Não háfeedback negativo hipotalâmico e TSH aumenta. Hipertireoidismo primário (hiperfuncionante) → T3/T4 elevados e TSH supresso/baixo. RELAÇÃO LOG-LINEAR ENTRE O TSH E OS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: TSH → Escala de log (aumenta de 10 em 10x). Hormônios tireoidianos → Escala linear (aumenta de 1 em 1). O TSH sempre vai determinar a alteração tireoidiana primeiro, isso ocorre porque o TSH está em uma escala de 10, isto é, por menor que seja a alteração de T4 o TSH já pode estar MUITO alterado. - Pequenas alterações nos hormônios tireoidianos levam a grande alterações do TSH Por esse motivo o TSH é o grande método para diagnosticar disfunções tireoidianas. DISFUNÇÃO TIREOIDIANA: Hipotireoidismo primário subclínico: - T3 e T4 normais e TSH já se alterou. - Pode haver alguns sintomas iniciais. - Perda continua na produção do T4 Fica abaixo dos valores de normalidade TSH muito alto. - TSH > 20 = HIPOTIREOIDISMO DECALARADO. - T3 vai caindo após a queda de T4 Só vem alterado com um hipotireoidismo crônico ou grave (coma mixedematoso) O T3 não dá o diagnóstico de hipotireoidismo Vem sempre normal; demora muito para se alterar. O QUE É, ENTÃO, O TSH NORMAL? O conceito de normal é aquele que predomina na população saudável. TSH: 0,4 - 4,5 mUI/L. Exame de tireoide: Preferencialmente pedir de manhã devido ao ritmo circadiano. TSH altera com a faixa etária Por isso olhar de acordo com o laboratório a faixa de referência para a idade. Se o TSH altera, repetimos o exame Repetir TSH e pedir T4L. QUANDO O TSH VEM ALTERADO A CONDUTA É: . Repetir entre 2-12 semanas (depende da anamnese e exame físico do paciente) deve-se repetir TSH e dosar T4 livre. 45 Débora Oléa Braga - TXXII . Em casos de hipertireoidismo ou tireotoxicose → Dosar T3 (depende da sua suspeita). 1. Quando o TSH vem normal: - Eutireoidismo. 2. Hipotireoidismo central (< 1%), pois o TSH deixa de ser um exame fidedigno. - Dosamos o T4L. - T4L baixo + TSH < 20 = Hipotireoidismo central. *TSH baixo → Hipófise hipofuncionante. OBS: O TSH pode vir normal, discretamente aumentado ou reduzido Secreção de proteínas anômalas que não são TSH – mimetizam. Nesses casos quando o TSH está discretamente elevado será em torno de 6-12; nunca maior que 20. AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: Capacidade de ligação: Vários lugares que o hormônio tireoidiano se liga. São os lugares que podem ser ocupados pela TBG. A albumina tem a maior capacidade de ligação. Em relação à afinidade de ligação → os hormônios preferem o fusca (TBG). Afinidade: O quanto que a proteína atrai o hormônio tireoidiano. O quanto o hormônio tireoidiano se liga com a proteína. 1º: TBG. 2º: Albumina. ARMADILHAS NA AVALIAÇÃO LABORATORIAL: Alterações nas proteínas podem alterar a quantidade de hormônio circulante, não mexendo na fração livre (fração total pode vir alterada, mas a livre vem normal). - Fração livre estimula hormonalmente. Fatores que influenciam os níveis séricos das proteínas de ligação dos hormônios tireoidianos: Aumento de TBG T3 e T4 estão sempre altos. - Congênito. - Gravidez. - Estrogenioterapia: Uso de pílulas anticoncepcionais. - Hepatite infecciosa aguda. Redução da TBG T3 e T4 baixo; T3L e T4L normais. - Congênito. - Drogas: Androgênios, glicocorticoides, L- asparaginase. - Cirrose. - Desnutrição proteica. - Síndrome nefrótica. 46 Débora Oléa Braga - TXXII Aumento da transtirretina: Aumenta a fração total de hormônio tireoidiano, sem disfunção. - Congênita. - Glucagonoma. - Carcinoma de ilhotas pancreáticas. Drogas que afetam a afinidade de ligação à TBG: - Liga mais ou menos ao hormônio tireoidiano. Causas congênitas: - Hipertiroxinemia disalbuminêmica familiar. - Hipertriiodotironinemia disalbuminêmica. Hipertiroxinemia disalbuminêmica familiar: . Raro. . Aumento do T4 total + Mutação da albumina + Predisposição genética (herança autossômica). . Albumina liga mais a tiroxina Mudou a afinidade da Albumina. Indivíduo com um T4T elevado, com clínica normal e com história familiar. Hipertriiodotironinemia disalbuminêmica: Elevação do T3 total + Mutação da albumina + Predisposição genética. . Aumento isolado do T3T, sem sinais clínicos e histórico familiar. OUTRAS CAUSAS: Doenças não tireoidianas: - Pacientes com doença grave, estado crítico (hipotireoidismo central transitório). . Síndrome do eutireoidiano doente. Interferências laboratoriais: Presença de autoanticorpos: Autoanticorpos anti- T3 ou anti-T. - Anticorpos heterofílicos (anticorpo da amostra – da pessoa – reage com o do camundongo). *Problema do laboratório. Drogas: Biotina interfere na função tireoidiana. Gestação: Ação da hCG. Aumento da TGB. Doenças psiquiátricas agudas: - Esquizofrenia. - Psicose afetiva. - Abuso de anfetaminas. *Consequência da doença psiquiátrica. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ: Durante a gravidez ocorre um aumento dos níveis de estrógeno (Hiperestrogenismo materno) Aumenta o TBG Aumenta a fração T4/T3 totais. É esperado em gestantes um aumento de T4 total (2º e 3º trimestre é mais alto). Produção do hCG placentário: No início da gravidez quem mantem os hormônios é o corpo lúteo. Quando a placenta amadurece o hCG mantem os hormônios. 47 Débora Oléa Braga - TXXII O hCG é formado por duas subunidades: Alfa e beta. O TSH também possui uma subunidade alfa e uma beta. A subunidade alfa é comum entre eles. A subunidade beta mostra especificidade do hormônio. Com isso o hCG pode ligar no receptor de TSH da Tireoide devido a estrutura ser semelhante. Como o hCG é muito alto no início da gestação ele começa a se ligar nos receptores de TSH e induzir um aumento de T4 livre → Gerando um feedback negativo → TSH diminui. OBS: A gestante pode ter um discreto bócio na gravidez = Alteração fisiológica. 1º trimestre: TSH < 2,5. 2º e 3º trimestre: TSH < 3,0. Exemplo: Caso uma gestante no 1º tri com um TSH de 4,5 ela tem hipotireoidismo. SÍNDROME DO EUTIREOIDIANO DOENTE: Alteração dos hormônios tireoidianos durante um PROCESSO PATOLÓGICO AGUDO. Durante a doença → Ocorre uma alteração dos hormônios tireoidianos de acordo com a GRAVIDADE da doença (leve, moderada ou grave). Exemplo: Leve (IVAS); Moderada (Pneumonia); Grave (Internação). Quando entramos em um processo patológico, a tireoide, devido a resposta inflamatória do estresse, ↓ a produção de T4, T4L e T3: Diante de um quadro inflamatório de estresse agudo a Tireoide ↓os hormônios tireoidianos. Os tecidos periféricos também mudam a expressão da deiodinase 1 → aumentando conversão em T3 reverso, aumenta a inativação do hormônio tireoidiano → reduzindo os níveis dos hormônios tireoidianos. *Quando + grave a doença maior a queda de hormônios tireoidianos. O TSH permanece normal A hipófise fica em um estado de hipopituitarismo durante a doença. Paciente com a doença grave → Morre ou recupera → Na recuperação, a tireoide volta a produção dos hormônios tireoidianos e volta a expressão normal da deiodinase 1 (redução de T3 reverso) = ↑ TL4, T4 e T3. Além disso, a hipófise começa a sair do estado de hipopituitarismo. 48 Débora Oléa Braga - TXXII Nódulos tireoidianos são muito frequentes. Trata-se de uma apresentação de várias doenças da glândula. A maioria dos nódulos são benignos. Porém, é necessário excluir malignidade pois 95% dos casos corresponde a um carcinoma bem diferenciado. ABORDAGEM DO PACIENTE COM NÓDULO TIREOIDIANO Nódulos grandes ou suspeitos no US: Deverão ser submetidos à PAAF, independente da
Compartilhar