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GOVERNANÇA CORPORATIVA GOVERNANÇA CORPORATIVA Samuel Gonçalves da Silva Imprimir C CONHECENDO A DISCIPLINA onhecer o tema proposto permite que pro�ssionais das mais diversas áreas sejam extremamente valorizados nas organizações, uma vez que a Governança Corporativa tem se tornado cada vez mais signi�cativa dentro delas. A Governança Corporativa se mostra relevante para grandes companhias que têm suas ações na bolsa de valores e também para as médias e pequenas que desejam, por meio de uma gestão adequada, se destacar no mercado frente aos seus players e crescer cada vez mais e ainda conseguir gerenciar os bens pessoais isoladamente dos organizacionais. Vivendo em um mercado cada vez mais competitivo, o investimento em tecnologia, em capacitação de equipe, no redesenho de processos, entre tantos outros fatores, se fazem necessários, pois só assim é possível que a empresa se mantenha ativa e crescendo no mercado. Buscar capital de terceiros por meio da abertura de capital (venda de ações via bolsa de valores), especi�camente, é uma forma para que as empresas possam se capitalizar a um custo menor, ou seja, devolvendo resultados aos acionistas apenas quando eles acontecem. Porém, neste cenário a busca por transparência e exposição das informações do negócio geram um esforço muito grande e é aí que entra a Governança Corporativa. Em linhas gerais, a Governança Corporativa é um conjunto de práticas que tem por �nalidade otimizar o desempenho de uma companhia protegendo seus investidores, empregados e credores, facilitando, assim, o acesso ao capital (SILVA, 2016). Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s Perceba, aluno, que a fala do autor retrata a importância que essa teoria possui para as organizações, em especial àquelas de capital aberto, e retrata, de forma indireta, o impacto que o processo de Governança Corporativa traz para aqueles que possuem algum tipo de relação com essa organização. Se apropriando desse e de outros conceitos que serão abordados, você será capaz de colocar em prática o pensamento acerca da Governança Corporativa e se destacar no mercado de trabalho. Na unidade 1: Fundamentos de Governança Corporativa, você conhecerá a Governança Corporativa, seus princípios e práticas, além de compreender a relação entre a estratégia organizacional e a Governança Corporativa, entendendo os objetivos centrais de Governança e o seu funcionamento em processos de fusões e aquisições em estatais e empresas familiares. Na unidade 2: Regulatórios da Governança Corporativa, você estudará todos os aspectos regulatórios da Governança Corporativa, passando pela Lei Sarbanes- Oxley (SOX), contemplando o código de governança do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), e conhecerá os conselhos, comitês, departamento de compliance, além dos aspectos éticos e de sustentabilidade dos negócios. Na unidade 3: Gestão de Riscos, Modelo e Avaliação da Governança Corporativa de uma Organização, você aprofundará o conhecimento na área de risco, trabalhando com análise de tolerância e impactos dos riscos de Governança, de�nições de indicadores de risco e documentação dos riscos como forma de estabelecer os modelos de Governança bem como a criação de processos de avaliação interna/externa desde o desenvolvimento corporativo aos stakeholders. Na unidade 4: Governança Corporativa na Tecnologia da Informação, você aprenderá sobre a relação existente entre a Governança Corporativa e a Governança de Tecnologia da Informação (TI). Serão abordados conceitos introdutórios de Governança de TI, suas normas e modelos, além da utilização do Control Objectives for Information and Related Technology (COBIT) e Information Technology Infrastructure Library (ITIL), suas práticas e certi�cações. Caro aluno, veja que temos uma longa jornada pela frente, então, mãos à obra! 0 Ve r an ot aç õe s NÃO PODE FALTAR INTRODUÇÃO À GOVERNANÇA CORPORATIVA Samuel Gonçalves da Silva Imprimir CONVITE AO ESTUDO Olá, aluno! Seja muito bem-vindo à primeira unidade da disciplina de Governança Corporativa. Nesta unidade você será capaz de compreender de forma simples e objetiva os conceitos de governança corporativa, identi�cando sua importância, seus mecanismos e suas práticas. Você entenderá como colocar em prática a governança corporativa nas organizações, bem como suas estratégias e mecanismos de avaliação, e compreenderá os objetivos centrais de governança e suas relações com os diversos tipos de empresas e de seus líderes. É necessário reforçar que a governança corporativa pode estar presente dentro da organização que você trabalha independentemente do seu tamanho e, portanto, o meu convite é para que sempre, ao longo dos seus estudos, associe os conceitos elucidados à sua realidade. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s Se você já vivenciou ou conhece uma empresa em que as contas dos sócios (proprietários) e da empresa se misturam, se muitas pessoas da família atuam na empresa sem estarem preparadas, se não há um plano de quem assumirá e quem de fato é responsável pela empresa, com certeza essa temática muito lhe interessa. Agora, se você trabalha em uma grande companhia, multinacional e todas as situações apontadas no parágrafo anterior são muito bem resolvidas, ainda há muito para ser aprofundado no que tange a gestão e transparência com os acionistas. Vamos iniciar a nossa jornada pela primeira seção, Introdução à Governança Corporativa, que tratará os conceitos introdutórios básicos, princípios, práticas e mecanismos de Governança Corporativa. Passando por esses pontos, você estará pronto para seguir adiante e aprofundar ainda mais seus conhecimentos, pois a fundamentação básica necessária ao entendimento de governança você já terá adquirido. Na segunda seção, Governança Corporativa nas Empresas, traremos à tona uma abordagem de relacionamento entre a Governança Corporativa e as estratégias da organização, a determinação da avaliação e o monitoramento das estratégias. Na última seção desta primeira unidade, Organização da liderança na visão Corporativa, falaremos sobre os objetivos centrais de governança, o papel dos investidores no processo de Governança Corporativa e a aplicação da Governança nos diversos tipos de empresas existentes. Para um melhor entendimento e aplicação dos conceitos, serão tratados casos práticos ao longo da disciplina a �m de que seja possível uma maior absorção e compreensão para aplicação desse conhecimento no seu dia a dia. Vamos ao estudo! PRATICAR PARA APRENDER Caro aluno! É chegada a hora de iniciarmos o processo de conhecimento acerca da temática de Governança Corporativa. 0 Ve r an ot aç õe s No seu dia a dia, você pensa, planeja e executa práticas de Governança Corporativa. Para Oliveira (2015), essas práticas estão relacionadas à forma de gestão do negócio e como as informações e a condução do negócio acontecem. Rossetti e Andrade (2014) corroboram enfatizando que o objetivo central é alinhar as expectativas dos proprietários do negócio com as dos administradores do negócio e garantir que as estratégias estejam sendo seguidas conforme planejado. Mas como funciona quando o proprietário e o administrador são a mesma pessoa? Nesse caso, entra em ação o conselho administrativo, tema que em breve será aprofundado. O tema é deveras relevante para que as organizações se mantenham vivas e competitivas no mercado, pois um processo de Governança Corporativo adequado contribui para que fraudes sejam evitadas e, por consequência, a saúde �nanceira da empresa se mantenha satisfatória. Independentemente da área de atuação pro�ssional, compreender os conceitos e o funcionamento da Governança Corporativa pode contribuir para uma posição de destaque no mercado de trabalho e, ainda, podem fazer com que você amplie sua visãoorganizacional e contribua para o crescimento da empresa que faz parte. Caro aluno, considerando o dinamismo do mercado atual, a competitividade cada vez maior e um mercado cada vez mais aberto, é de suma importância avaliarmos os cenários existentes para todas as estruturas organizacionais. Diante disso, você deverá ter muita atenção e foco para solucionar o cenário a seguir. O objeto de estudo desta unidade é uma indústria de sorvetes e você fará parte do time que irá ajudá-la a equacionar todas as situações que a permeiam e que estão relacionadas à Governança Corporativa. Os produtos que a empresa fabrica são: sorvetes de massa, picolés e açaí em diversas embalagens. Os sorvetes de massa são comercializados em embalagens de 1 litro, 2 litros e 10 litros, já o açaí apenas em embalagem de 1,5 litros e 10 litros. Trata-se de uma empresa familiar que está no mercado há 10 anos e atende 15 lojas em um raio de 100 Km da fábrica. O fundador da empresa acaba de se afastar do negócio e pretende deixar tudo sob os cuidados dos dois �lhos (um na produção e outro na administração); um deles sempre atuou próximo ao pai e o outro acaba de chegar na empresa. Atualmente a 0 Ve r an ot aç õe s gestão é realizada de forma mais amadora, pois os irmãos não possuem todo o conhecimento necessário para gerenciar o negócio e ainda não contam com software de gestão. Os irmãos têm a sensação de que, apesar de trabalharem muito, não veem o retorno �nanceiro. Além da fábrica, eles possuem 3 lojas que vendem os produtos e pretendem franquear a marca, pois o produto é de ótima qualidade. Ao total, contam com 10 colaboradores na fábrica, sendo 8 na produção e 2 na entrega e 12 colaboradores nas lojas, sendo 6 atendentes e 6 caixas. A situação �nanceira pessoal dos irmãos não é equilibrada e eles enfatizam que se trata de uma consequência de como vive a empresa. A empresa está buscando uma consultoria para auxiliá-la a entender o que ocorre e a implantar um processo de Governança Corporativa, e você e sua equipe foram contratados para ajudar os irmãos com a empresa. Inicialmente, vocês deverão realizar uma apresentação de Kick-O� (reunião inicial) do projeto que contemple a importância da Governança para o setor de atuação da empresa, as vantagens e o impacto que ela pode oferecer de forma detalhada, bem como os mecanismos e as práticas de governança que deverão ser instituídos para assegurar que os princípios de governança sejam respeitados. Em um segundo momento do projeto, você deverá analisar quais são os stakeholders envolvidos no projeto e como os mecanismos e as práticas de governança poderão ser instituídos na empresa. Por último, você e sua equipe iniciarão o processo de implantação da Governança Corporativa, assegurando que os princípios de governança sejam seguidos, e farão o registro da documentação do projeto com as Lições Aprendidas. A partir do contexto apresentado, você e sua equipe devem apresentar uma análise de pontos existentes na organização que vão de encontro às práticas de Governança Corporativa. Em reunião com os irmãos que cuidam da gestão do negócio foi identi�cado que há uma grande di�culdade em levantar informações na empresa por não se ter o software de gestão implantado e que não existem metas e reuniões periódicas na empresa. Está na hora de você se reunir com a equipe e de�nir como a Governança Corporativa poderá auxiliar na busca de soluções para os problemas apresentados. Elabore um relatório no qual você e sua equipe consigam demonstrar para os dois irmãos a importância de se ter um planejamento 0 Ve r an ot aç õe s orçamentário, pois ele contribuirá para o planejamento de investimentos pessoais e da empresa, determinando de forma clara as retiradas que podem ser realizadas, e apresentando como todos esses aspectos estão entrelaçados com a Governança Corporativa e podem gerar vantagens para os projetos futuros da fábrica. Todas as informações levantadas, bem como as respostas às questões supracitadas devem ser registradas em um relatório e entregues aos irmãos em uma linguagem simples e direta. Mãos à obra e boa sorte com o projeto! Animado para receber informações sobre Governança Corporativa? Então vamos seguir adiante, entender e levar esses conceitos para o dia a dia, pois com certeza você poderá fazer a diferença na gestão de uma empresa! CONCEITO-CHAVE Para Gonzales (2012), a Governança Corporativa envolve regras, normas, de�nição de procedimentos, atitudes que direcionam as ações daqueles que administram as organizações a �m de atender os interesses do owners – aqueles que são proprietários - em especial dos acionistas, com o objetivo de se atingir excelência em gestão e estratégia empresarial. Deve ser conduzida a partir de leis, respeitando os preceitos éticos que permeiam a sociedade e que contribuem para fortalecer e criar valor à organização. Historicamente, a Governança Corporativa surge para resolver os impasses existentes entre acionistas e administradores e entre acionistas majoritários e minoritários. O viés do processo envolve restringir as ações do administrador oportunista e do acionista oportunista (GONZALES, 2012). A Figura 1.1 apresenta em quatro quadrantes os possíveis cenários gerados em função dos con�itos existentes entre os acionistas majoritários e minoritários, bem como proprietários e gestores. A ideia é que haja uma separação dos papéis de proprietário e gestor para que não ocorra um comportamento oportunista por parte do gestor, situação que pode ocorrer quando há ausência dos acionistas minoritários e majoritários. Em contrapartida, se não há presença do proprietário e 0 Ve r an ot aç õe s gestor, os acionistas minoritários e majoritários podem se aproveitar desse cenário para defender apenas seus interesses, gerando assim o conceito de acionista oportunista. Figura 1.1 | A concepção restrita de governança: a harmonização dos con�itos derivados da concentração da propriedade e dos derivados da dispersão Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 132). Para Rossetti e Andrade (2014) existem muitas possibilidades para de�nir a Governança Corporativa, porém, as que mais se aproximam ao papel atual são quatro: Guardiã de direitos das partes com interesses em jogo nas empresas. Sistema de relações pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas. Estrutura de poder que se observa no interior das corporações. Sistema normativo que rege as relações internas e externas das companhias. De acordo com o IBGC (2009), os princípios de governança são: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, e têm como objetivo básico preservar o valor econômico da organização a longo prazo e garantir sua longevidade, o que representa os princípios básicos das boas práticas de governança corporativa. 0 Ve r an ot aç õe s Transparência Divulgação de informações relevantes aos stakeholders, aqueles que têm interesse na organização, mesmo que não sejam obrigatórias por leis ou regulamentos. Equidade Todos os stakeholders possuem direitos iguais independentemente do porte de cada um, pois parte-se do princípio de que todos têm os mesmos interesses e as mesmas expectativas, além das responsabilidades que também representam o papel de todos. Prestação de Contas (accountability) Os responsáveis pela Governança (agentes) devem demonstrar as informações organizacionais de forma clara, breve, dentro dos prazos esperados e de forma igualitária, pois em caso de omissões serão responsabilizados com base nas responsabilidades que foram atribuídas ao seu cargo. Os responsáveis pela governança (agentes) devem acompanhar e trabalhar para que a viabilidade econômico-�nanceira seja perpetuada na organização e que as questões negativas sejam minimizadas, tanto no âmbito interno quanto externo, com base no modelo de negócio desenhado, cuidando ainda dos ativos organizacionais (�nanceiros e não �nanceiros). Rossettie Andrade (2014) mencionam que o termo “governança” tem seu uso recente e foi utilizado pela primeira vez em 1991 por R. Monks nos Estados Unidos da América (EUA). O primeiro código surgiu apenas em 1992, na Inglaterra, e a primeira empresa a divulgar seu código de Governança foi a General Motors (GM) no mesmo ano. No Brasil, a partir da abertura de mercado e das privatizações, o movimento de Governança começou a se difundir, inclusive com a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), em 1995, que passou a ser chamado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 1999, ano que foi lançado o primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 0 Ve r an ot aç õe s Para o IBGC (2009), ao longo do século XX, a Governança teve seu início nos EUA e na Inglaterra com o objetivo de superar o con�ito de interesses entre os acionistas (proprietários) e o administrador (agente decisor da organização perante a lei) no que tange à compreensão do melhor para a empresa. O objetivo da Governança Corporativa é criar um conjunto de mecanismos para assegurar que os comportamentos dos administradores estejam em consonância com o que realmente é melhor para a empresa. Para Rossetti e Andrade (2014), as práticas de governança podem ser descritas a partir de diversos pontos de vista, admitindo, assim, várias acepções: as relacionadas a questões legais, como as que regem os direitos societário e sucessório; as que enfatizam questões �nanceiras, como a geração de valor, a criação de riqueza e a maximização do retorno dos investimentos; as que envolvem decisões estratégicas, como a de�nição de propósitos empresariais e de diretrizes corporativas para o desenvolvimento dos negócios; as acepções relacionadas a modelos de gestão, como as que regem as relações entre os acionistas, os conselhos de administração e a direção executiva das empresas. ASSIMILE A palavra Governança é derivada do termo Governo e signi�ca ato de governar, segundo o dicionário Michaelis. Governo vem do latim GUBERNATOR, que signi�ca líder, governador; originalmente timoneiro, do grego KYBERNAN, dirigir ou pilotar leme de um navio. Gonzales (2012) enfatiza que a Governança Corporativa surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos da América, por meio de um movimento de investidores e acionistas que pretendiam criar mecanismos de proteção contra as administrações oportunistas. Essa preocupação surgiu em função de casos de abusos realizados pelas diretorias de empresas e pela inércia dos conselhos de administração. Silva (2016) reforça que, no início dos anos 2000, casos de fraudes em grandes companhias espalhadas pelo mundo fomentaram a importância das empresas se apropriarem de forma mais séria da governança corporativa, visando 0 Ve r an ot aç õe s transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Essas empresas fraudaram seus balanços para que pudessem parecer mais valiosas, atraindo novos investidores. Rossetti e Andrade (2014) destacam que após a identi�cação dessas fraudes foi apresentada ao congresso norte-americano a Lei Sarbanes-Oxley (SOX ou Sarbox), que aborda de�nições relevantes de governança corporativa. A lei recebeu esse nome em homenagem aos seus criadores, o senador Paul Sarbanes e o deputado Michael Oxley. Um sistema de governança corporativa envolve o alinhamento entre os conceitos abordados a seguir: Ambiente legal, obrigatório ou voluntário: legislação, regulação, autorregulação, boas práticas, cultura da organização. Órgãos e agentes de governança: sócios/acionistas, conselho de administração, conselho �scal, comitês de apoio ao conselho, diretoria (presidente e diretores) e órgãos de controle (conselho �scal, auditoria interna e auditoria externa). Documentos normativos: acordo de sócios-acionistas, estatuto social, regimentos internos, políticas básicas e código de conduta. Ferramentas e processos: calendário anual de eventos corporativos, agendas, atas de reuniões, propostas de deliberações, canal de denúncias e portal de governança. E para o bom funcionamento desse sistema, é necessário que o processo de comunicação entre o conselho de administração e a gestão funcione, conforme podemos observar na Figura 1.2. Figura 1.2 | Sistema de Comunicação entre Conselho e Gestão 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: Silva (2016, p. 40). O Conselho de Administração (CA) tem o papel de dar o direcionamento estratégico, monitorar a gestão, aprovar as políticas e propostas de deliberação e aconselhar e avaliar os dirigentes. Já a gestão deve elaborar o plano de negócios com base nas diretrizes estabelecidas, acompanhar plano e orçamentos, submeter políticas e propostas de deliberação à aprovação do conselho e prestar contas ao CA. O sistema de comunicação entre o Conselho e a Gestão, enquanto o plano de negócios aprovado estiver em vigor, tem como foco principal o seu acompanhamento (monitoramento), mas não se restringe a isso. São vários os outros temas que a gestão precisa submeter à aprovação do CA, como código de conduta, preceitos éticos da organização, conforme apresentado na Figura 1.2. REFLITA O CA e a Gestão trabalham juntos e possuem papel relevante para as organizações e seus stakeholders. Dessa forma, se faz necessário re�etir sobre: Qual o papel de cada um desses órgãos? 0 Ve r an ot aç õe s Qual a responsabilidade de cada um deles? Por qual motivo é necessário que eles existam? Como eles contribuem para o processo de Governança? Segundo o IBGC (2009), Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho �scal. As boas práticas de governança corporativa têm a �nalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade. Segundo Silva (2016), os mecanismos de governança devem existir para combater alguns problemas relacionados à cúpula da empresa: vieses cognitivos, con�itos de interesses e limitações técnicas individuais. Daí a importância de combinar diferentes mecanismos de incentivo ou controle a �m de eliminar ou reduzir os problemas encontrados. As empresas que fazem uso das boas práticas de governança corporativa são capazes de captar mais recursos e com maior qualidade. Caso você vá realizar um investimento, sem sombra de dúvidas desejará investir em algo sólido e duradouro e estará, inclusive, disposto a pagar mais por isso. Em termos práticos, é exatamente isso que um processo de Governança Corporativa sério permite, pois, a partir dele, é possível perceber que as ações e decisões organizacionais não são realizadas apenas para atender seus donos ou acionistas majoritários, mas sim para atender a demanda coletiva. O IBGC lançou, em 1999, seu primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. Em seu início, a Governança possuía uma atuação mais voltada às grandes companhias que operavam com suas ações na bolsa de valores. Com o passar do tempo, a governança passou a se tornar realidade para outras modalidades de empresas; as cooperativas e o terceiro setor passaram a fazer uso dos princípios e das práticas de governança. 0 Ve r an ot aç õe s Esse cenário acaba por se concretizar nessas modalidades de empresa a �m de atender as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que diz que a governança corporativa deve evoluir do foco de acionista para stakeholders (interessados na organização). Para Gonzales (2012, p. 30), a OCDE reforça ainda que é papel do Estado criar mecanismos regulatórios que favoreçam o fortalecimento da Governança Corporativa, para que as empresas procurem atender aos interesses dos acionistas e de outros públicos estratégicos. O mesmo autor esclarece ainda que, para esse processo de evolução, a OCDE propôs os seguintesobjetivos: Clara separação entre propriedade e gestão: o pertencimento e o gerenciamento podem ser realizados por pessoas diferentes, porém, que devem perseguir os objetivos estratégicos do negócio sem desviar do seu caminho. Abertura de espaços para a participação ativa dos não controladores: independentemente do grau de participação, todos devem “ter voz” e direito a participar da construção das estratégias organizacionais. De�nição clara das responsabilidades do Conselho de Administração e da Direção: a clareza no papel das partes contribui para que as estratégias sejam executadas de forma adequada. Vale ressaltar que o Conselho de Administração tem por papel a manutenção das estratégias das companhias. Critérios para marcos regulatórios: os marcos regulatórios compreendem um conjunto de normas, leis e diretrizes que regem um determinado segmento ou setor. Algumas das agências regulatórias no Brasil são: Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). ANP (Agência Nacional do Petróleo). ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). 0 Ve r an ot aç õe s Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). ANA (Agência Nacional das Águas). ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre). Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). ANS (Agência Nacional de Saúde). Ancine (Agência Nacional do Cinema). As agências regulatórias têm como papel regulamentar e �scalizar setores especí�cos da economia, e no caso do Mercados de Capitais a autarquia responsável é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A CVM tem papel relevante no processo de fortalecimento das práticas de governança no mercado de capitais no Brasil, pois é ela quem altera as regras de governança corporativa para as empresas de capital aberto. Silva (2016) reforça que a CVM divulgou, em 2002, uma cartilha com as melhores práticas de Governança Corporativa, em seguida lançou instruções acerca dos processos de auditorias e mais adiante editou parecer sobre os deveres legais do administrador. Já em 2009, ocorreu uma grande reforma nas leis de Governança no Brasil, todas elas objetivando melhores controles e amplo fornecimento de informações pelas empresas para o mercado, entre tantas outras ações realizadas. Dessa forma, a CVM tem o papel de desenvolver, regulamentar e monitorar o Mercado de Valores Mobiliários. EXEMPLIFICANDO O Conselho de Administrativo, como explicitado até o momento, tem papel relevante para o bom andamento da gestão da organização e da Governança Corporativa. Acesse o link que trata sobre o caso da IRB Brasil Resseguros S/A (IRBR), maior resseguradora do Brasil, que no ano de 2020 foi denunciada por fraudes em seus demonstrativos contábeis. Disponível em: https://bit.ly/39bUW5t. Acesso em: 29 out. 2020. 0 Ve r an ot aç õe s https://tc.com.br/colunas/caso-irb-brasil-irbr3-a-divulgacao-antecipada-e-um-bom-sinal/ Vale ressaltar que apesar dos conceitos tratados até o presente momento não abordarem as empresas familiares e de capital fechado, aquelas que não possuem ações na bolsa de valores, todos os conceitos citados podem e devem ser usados também nessas organizações, pois o elemento parental e de amizade presentes nas empresas familiares e pequenas companhias geram uma enorme necessidade de transparência e governança. Caro aluno, busque conhecer cada vez mais essa temática, amplie suas possibilidades de aplicações e, por consequência, tenha um currículo ainda mais valorizado! FAÇA VALER A PENA Questão 1 A Governança é um sistema de relacionamento que envolve principalmente os stakeholders da organização, acionistas, executivos e conselheiros. Ela envolve processos, costumes, políticas e procedimentos que determinam como uma empresa é administrada e surgiu em função dos escândalos nas empresas norte- americanas e acabou sendo utilizada de forma global para mostrar não só a e�cácia das operações, mas também a transparência em que elas acontecem (IBGC, online). O texto acima contextualiza a Governança Corporativa e mostra que ela está envolta a: a. Regulamentação, que pode ser compulsória ou facultativa, os stakeholders e o meio ambiente. b. Acionistas, executivos e conselheiros. c. Processos, costumes, políticas e procedimentos. d. Auditores independentes, auditores internos e conselho �scal. e. Conselho de administração, comitês e diretorias. Questão 2 Para o IBCG, “os agentes de Governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando a sua longevidade, incorporando considerações de ordem 0 Ve r an ot aç õe s g ç g p ç social, ambiental, na de�nição dos negócios e operações”. Com base nessa de�nição, é possível citar alguns exemplos de como a Responsabilidade Corporativa pode se traduzir. O IBCG cita fatos como visão de longo prazo (tendo foco em princípios de sustentabilidade), envolvimento em questões sociais, comunitárias e ambientais, criação de riqueza, entre outros fatores (IBGC, 2010). O texto-base demonstra a relevância da governança corporativa para as empresas e enfatiza o tipo de envolvimento que ela deve possuir para que seja concretizada como uma ação sustentável. Nesse contexto e considerando os dados apresentados, avalie as a�rmações que se seguem: I. Conselho Administrativo. II. Equidade. III. Prestação de contas. IV. Transparência. V. Responsabilidade Corporativa. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: a. I, II, III e IV, apenas. b. I, III, IV e V, apenas. c. II, III, IV e V, apenas. d. I, II, IV e V, apenas. e. I, II, III e V, apenas. Questão 3 Quando se trata de Governança Corporativa há uma diversidade extremamente ampla de conceitos relacionados à temática e alguns deles são: 1 - dimensões das empresas; 2 - estruturas de propriedade; 3 - fontes de �nanciamento predominantes – internas ou externas; 4 - tipologia dos con�itos de agência e harmonização dos interesses em jogo; 5 - tipologia das empresas quanto ao regime legal; 6 - tipologia das empresas quanto à origem dos grupos 0 Ve r an ot aç õe s controladores; 7 - ascendência das empresas, que se modi�cam por fusões e aquisições; 8 - abrangência geográ�ca de atuação das empresas; 9 - traços culturais das nações em que as empresas operam; 10 - instituições legais e marcos regulatórios estabelecidos nas diferentes partes do mundo. (ROSSETTI; ANDRADE, 2014) Como é possível perceber, a discussão sobre governança corporativa envolve a criação de mecanismos internos e externos que devem: a. Alavancar a venda de ações da empresa. b. Melhorar a tomada de decisões e atender às necessidades dos investidores. c. Criar práticas sustentáveis que projetem a organização no mercado e atraiam investidores. d. Seguir um código de ética e conduta atendendo os atos regulatórios e as necessidades dos acionistas majoritários. e. Aproximar administrador e owner a �m de estabelecer acordos para manter os ganhos das partes. REFERÊNCIAS GONZALES, R. S. Governança Corporativa. 1ª edição. São Paulo: Editora Trevisan, 2012. 9788599519424. Disponível em: https://bit.ly/2X6fI0y. Acesso em: 23 out. 2020. IBGC. O que é Governança Corporativa. Online. Disponível em: https://bit.ly/3n8bDmX. Acesso em: 28 out. 2020. IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 4. Ed. São Paulo: IBGC, 2009. Disponível em: https://bit.ly/2LhWcve. Acesso em: 23 out 2020. IBGC. Governança Corporativa Internacionalização e Convergência - 1º edição 2010. São Paulo: Saint Paul Publishing (Brazil), 2010. 9788580040104. Disponível em: https://bit.ly/3hBgRqq. Acesso em: 23 out. 2020. MONKS, R. A. G; MINOW, N. Corporate Governance (English Edition). 4 ed. England: John Wiley & Sons Inc., 2008. OLIVEIRA, D. D. P. R. D. Governança Corporativa na Prática: Integrando Acionistas Conselho de Administração e Diretoria Executiva na Geração de 0 Ve r an ot aç õe s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788599519424/https://www.ibgc.org.br/conhecimento/governanca-corporativa http://www.ibgc.org.br/index.php/publicacoes/codigo-das-melhores-praticas https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580040104/ Acionistas, Conselho de Administração e Diretoria Executiva na Geração de Resultados, 3ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2015. 9788522494569. Disponível em: https://bit.ly/38TR3St. Acesso em: 30 out. 2020. ROSSETTI, J. P.; ANDRADE, A. Governança Corporativa: Fundamentos, Desenvolvimento e Tendências, 7ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2014. 9788522493067. Disponível em: https://bit.ly/38TR4G1. Acesso em: 23 out. 2020. SILVA, E. C. Governança Corporativa nas Empresas. 4ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2016. 9788597008920. Disponível em: https://bit.ly/3hBYn9j. Acesso em: 23 out. 2020. 0 Ve r an ot aç õe s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522494569/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522493067/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008920/ NÃO PODE FALTAR GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS Samuel Gonçalves da Silva Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Nesta seção, trataremos o tema Governança Corporativa nas empresas com o intuito de aprofundar o conhecimento acerca de como é aplicada nas empresas, as estratégias de Governança, seu monitoramento e ainda as práticas empresariais de Governança. Todas as pessoas, de uma maneira geral, possuem experiências associadas à Governança Corporativa, pois a temática está ligada ao controle e à gestão das informações. No nosso dia a dia se faz necessário controlar gastos, planejar os Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s investimentos e, se temos um companheiro, temos que dividir com essa pessoa de forma transparente, em linhas gerais, onde colocamos nossos recursos, chamamos esse processo de planejamento familiar. Silva (2016) enfatiza que as empresas devem se adaptar às realidades atuais, em que as transformações e inovações de todos os aspectos (sociais, culturais, econômicas, políticas e tecnológicas) interferem em suas ações. As organizações devem interagir com o mundo exterior e, por consequência, precisam se tornar mais adaptativas, inovadoras, inteligentes e proativas, assim como seu quadro de colaboradores também dependerá dessas características. O autor ainda reforça que para melhor explorar este cenário é necessário que a organização possua estratégias relacionadas à alocação de recursos em prol do atingimento de objetivos especí�cos. Estratégia e planejamento andam de mãos dadas, tanto que, para Cruz (2017), o planejamento estratégico envolve a utilização de métodos, técnicas e ferramentas que auxiliam na criação do futuro das organizações. Talvez você esteja se perguntando qual a relação da estratégia com a Governança Corporativa, e resposta é: toda! A estratégia e o planejamento estratégico contribuem para que as empresas sejam mais organizadas e possuam maior controle sobre o seu negócio e suas ações neste mercado extremamente competitivo. Dessa forma, o conceito de Governança Corporativa nas empresas tem enorme conectividade com Planejamento, Organização, Direção e Controle (PODC), que, segundo Chiavenato (2014), representam às funções administrativas, o planejamento, a organização, a direção e o controle (monitoramento). O tema tem grande importância para todas as organizações, independentemente de terem prática de Governança Corporativa ou não, entretanto, para aquelas que fazem uso ou querem utilizar a Governança como mecanismo de melhoria na gestão, ou até mesmo de captação de recursos externos, a relevância se torna ainda maior. 0 Ve r an ot aç õe s As estratégias utilizadas pela organização bem como as práticas estratégicas já utilizadas sem sombra de dúvidas ajudarão a organização a ter clareza sobre seus propósitos, estar alinhada com as demandas do mercado e ter uma gestão mais efetiva e gerenciável, o que contribui de forma signi�cativa para seu destaque no mercado. Vale a pena relembrar que o objeto de estudo desta unidade é uma indústria de sorvetes e você fará parte do time que irá ajudá-la a equacionar todas as situações que permeiam a organização e estão relacionadas a Governança Corporativa. Os produtos que a empresa fabrica são: sorvetes de massa, picolés e açaí em diversas embalagens. Os sorvetes de massa são comercializados em embalagens de 1 litro, 2 litros e 10 litros, já o açaí apenas em embalagem de 1,5 litros e 10 litros. Trata-se de uma empresa familiar que está no mercado há 10 anos e atende 15 lojas em um raio de 100 km da fábrica. O fundador da empresa acaba de se afastar do negócio e pretende deixar tudo sob os cuidados dos dois �lhos (um na produção e outro na administração), um deles sempre atuou próximo ao pai e o outro acaba de chegar na empresa. Atualmente, a gestão é realizada de forma mais amadora, pois os irmãos não possuem todo o conhecimento necessário para gerenciar o negócio e ainda não contam com software de gestão. Os irmãos têm a sensação de que, apesar de trabalharem muito, não veem o retorno �nanceiro. Além da fábrica, eles possuem 3 lojas que vendem os produtos e pretendem franquear a marca, pois o produto é de ótima qualidade. Ao total, contam com 10 colaboradores na fábrica, sendo 8 na produção e 2 na entrega e 12 colaboradores nas lojas, sendo 6 atendentes e 6 caixas. A situação �nanceira pessoal dos irmãos não é equilibrada e eles enfatizam que se trata de uma consequência do cenário �nanceiro pelo qual a empresa atravessa. A empresa está buscando uma consultoria para auxiliá-la a entender o que ocorre e a implantar um processo de Governança Corporativa, e você e sua equipe foram contratados para ajudar os irmãos com a empresa. Para contribuir no processo de Governança Corporativa, você e sua equipe de Consultoria deverão contribuir com a empresa no seu realinhamento estratégico, portanto, se faz necessária a aplicação de diversos conceitos, 0 Ve r an ot aç õe s ferramentas e técnicas para determinação de um posicionamento estratégico adequado. A implantação do software de gestão em fase anterior à Consultoria contribuirá de forma signi�cativa para que a equipe possa desenhar esse modelo e balizar-se em informações concretas do sistema. Primeiramente, você deve realizar a análise SWOT da empresa para compreender o cenário existente no seu ambiente interno e externo. Também se faz relevante a determinação da matriz Anso�, bem como a BGC. A análise deve contemplar ainda as cinco forças de Porter e, por consequência, a determinação estratégica da empresa. Para o bom andamento dessas atividades, é fundamental olharem de forma atenta à Missão e Visão da empresa. “Missão: oferecer produtos de qualidade a um custo baixo, atendendo às expectativas dos clientes.” “Visão: tornar-se líder de mercado no segmento de sorvetes e açaí de baixo de custo com qualidade surpreendente.” Devido à crise mundial no ano de 2020, o Governo Brasileiro reduziu a alíquota de impostos para empresas utilizarem leite em seu processo produtivo e adquirirem produtos de empresas nacionais que utilizam a produção de pequenos produtores. O software de gestão já trouxe informações preliminares de vendas e foi possível identi�car que as caixas de sorvetes de 10 litros representam cerca de 34% do faturamento total da empresa, os potes de 1 litro contribuem com 10%, os potes de 2 litros com 18%, a caixa de açaí com 25% do total, os potes de 1,5 litros com 10% e os picolés entram com 3%. Todas as análises realizadas bem como os seus resultados devem ser apresentados aos irmãos em um relatório com uma linguagem simples e direta. Mãos à obra e boa sorte com o projeto! 0 Ve r an ot aç õe s Aluno, aqui teremos mais um conhecimento importante para que você possa se destacar no mercado. Leve os conceitos para o dia a dia a �m de conseguir agregar todo essediferencial na sua carreira e oferecer tudo isso para a empresa que atua/atuará ou até mesmo para sua própria empresa! CONCEITO-CHAVE GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS Conforme relata Gonzales (2012, p. 25), a Governança é todo o processo de gestão e monitoramento que leva em consideração os princípios da responsabilidade corporativa (�scal, social, trabalhista, comunitária, ambiental, societária), interagindo com o ambiente e os públicos estratégicos, os chamados stakeholders, em busca da sustentabilidade para ser longeva. O autor mostra de forma clara e sucinta que a Governança Corporativa tem relação direta com a gestão da organização, ou seja, envolve estratégias, planejamento e ações organizacionais. Também enfatiza que se trata se um olhar amplo da organização por envolver aspectos �scais, sociais, trabalhistas, comunitários, ambientais e societários que são ligados aos ambientes internos e devem ter conexão com os stakeholders, isto é, todos aqueles que possuem interesse nas relações e na situação da organização e esperam que ela seja rentável e tenha longevidade. Dessa forma, se faz deveras relevante compreender os aspectos estratégicos que estão relacionados às práticas de Governança Corporativa e aprofundar no desenho estratégico que contribui para entender o relacionamento existente entre as partes. Para Chiavenato (2014), as empresas estão relacionadas ao ambiente e este, por sua vez, representa tudo aquilo que é externo à empresa, sedo representado pela sociedade. A sociedade é composta por outras empresas, clientes, fornecedores, concorrentes, agências regulatórias, entre outros. O autor ainda reitera que as informações e os recursos são obtidos pelas empresas por meio desse ambiente e são as mudanças que ocorrem nele que fazem com que as empresas tenham que redesenhar suas estratégias e seu 0 Ve r an ot aç õe s planejamento. O desenho estratégico surge a partir de alguns elementos-chave que devem contribuir para que os objetivos organizacionais sejam atingidos. Para Silva (2016), a estratégia empresarial representa um processo que envolve decisões acerca dos produtos e serviços de uma empresa que contribuem para o alcance de objetivos. Também envolve a compreensão dos clientes e dos mercados para o estabelecimento de melhor posicionamento estratégico frente aos seus concorrentes. A Figura 1.3 mostra como a empresa deve de�nir a sua estratégia e �ca claro que antes mesmo da de�nição estratégica é necessário que outras ações sejam tomadas por parte da empresa, como a de�nição da missão e da visão organizacional. Para Chiavenato (2014), a missão está relacionada a sua razão de existência, por qual motivo ela existe, para atender qual cliente e agregar que tipo de valor a ele. Já a visão representa o olhar de futuro da empresa, isto quer dizer, onde ela quer chegar e de que maneira quer chegar. É a tradução dos objetivos a serem alcançados para se tornar o que se deseja. Por meio da missão e visão, a empresa deve realizar a análise SWOT, acrônimo de Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats, no português Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, que geram o acrônimo FFOA ou FOFA. As forças são os aspectos positivos presentes internamente na organização, ou seja, pontos em que ela se destaca. Já as fraquezas englobam os aspectos internos que precisam ser melhorados pela organização com o objetivo de melhorar a sua competitividade. No ambiente externo, estão as oportunidades e ameaças; a primeira representa tudo de bom que o mercado pode oferecer para empresa, isto é, pontos que geram novas oportunidades para ela, e as ameaças englobam aspectos do mercado que podem comprometer o resultado. Dessa forma, pode-se enfatizar que as forças e oportunidades são os aspectos que “ajudam” as empresas, enquanto as fraquezas e ameaças são os que “atrapalham”. 0 Ve r an ot aç õe s Para Thompson (2011), a análise SWOT deve proporcionar subsídios para que a empresa utilize seus recursos da melhor forma possível a �m de que possa aproveitar as oportunidades e combater as ameaças. As forças e fraquezas representam o ambiente interno da organização (ambiente controlável) e as oportunidades e ameaças representam o ambiente externo à organização (ambiente incontrolável). Figura 1.3 | Como de�nir a estratégia Fonte: Silva (2016, p.14). Cruz (2017) reforça que o planejamento estratégico conta, basicamente, com algumas etapas, que são: De�nição de missão, visão e valores organizacionais Aplicação da análise SWOT. Análise de clientes e mercados. Análise da concorrência. De�nição do statement (objetivos estratégicos). 0 Ve r an ot aç õe s Desdobramento do plano estratégico. Análise �nanceira para adequação do plano estratégico. Alinhar o plano estratégico ao plano operacional. Roteiro para implantação dos planos estratégico e operacionais. Diversas são as ferramentas que podem ser utilizadas para cumprir essas etapas, portanto, é muito importante que os administradores saibam utilizá-las para gerarem o melhor planejamento estratégico possível. ESTRATÉGIA E GOVERNANÇA CORPORATIVA Para analisar clientes e mercados, o administrador pode se apropriar dos conceitos envolvidos na Matriz BCG (Boston Consulting Group), que tem como papel identi�car a participação que a empresa tem no mercado e o crescimento que o mercado oferece, conforme demonstrado na Figura 1.4. Figura 1.4 | Matriz BCG Fonte: Cruz (2017, p. 20). A matriz BCG quali�ca o produto ou serviço em quatro possíveis quadrantes e cada um deles com seu signi�cado especí�co. As interrogações referem-se a produtos/serviços que possuem baixa participação relativa de mercado, porém, estão em um mercado de alto crescimento e podem ter um futuro promissor, se 0 Ve r an ot aç õe s tornando estrelas. As estrelas possuem alta participação relativa no mercado e alta taxa de crescimento e podem se tornar vacas leiteiras. Os produtos/serviços estrelas necessitam de grande investimento para se manterem no mercado, já os vacas leiteiras, por estarem há mais tempo rendendo no um mercado, são geradores de caixa, pois necessitam de baixo investimento. Já os produtos/serviços abacaxis são os que estão em um mercado de baixa participação e baixo crescimento e, portanto, já não mais contribuem para o crescimento da empresa. ASSIMILE A Matriz Anso� é de extrema importância para a determinação do crescimento de unidades de negócio no mercado, pois o estudo realizado por meio dessa ferramenta é capaz de direcionar a empresa no seu posicionamento de mercado e de produto, ou seja, se ela atua em um mercado existente com um produto existente, deverá utilizar a penetração de mercado e aumentar o seu Market Share (participação de mercado) para um melhor posicionamento. Para Cruz (2017), a empresa precisa seguir criteriosamente um roteiro de formulação de objetivos que pretende atingir, isto quer dizer, que deve desenhar de que ponto deseja partir e a que ponto deseja chegar. A determinação de metas especí�cas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporizáveis é fundamental para medir o desempenho das áreas e o quanto é possível se aproximar dos objetivos organizacionais de curto prazo. Aprofunde um pouco mais sobre o assunto com a leitura do artigo “Moções para o fomento e evolução das Urban Farms pelo conceito da Matriz de ANSOFF”. Disponível em: https://bit.ly/3b5TVOK. Acesso em: 30 out. 2020. Com o objetivo de analisar a concorrência, a empresa pode utilizar o modelo de Cinco forças de Porter. Este modelo mostra que para planejar os objetivos que se deseja alcançar é preciso analisar cada um dos elementos apresentados: fornecedores, clientes, potenciais concorrentes e produtos/serviços substitutos. 0 Ve r an ot aç õe s http://www.relise.eco.br/index.php/relise/article/view/192 É necessário identi�car como a empresa se relaciona com os fornecedores e qual o poder de barganha que os fornecedores possuem.Fatores como exclusividade sobre uma matéria-prima ou participação esmagadora do mercado reduzem o poder de barganha da empresa com o fornecedor. Do outro lado, há o poder de barganha de clientes, que envolve a relação da empresa com seus clientes e tem como fator determinante se o cliente é muito maior que a empresa e força a redução de preços e o achatamento de margens. Na posição superior temos os potenciais concorrentes, que podem ser produtos e/ou novas empresas dispostas a concorrer pelo mesmo segmento, portanto é necessário entendê-las para combatê-las. Na parte inferior da imagem há produtos ou serviços substitutos, são aqueles que podem substituir os produtos da empresa e comprometer seu resultado, isto é, podem agregar valor igual ou maior ou até mesmo serem mais baratos. Esses quatro fatores somados culminam na rivalidade entre concorrentes e determinam referências de benckmarking (CRUZ, 2017). Figura 1.5 | Modelo de Cinco Forças de Porter Fonte: Cruz (2017, p. 17). O benchmarking nada mais é do que observar as melhores práticas dos concorrentes e adaptá-las à realidade e cultura da empresa para combater de igual para igual as ações dos concorrentes. 0 Ve r an ot aç õe s O administrador também pode utilizar a Matriz Anso�, que também é baseada em um quadrante e tem por objetivo encontrar novos caminhos para um crescimento sustentável no mercado. Silva (2016) esclarece que essas análises permitirão que a empresa de�na sua estratégia para gerar vantagem competitiva, que basicamente existem dois caminhos: baixo custo ou diferenciação. Essas duas estratégias de vantagem competitiva se dividem em três estratégias genéricas que são: custo baixo, diferenciação e foco. Ainda segundo Silva (2016), em 1979, Michael Porter criou um modelo de cadeia de valor, que culminam em um ganho �nanceiro maior, conforme demonstrado na Figura 1.6. A cadeia de valor é um modelo que as empresas usam para conhecer sua posição de custo e identi�car os diversos meios que poderiam utilizar para facilitar a implementação de uma estratégia de nível de negócios pela qual optam. As atividades principais têm relação com a criação física de um produto, sua venda e distribuição a compradores e seu serviço pós-venda. As atividades de apoio proporcionam o suporte necessário para a implementação das atividades principais (HOSKISSON, 2010 p. 94). Figura 1.6 | Cadeia de Valor de Porter Fonte: Porter (1992 apud SILVA, 2016, p. 10). REFLITA 0 Ve r an ot aç õe s As estratégias compreendem três possibilidades: Estratégia de liderança em custos. Estratégia de diferenciação. Estratégia de foco. Para Brugnolo (2018), a estratégia de liderança em custos visa criar operações relacionadas a produtos ou serviços com o menor custo possível e, por meio de economia de escala, destacar-se com base nesse quesito. Já a estratégia de diferenciação visa entregar produto ou serviços com características únicas na visão do cliente, possibilitando a valorização do seu produto com um preço mais elevado e manter a clientela. A estratégia de foco se posiciona com a visão de nicho, ou seja, parcela muito especí�ca do mercado. Por sua vez, a estratégia de foco (enfoque, nicho) foca seus esforços em um pequeno mercado, seja geográ�co, de produto ou de clientes. Você deve buscar respostas às seguintes perguntas para que possa compreender por completo este assunto. Os questionamentos a serem realizados estão envoltos a: Existe uma estratégia melhor que a outra? A empresa pode utilizar mais do que uma dessas estratégias? Como efetivamente a empresa pode se apropriar desses conceitos? Essas estratégias contribuem para o processo de Governança? AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS E MONITORAMENTO DAS EMPRESAS Para um bom desempenho na cadeia de valores é necessário que a empresa possua controles adequados e KPI’s (Key Performance Indicator) adequados, isto é, os indicadores de desempenho precisam ser bem elaborados para atender o objetivo maior de toda empresa, que é a lucratividade. Segundo Silva (2016), os indicadores de desempenho podem ser separados em convencionais e não convencionais. Os convencionais são aqueles relacionados ao benchmarking, níveis de satisfação do cliente e do empregado, por exemplo. Já os não convencionais 0 Ve r an ot aç õe s exigem muito mais das empresas e trazem informações ainda mais valiosas para a área de Governança Corporativa, como o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), que signi�ca lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações; EVA (Economic Value Added), que equivale ao valor agregado ao negócio, trata-se de uma nova visão para o resultado operacional, isto é, após os impostos menos o custo do capital próprio; DVA (Demonstração do Valor Adicionado), que visa mostrar ao mercado, no caso de companhias de capital aberto, o valor da riqueza gerada pela empresa e a forma de sua distribuição. O desempenho �nanceiro informa se a estratégia da empresa está contribuindo para a melhoria dos resultados �nanceiros e do lucro líquido, ou seja, estamos falando de Governança Financeira (SILVA, 2016). A competitividade crescente entre as empresas e a necessidade de medir desempenho geram a necessidade de implementação de softwares de gestão que possibilitem o melhor controle das informações e processos. Tais controles têm por objetivo atualizar de forma periódica os gestores por meio de relatórios que permitam uma tomada de decisões facilitada e, sempre que necessário, sejam realizadas revisões do planejamento �nanceiro – principalmente os custos que geram impacto direto na lucratividade dos negócios. Esses controles visam a avaliação das estratégias bem como os resultados obtidos por elas. A determinação de indicadores de desempenho faz com que as empresas saibam se o planejamento realizado, se foi executado de forma correta, se trouxe os resultados desejados e se agregou valor aos stakeholders. EXEMPLIFICANDO A análise SWOT, apesar de simples, é uma ferramenta extremamente poderosa para a determinação estratégica das empresas. De forma prática, a ferramenta deve ser aplicada com base na Figura 1.7. Figura 1.7 | Análise SWOT 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: Brugnolo (2018, p. 61) Aplicando de forma prática, podemos imaginar um negócio que atua com produção de álcool em gel durante ano de 2020, Pandemia do COVID-19. Compreendendo de uma forma bastante simples, o que foi para muitas empresas motivo de desespero, para esta empresa representa uma grande oportunidade de negócio, pois a venda desse produto cresceu de forma signi�cativa no período em questão. Então, para separarmos os quatro aspectos, temos de pensar nos seguintes pontos: Oportunidades: aumento do consumo do principal produto da empresa tanto na área médica como para o consumidor comum. Ameaças: novos entrantes vendendo produtos misturados com gel de cabelo com preços menores; ausência de �scalização; eventual escassez da matéria-prima; alta do custo da matéria-prima. Pontos fortes: a empresa já possui conhecimento, quali�cação técnica e maquinário para a produção. Pontos fracos: não há recurso �nanceiro que permita ampliar a produção para atender toda a demanda do mercado. 0 Ve r an ot aç õe s Você pode aprofundar ainda mais seu conhecimento lendo o artigo “Análise SWOT como Diferencial Competitivo: um estudo exploratório na Cooperativa Muza Brasil”. Disponível em: https://bit.ly/356SuM3. Acesso em: 30 out. 2020. PRÁTICAS EMPRESARIAIS E TEORIAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA Todas as práticas empresariais apresentadas até aqui corroboram diretamente para o resultado da Governança Corporativa. Ao relembrarmos que a Governança Corporativa envolve transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, �ca claro que todos os pontos contribuem para a contemplação desses princípios. Mas além dessas práticas, é fundamental que as empresas estabeleçam uma estruturahierárquica clara, ou seja, as pessoas devem saber para quem responder para facilitar as atividades e de�nição de prioridades. Para Chiavenato (2014), o desenho organizacional envolve a de�nição da estrutura básica da empresa e como a tarefa empresarial é dividida e atribuída entre departamentos, divisões, unidades, equipes e cargos. Esses aspectos são divulgados nos organogramas, manuais de organização e descrições de cargos. Também se faz importante a realização de reuniões entre os membros da gestão e os membros do Conselho de Administração para acompanhar os projetos em andamento, estabelecer novas diretrizes organizacionais, elaborar planos de ação relacionados às metas e aos indicadores. As reuniões deverão ser registradas em atas e devem ter pautas pré-estabelecidas para que seja possível estabelecer reuniões produtivas. Para Rosseti e Andrade (2014), a Governança Corporativa deve contar ainda com a metodologia dos 8 Ps para melhor aplicação das práticas de governança. Os 8 Ps são: Propriedade: o importante é saber como o capital social está distribuído e organizado. Princípios: os princípios devem ser internamente compartilhados e externamente aceitos por todos. 0 Ve r an ot aç õe s https://rica.unibes.com.br/rica/article/view/291 Propósitos: deve haver alinhamento entre missão, visão e os planos táticos de uma empresa. Papéis: é preciso entender a segregação de papéis dentro de uma organização. O que faz um conselho de administração e uma diretoria executiva, e como essas atribuições e funções são desdobradas internamente. Poder: em uma estrutura de poder, as lideranças devem ser legitimadas pelo público interno. Práticas: tudo que uma empresa faz e decide tem embasamento em dados e visa garantir a integração dos processos dentro de uma organização, fazendo com que a estratégia de negócios aconteça de forma uni�cada e transparente, em conformidade com as políticas corporativas, leis e regulamentações, minimizando riscos. Pessoas: medir a qualidade do RH e de seus processos, se ele é estratégico ou não, como o clima organizacional é mapeado e desdobrado e a sucessão em todos os níveis hierárquicos. Perpetuidade: se manter em operação, ativa e crescendo sua participação nos mercados em que atuam. Caro aluno, aprofunde ainda mais o conhecimento em Governança e suas estratégias e prepare-se para destacar-se no mercado de trabalho. FAÇA VALER A PENA Questão 1 Para Anso�, o primeiro passo que a empresa precisa dar para desenvolver um plano estratégico é formular os objetivos que ela pretende atingir. Isso signi�ca planejar como fazer para ir de onde se está para onde se quer chegar. Entretanto, é preciso que essa caminhada seja feita por etapas; daí a escolha das metas, que servirão para medir o progresso rumo aos objetivos. Isso nos leva a entender que objetivos são resultados que a organização espera alcançar no longo prazo, enquanto as metas são resultados que a organização espera alcançar no curto prazo. Uma etapa é decidir se a empresa deve ou não diversi�car, baseando essa decisão nas análises feitas anteriormente. Embora muitas empresas ainda pensem 0 Ve r an ot aç õe s em crescer diversi�cando, a tendência atual é concentrar os esforços naquilo que cada uma sabe fazer de melhor – é a chamada competência principal. O modelo de Anso� divide-se em duas direções: a primeira leva a equipe de planejamento a formular uma estratégia de competição, caso a decisão seja a de não diversi�car, decompondo-a em ações que permitirão alcançar tais objetivos; a outra, a de diversi�cação, também deve ser dividida em ações que permitam tal estratégia. Analise as a�rmações a seguir: I. No quadrante de produtos existentes, pode-se usar as estratégias de penetração de mercado e desenvolvimento de mercados. II. No quadrante de produtos novos, as estratégias possíveis são desenvolvimento de produtos e diversi�cação. III. No quadrante de novos mercados, as estratégias possíveis são penetração de mercado e desenvolvimento de mercado. IV. No quadrante mercados existentes, as estratégias possíveis são desenvolvimento de produtos e penetração de mercado. V. No quadrante de novos mercados, as estratégias possíveis são desenvolvimento de mercado e diversi�cação. (CRUZ, 2017) Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: a. I, II, III e IV, apenas. b. I, II, III e V, apenas. c. II, III, IV e V, apenas. d. I, III, IV e V, apenas. e. I, II, IV e V, apenas. Questão 2 A análise do BCG procura identi�car a situação de crescimento e participação de mercado comparando a empresa analisada com seus principais concorrentes. O 0 Ve r an ot aç õe s diagrama apresenta, no eixo horizontal, a relação da fatia de mercado da empresa com o principal concorrente em escala logarítmica. No eixo vertical, é considerado o crescimento do mercado. O diagrama também considera os produtos em quatro quadrantes: vaca leiteira, estrela, ponto de interrogação e abacaxi. Analise as a�rmações a seguir: I. As vacas leiteiras já foram estrela e atuam como geradores de caixa. II. Os pontos de interrogação são produtos em questionamento que podem se tornar estrelas ou abacaxis. III. Os abacaxis são produtos que possuem potencial de crescimento. IV. As estrelas, chegando à maturidade de mercado, se tornarão vacas leiteiras. V. As vacas leiteiras necessitam de grande investimento para se manterem ativas. (LAS CASAS, 2011) O texto-base apresenta os elementos da Matriz BCG e cada quadrante tem um papel e uma correlação com outro quadrante. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: a. I, II, III e IV, apenas. b. I, II, III e V, apenas. c. I, II, IV e V, apenas. d. II, III, IV e V, apenas. e. I, III, IV e V, apenas. Questão 3 O planejamento estratégico envolve a de�nição de missão e visão, análise SWOT, análise e clientes e mercados (Matriz BCG), análise da concorrência (modelo de cinco forças de Porter), de�nição de declaração estratégica, análise �nanceira para adequação do plano estratégico, roteiro para implantação dos planos estratégico e operacional. Todos esses elementos estão ligados aos objetivos organizacionais e esses a KPI’s (indicadores de desempenho). Analise as a�rmações a seguir: l d à d d f d 0 Ve r an ot aç õe s I. Os KPIs voltados à Governança Corporativa tendem a ser diferenciados. II. O benchmarking é considerado um KPI não convencional. III. Níveis de satisfação com o cliente e do empregado são considerados KPI’s convencionais. IV. EBITDA, EVA e DVA são indicadores não convencionais. V. Indicadores não convencionais são aqueles que melhor atendem às necessidades de Governança Corporativa. (DA SILVA, 2016) Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: a. I, II, III e IV, apenas. b. I, II, III e V, apenas. c. I, II, IV e V, apenas. d. I, III, IV e V, apenas. e. II, III, IV e V, apenas. REFERÊNCIAS BRUGNOLO, M. F. Gestão estratégica de negócios. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. 9788547233143. Disponível em: https://bit.ly/3hIbIwD. Acesso em: 30 out. 2020. CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. Barueri: Editora Manole, 2014. 9788520445457. Disponível em: https://bit.ly/3rN6Yul. Acesso em: 30 out. 2020. CRUZ, T. Manual de Planejamento Estratégico. São Paulo: Grupo GEN, 2017. 9788597013023. Disponível em: https://bit.ly/3pCXoIG. Acesso em: 30 out. 2020. DA SILVA, E. C. Governança Corporativa nas Empresas, 4ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3ob2D1H. Acesso em: 31 out 2020 GONZALES, R. S. Governança Corporativa, 1ª edição. São Paulo: Editora Trevisan, 0 Ve r an ot aç õe s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547233143/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520445457/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013023/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008920/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788599519424/2012. 9788599519424. Disponível em: https://bit.ly/3b5ZexE. Acesso em: 30 out. 2020. HOSKISSON, R. E., et al. Estratégia Competitiva. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2010. 9788522110254. Disponível em: https://bit.ly/3n8kchB. Acesso em: 30 out. 2020. LAS CASAS, A. L. Plano de Marketing para Micro e Pequena Empresa. 6ª ed. São Paulo: Grupo GEN, 2011. 9788522483099. Disponível em: https://bit.ly/3ncp9Ga. Acesso em: 30 out. 2020. SILVA, E. C. Governança Corporativa nas Empresas, 4ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2016. 9788597008920. Disponível em: https://bit.ly/3o9OQJ2. 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A Governança Corporativa pode estar presente em todos os tipos de organizações e pode, ainda, fazer parte direta ou indiretamente do nosso dia a dia. Para Gonzales (2012), a Governança Corporativa se mostra extremamente relevante para as empresas de capital aberto (empresas que possuem ações na bolsa de valores) em função da grande necessidade de transparência e prestação de contas aos acionistas e até mesmo aos consumidores de seus produtos ou serviços. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 Ve r an ot aç õe s Esse processo de transparência e prestação de contas, dois dos princípios da Governança Corporativa, contribui para a aproximação das empresas com o mercado de uma forma geral. Essa aproximação pode contribuir para a realização de novos negócios por meio de recursos de terceiros (vendas de ações) e capitalização da empresa, assim como na aproximação de novos fornecedores e clientes que prezam por características como essas, presentes em seus parceiros. As empresas familiares possuem características diferenciadas e, segundo Silva (2019), uma delas é que os vínculos extrapolam os interesses societários e econômicos, pois são administradas por membros da mesma família. Nem sempre uma empresa familiar é pequena e com poucos trabalhadores, esse tipo de empresa pode assumir qualquer dimensão, inclusive multinacional. Silva (2019) enfatiza ainda que há o modelo dos três círculos que trata a concepção das empresas familiares com base em três dimensões: propriedade, família e empresa. Nesse modelo, a posição das pessoas é determinada com base na relação que ela possui com as três dimensões existentes. Uma pessoa pode ocupar um, dois ou três círculos. Esse modelo contribui para delimitação de situações inerentes às empresas familiares no que tange a dilemas, con�itos interpessoais, prioridades e limites. Além do olhar para as empresas familiares, também há outras possibilidades a serem observadas, como as fusões e aquisições e a realidade da Governança nas estatais. Segundo Thompson (2013), fusões e aquisições são opções bastante utilizadas para que a empresa possa atingir seus objetivos globais. As fusões tratam reunião de empresas iguais que acabam por gerar uma terceira empresa, que, muitas vezes, assume uma nova identidade. As aquisições tratam a compra de uma empresa por outra, sendo que a compradora assume o comando da adquirida absorvendo suas operações na estrutura original. Basicamente, a diferença existente entre fusões e aquisições está relacionada à participação acionária, ao controle dos dirigentes e aos acertos �nanceiros. Ainda segundo o autor, as fusões e aquisições ocorrem com o intuito de se cumprir os objetivos estratégicos das organizações que estão intimamente ligados a gerar uma operação mais e�ciente em termos de custo, ampliar a área de atuação da 0 Ve r an ot aç õe s empresa, expandir os negócios em novas categorias de produto, obter acesso a tecnologias mais recentes e tentar inventar um novo setor e liderar a convergência de setores. No tocante às estatais, é muito comum, no Brasil, ouvirmos falar em fraudes e processos duvidosos, e a Governança se mostra bastante relevante a toda a população do país. Poder compreender o que acontece nas empresas estatais, seus resultados e sua forma de gestão é extremamente importante até mesmo para um processo de de�nição dos governantes de um país. O IBGC (2010) enfatiza que a natureza das estatais gera a necessidade de um processo de Governança extremamente sólido, pois muitas dessas empresas têm destaque na bolsa de valores e corroboram para o desenvolvimento econômico e social do país. Complementar a esse papel é o papel dos conselheiros e diretores, que devem ser quali�cados e independentes, isto é, não tendo vínculos políticos e estejam no cargo por competência. Perceba como as diretrizes e os princípios de Governança estão envolvidos nas notícias diárias que recebemos pelos telejornais e websites. A todo momento, a política e as ações governamentais impactam não apenas no cenário de Governança de Estatais, mas também dos outros tipos de companhias. A temática envolta à Governança é relevante para o futuro de um país, de uma organização privada, familiar e, indiretamente, para todos os cidadãos de uma nação. Conhecer o assunto permitirá não somente um posicionamento mais ajustado ao mercado de trabalho como também um entendimento das ações governamentais e seus impactos no mercado. Vamos resgatar novamente o objeto de estudo da primeira unidade. Trata-se de uma indústria de sorvetes e você fará parte do time que irá ajudá-la a equacionar todas as situações que permeiam a organização e estão relacionadas à Governança Corporativa. A empresa produz sorvetes de massa, picolés e açaí em diversas embalagens. Trata-se de uma empresa familiar que está no mercado há 10 anos e atende 15 lojas em um raio de 100 km da fábrica. O fundador da empresa acaba de se afastar do negócio e pretende deixar tudo sob os cuidados 0 Ve r an ot aç õe s dos dois �lhos (um na produção e outro na administração). A gestão é realizada de uma forma mais amadora, pois os irmãos não possuem todo o conhecimento necessário para gerenciar o negócio. Além da fábrica, eles possuem 3 lojas que vendem os produtos e pretendem franquear a marca, pois o produto é de ótima qualidade. Ao total, contam com 10 colaboradores na fábrica, sendo 8 na produção e 2 na entrega, e 12 colaboradores nas lojas, sendo 6 atendentes e 6 caixas. Na equipe de produção trabalham 2 primos e 1 sobrinha, na entrega uma das pessoas é o cunhado e nas lojas todos os integrantes da equipe são amigos. Os dois irmãos são casados e possuem 4 �lhos cada um. Você e sua equipe de Consultoria darão continuidade ao processo de consultoria já iniciado e ajudarão os irmãos com a empresa. Vocês deverão identi�car a estrutura organizacional adequada, assim como a determinação das estratégias de Governança que devem ser utilizadas pelos irmãos e sua associação aos objetivos centrais de Governança. Algumas ações já foram tomadas em etapas anteriores e se faz necessário ressaltá-las. São elas: Implantação de software de gestão, desenho estratégico da organização que vai desde a determinação da missão e visão, aplicação da SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats, que quando traduzimos para o português temos a sigla FOFA, que signi�ca Forças, Fraquezas,Oportunidades e Ameaças), análises pelas Matrizes Anso� e BCG (Boston Consulting Group), técnica utilizada para analisar o desempenho dos produtos ou serviços, bem como as Cinco Forças de Porter. Por meio dos conhecimentos adquiridos, a Consultoria deverá entregar um relatório, o Plano de Governança Corporativa, ao cliente, contendo as seguintes informações: Estrutura de Governança Corporativa e Familiar. Lista de boas práticas de Governança em empresa familiar. Plano estratégico para perpetuação do negócio. 0 Ve r an ot aç õe s Todas as análises realizadas e os seus resultados devem ser apresentados aos irmãos em um relatório com uma linguagem simples e direta. Mãos à obra e boa sorte com o projeto! Caro aluno, os assuntos que serão tratados nesta seção são extremamente relevantes para o entendimento pleno de Governança Corporativa. Você afunilará o conhecimento que permitirá que você não apenas se destaque pro�ssionalmente no mercado, mas também seja capaz de compreender como as organizações estatais ou não podem se destacar e como você pode reconhecer tais sinais. Vamos em frente em busca de mais conhecimento! CONCEITO-CHAVE OBJETIVOS CENTRAIS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA O IBGC (2010) a�rma que a Governança Corporativa nasce da necessidade de se ampliar a con�ança nas empresas e principalmente nas demonstrações contábeis apresentadas por elas. Esse movimento se dá após a identi�cação de diversas fraudes que ocorreram em empresas nos EUA (Estados Unidos da América) por meio de manipulações contábeis. Os aspectos centrais que a Governança trata envolvem a criação de processos, políticas e regulamentos que determinem a melhor forma de gestão das organizações atendendo aos princípios básicos de governança: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Rossetti e Andrade (2014) destacam que a teoria de agência, pensada por Jensen e Meckling (estudiosos que produziram, em 1976, conteúdo que de�ne a teoria de agência), envolve a concepção de que a sociedade é concebida como uma rede de contratos que determinam as funções e trazem à luz do entendimento os direitos e deveres dos stakeholders. Há, portanto, relações acontecendo entre os stakeholders e essas relações envolvem diretamente duas �guras: o principal e o agente. O principal está no centro das relações de todos os stakeholders e o agente é um contratado que pode ser empregado, fornecedor, cliente, acionista, credor, órgão regulador e governo. 0 Ve r an ot aç õe s Silva (2016), realizando a releitura de Jensen e Meckling, deixa claro que o relacionamento de agência é caracterizado pelo estabelecimento de um acordo entre uma ou mais pessoas que são instituídas como principal, e que determinam a outra pessoa, denominada agente, a desempenhar algum tipo de tarefa a seu favor – trata-se e um contrato que estabelece delegação de autoridade para que o agente possa tomar algumas decisões. O autor ainda descreve que a Governança Corporativa nasce devido a expropriação de riqueza dos acionistas por parte dos gestores. Todas as vezes que os gestores tomam decisões em benefício próprio e não em benefício dos acionistas, há um con�ito de agência. A Figura 1.11 apresenta a questão essencial dos con�itos de agência. Figura 1.8 | A questão essencial dos con�itos de agência Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 61). Rossetti e Andrade (2014) concluem que os proprietários das empresas são os agentes principais do mundo dos negócios e as decisões dos gestores (agentes executores) devem estar primordialmente focadas no interesse dos proprietários por máximo retorno, porém, não se pode esquecer que a lista de stakeholders é muito mais extensa dos proprietários e gestores como se vê na Figura 1.12. 0 Ve r an ot aç õe s Figura 1.9 | Principais Stakeholders Internos e Externos 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 85). Rossetti e Andrade (2014) reforçam ainda que as perspectivas de maximizar os interesses dos proprietários por meio da Governança Corporativa são pautadas em questões micro e macroeconômicas. As microeconômicas são: �nanceira, dos riscos assumidos, da gestão e dos con�itos de agência. Por outro lado, a macroeconômica envolve a maximização dos lucros em prol da sociedade como um todo. Ainda Rossetti e Andrade (2014, p. 108) destacam que as mudanças nas relações entre as corporações e a sociedade, com a consequente revisão dos objetivos corporativos, têm ampliado o escopo da boa governança. Concepções de conteúdo mais amplo, não apenas derivadas de pressões de ativistas, mas também das diferenças culturais e institucionais entre os países, têm levado a pelo menos quatro abordagens, derivadas da abrangência dos interesses geridos. Para que as ações de Governança sejam efetivas é necessário estabelecer uma estrutura hierárquica, determinar políticas organizacionais, formar um conselho consultivo e realizar um bom acompanhamento. Essas ações se mostram fundamentais no sentido de se manter a sobrevivência das organizações, que a empresa seja bem vista e atraia investidores e ainda consiga se destacar frente ao concorrente no mercado, isto é, contar com vantagem competitiva. PAPEL DOS INVESTIDORES NA GOVERNANÇA CORPORATIVA Para tratarmos o papel dos investidores na Governança é relevante resgatar o que Silva (2016) diz: “A governança corporativa é um conjunto de práticas que têm por �nalidade otimizar o desempenho de uma companhia, protegendo investidores, empregados e credores, facilitando, assim, o acesso ao capital”. Monks e Minow (2008) enfatizam que os investidores institucionais têm papel relevante no desenvolvimento macroeconômico mundial. Esses investidores possuem o maior volume de capital do mundo. Silva (2016) destaca que algumas mudanças ocorreram no cenário empresarial em função do papel dos investidores. As empresas que detinham praticamente todo o mercado sozinhas e aquelas que contavam com uma gestão exclusivamente 0 Ve r an ot aç õe s familiar e com acionistas minoritários deram espaço aos investidores institucionais que têm características de serem mais ativos, que geraram maior dispersão do controle das ações, ampliação do foco em e�ciência econômica e aumento signi�cativo da transparência. Perceba que os investidores contribuem de forma signi�cativa para uma mudança estrutural das organizações e, por consequência, no comportamento destas no mercado, pois as Sociedades Anônimas (S/A) tiveram que se adequar a essa realidade para atrair novos investidores. Os investidores têm seu interesse ampliado em organizações que se mostram sólidas e atendendo aos princípios de Governança Corporativa. Rossetti e Andrade (2014) trazem a informação que sintetiza o ambiente e os atores da governança corporativa subdivididos em quatro blocos interligados: propriedade, controle, administração e auditoria e �scalização, conforme retratado na Figura 1.13. Figura 1.10 | O ambiente e os atores de Governança Corporativa 0 Ve r an ot aç õe s Fonte: Rossetti e Andrade (2014, p. 232). De 1994 a 2013 os investidores estrangeiros, os institucionais e as instituições �nanceiras representavam mais de 80% do mercado. Silva (2016) esclarece que os investidores institucionais (seguradoras, fundos de pensão e fundos de investimentos, entre outros) assumiram uma postura ativa, passando a comparecer às assembleias gerais, a exercer o direito de voto de suas ações e a �scalizar de modo mais próximo a gestão das companhias investidas. Devido ao aumento de investimentos de estrangeiros no mercado de capitais e a pressão dos investidores por um processo de Governança Corporativa mais sólido e que atendesse às exigências internacionais, as empresas precisaram tratar a Governança como prioritária. 0 Ve r an ot aç õe s ASSIMILE O processo de fusão e aquisição envolve as estratégias competitivas das organizações, pois trata-se de uma forma de aumentar o destaque
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