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Livro de Empreendedorismo para Professores

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Prévia do material em texto

EMPREENDEDORISMO 
PROFESSORES
Me. Anderson Katsumi Miyatake
Me. Bianca Burdini Mazzei
Me. Paulo Pardo
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2264
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. MIYATAKE, Anderson Katsumi; 
MAZZEI, Bianca Burdini; PARDO, Paulo.
Empreendedorismo. 
Anderson Katsumi Miyatake, Bianca Burdini
Mazzei, Paulo Pardo.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. Reimpresso 2021. 
168 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Empreendedorismo 2. Negócio 3. Oportunidades. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Patrícia Rodrigues da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Ana Claudia Salvadego
Revisão Textual
Cíntia Prezoto Ferreira
Ilustração
Bruno Pardinho
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 658.4 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-1142-5
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo 
Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Head de Produção de Conteúdo 
Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção 
de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de 
Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenasde cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake
Mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Especialista em 
Educação a Distância pela Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná (FAINSEP) 
e Graduado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professor no 
ensino presencial e a distância na graduação e pós-graduação lato sensu. Coordenador 
acadêmico de cursos de graduação na Faculdade Cidade Verde. Ministra aulas para o EAD 
nos cursos de Administração, Processos Gerenciais, Gestão Comercial, Marketing, Gestão 
da Qualidade, Logística, Gestão de Lojas e Pontos de Venda e Gestão de Recursos Huma-
nos na Unicesumar desde 2013.
Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/4292559242413613>.
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Londrina (2006), Especia-
lista em MBA Marketing pelo Cesumar, Graduada em Administração pela Universidade 
Paranaense (1996) e Doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV/EAESP. 
Atualmente, é professora efetiva no colegiado do curso de Administração da UNESPAR 
- Universidade Estadual do Paraná no Campus de Paranavaí. Tem experiência na área 
de Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: administração pública, 
economia solidária, cooperativismo, gestão social, terceiro setor, responsabilidade social, 
gestão mercadológica e metodologia de pesquisa.
Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/3740397529039072>.
Professor Me. Paulo Pardo
Mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina e Doutorando em En-
genharia da Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba. Atualmente é coordena-
dor dos cursos de Gestão Pública, Negócios Imobiliários e Gestão Hospitalar do Núcleo de 
Educação a Distância da Unicesumar. Trabalhou na coordenação geral de polos de Educa-
ção a Distância da Unicesumar, celebrando convênios de parceria entre polos e a IES, bem 
como na gestão de relacionamento com os polos próprios e parceiros. Trabalhou na coor-
denação do projeto de novos cursos de pós-graduação na Unicesumar. Foi professor no 
CHSA - Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Unicesumar - Centro Universi-
tário Cesumar. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração 
de Empresas, atuando principalmente nos seguintes temas: sistema financeiro nacional, 
bolsa de valores, mercado de ações e logística. É professor de pós-graduação na área de 
Administração da Unicesumar, na cidade de Maringá-PR. É autor de livros didáticos para 
Educação a Distância nas áreas de Logística, Mercado Financeiro e de Capitais, Marketing e 
Gestão Ambiental e Teoria Geral da Administração. É consultor na área de marketing com 
foco em pesquisa de mercado para rede de varejo de eletrodomésticos (grupo Gazin).
Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/8141003354179820>.
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
EMPREENDEDORISMO
Olá, caro(a) acadêmico(a), é uma satisfação apresentar a você o livro da disciplina Em-
preendedorismo, elaborado com carinho para que você conheça o mundo do Empreen-
dedorismo e desperte a curiosidade para completar seus estudos e realizar ações em-
preendedoras no seu cotidiano.
O objetivo, ao escrever este livro, não é apresentar um modelo pronto de empreendedo-
rismo e a receita de como obter sucesso, até porque isso não existe. Por isso, trataremos 
de diversos assuntos que fazem parte do mundo do empreendedorismo, para promover 
reflexões, apresentar alguns caminhos que podem ser utilizados para aumentar as chan-
ces de sucesso.
O principal componente para existir o empreendedorismo é o indivíduo que quer em-
preender que com empenho e a dedicação na busca do conhecimento permitirá transfor-
mar a sociedade em que está inserido. Dessa forma, incentivamos você a fazer anotações 
das dúvidas e procurar a equipe de apoio da nossa instituição, realizar as atividades de 
autoestudo, participar dos fóruns e, também, do chat da aula ao vivo, ler este livro, assistir 
as aulas conceituais, explorar as indicações de leitura e pesquisar em diversas fontes a 
respeito do tema.
Nosso livro é compostode cinco unidades em que procuramos apresentar alguns dos 
principais aspectos do Empreendedorismo.
Na Unidade I, apresentaremos alguns pontos-chaves para compreender essa área das 
Ciências Sociais Aplicadas. Vamos abordar algumas definições utilizadas nesse campo para 
que você compreenda a abrangência e isso será complementado ao apresentarmos os 
campos de estudo e tipos de empreendedorismo existentes na área. Destacamos mitos 
que são comumente abordados de forma equivocada pela sociedade de uma forma geral 
e o papel social e econômico do empreendedorismo, ou seja, os benefícios de indivíduos 
empreendedores em uma sociedade não só do ponto de vista da geração de renda, mas 
também em aspectos sociais.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Na Unidade II, são apresentados dois importantes aspectos que envolvem o Empreen-
dedorismo: o empreendedor e a oportunidade. Elaboramos essa divisão para que você 
compreenda que nem tudo depende somente do empreendedor, mas de uma análise 
mais completa da oportunidade. Na primeira parte, apresentaremos características e 
perfis dos empreendedores, não no intuito de criar um modelo ideal, porém, são al-
guns atributos importantes para quem pretende empreender. Também explicaremos 
as diferenças entre gestores, empreendedores e empresários, pois é um ponto em que, 
geralmente, há bastante confusão. Na segunda parte, o foco é explicar a oportunidade, 
pois o empreendedorismo ocorre por meio de ideias transformadas em algo concreto. Ao 
longo da unidade, apresentaremos as fontes que inspiram novas ideias, o processo que o 
empreendedor percorre desde o momento que tem a ideia até quando obtém sucesso.
Na Unidade III, trataremos do Modelo de Negócio que trata das características da organi-
zação. Quando se pensa e estabelece os diferenciais do negócio, é possível direcionar as 
ações a serem tomadas para o desenvolvimento do negócio. A ferramenta Canvas é utili-
zada, justamente, para ajudar a definir de forma prática e visual. Outro assunto importante 
é compreender que se a organização não planejar, poderá acarretar no fechamento da 
empresa, por isso, vamos alertar sobre as principais causas de mortalidade dos negócios.
Na Unidade IV, trataremos do Plano de Negócios (PN), que é uma importante ferramenta 
de apoio ao empreendedor para analisar de forma mais consistente as próximas ações 
ou para ajudar na elaboração dos primeiros passos do negócio. Abordaremos uma parte 
contextual para explicar sobre o plano de negócio; posteriormente, os erros capitais na 
elaboração; e, por fim, cada uma das partes que compõem o Plano.
Na Unidade V deste livro, abordaremos algumas tendências e novidades na área de em-
preendedorismo, como financiamento coletivo, coworking, anjos, incubadora, aceleradora 
e empresa júnior, visando apresentar que o cenário para quem quer empreender possui 
opções de apoio e fomento.
Ao final do livro, esperamos que esteja preparado(a) para lidar com o instigante mundo 
do empreendedorismo, pois passaremos por aspectos essenciais. Buscamos oferecer 
uma visão abrangente para ajudar na sua formação.
Esperamos, assim, que possa aproveitar bem as informações contidas no livro e que 
possa colocar em prática esses ensinamentos, fazendo as devidas adaptações conforme 
a situação. Com isso, esperamos despertar o espírito empreendedor e contribuir para 
que os negócios criados ou gerenciados por você possam obter sucesso. 
Bom estudo!
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando Ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
INTRODUÇÃO AO
EMPREENDEDORISMO
10
O EMPREENDEDOR 
E A OPORTUNIDADE
39
66
DEFININDO 
UM MODELO 
DE NEGÓCIO
90
PLANO 
DE NEGÓCIO
129
TENDÊNCIAS EM
EMPREENDEDORISMO
161
CONCLUSÃO 
GERAL
1
INTRODUÇÃO AO
EMPREENDEDORISMO
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Compreendendo empreendedo-
rismo • Tipos de empreendedorismo • Franquia como forma de empreendedorismo • O papel social 
e econômico do empreendedorismo • Mitos sobre o empreendedorismo.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Compreender o conceito e a importância do empreendedorismo • Apresentar os tipos de empreende-
dorismo abordados na literatura • Caracterizar as principais informações sobre as franquias no Brasil • 
Descrever a importância do empreendedorismo para uma sociedade • Desmistificar os principais mitos 
relacionados ao empreendedorismo.
PROFESSORES 
Me. Anderson Katsumi Miyatake
Me. Bianca Burdini Mazzei
Me. Paulo Pardo
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo(a) a primeira unidade do livro de Empreende-
dorismo. Nossa intenção é apresentar e conduzir você ao fascinante 
mundo do Empreendedorismo. No decorrer dessa unidade, apresenta-
remos assuntos que permitirão compreender a importância e equívocos 
discutidos e praticados sobre o empreendedorismo. 
Será apresentado que existem diversos tipos de empreendedorismo, 
ou seja, os empreendedores podem iniciar a jornada nos negócios de dife-
rentes formas, como em negócios próprios, franquias, herdando um em-
preendimento ou até sendo um colaborador em uma organização. Como 
no Brasil o número de empreendedores alcança o patamar de milhões, 
sendo que milhares obtêm sucesso nos negócios, é possível verificar a 
dificuldade em estabelecer um perfil ideal de empreendedor. Acreditamos 
que, com isso, poderemos desmistificar a existência de um único perfil. 
Também abordaremos um pouco da história do empreendedoris-
mo, destacando pontos essenciais que alteraram a forma de praticar os 
negócios como os significados da palavra, bem como personagens que 
influenciaram no desenvolvimento desse campo de estudo.
Outro ponto bastante relevante da unidade é o papel social e eco-
nômico do empreendedorismo. Isso acontece porque, como você verá 
ao longo deste material, ideias transformadas em produtos concretos e 
que tenham viabilidade transformam uma região, promovendo o mo-
vimento da economia, envolvendo as pessoas, os recursos e a sociedade. 
Levando em consideração que mais de 90% dos negócios são micro 
e pequenos, sendo que muitos atuam de forma local, é possível com-
preender a associação com o social e o econômico e a relevância dos 
empreendedores para uma região. O objetivo também é desmistificar 
mitos que existem sobre o empreendedorismo e que atrapalham as ini-
ciativas empreendedoras.
Esperamos que você goste dos assuntos abordados nesta unidade e 
aproveite a disciplina da melhor forma.
Vamos iniciar os estudos! Boa leitura!
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COMPREENDENDO
EMPREENDEDORISMO
Olá, para começar a estudar empreendedorismo, precisamos apresentar ca-
racterísticas essenciais dessa importante área dos negócios. 
A definição do termo empreendedorismo tem causado uma divergência 
entre especialistas, visto que a dificuldade de encontrar um significado ocorre 
pelo: campo de estudo, heterogeneidade da área e novas tendências nos ne-
gócios que mudam o mercado mais rapidamente. Não queremos, com isso, 
desmotivá-lo(a) ou mostrar que não é algo relevante para você estudar, mas 
demonstrar que isso é comum em outrasáreas do conhecimento, e como nós 
vamos conduzi-lo nessa caminhada, que a façamos passo por passo.
É importante esclarecer que os pesquisadores existem justamente para 
aperfeiçoar os conhecimentos para adaptar-se à criação de tendências. Vamos 
dar um exemplo: até poucos anos, pouquíssimo se falava em empreendedoris-
mo para quem tem alguma deficiência física, e hoje é motivo de pesquisas para 
encontrar formas de inclusão no mundo dos negócios. Então, antigamente, 
alguém poderia falar que o conceito de empreendedorismo envolve pessoas 
que não têm limitação física, o que não corresponde à realidade. 
Outro exemplo seria a área de Marketing, visto que quem cursou essa dis-
ciplina há, aproximadamente, uma década sabe que pouco ou nada se falava 
de marketing digital, e hoje é algo essencial para o mundo dos negócios. Com 
esses dois exemplos, destacamos a relevância de estudiosos para aperfeiçoar os 
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conceitos. E se novas tendências surgem, é porque existem pessoas realizando 
pesquisas para gerar esse progresso.
Vamos dar alguns exemplos de tendências que estão incentivando novos estu-
dos. Conforme Bruyat e Julien (2000), o campo de estudo do Empreendedorismo 
é bastante amplo e de grande relevância para a economia, sendo alguns exemplos 
de campos de estudos:
 ■ Jovens: de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior 
número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais 
jovens se comparado a dados da década de 90 e anos 2000 e isso representa 
um motivo para aprofundar os estudos.
 ■ Mulheres: é notável o aumento da participação tanto em cargos administra-
tivos como gerenciais, sendo que em algumas regiões brasileiras temos mais 
mulheres envolvidas na abertura de novos negócios em comparação aos ho-
mens, fato pouco provável há algumas décadas. 
 ■ Mortalidade de empresas: esses estudos são importantes para verificar a si-
tuação dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo, estudo do 
Sebrae (2014) mostrou que o índice de negócios brasileiros que sobrevivem até 
os dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos 
negócios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida, representando um grande 
progresso em que a taxa era apenas de 50%.
 ■ Empreendedorismo social: nem todos os negócios são empresariais e visam 
ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendimento de neces-
sidades sociais, por isso, utilizar o termo organizações é adequado, pois podem 
envolver clubes e entidades.
Outro tema em destaque no empreendedorismo é a área de startups com produtos 
e serviços ligados à inovação e mecanismos de apoio e incentivo ao empreendedo-
rismo. Os temas estão em alta na área e serão destacados em outro momento do 
nosso material para que você compreenda melhor. 
A partir disso, vamos apresentar alguns dos conceitos utilizados para que você 
conheça o que já foi e é abordado sobre o assunto. Conforme Dornelas (2005, p. 29), 
“a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele 
que assume riscos e começa algo novo”. Isto é, o termo está ligado diretamente a al-
guém que realiza coisas diferentes, intermediando o produto/serviço com os clientes, 
por isso corre riscos nesse processo. O Quadro 1 ilustra fatos relevantes da história 
do empreendedorismo que influenciaram na construção do conceito. 
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Idade 
Média
Marco Polo – estabelecimento de rota comercial 
no Oriente atuando como intermediário ao assinar 
contratos para comercializar mercadorias.
Idade 
Média
Pessoa que gerenciava projetos de produção.
Século XVII
Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um 
contrato de valor fixo com o governo.
1725
Richard Cantillon – Separação de empreendedor (assume 
riscos) do capitalista (financia os experimentos para a 
industrialização).
1803
Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do 
lucro do capital.
1876
Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e 
aqueles que obtinham lucros com atividades administrativas.
1934
Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e 
desenvolve tecnologia que ainda não foi testada.
1961
David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que 
corre riscos moderados.
1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades.
1975
Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza 
alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de 
fracassos. 
1980
Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por 
economistas, psicólogos, negociantes e políticos. 
1983
Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor 
que atua dentro de uma organização já estabelecida.
1985
Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar 
algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço 
necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e 
sociais correspondentes e recebendo as consequentes 
recompensas da satisfação econômica e pessoal. 
Quadro 1 - Fatos relevantes da história do empreendedorismo
Fonte: adaptado de Dornelas (2005); Hisrich e Peters (2004, p. 27).
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A partir da leitura do Quadro 1, você pode compreender que houve 
mudanças na forma de considerar empreendedorismo. No início, era atri-
buído o fator risco para quem estivesse envolvido. Posteriormente, o foco foi 
direcionado para indivíduo inovador e que tem iniciativa. Anos mais tarde, 
também admitiu-se como empreendedor aquele que trabalha nas organi-
zações, ou seja, podemos notar que a abordagem foi mudando conforme as 
situações que ocorriam.
Um conceito clássico que foi bastante utilizado durante muitos anos é o de 
Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39), ao definir o empreendedor 
como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de 
novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou 
pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém, esse conceito tem sido 
deixado de lado e outros autores apresentam distintas formas de compreender 
o empreendedorismo de forma mais abrangente e contextualizada.
Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação 
socioeconômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes or-
ganizacionais e a competição ainda mais acirrada forçaram a adequação e 
a redução das estruturas; consequentemente, provocou um aumento do de-
semprego e, ao mesmo tempo, aumento na oferta de serviços e terceirizações.
Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o empreende-
dorismo passa a destacar-se e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), 
a tendência do empreendedorismo surgiu nos anos 70, porém vem afirman-
do-se nas últimas duas décadas. E esse fenômeno vem se dando, no Brasil e 
no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de 
trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais mar-
cante da década de 90 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 
1989 a 1998 aumentou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução 
da participação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% 
para 31,2% nessa categoria de trabalho.
No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma 
em 1990, quando foram criadas entidades, como o SEBRAE (Serviço Brasilei-
ro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira 
para Exportação de Softwares). Antes desse período, não havia condições 
políticas e econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). 
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O SEBRAE foi criado para dar suporte ao pequeno empreendedor 
que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias 
para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A 
SOFTEX foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do 
país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia 
a esses empresários.
As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da 
Computação e Informática tambémforam responsáveis pelo grande avanço 
do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi, então, que a sociedade 
brasileira começou a despertar-se para a realização de planos de negócios 
(até então não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para 
o empreendedorismo e para programas públicos de incentivo. Conforme 
Dornelas (2005), apresentamos um resumo das ações históricas desenvol-
vidas no Brasil que permitiram esse avanço no país:
 ■ 1990: criação de programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas 
Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam ativi-
dades empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em uni-
versidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups).
 ■ 1999 a 2002: o Programa Brasil Empreendedor do Governo Fede-
ral, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores e destinando 
recursos financeiros e operações de créditos para estímulo ao em-
preendedorismo.
 ■ Programas do SEBRAE, como o EMPRETEC (curso de imersão) 
e o Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor.
 ■ Criação de vários cursos e programas universitários para o en-
sino do empreendedorismo.
 ■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto-
com do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contri-
buição para disseminação do empreendedorismo local.
 ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a 
ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Em-
preendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência 
de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando 
mais 28 mil postos de trabalho. Na Unidade V, vamos tratar com mais 
detalhes as incubadoras.
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Empreender por oportunidade pressupõe uma análise do ambiente em que está inserido 
em busca da criação de novidades ou explorar mercados que são pouco desenvolvidos. 
Quando um país proporciona um cenário adequado está incentivando empreendedores a 
criarem negócios de sucesso que podem modificar o funcionamento de um mercado. Isso 
ocorre porque a preocupação do indivíduo é questionar um problema, buscando nova 
solução e não ter um negócio para sobreviver. O pensamento fora da caixa é estimulado 
nessa situação porque o empreendedor não está em busca de renda para manter-se, mas 
reformular uma lógica do mercado.
Fonte: os autores. 
explorando Ideias
Até a metade dos anos 2000, verificava-se, no Brasil, o empreendedorismo por 
necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de traba-
lho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal, com pouco 
planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e 
contribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. 
Uma boa notícia é que, depois disso, o empreendedorismo está ocorrendo 
na maioria por oportunidade. Isto é, os negócios no país estão sendo criados 
porque os empreendedores estão preparando-se para abrir os negócios. Entre-
tanto, como historicamente as organizações brasileiras começaram, na maioria, 
por necessidade, ainda percebemos os efeitos dessa forma de empreender. Isso 
ocorre porque os empreendedores abrem negócios próprios sem se prepararem, 
pois possuem poucas opções de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na 
informalidade e sem preparo, as chances do negócio fechar são maiores. Essa 
classificação de empreendedorismo por necessidade e oportunidade é utilizada 
pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
O foco do empreendedorismo foi, durante muitos anos, ligado para o empreen-
dedor, por isso, os estudos existiam para mapear um conjunto de características 
ideais para um empreendedor. Considerava-se que o empreendedor tinha que 
ter um conjunto de atributos e que, dessa forma, o sucesso seria obtido. No en-
tanto, não se levava em consideração o ambiente em que o empreendedor vive, 
bem como as mudanças inesperadas que poderiam acontecer no cotidiano. 
Em outro momento do nosso material, vamos detalhar mais esse aspecto das 
características empreendedoras.
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Os conceitos mais utilizados nos dias atuais focalizam a abordagem para as 
oportunidades, como veremos adiante. Dessa forma, o foco mudou e as carac-
terísticas foram deixadas para segundo plano. Não estamos querendo dizer que 
são irrelevantes os estudos, mas que somente as características do empreendedor 
não devem ser consideradas como elementos importantes.
Para exemplificar, apresentamos um conceito clássico dessa abordagem, apre-
sentada por Shane e Venkataraman (2000, p. 6): 
 “ [...] empreendedorismo, como uma área de negócios, busca enten-der como surgem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, mercados, processos de produção ou matérias-primas, 
formas de organizar as tecnologias); como são descobertas ou cria-
das por indivíduos específicos que, a seguir, usam meios diversos 
para explorar ou desenvolver coisas novas.
Alguns pontos interessantes que podemos analisar nesse conceito é que não 
menciona características do empreendedor. Depois, trata a área como negócio e 
isso se justifica porque o empreendedor tem que propor iniciativas que tenham 
viabilidade comercial, principalmente em um sistema de mercado em que o re-
torno financeiro é importante. Na área social, somente o lucro não é levado em 
consideração, mas fundações e associações também funcionam como negócios.
Segundo esse conceito apresentado pelos autores, envolvem-se diferentes 
formas de empreender, como produtos, serviços, mercados, processos de pro-
dução ou matérias-primas e formas de organizar a tecnologia. Isso representa as 
possibilidades que os empreendedores podem ter quando empreendem, seja nos 
negócios próprios ou de terceiros.
Outra parte relevante é apresentar que os indivíduos descobrem ou criam 
oportunidades de negócio e isso é importante porque nem todos compreendem 
o ambiente da mesma forma. Para exemplificar, em um cenário de crise econômi-
ca, determinada pessoa considera como improvável empreender, e outra pessoa 
abre um negócio e obtém sucesso ao explorar uma possibilidade que ninguém 
considerou no momento.
O último ponto é que, a partir da descoberta de uma ideia que possa ser 
transformada em coisas concretas de sucesso, os empreendedores utilizam meios 
diversos, como os recursos, a rede de contatos, o conhecimento que possuem e 
que vão buscar para explorar novas atividades que não fizeram até o momento.
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Uma ideia precisa de viabilidade para ser transformada em oportunidade. Nos negócios, 
um ou mais indivíduos com uma ideia agem para combinar recursos e gerar uma opor-
tunidade lucrativa.
pensando juntos
Como o empreendedorismo estuda fenômenos sociais que constantemente 
se modificam, uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos 
os elementos. Vamos partir do pressuposto de que o empreendedorismo só é 
possível por meio de oportunidades, como consideram Shane e Venkataraman 
(2000), porque é mediante uma oportunidade que o empreendedor coloca em 
prática uma novidade.
Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de Read et al. (2011, p. 17-18) é 
bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade.
Ideia = alguma coisa + você
Oportunidade = ideia + ação
Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros
Viabilidade = oportunidade + comprometimento
Dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivíduos. 
Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento dessas 
pessoas para tornar algo viável.
E você pode perguntar a respeito do empreendedor. Haveria uma definição a ser 
apresentada? Nós afirmamos que o empreendedor é aquele que possui uma ideia 
e a coloca em prática, seja sozinho ou com um conjunto de pessoas. Essa definição 
pode ser complementada conforme Lacombe e Heilborn (2008, p. 128): “pessoa 
que percebe oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e 
processos e tem coragem para assumir riscos e habilidades”. 
O empreendedoré aquele que assume responsabilidade e tem iniciativa 
para buscar algo diferente, seja uma invenção ou aperfeiçoamento de um pro-
duto. Vale ressaltar que o empreendedor sozinho pode ter a ideia e transformar 
em negócio, ou também com a ajuda de mais pessoas. Ainda nesta unidade, 
abordaremos com mais detalhes o empreendedor, apresentando os tipos, e 
também na próxima unidade, quando explanaremos a respeito do perfil e das 
características do empreendedor.
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TIPOS DE
EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo é uma área bastante rica e que tem se destacado na mídia pela 
diversidade de contextos e, neste momento, vamos explicar os motivos. 
No tópico anterior, destacamos o empreendedorismo por necessidade ou oportuni-
dade, conforme classificação do GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Elas podem 
ser utilizadas como base para dividir a forma como o indivíduo começou a atuar.
Porém, é preciso compreender que um indivíduo que se torna empreendedor 
pode começar de diferentes formas: abrir o negócio próprio, herdar, comprar, in-
traempreender, sendo essa classificação complementar à abordagem do GEM. Para 
explicar essas tipologias, vamos utilizar a classificação de Dornelas (2007), que con-
sidera os empreendedores como:
 ■ Empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria, são imigrantes ou 
filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho, oti-
mistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habilidade 
de negociação e venda.
 ■ Empreendedor que aprende (inesperado) – é uma pessoa que, quando 
menos esperava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida e 
resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente, demora a tomar a decisão 
de empreender e a acostumar-se com ela.
 ■ Empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixonada 
por empreender, assim, não consegue estar à frente de seu negócio até que 
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se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos 
negócios. Sua maior habilidade é identificar oportunidades e não descansar 
enquanto não conseguir viabilizar sua implementação.
 ■ Empreendedor corporativo – podem ser executivos que assumem riscos 
e possuem habilidades de comunicação e negociação. Também chamado de 
intraempreendedor, ocorre quando os colaboradores realizam iniciativas 
empreendedoras dentro dos próprios negócios, visando o aperfeiçoamento 
da gestão. O intraempreendedor é um indivíduo que trabalha em prol do 
desenvolvimento de uma organização e possui um papel de destaque pela 
postura proativa. Nem sempre exerce um cargo gerencial, mas sempre está 
disposto a contribuir com o desenvolvimento das pessoas e do negócio.
 ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um 
mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com 
a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere 
compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano.
 ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio, porque não 
tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra 
opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso 
à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por isso, 
normalmente, trabalha na informalidade e de maneira pouco planejada, o 
que favorece o não sucesso do empreendimento.
 ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da 
família e, normalmente, aprendem cedo a ter responsabilidades e como o ne-
gócio funciona. Atualmente, a família tem se preocupado com a preparação 
do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão.
 ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz 
a lição de casa, buscando minimizar os riscos do negócio por meio do pla-
nejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-requisito 
para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser normal a 
sua utilização, embora não seja o caso da maioria.
Além dos tipos tratados pelo autor, existem autores, como Degen (2009), que 
consideram as franquias como forma de empreender, pois ocorre a abertura 
de negócio, com auxílio e conhecimento de um franqueador que já possui uma 
marca conhecida no mercado. Como é uma área que também tem se destacado, 
vamos abordar um pouco mais o assunto.
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FRANQUIA COMO FORMA DE
EMPREENDEDORISMO
O sistema de franquia tem sido importante alternativa ao empreendedorismo. Con-
forme Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que signifi-
ca: fran – concessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising 
refere-se à filiação a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de servi-
ços ou, ainda, caracteriza-se como um modo de organização em que uma empresa 
que já tem um produto/serviço bem estabelecido no mercado (franqueador) licencia 
sua marca, sua tecnologia e sua forma de fazer negócios a outras empresas ou indiví-
duos (franqueados), em troca de um direito de entrada e do recebimento de royalties. 
Outra explicação que é bastante consistente é a de Stanworth (2004 apud GI-
GLIOTTI, 2012, p. 5) e que optamos por fazer a citação na íntegra: 
 “ [...] franchising é um negócio que essencialmente consiste de uma orga-nização (o franqueador) com um pacote de negócio testado em merca-do, centrado num produto ou serviço, entrando em um relacionamento 
contratual com franqueados, tipicamente pequenas firmas autofinan-
ciadas e autogeridas, operando sob a marca registrada do franqueador 
para produzir e/ou comercializar bens e serviços de acordo com um 
formato especificado pelo franqueador.
A legislação brasileira, que se pauta na lei 8.995 de 1994, no artigo segundo, 
define da seguinte forma: 
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 “ Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, 
eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação 
e administração de negócios ou sistema operacional, desenvolvidos ou 
detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta; sem que, no en-
tanto, fique caracterizado vínculo empregatício (BRASIL, 1994, on-line).
Pelo fato de o empreendedor filiar-se a uma empresa com produtos e serviços já exis-
tentes, há uma parceria que deve ser bem solidificada, porque duas partes estão di-
retamente envolvidas: o detentor do negócio e aquele que deseja a autorização para 
representar a empresa que, em troca, paga remuneração sem que, necessariamente, 
exista vínculo empregatício.
De acordo com Ferreira et al. (2010), uma franquia, em geral, pode ser:
 ■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito à 
obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca.
 ■ De negócios – o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para 
fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publicidade 
e outras formas de assistência técnica e de marketing.
Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de fran-
quias estabelece obrigações tanto por parte do franqueado como do franquea-
dor, conforme descrito no Quadro 2.
OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADO
• Testar o potencial de sucesso do 
negócio durante um período, de 
modo a mostrar que pode ser 
rentável imagem da marca.
• Apresentar um negócio baseado 
em um know-how distintivo com 
uma vantagem competitiva diante 
da concorrência.
• Transmitir o know-how aos 
franqueados por meio de 
manuais e programas de 
formação.
• Administrar o negócio no dia 
a dia, selecionar a equipe 
de colaboradores, tomar 
decisões, desenvolver ações de 
comunicação e publicidade.
• Realizar o investimento 
necessário.
• Fazer os pagamentos 
acordados.
• Cumprir as regras da rede 
sobre a forma de operação 
e garantir a uniformidade do 
serviço.
Quadro 2 - Obrigações do franqueadoe do franqueador
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010).
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Como nota-se no Quadro 2, as franquias exigem responsabilidades de am-
bas as partes. Não é fácil franquear e nem ser franqueado. Por isso, enfati-
zamos a necessidade de parceria e transparência no relacionamento.
Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvan-
tagens tanto para o franqueado como para o franqueador. Primeiro, vamos 
abordar o lado do franqueador, conforme Quadro 3.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• Rapidez de expansão.
• Redução de custo: centralização 
das compras de distribuição.
• Maior participação no 
mercado, dado o crescimento 
da rede.
• Maior cobertura geográfica, 
com o atendimento a clientes e 
mercados antes não explorados.
• Possibilidade de encontrar 
franqueados estimulados para 
maximizar as vendas e reduzir os 
custos para aumentar o lucro.
• Gerar rendimento dos royalties 
e das taxas de franquia sem 
investir em novas instalações.
• Acesso a ideias e sugestões.
• Perda parcial do controle 
sobre os atos dos franqueados.
• Potencial de criação de 
concorrente.
• Insuficiência nos serviços 
de abastecimento de 
consultoria, dada uma 
expansão acelerada.
• Seleção inadequada dos 
franqueados.
• Potencial menor de lucro, em 
comparação com o crescimento 
interno por meio de filiais.
• Potenciais atritos com o 
franqueados, em particular 
quando violam termos do 
contrato.
Quadro 3 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueador
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010).
Nos últimos anos, tem sido comum os empreendedores franquearem os ne-
gócios para obtenção de lucro. Entretanto, ressaltamos a relevância de ter 
um negócio pronto que já esteja dando certo no mercado para, a partir desse 
momento, pensar na possibilidade de franquear. Existe a necessidade de dar 
a devida assessoria para que o franqueado não acabe com a reputação do ne-
gócio; para prestar o auxílio, o próprio franqueador precisa estar convicto do 
negócio, das dificuldades e do que pode ser feito para solucionar os problemas.
Agora, vamos abordar as vantagens e desvantagens para o franqueado, 
conforme o Quadro 4.
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VANTAGENS DESVANTAGENS
Maior probabilidade de sucesso: 
adota um produto/serviço conhecido 
e testado no mercado e com uma 
rede e marca bem-sucedidas.
Controle sobre as operações: 
auditorias frequentes e controle 
das vendas e do cumprimento de 
procedimentos e normas.
Apoio contínuo do franqueador: 
experiência de gestão, treino e 
consultoria.
Autonomia e criatividade limitadas: 
implementar modelo existente.
Potencial de maiores lucros: 
beneficia-se de economias de escala 
e de marca reconhecida.
Restrições no encerramento da 
atividade e na cessão/venda da 
propriedade.
Proteção da concorrência de outros 
franqueados da mesma rede: 
direitos territoriais exclusivos.
Custo do franchising pode ser mais 
elevado do que em um negócio 
independente.
Permite aprender com as 
experiências de outros franqueados.
Fraco desempenho de outros 
franqueados pode ter efeitos na 
reputação de toda a rede.
Quadro 4 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueado
Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010).
Os candidatos ou aqueles que são franqueados possuem responsabilidades e preci-
sam estar cientes. Ao assistir depoimentos de franqueadores de sucesso, eles sempre 
comentam que o sucesso do negócio está na mão do franqueado em mais de 70%. Isso 
porque precisa assegurar que todos os processos pré, durante e pós-funcionamento da 
franquia funcionem diretamente, envolvendo processos logísticos, de recursos huma-
nos, marketing e financeiros.
Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes aspectos:
 ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este 
possa ser menor do que em um negócio independente.
 ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona 
sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou 
fracasso do franqueado.
 ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar, 
criar ambiente de trabalho agradável.
 ■ Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que 
diferencia o empreendedor independente do franqueado.
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Para ajudá-lo(a) a refletir sobre os principais pontos a serem avaliados por quem 
deseja ser um franqueado, apresentamos o Quadro 5.
Estrutura física
É essencial saber o espaço físico necessário para as 
instalações, bem como todas as especificidades para o 
funcionamento.
Recursos 
financeiros
Importante avaliar o investimento necessário para 
adquirir a autorização para abrir uma unidade 
franqueada.
Recursos 
humanos
O número de funcionários necessário para funcionar, bem 
como as qualificações necessárias para exercer o cargo.
Planejamento
Mesmo sendo uma franquia, o cuidado com o 
planejamento é necessário. Para abrir uma unidade, 
precisa-se pensar bem e também após a abertura do 
negócio.
Autoanálise 
pessoal
Antes de pensar em ter um negócio para trabalhar 
menos ou porque franquia é mais fácil que uma empresa, 
tome cuidado. Você precisa avaliar se tem o perfil 
para empreender, se realmente está disposto a correr 
riscos e, no caso da franquia, se está preparado para 
seguir padrões impostos pelo franqueador, inibindo 
sua liberdade para criar ou implementar processos e 
atividades.
Avaliação de 
mercado
O momento das franquias é muito bom. Entretanto, é 
interessante avaliar o tipo de segmento que se deseja 
abrir e conhecer a região para saber se existe potencial 
para o local.
Retorno do 
investimento
É claro que todo mundo deseja o retorno do 
investimento no menor tempo possível, até porque os 
valores investidos são altos. Entretanto, é preciso saber a 
média de tempo e os esforços necessários para tal feito.
Conhecimentos 
gerais e 
gerenciais
Não importa o tipo de negócio, o conhecimento gerencial 
é fundamental. Conhecer um pouco de Marketing, 
Finanças, Produção e Recursos Humanos é essencial para 
gerenciar a unidade franqueada.
Manuais de 
procedimentos
Toda franquia tem procedimentos que devem ser 
seguidos seja na operação, na parte financeira, no layout 
ou na forma de atender. Por isso, o franqueado deve 
analisar essas informações, porque, se é uma franquia, 
deve possuir manual de procedimento.
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Contatos da 
rede
Conversar com franqueados da rede é importante para 
saber como realmente funciona o negócio e as exigências 
necessárias.
Suporte e 
assessoria
Cada rede de franquia oferece serviços diferenciados, 
como planejamento estratégico, treinamento de recursos 
humanos, assessoria em marketing, entre outros. Cabe 
ao candidato avaliar o que a franquia disponibiliza.
Dedicação ao 
negócio
A dedicação faz diferença numa franquia. Se for 
somado a isso o conhecimento gerencial e habilidades 
interpessoais, as chances de sucesso aumentam.
Processo 
seletivo
O candidato a franqueado precisa conhecer os 
procedimentos necessários para ser selecionado. É 
importante coletar informações prévias e adequar-se às 
etapas de instruções.
Circular de 
Oferta 
de Franquia 
(COF)
Toda franquia deve ter e disponibilizar antecipadamente 
ao interessado para que possa avaliar todas as 
informações, exigências e procedimentos para saber se 
está preparado e compatibilizado com as expectativas do 
franqueador.
Filiação a ABF
É comum as franquias serem filiadas com a Associação 
Brasileira de Franchising - ABF que costuma premiar 
as melhores franquias com um selo de excelência. Se 
não for associado, procure conhecer os motivos e as 
justificativas.
Quadro 5 - Pontos de reflexão para o franqueado / Fonte: os autores.
As franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do 
negócio, uma vez que propiciam uma grande rede de atuação, sem implicar 
na concentração de esforços e de recursos para o empreendedor franquea-dor. E, para o empreendedor franqueado, tem possibilitado maior segurança 
e conhecimento acerca do negócio que se propõe a iniciar. Entretanto, é 
fundamental ter consciência das responsabilidades, das vantagens e das 
desvantagens desse tipo de negócio.
No próximo tópico, vamos falar da importância dos negócios gerados 
pelo empreendedorismo para o desenvolvimento de uma região.
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4 
O PAPEL SOCIAL E
ECONÔMICO DO
EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor 
do desenvolvimento local. No entanto, é importante destacar a diferença 
entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O cresci-
mento econômico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de 
uma determinada localidade. 
Assim, podem ser considerados como referências de crescimento eco-
nômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder 
aquisitivo da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desen-
volvimento é mais amplo, pois envolve, além do crescimento econômico, os 
aspectos sociais e ambientais. 
Dessa forma, só é possível falar em desenvolvimento quando há ganhos 
quantitativos e qualitativos, como a qualidade de vida de uma população, a 
geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, 
são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da cria-
ção de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999):
 ■ Contribui para o crescimento econômico.
 ■ Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os re-
cursos produtivos.
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 ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento, gerando 
novas tecnologias, produtos e serviços.
Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do em-
preendedorismo mostram grandes possibilidades de se transformarem na 
mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, 
como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais 
(BARBOSA, A. P.; BARBOSA, A. C., 2009). 
Para isso, a gestão dos negócios precisa pautar-se sob uma conduta ética 
que se preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das 
sociedades em que atuam as organizações criadas. Preocupando-se com to-
dos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento 
(stakeholders).
Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o 
empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as 
seguintes características:
 ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por 
meio do empreendedorismo.
 ■ O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível 
local, cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local.
Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o 
empreendedorismo por oportunidade, de maneira a planejar adequa-
damente a estrutura do negócio, reduzindo a possibilidade de riscos e 
aumentando a possibilidade de sucesso de cada empreendimento. As-
sim, é possível gerar trabalho e renda, e atuar por meio de uma conduta 
sustentavelmente comprometida.
Vale destacar que a maior parte dos negócios é formada por micro e 
pequenos negócios que geram grande parte dos empregos. Por isso, a rele-
vância de iniciativas e práticas empreendedoras para o desenvolvimento das 
regiões, porque impactam social e economicamente. É importante o papel 
deles uma vez que geram trabalho e renda para os colaboradores e é o meio 
de subsistência dos empreendedores.
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5 
MITOS SOBRE O 
EMPREENDEDORISMO
A definição do empreendedor ainda é carregada de muitos mitos por parte da 
sociedade em geral, trazendo alguns estigmas inadequados e até problemas 
para a implementação de carreiras empreendedoras de sucesso, isso porque 
pensava-se que o empreendedor deveria possuir todas as características em-
preendedoras que apresentamos anteriormente e, também, porque o estímulo 
a iniciativas empreendedoras não era feito de forma adequada. 
Visamos, nesta parte, apresentar os principais mitos e desvendá-los, e va-
mos utilizar a abordagem de Dornelas (2005, p. 35) que cita os três principais 
mitos sobre os empreendedores: 
1. Empreendedores são natos, nascem para o sucesso: embora alguns 
empreendedores nasçam com certo nível de inteligência, para obter 
sucesso é necessário estar preparado. Eles acumulam habilidades, ex-
periências e contatos com o tempo, e a capacidade de ter visão e per-
seguir oportunidades pode ser desenvolvida e aprimorada.
2. Empreendedores são jogadores que assumem riscos muito altos: 
os empreendedores de sucesso só assumem riscos calculados, evitam 
riscos desnecessários, compartilham os riscos e desmembram em par-
tes menores. O planejamento é um importante instrumento.
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3. Os empreendedores são ‘lobos solitários’ e não conseguem traba-
lhar em equipe: normalmente, os empreendedores são ótimos líderes, 
criam equipes competentes e desenvolvem um excelente relaciona-
mento interpessoal.
A jornada de um empreendedor é repleta de muitos desafios, sendo necessá-
rio ter capacidade para enfrentar riscos e lidar com a adversidade. Os mitos 
criam um pensamento de que o empreendedor é um ser sozinho, egocêntri-
co e quer toda a glória, mas, se observarmos os grandes exemplos, possuem 
uma conduta diferente. Vamos, também, abordar outros mitos utilizando o 
pensamento de Ferreira et al. (2010):
1. Qualquer um pode iniciar um negócio: na realidade, é preciso ter 
conhecimento sobre o negócio, para que ele tenha chance de sucesso, 
apenas boa vontade não é suficiente.
2. Há a necessidade de protagonismo: o empreendedor de sucesso 
sabe valorizar sua equipe, reconhecendo o trabalho de cada um, visto 
que tem consciência de que não consegue nada sozinho.
3. Trabalham muito: o empreendedor, normalmente, dedica muita 
energia à realização do seu negócio, mas isso não significa que ele não 
tenha tempo para a família, o lazer e a busca por formação.
4. Iniciam negócios de risco: só iniciam negócios com riscos calcu-
lados, conhecem a viabilidade do negócio para fazer o investimento.
5. O empreendimento é apenas para os ricos: os empreendedores 
costumam ter boas ideias e viabilizar a sua implementação, para isso, 
acabam por buscar várias formas de financiamento.
6. Idade é uma barreira: não há idade para ser empreendedor. Os es-
tudos apontam que a maioria dos empreendedores são jovens e estão 
cada vez mais presentes no mercado.
7. São motivados pelo dinheiro: outras motivações, como realização 
pessoal, independência e liberdade também fazem parte do interesse 
do empreendedor. A realização de um sonho pode ser a maior delas.
8. Procuram o poder e o controle sobre os outros: o empreendedor de 
sucesso tem se mostrado um bom líder, que envolve sua equipe e não 
tem energias para gastar com disputa de poder e controle sobre os outros.
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9. Se tiverem talento, o sucesso chega em um ou dois anos: não 
há medida de tempo para o sucesso. E, ainda, não é apenas a falta de 
talento que faz um negócio não ter sucesso, obstáculos de mercado 
também podem provocar o insucesso de um negócio.
10. Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer: apenas 
uma boa ideia não é suficiente para o sucesso do negócio, pois também 
é preciso que exista uma oportunidade de mercado.
11. Tendo dinheiro é fácil falhar: o capital não é suficiente para suportar 
falhas contínuas em um negócio, por isso, o planejamento, mais uma 
vez, aparece como ferramenta para evitar a falha.
12. Os empreendedores sofrem de estresse: o empreendedor precisa 
ter cautela e energia para fazer seu negócio dar certo, por isso, também 
precisa reequilibrar-se com atividades de lazer e descanso. O estresse 
só atrapalha o negócio.
Os mitos abordados neste material são comumente difundidos pela socieda-
de, o que tem atrapalhado o desenvolvimento e a expansão do empreende-
dorismo por utilizar um pensamento equivocado. Agora que você já conheceesses mitos, pode nos ajudar a construir um ambiente empreendedor e pro-
pício para os indivíduos. 
Seu papel, agora, é ser mais um empreendedor na sociedade e que difunda 
a ideia dos males que os mitos pode fazer para quem pretende empreender. 
Afinal, um dos grandes sonhos do brasileiro é ter o próprio negócio, mas fica 
com medo diante de tantos obstáculos que são colocados e de que não pode 
falhar porque será um fracassado.
É muito importante dizer que não há uma receita de sucesso, mas uma 
jornada que vai sendo construída ao longo dos dias e cada um trilha a sua 
caminhada conforme o seu ritmo. Os erros fazem parte da nossa vida e os 
empreendedores estão mais propensos por arriscarem, mas não podem ser 
considerados como fracassados. Para o empreendedor criar uma empresa 
de sucesso, ele pode demorar até 4 vezes para conseguir, conforme pesquisas 
nacionais e internacionais.
Contamos com a sua colaboração para criar um ambiente empreendedor 
mais próspero!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parabéns! Você finalizou a primeira unidade! Vamos recapitular os conheci-
mentos adquiridos? Primeiro, começamos apresentando empreendedorismo 
de forma a compreender as abordagens ao longo dos anos. Houve mudanças 
de foco na forma de compreender e estudar esse campo de estudo, conforme 
se pode notar com Marco Polo, passando por Schumpeter até os dias atuais.
Empreender é transformar uma ideia em oportunidade e isso ocorre de 
diferentes formas. Se você já é empreendedor(a) ou conhece alguém que é, 
saberá que existem muitas decisões a serem tomadas, obstáculos e interfe-
rências que exigem pensamento rápido e capacidade de improvisação. Isso 
é uma realidade, porque, se não souber lidar com as diferentes variáveis 
que surgem por conta dos colaboradores, consumidores, fornecedores, po-
der público, imprensa e sociedade, haverá muita dificuldade para fazer o 
negócio sobreviver.
Outro ponto importante são os campos de estudo, sendo que apresenta-
mos apenas alguns, como mulheres, jovens e a mortalidade de empresas, mas 
existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas e que aumentam conforme 
surgem novidades no funcionamento do mercado. É possível notar que essa 
área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apre-
sentação da importância de estudar e compreender o empreendedorismo.
Há diferentes formas de empreender, pois uma pessoa pode herdar um 
negócio, abrir um negócio com ou sem planejamento ou até intraempreen-
der. Com isso, notamos que existem diferentes formas de empreender e essa 
é uma das dificuldades de se conseguir definir um conceito.
Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a importân-
cia social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se 
preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negócios.
Esperamos que esses conhecimentos tenham despertado a curiosidade por 
essa área e que tenhamos colaborado para o seu desenvolvimento profissional.
Até a próxima unidade!
34
na prática
1. As franquias têm se apresentado como uma ótima opção de negócios, sendo que os 
indicadores, como o PIB das franquias, estão, nos últimos anos, crescendo pelo menos 
3 vezes o valor do PIB brasileiro. Com base no que foi abordado na unidade a respeito 
das franquias, leia as afirmações e assinale a alternativa correta:
I - A franquia é a única forma garantida de ter lucro nos negócios no Brasil.
II - A principal vantagem do franqueador é o fato de ter total controle das operações 
que acontecem nas unidades.
III - Uma das principais obrigações do franqueador é transmitir todas as normas e 
procedimentos aos franqueados.
IV - Existem riscos que envolvem o franqueador e o franqueado, por isso, a relação deve 
ser de parceria e transparência.
Assinale a alternativa correta: 
a) Somente I e II estão corretas.
b) Somente I, II e IV estão corretas.
c) Somente I, III e IV estão corretas.
d) Somente II e III estão corretas.
e) Somente III e IV estão corretas.
2. O empreendedorismo não se resume somente a abrir negócios ou criar grandes inova-
ções. Existe um tipo chamado empreendedor corporativo ou intraempreendedor, que 
se refere ao indivíduo que não é o proprietário do negócio, mas aquele que contribui 
para o crescimento do negócio com ideias e atitudes. Considerando o assunto aborda-
do, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
O tipo intraempreendedor é o melhor dos tipos de empreendedorismo existente, con-
forme o que foi apresentado no material.
PORQUE
O crescimento dos negócios depende unicamente dos empreendedores que desen-
volveram o negócio.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As duas asserções são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
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na prática
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
3. Como abordamos, o conceito de empreendedorismo está em formação, entretanto, 
alguns elementos são considerados como essenciais. A partir do entendimento da aula 
e da leitura do livro, leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta:
I - Oportunidade.
II - Pessoas.
III - Novos produtos.
IV - Negócios.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente I e II estão corretas.
b) Somente I, II e IV estão corretas.
c) Somente I, III e IV estão corretas.
d) Somente II e III estão corretas.
e) Todas as afirmações estão corretas.
4. Empreender é uma das atividades importantes para o desenvolvimento de uma socieda-
de. Dessa forma, deve ser estimulado o empreendedorismo por oportunidade porque, 
como vimos, pode modificar um ambiente de negócios. Com base no material, leia os 
exemplos de empreendedorismo a seguir.
I - Vanessa tinha o sonho de ter um negócio e foi estimulada pelos pais desde pe-
quena. Realizou intercâmbio, fez cursos de gestão até que optou por apostar em 
aplicativo de celular na área da saúde que pudesse melhorar a qualidade de vida 
de pessoas em períodos pós-operatórios.
II - Fernando começou a vender produtos artesanais para complementar a renda da 
casa após sua esposa ficar doente.
III - Marcos, após ficar desempregado, investiu o dinheiro em um restaurante adaptado 
para deficientes físicos, visto que observava muitas pessoas terem dificuldade de 
alimentar-se fora de casa.
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na prática
IV - Marcela, criativa desde a infância, teve a ideia de abrir uma empresa que pudesse 
auxiliar pessoas com déficit de aprendizagem a conseguirem melhores resultados 
nos estudos.
Assinale a alternativa que contenha exemplos de empreendedorismo por opor-
tunidade:
a) Somente I e II estão corretas.
b) Somente I, II e IV estão corretas.
c) Somente I, III e IV estão corretas.
d) Somente II e III estão corretas.
e) Todas as afirmações estão corretas.
5. Empreender em um novo negócio não é uma atividade simples, porém, muitas pessoas 
divulgam informações e comentários como se fosse fácil. Talvez até a intenção não 
seja ruim, mas incentivar uma pessoa que não esteja preparada pode trazer um efeito 
negativo. Essas palavras disseminadas são chamadas de mitos, que não tratam o em-
preendedorismo de forma apropriada. A respeito do tema, leia as afirmações a seguir:
I - Dinheiro não é problema para quem quer ter o negócio próprio porque o bom 
empreendedor sempre consegue recursos.
II - Para empreender é muito importante ter uma boa ideia, pois se tem competência 
conseguirá sucesso.
III - O empreendedor bem-sucedido é aquele que trabalha poucas horas por dia e 
ganha muito dinheiro.
IV - A motivação é o principal componente para conseguir ser bem-sucedido nos ne-
gócios.
Assinale a alternativa que contenha informações equivocadas sobre o em-
preendedorismo:
a) Somente I e II.
b) Somente I, II e IV.
c) Somente I, III e IV.
d) Somente II e III.
e) Todas as afirmações.37
aprimore-se
VALE A PENA EMPREENDER?
Empreender não é uma tarefa fácil. Quem já está nesse caminho sabe que não é 
uma jornada fácil. Não há hora para começar e nem terminar a jornada. E isso é uma 
opção que pode ser perigosa. Por um lado, você pode se acomodar, porque não 
precisa cumprir carga horária e há pessoas querendo empreender para não ter que 
cumprir horário fixo. Por outro lado, a pessoa pode utilizar essa liberdade a favor 
para gerenciar o negócio e, ao mesmo tempo, ter mais liberdade para pensar em 
novidades e dedicar-se à família, por exemplo. A opção é sua para escolher aquilo 
que for mais adequado a você.
Não existe um único caminho sempre certo. Existem pessoas com mais predis-
posição a adaptar-se à realidade de empreender e obter vantagens. Se você tem 
filhos pequenos que têm problemas de saúde e necessitam de acompanhamento 
constante, você pode pensar em empreender. Terá mais liberdade de horário, mas 
é fundamental não confundir liberdade de horário com menos responsabilidade.
Você pode ter optado por estudar na nossa instituição para capacitar-se sem 
precisar frequentar uma sala de aula todo dia por diversos motivos, porém, isso não 
é sinônimo de facilidade e isso você perceberá ao longo do curso. Você pode pla-
nejar o horário que for mais adequado, mas terá que estudar, e muito, se pretende 
terminar um curso a distância.
Voltamos à pergunta inicial: vale a pena empreender? É um risco que você tem 
que pensar se quer correr. Muitas dúvidas e poucas certezas você terá ao longo da 
jornada e não haverá facilidades, ou seja, é uma pergunta estritamente pessoal. 
Para nós, pode valer, mas, para você, não. Não é por conta disso que você é me-
droso ou inferior à outra pessoa. Cada um tem uma personalidade e precisamos de 
empreendedores e colaboradores para o progresso da sociedade.
Esperamos, com esse breve texto, despertar reflexões e curiosidades que lhe 
ajudem a amadurecer.
Fonte: os autores.
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eu recomendo!
O empreendedor: empreender como opção de carreira
Autor: Ronald Jean Degen 
Editora: Prentice Hall, 2009
Sinopse: o livro é dividido em quatro partes: empreender, plane-
jar seu negócio, desenvolver seu negócio e empreendedorismo. 
Nos 20 capítulos, o autor aborda de forma didática informações 
fundamentais para quem quer conhecer o empreendedorismo. 
Analisar de uma forma ampla para explicar o empreendedorismo como opção de 
carreira, as oportunidades de negócio, o reconhecimento, avaliação e dinâmica dos 
negócios, a elaboração do plano de negócios, bem como maneiras de organizar e 
administrar o negócio, além de capítulos direcionados à explicação do empreendedo-
rismo como campo de pesquisa e principais mitos sobre o empreendedorismo.
livro
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é uma organização que divulga informações in-
ternacionais sobre as características do empreendedorismo no mundo, inclusive no Brasil. 
O IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), no Brasil, realiza o estudo divul-
gando o nível de atividade empreendedora, as características dos negócios e informações 
de cada região brasileira. Os estudos do GEM permitem compreender o grau de desen-
volvimento da atividade empreendedora, realizar estudos comparativos entre países e 
perceber as características peculiares de cada região.
http://www.ibqp.org.br/gem
Recomendamos que assista estes dois vídeos que permitem aprofundar os conhecimen-
tos sobre o Intraempreendedorismo. O primeiro vídeo, O que é o intraempreendedoris-
mo?, trata-se de uma palestra proferida pelo respeitado professor Marcos Hashimoto.
http://www.youtube.com/watch?v=Kx3JrklyrNI
O DSDM Agile Project Framework é uma abstração do DSDM® Atern® projetado para 
complementar outros Abordagens ágeis em um ambiente onde uma abordagem de pro-
jeto definida é esperada ou irá adicionar valor. 
http://www.youtube.com/watch?v=nTxGEvXN9oE
A Endeavor é uma instituição que incentiva o empreendedorismo no Brasil. Por meio de 
cartilhas, vídeos e reportagens disponibiliza materiais sobre empreendedorismo com o 
apoio de diferentes referências de mercado e empreendedores bem-sucedidos.
http://www.endeavor.org.br
conecte-se
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PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Características empreendedoras 
• Empreendedor x gestor x empresário • Oportunidade empreendedora • Fontes de oportunidades 
empreendedoras • Processo empreendedor.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Reunir as características atribuídas ao empreendedor • Diferenciar empreendedor de gestor e de em-
presário • Compreender os principais conceitos e temas da oportunidade empreendedora • Apresentar 
as fontes de inspiração de oportunidades de negócio • Sintetizar as etapas enfrentadas por um em-
preendedor.
O EMPREENDEDOR E
A OPORTUNIDADE
PROFESSORES 
Me. Anderson Katsumi Miyatake
Me. Bianca Burdini Mazzei
Me. Paulo Pardo
INTRODUÇÃO
Olá, vamos continuar os estudos. Nesta unidade, vamos destacar dois 
aspectos muito importantes no empreendedorismo: o empreendedor e, 
também, a oportunidade. Apresentaremos de forma breve esses pontos 
e vamos aprofundar para que você consiga compreender os motivos do 
empreendedorismo ser um fenômeno social tão dinâmico e que não 
existe uma receita mágica para ser um empreendedor de sucesso.
Você pode nos questionar os motivos desses pontos serem tão re-
levantes. Nós argumentamos da seguinte forma: o estudo sobre o em-
preendedor é importante, porque é possível compreender o que leva 
os empreendedores a terem sucesso. Identificaremos uma série de ca-
racterísticas listadas pelos pesquisadores que compõem uma espécie 
de perfil ideal. O que devemos ter em mente é que essas são listas e nos 
ajudam a identificar o que leva um empreendedor a ter êxito, mas não 
são receitas prontas.
Ao estudarmos com mais profundidade, poderemos compreender 
que os empreendedores não são seres anormais. Eles possuem determi-
nados comportamentos que os ajudam a identificarem ideias e trans-
formar em algo concreto. Veremos que, mais do que um perfil ideal, o 
empreendedorismo pode ser aprendido, por isso, a formação do em-
preendedor torna-se essencial para que possa obter sucesso.
O segundo ponto relevante é a oportunidade. É importante compreen-
der o que é uma e o que pode favorecer para o surgimento, ou seja, o pro-
cesso necessário para que se concretize em algo positivo. Existem diversos 
aspectos que servem como fontes de oportunidades para os empreende-
dores e procuraremos compreender com mais detalhes. Outro aspecto é 
a trajetória do empreendedor que trataremos no processo empreendedor.
Esperamos que possa apreciar a segunda unidade e agregar mais 
conhecimentos para o seu crescimento! Vamos começar!
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CARACTERÍSTICAS 
EMPREENDEDORAS
Pode ser denominado como empreendedor aquele que tem a capacidade de ge-
rar uma boa ideia, aproveitando uma oportunidade de mercado, conseguindo 
os recursos necessários para sua implementação. Para tanto, é importante, ao 
empreendedor, possuir uma boa rede de contatos/relacionamento (networking), 
de maneira a formar boas parcerias e/ou redes, a fim de viabilizar sua ideia. Por 
isso, um comportamento ético é algo muito importante ao empreendedor. Agir 
preocupando-se com os demais envolvidos no processo e com a sociedade ao seu 
entorno promove um aspecto de credibilidade ao empreendedor, que precisa das 
demais pessoas e grupos para implementar seu negócio e mantê-lo no mercado.
Segundo Dolabela (1999, p. 44), “o empreendedor é alguém capaz de desenvol-
ver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investi-
dores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável 
no futuro”. Para o autor, um dos principais atributos do empreendedor é a capa-
cidade de identificar oportunidades, agarrando-as por meio da busca de recursos 
para transformá-las em negócios de sucesso. Por isso, é preciso muita energia, per-
severança e umadose de paixão para vencer os obstáculos e continuar em frente. 
Os empreendedores possuem características de comportamento e habilida-
des comuns, por isso é comum que os autores classifiquem algumas caracterís-
ticas como pertinentes aos empreendedores. No entanto, é importante destacar 
que não existe um modelo pronto, de maneira que todo empreendedor tenha que, 
obrigatoriamente, ter todas as características classificadas como empreendedoras.
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Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado que 
“fatores psicológicos e sociológicos, além de competências específicas, são carac-
terísticas dos empreendedores”. De acordo com os autores, uma pesquisa realizada 
por Begley e Boyd identificou cinco dimensões psicológicas dos empreendedores:
 ■ Necessidade de realização: os empreendedores possuem um estímulo 
social para se superar, algumas vezes é reforçado por fatores culturais.
 ■ Localização do controle: é a ideia de estar no controle da própria vida.
 ■ Tolerância ao risco: os empreendedores que correm riscos moderados 
aparecem no topo das listas de sucesso, mais do que os que não correm 
risco ou correm riscos extravagantes.
 ■ Tolerância à ambiguidade: em função da busca por inovação, os em-
preendedores acabam vivendo determinadas situações pela primeira vez 
e, por isso, enfrentam mais ambiguidades.
 ■ Comportamento do tipo A: refere-se à tendência de fazer mais coisas 
em menos tempo e, se necessário, enfrente as objeções alheias.
Ainda para os autores, é percebida, nos empreendedores, uma competência es-
pecial, que se trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou 
experiência para competir com eficácia quando o negócio for iniciado. 
Um aspecto relevante ao falar do empreendedor é sobre a motivação pessoal, 
isso porque a decisão de empreender está ligada a duas inspirações, conforme 
Ferreira et al., (2010):
 ■ Mudança no estilo de vida atual – por situação de desemprego, aposenta-
doria, formação recente, descontentamento com relação ao empregador atual.
 ■ Opção de carreira – preparam-se efetivamente para ser empreendedor.
 ■ Além disso, a história e o contexto em que o empreendedor está inserido, 
segundo Ferreira et al. (2010), trazem diferenças ao empreender, como:
 ■ Ambiente familiar na infância: alguns estudos mostram que há pro-
pensão em ser um empreendedor se o pai ou outro familiar também for. 
Isso porque, além da fonte de inspiração, costuma haver maior incentivo 
de valores, como independência, conquista e realização.
 ■ A educação: a formação é importante para ajudar o empreendedor a 
gerenciar os problemas que enfrentará e para adquirir conhecimentos 
específicos de sua área de atuação.
 ■ Os valores pessoais: indivíduos bem-sucedidos costumam ter valores, 
como liderança, criatividade, sucesso, trabalho, ética, objetivos e outros.
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Conheça pessoas que têm sucesso nos negócios e perceberá que o ingrediente dedicação 
é comum. Se pretende empreender, tenha sempre na cabeça que precisará aprender 
sempre e perseverar para obter sucesso.
pensando juntos
 ■ A experiência profissional prévia: o histórico profissional tem demons-
trado forte impacto positivo (quando há experiência profissional prévia 
sobre a área de atuação do negócio) e negativo (quando da ausência de 
conhecimentos prévios) sobre as carreiras empreendedoras.
O que nós queremos dizer com tudo isso? Se buscarmos em livros e mate-
riais sobre a área, encontraremos uma série de características nomeadas ao 
empreendedor, como: modelo que o influencia, autoconfiança, necessidade 
de realização, aprende com insucessos, intuição, sonhador realista, conhece 
o ramo de atuação, orientação para realização, inovador, autônomo, possui 
iniciativa, otimismo, perseverança, fixador de metas, comprometido, líder, 
possui rede de relacionamentos, influencia pessoas, criatividade. Entretanto, 
não há como fazer um mapeamento do perfil ideal porque cada um possui 
traços peculiares, criados em diferentes contextos familiares, mercado, negó-
cios e realidades, e que a cada situação de mercado é necessário adaptar-se, por 
isso, um perfil mais adequado hoje pode não ser o mais esperado no futuro.
Uma forma de tratar mais assertivo o assunto é por meio das Caracterís-
ticas do Comportamento Empreendedor - CCEs, derivado dos estudos de 
David McClelland (1972) que definiu 30 características divididas em 3 gran-
des conjuntos (realização, planejamento e poder). Esse estudo é interessante 
por não estabelecer traços, mas comportamentos que devem ser praticados 
pelo empreendedor, e quanto mais o indivíduo praticar, mais fará parte do 
perfil pessoal.
O conjunto de realização refere-se às atitudes que o empreendedor toma para 
tornar concreto aquilo que deseja, aspecto fundamental para quem está à frente 
dos negócios. Nesse grupo, está incluso 5 características e 15 comportamentos 
empreendedores: busca de oportunidades e iniciativa, persistência, correr riscos 
calculados, exigência da qualidade e eficiência e comprometimento.
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Busca de oportunidades e iniciativa 
Antecipa as tendências para criar oportunidades de negócios como postura proa-
tiva, sendo os três comportamentos:
 ■ age com proatividade antecipando-se às situações;
 ■ busca a possibilidade de expandir os negócios;
 ■ aproveita as oportunidades para progredir.
Persistência
Capacidade de enfrentar obstáculos para obter sucesso. A capacidade de man-
ter-se firme diante dos problemas, reavaliando planos, é fundamental para 
atingir os objetivos preestabelecidos, sendo que há três comportamentos:
 ■ não desiste apesar dos obstáculos;
 ■ reavalia e insiste ou mesmo muda os planos para superar objetivos;
 ■ esforça-se além da média para atingir objetivos.
Correr riscos calculados 
Disponibilidade de assumir desafios. O risco fará parte da rotina do empreende-
dor que deve minimizar com planejamento, análises e avaliações para encontrar 
uma alternativa que há mais propensão de dar certo no atual contexto. Os com-
portamentos referentes a essa característica são:
 ■ procura e avalia alternativas para tomar decisões;
 ■ busca reduzir as chances de erro;
 ■ aceita desafios moderados.
Exigência da qualidade e eficiência 
Disposição para fazer mais e melhor, buscando o aperfeiçoamento. É importante 
estabelecer indicadores e ações para cumprir prazos e obter qualidade, buscando 
conhecer e satisfazer as expectativas dos consumidores, que, consequentemente, 
fará a organização aperfeiçoar-se. Os comportamentos adotados são:
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 ■ melhora continuamente o negócio e produtos;
 ■ satisfaz e excede as expectativas dos clientes;
 ■ cria procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade.
Comprometimento 
O sacrifício pessoal quer dizer que o empreendedor se compromete para cum-
prir os compromissos assumidos, visando manter a relação de parceria acima 
de objetivos e vantagens individuais. Os comportamentos empreendedores são:
 ■ traz para si as responsabilidades de sucesso e fracasso;
 ■ atua em conjunto com a equipe para atingir resultados;
 ■ coloca o relacionamento com os clientes acima das necessidades de curto prazo.
O segundo conjunto do estudo refere-se ao planejamento, atividade subestimada, 
porém essencial para alcançar resultados futuros satisfatórios e tem 3 caracterís-
ticas: busca de informações, estabelecimento de metas e planejamento e moni-
toramento sistemático.
Busca de informações 
Envolvimento direto do empreendedor é fundamental para buscar, investigar e ava-
liar as necessidades de melhoria dos produtos e serviços, consultando especialistas 
sempre que necessário. Os comportamentos que se referem a essa característica são:
 ■ envolve-se pessoalmente na avaliação do mercado;
 ■ investiga sempre como oferecer novos produtos e serviços;
 ■ busca a orientação de especialistas para decidir.
Estabelecimento de metas 
É a capacidade de criar metas claras e atingíveis. Esse é um

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