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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL GERSON DE GUSMÃO FERNANDES JUNIOR Dimensionamento simplificado de instalações prediais de água fria e análise de aplicação do Epanet em ramais prediais CUIABÁ 2021 GERSON DE GUSMÃO FERNANDES JUNIOR Dimensionamento simplificado de instalações prediais de água fria e análise de aplicação do Epanet em ramais prediais Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental para obtenção de diploma de conclusão de curso, sob orientação do Professor Me. Renato Beregula. CUIABÁ 2021 GERSON DE GUSMÃO FERNANDES JUNIOR Dimensionamento simplificado de instalações prediais de água fria e análise de aplicação do Epanet em ramais prediais Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental para obtenção de diploma de conclusão de curso, sob orientação do Professor Me. Renato Beregula. Trabalho de Conclusão de Curso aprovado por: _____________________________________________ Prof. Me. Renato Leandro Beregula – Orientador DESA/UFMT _____________________________________________ Prof. Dr. Rafael Pedrollo de Paes – Examinador DESA/UFMT _____________________________________________ Eng. Me. Marcel Medinas de Campos – Examinador Externo Cuiabá, 14 de maio de 2021. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de concluir esta etapa da minha vida, depois a minha família pelo apoio e estrutura que me deram durante todo o período da graduação, agradeço também a todos os meus amigos que estudaram junto comigo durante esses anos, especialmente a José Ferreira, Pedro Henrique, Luiz Eduardo, Aike Lima, Lucas Boaventura, Gilberto Monteiro, Eder Nascimento, Hullean Firmino, Arthur Barella, Marcos Paulo e Leticia Martinelli, agradeço ao meu orientador Professor Renato Beregula pela ajuda e pelo estágio que foram muito importantes para minha formação, agradeço também a todos os professores que me deram aula e possibilitaram o meu crescimento intelectual, especialmente Professora Luciana Sanches, Professor João Batista Lima, Professor Elvis Lira, Professora Ana Rubia, Professor Gonçalo Baicere e Professor Rafael Pedrollo. “O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano.” (Isaac Newton) RESUMO As instalações prediais de água fria são formadas por um conjunto de dispositivos, tubulações e equipamentos que transportam a água da rede de abastecimento até os aparelhos hidrossanitários para utilização em um sistema predial, existem diversas metodologias presentes na literatura para o dimensionamento dos subsistemas que compõem um projeto predial, sendo importante a escolha daquelas que resultem em um projeto mais eficiente hidráulica e financeiramente, este trabalho tem como objetivo dimensionar manualmente com base nas normas vigentes e métodos de concepção mais tradicionais utilizados no mercado esses subsistemas e analisar a aplicação do software Epanet na modelagem e dimensionamento de ramais prediais, visando o aumento da eficiência na seleção dos diâmetros e redução dos custos. Os resultados demonstram que o Epanet pode ser utilizado em projetos prediais, visto que o software foi capaz de realizar as simulações hidráulicas e calcular corretamente as perdas de carga, com os valores encontrados semelhantes aos calculados manualmente, com relação ao dimensionamento de ramais e sub-ramais o Epanet foi capaz de realizar os cálculos com base na pressão disponível o que possibilitou a redução dos diâmetros em determinados pavimentos, produzindo uma economia de 22,86% com os custos das tubulações em um edifício residencial com 26 pavimentos, demonstrando as vantagens da utilização de softwares e automatização de processos em sistemas prediais, pois além da praticidade e maior rapidez na confecção do projeto, é possível obter um dimensionamento otimizado, sendo mais vantajoso que o dimensionamento convencional. Palavras-Chave: Instalações Prediais de Água Fria, Dimensionamento, EPANET, Modelagem Hidráulica. ABSTRACT The cold water building installations are formed by a set of devices, pipes and equipment that transport the water from the supply network to the hydrosanitary devices for use in a building system, there are several methodologies present in the literature for the dimensioning of the subsystems that make up a building design, and it is important to choose those that result in a more efficient hydraulic and financial project, this work aims to manually dimension based on current norms and more traditional design methods used in the market these subsystems and to analyze the application of Epanet software in modeling and dimensioning of building extensions, aiming at increasing efficiency in the selection of diameters and reducing costs. The results demonstrate that Epanet can be used in building projects, since the software was able to perform hydraulic simulations and correctly calculate load losses, with the values found similar to those calculated manually, in relation to the dimensioning of branches and sub-branches, the Epanet was able to perform the calculations based on the available pressure, which made it possible to reduce the diameters on certain floors, producing savings of 22.86% with the costs of the pipes in a 26-storey residential building, demonstrating the advantages of use of software and process automation in building systems, because in addition to the practicality and greater speed in making the project, it is possible to obtain an optimized design, being more advantageous than the conventional design. Key-words: Cold Water Building Installations, Dimensioning, EPANET, Hydraulic Modeling. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 01- HARPA DE NIKURADSE .................................................................................19 FIGURA 02- DIAGRAMA DE MOODY ................................................................................20 FIGURA 03- SISTEMA DE ENTRADA DE ÁGUA ...............................................................23 FIGURA 04- EXEMPLO DE RESERVATÓRIO PREDIAL..... .............................................24 FIGURA 05- EXEMPLO DE RESERVATÓRIO SUPERIOR ................................................25 FIGURA 06- ESQUEMA DE ALIMENTAÇÃO DE UM EDIFÍCIO ......................................27 FIGURA 07- POSICIONAMENTO DAS VÁLVULAS REDUTORAS DE PRESSÃO ........28 FIGURA 08- ÁREA DE TRABALHO DO EPANET...............................................................33 FIGURA 09- FACHADA DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................38 FIGURA 10- COMPARAÇÃO ENTRE AS EQUAÇÕES COM DN25 ..................................41 FIGURA 11- COMPARAÇÃO ENTRE AS EQUAÇÕES COM DN50 ..................................42 FIGURA 12- IDENTIFICADORES DOS TRECHOS E NÓS .................................................45 FIGURA 13- IDENTIFICADORES DOS TRECHOS E NÓS COM ZOOM ...........................46 FIGURA 14- IDENTIDICADORES DOS TRECHOS E NÓS COM ZOOM ..........................46 FIGURA 15- MODELAGEM HIDRAÚLICA DO PROJETO VIA EPANET ........................67 FIGURA 16- DIMENSIONAMENTO DE RAMAISE SUB-RAMAIS – PAVIMENTO 26 (MAIS DESFAVORÁVEL OU PAVIMENTOS COM PRESSÃO <8,0MCA) ......................69 FIGURA 17- DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS E SUB-RAMAIS – PAVIMENTOS COM PRESSÃO ENTRE 8,0MCA A <10MCA ......................................................................70 FIGURA 18- DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS E SUB-RAMAIS – PAVIMENTOS COM PRESSÃO MAIOR OU IGUAL A 10MCA ...................................................................71 LISTA DE TABELAS TABELA 01- CONSUMO DIÁRIO EM ALGUMAS EDIFICAÇÕES ...................................24 TABELA 02- ALTURA DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO DA ÁGUA ................................29 TABELA 03- VAZÃO NOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO EM FUNÇÃO DO APARELHO SANITÁRIO ............................................................................................................................31 TABELA 04- COMPRIMENTO EQUIVALENTE DE DIFERENTES PEÇAS EM PVC RÍGIDO ....................................................................................................................................52 TABELA 05- CATÁLOGO PARA ESCOLHA DE BOMBAS ...............................................53 TABELA 06- PREVISÃO DOS APARELHOS HIDROSSANITÁRIOS PRESENTES EM CADA APARTAMENTO ........................................................................................................54 TABELA 07- VAZÃO DE PROJETO E PESOS RELATIVOS DE ALGUMAS PEÇAS .......54 TABELA 08- SOMATÓRIO DE PESOS EM UM APARTAMENTO TIPO ..........................55 TABELA 09- ÁBACO DE PESOS, VAZÕES E DIÂMETROS ..............................................56 TABELA 10- DIMENSIONAMENTO DO HIDRÔMETRO ..................................................58 TABELA 11- DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS E SUB-RAMAIS ..............................58 TABELA 12- CÁLCULO DE PERDA DE CARGA NO CHUVEIRO MAIS DESFAVORÁVEL ..................................................................................................................59 TABELA 13- ACESSÓRIOS CONSIDERADOS NOS TRECHOS PARA O CÁLCULO DO COMPRIMENTO EQUIVALENTE ........................................................................................59 TABELA 14- DIMENSIONAMENTO DA COLUNA DE ÁGUA FRIA G1 ..........................61 TABELA 15- DIMENSIONAMENTO DA COLUNA DE ÁGUA FRIA G2 ..........................61 TABELA 16- DIMENSIONAMENTO DA COLUNA DE ÁGUA FRIA G3 ..........................61 TABELA 17- ESCOLHA DE VÁLVULAS REDUTORAS DE PRESSÃO PREDIAIS .........63 TABELA 18- DADOS DO MODELO HIDRAÚLICO ............................................................65 TABELA 19- DADOS DO MODELO HIDRAÚLICO ............................................................66 TABELA 20- CUSTOS COM TUBULAÇÃO PARA RAMAIS E SUB-RAMAIS ................72 TABELA 21- CUSTOS COM TUBULAÇÃO PARA RAMAIS E SUB-RAMAIS ................72 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 16 2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 16 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 17 3.1 HIDRÁULICA BÁSICA EM CONDUTOS FORÇADOS ............................................... 17 3.2 PERDA DE CARGA DISTRIBUIDA ............................................................................... 18 3.3 PERDA DE CARGA LOCALIZADA ............................................................................... 21 3.4 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA ................................................................. 22 3.5 SISTEMA DE ENTRADA DA ÁGUA ............................................................................. 22 3.6 SISTEMA DE RESERVAÇÃO ......................................................................................... 23 3.7 SISTEMA DE BOMBEAMENTO .................................................................................... 25 3.8 REDE DE DISTRIBUIÇÃO PREDIAL ............................................................................ 26 3.9 SISTEMA REDUTOR DE PRESSÃO .............................................................................. 27 3.10 DISPOSITIVOS E PONTOS DE UTILIZAÇÃO ............................................................ 28 3.11 MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA .................................................................................. 29 3.12 DIMENSIONAMENTO CONVENCIONAL .................................................................. 29 3.13 SOFTWARE EPANET .................................................................................................... 31 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 34 5 METODOLOGIA................................................................................................................ 38 5.1 ÁREA DE ESTUDO .......................................................................................................... 38 5.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE RESERVAÇÃO ...................................... ....39 5.2.1 População de projeto.........................................................................................................39 5.2.2 Consumo...........................................................................................................................39 5.2.3 Reservatórios....................................................................................................................39 5.3 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL .............................................. 40 5.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE SUCÇÃO E RECALQUE .......................... 40 5.5 PERDA DE CARGA .......................................................................................................... 41 5.6 DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS DO PROJETO ................................................ 42 5.7 DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE ....................................................................... 42 5.8 DIMENSIONAMENTO DOS HIDRÔMETROS .............................................................. 43 5.9 DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS E SUB-RAMAIS ................................................. 43 5.10 CÁLCULO DE PRESSÃO MINÍMA NA DERIVAÇÃO DO HIDRÔMETRO ............ 43 5.11 CÁLCULO DAS COLUNAS DE ÁGUA FRIA ............................................................. 43 5.12 DIMENSIONAMENTO DAS VÁLVULAS REDUTORAS .......................................... 44 5.13 CÁLCULO DO COEFICIENTE K PARA PERDAS SINGULARES ............................ 44 5.14 MODELAGEM HIDRAÚLICA NO EPANET ............................................................... 44 5.15 DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS E SUB-RAMAIS VIA EPANET ...................... 46 6 RESULTADOS .................................................................................................................... 47 6.1 DIMENSIONAMENTO CONVENCIONAL .................................................................... 47 6.1.1 Dimensionamento do sistema de reservação de água........................................................47 6.1.2 Dimensionamento do alimentador predial........................................................................49 6.1.3 Dimensionamento do sistema de sucção e recalque..........................................................49 6.1.4 Dimensionamento da bomba............................................................................................50 6.1.5 Dimensionamento do barrilete..........................................................................................546.1.6 Dimensionamento dos hidrômetros..................................................................................57 6.1.7 Dimensionamento dos ramais e sub-ramais......................................................................58 6.1.8 Cálculo da pressão mínima nos hidrômetros.....................................................................59 6.1.9 Dimensionamento das colunas de água fria......................................................................60 6.1.10 Dimensionamento das válvulas redutoras de pressão......................................................62 6.2 CÁLCULO DO COEFICIENTE K PARA PERDAS SINGULARES .............................. 63 6.3 MODELAGEM E DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS E SUB-RAMAIS VIA EPANET ................................................................................................................................... 64 6.3.1 Modelo hidráulico do projeto............................................................................................64 6.3.2 Dimensionamento de ramais e sub-ramais via Epanet......................................................68 6.4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS COM TUBULAÇÃO PARA RAMAIS PREDIAIS ................................................................................................................................ 71 6.5 APLICAÇÃO DO EPANET EM INSTALAÇÕES PREDIAIS ........................................ 73 7. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 75 8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 76 APÊNDICE A – PROJETO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA EM UM EDIFÍCIO MULTIPAVIMENTOS..........................................................................................78 14 1 INTRODUÇÃO As instalações prediais de água fria são formadas por um conjunto de estruturas, equipamentos, tubulações e dispositivos responsáveis por conduzir a água sob pressão e em temperatura ambiente do sistema de abastecimento até o ponto de utilização final, ela deve ser projetada de modo que consiga atender as demandas de vazão da edificação sem alterar a qualidade da água, mantendo as pressões adequadas para o correto funcionamento dos aparelhos hidrossanitários, também deve-se levar em conta a economia de água, facilidade de manutenção e conforto dos usuários durante a elaboração do projeto. Em um edifício com vários pavimentos é mais comum a utilização de um sistema indireto de abastecimento, onde a água é direcionada para um reservatório inferior e a partir deste é bombeada para um reservatório superior para posterior alimentação das colunas de distribuição, é comum o uso de válvulas redutoras de pressão em instalações com alto desnível geométrico. Um dos pontos mais importantes de um projeto de instalações prediais é o dimensionamento dos componentes do sistema, o volume dos reservatórios normalmente são calculados com base no consumo diário, os diâmetros das tubulações para recalque podem ser obtidos por equações como a de Forchheimmer, o barrilete e as colunas de distribuição pela técnica de somatório dos pesos e utilização de ábacos, já os ramais e sub-ramais de alimentação dos apartamentos normalmente se emprega o cálculo de pressão mínima no ponto de utilização mais desfavorável para posterior dimensionamento das tubulações, todas essas etapas podem ser realizadas manualmente com base nas normas e literatura vigente, porém atualmente existem uma série de softwares que automatizam boa parte desse trabalho e permitem a elaboração de um projeto mais rápido, com mais informações e otimizações que resultam em um sistema mais eficiente. O Epanet é um programa computacional que pode ser utilizado para este fim, esta ferramenta permite a execução de testes estáticos e dinâmicos que conseguem descrever o comportamento de variáveis como a vazão, a pressão, altura manométrica, variação de nível em reservatórios, decaimento e concentração de substâncias químicas em sistemas hidráulicos, podendo ser utilizado na elaboração de projetos, análise de qualidade da água, expansão de redes e simulações, de acordo com Manual do Epanet 2.0 Brasil (2009, p. 18) o Epanet possui ferramentas que permitem a completa caracterização de um sistema hidráulico com dimensão ilimitada do número de componentes da rede, permite o cálculo da perda de carga com diferentes tipos de equações, realiza também o cálculo de perda localizada, possibilita a 15 modelagem de diversos equipamentos que compõem a rede incluindo válvulas e bombas, além de permitir a adoção de múltiplas categorias de consumo em cada nó com variação temporal. Com base nesse contexto e nos atuais problemas que a sociedade moderna enfrenta com relação ao desperdício, alta demanda, poluição dos recursos hídricos e a escassez de conteúdo atualmente na literatura relacionando o Epanet com a área de estudo, esse trabalho busca realizar o dimensionamento manual com base na literatura dos principais subsistemas que compõem um projeto predial e analisar o funcionamento e possível utilização do software Epanet no dimensionamento dos ramais e sub-ramais de uma instalação predial, mais especificamente em um edifício residencial multi-pavimentos. Por se tratar de um programa que é usado majoritariamente no dimensionamento de sistemas de abastecimento de água, que possuem um regime de escoamento e características hidráulicas bastante diferentes dos encontrados em um sistema predial como por exemplo, vazões e diâmetros muitos maiores, geometria de traçado, quantidade de peças e comprimentos bastante diferentes, a principal pergunta que o estudo buscou responder é qual o comportamento do software nessas condições e comparar os resultados obtidos com o dimensionamento convencional realizado com cálculos manuais. Além disso buscou-se analisar o comportamento lógico do programa na escolha dos diâmetros de modo a projetar o sistema com a maior eficiência possível, analisando os custos estimados com tubulação entre o dimensionamento convencional e o encontrado no software. O trabalho está estruturado em quatro partes, sendo a primeira dedicada a fundamentação onde será abordado todo o embasamento teórico referente ao tema de estudo, sendo mostrado os conceitos básicos da hidráulica de condutos forçados, instalações prediais, projeto e dimensionamento de sistemas hidráulicos prediais, modelagem hidráulica e software Epanet, a segunda parte é a revisão bibliográfica que contém uma breve síntese dos principais trabalhos, artigos e teses produzidos na área nos últimos tempos, a terceira é a metodologia cientifica que descreve todos os passos seguidos para a obtenção dos resultados, além da caracterização da área de estudo e das justificativas para os parâmetros de projeto adotados e por fim a última parte que contém todos os resultados encontrados e discutidos além da conclusão final do estudo. 16 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Dimensionar manualmente os principais sistemas que compõem um projeto de instalações prediais de água fria e analisar a aplicação do software Epanet para o dimensionamento econômico de ramais e sub-ramais de distribuição. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Modelar a rede de distribuição predial (ramais e sub-ramais) utilizando-se de simulações estáticas por meio do software Epanet; • Dimensionar os ramais e sub-ramais de um projeto predial utilizando-se do módulo Lehnsnet; • Encontrar o coeficiente K de perdas singulares para aplicação no Epanet; • Analisar o custo com tubulações entre os métodos; 17 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 HIDRÁULICA BÁSICA EM CONDUTOS FORÇADOS A Hidráulica é a área da física que estuda as interações,o comportamento e as características de um fluido em repouso ou em movimento com o meio exterior, por definição um fluido é uma substância que se deforma ao ser submetida a uma tensão de cisalhamento, podendo estar em diferentes estados da matéria. Os conceitos estudados na hidráulica são bastante aplicados na área da engenharia e permitiram um grande avanço principalmente na infraestrutura das cidades, sendo peça-chave para o desenvolvimento dos sistemas de abastecimento de água modernos. Normalmente os fluidos em movimento são estudados com base no tipo de escoamento e suas características podendo ser classificados como: laminar ou turbulento, permanente ou variável, livre ou forçado, rotacional, bidimensional, entre outros. Na prática o escoamento encontrado em tubulações é turbulento, ou seja, as partículas se movem com trajetórias aleatórias e irregulares, dissipando energia ao longo do movimento por meio de colisões e atrito com a parede do conduto. O cálculo do regime de escoamento foi proposto por Osborne Reynolds em 1883 e determinado por meio da seguinte equação: 𝑹𝒆 = 𝝆 𝒗 𝑫 𝝁 (1.1) Onde o resultado é um número adimensional encontrado com base nos valores de massa específica (ρ), velocidade média (v), diâmetro (D) e viscosidade dinâmica (μ) do fluido, para Re < 2000 tem-se então escoamento laminar e Re > 2400 escoamento turbulento. De acordo com o Porto (2006, p. 04) o escoamento em pressão ou forçado ocorre no interior das tubulações, ocupando integralmente sua área geométrica, sem contato com o meio externo. A pressão exercida pelo líquido sobre a parede da tubulação é diferente da atmosférica e qualquer perturbação do regime, um uma seção, poderá dar lugar a alterações de velocidade e pressão nos diversos pontos do escoamento, mas sem modificações na seção transversal. Tal escoamento pode ocorrer pela ação da gravidade ou através de bombeamento. As interações entre um fluido que se move sob um conduto foram descritas e quantizadas por meio do Teorema de Bernoulli sendo uma das bases atuais da Dinâmica dos fluidos, a forma simplificada da equação pode ser expressa por: 18 𝒁𝟏 + 𝑷𝟏 𝜸 + 𝑽𝟏𝟐 𝟐𝑮 = 𝒁𝟐 + 𝑷𝟐 𝜸 + 𝑽𝟐𝟐 𝟐𝑮 + ∆𝑯 (1.2) A equação apresenta o somatório de três cargas de energia sendo elas a carga geométrica (Z), a carga de pressão (P/γ) e a carga cinética (V2/2g), devendo ser aplicada em dois pontos distintos de um sistema quando se deseja conhecer o diferencial de pressão, ou a energia disponível (carga piezométrica) em um determinado ponto com base nas informações iniciais. Outro conceito importante é o descrito pela equação da continuidade que pode ser aplicada de forma prática na mecânica dos fluidos utilizando-se a lei de conservação de massa entre duas seções de um conduto, sendo expressa pela seguinte equação: 𝑸𝟏 = 𝑸𝟐 𝑨𝟏. 𝑽𝟏 = 𝑨𝟐. 𝑽𝟐 (1.3) Considerando-se a vazão de entrada igual a vazão de saída é possível relacionar como as alterações da área da seção transversal de um conduto afetará a velocidade das linhas de corrente, para se manter a igualdade um estreitamento em um determinado ponto causará o aumento da velocidade nessa seção e a diminuição da pressão, um alargamento por sua vez reduzirá a velocidade e aumentará a pressão considerando-se que o fluido seja incompressível. 3.2 PERDA DE CARGA DISTRIBUIDA Um dos fenômenos mais importantes que acontecem durante o deslocamento de uma massa de água sob um conduto é a perda de carga, que pode ser definida como a perda de energia ocorrida ao longo de todo o sistema no sentido do escoamento, causada principalmente devido ao atrito entre a parede do conduto e as partículas de água presentes nas camadas mais próximas que tendem a adquirir velocidade nula na região de contato, influenciando as regiões vizinhas por meio da viscosidade e da turbulência e dissipando energia na forma de calor fazendo com que a pressão diminua. A perda de carga é dividida em distribuída e localizada sendo a primeira ao longo de toda a extensão da tubulação e a segunda ocorrendo em locais pontuais principalmente devido aos acessórios que compõem o sistema e que provocam alterações do fluxo de escoamento, mudanças de direções e velocidade. Existem diversas equações empíricas para o cálculo da perda de carga, sendo a equação de Darcy-Weisbach considerada a universal, o valor da perda de carga depende diretamente do 19 comprimento (L), velocidade (V) e fator de atrito (f), além de ser inversamente proporcional ao diâmetro (D), a equação é expressa da seguinte forma: ∆𝑯 = 𝒇 𝑳 𝑫 𝑽𝟐 𝟐𝒈 (1.4) O fator de atrito foi determinado pela primeira vez em 1933 por J. Nikuradse, em seus experimentos ele revestiu a parede interna de um tubo liso com uma fina camada de grãos de areia com granulometria uniforme e fez-se passar por ela um fluxo turbulento conseguindo então relacionar as interações entre o número de Reynolds, rugosidade relativa e fator de atrito, os resultados foram expressos na harpa abaixo. FIGURA 01: HARPA DE NIKURADSE. Fonte: Porto (2006). Para casos gerais o fator de atrito pode ser determinado pela equação de Swamee, que foi utilizada para a criação do Diagrama de Moody, sendo este o método mais fácil para determinação do fator de atrito, em regimes de escoamento laminar admite-se a utilização da equação: 𝒇 = 𝟔𝟒 𝒓𝒆𝒚 (1.5) 20 Ainda segundo o Porto (2006, p. 47-48) na maioria dos projetos hidráulicos as velocidades se mantem entre 0,5 e 3 m/s e os diâmetros entre 50 e 800mm sendo o escoamento na maior parte das vezes turbulento de transição, fazendo com que o fator de atrito não apresente um valor fixo. FIGURA 02: DIAGRAMA DE MOODY. Fonte: Porto (2006). Outra equação bastante popular para o cálculo de perda de carga é a de Hazen-Williams, que é recomendada para o uso principalmente em grandes obras hidráulicas e redes de abastecimento cujo diâmetro seja maior ou igual a 50mm e o líquido transportado seja a água, sendo escrita na seguinte forma: 𝑯𝒇 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟓 𝑸𝟏,𝟖𝟓 𝑪𝟏,𝟖𝟓𝑫𝟒,𝟖𝟕 𝑳 (1.6) O resultado também pode ser expresso em termos unitários (J) em (m/m) ao não se multiplicar o resultado pelo comprimento do trecho (L), a perda é diretamente proporcional a vazão (Q) e inversamente proporcional ao diâmetro (D) e ao coeficiente de Hazen-Williams (C) que é tabelado com base no material de revestimento da tubulação. 21 Para uso em instalações prediais ou projetos que apresentem grande quantidade de curvas, mudanças de diâmetros, peças e conexões ou trechos de comprimento mais curto é recomendado a utilização da equação de Fair-Whipple-Hsiao para o cálculo da perda de carga, o resultado é expresso em termos unitários (m/m), também pode ser usado uma versão simplificada na forma J= βQm com o valor do coeficiente β tabelado de acordo com o diâmetro da tubulação. Ela se apresenta para o uso com material PVC rígido na forma: 𝑱 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟖𝟔𝟗𝟓 𝑸𝟏,𝟕𝟓 𝑫𝟒,𝟕𝟓 (1.7) 3.3 PERDA DE CARGA LOCALIZADA No caso específico de projetos prediais onde existem uma grande quantidade de acessórios na tubulação a perda de carga localizada acaba sendo mais significativa, pois esta acaba tendo uma maior contribuição no decaimento de pressão ao longo do sistema. De acordo com o Porto (2006, p. 69) a presença de cada um destes acessórios, necessários para a operação do sistema, concorre para que haja alteração de módulo ou direção da velocidade média, e consequentemente de pressão, localmente. Isto se reflete em um acréscimo de turbulência que produz perdas de carga que devem ser agregadas às perdas distribuídas, devido ao atrito, ao longo dos trechos retilíneos das tubulações. A expressão geral para cálculo de perdas localizadas é escrita na forma: ∆𝑯 = 𝑲 𝑽𝟐 𝟐𝒈(1.8) O valor de K é adimensional e pode ser encontrado de forma empírica dependendo do tipo da peça, o tipo de escoamento e a rugosidade do material, para valores grandes de Reynolds pode ser utilizado valores fixos que são citados na literatura. Outro método bastante prático para a determinação da perda localizada é o dos comprimentos equivalentes, nesse caso exprime-se a perda provocada pelas peças e acessórios como se esta estivesse ao longo do comprimento da tubulação semelhante a perda distribuída, isso é possível ao se igualar a carga cinética das fórmulas universais: ∆𝑯 = 𝑲 𝑽𝟐 𝟐𝒈 = 𝒇 𝑳𝒆 𝑫 𝑽𝟐 𝟐𝒈 22 𝑳𝒆 = 𝑲𝑫 𝒇 (1.9) Os valores do comprimento equivalente são facilmente encontrados na literatura de acordo com o modelo de peça e o diâmetro. Ainda de acordo com o Porto (2006, p. 84) este método torna um problema relativamente complexo em um cálculo simples de perda distribuída pois os efeitos da perda de carga dos acessórios é transformada em comprimentos de tubos retilíneos com diâmetro equivalente. 3.4 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA Uma instalação predial de água fria é todo o conjunto de equipamentos, peças, tubulações e reservatórios que são responsáveis por conduzir a água em temperatura ambiente entre o sistema de abastecimento de água até o ponto de utilização final, dependendo do tamanho da edificação pode ser um sistema bastante complexo e com diversos elementos, o seu projeto deve ser feito em sincronia com as outras estruturas e sistemas que compõem o conjunto predial visto que muitas vezes os projetos são interligados e dependem um do outro. A NBR 5626 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2020) é a norma que fixa as exigências e recomendações para os projetos de instalações prediais de água fria, de acordo com ela o sistema deverá atender a alguns requisitos como: fornecimento de água continuo com vazão, pressão e velocidades adequadas, preservar a qualidade da água, promover economia e baixa manutenção, ter níveis de ruído e conforto adequados para utilização dos usuários. 3.5 SISTEMA DE ENTRADA DA ÁGUA No Brasil existem dois tipos de abastecimento para um sistema predial, podendo ser por sistema público através de rede de abastecimento que pode ser gerenciada por concessionárias públicas e concessões ou por sistema individual normalmente poços artesianos ou profundos, o primeiro caso é o mais comum sendo utilizado um ramal predial para se conectar o sistema público a propriedade. A água proveniente da rede passa pelo ramal predial que apresenta diâmetros normalmente entre 20 até 50mm e posteriormente entra no cavalete onde é instalado um medidor de consumo (hidrômetro), este fica localizado entre o passeio público e o muro de 23 divisa do lote e deve ter fácil localização para sua leitura, após a medição a água entra no alimentador predial sendo direcionada para o sistema de reservação. FIGURA 03: SISTEMA DE ENTRADA DE ÁGUA. Fonte: Manual de hidráulica, Azevedo Netto (2018). Quanto ao sistema de fornecimento este pode ser direto, indireto ou misto, no caso de grandes prédios o sistema utilizado é o indireto com bombeamento, ou seja, é construído um sistema de reservação para que no caso de corte de abastecimento os usuários consigam manter a utilização básica por alguns dias e bombas para se adicionar a energia necessária ao sistema para que água possa subir até o reservatório superior e posteriormente alimentar os apartamentos. 3.6 SISTEMA DE RESERVAÇÃO Faz-se necessário a utilização de reservatórios para o armazenamento da água devido a irregularidade de abastecimento que afeta os sistemas brasileiros, tornando-se inviável a utilização de um sistema direto. De acordo com Azevedo Netto (1988, p. 39) a água da rede pública apresenta uma determinada pressão, que varia ao longo da rede de distribuição. Dessa maneira, se o reservatório domiciliar ficar a uma altura não atingida por essa pressão, a rede não terá capacidade de alimentá-lo. Como limite prático, a altura do reservatório com relação à via pública não deve ser superior a 9 m. Quando o reservatório não pode ser alimentado diretamente pela rede pública, deve-se utilizar um sistema de recalque, que é constituído, no mínimo, de dois reservatórios (inferior e superior). O inferior será alimentado pela rede de distribuição e alimentará o reservatório superior por meio de um sistema de recalque (conjunto motor e bomba). O superior alimentará os pontos de consumo por gravidade. O reservatório inferior normalmente é localizado no térreo ou garagem e possui um volume maior sendo mais comum a divisão 60% no inferior e 40% superior, o reservatório pode 24 conter duas câmaras para facilitar a limpeza, manutenção e na maioria dos casos é feito de concreto, alvenaria ou moldado in loco, mas também pode ser comprado pronto em materiais como o polietileno. Para o dimensionamento deve se levar em conta os aspectos construtivos e arquitetônicos da obra além do consumo diário, população atendida e reserva técnica de incêndio, sendo recomendado um projeto com reserva mínima maior do que um dia, adota-se o consumo diário entre 150 a 250 l.hab./dia para maior parte dos casos. TABELA 01: CONSUMO DIÁRIO EM ALGUMAS EDIFICAÇÕES. Tipo de edificação Consumo (L.Hab./dia) Apartamentos 150-200 Casas populares 150 Edifícios públicos ou comerciais 50 Escritórios 50 Residência média 200 Residência grande 250 Indústrias – uso pessoal 80 Fonte: Manual de hidráulica, Azevedo Netto (2018). Outro aspecto que tem bastante importância é a altura do reservatório visto que em edifícios mais altos, os últimos pavimentos são alimentados diretamente por gravidade pelo reservatório superior, então há necessidade de se calcular a altura entre o nível mínimo de abastecimento do reservatório e as peças de utilização do pavimento mais desfavorável para que a pressão mínima em qualquer aparelho seja superior a 1mca, garantindo assim um funcionamento adequado, normalmente a altura do reservatório superior varia entre 4 a 8 metros em relação ao último pavimento. FIGURA 04: EXEMPLO DE RESERVATÓRIO PREDIAL. Fonte: TQSDocs (2021). 25 FIGURA 05: EXEMPLO DE RESERVATÓRIO SUPERIOR. Fonte: Dimensionamento de projeto de água fria, G. Baicere (2017). 3.7 SISTEMA DE BOMBEAMENTO O sistema de recalque é composto por canalização de sucção, canalização de recalque e o conjunto motor-bomba, seu principal objetivo é adicionar a energia necessária para que a água possa vencer o desnível geométrico existente nos edifícios multi-pavimentos entre os reservatórios inferior e superior. Normalmente calcula-se o diâmetro do recalque e adota-se um diâmetro nominal imediatamente superior para a sucção. São necessários dois conjuntos motor-bombas em instalações prediais, ficando um de reserva para eventuais emergências. Para a determinação do diâmetro de recalque é necessário o cálculo da vazão a ser transportada e levar em consideração o tempo de funcionamento da bomba para o enchimento do reservatório superior, podendo ser utilizado a seguinte equação: 𝑫𝒓 = 𝟏, 𝟑 √𝑸 √ 𝑿 𝟐𝟒 𝟒 (1.10) Onde Q (m3/s) é a vazão a ser recalcada e X o tempo de funcionamento da bomba em horas. Para a escolha da bomba, calcula-se ainda a altura manométrica, está se dá pela altura 26 geométrica entre os dois níveis de água dos reservatórios superior e inferior, somado as perdas de carga localizadas (peças) e distribuída (tubulações) dos sistemas de recalque e sucção. Como existem dois conjuntos motor-bombas, deve-se calcular adotando-se aquele onde há a maior perda de carga. Em posse da altura manométrica e vazão de recalque é possível escolher a bomba necessária para atender o sistema. 3.8 REDE DE DISTRIBUIÇÃO PREDIAL A rede de distribuição predialé responsável por interligar o reservatório aos pontos de utilização, sendo constituída pelo barrilete, colunas de distribuição, sistema de medição de consumo, ramais e sub-ramais de alimentação. O barrilete é o conjunto de tubulações imediatamente na saída do reservatório onde se iniciam as colunas de distribuição, quanto ao tipo pode ser concentrado ou ramificado, sua função é controlar o fluxo de água de saída do reservatório além de permitir manobras de interrupções para manutenção, segurança e controle do sistema, seu dimensionamento pode ser feito pela equação a seguir: 𝑸 = 𝟎, 𝟑√∑ 𝑷𝒆𝒔𝒐𝒔 (1.11) A vazão no barrilete é encontrada por meio do somatório de pesos dos pavimentos, podendo ser utilizado posteriormente o ábaco de pesos e vazões para se definir qual o diâmetro ideal para a edificação. As colunas de distribuição se originam do barrilete e são responsáveis por alimentar os ramais de cada pavimento, normalmente ficam localizadas em uma área especifica denominada shaft, seu dimensionamento é feito de forma semelhante ao barrilete, há de se atentar a alguns detalhes construtivos importantes como a utilização de colunas exclusivas para a alimentação de válvulas de descarga, além de prever um sistema de ventilação para se evitar o fenômeno de retrossifonagem que pode levar a contaminação da água, além de facilitar a retirada e evitar o acumulo de ar no sistema. 27 FIGURA 06: ESQUEMA DE ALIMENTAÇÃO DE UM EDIFÍCIO. Fonte: Manual de hidráulica, Azevedo Netto (2018). Os ramais e sub-ramais são responsáveis por conectar as colunas de distribuição as peças hidrossanitárias, seu traçado deve ser feito de modo a reduzir as perdas de cargas evitando curvas desnecessárias e adotando-se o menor diâmetro que atenda às necessidades do sistema. 3.9 SISTEMA REDUTOR DE PRESSÃO Em edifícios com mais de 13 pavimentos normalmente é necessário a utilização de válvulas redutoras de pressão em determinados pontos do sistema, devido a algumas recomendações da norma, entre elas estão que a pressão estática máxima não deverá ser superior a 40mca, a pressão dinâmica mínima deverá ser maior que 0,5mca e a pressão para o correto funcionamento dos aparelhos hidrossanitários deve ser de pelo menos 1mca, além da velocidade máxima ser preferencialmente inferior a 3m/s, devido a isso o sistema de abastecimento predial é divido em partes, sendo os últimos pavimentos abastecidos diretamente pelo reservatório superior até o pavimento aonde a pressão de entrada se aproxime da máxima recomendada, a partir deste ponto utiliza-se das válvulas redutoras para se adequar a pressão e seguir o abastecimento dos outros pavimentos, por concepção elas podem ser alocadas tanto no térreo/subsolo ou em pavimentos intermediários, sendo a primeira opção mais vantajosa em termos de manutenção, aproveitamento de espaço e diminuição de ruídos pois as válvulas acabam ficando em um local mais isolado, enquanto a segunda é mais econômica pois reduz- se a quantidade de tubulações e colunas necessárias para o funcionamento do projeto. 28 FIGURA 07: POSICIONAMENTO DAS VÁLVULAS REDUTORAS DE PRESSÃO. Fonte: GSD Engenharia (2020). Para o seu dimensionamento deve-se levar em conta o consumo dos apartamentos podendo ser utilizado o método do máximo consumo provável e o diferencial de pressão que é calculado em função das pressões de entrada e saída da válvula. 3.10 DISPOSITIVOS E PONTOS DE UTILIZAÇÃO Os dispositivos hidrossanitários tem como função principal controlar o fluxo de água, podendo interromper ou reduzir a vazão de acordo com a necessidade de utilização, também podem se utilizar da água para o transporte de líquidos ou sólidos, os principais são: torneiras, misturadores, válvulas, registros, bacias sanitárias, mictórios etc. Para o seu correto funcionamento são necessárias pressões e vazões adequadas, além da previsão correta das alturas dos pontos de utilização que deve ser feita em conjunto com o projeto arquitetônico, o posicionamento varia de acordo com o ambiente e as peças sendo as alturas mais comuns apresentadas abaixo: 29 TABELA 02: ALTURA DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO DA ÁGUA. Aparelho Altura (cm) Bacia sanitária c/ válvula 33 Bacia sanitária c/ caixa acoplada 20 Chuveiro 210 Lavatório 60 Pia 110 Tanque 115 Registro de pressão 110 Registro de gaveta 180 Máquina de lavar roupa 90 Mictório 105 Bidê 20 Fonte: Manual de hidráulica, Azevedo Netto (2018). 3.11 MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA O sistema de medição individualizado consiste na utilização de um hidrômetro para cada apartamento, este sistema se tornou padrão nos residenciais modernos e possui uma série de vantagens como: incentivo a redução do consumo, fatura da água coerente com o que foi gasto, maior controle do uso pelos moradores. Para o dimensionamento dos hidrômetros leva-se em conta a vazão nominal dos apartamentos, sendo a vazão máxima igual a duas vezes a vazão nominal e por meio de catálogos se escolhe o hidrômetro mais adequado, normalmente considera-se para o cálculo a utilização em simultâneo de todos os chuveiros do apartamento. 3.12 DIMENSIONAMENTO CONVENCIONAL O dimensionamento convencional é balizado pela norma NBR 5626: Sistemas prediais de água fria e água quente - Projeto, execução, operação e manutenção (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2020, p. 12), que especifica todos os procedimentos necessários para o correto desenvolvimento de um projeto predial, sendo os requisitos mínimos: a) preservar a potabilidade da água potável; b) assegurar o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e vazões compatíveis com o funcionamento previsto dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes e em temperaturas adequadas ao uso; 30 c) considerar acesso para verificação e manutenção; d) prover setorização adequada do sistema de distribuição; e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação dos ambientes; f) proporcionar aos usuários peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação; g) minimizar a ocorrência de patologias; h) considerar a manutenibilidade; i) proporcionar o equilíbrio de pressões da água fria e da água quente a montante de misturadores convencionais, quando empregados. Ainda segundo a NBR 5626 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2020, p. 20) as recomendações para o dimensionamento das tubulações são: a) As tubulações devem ser projetadas e instaladas tendo em vista as particularidades de cada tipo de material selecionado, observadas as respectivas normas de produto e de aplicação. b) O projeto deve estabelecer e explicitar as vazões consideradas nos pontos de utilização dos aparelhos sanitários para o dimensionamento do sistema de distribuição, quando um ou mais pontos de utilização forem considerados em uso. c) A vazão a considerar no abastecimento do reservatório deve ser suficiente para a reposição total do volume destinado ao consumo diário de água em até 6 h. No caso de residências unifamiliares, o tempo de reposição deve ser de até 3 h. d) As tubulações devem ser dimensionadas de modo a limitar a velocidade de escoamento a valores que evitem golpes de aríete com intensidades prejudiciais aos componentes. e) Em qualquer ponto da rede predial de distribuição, a pressão dinâmica da água não pode ser inferior a 5 kPa (0,5 mca), excetuados os trechos verticais de tomada d’água nas saídas de reservatórios elevados para os respectivos barriletes em sistemas indiretos, em que a pressão dinâmica mínima em cada ponto é dada pelo correspondente desnível geométrico ao nível d’água de cota mais baixa no reservatório, descontada a perda de carga até o ponto considerado. f) A pressão estática nos pontos de utilização não pode superar400 kPa (40 mca). g) A ocorrência de sobrepressões devidas a transientes hidráulicos deve ser considerada no dimensionamento das tubulações. Tais sobrepressões são admitidas, desde que não superem o valor de 200 kPa. h) Estações redutoras de pressão que atendem múltiplas unidades condominiais ou diferentes setores da edificação devem ser dotadas de pelo menos duas válvulas redutoras, instaladas em paralelo, sendo uma sobressalente. 31 As vazões de projeto podem ser definidas com base na tabela abaixo: TABELA 03: VAZÃO NOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO EM FUNÇÃO DO APARELHO SANITÁRIO. Aparelho Vazão de projeto (L/s) Bacia sanitária c/ válvula 1,70 Bacia sanitária c/ caixa acoplada 0,15 Chuveiro elétrico 0,10 Lavatório 0,15 Pia 0,25 Tanque 0,25 Banheira 0,30 Chuveiro ou ducha com misturador 0,20 Máquina de lavar roupa 0,30 Torneira de jardim 0,20 Bidê 0,10 Fonte: NBR 5626, Associação Brasileira de Normas Técnicas (1998). 3.13 SOFTWARE EPANET De acordo com o Manual do Epanet 2.0 Brasil (2009, p. 17) o Epanet: Permite obter os valores da vazão em cada tubulação, da pressão em cada nó, da altura de água em cada reservatório de nível variável e da concentração de espécies químicas através da rede durante o período de simulação, subdividido em múltiplos intervalos de cálculo. Adicionalmente, além de espécies químicas, o modelo simula o cálculo da idade da água e o rastreio da origem de água em qualquer ponto da rede. Pode ser utilizado em diversas situações em que seja necessário efetuar simulações de sistemas pressurizados de distribuição. O estabelecimento de cenários de projeto (p.ex., expansão de uma rede existente), a calibração de modelos hidráulicos, a análise do decaimento do cloro residual e a avaliação dos consumos são alguns exemplos de aplicação do programa. O EPANET pode ajudar a analisar estratégias alternativas de gestão, de modo a melhorar a qualidade da água do sistema, através de: a) Alterações na utilização de origens da água num sistema com múltiplas origens. b) Alteração de esquema de funcionamento de grupos elevatórios e enchimento/esvaziamento de reservatórios de nível variável. c) Utilização de tratamento adicional, tal como a recloragem. d) Seleção de tubulações para limpeza e substituição (reabilitação). Ainda de acordo com Manual do Epanet 2.0 Brasil (2009, p. 18) o software possui as seguintes capacidades de modelagem hidráulica: 32 a) Dimensão ilimitada do número de componentes da rede analisada. b) Cálculo da perda de carga utilizando as fórmulas de Hazen-Williams, Darcy- Weisbach ou Chezy-Manning. c) Consideração das perdas de carga singulares em curvas, alargamentos, estreitamentos, etc. d) Modelagem de bombas de velocidade constante ou variável. e) Cálculo da energia de bombeamento e do respectivo custo. f) Modelagem dos principais tipos de válvulas, incluindo válvulas de seccionamento, de retenção, reguladoras de pressão e de vazão. g) Modelagem de reservatórios de armazenamento de nível variável de formas diversas, através de curvas de volume em função da altura de água. h) Múltiplas categorias de consumo nos nós, cada uma com um padrão próprio de variação no tempo. i) Modelagem da relação entre pressão e vazão efluente de dispositivos emissores (p.ex. aspersores de irrigação, ou consumos dependentes da pressão). j) Possibilidade de basear as condições de operação do sistema em controles simples, dependentes de uma só condição (p.ex., altura de água num reservatório de nível variável, tempo), ou em controles com condições múltiplas. O ambiente básico de trabalho do Epanet é dividido em barras conforme a figura abaixo e apresenta layout minimalista e limpo: FIGURA 08: ÁREA DE TRABALHO DO EPANET. Fonte: Manual do Epanet 2.0 Brasil, UFPB (2009). 33 A utilização do software Epanet é bastante simples, podendo ser seguido os seguintes passos para a realização de uma simulação hidráulica: • Primeiro deve-se desenhar uma representação gráfica do sistema a ser modelado utilizando-se dos objetos disponíveis no programa como nós, trechos, reservatórios, bombas e válvulas, é possível também a importação de imagens para ser utilizada como plano de fundo e facilitar o desenho dos traçados. • Após a representação gráfica é necessário adicionar as propriedades dos objetos (dados de entrada) como nível do reservatório, cotas, comprimentos, consumo, diâmetro e coeficientes, estes são os dados mais importantes para a simulação não existindo nenhuma correlação com os desenhos geométricos (o Epanet utiliza apenas os dados de entrada para a realização dos cálculos). • Com o sistema de dados alimentado é necessário escolher o tipo de simulação a ser realizada, podendo ser do tipo estática ou dinâmica, pode ser utilizado também o módulo de dimensionamento de tubulações Lehnsnet, na sequência realiza-se a simulação. • Os resultados podem ser visualizados graficamente, por tabela, relatórios ou através da interface do próprio programa podendo ser adicionado informações extras, cores, tamanho de fontes, legendas, textos, entre outros. 34 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A revisão bibliográfica foi realizada por meio de artigos, teses e monografias publicadas referentes ao tema de estudo e está dividida em três partes, inicialmente é abordado o tema dimensionamento de sistemas prediais de água fria, com ênfase na metodologia para se determinar as vazões de projeto, a segunda parte é focada em métodos alternativos que podem ser aplicados em projetos de instalações prediais de água fria, já a última parte é voltada ao uso de software para realização de dimensionamento em instalações prediais, no contexto geral buscou-se dar mais importância a formas de se aumentar a eficiência e diminuir os custos em projetos de sistemas prediais. De acordo com Macyntire (2010) um sistema predial de água fria é dividido em subsistemas principais sendo eles: Alimentação (ramal predial; cavalete / hidrômetro; alimentador predial), reservação (reservatório inferior; estação elevatória; reservatório superior) e distribuição interna (barrilete; coluna; ramal; sub-ramal), sendo o último subsistema bastante influente na eficiência geral de uma instalação predial. Para um dimensionamento econômico em sistemas prediais é bastante importante o cálculo das vazões de projeto pois estas influenciam diretamente nos diâmetros encontrados, segundo Creder (2006) o cálculo das vazões envolvem o estudo de duas variáveis, sendo elas: o consumo que depende do tipo de aparelho e a demanda de uso simultânea, a primeira pode ser quantificada por tabelas enquanto a segunda por métodos probabilísticos. Borges (2010) realizou um estudo sobre a influência de parâmetros hidráulicos e escolha de metodologias em sistemas prediais, relacionando os diferentes métodos para se calcular a vazão de projeto, de acordo com seu comparativo os métodos Britânico, Macentyre, R.A.E e Hunter apresentaram vazões maiores, enquanto o método Raiz quadrada, Fretwell e Raiz quadrada modificado apresentaram valores intermediários, já os métodos Courtney e Webster valores baixos, de acordo com as normas brasileiras o método mais indicado para os cálculos de vazões em sistemas prediais é o Raiz quadrada modificado (somatório de pesos relativos). Ainda segundo Borges (2010) ao se realizar um dimensionamento com rotinas otimizadas é possível obter uma economia de até 17% em relação ao dimensionamento convencional, considerando um empreendimento de porte médio, podendo ser superior em construções maiores, segundo ele ao se comparar a norma brasileira com a européia, a nacional mesmo estando defasada apresenta diâmetros menores principalmente nas colunas, devido ao fato dos limites de velocidade na tubulação serem maisrestritos na Europa, o que ocasiona maiores custos com material. 35 Outro importante fator para o desenvolvimento de um projeto predial eficiente é a quantificação das perdas de carga, especialmente em edifícios devido à grande extensão, curvas e peças que o sistema apresenta, sendo o decaimento de pressão significativo, ao se utilizar a equação que melhor representa o cenário real do sistema pode-se encontrar o menor diâmetro possível para o correto funcionamento do sistema, aumentando a eficiência geral do projeto e reduzindo os custos, o que torna a metodologia para quantificação dessas perdas relevante, nesse contexto Bueno at al (2019) realizou um estudo experimental com as quatro principais equações empíricas para cálculo de perda de carga em sistemas prediais, de acordo com seus resultados todas as equações subestimam as perdas em diâmetros menores (até 32mm) sendo as equações de Flamant e Fair-Whipple apresentando melhores ajustes e superestimam a perda em diâmetros maiores (até 50mm) com as equações de Darcy e Hazen-Williams apresentando melhor precisão nesse caso, o efeito é o mesmo quando se aumentam as vazões, segundo ele nenhuma equação conseguiu apresentar valores consistentes com os encontrados na medição direta (manômetros) sendo o uso das equações de Hazen-Williams e Darcy equivalentes. Estudando a melhor concepção para a combinação de reservatórios em um edifício multi-pavimentos Segatto at al (2015) realizou um estudo comparativo de eficiência energética em sistemas prediais de abastecimento, ele selecionou três diferentes combinações de sistemas de reservação, sendo o primeiro com dois reservatórios, um inferior e outro superior e uma estação elevatória para recalque da água, com o abastecimento feito por gravidade pelo reservatório de cima, que ele denominou RI/RS sendo este o arranjo mais tradicional utilizado atualmente, uma outra concepção utilizando apenas um reservatório inferior e uma estação elevatória para abastecimento dos pavimentos diretamente por baixo, que ele denominou RI e um sistema ramificado por pressão com diversas colunas de abastecimento de acordo com o desnível a ser vencido para o abastecimento do pavimento, também utilizando apenas o reservatório inferior, que ele denominou RI-Z. Por meio de modelagem computacional via software, ele conseguiu quantificar o gasto com energia que seria necessário para o funcionamento das bombas nos três cenários, de acordo com seus resultados o sistema RI-Z consegue obter um potencial de economia e preservação energética de até 40% em relação as outras concepções estudadas, sendo este o sistema mais indicado para uso atualmente. Também visando o aumento da eficiência em projetos de sistemas prediais Silva (2019) realizou um estudo para reaproveitamento da energia que seria dissipada por válvulas redutoras de pressão de uma edificação, na sua concepção pode-se instalar uma tubulação que desvia a 36 água na entrada das válvulas (by-pass) direcionando o fluxo para uma máquina hidráulica, que pode ser uma turbina compacta Kaplan de baixa vazão, sendo este conectado a um gerador de corrente continua que de acordo com seus cálculos conseguiria produzir até 116,42 kWh/mês em um edifício com 36 pavimentos, podendo esta energia ser reaproveitada pelos aparelhos eletrodomésticos presentes na edificação, porém devido aos custos e complexidade o sistema precisaria de aperfeiçoamentos para utilização no cenário atual, podendo ser uma opção viável no futuro. Uma outra alternativa que pode reduzir os custos gerais de um sistema predial é a utilização de materiais alternativos para a construção da rede, nesse contexto Cabral at al (2017) realizou um estudo de substituição do material PVC rígido normalmente utilizado em instalações prediais, para o PEX que é flexível, quantificando as vantagens e desvantagens do uso de compostos alternativos do ponto de vista hidráulico e econômico, a área de estudo utilizada foi um edifício multifamiliar hipotético que se divide em: térreo, cobertura e doze pavimentos tipo compostos por quatro apartamentos, nos seus resultados de simulação hidráulica o uso do PEX acarretou em um incremento da perda de carga que diminuiu a pressão nos aparelhos de utilização, além de aumentar os custos com material porém devido a sua maior flexibilidade o PEX pode trazer vantagens de aspectos construtivos e diminuição do tempo para a realização da obra visto a praticidade que o material apresenta, além de reduzir o número de conexões necessárias para a realização de mudanças de direções, podendo ter seu maior custo compensado dependendo do tipo da obra a ser utilizada. Com relação ao uso de softwares para o dimensionamento da rede de distribuição predial Zanoni at al (2019) realizou um estudo comparativo entre o dimensionamento realizado manualmente e o feito de forma automatizada por programas especializados em um edifício residencial com nove pavimentos, nos cálculos convencionais ele utilizou três equações empíricas diferentes, sendo elas: Darcy, Flamant e Fair-Whipple, todas apresentaram os mesmos resultados com a utilização primária de tubos de 20mm, com relação ao dimensionamento via software, ele utilizou dois modelos de software diferentes denominados 1 e 2, ambos também apresentaram os mesmos resultados porém os diâmetros encontrados foram maiores, sendo utilizado primariamente o diâmetro de 25mm, de acordo com ele ambas as metodologias eram baseadas na atual norma que baliza os projetos de água fria (NBR 5626/1998), nas suas conclusões ele se mostra favorável a utilização de softwares devido a sua maior praticidade e menor tempo para obtenção dos resultados, porém o dimensionamento convencional foi mais econômico. 37 Já Neves at al (2008) realizou um estudo de aplicação do Epanet em redes prediais com objetivo de testar se o software era capaz de modelar o comportamento hidráulico do sistema ao se considerar o uso simultâneo dos aparelhos hidrossanitários por meio de métodos probabilísticos, utilizando de expressões analíticas para a automação dos cálculos de caudais pelo Epanet, de acordo com seus estudos o Epanet apresenta limitações nesse cenário ao não conseguir replicar as regras impostas pelo princípio da continuidade em nós, com os caudais de entrada e saída apresentando vazões diferentes, fazendo com que o cálculo não reflita uma situação real e portanto podendo limitar os estudos em redes prediais como o do decaimento do cloro residual, porém esta limitação é fácil de ser resolvida ao se adicionar um caudal fictício que represente a probabilidade de uso simultâneo dos aparelhos hidrossanitários nos trechos a montante dos nós e que satisfaça o princípio da continuidade, na sua conclusão ele citou que o programa apresenta grande versatilidade e a possibilidade de criar novos cenários, tornando uma boa ferramenta para otimização de redes. 38 5 METODOLOGIA Neste tópico será apresentado todos os passos e critérios seguidos para a obtenção dos resultados, inicialmente será feita a descrição da área de estudo, posteriormente será explicado os procedimentos para o dimensionamento manual e dimensionamento via software Epanet. 5.1 ÁREA DE ESTUDO Para o desenvolvimento deste trabalho foi escolhido um edifício residencial presente na cidade de Cuiabá- MT sendo utilizado as plantas arquitetônicas reais para o desenvolvimento do projeto, apenas os dados técnicos, de localização ou exposição serão omitidos, o edifício apresenta construção moderna e vinte e seis pavimentos, sendo considerado de classe média para os padrões do mercado atual, possui área de lazer completa, medição individualizada e apartamentos com 3 quartos sendo 1 suíte, é necessário destacar que foram utilizados apenas o projeto arquitetônico (plantas dos pavimentos,térreo, garagens, cortes, fachada e planta de cobertura) para o desenvolvimento do projeto de instalações prediais de água fria, o projeto hidráulico real do edifício não foi consultado, então não existe nenhuma relação entre o projeto desenvolvido nesse trabalho e o real presente no empreendimento. FIGURA 09: FACHADA DA ÁREA DE ESTUDO. Fonte: Arquivo pessoal (2019). 39 O empreendimento apresenta quatro apartamentos por andar com aproximadamente 85 m2 cada um, sendo oferecido com diferentes configurações de plantas, porém para este estudo considerou-se que todos os apartamentos são iguais e simétricos inclusive as coberturas para simplificação dos cálculos, para a obtenção dos resultados foram utilizadas 10 plantas que estão disponibilizadas no apêndice A como material complementar, sendo elas: Planta 01- Reservatório inferior (1:50), Planta 02- Esquema vertical (1:75), Planta 03- Reservatório superior (1:50), Planta 04- Barrilete (1:50), Planta 05- Corte e detalhamento Reservatório superior (1:50), Planta 06- Pavimento Tipo (1:50), Planta 07- Representação das colunas de água fria (1:100), Planta 08- Traçado para válvulas redutoras de pressão (1:25), Planta 09- Detalhes de subsistemas (1:25), Planta 10- Detalhe dos banheiros (1:10). Todas as plantas foram confeccionadas como parte do trabalho e são a base para a realização dos cálculos de dimensionamento. 5.2 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE RESERVAÇÃO 5.2.1 População de projeto Para se dimensionar o sistema de reservação inicialmente deve-se estimar a população de projeto, neste caso levou-se em consideração o número de moradores em cada apartamento, como o condomínio possui vinte e seis pavimentos e cada um quatro apartamentos, foram consideradas que existem 104 unidades habitacionais, cada uma com quatro pessoas (família média brasileira). 5.2.2 Consumo Foi adotado um consumo de 150 litros de água por habitante/dia baseando-se na tabela 01 por este valor ser mais condizente com os padrões de consumo prediais atuais. Este consumo individual foi multiplicado pela população total, obtendo-se assim a demanda de consumo diário. 5.2.3 Reservatórios De acordo com a norma atual, deve-se prever a reservação para no mínimo 1 dia de consumo, neste projeto adotou-se a reservação mínima de 2 dias, sendo divido este volume na proporção 2/3 no reservatório inferior e 1/3 reservatório superior, para mais detalhes deve-se consultar as plantas 01, 03, 04 e 05 do projeto arquitetônico, a reserva técnica de incêndio 40 também foi prevista porém utilizando-se de métodos práticos, pois a metodologia presente na norma não se aplica para a situação hipotética atual deste trabalho, sendo adotado então um valor de 15% do consumo diário. 5.3 DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL O dimensionamento do ramal de alimentação predial foi realizado com base no consumo diário e na velocidade da água no interior do conduto, sendo adotado o limite de velocidade de 0,8m/s de acordo com as recomendações da norma e utilizado a equação: 𝑫𝒂𝒑 = √ 𝟒 ∗ 𝑸 𝝅 ∗ 𝑽 (1.12) 5.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE SUCÇÃO E RECALQUE O sistema de recalque é dividido em três componentes principais, sendo eles: canalização de sucção, canalização de recalque e conjunto motor-bomba. Pela metodologia tradicional primeiro calcula-se o diâmetro de recalque e adota-se o DN imediatamente superior para sucção. Para determinação do diâmetro de recalque foi adotada uma vazão de recalque de 12,5 m³/hora, definido de acordo com a norma vigente que limita o tempo máximo para o enchimento do reservatório superior em 6 horas. Para escolha da bomba, calcula-se ainda a altura manométrica, está se dá pela altura geométrica entre os dois níveis de água dos reservatórios superior e inferior, somado as perdas de carga localizadas (peças) e distribuída (tubulações) dos sistemas de recalque e sucção. Há de se destacar que o cálculo do desnível geométrico entre os reservatórios foi realizado via Autocad e pode ser conferido ao se analisar as plantas 02 e 05. A perda de carga foi calculada utilizando-se a equação de Hazen-Williams com C=140 (PVC), já os comprimentos foram medidos diretamente pelo Autocad por meio das plantas 01, 02, 03 e 05, com a referência adotada para medição sendo o eixo central das peças. Também foram consideradas as perdas localizadas, sendo adotado o método do comprimento equivalente para o cálculo de perda total, o quantitativo de peças e outras informações estão mostrados e comentados nos resultados. 41 5.5 PERDA DE CARGA O cálculo da perda de carga foi feito utilizando-se a equação de Hazen Williams, adotando-se C=140 (PVC), sendo a equação: 𝑯𝒇 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟓 𝑸𝟏,𝟖𝟓 𝑪𝟏,𝟖𝟓𝑫𝟒,𝟖𝟕 𝑳 (1.6) Já a perda de carga nos hidrômetros foi calculada pela equação: ∆𝑯 = (𝟑𝟔 × 𝑸)𝟐 × (𝑸𝒎á𝒙)−𝟐 (1.13) Há de se justificar que não foi utilizada a equação de Fair-Whipple para a determinação das perdas de carga do sistema predial pois o software Epanet não possui a opção de realizar a modelagem com está equação o que impossibilitaria de realizar a comparação entre os dimensionamentos visto a diferença de metodologias que poderia alterar os resultados, sendo assim os cálculos manuais foram feitos com a equação de Hazen-Williams, que também foi utilizada pelo Epanet, as possíveis alterações causadas pela utilização desta equação em sistemas prediais foram analisadas em termos da perda unitária nos gráficos a seguir. FIGURA 10: COMPARAÇÃO ENTRE AS EQUAÇÕES COM DN25. Fonte: Arquivo pessoal (2021). Ao se comparar as equações de Hazen-Williams (HW) e Fair-Whipple (FW), no intervalo de vazões utilizado neste trabalho (0-10) l/s nota-se que para tubos com DN25mm a equação de HW resulta em um valor de perda unitária maior à medida que as vazões aumentam, 42 porém este efeito só ocorre com valores de J bem acima dos encontrados em sistemas prediais, com as equações apresentando os mesmos resultados na faixa de perdas unitárias utilizadas neste projeto. O efeito é o mesmo ao se utilizar diâmetros maiores como 50mm, indicando que a utilização da equação de Hazen-Williams mesmo não sendo recomendada pela norma pode ser utilizada neste projeto sem diferenças relevantes em relação ao uso da equação de Fair-Whipple. FIGURA 11: COMPARAÇÃO ENTRE AS EQUAÇÕES COM DN50. Fonte: Arquivo pessoal (2021). 5.6 DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS DO PROJETO O desenvolvimento das plantas foi feito utilizando-se o programa Autocad e o projeto arquitetônico real do edifício, sendo o traçado das tubulações realizado seguindo as recomendações da literatura, buscou-se também reduzir as perdas de cargas evitando curvas desnecessárias e adotando-se o menor diâmetro conveniente para cada sistema, a tubulação deverá passar sempre pelo forro sendo as descidas ou subidas realizadas pelas paredes, não ficando nenhuma parte do traçado a mostra na edificação, também evitou-se passar a tubulação por peças estruturais, locais suscetíveis a danos mecânicos ou de difícil acesso. 5.7 DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE O barrilete foi dimensionado utilizando o método de previsão de consumo máximo provável para se obter a vazão máxima de projeto, utilizando-se a equação: 43 𝑸 = 𝟎, 𝟑 × √∑ 𝑷𝒆𝒔𝒐𝒔 (1.11) Com o valor de vazão encontrado, foi utilizado o ábaco dos diâmetros para se determinar a tubulação mais adequada. 5.8 DIMENSIONAMENTO DOS HIDRÔMETROS Os hidrômetros foram dimensionados levando-se em conta a vazão nominal dos apartamentos, sendo a Qmáx. igual a duas vezes a vazão nominal, foi utilizada a concepção de medição individualizada, posicionados na vertical e com derivações individuais diretamente da coluna de água fria, os detalhes estão presentes na planta 09. 5.9DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS E SUB-RAMAIS O dimensionamento dos ramais e sub-ramais foi feito com base no ábaco de pesos, vazões e diâmetros encontrado na tabela 09, para simplificação dos cálculos considerou-se como situação mais desfavorável o uso em simultâneo de todos os chuveiros presentes nos apartamentos, o traçado está disponível na planta 06. 5.10 CÁLCULO DE PRESSÃO MINÍMA NA DERIVAÇÃO DO HIDRÔMETRO A pressão mínima na derivação dos hidrômetros de medição individualizada foi calculada através da soma : Perda de carga + Desnível geométrico + Pressão mínima no chuveiro, os comprimentos foram retirados diretamente das plantas 06, 09 e 10 pelo Autocad, foram consideradas também as perdas localizadas pelo método do comprimento equivalente, os detalhes do cálculo serão mostrados nos resultados. 5.11 CÁLCULO DAS COLUNAS DE ÁGUA FRIA As colunas de água fria foram calculadas automaticamente por meio de planilha eletrônica feita com o uso do programa Excel seguindo as recomendações da norma vigente. 44 5.12 DIMENSIONAMENTO DAS VÁLVULAS REDUTORAS O prédio apresenta 26 pavimentos o que faz com que o desnível geométrico seja suficientemente alto para que os limites de pressões estabelecidos pela norma sejam excedidos, devido a isso o prédio foi dividido em 3 colunas de água fria, a G1 abastece os pavimentos mais altos diretamente pelo reservatório superior por gravidade, enquanto as colunas G2 e G3 abastecem os pavimentos da porção baixa e média do edifício pelo subsolo após a regulação de pressão feita pelas válvulas redutoras. As válvulas foram dimensionadas levando-se em conta o consumo dos apartamentos utilizando-se o método do máximo consumo provável e o diferencial de pressão calculado em função das pressões de entrada e saída da válvula. Foi adotado o valor de pressão mínima de 10mca no apartamento mais desfavorável para se encontrar a pressão de saída das válvulas por meio da planilha de coluna de água fria. As perdas de carga foram consideradas em todo o trecho, os detalhes poderão ser conferidos nos resultados e nas plantas 04, 05, 07, 08 e 09. 5.13 CÁLCULO DO COEFICIENTE K PARA PERDAS SINGULARES O coeficiente K para utilização no Epanet foi encontrado ao se calcular a perda de carga resultante utilizando-se o comprimento equivalente das peças estudadas na equação de Hazen- Williams, os valores encontrados foram substituídos na equação universal de perdas localizadas com K isolado, encontrando-se assim o valor desejado, os detalhes serão mostrados nos resultados. 5.14 MODELAGEM HIDRAÚLICA NO EPANET A modelagem no programa Epanet foi realizada seguindo os passos já mostrados na fundamentação teórica, sendo inserido apenas os dados de nível do reservatório, consumo e cota dos nós, comprimento, diâmetro e rugosidade dos trechos, a perda de carga distribuída foi calculada pela equação de Hazen-Williams enquanto a perda localizada pela utilização dos somatórios de K corrigidos pela metodologia apresentada do item anterior. A tabela de dados completa está disponível nos resultados, o esquema e identificação dos trechos está demonstrado a seguir. 45 FIGURA 12: IDENTIFICADORES DOS TRECHOS E NÓS. Fonte: Arquivo pessoal (2021). Os detalhes circulados devido a condensação de informação serão mostrados com zoom nas figuras abaixo. 46 FIGURA 13 E 14: IDENTIFICADORES DOS TRECHOS E NÓS COM ZOOM. Fonte: Arquivo pessoal (2021). 5.15 DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS E SUB-RAMAIS VIA EPANET O dimensionamento dos ramais foi realizado de forma automática pelo Epanet por meio do módulo Lehnsnet, apenas foram inseridos alguns limites de projeto como pressão mínima em pontos de consumo igual ou maior que 1,0mca, velocidade máxima em qualquer trecho como sendo de 2,5m/s e tubulações disponíveis para dimensionamento com diâmetros entre 25 a 50mm em PVC soldável, simulou-se diferentes cenários na derivação dos hidrômetros para que o Epanet encontra-se os diâmetros ótimos de acordo com a pressão disponível, tornando o dimensionamento mais otimizado. 47 6 RESULTADOS Os resultados serão apresentados em quatro partes, sendo a primeira referente ao dimensionamento dos principais sistemas presentes em um projeto básico de instalações prediais de água fria, a segunda parte mostrará a obtenção do coeficiente K para perdas singulares, a terceira parte o dimensionamento dos ramais e sub-ramais utilizando-se o Epanet e as diferenças obtidas em relação ao dimensionamento convencional, além do comparativo de custos com tubulação entre os métodos utilizados, por fim será mostrada a análise de aplicação e funcionamento do Epanet em Instalações prediais. 6.1 DIMENSIONAMENTO CONVENCIONAL 6.1.1 Dimensionamento do sistema de reservação de água Para se dimensionar o volume dos reservatórios deve-se primeiro estimar a população a ser atendida pelo edifício, neste caso considerou-se que cada apartamento abriga uma família com quatro pessoas, sendo quatro apartamentos por andar e um total de vinte e seis pavimentos chega-se à população final de projeto pela multiplicação: 𝑷𝒐𝒑 = 𝒏° 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒗 ∗ 𝒏° 𝒅𝒆 𝒂𝒑𝒕𝒐 ∗ 𝒏° 𝒅𝒆 𝒉𝒂𝒃/𝒂𝒑𝒕𝒐 𝑷𝒐𝒑 = 𝟐𝟔 ∗ 𝟒 ∗ 𝟒 = 𝟒𝟏𝟔 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 Onde: Pop. = População atendida; Nº de pav. = Número de pavimentos; Nº de apto. = Número de apartamentos por andar. No de hab./apto. = Número de habitantes por apartamento Após a estimativa da população atendida deve-se adotar o consumo per capita para a obtenção do volume a ser reservado, neste caso com base na tabela 01 adotou-se o consumo de 150 L/hab.dia, sendo encontrado o consumo diário pela multiplicação: 𝑪𝑫 = 𝒑𝒐𝒑 ∗ 𝒑𝒆𝒓 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂 𝑪𝑫 = 𝟒𝟏𝟔 ∗ 𝟏𝟓𝟎 = 𝟔𝟐𝟒𝟎𝟎 𝑳/𝒅𝒊𝒂 Onde: CD = Consumo diário; 48 Pop. = População atendida; Per capita = 150 L/hab.dia; De acordo com a norma deve-se prever uma reservação mínima de 1 dia com base no consumo diário, para este dimensionamento foi adotado uma reservação de 2 dias, além de 15% do CD como reserva técnica de incêndio. 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒎𝒊𝒏í𝒎𝒐 = 𝟐 ∗ 𝑪𝑫 + 𝑹𝑻𝑰 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒎𝒊𝒏í𝒎𝒐 = 𝟐 ∗ 𝟔𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟏𝟓%𝑪𝑫 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒎𝒊𝒏í𝒎𝒐 = 𝟏𝟐𝟒𝟖𝟎𝟎 + 𝟗𝟑𝟔𝟎 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒎𝒊𝒏í𝒎𝒐 = 𝟏𝟑𝟒𝟏𝟔𝟎 𝒍 Onde: RTI = Reserva técnica de incêndio (L); CD = Consumo diário (L/dia). O volume deve ser dividido entre os reservatórios inferior e superior na proporção 60% e 40% respectivamente do volume total de reservação, para simplificar a construção dos reservatórios adotou-se então um volume de reservação de 140000l ou 140m3 desta forma a quantidade de água a armazenar no reservatório superior e inferior respectivamente é de 60 m³ e 80 m³. Salienta-se que no reservatório superior, ficam 50 m³ disponíveis para consumo (volume útil) e 10 m³ para reserva de incêndio. Com os volumes a serem reservados calculados é possível encontrar as dimensões básicas dos reservatórios para a alocação no edifício, assumindo-se a forma retangular e as limitações de espaço disponível na área de estudo adotou-se as dimensões do reservatório inferior para que a altura máxima do reservatório fosse de 2,0m devido às limitações do pé direito no local, para o reservatório superior as dimensões já estavam definidas no projeto estrutural, nesse caso adotou-se apenas a altura máxima da lâmina d’agua como sendo de 3,0m; Os detalhes dos reservatórios estão mostrados no projeto arquitetônico (planta 01 e 05), podendo existir uma pequena diferença entre os volumes dimensionados e os desenhados devido a adoção de níveis de água com valores inteiros. 𝑹𝒆𝒔𝒆𝒓𝒗𝒂𝒕ó𝒓𝒊𝒐 𝒊𝒏𝒇𝒆𝒓𝒊𝒐𝒓 = 𝟖𝟎 𝒎𝟑 𝑫𝒊𝒎𝒆𝒏𝒔õ𝒆𝒔 = 𝟒, 𝟓𝒎 (𝑳) 𝒙 𝟏𝟐𝒎 (𝑪) 𝒙 𝟐𝒎 (𝑯) 𝑳â𝒎𝒊𝒏𝒂 𝒎á𝒙𝒊𝒎𝒂 = 𝟏, 𝟓𝒎
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