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[Pensar Criminalista]_ Mero reconhecimento fotográfico não traz justa causa para o prosseguimento da ação penal

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jusbrasil.com.br
16 de Julho de 2021
[Pensar Criminalista]: Mero reconhecimento fotográfico
não traz justa causa para o prosseguimento da ação penal
Olá criminalistas, tudo bem?
Para a Sexta Turma do STJ o reconhecimento fotográfico, feito
de forma isolada, não é suficiente para sustentar o
prosseguimento da ação penal.
Como já foi decidido recentemente pela Quinta Turma do STJ, no HC
652.284/SC, o reconhecimento de pessoas deve seguir o
procedimento previsto nos arts. 226 a 228, do CPP. E, para a
Sexta Turma, o mesmo procedimento será utilizado para o
reconhecimento feito por meio fotográfico.
Mas, deve-se registrar que o reconhecimento por fotografias não deve
ser entendido como meio de prova autônomo; mas sim, como etapa
antecedente a eventual reconhecimento pessoal. Nesse sentido,
são os EDcl no HC 598.886/SC, em que destacamos o seguinte trecho
do acórdão:
(...) O reconhecimento de pessoa por meio fotográfico é ainda mais
problemático, máxime quando se realiza por simples exibição ao
reconhecedor de fotos do conjecturado suspeito extraídas de álbuns
policiais ou de redes sociais, já previamente selecionadas pela
autoridade policial. E, mesmo quando se procura seguir,
com adaptações, o procedimento indicado no Código de Processo
Penal para o reconhecimento presencial, não há como ignorar que
o caráter estático, a qualidade da foto, a ausência de
expressões e trejeitos corporais e a quase sempre
visualização apenas do busto do suspeito podem
comprometer a idoneidade e a confiabilidade do ato. (...) O
reconhecimento do suspeito por simples exibição de
fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o
mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de
ser visto como etapa antecedente a eventual
reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como
prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo. (...)
(STJ, EDcl no HC 598.886/SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz -
Sexta Turma, julgado em 13/04/2021, publicado em 20/04/2021)
(Destaquei)
E, ainda que confirmado em juízo, o mero reconhecimento por
meio de fotografias não fornece aos autos indícios suficientes
de autoria que entreguem aos autos justa causa hábil para
sustentar a continuidade da ação penal. Recentemente, o STJ se
manifestou nesse sentido no RHC 142.773/PB. Vejamos a ementa desse
recente julgado:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. JUSTA CAUSA.
ROUBO CIRCUNSTANCIADO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE
LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO DE AUTORIA. DENÚNCIA
FUNDAMENTADA EXCLUSIVAMENTE EM RECONHECIMENTO
FOTOGRÁFICO REALIZADO EM DESACORDO COM O ART. 226
DO CPP. LIMINAR DEFERIDA. PARECER PELO NÃO
PROVIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO. RECONHECIMENTO
FOTOGRÁFICO NA FASE DE INQUÉRITO. INEXISTÊNCIA DE
POSTERIOR RECONHECIMENTO PESSOAL. INDÍCIOS DE
AUTORIA. INSUFICIÊNCIA. PRECEDENTES. ILEGALIDADE
MANIFESTA EVIDENCIADA. 1. A Sexta Turma desta Corte
Superior firmou entendimento de que o reconhecimento do
suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao
reconhecedor, a par de dever seguir o mesmo
procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto
como etapa antecedente a eventual reconhecimento
pessoal e, portanto, não pode servir como prova em ação
penal, ainda que confirmado em juízo (HC n. 598.886/SC,
Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 18/12/2020). 2.
In casu, verifica-se que os indícios de autoria para recebimento da
denúncia são fundados exclusivamente no reconhecimento
fotográfico e que não foi realizado posterior reconhecimento
pessoal, não sendo viável para sustentar justa causa para
prosseguimento da ação penal em face do ora paciente.
Precedentes. 3. Recurso provido para determinar o trancamento da
Ação Penal n. 0002125-50.2019.8.15.0011 da 5ª Vara Criminal da
comarca de Campina Grande/PB. (STJ, RHC 142.773/PB, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior - Sexta Turma, julgado em 22/06/2021,
publicado em 28/06/2021) (Grifei)
Abraços amigos e amigas,
Até a próxima!
____________________ 
Referências:
BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código
de Processo Penal. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689compilado.htm >
________. Superior Tribunal de Justiça. Embargos de
Declaração no Habeas Corpus nº 598.886/SC, Relator Ministro
Rogerio Schietti Cruz - Sexta Turma, julgado em 13/04/2021,
publicado em 20/04/2021. Disponível em <
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?
componente=ATC&sequencial=122290... >
________. ________. Habeas Corpus nº 652.284/SC,
Relatoria do Ministro Reynaldo Soares da Fonseca - Quinta Turma,
julgado em 27/04/2021, publicado em 03/05/2021. Disponível em <
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?
componente=ATC&sequencial=125127... >
________. ________. Recurso em Habeas Corpus nº
142.773/PB, Relator Ministro Sebastião Reis Júnior - Sexta Turma,
julgado em 22/06/2021, publicado em 28/06/2021. Disponível em <
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/document
o/mediado/?documento_tipo=91&... >
____________________
Quem sou?
Advogada, especialista em Direito Penal, Processo Penal e Direito
Tributário. Apaixonada pela produção de conteúdo jurídico online.
Entusiasta na confecção de materiais jurídicos práticos para estudantes
e profissionais do Direito.
Também estou no LinkedIn. Você pode me encontrar por lá:
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-
cavalcantegfigueiredo
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=122290678&num_registro=202001796823&data=20210420&tipo=91&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=125127679&num_registro=202100769343&data=20210503&tipo=51&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/documento/mediado/?documento_tipo=91&documento_sequencial=128367232&registro_numero=202100504585&peticao_numero=-1&publicacao_data=20210628&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?aplicacao=informativo.ea
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcantegfigueiredo
Disponível em: https://annapaulacavalcante.jusbrasil.com.br/artigos/1247878105/pensar-
criminalista-mero-reconhecimento-fotografico-nao-traz-justa-causa-para-o-prosseguimento-da-
acao-penal

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