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Governança Corporativa

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GOVERNANÇA CORPORATIVA
GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Samuel Gonçalves da Silva
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C
CONHECENDO A DISCIPLINA 
onhecer o tema proposto permite que pro�ssionais das mais diversas áreas
sejam extremamente valorizados nas organizações, uma vez que a
Governança Corporativa tem se tornado cada vez mais signi�cativa dentro delas. A
Governança Corporativa se mostra relevante para grandes companhias que têm
suas ações na bolsa de valores e também para as médias e pequenas que
desejam, por meio de uma gestão adequada, se destacar no mercado frente aos
seus players e crescer cada vez mais e ainda conseguir gerenciar os bens pessoais
isoladamente dos organizacionais. 
Vivendo em um mercado cada vez mais competitivo, o investimento em tecnologia,
em capacitação de equipe, no redesenho de processos, entre tantos outros
fatores, se fazem necessários, pois só assim é possível que a empresa se mantenha
ativa e crescendo no mercado. Buscar capital de terceiros por meio da abertura de
capital (venda de ações via bolsa de valores), especi�camente, é uma forma para
que as empresas possam se capitalizar a um custo menor, ou seja, devolvendo
resultados aos acionistas apenas quando eles acontecem. Porém, neste cenário a
busca por transparência e exposição das informações do negócio geram um
esforço muito grande e é aí que entra a Governança Corporativa.
Em linhas gerais, a Governança Corporativa é um conjunto de práticas que tem por
�nalidade otimizar o desempenho de uma companhia protegendo seus
investidores, empregados e credores, facilitando, assim, o acesso ao capital (SILVA,
2016).
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Perceba, aluno, que a fala do autor retrata a importância que essa teoria possui
para as organizações, em especial àquelas de capital aberto, e retrata, de forma
indireta, o impacto que o processo de Governança Corporativa traz para aqueles
que possuem algum tipo de relação com essa organização. 
Se apropriando desse e de outros conceitos que serão abordados, você será capaz
de colocar em prática o pensamento acerca da Governança Corporativa e se
destacar no mercado de trabalho. 
Na unidade 1: Fundamentos de Governança Corporativa, você conhecerá a
Governança Corporativa, seus princípios e práticas, além de compreender a
relação entre a estratégia organizacional e a Governança Corporativa, entendendo
os objetivos centrais de Governança e o seu funcionamento em processos de
fusões e aquisições em estatais e empresas familiares. 
Na unidade 2: Regulatórios da Governança Corporativa, você estudará todos os
aspectos regulatórios da Governança Corporativa, passando pela Lei Sarbanes-
Oxley (SOX), contemplando o código de governança do IBGC (Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa), e conhecerá os conselhos, comitês, departamento de
compliance, além dos aspectos éticos e de sustentabilidade dos negócios. 
Na unidade 3: Gestão de Riscos, Modelo e Avaliação da Governança Corporativa de
uma Organização, você aprofundará o conhecimento na área de risco, trabalhando
com análise de tolerância e impactos dos riscos de Governança, de�nições de
indicadores de risco e documentação dos riscos como forma de estabelecer os
modelos de Governança bem como a criação de processos de avaliação
interna/externa desde o desenvolvimento corporativo aos stakeholders. 
Na unidade 4: Governança Corporativa na Tecnologia da Informação, você
aprenderá sobre a relação existente entre a Governança Corporativa e a
Governança de Tecnologia da Informação (TI). Serão abordados conceitos
introdutórios de Governança de TI, suas normas e modelos, além da utilização do
Control Objectives for Information and Related Technology (COBIT) e Information
Technology Infrastructure Library (ITIL), suas práticas e certi�cações. 
Caro aluno, veja que temos uma longa jornada pela frente, então, mãos à obra!  
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NÃO PODE FALTAR
INTRODUÇÃO À GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Samuel Gonçalves da Silva
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CONVITE AO ESTUDO   
Olá, aluno! Seja muito bem-vindo à primeira unidade da disciplina de Governança
Corporativa. Nesta unidade você será capaz de compreender de forma simples e
objetiva os conceitos de governança corporativa, identi�cando sua importância,
seus mecanismos e suas práticas. Você entenderá como colocar em prática a
governança corporativa nas organizações, bem como suas estratégias e
mecanismos de avaliação, e compreenderá os objetivos centrais de governança e
suas relações com os diversos tipos de empresas e de seus líderes. 
É necessário reforçar que a governança corporativa pode estar presente dentro da
organização que você trabalha independentemente do seu tamanho e, portanto, o
meu convite é para que sempre, ao longo dos seus estudos, associe os conceitos
elucidados à sua realidade.
Fonte: Shutterstock.
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Se você já vivenciou ou conhece uma empresa em que as contas dos sócios
(proprietários) e da empresa se misturam, se muitas pessoas da família atuam na
empresa sem estarem preparadas, se não há um plano de quem assumirá e quem
de fato é responsável pela empresa, com certeza essa temática muito lhe
interessa.
Agora, se você trabalha em uma grande companhia, multinacional e todas as
situações apontadas no parágrafo anterior são muito bem resolvidas, ainda há
muito para ser aprofundado no que tange a gestão e transparência com os
acionistas.
Vamos iniciar a nossa jornada pela primeira seção, Introdução à Governança
Corporativa, que tratará os conceitos introdutórios básicos, princípios, práticas e
mecanismos de Governança Corporativa.
Passando por esses pontos, você estará pronto para seguir adiante e aprofundar
ainda mais seus conhecimentos, pois a fundamentação básica necessária ao
entendimento de governança você já terá adquirido. 
Na segunda seção, Governança Corporativa nas Empresas, traremos à tona uma
abordagem de relacionamento entre a Governança Corporativa e as estratégias da
organização, a determinação da avaliação e o monitoramento das estratégias.
Na última seção desta primeira unidade, Organização da liderança na visão
Corporativa, falaremos sobre os objetivos centrais de governança, o papel dos
investidores no processo de Governança Corporativa e a aplicação da Governança
nos diversos tipos de empresas existentes.
Para um melhor entendimento e aplicação dos conceitos, serão tratados casos
práticos ao longo da disciplina a �m de que seja possível uma maior absorção e
compreensão para aplicação desse conhecimento no seu dia a dia.
Vamos ao estudo!
PRATICAR PARA APRENDER 
Caro aluno! 
É chegada a hora de iniciarmos o processo de conhecimento acerca da temática de
Governança Corporativa. 
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No seu dia a dia, você pensa, planeja e executa práticas de Governança
Corporativa. Para Oliveira (2015), essas práticas estão relacionadas à forma de
gestão do negócio e como as informações e a condução do negócio acontecem. 
Rossetti e Andrade (2014) corroboram enfatizando que o objetivo central é alinhar
as expectativas dos proprietários do negócio com as dos administradores do
negócio e garantir que as estratégias estejam sendo seguidas conforme planejado. 
Mas como funciona quando o proprietário e o administrador são a mesma pessoa?
Nesse caso, entra em ação o conselho administrativo, tema que em breve será
aprofundado. 
O tema é deveras relevante para que as organizações se mantenham vivas e
competitivas no mercado, pois um processo de Governança Corporativo adequado
contribui para que fraudes sejam evitadas e, por consequência, a saúde �nanceira
da empresa se mantenha satisfatória. 
Independentemente da área de atuação pro�ssional, compreender os conceitos e
o funcionamento da Governança Corporativa pode contribuir para uma posição de
destaque no mercado de trabalho e, ainda, podem fazer com que você amplie sua
visãoorganizacional e contribua para o crescimento da empresa que faz parte. 
Caro aluno, considerando o dinamismo do mercado atual, a competitividade cada
vez maior e um mercado cada vez mais aberto, é de suma importância avaliarmos
os cenários existentes para todas as estruturas organizacionais. Diante disso, você
deverá ter muita atenção e foco para solucionar o cenário a seguir. 
O objeto de estudo desta unidade é uma indústria de sorvetes e você fará parte do
time que irá ajudá-la a equacionar todas as situações que a permeiam e que estão
relacionadas à Governança Corporativa. Os produtos que a empresa fabrica são:
sorvetes de massa, picolés e açaí em diversas embalagens. Os sorvetes de massa
são comercializados em embalagens de 1 litro, 2 litros e 10 litros, já o açaí apenas
em embalagem de 1,5 litros e 10 litros. Trata-se de uma empresa familiar que está
no mercado há 10 anos e atende 15 lojas em um raio de 100 Km da fábrica. O
fundador da empresa acaba de se afastar do negócio e pretende deixar tudo sob
os cuidados dos dois �lhos (um na produção e outro na administração); um deles
sempre atuou próximo ao pai e o outro acaba de chegar na empresa. Atualmente a
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gestão é realizada de forma mais amadora, pois os irmãos não possuem todo o
conhecimento necessário para gerenciar o negócio e ainda não contam com
software de gestão. Os irmãos têm a sensação de que, apesar de trabalharem
muito, não veem o retorno �nanceiro. Além da fábrica, eles possuem 3 lojas que
vendem os produtos e pretendem franquear a marca, pois o produto é de ótima
qualidade. Ao total, contam com 10 colaboradores na fábrica, sendo 8 na produção
e 2 na entrega e 12 colaboradores nas lojas, sendo 6 atendentes e 6 caixas. 
A situação �nanceira pessoal dos irmãos não é equilibrada e eles enfatizam que se
trata de uma consequência de como vive a empresa. 
A empresa está buscando uma consultoria para auxiliá-la a entender o que ocorre
e a implantar um processo de Governança Corporativa, e você e sua equipe foram
contratados para ajudar os irmãos com a empresa. Inicialmente, vocês deverão
realizar uma apresentação de Kick-O� (reunião inicial) do projeto que contemple a
importância da Governança para o setor de atuação da empresa, as vantagens e o
impacto que ela pode oferecer de forma detalhada, bem como os mecanismos e as
práticas de governança que deverão ser instituídos para assegurar que os
princípios de governança sejam respeitados. Em um segundo momento do projeto,
você deverá analisar quais são os stakeholders envolvidos no projeto e como os
mecanismos e as práticas de governança poderão ser instituídos na empresa. Por
último, você e sua equipe iniciarão o processo de implantação da Governança
Corporativa, assegurando que os princípios de governança sejam seguidos, e farão
o registro da documentação do projeto com as Lições Aprendidas. 
A partir do contexto apresentado, você e sua equipe devem apresentar uma
análise de pontos existentes na organização que vão de encontro às práticas de
Governança Corporativa. 
Em reunião com os irmãos que cuidam da gestão do negócio foi identi�cado que
há uma grande di�culdade em levantar informações na empresa por não se ter o
software de gestão implantado e que não existem metas e reuniões periódicas na
empresa. Está na hora de você se reunir com a equipe e de�nir como a
Governança Corporativa poderá auxiliar na busca de soluções para os problemas
apresentados. Elabore um relatório no qual você e sua equipe consigam
demonstrar para os dois irmãos a importância de se ter um planejamento
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orçamentário, pois ele contribuirá para o planejamento de investimentos pessoais
e da empresa, determinando de forma clara as retiradas que podem ser
realizadas, e apresentando como todos esses aspectos estão entrelaçados com a
Governança Corporativa e podem gerar vantagens para os projetos futuros da
fábrica. 
Todas as informações levantadas, bem como as respostas às questões
supracitadas devem ser registradas em um relatório e entregues aos irmãos em
uma linguagem simples e direta. 
Mãos à obra e boa sorte com o projeto!  
Animado para receber informações sobre Governança Corporativa? Então vamos
seguir adiante, entender e levar esses conceitos para o dia a dia, pois com certeza
você poderá fazer a diferença na gestão de uma empresa! 
CONCEITO-CHAVE 
Para Gonzales (2012), a Governança Corporativa envolve regras, normas, de�nição
de procedimentos, atitudes que direcionam as ações daqueles que administram as
organizações a �m de atender os interesses do owners – aqueles que são
proprietários - em especial dos acionistas, com o objetivo de se atingir excelência
em gestão e estratégia empresarial. Deve ser conduzida a partir de leis,
respeitando os preceitos éticos que permeiam a sociedade e que contribuem para
fortalecer e criar valor à organização. 
Historicamente, a Governança Corporativa surge para resolver os impasses
existentes entre acionistas e administradores e entre acionistas majoritários e
minoritários. O viés do processo envolve restringir as ações do administrador
oportunista e do acionista oportunista (GONZALES, 2012). 
A Figura 1.1 apresenta em quatro quadrantes os possíveis cenários gerados em
função dos con�itos existentes entre os acionistas majoritários e minoritários, bem
como proprietários e gestores. A ideia é que haja uma separação dos papéis de
proprietário e gestor para que não ocorra um comportamento oportunista por
parte do gestor, situação que pode ocorrer quando há ausência dos acionistas
minoritários e majoritários. Em contrapartida, se não há presença do proprietário e
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gestor, os acionistas minoritários e majoritários podem se aproveitar desse cenário
para defender apenas seus interesses, gerando assim o conceito de acionista
oportunista. 
Figura 1.1 | A concepção restrita de governança: a harmonização dos con�itos derivados da
concentração da propriedade e dos derivados da dispersão 
Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 132).
Para Rossetti e Andrade (2014) existem muitas possibilidades para de�nir a
Governança Corporativa, porém, as que mais se aproximam ao papel atual são
quatro: 
Guardiã de direitos das partes com interesses em jogo nas empresas.
Sistema de relações pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas.
Estrutura de poder que se observa no interior das corporações.
Sistema normativo que rege as relações internas e externas das companhias.
De acordo com o IBGC (2009), os princípios de governança são: transparência,
equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, e têm como
objetivo básico preservar o valor econômico da organização a longo prazo e
garantir sua longevidade, o que representa os princípios básicos das boas práticas
de governança corporativa. 
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Transparência 
Divulgação de informações relevantes aos stakeholders, aqueles que têm interesse
na organização, mesmo que não sejam obrigatórias por leis ou regulamentos. 
Equidade 
Todos os stakeholders possuem direitos iguais independentemente do porte de
cada um, pois parte-se do princípio de que todos têm os mesmos interesses e as
mesmas expectativas, além das responsabilidades que também representam o
papel de todos. 
Prestação de Contas (accountability) 
Os responsáveis pela Governança (agentes) devem demonstrar as informações
organizacionais de forma clara, breve, dentro dos prazos esperados e de forma
igualitária, pois em caso de omissões serão responsabilizados com base nas
responsabilidades que foram atribuídas ao seu cargo. 
Os responsáveis pela governança (agentes) devem acompanhar e trabalhar para
que a viabilidade econômico-�nanceira seja perpetuada na organização e que as
questões negativas sejam minimizadas, tanto no âmbito interno quanto externo,
com base no modelo de negócio desenhado, cuidando ainda dos ativos
organizacionais (�nanceiros e não �nanceiros). 
Rossettie Andrade (2014) mencionam que o termo “governança” tem seu uso
recente e foi utilizado pela primeira vez em 1991 por R. Monks nos Estados Unidos
da América (EUA). 
O primeiro código surgiu apenas em 1992, na Inglaterra, e a primeira empresa a
divulgar seu código de Governança foi a General Motors (GM) no mesmo ano. 
No Brasil, a partir da abertura de mercado e das privatizações, o movimento de
Governança começou a se difundir, inclusive com a criação do Instituto Brasileiro
de Conselheiros de Administração (IBCA), em 1995, que passou a ser chamado
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 1999, ano que foi lançado
o primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 
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Para o IBGC (2009), ao longo do século XX, a Governança teve seu início nos EUA e
na Inglaterra com o objetivo de superar o con�ito de interesses entre os acionistas
(proprietários) e o administrador (agente decisor da organização perante a lei) no
que tange à compreensão do melhor para a empresa. 
O objetivo da Governança Corporativa é criar um conjunto de mecanismos para
assegurar que os comportamentos dos administradores estejam em consonância
com o que realmente é melhor para a empresa. 
Para Rossetti e Andrade (2014), as práticas de governança podem ser descritas a
partir de diversos pontos de vista, admitindo, assim, várias acepções: as
relacionadas a questões legais, como as que regem os direitos societário e
sucessório; as que enfatizam questões �nanceiras, como a geração de valor, a
criação de riqueza e a maximização do retorno dos investimentos; as que
envolvem decisões estratégicas, como a de�nição de propósitos empresariais e de
diretrizes corporativas para o desenvolvimento dos negócios; as acepções
relacionadas a modelos de gestão, como as que regem as relações entre os
acionistas, os conselhos de administração e a direção executiva das empresas. 
ASSIMILE  
A palavra Governança é derivada do termo Governo e signi�ca ato de
governar, segundo o dicionário Michaelis. Governo vem do latim
GUBERNATOR, que signi�ca líder, governador; originalmente timoneiro, do
grego KYBERNAN, dirigir ou pilotar leme de um navio.
Gonzales (2012) enfatiza que a Governança Corporativa surgiu na década de 1980,
nos Estados Unidos da América, por meio de um movimento de investidores e
acionistas que pretendiam criar mecanismos de proteção contra as administrações
oportunistas. Essa preocupação surgiu em função de casos de abusos realizados
pelas diretorias de empresas e pela inércia dos conselhos de administração. 
Silva (2016) reforça que, no início dos anos 2000, casos de fraudes em grandes
companhias espalhadas pelo mundo fomentaram a importância das empresas se
apropriarem de forma mais séria da governança corporativa, visando
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transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Essas
empresas fraudaram seus balanços para que pudessem parecer mais valiosas,
atraindo novos investidores. 
Rossetti e Andrade (2014) destacam que após a identi�cação dessas fraudes foi
apresentada ao congresso norte-americano a Lei Sarbanes-Oxley (SOX ou Sarbox),
que aborda de�nições relevantes de governança corporativa. A lei recebeu esse
nome em homenagem aos seus criadores, o senador Paul Sarbanes e o deputado
Michael Oxley. 
Um sistema de governança corporativa envolve o alinhamento entre os conceitos
abordados a seguir: 
Ambiente legal, obrigatório ou voluntário: legislação, regulação, autorregulação,
boas práticas, cultura da organização.
Órgãos e agentes de governança: sócios/acionistas, conselho de administração,
conselho �scal, comitês de apoio ao conselho, diretoria (presidente e diretores)
e órgãos de controle (conselho �scal, auditoria interna e auditoria externa).
Documentos normativos: acordo de sócios-acionistas, estatuto social,
regimentos internos, políticas básicas e código de conduta.
Ferramentas e processos: calendário anual de eventos corporativos, agendas,
atas de reuniões, propostas de deliberações, canal de denúncias e portal de
governança.
E para o bom funcionamento desse sistema, é necessário que o processo de
comunicação entre o conselho de administração e a gestão funcione, conforme
podemos observar na Figura 1.2. 
Figura 1.2 | Sistema de Comunicação entre Conselho e Gestão
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Fonte: Silva (2016, p. 40).
O Conselho de Administração (CA) tem o papel de dar o direcionamento
estratégico, monitorar a gestão, aprovar as políticas e propostas de deliberação e
aconselhar e avaliar os dirigentes. Já a gestão deve elaborar o plano de negócios
com base nas diretrizes estabelecidas, acompanhar plano e orçamentos, submeter
políticas e propostas de deliberação à aprovação do conselho e prestar contas ao
CA. 
O sistema de comunicação entre o Conselho e a Gestão, enquanto o plano de
negócios aprovado estiver em vigor, tem como foco principal o seu
acompanhamento (monitoramento), mas não se restringe a isso. São vários os
outros temas que a gestão precisa submeter à aprovação do CA, como código de
conduta, preceitos éticos da organização, conforme apresentado na Figura 1.2. 
REFLITA 
O CA e a Gestão trabalham juntos e possuem papel relevante para as
organizações e seus stakeholders. Dessa forma, se faz necessário re�etir
sobre:
Qual o papel de cada um desses órgãos?
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Qual a responsabilidade de cada um deles?
Por qual motivo é necessário que eles existam?
Como eles contribuem para o processo de Governança?
Segundo o IBGC (2009), Governança Corporativa é o sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre
acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e
conselho �scal. As boas práticas de governança corporativa têm a �nalidade de
aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua
perenidade. 
Segundo Silva (2016), os mecanismos de governança devem existir para combater
alguns problemas relacionados à cúpula da empresa: vieses cognitivos, con�itos de
interesses e limitações técnicas individuais. Daí a importância de combinar
diferentes mecanismos de incentivo ou controle a �m de eliminar ou reduzir os
problemas encontrados. 
As empresas que fazem uso das boas práticas de governança corporativa são
capazes de captar mais recursos e com maior qualidade. 
Caso você vá realizar um investimento, sem sombra de dúvidas desejará investir
em algo sólido e duradouro e estará, inclusive, disposto a pagar mais por isso. Em
termos práticos, é exatamente isso que um processo de Governança Corporativa
sério permite, pois, a partir dele, é possível perceber que as ações e decisões
organizacionais não são realizadas apenas para atender seus donos ou acionistas
majoritários, mas sim para atender a demanda coletiva. 
O IBGC lançou, em 1999, seu primeiro Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa. Em seu início, a Governança possuía uma atuação mais
voltada às grandes companhias que operavam com suas ações na bolsa de
valores. Com o passar do tempo, a governança passou a se tornar realidade para
outras modalidades de empresas; as cooperativas e o terceiro setor passaram a
fazer uso dos princípios e das práticas de governança. 
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Esse cenário acaba por se concretizar nessas modalidades de empresa a �m de
atender as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), que diz que a governança corporativa deve evoluir do foco de
acionista para stakeholders (interessados na organização). 
Para Gonzales (2012, p. 30), a OCDE reforça ainda que é papel do Estado criar
mecanismos regulatórios que favoreçam o fortalecimento da Governança
Corporativa, para que as empresas procurem atender aos interesses dos
acionistas e de outros públicos estratégicos.  
O mesmo autor esclarece ainda que, para esse processo de evolução, a OCDE
propôs os seguintesobjetivos: 
Clara separação entre propriedade e gestão: o pertencimento e o
gerenciamento podem ser realizados por pessoas diferentes, porém, que
devem perseguir os objetivos estratégicos do negócio sem desviar do seu
caminho.
Abertura de espaços para a participação ativa dos não controladores:
independentemente do grau de participação, todos devem “ter voz” e direito a
participar da construção das estratégias organizacionais.
De�nição clara das responsabilidades do Conselho de Administração e da
Direção: a clareza no papel das partes contribui para que as estratégias sejam
executadas de forma adequada. Vale ressaltar que o Conselho de
Administração tem por papel a manutenção das estratégias das companhias.
Critérios para marcos regulatórios: os marcos regulatórios compreendem um
conjunto de normas, leis e diretrizes que regem um determinado segmento ou
setor.
Algumas das agências regulatórias no Brasil são: 
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
ANP (Agência Nacional do Petróleo).
ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
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Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
ANA (Agência Nacional das Águas).
ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
ANS (Agência Nacional de Saúde).
Ancine (Agência Nacional do Cinema).
As agências regulatórias têm como papel regulamentar e �scalizar setores
especí�cos da economia, e no caso do Mercados de Capitais a autarquia
responsável é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 
A CVM tem papel relevante no processo de fortalecimento das práticas de
governança no mercado de capitais no Brasil, pois é ela quem altera as regras de
governança corporativa para as empresas de capital aberto. 
Silva (2016) reforça que a CVM divulgou, em 2002, uma cartilha com as melhores
práticas de Governança Corporativa, em seguida lançou instruções acerca dos
processos de auditorias e mais adiante editou parecer sobre os deveres legais do
administrador. Já em 2009, ocorreu uma grande reforma nas leis de Governança
no Brasil, todas elas objetivando melhores controles e amplo fornecimento de
informações pelas empresas para o mercado, entre tantas outras ações realizadas.
Dessa forma, a CVM tem o papel de desenvolver, regulamentar e monitorar o
Mercado de Valores Mobiliários. 
EXEMPLIFICANDO  
O Conselho de Administrativo, como explicitado até o momento, tem papel
relevante para o bom andamento da gestão da organização e da
Governança Corporativa.
Acesse o link que trata sobre o caso da IRB Brasil Resseguros S/A (IRBR),
maior resseguradora do Brasil, que no ano de 2020 foi denunciada por
fraudes em seus demonstrativos contábeis. Disponível em:
https://bit.ly/39bUW5t. Acesso em: 29 out. 2020.
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https://tc.com.br/colunas/caso-irb-brasil-irbr3-a-divulgacao-antecipada-e-um-bom-sinal/
Vale ressaltar que apesar dos conceitos tratados até o presente momento não
abordarem as empresas familiares e de capital fechado, aquelas que não possuem
ações na bolsa de valores, todos os conceitos citados podem e devem ser usados
também nessas organizações, pois o elemento parental e de amizade presentes
nas empresas familiares e pequenas companhias geram uma enorme necessidade
de transparência e governança. 
Caro aluno, busque conhecer cada vez mais essa temática, amplie suas
possibilidades de aplicações e, por consequência, tenha um currículo ainda mais
valorizado! 
FAÇA VALER A PENA 
Questão 1
A Governança é um sistema de relacionamento que envolve principalmente os
stakeholders da organização, acionistas, executivos e conselheiros. Ela envolve
processos, costumes, políticas e procedimentos que determinam como uma
empresa é administrada e surgiu em função dos escândalos nas empresas norte-
americanas e acabou sendo utilizada de forma global para mostrar não só a
e�cácia das operações, mas também a transparência em que elas acontecem
(IBGC, online).
O texto acima contextualiza a Governança Corporativa e mostra que ela está
envolta a: 
a. Regulamentação, que pode ser compulsória ou facultativa, os stakeholders e o meio ambiente. 
b.  Acionistas, executivos e conselheiros. 
c.  Processos, costumes, políticas e procedimentos. 
d.  Auditores independentes, auditores internos e conselho �scal. 
e.  Conselho de administração, comitês e diretorias.  
Questão 2
Para o IBCG, “os agentes de Governança devem zelar pela sustentabilidade das
organizações, visando a sua longevidade, incorporando considerações de ordem
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social, ambiental, na de�nição dos negócios e operações”. Com base nessa
de�nição, é possível citar alguns exemplos de como a Responsabilidade
Corporativa pode se traduzir. O IBCG cita fatos como visão de longo prazo (tendo
foco em princípios de sustentabilidade), envolvimento em questões sociais,
comunitárias e ambientais, criação de riqueza, entre outros fatores (IBGC, 2010).
O texto-base demonstra a relevância da governança corporativa para as empresas
e enfatiza o tipo de envolvimento que ela deve possuir para que seja concretizada
como uma ação sustentável. 
Nesse contexto e considerando os dados apresentados, avalie as a�rmações que
se seguem: 
I. Conselho Administrativo.
II. Equidade.
III. Prestação de contas.
IV. Transparência.
V. Responsabilidade Corporativa.
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: 
a.  I, II, III e IV, apenas. 
b.  I, III, IV e V, apenas. 
c.  II, III, IV e V, apenas. 
d.  I, II, IV e V, apenas. 
e.  I, II, III e V, apenas.
Questão 3
Quando se trata de Governança Corporativa há uma diversidade extremamente
ampla de conceitos relacionados à temática e alguns deles são: 1 - dimensões das
empresas; 2 - estruturas de propriedade; 3 - fontes de �nanciamento
predominantes – internas ou externas; 4 - tipologia dos con�itos de agência e
harmonização dos interesses em jogo; 5 - tipologia das empresas quanto ao
regime legal; 6 - tipologia das empresas quanto à origem dos grupos
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controladores; 7 - ascendência das empresas, que se modi�cam por fusões e
aquisições; 8 - abrangência geográ�ca de atuação das empresas; 9 - traços
culturais das nações em que as empresas operam; 10 - instituições legais e marcos
regulatórios estabelecidos nas diferentes partes do mundo. (ROSSETTI; ANDRADE,
2014)
Como é possível perceber, a discussão sobre governança corporativa envolve a
criação de mecanismos internos e externos que devem:
a. Alavancar a venda de ações da empresa. 
b. Melhorar a tomada de decisões e atender às necessidades dos investidores. 
c. Criar práticas sustentáveis que projetem a organização no mercado e atraiam investidores. 
d. Seguir um código de ética e conduta atendendo os atos regulatórios e as necessidades dos acionistas
majoritários. 
e. Aproximar administrador e owner a �m de estabelecer acordos para manter os ganhos das partes.
REFERÊNCIAS 
GONZALES, R. S. Governança Corporativa. 1ª edição. São Paulo: Editora Trevisan,
2012. 9788599519424. Disponível em: https://bit.ly/2X6fI0y. Acesso em: 23 out.
2020.
IBGC. O que é Governança Corporativa. Online. Disponível em:
https://bit.ly/3n8bDmX. Acesso em: 28 out. 2020. 
IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 4. Ed. São
Paulo: IBGC, 2009. Disponível em: https://bit.ly/2LhWcve. Acesso em: 23 out 2020. 
IBGC. Governança Corporativa Internacionalização e Convergência - 1º edição
2010. São Paulo: Saint Paul Publishing (Brazil), 2010. 9788580040104. Disponível
em: https://bit.ly/3hBgRqq. Acesso em: 23 out. 2020. 
MONKS, R. A. G; MINOW, N. Corporate Governance (English Edition). 4 ed.
England: John Wiley & Sons Inc., 2008. 
OLIVEIRA, D. D. P. R. D. Governança Corporativa na Prática: Integrando
Acionistas Conselho de Administração e Diretoria Executiva na Geração de
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788599519424/https://www.ibgc.org.br/conhecimento/governanca-corporativa
http://www.ibgc.org.br/index.php/publicacoes/codigo-das-melhores-praticas
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580040104/
Acionistas, Conselho de Administração e Diretoria Executiva na Geração de
Resultados, 3ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2015. 9788522494569. Disponível
em: https://bit.ly/38TR3St. Acesso em: 30 out. 2020. 
ROSSETTI, J. P.; ANDRADE, A. Governança Corporativa: Fundamentos,
Desenvolvimento e Tendências, 7ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2014.
9788522493067. Disponível em: https://bit.ly/38TR4G1. Acesso em: 23 out. 2020. 
SILVA, E. C. Governança Corporativa nas Empresas. 4ª edição. São Paulo: Grupo
GEN, 2016. 9788597008920. Disponível em: https://bit.ly/3hBYn9j. Acesso em: 23
out. 2020. 
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522494569/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522493067/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008920/
NÃO PODE FALTAR
GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS 
Samuel Gonçalves da Silva
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PRATICAR PARA APRENDER 
Nesta seção, trataremos o tema Governança Corporativa nas empresas com o
intuito de aprofundar o conhecimento acerca de como é aplicada nas empresas, as
estratégias de Governança, seu monitoramento e ainda as práticas empresariais
de Governança. 
Todas as pessoas, de uma maneira geral, possuem experiências associadas à
Governança Corporativa, pois a temática está ligada ao controle e à gestão das
informações. No nosso dia a dia se faz necessário controlar gastos, planejar os
Fonte: Shutterstock.
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investimentos e, se temos um companheiro, temos que dividir com essa pessoa de
forma transparente, em linhas gerais, onde colocamos nossos recursos,
chamamos esse processo de planejamento familiar. 
Silva (2016) enfatiza que as empresas devem se adaptar às realidades atuais, em
que as transformações e inovações de todos os aspectos (sociais, culturais,
econômicas, políticas e tecnológicas) interferem em suas ações. As organizações
devem interagir com o mundo exterior e, por consequência, precisam se tornar
mais adaptativas, inovadoras, inteligentes e proativas, assim como seu quadro de
colaboradores também dependerá dessas características. 
O autor ainda reforça que para melhor explorar este cenário é necessário que a
organização possua estratégias relacionadas à alocação de recursos em prol do
atingimento de objetivos especí�cos. 
Estratégia e planejamento andam de mãos dadas, tanto que, para Cruz (2017), o
planejamento estratégico envolve a utilização de métodos, técnicas e ferramentas
que auxiliam na criação do futuro das organizações. 
Talvez você esteja se perguntando qual a relação da estratégia com a Governança
Corporativa, e resposta é: toda! A estratégia e o planejamento estratégico
contribuem para que as empresas sejam mais organizadas e possuam maior
controle sobre o seu negócio e suas ações neste mercado extremamente
competitivo. 
Dessa forma, o conceito de Governança Corporativa nas empresas tem enorme
conectividade com Planejamento, Organização, Direção e Controle (PODC), que,
segundo Chiavenato (2014), representam às funções administrativas, o
planejamento, a organização, a direção e o controle (monitoramento). 
O tema tem grande importância para todas as organizações, independentemente
de terem prática de Governança Corporativa ou não, entretanto, para aquelas que
fazem uso ou querem utilizar a Governança como mecanismo de melhoria na
gestão, ou até mesmo de captação de recursos externos, a relevância se torna
ainda maior. 
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As estratégias utilizadas pela organização bem como as práticas estratégicas já
utilizadas sem sombra de dúvidas ajudarão a organização a ter clareza sobre seus
propósitos, estar alinhada com as demandas do mercado e ter uma gestão mais
efetiva e gerenciável, o que contribui de forma signi�cativa para seu destaque no
mercado. 
Vale a pena relembrar que o objeto de estudo desta unidade é uma indústria de
sorvetes e você fará parte do time que irá ajudá-la a equacionar todas as situações
que permeiam a organização e estão relacionadas a Governança Corporativa. Os
produtos que a empresa fabrica são: sorvetes de massa, picolés e açaí em diversas
embalagens. Os sorvetes de massa são comercializados em embalagens de 1 litro,
2 litros e 10 litros, já o açaí apenas em embalagem de 1,5 litros e 10 litros. Trata-se
de uma empresa familiar que está no mercado há 10 anos e atende 15 lojas em
um raio de 100 km da fábrica. O fundador da empresa acaba de se afastar do
negócio e pretende deixar tudo sob os cuidados dos dois �lhos (um na produção e
outro na administração), um deles sempre atuou próximo ao pai e o outro acaba
de chegar na empresa. Atualmente, a gestão é realizada de forma mais amadora,
pois os irmãos não possuem todo o conhecimento necessário para gerenciar o
negócio e ainda não contam com software de gestão. Os irmãos têm a sensação de
que, apesar de trabalharem muito, não veem o retorno �nanceiro. Além da fábrica,
eles possuem 3 lojas que vendem os produtos e pretendem franquear a marca,
pois o produto é de ótima qualidade. Ao total, contam com 10 colaboradores na
fábrica, sendo 8 na produção e 2 na entrega e 12 colaboradores nas lojas, sendo 6
atendentes e 6 caixas. 
A situação �nanceira pessoal dos irmãos não é equilibrada e eles enfatizam que se
trata de uma consequência do cenário �nanceiro pelo qual a empresa atravessa. 
A empresa está buscando uma consultoria para auxiliá-la a entender o que ocorre
e a implantar um processo de Governança Corporativa, e você e sua equipe foram
contratados para ajudar os irmãos com a empresa. 
Para contribuir no processo de Governança Corporativa, você e sua equipe de
Consultoria deverão contribuir com a empresa no seu realinhamento
estratégico, portanto, se faz necessária a aplicação de diversos conceitos,
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ferramentas e técnicas para determinação de um posicionamento estratégico
adequado. 
A implantação do software de gestão em fase anterior à Consultoria contribuirá de
forma signi�cativa para que a equipe possa desenhar esse modelo e balizar-se em
informações concretas do sistema. 
Primeiramente, você deve realizar a análise SWOT da empresa para
compreender o cenário existente no seu ambiente interno e externo.
Também se faz relevante a determinação da matriz Anso�, bem como a BGC. A
análise deve contemplar ainda as cinco forças de Porter e, por consequência, a
determinação estratégica da empresa. 
Para o bom andamento dessas atividades, é fundamental olharem de forma atenta
à Missão e Visão da empresa. 
“Missão: oferecer produtos de qualidade a um custo baixo, atendendo às
expectativas dos clientes.” 
“Visão: tornar-se líder de mercado no segmento de sorvetes e açaí de baixo de
custo com qualidade surpreendente.” 
Devido à crise mundial no ano de 2020, o Governo Brasileiro reduziu a alíquota de
impostos para empresas utilizarem leite em seu processo produtivo e adquirirem
produtos de empresas nacionais que utilizam a produção de pequenos
produtores. 
O software de gestão já trouxe informações preliminares de vendas e foi possível
identi�car que as caixas de sorvetes de 10 litros representam cerca de 34% do
faturamento total da empresa, os potes de 1 litro contribuem com 10%, os potes
de 2 litros com 18%, a caixa de açaí com 25% do total, os potes de 1,5 litros com
10% e os picolés entram com 3%. 
Todas as análises realizadas bem como os seus resultados devem ser
apresentados aos irmãos em um relatório com uma linguagem simples e direta. 
Mãos à obra e boa sorte com o projeto! 
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Aluno, aqui teremos mais um conhecimento importante para que você possa se
destacar no mercado. Leve os conceitos para o dia a dia a �m de conseguir agregar
todo essediferencial na sua carreira e oferecer tudo isso para a empresa que
atua/atuará ou até mesmo para sua própria empresa! 
CONCEITO-CHAVE 
GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS 
Conforme relata Gonzales (2012, p. 25), a Governança é todo o processo de gestão
e monitoramento que leva em consideração os princípios da responsabilidade
corporativa (�scal, social, trabalhista, comunitária, ambiental, societária),
interagindo com o ambiente e os públicos estratégicos, os chamados stakeholders,
em busca da sustentabilidade para ser longeva. 
O autor mostra de forma clara e sucinta que a Governança Corporativa tem
relação direta com a gestão da organização, ou seja, envolve estratégias,
planejamento e ações organizacionais. Também enfatiza que se trata se um olhar
amplo da organização por envolver aspectos �scais, sociais, trabalhistas,
comunitários, ambientais e societários que são ligados aos ambientes internos e
devem ter conexão com os stakeholders, isto é, todos aqueles que possuem
interesse nas relações e na situação da organização e esperam que ela seja
rentável e tenha longevidade. 
Dessa forma, se faz deveras relevante compreender os aspectos estratégicos que
estão relacionados às práticas de Governança Corporativa e aprofundar no
desenho estratégico que contribui para entender o relacionamento existente entre
as partes. 
Para Chiavenato (2014), as empresas estão relacionadas ao ambiente e este, por
sua vez, representa tudo aquilo que é externo à empresa, sedo representado pela
sociedade. A sociedade é composta por outras empresas, clientes, fornecedores,
concorrentes, agências regulatórias, entre outros. 
O autor ainda reitera que as informações e os recursos são obtidos pelas
empresas por meio desse ambiente e são as mudanças que ocorrem nele que
fazem com que as empresas tenham que redesenhar suas estratégias e seu
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planejamento. 
O desenho estratégico surge a partir de alguns elementos-chave que devem
contribuir para que os objetivos organizacionais sejam atingidos. Para Silva (2016),
a estratégia empresarial representa um processo que envolve decisões acerca dos
produtos e serviços de uma empresa que contribuem para o alcance de objetivos.
Também envolve a compreensão dos clientes e dos mercados para o
estabelecimento de melhor posicionamento estratégico frente aos seus
concorrentes. 
A Figura 1.3 mostra como a empresa deve de�nir a sua estratégia e �ca claro que
antes mesmo da de�nição estratégica é necessário que outras ações sejam
tomadas por parte da empresa, como a de�nição da missão e da visão
organizacional. 
Para Chiavenato (2014), a missão está relacionada a sua razão de existência, por
qual motivo ela existe, para atender qual cliente e agregar que tipo de valor a ele.
Já a visão representa o olhar de futuro da empresa, isto quer dizer, onde ela quer
chegar e de que maneira quer chegar. É a tradução dos objetivos a serem
alcançados para se tornar o que se deseja.
Por meio da missão e visão, a empresa deve realizar a análise SWOT, acrônimo de
Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats, no português Forças,
Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, que geram o acrônimo FFOA ou FOFA.
As forças são os aspectos positivos presentes internamente na organização, ou
seja, pontos em que ela se destaca. Já as fraquezas englobam os aspectos internos
que precisam ser melhorados pela organização com o objetivo de melhorar a sua
competitividade. No ambiente externo, estão as oportunidades e ameaças; a
primeira representa tudo de bom que o mercado pode oferecer para empresa, isto
é, pontos que geram novas oportunidades para ela, e as ameaças englobam
aspectos do mercado que podem comprometer o resultado. Dessa forma, pode-se
enfatizar que as forças e oportunidades são os aspectos que “ajudam” as
empresas, enquanto as fraquezas e ameaças são os que “atrapalham”.
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Para Thompson (2011), a análise SWOT deve proporcionar subsídios para que a
empresa utilize seus recursos da melhor forma possível a �m de que possa
aproveitar as oportunidades e combater as ameaças. As forças e fraquezas
representam o ambiente interno da organização (ambiente controlável) e as
oportunidades e ameaças representam o ambiente externo à organização
(ambiente incontrolável). 
Figura 1.3 | Como de�nir a estratégia
Fonte: Silva (2016, p.14).
Cruz (2017) reforça que o planejamento estratégico conta, basicamente, com
algumas etapas, que são: 
De�nição de missão, visão e valores organizacionais
Aplicação da análise SWOT.
Análise de clientes e mercados.
Análise da concorrência.
De�nição do statement (objetivos estratégicos).
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Desdobramento do plano estratégico.
Análise �nanceira para adequação do plano estratégico.
Alinhar o plano estratégico ao plano operacional.
Roteiro para implantação dos planos estratégico e operacionais.
Diversas são as ferramentas que podem ser utilizadas para cumprir essas etapas,
portanto, é muito importante que os administradores saibam utilizá-las para
gerarem o melhor planejamento estratégico possível.
ESTRATÉGIA E GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Para analisar clientes e mercados, o administrador pode se apropriar dos
conceitos envolvidos na Matriz BCG (Boston Consulting Group), que tem como
papel identi�car a participação que a empresa tem no mercado e o crescimento
que o mercado oferece, conforme demonstrado na Figura 1.4. 
Figura 1.4 | Matriz BCG
Fonte: Cruz (2017, p. 20).
A matriz BCG quali�ca o produto ou serviço em quatro possíveis quadrantes e cada
um deles com seu signi�cado especí�co. As interrogações referem-se a
produtos/serviços que possuem baixa participação relativa de mercado, porém,
estão em um mercado de alto crescimento e podem ter um futuro promissor, se
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tornando estrelas. As estrelas possuem alta participação relativa no mercado e
alta taxa de crescimento e podem se tornar vacas leiteiras. Os produtos/serviços
estrelas necessitam de grande investimento para se manterem no mercado, já os
vacas leiteiras, por estarem há mais tempo rendendo no um mercado, são
geradores de caixa, pois necessitam de baixo investimento. Já os produtos/serviços
abacaxis são os que estão em um mercado de baixa participação e baixo
crescimento e, portanto, já não mais contribuem para o crescimento da empresa. 
ASSIMILE  
A Matriz Anso� é de extrema importância para a determinação do
crescimento de unidades de negócio no mercado, pois o estudo realizado
por meio dessa ferramenta é capaz de direcionar a empresa no seu
posicionamento de mercado e de produto, ou seja, se ela atua em um
mercado existente com um produto existente, deverá utilizar a penetração
de mercado e aumentar o seu Market Share (participação de mercado) para
um melhor posicionamento.
Para Cruz (2017), a empresa precisa seguir criteriosamente um roteiro de
formulação de objetivos que pretende atingir, isto quer dizer, que deve
desenhar de que ponto deseja partir e a que ponto deseja chegar. A
determinação de metas especí�cas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e
temporizáveis é fundamental para medir o desempenho das áreas e o
quanto é possível se aproximar dos objetivos organizacionais de curto
prazo.
Aprofunde um pouco mais sobre o assunto com a leitura do artigo “Moções
para o fomento e evolução das Urban Farms pelo conceito da Matriz de
ANSOFF”. Disponível em: https://bit.ly/3b5TVOK. Acesso em: 30 out. 2020.
Com o objetivo de analisar a concorrência, a empresa pode utilizar o modelo de
Cinco forças de Porter. Este modelo mostra que para planejar os objetivos que se
deseja alcançar é preciso analisar cada um dos elementos apresentados:
fornecedores, clientes, potenciais concorrentes e produtos/serviços substitutos. 
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http://www.relise.eco.br/index.php/relise/article/view/192
É necessário identi�car como a empresa se relaciona com os fornecedores e qual o
poder de barganha que os fornecedores possuem.Fatores como exclusividade
sobre uma matéria-prima ou participação esmagadora do mercado reduzem o
poder de barganha da empresa com o fornecedor. Do outro lado, há o poder de
barganha de clientes, que envolve a relação da empresa com seus clientes e tem
como fator determinante se o cliente é muito maior que a empresa e força a
redução de preços e o achatamento de margens.
Na posição superior temos os potenciais concorrentes, que podem ser produtos
e/ou novas empresas dispostas a concorrer pelo mesmo segmento, portanto é
necessário entendê-las para combatê-las. Na parte inferior da imagem há produtos
ou serviços substitutos, são aqueles que podem substituir os produtos da empresa
e comprometer seu resultado, isto é, podem agregar valor igual ou maior ou até
mesmo serem mais baratos. Esses quatro fatores somados culminam na rivalidade
entre concorrentes e determinam referências de benckmarking (CRUZ, 2017).
Figura 1.5 | Modelo de Cinco Forças de Porter
Fonte: Cruz (2017, p. 17).
O benchmarking nada mais é do que observar as melhores práticas dos
concorrentes e adaptá-las à realidade e cultura da empresa para combater de igual
para igual as ações dos concorrentes. 
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O administrador também pode utilizar a Matriz Anso�, que também é baseada em
um quadrante e tem por objetivo encontrar novos caminhos para um crescimento
sustentável no mercado. 
Silva (2016) esclarece que essas análises permitirão que a empresa de�na sua
estratégia para gerar vantagem competitiva, que basicamente existem dois
caminhos: baixo custo ou diferenciação. Essas duas estratégias de vantagem
competitiva se dividem em três estratégias genéricas que são: custo baixo,
diferenciação e foco. 
Ainda segundo Silva (2016), em 1979, Michael Porter criou um modelo de cadeia de
valor, que culminam em um ganho �nanceiro maior, conforme demonstrado na
Figura 1.6.
A cadeia de valor é um modelo que as empresas usam para conhecer sua posição
de custo e identi�car os diversos meios que poderiam utilizar para facilitar a
implementação de uma estratégia de nível de negócios pela qual optam. As
atividades principais têm relação com a criação física de um produto, sua venda e
distribuição a compradores e seu serviço pós-venda. As atividades de apoio
proporcionam o suporte necessário para a implementação das atividades
principais (HOSKISSON, 2010 p. 94).
Figura 1.6 | Cadeia de Valor de Porter
Fonte: Porter (1992 apud SILVA, 2016, p. 10).
REFLITA  
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As estratégias compreendem três possibilidades:
Estratégia de liderança em custos.
Estratégia de diferenciação.
Estratégia de foco.
Para Brugnolo (2018), a estratégia de liderança em custos visa criar
operações relacionadas a produtos ou serviços com o menor custo possível
e, por meio de economia de escala, destacar-se com base nesse quesito. Já
a estratégia de diferenciação visa entregar produto ou serviços com
características únicas na visão do cliente, possibilitando a valorização do
seu produto com um preço mais elevado e manter a clientela. A estratégia
de foco se posiciona com a visão de nicho, ou seja, parcela muito especí�ca
do mercado. Por sua vez, a estratégia de foco (enfoque, nicho) foca seus
esforços em um pequeno mercado, seja geográ�co, de produto ou de
clientes.
Você deve buscar respostas às seguintes perguntas para que possa
compreender por completo este assunto. Os questionamentos a serem
realizados estão envoltos a:
Existe uma estratégia melhor que a outra?
A empresa pode utilizar mais do que uma dessas estratégias?
Como efetivamente a empresa pode se apropriar desses conceitos?
Essas estratégias contribuem para o processo de Governança?
AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS E MONITORAMENTO DAS EMPRESAS 
Para um bom desempenho na cadeia de valores é necessário que a empresa
possua controles adequados e KPI’s (Key Performance Indicator) adequados, isto é,
os indicadores de desempenho precisam ser bem elaborados para atender o
objetivo maior de toda empresa, que é a lucratividade. Segundo Silva (2016), os
indicadores de desempenho podem ser separados em convencionais e não
convencionais. Os convencionais são aqueles relacionados ao benchmarking, níveis
de satisfação do cliente e do empregado, por exemplo. Já os não convencionais
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exigem muito mais das empresas e trazem informações ainda mais valiosas para a
área de Governança Corporativa, como o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization), que signi�ca lucro antes dos juros, impostos,
depreciações e amortizações; EVA (Economic Value Added), que equivale ao valor
agregado ao negócio, trata-se de uma nova visão para o resultado operacional, isto
é, após os impostos menos o custo do capital próprio; DVA (Demonstração do
Valor Adicionado), que visa mostrar ao mercado, no caso de companhias de capital
aberto, o valor da riqueza gerada pela empresa e a forma de sua distribuição. 
O desempenho �nanceiro informa se a estratégia da empresa está contribuindo
para a melhoria dos resultados �nanceiros e do lucro líquido, ou seja, estamos
falando de Governança Financeira (SILVA, 2016). 
A competitividade crescente entre as empresas e a necessidade de medir
desempenho geram a necessidade de implementação de softwares de gestão que
possibilitem o melhor controle das informações e processos. Tais controles têm
por objetivo atualizar de forma periódica os gestores por meio de relatórios que
permitam uma tomada de decisões facilitada e, sempre que necessário, sejam
realizadas revisões do planejamento �nanceiro – principalmente os custos que
geram impacto direto na lucratividade dos negócios. Esses controles visam a
avaliação das estratégias bem como os resultados obtidos por elas. A
determinação de indicadores de desempenho faz com que as empresas saibam se
o planejamento realizado, se foi executado de forma correta, se trouxe os
resultados desejados e se agregou valor aos stakeholders. 
EXEMPLIFICANDO  
A análise SWOT, apesar de simples, é uma ferramenta extremamente
poderosa para a determinação estratégica das empresas. De forma prática,
a ferramenta deve ser aplicada com base na Figura 1.7.
Figura 1.7 | Análise SWOT
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Fonte: Brugnolo (2018, p. 61)
Aplicando de forma prática, podemos imaginar um negócio que atua com
produção de álcool em gel durante ano de 2020, Pandemia do COVID-19. 
Compreendendo de uma forma bastante simples, o que foi para muitas
empresas motivo de desespero, para esta empresa representa uma grande
oportunidade de negócio, pois a venda desse produto cresceu de forma
signi�cativa no período em questão. Então, para separarmos os quatro
aspectos, temos de pensar nos seguintes pontos: 
Oportunidades: aumento do consumo do principal produto da empresa
tanto na área médica como para o consumidor comum. 
Ameaças: novos entrantes vendendo produtos misturados com gel de
cabelo com preços menores; ausência de �scalização; eventual escassez da
matéria-prima; alta do custo da matéria-prima. 
Pontos fortes: a empresa já possui conhecimento, quali�cação técnica e
maquinário para a produção. 
Pontos fracos: não há recurso �nanceiro que permita ampliar a produção
para atender toda a demanda do mercado. 
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Você pode aprofundar ainda mais seu conhecimento lendo o artigo “Análise
SWOT como Diferencial Competitivo: um estudo exploratório na
Cooperativa Muza Brasil”. Disponível em: https://bit.ly/356SuM3. Acesso em:
30 out. 2020. 
PRÁTICAS EMPRESARIAIS E TEORIAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Todas as práticas empresariais apresentadas até aqui corroboram diretamente
para o resultado da Governança Corporativa. Ao relembrarmos que a Governança
Corporativa envolve transparência, equidade, prestação de contas e
responsabilidade corporativa, �ca claro que todos os pontos contribuem para a
contemplação desses princípios. 
Mas além dessas práticas, é fundamental que as empresas estabeleçam uma
estruturahierárquica clara, ou seja, as pessoas devem saber para quem responder
para facilitar as atividades e de�nição de prioridades. Para Chiavenato (2014), o
desenho organizacional envolve a de�nição da estrutura básica da empresa e
como a tarefa empresarial é dividida e atribuída entre departamentos, divisões,
unidades, equipes e cargos. Esses aspectos são divulgados nos organogramas,
manuais de organização e descrições de cargos. 
Também se faz importante a realização de reuniões entre os membros da gestão e
os membros do Conselho de Administração para acompanhar os projetos em
andamento, estabelecer novas diretrizes organizacionais, elaborar planos de ação
relacionados às metas e aos indicadores. As reuniões deverão ser registradas em
atas e devem ter pautas pré-estabelecidas para que seja possível estabelecer
reuniões produtivas. 
Para Rosseti e Andrade (2014), a Governança Corporativa deve contar ainda com a
metodologia dos 8 Ps para melhor aplicação das práticas de governança. Os 8 Ps
são: 
Propriedade: o importante é saber como o capital social está distribuído e
organizado.
Princípios: os princípios devem ser internamente compartilhados e
externamente aceitos por todos.
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https://rica.unibes.com.br/rica/article/view/291
Propósitos: deve haver alinhamento entre missão, visão e os planos táticos de
uma empresa.
Papéis: é preciso entender a segregação de papéis dentro de uma organização.
O que faz um conselho de administração e uma diretoria executiva, e como
essas atribuições e funções são desdobradas internamente.
Poder: em uma estrutura de poder, as lideranças devem ser legitimadas pelo
público interno.
Práticas: tudo que uma empresa faz e decide tem embasamento em dados e
visa garantir a integração dos processos dentro de uma organização, fazendo
com que a estratégia de negócios aconteça de forma uni�cada e transparente,
em conformidade com as políticas corporativas, leis e regulamentações,
minimizando riscos.
Pessoas: medir a qualidade do RH e de seus processos, se ele é estratégico ou
não, como o clima organizacional é mapeado e desdobrado e a sucessão em
todos os níveis hierárquicos.
Perpetuidade: se manter em operação, ativa e crescendo sua participação nos
mercados em que atuam.
Caro aluno, aprofunde ainda mais o conhecimento em Governança e suas
estratégias e prepare-se para destacar-se no mercado de trabalho. 
FAÇA VALER A PENA 
Questão 1
Para Anso�, o primeiro passo que a empresa precisa dar para desenvolver um
plano estratégico é formular os objetivos que ela pretende atingir. Isso signi�ca
planejar como fazer para ir de onde se está para onde se quer chegar. Entretanto,
é preciso que essa caminhada seja feita por etapas; daí a escolha das metas, que
servirão para medir o progresso rumo aos objetivos. Isso nos leva a entender que
objetivos são resultados que a organização espera alcançar no longo prazo,
enquanto as metas são resultados que a organização espera alcançar no curto
prazo. Uma etapa é decidir se a empresa deve ou não diversi�car, baseando essa
decisão nas análises feitas anteriormente. Embora muitas empresas ainda pensem
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em crescer diversi�cando, a tendência atual é concentrar os esforços naquilo que
cada uma sabe fazer de melhor – é a chamada competência principal. O modelo de
Anso� divide-se em duas direções: a primeira leva a equipe de planejamento a
formular uma estratégia de competição, caso a decisão seja a de não diversi�car,
decompondo-a em ações que permitirão alcançar tais objetivos; a outra, a de
diversi�cação, também deve ser dividida em ações que permitam tal estratégia.
Analise as a�rmações a seguir:
I. No quadrante de produtos existentes, pode-se usar as estratégias de
penetração de mercado e desenvolvimento de mercados.
II. No quadrante de produtos novos, as estratégias possíveis são desenvolvimento
de produtos e diversi�cação.
III. No quadrante de novos mercados, as estratégias possíveis são penetração de
mercado e desenvolvimento de mercado.
IV. No quadrante mercados existentes, as estratégias possíveis são
desenvolvimento de produtos e penetração de mercado.
V. No quadrante de novos mercados, as estratégias possíveis são
desenvolvimento de mercado e diversi�cação.  
(CRUZ, 2017) 
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em:
a. I, II, III e IV, apenas. 
b. I, II, III e V, apenas. 
c. II, III, IV e V, apenas. 
d. I, III, IV e V, apenas. 
e. I, II, IV e V, apenas.  
Questão 2
A análise do BCG procura identi�car a situação de crescimento e participação de
mercado comparando a empresa analisada com seus principais concorrentes. O
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diagrama apresenta, no eixo horizontal, a relação da fatia de mercado da empresa
com o principal concorrente em escala logarítmica. No eixo vertical, é considerado
o crescimento do mercado. O diagrama também considera os produtos em quatro
quadrantes: vaca leiteira, estrela, ponto de interrogação e abacaxi.
Analise as a�rmações a seguir:
I. As vacas leiteiras já foram estrela e atuam como geradores de caixa.
II. Os pontos de interrogação são produtos em questionamento que podem se
tornar estrelas ou abacaxis.
III. Os abacaxis são produtos que possuem potencial de crescimento.
IV. As estrelas, chegando à maturidade de mercado, se tornarão vacas leiteiras.
V. As vacas leiteiras necessitam de grande investimento para se manterem ativas. 
(LAS CASAS, 2011) 
O texto-base apresenta os elementos da Matriz BCG e cada quadrante tem um
papel e uma correlação com outro quadrante.
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em:
a. I, II, III e IV, apenas. 
b. I, II, III e V, apenas. 
c. I, II, IV e V, apenas. 
d. II, III, IV e V, apenas. 
e. I, III, IV e V, apenas.  
Questão 3
O planejamento estratégico envolve a de�nição de missão e visão, análise SWOT,
análise e clientes e mercados (Matriz BCG), análise da concorrência (modelo de
cinco forças de Porter), de�nição de declaração estratégica, análise �nanceira para
adequação do plano estratégico, roteiro para implantação dos planos estratégico e
operacional. Todos esses elementos estão ligados aos objetivos organizacionais e
esses a KPI’s (indicadores de desempenho).
Analise as a�rmações a seguir:
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I. Os KPIs voltados à Governança Corporativa tendem a ser diferenciados.
II. O benchmarking é considerado um KPI não convencional.
III. Níveis de satisfação com o cliente e do empregado são considerados KPI’s
convencionais.
IV. EBITDA, EVA e DVA são indicadores não convencionais.
V. Indicadores não convencionais são aqueles que melhor atendem às
necessidades de Governança Corporativa. 
(DA SILVA, 2016) 
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em:
a. I, II, III e IV, apenas. 
b. I, II, III e V, apenas. 
c. I, II, IV e V, apenas. 
d. I, III, IV e V, apenas. 
e. II, III, IV e V, apenas.  
REFERÊNCIAS 
BRUGNOLO, M. F. Gestão estratégica de negócios. São Paulo: Editora Saraiva,
2018. 9788547233143. Disponível em: https://bit.ly/3hIbIwD. Acesso em: 30 out.
2020.
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. Barueri: Editora
Manole, 2014. 9788520445457. Disponível em: https://bit.ly/3rN6Yul. Acesso em: 30
out. 2020. 
CRUZ, T. Manual de Planejamento Estratégico. São Paulo: Grupo GEN, 2017.
9788597013023. Disponível em: https://bit.ly/3pCXoIG. Acesso em: 30 out. 2020. 
DA SILVA, E. C. Governança Corporativa nas Empresas, 4ª edição. São Paulo:
Grupo GEN, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3ob2D1H. Acesso em: 31 out 2020 
GONZALES, R. S. Governança Corporativa, 1ª edição. São Paulo: Editora Trevisan,
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547233143/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520445457/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013023/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008920/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788599519424/2012. 9788599519424. Disponível em: https://bit.ly/3b5ZexE. Acesso em: 30 out.
2020. 
HOSKISSON, R. E., et al. Estratégia Competitiva. São Paulo: Cengage Learning
Brasil, 2010. 9788522110254. Disponível em: https://bit.ly/3n8kchB. Acesso em: 30
out. 2020. 
LAS CASAS, A. L. Plano de Marketing para Micro e Pequena Empresa. 6ª ed. São
Paulo: Grupo GEN, 2011. 9788522483099. Disponível em: https://bit.ly/3ncp9Ga.
Acesso em: 30 out. 2020. 
SILVA, E. C. Governança Corporativa nas Empresas, 4ª edição. São Paulo: Grupo
GEN, 2016. 9788597008920. Disponível em: https://bit.ly/3o9OQJ2. Acesso em: 28
out. 2020. 
THOMPSON, J.R.; STRICKLAND III, A. J.; GAMBLE, J. E. Administração Estratégica.
Porto Alegre: AMGH, 2011. 9788580550054. Disponível em: https://bit.ly/3b5gq6A.
Acesso em: 30 out. 2020. 
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788599519424/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522110254/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522483099/
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580550054/
NÃO PODE FALTAR
ORGANIZAÇÃO DA LIDERANÇA NA VISÃO CORPORATIVA 
Samuel Gonçalves da Silva
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PRATICAR PARA APRENDER 
Nesta seção trataremos sobre o tema Organização da liderança na visão
Corporativa com o objetivo de compreender desde o papel dos acionistas até o
funcionamento da Governança Corporativa nos diferentes tipos de organizações. 
A Governança Corporativa pode estar presente em todos os tipos de organizações
e pode, ainda, fazer parte direta ou indiretamente do nosso dia a dia. 
Para Gonzales (2012), a Governança Corporativa se mostra extremamente
relevante para as empresas de capital aberto (empresas que possuem ações na
bolsa de valores) em função da grande necessidade de transparência e prestação
de contas aos acionistas e até mesmo aos consumidores de seus produtos ou
serviços. 
Fonte: Shutterstock.
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Esse processo de transparência e prestação de contas, dois dos princípios da
Governança Corporativa, contribui para a aproximação das empresas com o
mercado de uma forma geral. Essa aproximação pode contribuir para a realização
de novos negócios por meio de recursos de terceiros (vendas de ações) e
capitalização da empresa, assim como na aproximação de novos fornecedores e
clientes que prezam por características como essas, presentes em seus parceiros. 
As empresas familiares possuem características diferenciadas e, segundo Silva
(2019), uma delas é que os vínculos extrapolam os interesses societários e
econômicos, pois são administradas por membros da mesma família. Nem sempre
uma empresa familiar é pequena e com poucos trabalhadores, esse tipo de
empresa pode assumir qualquer dimensão, inclusive multinacional. 
Silva (2019) enfatiza ainda que há o modelo dos três círculos que trata a concepção
das empresas familiares com base em três dimensões: propriedade, família e
empresa. Nesse modelo, a posição das pessoas é determinada com base na
relação que ela possui com as três dimensões existentes. Uma pessoa pode ocupar
um, dois ou três círculos. Esse modelo contribui para delimitação de situações
inerentes às empresas familiares no que tange a dilemas, con�itos interpessoais,
prioridades e limites. 
Além do olhar para as empresas familiares, também há outras possibilidades a
serem observadas, como as fusões e aquisições e a realidade da Governança nas
estatais. 
Segundo Thompson (2013), fusões e aquisições são opções bastante utilizadas
para que a empresa possa atingir seus objetivos globais. As fusões tratam reunião
de empresas iguais que acabam por gerar uma terceira empresa, que, muitas
vezes, assume uma nova identidade. As aquisições tratam a compra de uma
empresa por outra, sendo que a compradora assume o comando da adquirida
absorvendo suas operações na estrutura original. Basicamente, a diferença
existente entre fusões e aquisições está relacionada à participação acionária, ao
controle dos dirigentes e aos acertos �nanceiros. 
Ainda segundo o autor, as fusões e aquisições ocorrem com o intuito de se cumprir
os objetivos estratégicos das organizações que estão intimamente ligados a gerar
uma operação mais e�ciente em termos de custo, ampliar a área de atuação da
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empresa, expandir os negócios em novas categorias de produto, obter acesso a
tecnologias mais recentes e tentar inventar um novo setor e liderar a convergência
de setores. 
No tocante às estatais, é muito comum, no Brasil, ouvirmos falar em fraudes e
processos duvidosos, e a Governança se mostra bastante relevante a toda a
população do país. Poder compreender o que acontece nas empresas estatais,
seus resultados e sua forma de gestão é extremamente importante até mesmo
para um processo de de�nição dos governantes de um país. 
O IBGC (2010) enfatiza que a natureza das estatais gera a necessidade de um
processo de Governança extremamente sólido, pois muitas dessas empresas têm
destaque na bolsa de valores e corroboram para o desenvolvimento econômico e
social do país. Complementar a esse papel é o papel dos conselheiros e diretores,
que devem ser quali�cados e independentes, isto é, não tendo vínculos políticos e
estejam no cargo por competência. 
Perceba como as diretrizes e os princípios de Governança estão envolvidos nas
notícias diárias que recebemos pelos telejornais e websites. A todo momento, a
política e as ações governamentais impactam não apenas no cenário de
Governança de Estatais, mas também dos outros tipos de companhias. 
A temática envolta à Governança é relevante para o futuro de um país, de uma
organização privada, familiar e, indiretamente, para todos os cidadãos de uma
nação. 
Conhecer o assunto permitirá não somente um posicionamento mais ajustado ao
mercado de trabalho como também um entendimento das ações governamentais
e seus impactos no mercado. 
Vamos resgatar novamente o objeto de estudo da primeira unidade. Trata-se de
uma indústria de sorvetes e você fará parte do time que irá ajudá-la a equacionar
todas as situações que permeiam a organização e estão relacionadas à
Governança Corporativa. A empresa produz sorvetes de massa, picolés e açaí em
diversas embalagens. Trata-se de uma empresa familiar que está no mercado há
10 anos e atende 15 lojas em um raio de 100 km da fábrica. O fundador da
empresa acaba de se afastar do negócio e pretende deixar tudo sob os cuidados
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dos dois �lhos (um na produção e outro na administração). A gestão é realizada de
uma forma mais amadora, pois os irmãos não possuem todo o conhecimento
necessário para gerenciar o negócio. Além da fábrica, eles possuem 3 lojas que
vendem os produtos e pretendem franquear a marca, pois o produto é de ótima
qualidade. Ao total, contam com 10 colaboradores na fábrica, sendo 8 na produção
e 2 na entrega, e 12 colaboradores nas lojas, sendo 6 atendentes e 6 caixas. 
Na equipe de produção trabalham 2 primos e 1 sobrinha, na entrega uma das
pessoas é o cunhado e nas lojas todos os integrantes da equipe são amigos. Os
dois irmãos são casados e possuem 4 �lhos cada um. 
Você e sua equipe de Consultoria darão continuidade ao processo de consultoria já
iniciado e ajudarão os irmãos com a empresa. Vocês deverão identi�car a estrutura
organizacional adequada, assim como a determinação das estratégias de
Governança que devem ser utilizadas pelos irmãos e sua associação aos objetivos
centrais de Governança. 
Algumas ações já foram tomadas em etapas anteriores e se faz necessário
ressaltá-las. São elas: 
Implantação de software de gestão, desenho estratégico da organização que vai
desde a determinação da missão e visão, aplicação da SWOT (Strengths,
Weaknesses, Opportunities and Threats, que quando traduzimos para o português
temos a sigla FOFA, que signi�ca Forças, Fraquezas,Oportunidades e Ameaças),
análises pelas Matrizes Anso� e BCG (Boston Consulting Group), técnica utilizada
para analisar o desempenho dos produtos ou serviços, bem como as Cinco Forças
de Porter. 
Por meio dos conhecimentos adquiridos, a Consultoria deverá entregar um
relatório, o Plano de Governança Corporativa, ao cliente, contendo as seguintes
informações: 
Estrutura de Governança Corporativa e Familiar.
Lista de boas práticas de Governança em empresa familiar.
Plano estratégico para perpetuação do negócio.
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Todas as análises realizadas e os seus resultados devem ser apresentados aos
irmãos em um relatório com uma linguagem simples e direta. 
Mãos à obra e boa sorte com o projeto! 
Caro aluno, os assuntos que serão tratados nesta seção são extremamente
relevantes para o entendimento pleno de Governança Corporativa. Você afunilará
o conhecimento que permitirá que você não apenas se destaque
pro�ssionalmente no mercado, mas também seja capaz de compreender como as
organizações estatais ou não podem se destacar e como você pode reconhecer tais
sinais. 
Vamos em frente em busca de mais conhecimento! 
CONCEITO-CHAVE 
OBJETIVOS CENTRAIS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA 
O IBGC (2010) a�rma que a Governança Corporativa nasce da necessidade de se
ampliar a con�ança nas empresas e principalmente nas demonstrações contábeis
apresentadas por elas. Esse movimento se dá após a identi�cação de diversas
fraudes que ocorreram em empresas nos EUA (Estados Unidos da América) por
meio de manipulações contábeis. 
Os aspectos centrais que a Governança trata envolvem a criação de processos,
políticas e regulamentos que determinem a melhor forma de gestão das
organizações atendendo aos princípios básicos de governança: transparência,
equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. 
Rossetti e Andrade (2014) destacam que a teoria de agência, pensada por Jensen e
Meckling (estudiosos que produziram, em 1976, conteúdo que de�ne a teoria de
agência), envolve a concepção de que a sociedade é concebida como uma rede de
contratos que determinam as funções e trazem à luz do entendimento os direitos
e deveres dos stakeholders. Há, portanto, relações acontecendo entre os
stakeholders e essas relações envolvem diretamente duas �guras: o principal e o
agente. O principal está no centro das relações de todos os stakeholders e o
agente é um contratado que pode ser empregado, fornecedor, cliente, acionista,
credor, órgão regulador e governo. 
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Silva (2016), realizando a releitura de Jensen e Meckling, deixa claro que o
relacionamento de agência é caracterizado pelo estabelecimento de um acordo
entre uma ou mais pessoas que são instituídas como principal, e que determinam
a outra pessoa, denominada agente, a desempenhar algum tipo de tarefa a seu
favor – trata-se e um contrato que estabelece delegação de autoridade para que o
agente possa tomar algumas decisões. 
O autor ainda descreve que a Governança Corporativa nasce devido a
expropriação de riqueza dos acionistas por parte dos gestores. Todas as vezes que
os gestores tomam decisões em benefício próprio e não em benefício dos
acionistas, há um con�ito de agência. A Figura 1.11 apresenta a questão essencial
dos con�itos de agência. 
Figura 1.8 | A questão essencial dos con�itos de agência
Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 61).
Rossetti e Andrade (2014) concluem que os proprietários das empresas são os
agentes principais do mundo dos negócios e as decisões dos gestores (agentes
executores) devem estar primordialmente focadas no interesse dos proprietários
por máximo retorno, porém, não se pode esquecer que a lista de stakeholders é
muito mais extensa dos proprietários e gestores como se vê na Figura 1.12. 
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Figura 1.9 | Principais Stakeholders Internos e Externos
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Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 85).
Rossetti e Andrade (2014) reforçam ainda que as perspectivas de maximizar os
interesses dos proprietários por meio da Governança Corporativa são pautadas
em questões micro e macroeconômicas. As microeconômicas são: �nanceira, dos
riscos assumidos, da gestão e dos con�itos de agência. Por outro lado, a
macroeconômica envolve a maximização dos lucros em prol da sociedade como
um todo.
Ainda Rossetti e Andrade (2014, p. 108) destacam que as mudanças nas relações
entre as corporações e a sociedade, com a consequente revisão dos objetivos
corporativos, têm ampliado o escopo da boa governança. Concepções de conteúdo
mais amplo, não apenas derivadas de pressões de ativistas, mas também das
diferenças culturais e institucionais entre os países, têm levado a pelo menos
quatro abordagens, derivadas da abrangência dos interesses geridos.
Para que as ações de Governança sejam efetivas é necessário estabelecer uma
estrutura hierárquica, determinar políticas organizacionais, formar um conselho
consultivo e realizar um bom acompanhamento. Essas ações se mostram
fundamentais no sentido de se manter a sobrevivência das organizações, que a
empresa seja bem vista e atraia investidores e ainda consiga se destacar frente ao
concorrente no mercado, isto é, contar com vantagem competitiva.
PAPEL DOS INVESTIDORES NA GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Para tratarmos o papel dos investidores na Governança é relevante resgatar o que
Silva (2016) diz: “A governança corporativa é um conjunto de práticas que têm por
�nalidade otimizar o desempenho de uma companhia, protegendo investidores,
empregados e credores, facilitando, assim, o acesso ao capital”.
Monks e Minow (2008) enfatizam que os investidores institucionais têm papel
relevante no desenvolvimento macroeconômico mundial. Esses investidores
possuem o maior volume de capital do mundo.
Silva (2016) destaca que algumas mudanças ocorreram no cenário empresarial em
função do papel dos investidores. As empresas que detinham praticamente todo o
mercado sozinhas e aquelas que contavam com uma gestão exclusivamente
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familiar e com acionistas minoritários deram espaço aos investidores institucionais
que têm características de serem mais ativos, que geraram maior dispersão do
controle das ações, ampliação do foco em e�ciência econômica e aumento
signi�cativo da transparência.
Perceba que os investidores contribuem de forma signi�cativa para uma mudança
estrutural das organizações e, por consequência, no comportamento destas no
mercado, pois as Sociedades Anônimas (S/A) tiveram que se adequar a essa
realidade para atrair novos investidores. Os investidores têm seu interesse
ampliado em organizações que se mostram sólidas e atendendo aos princípios de
Governança Corporativa.
Rossetti e Andrade (2014) trazem a informação que sintetiza o ambiente e os
atores da governança corporativa subdivididos em quatro blocos interligados:
propriedade, controle, administração e auditoria e �scalização, conforme retratado
na Figura 1.13.
Figura 1.10 | O ambiente e os atores de Governança Corporativa
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Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 232).
De 1994 a 2013 os investidores estrangeiros, os institucionais e as instituições
�nanceiras representavam mais de 80% do mercado.
Silva (2016) esclarece que os investidores institucionais (seguradoras, fundos de
pensão e fundos de investimentos, entre outros) assumiram uma postura ativa,
passando a comparecer às assembleias gerais, a exercer o direito de voto de suas
ações e a �scalizar de modo mais próximo a gestão das companhias investidas.
Devido ao aumento de investimentos de estrangeiros no mercado de capitais e a
pressão dos investidores por um processo de Governança Corporativa mais sólido
e que atendesse às exigências internacionais, as empresas precisaram tratar a
Governança como prioritária. 
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ASSIMILE 
O processo de fusão e aquisição envolve as estratégias competitivas das
organizações, pois trata-se de uma forma de aumentar o destaque

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