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DESAFIOS PARA CONSOLIDAR O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL DESAFIOS PARA CONSOLIDAR O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL • DESAFIO: dificuldades, empecilhos • CONSOLIDAR : solidificar, estabelecer, fortalecer, • PROCESSO: ação continuada, seguimento, decurso, método, sistema, maneira de agir ou conjunto de medidas tomadas para atingir algum objetivo. • ALFABETIZAÇÃO: definição da UNESCO mostra como ela imprescindível. Segundo a Organização, a alfabetização é um processo de aquisição de habilidades cognitivas básicas responsáveis por contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da capacidade de conscientização social e da reflexão crítica como base de mudança pessoal e social. • Alfabetização: uma habilidade de aquisição cognitiva básica • Quando nos referimos à alfabetização, consideramo-la como a habilidade de aquisição cognitiva básica; e estamos falando, portanto, da habilidade de leitura e escrita. Ainda, de acordo com a UNESCO existem ao todo quatro eixos de compreensão do que é alfabetização: 1) Ela é resultado de um processo de aquisição de habilidades específicas. 2) É aplicada, praticada e situada de acordo com o contexto. 3) É composta por um processo de aprendizagem e aquisição de habilidades básicas. Ela precisa ter início, meio e fim, pois servirá de base para o aprendizado da criança. Primeiro é preciso aprender a ler, para depois ler para escrever. 4) Ela compreende o domínio do texto, compreensão. DESAFIOS PARA CONSOLIDAR O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL 1- Crianças : – Entre 2 e 3 anos de idade – os pequenos são estimulados com cores, sons, letras e outros itens de forma lúdica. – Entre 6 e 7 anos – a partir dessa fase, os alunos já estão prontos e preparados para ser alfabetizados, tendo como resultado o estímulo recebido lá trás. 2- Jovens e adultos: modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) 3- alfabetização e letramento indígena 4- Alfabetização Quilombola 5- Alfabetização – minorias Tipos de analfabetismo • O analfabetismo absoluto ou total: o indivíduo recebeu pouca ou nenhuma orientação para ler e escrever.A maioria não consegue nem mesmo assinar o próprio nome; O iletrismo: não há compreensão do que lê. Geralmente ligado a um ensino com defasagem na escola. No Brasil, a falta de incentivo aos sistemas educacionais é um dos causadores do iletrismo; O analfabetismo funcional: o indivíduo consegue ler e escrever frases curtas, mas não compreende seu significado. Sabe decodificar os símbolos, mas não o que eles querem dizer. O analfabetismo tecnológico: o indivíduo não possui informações necessárias para operar computadores, celulares, aparelhos eletrônicos e outras ferramentas tecnológicas. 1. Formação específica e continuada de professores: . 2. Materiais pedagógicos 3. Apoio técnico e pedagógico 4. Aproximação entre família e escola 5. Educação inclusiva 6. Educação de jovens e adultos 7- visão limitada da alfabetização ( codificar e decodificar) 8- dificuldades de Caracterizar do Alunado quanto aos níveis de escrita Infantil - Atividades Diferenciadas 9- A Ludicidade no Processo de Alfabetização 10- Não valorizar os saberes natos das crianças (ponto de partida do processo de alfabetização.) 11- A Ludicidade no Processo de Alfabetização 12- Não valorizar os saberes natos das crianças (ponto de partida do processo de alfabetização.) 13- falta de oportunidade de não ter um contato, desde cedo, com bons livros, boas histórias, conviver com pessoas leitoras e escritoras, começa seu processo de letramento muito cedo e com mais qualidade 14 - especificidades da leitura e da escrita em ambientes digitais – multiletramento novos gêneros (como chats, tuítes, posts, e-zines etc.) e a textos multissemióticos e multimidiáticos, que consideram, além do escrito, imagens estáticas (fotos, pinturas, ilustrações, infográficos, desenho) ou em movimento (vídeos, filmes etc.) e som (áudios, música) – componentes que também atribuem significado à mensagem 15- carência de um ambiente alfabetizador ( espaço físico, método utilizado, espaço para as relações, diferentes formatos de textos, alfabetos, números, atividades lúdicas, cantinho da leitura, banco de palavras, mural dos alunos, educador motivado .......) Eixo Saúde 1- Doação de órgãos 2- humanização da saúde 3- desafios do SUS 4- DEPRESSÃO PÓS-PARTO 5- ALZHEIMER: CAUSAS, SINTOMAS, TRATAMENTO E PREVENÇÃO 6-Tabagismo 7-Alcoolismo 8-Suicídio 9-Depressão 10-Ansiedade 11-Estresse 12-Comportamentos saudáveis 13-Alimentação saudável 14-epidemias 15-Pandemia 16-Obesidade 17-expectativa de vida 18-Saúde e a qualidade de vida 19-HIV 20-Vacinação 21-Sedentarismo 22-Estética e Saúde 23-Envelhecimento da população (saúde do idoso) 24-O LEGADO DA VIOLÊNCIA URBANA PARA A SAÚDE DO BRASILEIRO 25-Drogas psicoativas 26-Cuidados paliativos 27-Aborto 28-Infecções sexualmente transmissíveis (IST) 29-Sexualidade 30-Acidentes de trabalho 31-EFEITOS DA GRAVIDEZ PRECOCE 32-OS AVANÇOS DA MEDICINA E SEU LEGADO PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA 33-Nutrição e envelhecimento 34-Violência obstétrica 35-Proteção à maternidade 36-Saúde e responsabilidade social 37-Saúde e comportamento 38-saúde da família 39-Dieta e emagrecimentos 40-Autoexame 41- Câncer de mama 42-Hábitos de consumo 43-Saúde bucal 44-Saúde do homem 45-Saúde da mulher 46-Saúde do adolescente 47-Saúde da criança 48-Nutrição e envelhecimento 49-Qualidade do sono 50- Robótica na medicina 51-Telemedicina 52-Doação de sangue 53- Automedicação 54-Saúde em um mercado competitivo 55-Mau desempenho escolar ou acadêmico- saúde 56-Desnutrição 57-Transgeracionalidade 58-Abuso sexual 59-Aleitamento materno 60-As Emoções e a Saúde Mental 61-Autoconhecimento e autocuidado 62-Dengue e saúde 63- Lixo e saúde 64- Meio ambiente e saúde 65- vacinação Eixo Saúde O Dia Mundial da Saúde que é comemorado em 7 de abril, foi criado pela OMS, em 1948. • • O Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo de assistência à saúde que implica numa nova formulação política e num desenho organizacional distinto dos serviços e das ações de saúde, com o objetivo de promoção, proteção e recuperação da saúde. Entretanto, ainda está em fase de implantação e construção. • O SUS é definido como ÚNICO porque segue os mesmos princípios em todo o território nacional; está sob a responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal. Três princípios norteiam o SUS: 1 - Universalidade: a saúde é concebida como direito de todo e qualquer cidadão e como um dever do Estado. 2 - Equidade: as diferenças individuais (econômicas e sociais) não podem apresentar impedimentos para o consumo de bens e serviços de saúde. • 3 - Integralidade: o homem deve ser visto como um ser integral, portanto as ações de saúde não podem ser compartimentalizadas, mas sim conjugadas de promoção, proteção e recuperação da saúde. Eixo Saúde Eixo Saúde Eixo Saúde • Byung-Chul Han é um filósofo sul- coreano que se dedicou a analisar as estruturas da sociedade do século XXI para entender como o modelo de produção da última fase do capitalismo tem interferido diretamente na vida psicológica das pessoas. Partindo da psicanálise, da filosofia existencialista e de análises sociológicas, Han tenta entender o vínculo entre os distúrbios psiquiátricos comuns em nossos tempos, como a síndrome de burnout, a depressão e o transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), com o ritmo de vida que a nossa sociedade cobra das pessoas. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fases-do-capitalismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/existencialismo-sartre.htm https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/sindrome-burnout.htm https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/depressao.htm https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/transtorno-deficit-atencao.htm Eixo Saúde • o capitalismo do século XXI aboliu as diferenças individuais. Todo mundo é capaz de fazer e agir. Todo mundo é capaz de mudar a sua realidade e a realidadea sua volta. Todo mundo é empreendedor de si e é capaz de fazer o que quer que seja, sendo, assim, artífice de si mesmo. • O problema é que as oportunidades não são iguais para todos no sistema capitalista neoliberal e nem todo mundo tem a mesma energia para fazer acontecer, de modo que sempre existirão excluídos. A ideologia da sociedade do cansaço, que faz crer que o único responsável pelo “sucesso” é o indivíduo, cria a necessidade de que as pessoas estejam sempre ativas, buscando modos de agir, de empreender, descansando cada vez menos e ficando cada vez mais fissuradas pela busca do sucesso. • O ritmo estressante e a busca implacável pelo empreendimento levam ao adoecimento psicológico. • Por isso, argumenta Han, são comuns em nossa sociedade a depressão e a síndrome de burnout, uma condição que afeta as pessoas que se submetem ao estresse constante e ao cansaço contínuo. • São sintomas recorrentes em que é acometido pela síndrome de burnout a insônia (ou o excesso de sono sem descanso) e o estresse contínuo, sintomas que também são recorrentes na depressão e na síndrome do pânico. • Desse modo, o indivíduo não possui mais amarras que o prendem fisicamente, mas um sistema em que ele perde a sua liberdade sem que perceba. https://brasilescola.uol.com.br/doencas/doencas-psicologicas.htm https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/insonia.htm https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/sindrome-panico.htm Eixo Saúde • Com argumentação semelhante à desenvolvida em Sociedade do Cansaço, Han faz notar a busca incessante pelo desempenho em nossa sociedade. • Somos criados para sermos os melhores em tudo, estabelecendo um ambiente competitivo que leva o indivíduo a querer sempre mais e a buscar sempre uma superação de si, algo que o leva ao estresse e ao adoecimento. • Uma característica marcante dessa nova sociedade é o foco na quantidade. Quanto mais um indivíduo consegue produzir, mais destaque ele consegue. Isso é o imperativo do faça você mesmo, regido pela lógica de que todos nós podemos fazer tudo. https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/estresse.htm • O exercício do direito à saúde está relacionado ao que Michael Foucault conceitua como biopoder. • Se, antes, o Estado tinha o poder de causar a morte pela guerra ou pela pena capital, a partir do século XVII o poder político assumiu a tarefa de gerir a vida por meio da disciplina dos corpos ou dos controles reguladores das populações. • Esses são os dois polos em torno dos quais se desenvolveu a organização do poder estatal sobre a vida: a disciplina dos corpos individuais e a regulação biopolítica das populações. Dessa forma, o nascimento da medicina social e a consequente preocupação do Estado pela Saúde Pública responderam a esse objetivo. A função do poder não é mais matar, mas investir na vida. • Para Foucault, a organização do biopoder foi necessária ao desenvolvimento do Capitalismo, porque era preciso, por um lado, inserir os corpos disciplinados dos trabalhadores no aparelho da produção e, por outro, regular e ajustar as pessoas aos processos econômicos. • A saúde, então, torna-se uma mercadoria: a proliferação de tecnologias médicas sempre mais sofisticadas cria e alimenta a utopia da saúde perfeita, que se transforma, aos poucos, em uma ideologia de consumo. • Portanto, o biopoder apresenta o direito à saúde simplesmente como o acesso e o consumo de tecnologias, esquecendo-se das garantias constitucionais que o definem como um direito individual e um dever do Estado. • Torna-se, então, imprescindível o investimento em políticas que garantam a integralidade do direito e não somente o desenvolvimento do consumo de mercadorias e tecnologias de saúde. • Considerando o conceito Biopolítica, abordado por Michel Foucault, as questões que envolvem a regulação de determinadas substâncias químicas estão diretamente vinculadas ao que o autor chama de disciplinarização da vida. • O surgimento de uma série de normas regulatórias funciona como um mecanismo de controle da sociedade. No entanto, Foucault relata que o poder soberano sempre defendeu o direito à vida apenas para as populações sob seu domínio. • Dessa forma, haveria um controle voltado apenas para grupos específicos. Nesse contexto, a epidemia tabagística, consequência de um capitalismo que pouco valoriza a vida, está diminuindo nos países desenvolvidos, com as ações educacionais e programas de controle, e, simultaneamente, expandindo-se nos países subdesenvolvidos. Tal análise reflete a complexidade que é lidar com os movimentos do capital que preserva a vida de uns em detrimento da vida de outros. • O curandeirismo é uma arte ou técnica na qual o praticante — o curandeiro ou curador — afirma ter o poder de curar, quer recorrendo a forças misteriosas de que pretensamente disporia, quer pela pretendida colaboração regular de deuses, espíritos de luz, de mortos, de animais, etc., que lhe serviriam ou ele dominaria. Nesse sentido, envolve todo um conjunto de "rezas" e práticas de sacerdotes/terapeutas, benzedores, xamãs, pajés, médiums, babalorixás, pais de santo, entre outros nomes como tais praticantes são designados a depender da região e cultura local. • Na história da medicina, desenvolveu-se paulatinamente uma série de práticas de controle e monopólio do saber médico e exercício da profissão. Há, portanto, a necessidade de reconhecimento do saber médico e da eficácia de terapêuticas a partir de estudos específicos, seja do âmbito da antropologia da saúde, avaliando o bem estar psicológico, espiritual e social, seja da clínica médica, havendo também o reconhecimento da prática como integrante de uma religião reconhecida como tal nos contexto histórico e geográfico onde se insere. • Tais processos, tanto podem ser compreendidos como uma forma de legitimação social, na medida em que não mais se constituem como um saber popular de amplo domínio das comunidades (ou de grupos específicos) e requerem uma iniciação/formação e prática/teórica — a medicina tradicional, até o saber reconhecido na comunidade científica do atual paradigma, que constitui a medicina cosmopolita pós-renascentista, alopatia para alguns, atualmente fundamentada na epidemiologia clínica e revisões sistemáticas da literatura denominadas por medicina baseada em evidências. • O período que se segue ao fim do Império Romano foi marcado pela forte presença da expansão e consolidação do cristianismo pela Europa. A medicina, como outros setores da vidas das pessoas, foi influenciada pelo Cristianismo. Segundo Faith Wallis, o Cristianismo ajudou a definir doença e cura, a partir da perspectiva de que a religião cristã é a cura, ou seja, a salvação das pessoas. Assim, o papel de curar era muito relacionado a representantes da fé cristã. • A Regra de São Bento, escrito pelo monge Bento de Núrsia (480-547), por exemplo, descreve a disciplina e organização numa comunidade monástica cristã, e dentre as funções dos monges, cuidar os doentes era uma delas. Neste livro, a cura efetuada no monastério era a de doenças espirituais, nas quais o tratamento incluía banhos, sauna e massagens que limpavam a corrupção dos humores, o que denota a influência da Medicina Grega Antiga, com o uso da teoria humoral de Hipócrates. A compreensão dos monastérios cristãos variava de acordo com as influências sofridas pelas ordens religiosas nas regiões geográficas e temporalidades em que se encontravam. • O livro Lorsch Leechbook, escrito em 795, na Abadia Beneditina de Lorsch, reforça que a cura verdadeira pode ser feita através de Deus, e que o médico deve prognosticar a condição da saúde das pessoas. Já o Leechbook de Bald, também conhecido como Medicinale Anglicum, escrito no século IX, possui tratamentos de doenças e algumas das enfermidades, atribuindo suas causas a elfos e goblins. Durante século X, algumas das vertentes cristãs acreditavam que o fim do milênio traria o apocalipse, e estes que acreditavam nisto foram denominados de milenaristas. Estes acontecimentos, então, somados à peste negrae doenças epidêmicas, eram doenças promovidas pelo Juízo Final. • A medicina, a partir do século XI, torna-se sinônimo de physica (em latim quer dizer estudo da natureza). Este período que foi marcado pela expansão do Império Árabe-Islâmico para Europa, os quais trazem alguns tratados médicos e filosóficos dos gregos, bizantinos e indianos, e também seus próprios tratados e comentários sobre os tratados gregos. O pioneiro que introduziu os escritos e traduções médicos árabes, na Europa, foi Constantino, o Africano (1020-1087), de acordo com Lidiane Alves de Souza. • A presença árabe influenciou a retomada do estudo da anatomia, e conectar conhecimentos sobre teoria humoral, astronômia e fisiologia. • A Escola de Salerno foi a primeira Universidade de Medicina, na Europa, que teve seu apogeu durante do século XI até o XIII, segundo Green. A cidade de Salerno era geograficamente próxima ao Mar Mediterrâneo, e sofreu várias conquistas neste período, e contava com comércio muito próximo entre judeus e árabes. • Em 1070, Constantino, o Africano foi a Salerno e iniciou o primeiro contato dos escritos traduzidos por ele, nos quais contribuiu para formação do repertório e estudos desenvolvidos na Escola de Salerno. Dentre os temas mais pesquisados na Escola de Salerno estão a medicina feminina, que foi explorado em vários livros médicos produzidos nesta Universidade. Estes assimilavam várias contribuições teóricas e práticas da medicina árabe, e da medicina antiga grega e latina, que foram testadas de forma empírica neste espaço. • Cientificismo é a tendência intelectual ou concepção filosófica de matriz positivista que afirma a superioridade da ciência sobre todas as outras formas de compreensão humana da realidade (religião, filosofia, metafísica, etc.), por ser a única capaz de apresentar benefícios práticos e alcançar autêntico rigor cognitivo. Assim, preconiza o uso do método científico, tal como é aplicado às ciências naturais, em todas as áreas do saber (filosofia, ciências humanas, artes etc.) • A Peste Negra (também conhecida como Grande Peste, Peste ou Praga) foi a pandemia mais devastadora registada na história humana, tendo resultado na morte de 75 a 200 milhões de pessoas na Eurásia, atingindo o pico na Europa entre os anos de 1347 e 1351. Acredita- se que a bactéria Yersinia pestis, que resulta em várias formas de peste (septicémica, pneumónica e, a mais comum, bubónica), tenha sido a causa. A Peste Negra foi o primeiro grande surto europeu de peste e a segunda pandemia da doença. A praga criou uma série de convulsões religiosas, sociais e económicas, com efeitos profundos no curso da história da Europa. • A Peste Negra provavelmente teve a sua origem na Ásia Central ou na Ásia Oriental, de onde viajou ao longo da Rota da Seda, atingindo a Crimeia em 1343. De lá, era provavelmente transportada por pulgas que viviam nos ratos que viajavam em navios mercantes genoveses, espalhando-se por toda a bacia do Mediterrâneo, atingindo o resto da Europa através da península italiana. Estima-se que a Peste Negra tenha matado entre 30% a 60% da população da Europa. No total, a peste pode ter reduzido a população mundial de 475 milhões para 350–375 milhões no século XIV. A população da Europa demorou cerca de 200 anos a recuperar o nível anterior e algumas regiões (como Florença) recuperaram apenas no século XIX. A peste retornou várias vezes como surtos até ao início do século XX. • A gripe espanhola, também conhecida como gripe de 1918, foi uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões, e possivelmente até 100 milhões, tornando-a uma das epidemias mais mortais da história da humanidade. A gripe espanhola foi a primeira de duas pandemias causadas pelo influenzavirus H1N1, sendo a segunda ocorrida em 2009. Para manter o ânimo, os censores da Primeira Guerra Mundial minimizaram os primeiros relatos de doenças e sua mortalidade na Alemanha, Reino Unido, França e Estados Unidos. Os artigos eram livres para relatar os efeitos da pandemia na Espanha, que se manteve neutra, como a grave enfermidade que acometeu o rei Afonso XIII. Tais artigos criaram a falsa impressão que a Espanha estava sendo especialmente atingida. Consequentemente, a pandemia se tornou conhecida como "gripe espanhola." • Os dados históricos e epidemiológicos são inadequados para identificar com segurança a origem geográfica da pandemia, com diferentes pontos de vista sobre sua origem. A maioria dos surtos de gripe mata desproporcionalmente os mais jovens e os mais velhos, com uma taxa de sobrevivência mais alta entre os dois, mas a pandemia de gripe espanhola resultou em uma taxa de mortalidade acima do esperado para adultos jovens. Os cientistas ofereceram várias explicações possíveis para esta alta taxa de mortalidade de 2 a 3%. Algumas análises mostraram que o vírus foi particularmente mortal por desencadear uma tempestade de citocinas, que destrói o sistema imunológico mais forte de adultos jovens. Por outro lado, uma análise de 2007 de revistas médicas do período da pandemia descobriu que a infecção viral não era mais agressiva que as estirpes anteriores de influenza. Em vez disso, asseveraram que a desnutrição, falta de higiene e os acampamentos médicos e hospitais superlotados promoveram uma superinfecção bacteriana, responsável pela alta mortalidade. • A Revolta da Vacina foi um motim popular ocorrido entre 10 e 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Seu pretexto imediato foi uma lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, mas também é associada a causas mais profundas, como as reformas urbanas que estavam sendo realizadas pelo prefeito Pereira Passos e as campanhas de saneamento lideradas pelo médico Oswaldo Cruz. No início do século XX, o planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro, herdado do período colonial e do Império, não condizia mais com a condição de capital e centro das atividades econômicas. Além disso, a cidade sofria com sérios problemas de saúde pública. Doenças como a varíola, a peste bubônica e a febre amarela assolavam a população e preocupavam as autoridades. No intuito de modernizar a cidade e controlar tais epidemias, o presidente Rodrigues Alves iniciou uma série de reformas urbanas e sanitárias que mudaram a geografia da cidade e o cotidiano de sua população. As mudanças arquitetônicas da cidade ficaram a cargo do engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito do Distrito Federal. Ruas foram alargadas, cortiços foram destruídos e a população pobre foi removida de suas antigas moradias. Ao médico Oswaldo Cruz, que assumiu a Diretoria Geral de Saúde Pública em 1903, coube a campanha de saneamento da cidade, que visava erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Com este intuito, em junho de 1904, o governo fez uma proposta de lei que tornava obrigatória a vacinação da população. A lei gerou debates exaltados entre os legisladores e a população, e, apesar da forte campanha de oposição, foi aprovada no dia 31 de outubro. • O estopim da revolta foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória no jornal A Notícia, em 9 de janeiro de 1904. O projeto exigia comprovantes de vacinação para a realização de matrículas nas escolas, para obtenção de empregos, viagens, hospedagens e casamentos. Previa-se também o pagamento de multas para quem resistisse à vacinação. Quando a proposta vazou para a imprensa, o povo indignado e contrariado iniciou uma série de conflitos e manifestações que se estenderam por cerca de uma semana. Embora a vacinação obrigatória tenha sido o deflagador da revolta, logo os protestos passaram a se dirigir aos serviços públicos em geral e aos representantes do governo, em especial contra as forças repressivas. Um grupo de militares florianistas e positivistas,com o apoio de alguns setores civis, tentou se aproveitar do descontentamento popular para realizar um golpe de Estado na madrugada do dia 14 para o dia 15 de novembro, que, no entanto, foi derrotado. No dia 16 de novembro, foi decretado o estado de sítio e a suspensão da vacinação obrigatória. Dada a repressão sistemática e extinta a causa deflagradora, o movimento foi refluindo. Na repressão que se seguiu à revolta, as forças policiais prenderam uma série de suspeitos e indivíduos considerados desordeiros, tivessem eles relação com a revolta ou não. O saldo total foi de 945 pessoas presas na Ilha das Cobras, 30 mortos, 110 feridos e 461 deportados para o estado do Acre. • As novas gerações não imaginam que durante bastante tempo a doença mais fatal no mundo inspirasse a produção de poetas e escritores, o enaltecimento deles à beleza das tísicas e a aparências doentes e miseráveis oriundas do autoabandono. A tuberculose, causadora da morte de 1,5 milhão de pessoas por ano, segundo a OMS, infernizou a vida de muitos deles no século 19 e mais da metade do século 20, pois muitos a contraíram a ponto de morrer ou terem a saúde devastada. A tendência deles à depressão profunda surtia, na grande maioria dos casos, em vida desregrada, sem condições de higiene, regada a álcool, encafifada no fumo e carente de alimentação. Um quadro de vulnerabilidade extrema, típico para o Mycobacterium tuberculosis – bacilo motivador da tuberculose – realizar estragos. A lista de poetas e escritores famosos que tiveram tuberculose é imensa, como Nelson Rodrigues, Manuel Bandeira, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Cruz e Sousa, Álvares de Azevedo, Emily Brontë, John Keats, Lord Byron e Friedrich Schiller. Fora dela, outros expressaram seus sentimentos em relação a seus amores, parentes e amigos portadores da doença. Os versos e relatos geralmente transmitiam sofreguidão, mas vários encontraram espaços para expor fina ironia. A riqueza de detalhes serve também para marcar historicamente tempos em que as alternativas de terapêutica eram restritas a sanatórios distantes e próximos da natureza, a alimentação era à base, sobretudo, de feijão, os doentes eram submetidos a terríveis exames e procedimentos, no início dos anos 20, como o pneumotórax, no qual uma agulha penetrava entre os vãos da costela para injetar ar, a toracoplastia, para afastamento ou extração cirúrgica de costelas, e a hemoptise, a fim de expulsar o sangue pela boca. • O período literário com maior exaltação à tuberculose foi o do Romantismo no século 18, principalmente pelo movimento conhecido como Mal do Século, originário da região anglo-saxônica, e idealizado no Brasil por diversos poetas considerados mórbido- pessimistas. Com base no culto do eu, expressavam, segundo o “Dicionário de Termos Literários”, de Moisés Massaud, extremo pessimismo, sensação de perda de suporte, apatia moral, melancolia difusa, tristeza, culto do mistério, do sonho, da inquietude mórbida, tédio irremissível, sem causa, sofrimento cósmico, ausência da alegria de viver, fantasia desmesurada, atração pelo infinito, desencanto em face do cotidiano, desilusão amorosa, nostalgia, falta de sentimento vital, depressão profunda, abulia, resultando em males físicos, mentais ou imaginários que levam à morte precoce ou ao suicídio. Imagine esses ingredientes somados à tuberculose, casos dos poetas mórbido-pessimistas Castro Alves, Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, mortos quando ainda estavam na fase dos 20 anos por causa da enfermidade. • História da Loucura • Neste livro, o autor põe em xeque concepções firmadas sob o rótulo de possíveis verdades científicas, como no campo da medicina psiquiátrica, em que sua análise crítica atingiu a operacionalidade terapêutica das noções tradicionais de sanidade e loucura. Este livro de Michel Foucault, já um 'clássico' da filosofia moderna, não pretende fazer a história dos loucos ao lado, em presença ou no convívio das pessoas 'normais'; nem a história da razão em oposição à da loucura. Trata-se de levantar a história dessa divisão incessante, porém sempre modificada - divisão que se produz através de muitas outras, como as definidas por produção, trabalho, riqueza, estrutura familiar, penalidade, coações morais etc. Não é, de modo algum, a medicina quem definiu os limites entre a razão e a loucura; no entanto, desde o século XIX, foram os médicos que se encarregaram de vigiar a fronteira e montar guarda na sua cancela. Afixaram nela o rótulo 'doença mental', indicação que vale como interdição. • Drauzio Varella é médico cancerologista formado pela USP. Nasceu em São Paulo, em 1943. Foi um dos fundadores do Curso Objetivo, onde lecionou química durante muitos anos. No início dos anos 1970, trabalhou com o professor Vicente Amato Neto, na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Durante 20 anos, dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer (SP) e, de 1990 a 1992, o serviço de Câncer no Hospital do Ipiranga, na época pertencente ao Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Foi um dos pioneiros no tratamento da aids, especialmente do sarcoma de Kaposi, no Brasil. Em 1986, sob a orientação do jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas que visavam ao esclarecimento da população sobre a prevenção à aids, primeiro pela rádio Jovem Pan AM e depois pela 89 FM de São Paulo. Na Rede Globo, dr. Drauzio participou das séries sobre o corpo humano, primeiros socorros, gravidez, combate ao tabagismo, planejamento familiar, transplantes e diversas outras, exibidas no Fantástico. Em 1989, iniciou um trabalho de pesquisa sobre a prevalência do vírus HIV na população carcerária da Casa de Detenção do Carandiru. Desse ano, até a desativação do presídio, em setembro de 2002, trabalhou como médico voluntário. Atualmente, faz o mesmo trabalho na Penitenciária Feminina de São Paulo. Na Amazônia, região do baixo rio Negro, Drauzio Varella dirige um projeto de bioprospecção de plantas brasileiras com o intuito de obter extratos para testá-los experimentalmente em células tumorais malignas e bactérias resistentes aos antibióticos. Esse projeto, apoiado pela FAPESP, é realizado nos laboratórios da UNIP (Universidade Paulista) em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês. • Sob Pressão • Sob Pressão mostra a realidade dos hospitais públicos brasileiros e traz à tona o desafio que é para os médicos operar nas condições existentes. A série é protagonizada por Marjorie Estiano, com sua Drª. Carolina Alencar, que trabalha em um hospital público carioca com Dr. Evandro Moreira, personagem de Júlio Andrade. Ambos precisam lidar não só com os desafios da Medicina, mas com escassez de produtos, excesso de pacientes, corrupção da gestão hospitalar pública, além da crise de segurança pública brasileira. De enorme sucesso, a quarta temporada já está encomendada para ser produzida e deve chegar em 2020. Além disso, ano passado teve sua primeira indicação ao Emmy Internacional, maior premiação da televisão para Marjorie Estiano como melhor atriz. A trama é exibida na TV aberta Rede Globo, mas também está disponível em seu serviço streaming, Globo Play. • Dr. House • Se você gosta de séries médicas com casos inacreditáveis, Dr. House é uma excelente pedida. Ela mostra o relacionamento de um médico que precisa lidar com situações e momentos desafiadores e, ao mesmo tempo, com sua própria personalidade, que, em um primeiro momento, não é nada fácil. O personagem principal e que leva o título da série, Dr. Gregory House (Hugh Laurie), é um famoso médico de Nova Jersey, EUA, que, apesar de ter um dom brilhante para a área da Medicina, muitas vezes é questionado por sua personalidade mal humorada, sarcástica e narcisista. Isso faz com que, muitas vezes, seu talento seja colocado em dúvida. A série foi finalizada em 2012, mas teve 8 temporadas; foi marcada por grande audiência e repercussão ao longo do mundo inteiro. É possível assistir a Dr. House no Amazon Prive e na televisão aberta,pela Rede Bandeirantes. • Grey’s Anatomy • É praticamente impossível falar de séries para profissionais da saúde e essa não estar no topo da nossa lista. Quem é apaixonado por um bom roteiro, com enredos de grandes reviravoltas e muita emoção, a história protagonizada por Meredith Grey (Ellen Pompeo) é uma grande recomendação. A série, que está ao ar há mais de 15 temporadas, acompanha a personagem desde sua entrada no programa de residência com outros quatro jovens. Com passar do tempo, ela enfrenta uma série de desafios da profissão, com pacientes e familiares que precisam de atenção necessária de um médico. Quem trabalha na área médica, principalmente em emergências e cirurgias, necessita ter um lado mais humano e emocional para lidar com diferentes momentos, sejam eles, mortes, doenças severas, acidentes e até mesmo problemas familiares. Grey’s Anatomy é um pacote cheio para ensinar o papel do médico nesses momentos. A trama ainda fica mais forte com a morte de muitos personagens, na maioria das vezes, personagens principais. Ela foi criada por Shonda Rhimes e, no ano de 2020, vai para sua 17ª temporada e com potencial para muitas outras. Com a compra da ABC pela Disney, ela estará hoje no serviço streaming Disney+. • The Good Doctor • A história do Dr. Shaun Murphy (Freddie Highmore) é também bem parecida com a da protagonista de Grey’s Anatomy, sempre com grandes desafios para superar seu crescimento profissional, mas com um grande diferencial: o personagem é autista. Por esse motivo, ele é, a todo momento, cobrado de forma agressiva, principalmente por colegas, e necessita provar constantemente seu talento. Hoje, em sua terceira temporada, The Good Doctor é de grande audiência para o canal CBS e no Brasil, transmitido pelo serviço streaming Globo Play. • Um Estranho no Ninho • Dirigido por Milos Forman e adaptado do romance homônimo de Ken Kesey, o filme é ambientado em uma clínica psiquiátrica e conta a história de Randall McMurphy, um indivíduo de espírito livre que termina lá fugindo da prisão e lidera os pacientes em uma rebelião contra a equipe opressivai, chefiada pela enfermeira Ratched. • Clube de Compras Dallas • Ron Woodroof, um eletricista heterossexual de Dallas, foi diagnosticado com AIDS em 1986, durante uma das épocas mais obscuras da doença. Embora os médicos tenham lhe dado apenas alguns meses de vida, Woodroof se recusou a aceitar o prognóstico e, procurando tratamentos alternativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México. • Patch Adams • Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser o primeiro da turma.
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