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Sistemas de RádioSistemas de Rádio Unidade IIUnidade II Professora: Albanisa FelipeProfessora: Albanisa Felipe UNIDADE II Hierarquias digitais PDH e SDH • Idealizada como solução para interconexão de centrais de comutação digitais (aplicação ponto a ponto); • Porém, devido a limitações tecnológicas na época da sua introdução (componentes eletrônicos e meios de transmissão com largura de faixa limitada) e necessidade de mercado de aumentar a capacidade de transporte, tornou-se cara e limitada; • Sua utilização é restrita porque possui poucos recursos para gerência, rede extremamente hierárquica e padronização parcial; • A palavra PLESIOCHRONOUS vem do grego Plesíos, próximo, quase, e Kronos, tempo; • Numa tradução livre, plesiochronous seria quase síncrono; • Dois ou mais sinais são ditos plesiochronous quando apresentam a mesma taxa nominal, mas têm relógios distintos; PDH • No sistema PDH temos sua divisão em nível de hierarquias e como dito anteriormente, não existe um padrão mundial, por isto temos três hierarquias diferentes no mundo; • A existência dessas três hierarquias dificulta as interconexões de sistemas, pois só é possível a interconexão ao nível de voz na taxa de 64 kbps; • Equipamentos trabalhando no sistema PDH recebem sinais E1 ou E3 gerados por distintos equipamentos; • Cada um deles fornece um sinal de saída cujo ritmo pode ser ligeiramente diferente de 2048 kbps (E1) ou 34000 kpbs (E3), um pouco mais rápido ou um pouco mais lento; PDH PDH • E para que tudo dê certo na hora da demultiplexação, é essencial que todos os bits de entrada estejam sincronizados; • Portanto, é preciso obrigar todos os E1 ou E3 a funcionar no mesmo ritmo de sucessão de bits; • Isto é feito pela adição de bits sem informação, chamados de “bits vazios” ou “bits de justificação”; • Eles são identificados depois, na hora da demultiplexação, e descartados para manter o sinal original; • Um tributátio de 2048 kbps pode percorrer grande quantidade de rotas dentro da rede, até chegar a seu destino; • A única maneira de acompanhar essa rota é manter registro de todos os pontos de conexão; PDH • À medida que a rede cresce, manter esses registros atualizados se torna complicado e caro; • Para fazermos funcionar um sistema de gerência dentro de uma rede PDH, seria necessário espaço dentro de cada quadro, mas os quadros PDH não têm bits suficientes para assegurar uma gerência abrangente; • Com isso, as duas maiores desvantagens de um sistema PDH são: dificuldade de identificar um tributário de ordem inferior dentro de um quadro maior e uma estrutura em que não há espaço suficiente para incluir informações para o gerenciamento da rede; PDH • Com o barateamento dos chips e o progresso com fibras ópticas, a hierarquia plesiócrona se espalhou pelo mundo; • Em todos os lugares surgiram redes PDH espalhando canais PCM entre centrais telefônicas; • Mas esse espalhamento trouxe também alguns problemas; • Com a obtenção de taxas de transmissão maiores a preços cada vez mais baixos, começaram a surgir serviços além do telefônico; • Em países desenvolvidos, o crescimento do serviço da rede telefônica é de 5% contra mais de 50% de crescimento da procura por novos serviços (Internet, por exemplo); • Assim, serviços direcionados para o mundo empresarial surgiram; Limitações dos sistemas PDH • E as empresas dependiam deste potencial de transmissão para continuarem competitivas; • As operadoras viram-se obrigadas a garantir que seus serviços funcionariam sem interrupções, que novas conexões seriam conseguidas e as velocidades de conexão aumentariam; • Um dos grandes problemas da rede plesiócrona está ilustrado na figura abaixo; Limitações dos sistemas PDH • Suponha que uma operadora precise entregar um enlace E1 para uma empresa que vai usa-lo em seu PABX; • Perto desse cliente passa, por sorte, uma linha de transmissão de PDH a 140 Mbps; • A tarefa de retirar um enlace de 2 Mbps dessa linha poderia parecer muito simples, mas na prática é muito trabalhosa; • Repare que para conseguir o enlace E1, é necessário demultiplexar desde o enlace de 140 Mbps; • Onde é feita uma demultiplexação sucessiva até o ponto em que é retirado o enlace desejado, e depois para seguir caminho, é feita multiplexação de tudo novamente; Limitações dos sistemas PDH • Essa demultiplexação/multiplexação sucessiva toma parte devido à inserção de bits de justificação; • Com isso, torna-se impossível determinar exatamente onde os bits do enlace E1 estão; • É óbvio que inserir ou retirar um canal de 2 Mbps não é tarefa simples e barata; • Foram necessários três demultiplexadores e três multiplexadores; • Sem contar sistemas de energia para que os novos equipamentos fossem interligados, e a energia gasta em agendar tudo isso; • Controle é outro problema associado a grandes quantidades de equipamento multiplex; Limitações dos sistemas PDH • Um enlace E1 pode percorrer grande quantidade de rotas, dentro da rede, até chegar a seu destino; • A única maneira de garantir que será possível, numa eventualidade, acompanhar essa rota, é manter registros atualizados sobre a interconexão de equipamentos; • Conforme aumentam as ordens de serviço para inserir ou retirar enlaces E1, aumentam as chances de alguém se enganar ou de os registros ficarem desatualizados; • Um erro mais grave pode interromper toda a linha de transmissão; • Outra limitação das redes PDH é a gerência; • Como é difícil identificar onde estão os enlaces E1 nos níveis hierárquicos maiores, também é difícil saber se tudo está correndo bem; Limitações dos sistemas PDH • E, cada vez mais, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, os clientes vinham exigindo a garantia de que a rede iria funcionar o ano todo; • Para assinar um contrato assim, só se a operadora pudesse vigiar o desempenho de sua rede de transmissão; • Para fazer funcionar um sistema de gerência, seria necessário “espaço” dentro de cada quadro, mas os quadros PDH não têm bits suficientes para assegurar uma gerência abrangente; • Este contexto levou fabricantes de infra-estrutura de telecomunicações a procurar uma solução em todo o mundo; • E era evidente que ela passaria por uma máquina completamente síncrona; Limitações dos sistemas PDH SDH • Redes SDH é o conjunto de equipamentos e meios físicos de transmissão que compõem um sistema digital síncrono de transporte de informações; • Surgiu no final da década de 80, quando ITU-T sugeriu criar um padrão mundial para os sistemas de transmissão síncrona que proporcionassem uma rede mais flexível e econômica; • As tecnologias SDH são utilizadas para multiplexação TDM com altas taxas de bits, tendo a fibra óptica como meio físico preferencial de transmissão; • Entretanto, possui ainda interfaces elétricas que permitem o uso de meios físicos de transmissão, tais como enlaces de rádios digitais e sistemas ópticos de visada direta, que utilizam feixes de luz infravermelha; SDH • Dentre as principais características das redes SDH, podemos citar: - Padronização total - Fácil acesso aos tributários de ordem inferior - Grande capacidade alocada para gerência de rede • Sua elevada flexibilidade para transportar diferentes tipos de hierarquias digitais permite oferecer interfaces compatíveis com o padrão PDH europeu (nas taxas de 2 Mbps, 8 Mbps, 34 Mbps e 140 Mbps) e americano (nas taxas de 1.5 Mbps, 6 Mbps e 45 Mbps), além do próprio SDH (nas taxas de 155 Mbps, 622 Mbps, 2.5 Gbps e 10 Gbps); • Um dos principais objetivos da criação de uma rede digital síncrona foi criar uma interface padrão com objetivo de compatibilizar os vários fabricantes; SDH • A tabela abaixo mostra as taxas de transmissão das hierarquias de SDH; Estrutura do quadro SDH • A estrutura do quadro SDH está mostrada na figura abaixo; • Na estrutura do quadro SDH STM-1 existe uma seção chamada de Overhead, que é destinada ao tráfego de informações próprias do rádio ou equipamentos auxiliares, como: gerência, ponteiro, canal deserviço, qualidade de relógio, entre outras; • Além destas informações existem ainda bytes de reserva para aplicações futuras; • A parte do quadro chamada de Payload é por onde trafegam os dados que queremos transportar; • As primeiras nove colunas são usadas para transmitir informações de controle, gerenciamento e sincronismo; • As 261 colunas restantes servem para carregar a informação a ser transmitida; Estrutura do quadro SDH Estrutura do quadro SDH • Este padrão se repete em todas as estruturas hierárquicas superiores; • Na figura anterior, N pode ser 1, 4, 16 ou 64; • No STM-64, por exemplo, o quadro tem 155520 bytes de comprimento, organizado em 17280 colunas (bytes) por 9 linhas, sendo que a área de controle ocupa 576 colunas; • Também nesse caso, os 155520 bytes devem ser transmitidos em 125 microssegundos; • O mesmo feixe STM-N pode carregar, multiplexados, vários tipos de enlace de entrada; • Dentro do quadro STM-N são intercalados enlaces síncronos, assíncronos e plesiócronos; • Esses diferentes sinais de entrada são chamados de tributários, na terminologia SDH; Componentes de uma rede SDH • Uma rede SDH é composta por: - Rede física: é o meio de transmissão que interliga os equipamentos SDH. - Equipamentos: são os multiplexadores SDH de diversas capacidades, que executam o transporte de informações. - Sistema de gerência: é o sistema responsável pelo gerenciamento da rede SDH, contendo as funcionalidades de supervisão e controle da rede, e de configuração de equipamentos e provisionamento de facilidades. - Sistema de sincronismo: é o sistema responsável pelo fornecimento de referências de relógio para os equipamentos da rede SDH, e que garante a propagação desse sinal por toda a rede. Componentes de uma rede SDH • A figura a seguir apresenta um exemplo de rede SDH; Benefícios de uma rede SDH • Uma rede síncrona traz vários benefícios, mas, de longe, o principal deles é a simplificação da rede; • Um único multiplexador síncrono substitui uma cadeia de multiplexadores plesiócronos; • Uma estação SDH é mais simples, sua manutenção é mais barata, ela ocupa menos espaço e consome menos energia; • Como é fácil extrair enlaces PCM da SDH e inseri-los, a operadora pode vender serviços de banda larga mais facilmente, porque não é necessário enviar uma equipe só para rotear um novo enlace; • Uma nova rota pode ser estabelecida a partir de um ponto central, pela simples digitação de um comando num terminal de gerência de rede; Benefícios de uma rede SDH • Todos os elementos de uma rede SDH estão constantemente supervisionando o funcionamento da transmissão; • As informações que coletam são usadas por softwares que vigiam a integridade dos dados; • Qualquer degradação, violenta ou suave, pode fazer com que o sistema de gerência opte por uma rota de transmissão alternativa; • Mesmo que o assinante esteja mantendo uma conversa ao telefone, ou participando de uma teleconferência, pode até não perceber que houve uma falha e uma intervenção automática; • Os canais disponíveis dentro da estrutura de quadro da SDH permitem que toda a rede seja controlada por software; • Sistemas de gerência de redes podem não só detectar falhas, mas avaliar o desempenho, modificar as configurações, dispor de recursos, controlar a segurança; • Muitos problemas podem ser contornados de uma única sala, sem que seja necessário enviar uma equipe a um site; • Até mesmo a atualização do software e sua completa substituição podem ser feitas da sala de gerência; • Todos os assinantes conectados a uma rede síncrona podem facilmente comprar qualquer serviço que esteja disponível na rede; • Por exemplo: videoconferência discada, em que o assinante disca para um número apropriado para obter largura de banda suficiente para o estabelecimento de conexões velozes; Benefícios de uma rede SDH Benefícios de uma rede SDH • Usualmente, os enlaces para videoconferência precisam ser reservados com dias de antecedência; • Como os equipamentos que compõem a rede SDH estão razoavelmente padronizados, é possível interconectar redes SDH de fabricantes distintos; • Também é possível, teoricamente, interconectar duas (ou mais) redes de gerência, por meio de interfaces TMN; • Ainda há muitas limitações nessas interconexões entre diferentes fabricantes, mas os padrões estão ficando cada dia mais abrangentes; Aplicação do rádio nas redes PDH e SDH • Sistemas rádio ponto a ponto são largamente utilizados nas redes PDH e SDH, em conjunto com outros componentes da rede, como os equipamentos multiplex e FOTS; • As redes existentes e em implantação diferem muito no que se refere à capacidade, dimensões, etc.; • Na maioria dos casos, dentro de uma mesma rede de transporte coexistem sistemas PDH e SDH; • No caso de redes existentes, a introdução do SDH em uma rede existente, ocorre, normalmente, de forma gradativa, formando “ilhas” de SDH, interconectadas aos equipamentos PDH existentes; • Esta introdução ocorre, inicialmente, nos backbones principais da rede, para serem posteriormente incorporados também nas rotas secundárias; Aplicação do rádio nas redes PDH e SDH • Em casos de redes totalmente novas, também a configuração típica é de backbones principais constituídos de equipamentos SDH em topologia de anel; • Entroncamentos secundários constituídos de SDH ou PDH, dependendo da capacidade de transmissão; • Enlaces de acesso constituídos, normalmente, de equipamentos PDH de baixa capacidade; • Dentro deste cenário, os rádios são largamente empregados em todos os casos citados, exceto em backbones de tráfego muito alto, cuja capacidade só pode ser alcançada utilizando equipamentos FOTS SDH de hierarquia superior (STM4, STM16 ou superiores); Aplicação do rádio nas redes PDH e SDH Hierarquia de multiplexação • A forma mais usual de classificar o rádio é de acordo com a hierarquia de multiplexação (PDH e SDH); • Os rádios PDH possuem interfaces PDH, sendo o mais comum as interfaces E1 (2 Mbps); • Esses rádios possuem capacidade de n x E1, ou seja, possuem a função de multiplexação, dispensando a utilização de Mux PDH de ordens superiores; • Os rádios SDH possuem interfaces SDH, sendo o mais usual STM1; • As outras hierarquias de SDH providas pelo rádio são STM0 e STM4; • Na maioria dos casos, utiliza-se em conjunto com Mux SDH para prover interfaces E1: Hierarquia de multiplexação - Rádios STM1: 63 x E1 por canal de RF - Rádios STM0: 21 x E1 por canal de RF Localização na rede de transmissão • As redes de transmissão, constituídas na sua totalidade ou parte de radioenlaces, variam muito no que se refere a suas dimensões, capacidade de transmissão de acordo com as necessidades, área de atuação e outros aspectos das operadoras e usuários dessas redes; • Existem redes complexas, de dimensões regionais, nacionais ou mesmo internacionais constituídas de centenas ou mesmo milhares de enlaces e com grande capacidade de transmissão, e redes metropolitanas também muito complexas compostas de centenas de enlaces; • Existem redes de dimensões médias e pequenas, compostas por dezenas de enlaces; • Para todas elas, podemos classificar os radioenlaces de acordo com a sua localização dentro da rede à qual pertencem; Localização na rede de transmissão • Os diagramas seguintes mostram alguns exemplos dessas redes: Localização na rede de transmissão Localização na rede de transmissão • Normalmente, utilizam-se os seguintes tipos de rádio: - Backbone: radioenlace de alta capacidade - Entroncamentos secundários: radioenlace de média capacidade - Acesso: radioenlace de baixa capacidade • Esta classificação é relativa e depende da sua localização e dimensões da rede; • Em redes de pequeno porte, enlaces com capacidades de 16 E1 ou mesmo inferiores podem ser utilizados como backbone; • Em redes de médio e grande porte, utilizam-se normalmente rádios SDH para backbone, rádios PDH com capacidades de 16 a 32 E1 para entroncamentos secundários e de até 8 E1 nos links de acesso; Localizaçãona rede de transmissão • Com o crescimento da demanda e capacidade de transmissão em um futuro próximo, podem ser utilizados enlaces SDH mesmo para links de acesso; Capacidade de transmissão • Uma forma usual de classificar os rádios é de acordo com a capacidade de transmissão, normalmente em termos de quantidade de E1 (por ser a interface mais utilizada); • Usualmente definimos as capacidades de transmissão em três faixas: baixa, média e alta; • Para cada uma delas temos uma aplicação típica; • No caso de rádios na configuração n+1, esta capacidade é por canal de RF principal; Capacidade de transmissão por faixa de frequências • Em seguida será apresentado um quadro-resumo das capacidades de transmissão por faixa de frequência regulamentadas para utilização, no Brasil, por radioenlace ponto a ponto; Capacidade de transmissão por faixa de frequências • Na faixa de 400 MHz é permitido capacidades inferiores a 1 E1 (64 kbps, 128 kbps, 256 kbps, 512 kbps, 704 kbps e 1024 kbps); Modo de operação full duplex • Os enlaces de rádio ponto a ponto trabalham no sistema full duplex, ou seja, transmitem e recebem ao mesmo tempo; • Quando designamos uma frequência de operação, estamos definindo tanto a ida como a volta; • A isto nós chamamos de par de frequência; • Assim, quando definimos a frequência F1 para transmissão de uma determinada estação ou direção, automaticamente estamos definindo a frequência F1’ para volta; Topologia da rede • Vamos apresentar alguns exemplos de topologia de rede de transporte, constituída total ou parcialmente por radioenlaces ponto a ponto: - Backbone rádio SDH de longa distância: a rota de rádio SDH tem o objetivo de interligar os dois terminais, sem a necessidade de inserção/derivação nos pontos intermediários. - Backbone rádio SDH de longa distância, com entroncamentos PDH de média capacidade e acessos PDH de baixa capacidade: o objetivo da rede é conectar todas as estações terminais. - Rede metropolitana de rádio: rede metropolitana constituída de backbone em anel de rádios SDH, entroncamento secundário e acessos de rádios PDH de média e baixa capacidades e alta frequência (acima de 15 GHz). Topologia da rede - Rede metropolitana de rádio e fibra óptica: rede metropolitana constituída de um anel de fibra óptica SDH com entroncamentos secundários e acesso via rádio. Topologia da rede Topologia da rede Topologia da rede Topologia da rede • Edson Mitsugo Miyoshi e Carlos Alberto Sanches. Projetos de Sistemas Rádio. 4ª Edição. Editora Érica. São Paulo, 2008. • Gilberto Silva e O. Barradas. Telecomunicações: Sistemas Radiovisibilidade. Livros Técnicos e Científicos Editora. Rio de Janeiro, 1977. • Vicente Soares Neto, Lucilio Augusto Petrucci e Paulo Sérgio de Assis Teixeira. Telecomunicações: Sistemas de Propagação e Rádioenlace. Editora Érica. São Paulo, 2002. Bibliografia
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