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31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/46 PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULA 5 Prof.a Francielly Elizabeth de Castro Silva 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/46 CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo(a) a esta aula. Nela, você aprenderá a determinar algumas propriedades geométricas de grande importância no estudo da mecânica, como: centro de gravidade e centroide de um corpo, o momento de inércia de área e de massa de um corpo simples ou composto. TEMA 1 – CENTRO DE GRAVIDADE E CENTROIDE Sabemos que todo objeto possui um determinado tamanho e massa. A força peso desse objeto pode ser facilmente medida com uma balança ou melhor ainda, por meio de um dinamômetro (equipamento que mede força). Porém, o ponto aqui é conhecer precisamente o ponto de equilíbrio que posiciona esta força no objeto. A Figura 1 mostra um sistema em equilíbrio. Sabemos que se deslocarmos qualquer uma das pedras um pouco para a direita ou para a esquerda, todo o conjunto será desequilibrado, ou seja, para o equilíbrio, a posição das forças no sistema são de extrema relevância na modelagem dos problemas. Figura 1 – Equilíbrio de um conjunto de pedras Créditos: BILLION PHOTOS/Shutterstock. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/46 Anteriormente, vimos como obter o centro de gravidade de figuras geométricas simples como retângulos. Neste tema, aprenderemos a obter essa propriedade para quaisquer tipos de geometria. Para exemplificar a importância deste estudo, suponha a aeronave mostrada na Figura 2a. Para posicionar o trem de pouso, é necessário fazer um estudo das forças atuantes na aeronave, pois o posicionamento incorreto geraria um desequilíbrio e assim a aeronave poderia tombar para trás encostando sua calda no chão, o que geraria um certo prejuízo à empresa que projetou essa máquina. Logo, conhecer a força resultante gerada pela força peso do avião e sua posição na fuselagem (centro de gravidade) é fundamental para a determinação da posição do trem de pouso (Figura 2b). Figura 2 – (a) Aeronave e (b) trem de pouso Créditos: FENSKEY/Shutterstock; FRANK_PETERS/Shutterstock. Outros exemplos de aplicação do cálculo do centro de gravidade estão no estudo de barragens/comportas (Figura 3a), flutuadores offshore (Figura 3b), guindastes (Figura 3c) etc., em que é importante conhecer não somente a força resultante devido à pressão da água ou do peso da estrutura ou dos elementos sobre a estrutura, mas a posição dessa força resultante de forma a manter o sistema em equilíbrio. Figura 3 – (a) Barragem, (b) flutuador offshore e (c) guindaste (a) 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/46 (b) Créditos: PHOTO APS/Shutterstock; KLDY/Shutterstock; ZORANORCIK/Shutterstock. 1.1 CENTRO DE GRAVIDADE Um corpo é formado por um número elevado de partículas com diversos tamanhos e massa, logo, cada partícula terá um peso e estará localizada em um determinado ponto , , no espaço (Figura 4). A soma de todas as massas dessas partículas nos resulta em uma massa total que pode ser transformada na força peso multiplicando-a pela aceleração da gravidade. Essa força peso, , passa por um único ponto, de coordenadas , , , denominado centro de gravidade (Figura 4). Figura 4 – Centro de gravidade de uma partícula e de um corpo e suas respectivas posições no espaço 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/46 Fonte: Hibbeler, 2018. O peso total do corpo, , é obtido aplicando o somatório das forças peso de todas as partículas pertencentes ao corpo, dada por: A localização da força (o centro de gravidade ) é obtida com o equilíbrio de momentos. Para cada eixo coordenado, temos: em que , , correspondem às coordenadas de cada partícula no corpo e , , são as coordenadas do centro de gravidade, , do corpo. Além do centro de gravidade, existem também o centro de massa, o centroide de volume, centroide de área e centroide de linha, sendo que a palavra centroide indica o centro geométrico de um corpo. Aqui, vamos estudar com maior dedicação o centroide de área, que é muito aplicado na engenharia. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/46 1.2 CENTROIDE DE ÁREA Se uma área se encontra no plano e for delimitada por uma função (Figura 5), então seu centroide estará neste mesmo plano e é determinado aplicando as seguintes integrais: Figura 5 – Função genérica para o cálculo do centroide de área Fonte: Hibbeler, 2018. Essas integrais podem ser resolvidas de duas formas: aplicando o elemento infinitesimal de área na horizontal (Figura 6a) ou na vertical (Figura 6b). Figura 6 – Elemento infinitesimal de área posicionado (a) na horizontal e (b) na vertical (a) 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/46 (b) Fonte: Hibbeler, 2018. Na primeira situação, observe que o elemento infinitesimal de área é dado pelo cálculo da área do retângulo descrita por , com centroide em e Já no segundo caso, a área do elemento infinitesimal é e o centroide está em e . Vamos aos exemplos! Exemplo 1: Calcule o centroide de área e da seguinte figura. Fonte: Hibbeler, 2018. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/46 Solução: Como o elemento infinitesimal de área (retângulo cinza) está na vertical, sua área é e seu centroide é e , logo, substituindo e na Equação 3a e e na Equação 3b, temos: Na figura do exemplo, a função que descreve a área demarcada é . Substituindo por nas equações acima, ficamos com: Como a função está variando com o , pois no termo da integral temos , logo, os limites de integração correspondem à posição em que começa a função ( e onde termina a função ( . Logo, esses são os limites inferior e superior de integração e podem ser substituídos na equação acima, assim, a equação toma a seguinte forma: Resolvendo as integrais de polinômio conforme regra vista na Equação 3, vista anteriormente, temos: Substituindo os limites superior e inferior, ficamos com: As divisões acima podem ser resolvidas multiplicando a divisão que está no numerador pelo inverso da divisão do denominador, ou seja: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/46 Exemplo 2: Calcule o centroide de área do triângulo mostrado: Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: Vamos aplicar a Equação 3, logo, precisamos definir a área do elemento infinitesimal. Note que o elemento infinitesimal está na horizontal, logo sua área é e seu centroide é e como mostra a figura. A nossa integral será em função de , pois no termo da integral temos . Logo, devemos isolar o da função como segue: Substituindo o valor acima de na área do elemento infinitesimal, temos: e substituindo e na Equação 3b, temos: No termo do numerador, podemos fazer a distributiva, ficando: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/46 Note que há uma soma tanto no numerador, como no denominador, logo, podemos separar em duas integrais, ficando: Vamos resolver cada uma dessas quatro integrais. Os limites de integração estão associados ao intervalo inferior e superior que este triângulo pode variar em . Ele está desenhado iniciando em e terminando em (em que é a altura do triângulo). Substituindo os limites de integração na equação acima, temos: Observeque como a integral varia em função de , tudo o que não é (como e ) é considerado como constante e pode sair da integral, logo, reescrevendo a equação acima tirando as constantes para fora das integrais, ficamos com: Aplicando a regra de integração de polinômio, temos: Substituindo os limites de integração no lugar do , ficamos com: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/46 Simplificando alguns termos, temos: Extraindo o m.m.c. do numerador e denominador, ficamos com: A divisão acima pode ser resolvida multiplicando a divisão que está no numerador pelo inverso da divisão do denominador, ou seja: Simplificando, temos: Obs.: Este resultado vale para qualquer triângulo retângulo e indica que o centroide está localizado a um terço da altura medida a partir da base do triângulo. O centroide em também poderia ser obtido e resulta em , resultado que utilizamos em conteúdos anteriores. TEMA 2 – CENTRO DE GRAVIDADE E CENTROIDE PARA CORPOS COMPOSTOS Em muitos problemas da engenharia, a estrutura é feita com elementos de geometria simples (Figura 7a) como retângulo, círculo, triângulo, semicírculo etc., ou um composto de geometrias simples (Figura 7b): 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/46 Figura 7 – (a) Estrutura com vigas e colunas de geometria simples e (b) coluna composta de geometrias simples (a) (b) Créditos: BQMENG/Shutterstock; STEPHAN LANGHANS/Shutterstock. Quando o elemento estrutural consiste em uma geometria composta por segmentos simples, podemos dividi-lo de forma a separar tais segmentos simples e obter o centroide de cada segmento em relação a um ponto de referência. Por exemplo, considere a estrutura apresentada na Figura 8a. Observe que cada viga e coluna são do tipo I ou H (Figura 8b) e este tipo de geometria pode ser subdividido em 3 retângulos como mostra a Figura 8c: Figura 8 – (a) Estrutura composta por vigas e colunas do tipo I ou H, (b) viga I ou H e (c) divisão da viga em três segmentos retangulares 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/46 Créditos: Zhengzaishuru/Shutterstock; Nattakit Jeerapatmaitree/Shutterstock; Blojfo/Shutterstock. Como as figuras que compõem a viga são simples, sabemos determinar facilmente sua área. Logo, a área total corresponde à soma da área de cada segmento. Considerando problemas bidimensionais para o cálculo do centroide de figuras simples e compostas, o centroide nas direções em e são dadas por: em que e correspondem ao centroide de cada segmento em relação a um ponto de referência e é a área de cada segmento. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/46 O seguinte passo a passo pode ser seguido para o cálculo do centroide de peças compostas por segmentos simples: 1. Divida a peça em segmentos (figuras) geométricos conhecidos (utilize o menor número possível para facilitar); 2. Defina um eixo de referência fixo ( ); 3. Calcule o centroide e/u de cada segmento em relação ao eixo de referência; 4. Calcule a área de cada segmento; 5. Calcule o centroide da peça completa, e/ou , por meio das Equações 4a e 4b. Exemplo 3: Localize o centroide da área da seção transversal da viga: Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: Seguindo o passo a passo descrito, podemos dividir a seção transversal da viga em dois segmentos de retângulo: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/46 Fonte: Hibbeler, 2018. O eixo de referência já está definido conforme figura, em que o eixo passa pela base da peça e o eixo passa pelo centro da peça. O terceiro passo indica que devemos calcular o centroide de cada segmento em relação ao eixo de referência . Como no enunciado pede somente o centroide em , precisamos do de cada segmento em relação ao eixo como mostra a seguinte figura: Fonte: Hibbeler, 2018. O centroide do primeiro segmento, , em relação ao eixo de referência é obtido dividindo a altura do primeiro segmento por 2, pois o centroide de um retângulo fica no centro dele, ou seja: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/46 O centroide do segundo segmento, , em relação ao eixo de referência é obtido somando a altura do primeiro segmento com a altura do segundo segmento dividida por 2, ou seja: O cálculo da área de cada segmento é muito simples, pois são dois retângulos, logo: O último passo é aplicar a Equação 4b. Assim temos: portanto, . Cálculos semelhantes podem ser feitos considerando a massa, ou o peso de elementos que compõem uma determinada estrutura. Vamos compreender melhor esta questão nos próximos exemplos. Exemplo 4: Localize o centro de massa para o sistema de montagem de compressor. O centro de massa de cada componente e suas respectivas posições são mostradas na figura. Fonte: Hibbeler, 2018. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/46 Solução: Como já foram fornecidas a massa e a localização do centro de massa de cada componente do sistema, vamos obter a localização do centro de massa em relação aos eixos de referência pré-definidos como mostra a seguinte figura: Ajustando as Equações 4a e 4b para o problema envolvendo o centro de massa, temos: em que corresponde à massa de cada elemento conforme a figura inicial do problema, ou seja, , , , e , logo, as equações acima resultam em: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/46 TEMA 3 – MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREA Para iniciar este tema, gostaria que você refletisse sobre a seguinte pergunta: Se uma força for aplicada no centro de uma régua, ela resistirá melhor a essa força na posição deitada (Figura 9a) ou “de pé” (Figura 9b)? Figura 9 – Régua submetida à uma força na posição (a) deitada e (b) de pé A resposta é óbvia. Na posição deitada, ela tem uma resistência menor à flexão, logo, ela abaulará com maior facilidade (Figura 10a), e dependendo da intensidade da força , ela poderá até quebrar. Já na posição “de pé”, ela resiste (suporta) uma força muito maior do que a do primeiro caso e é muito difícil de flexioná-la (abaulá-la), conforme pode ser observado na Figura 10b: Figura 10 – Flexão de uma régua na posição (a) deitada e (b) de pé 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/46 Mais uma pergunta para você refletir. Por que isso que acabamos de observar acontece? O motivo é o momento de inércia de área. Esta é uma propriedade geométrica da seção transversal dos elementos estruturais e está relacionada com a resistência à flexão. A régua na posição de pé possui um momento de inércia muito maior do que na posição deitada, por isso resiste muito mais a esse tipo de carregamento. Este tema é muito importante no estudo de vigas como vãos de ponte (Figura 11a), eixo de transmissão (Figura 11b) e qualquer estrutura sob carregamento de flexão. Vamos aprender inicialmente o equacionamento para o desenvolvimento dos cálculos de momento de inércia de geometrias quaisquer, e no Tema 4, você verá como determinar o momento de inércia de estruturas com geometrias simples, como o exemplo da régua. Figura 11 – (a) Vãos de ponte e (b) eixo de transmissão do carro (a) (b) Créditos: Jason Finn/Shutterstock; M181/Shutterstock. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/46 3.1 MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREA – ABORDAGEM GERAL Considerando uma seção transversal qualquer como mostra a Figura 12, os momentos deinércia de uma área diferencial em relação aos eixos e , respectivamente, são: e . Figura 12 – Seção transversal qualquer para o desenvolvimento das equações de momento de inércia de área Fonte: Hibbeler, 2018. Integrando ambos os lados da equação anterior, ficamos com: Em problemas envolvendo torção, como é o caso de eixos em geral, a resistência ao torque é função do momento polar de inércia, ou seja, quanto maior o momento polar de inércia, mais torque o eixo resistirá. Esse parâmetro é dado por: O seguinte procedimento é indicado para o cálculo do momento de inércia: Se a função que descreve a área for expressa na forma de , um elemento diferencial retangular deverá ser desenhado de modo que ele tenha um comprimento finito ou ) e uma largura diferencial ou ). Esse elemento deverá ser desenhado de modo a cruzar a função em um ponto qualquer , ). 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/46 Oriente o elemento de modo que o seu comprimento fique paralelo ao eixo sobre o qual o momento de inércia será calculado. Por exemplo, se for calcular o , o elemento diferencial deverá ser desenhado na horizontal, ou quando calcular o , deverá posicioná-lo na vertical. Exemplo 5: Determine o momento de inércia de área do retângulo mostrado em relação aos eixos ( que passam por seu centroide e calcule o momento polar de inércia passando pelo centroide . Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: A área do elemento diferencial de área , representado pelo retângulo cinza da figura, é calculada multiplicando a base desse retângulo por sua altura. A base corresponde à e a altura é igual a . Logo, , em que o apóstrofo ( ) é apenas uma representação para mostrar que estamos considerando o eixo de referência e não o ou . Substituindo este valor na Equação 6, vamos determinar o momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centroide desse retângulo, dado por: Esta integral será avaliada no intervalo correspondente à altura do retângulo completo, pois a integral varia com o . Em relação ao eixo que passa pelo centroide do retângulo, o intervalo inferior é e o intervalo superior é . Logo, a integral acima pode ser reescrita como: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/46 O termo corresponde à base do retângulo que pode assumir qualquer valor, logo, é uma constante e pode sair da integral, ficando: Resolvendo a integral de polinômio, conforme trabalhado em exercícios anteriores, temos: Substituindo os limites de integração, ficamos com: A unidade é sempre de comprimento à quarta (metros, milímetros, polegadas, pés etc.). Fazendo o mesmo processo para o cálculo do momento de inércia de área que passa pelo centroide , colocando o elemento diferencial na posição vertical e substituindo os limites de integração por e , temos a seguinte integral a ser resolvida: Aplicando a mesma metodologia descrita para o cálculo do , o resultado da integral acima é: Como visto na Equação 7, o momento polar de inércia é obtido pela soma dos momentos de inércia e , logo: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/46 3.2 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS Até agora, vimos como determinar o momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centroide do corpo. Mas se o objetivo for determinar o momento de inércia de uma peça que passa por um eixo qualquer paralelo ao eixo que passa centroide, podemos utilizar o teorema dos eixos paralelos, definido como: em que e correspondem ao momento de inércia em relação aos eixos e que passam pelo centróide, é o momento polar de inércia em relação ao centroide, é a área da peça, é a distância entre os eixos paralelos e , é a distância entre os eixos paralelos e , e . Vamos aplicar esta ideia ao exemplo anterior. Exemplo 6: Calcule o momento de inércia de área em relação ao eixo que passa pela base do retângulo ( 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/46 Fonte: Adaptado Hibbeler, 2018. Solução: No exemplo anterior, descobrimos o momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centroide da peça. Agora, vamos aplicar a Equação 8a para obter o momento de inércia que passa pelo eixo da base da peça, ou seja, o eixo , em que , e é a distância entre os eixos e , logo, . extraindo o m.m.c., temos: Neste tema, vimos como determinar o momento de inércia de área de funções quaisquer e de figuras simples. No exemplo anterior, obtivemos o momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centroide de um retângulo. A partir de agora, podemos utilizar esses resultados quando nos depararmos com um problema com figuras retangulares, como uma viga I ou H. Para figuras circulares, o momento de inércia de área em relação ao eixo centroidal é: em que corresponde ao raio da circunferência. O momento polar de inércia é: Se a peça for um tubo, seu momento de inércia de área é dado por: em que corresponde ao raio externo e ao raio interno do tubo, e o momento polar de inércia é descrito como: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/46 No projeto de vigas, utilizamos o momento de inércia para determinar a tensão de cisalhamento transversal, de flexão e a carga crítica de flambagem. TEMA 4 – MOMENTO DE INÉRCIA PARA ÁREAS COMPOSTAS É muito comum, na engenharia, encontrar elementos estruturais feitos com geometrias compostas (Figura 13), ou seja, geometrias que podem ser divididas em elementos simples como retângulos, círculos, triângulos etc. Figura 13 – Tipos de seção de elementos estruturais Créditos:HENNADII H/Shutterstock. Quando nos depararmos com uma seção de áreas compostas, podemos seguir o seguinte passo a passo para determinar seu momento de inércia: 1. Divida a seção em segmentos de geometria simples e obtenha a distância perpendicular entre o centroide dos segmentos e o eixo de referência ( e ; 2. Calcule o momento de inércia em relação ao centroide de cada segmento ( e ). Para figuras retangulares, temos a seguinte equação para o momento de inércia: e . Para figuras circulares, o momento de inércia é dado por: ; 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/46 3. Determine a área ( ) de cada segmento; 4. Determine a distância entre o centroide de cada segmento e um eixo ou ponto de referência; 5. Calcule o momento de inércia ( e ) de cada segmento em relação ao centroide da peça por meio das Equações 8a e 8b. 6. Calcule do momento de inércia total pela soma dos momentos de inércia de cada segmento. Obs.: se algum segmento for um furo, o momento de inércia dele deverá ser subtraído. Exemplo 7: Calcule o momento de inércia de área da peça mostrada na figura em relação ao eixo . Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: esta peça pode ser dividida em dois segmentos, um retângulo de base igual a 100 mm e altura de 150 mm (75 + 75) e uma circunferência de raio igual a 25 mm. Note que essa circunferência é um furo, logo, ela retira inércia da peça. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/46 A distância entre o centroide desses segmentos e o eixo de referência é e O próximo passo é calcular o momento de inércia de cada segmento em relação ao centroide, assim temos: O passo três sugere o cálculo da área de cada segmento, logo, temos que: Agora, vamos calcular a distância entre o centroide de cada segmento e o eixo referência que no caso é o próprio eixo . Portanto, essa distância é dada por: Finalmente, o cálculo do momento de inércia em relação ao eixo é obtido aplicando o teorema dos eixos paralelos, logo:O momento de inércia total é: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/46 Fonte: Hibbeler, 2018. Observe que o momento de inércia da circunferência entrou no cálculo como um valor negativo, pois é um furo. Exemplo 8: Calcule o momento de inércia de área da peça mostrada na figura em relação ao eixo que passa pelo centroide . Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: O primeiro passo é dividir essa peça em segmentos. Podemos dividi-la de duas formas: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/46 (a) (b) Vamos considerar a primeira divisão (Figura a), pois a resolução com a segunda divisão (Figura b) é apresentada no nosso livro texto. Assim, você poderá ver que, para ambos os casos, o resultado é o mesmo. Temos as seguintes distâncias a serem consideradas neste exemplo: Fonte: Hibbeler, 2018. O eixo de referência foi posicionado sobre o centroide da peça. Logo, as distâncias dos centroides de cada segmento em relação ao eixo de referência ), são: , , pois o centroide do segmento 2 está sobre o centroide da peça ( , e , 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/46 , pois o centroide do segmento 2 está sobre o centroide da peça ( e . O próximo passo é calcular o momento de inércia de cada segmento em relação ao seu centroide. Como os três segmentos são retangulares, as equações dos momentos de inércia em relação aos eixos e , foram obtidas no Exemplo 5 e são definidas, respectivamente, por: Para cada segmento, temos: O passo três nos orienta a calcular a área de cada segmento. Assim, temos que: Agora vamos ao cálculo das distâncias entre o centroide de cada segmento e o eixo referência, que no caso é o próprio eixo que passa pelo centroide da peça, logo: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/46 Perceba que os sinais entre e ; e e são opostos, pois estão posicionados de forma “espelhada” na peça. Mas na prática, essa diferença de sinal não importa, pois esses termos serão elevados ao quadrado nas Equações 8a e 8b, assim temos: , Por fim, o momento de inércia total em cada direção é obtido pela simples soma do momento de inércia de cada segmento, assim temos: Vamos resolver um exercício retirado do livro Resistência dos Materiais do auto Hibbeler. Neste exercício, vamos aplicar os conhecimentos vistos nesta aula sobre centroide de área e momento de 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 32/46 inércia. Trata-se de um problema para o cálculo da tensão de cisalhamento de uma viga. Vamos ao enunciado: Exemplo 9: se a força equivale a , determine a tensão de cisalhamento máxima na seção crítica da viga. Os apoios A e B exercem apenas reações verticais sobre a viga. (a) (b) Fonte: Hibbeler, 2010. Solução: A equação da tensão de cisalhamento máxima é descrita como: em que é a força cortante máxima, obtida com o diagrama de força cortante, é uma propriedade geométrica denominada momento de terceira ordem, corresponde ao momento de inércia de área e corresponde à espessura da seção em que ocorre o cisalhamento máximo. Neste problema, vamos nos ater somente ao cálculo do momento de inércia de área, . Mas para isso, é necessário determinar o centroide de área da viga, pois a seção transversal não é de uma geometria simétrica na direção y, somente na direção x, ou seja, sabemos que o centroide em x passa pelo centro da figura, porém em y, nós teremos que calcular. Seguindo o passo a passo descrito no Tema 2, vamos obter desta peça iniciando pela divisão da peça em segmentos geométricos conhecidos. Para isso, existem duas possibilidades representadas 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 33/46 na seguinte figura: (a) (b) Tanto faz a escolha da divisão dos segmentos. Vamos escolher a primeira opção. O segundo passo sugere a definição de um eixo de referência fixo ( ). Como sabemos que a figura é simétrica na direção x, desenharemos o eixo y de forma que passe no meio da peça e o eixo x pode ser desenhado na base da peça, assim, temos a seguinte figura: O terceiro passo sugere o cálculo do centroide de cada segmento em relação ao eixo de referência. Esses centroides são representados na seguinte figura: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 34/46 As distâncias e são iguais, pois os retângulos são equivalentes, logo, seu valor corresponde a e a distância entre o centroide do segundo segmento e o eixo de referência é O quarto passo sugere o cálculo da área de cada segmento, logo: Por fim, podemos aplicar os resultados obtidos anteriormente no quinto passo por meio da Equação 4b, assim temos que: portanto, . Essa informação nos será útil no cálculo do momento de inércia, pois será necessário aplicar o teorema dos eixos paralelos. Conforme o passo a passo para o cálculo do momento de inércia, podemos partir do passo 2, ou seja, o cálculo do . Como todas as figuras são retangulares, temos que , logo: O passo 3 já foi feito e o passo 4 sugere o cálculo da distância entre o centroide de cada segmento e um eixo ou ponto de referência, em que, neste exemplo, o ponto de referência é o ponto crítico que passa pelo centroide da peça, , assim temos: Aplicando a Equação 8a para o cálculo do momento de inércia de cada segmento em relação ao centroide da peça, temos: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 35/46 Por fim, o momento de inércia da peça completa é dado pela soma dos momentos de inércia de cada segmento, assim temos: Concluímos a etapa desejada, mas note que a solução do exemplo não está completa. É necessário determinar os demais parâmetros da equação para conseguir determinar a tensão de cisalhamento máxima, mas vamos deixá-la para uma próxima oportunidade. Se você desejar, você pode obter a força de cisalhamento máxima, , utilizando a metodologia desenvolvida em conteúdos anteriores ou simplesmente utilizando a ferramenta vigas online. Note que à medida que trabalhamos com conceitos mais amplos, a quantidade de cálculos aumenta consideravelmente. Portanto, para projetar a viga do Exemplo 9, é necessário o conhecimento de muitos conceitos envolvidos no problema, tais como: DCL, reações de apoio, redução de um sistema simples de cargas distribuídas, diagrama de força cortante, centroide de área, momento de inércia de área e momento de terceira ordem. TEMA 5 – MOMENTO DE INÉRCIA DE MASSA Para explicar o conceito de momento de inércia de massa, gostaria que você refletisse sobre as Figuras 14a e 14b. É fácil dizer que quando deslocamos (transladamos) um objeto de um ponto a outro, a força que aplicamos é proporcional à massa do objeto, por isso é muito mais tranquilo empurrar uma bike do que um carro. Figura 14 – Homem empurrando (a) uma bicicleta e (b) um carro 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 36/46 (a) (b) Créditos: BBERNARD/Shutterstock; TONG_STOCKER/Shutterstock. Agora ao invés de pensar no movimento de translação, vamos pensar na rotação. Algo semelhante acontece. Note na Figura 15 que o balanço exerce um movimento de rotação em torno do eixo envolto pelas “alças” do balanço. Figura 15 – Criança e adulto em um balanço 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 37/46 Créditos:OLESIA BILKEI/Shutterstock. A pergunta que pode te ajudar a compreender melhor este tema é: qual das duas pessoas é mais fácilde empurrar, a criança ou o adulto? A resposta é óbvia, não é mesmo? É muito mais fácil empurrar a criança no balanço, pois seu momento de inércia de massa é muito menor em relação ao do adulto. Por definição, o momento de inércia de massa expressa o grau de dificuldade (resistência) em se alterar o estado de movimento de um corpo em rotação. Considere o corpo rígido representado na Figura 16. O momento de inércia de massa do corpo em relação ao eixo z é definido como: em que é a distância perpendicular do eixo até um elemento diferencial de massa arbitrário . Figura 16 – Corpo rígido aplicado ao estudo de momento de inércia de massa 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 38/46 Fonte: Hibbeler, 2018. Em muitas situações, é comum utilizar a densidade do corpo, , no problema. Nesse caso, a relação entre a densidade e a massa é dada por , em que corresponde a um elemento diferencial de volume. O Apêndice C.5 do nosso livro texto contém o momento de inércia de massa de algumas geometrias, como mostra a figura a seguir: Figura 17 – Apêndice C.5 - momento de inércia de massa 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 39/46 Fonte: Hibbeler, 2018. Exemplo 10: A chapa mostrada na figura possui uma densidade de 8000 kg/m² e uma espessura de 10 mm. Determine o momento de inércia desta chapa em relação ao eixo perpendicular ao plano que passa pelo centro de massa . Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: Podemos considerar a chapa como duas partes compostas, o disco de raio de 0,25 m menos o furo de raio de 0,125 m. Inicialmente, vamos tomar o disco como se ele não tivesse o furo para determinar o momento de inércia de massa, e depois podemos descontar o momento de inércia de massa do disco vazado (do furo). A massa do disco maciço é calculada considerando a densidade e o volume desse disco, ou seja: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 40/46 Considerando o momento de inércia de massa para disco circular, conforme figura 17, temos a seguinte equação para o cálculo do momento de inércia de massa em torno do eixo perpendicular ao plano do disco: . A massa do furo é calculada considerando a densidade e o volume do material que foi retirado do disco, ou seja: O momento de inércia de massa do furo em relação ao ponto e o eixo z é dado por: . Portanto, o momento de inércia de massa do disco vazado em relação ao eixo z localizado no ponto é, portanto, 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 41/46 Essas aplicações são para problemas em que o eixo de giro passa pelo centro de massa, , do corpo. Porém, se o objetivo for o de determinar o momento de inércia de massa em relação a um outro eixo, então é necessário utilizar o teorema dos eixos paralelos. 5.1 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS: MOMENTO DE INÉRCIA DE MASSA Se o momento de inércia de massa em relação ao eixo que passa pelo centro de massa do corpo é conhecido, então o momento de inércia de massa em relação à um eixo qualquer paralelo pode ser determinado utilizando o teorema dos eixos paralelos que é definido por: em que corresponde ao momento de inércia de massa em relação ao eixo que passa pelo centro de massa do corpo, é a massa do corpo e é a distância entre os eixos paralelos. Exemplo 11: considerando o Exemplo 10, determine o momento de inércia desta chapa em relação ao eixo perpendicular ao plano que passa pelo ponto . Solução: Como o ponto não está sobre o centro de massa do disco, temos que aplicar o teorema dos eixos paralelos para resolvê-lo (Equação 14). O momento de inércia de massa do disco maciço em relação ao eixo z’ que passa pelo ponto é dado por: em que é a distância entre os eixos paralelos, ou seja, a distância entre o ponto e o ponto , logo, Esse mesmo resultado pode ser obtido pela aplicação da equação apresentada na Figura 17 com as equações para o cálculo do momento de inércia de massa de um disco circular fino, assim 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 42/46 temos: O momento de inércia da parte vazada do disco em relação ao eixo z’ que passa pelo ponto é dado por: Por fim, o momento de inércia do disco em relação ao eixo z’ que passa pelo ponto é calculado por: Vamos resolver mais um exemplo para consolidar este assunto. Exemplo 12: o pêndulo mostrado na figura a seguir consiste em duas barras finas com massa de 9 kg cada. Calcule o momento de inércia de massa do pêndulo em relação ao eixo perpendicular ao plano do pêndulo e que passa através (a) do pino em e (b) do centro de massa do pêndulo. 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 43/46 Fonte: Hibbeler, 2018. Solução: Como são dois elementos de barra delgados, vamos tratar cada um de forma separada. (a) Conforme a Figura 17, para elementos esbeltos temos as seguintes equações para o cálculo do momento de inércia de massa em relação ao eixo que passa pelo centroide e em relação ao eixo que passa pela base: O trecho de barra , está posicionado de forma que o ponto passa por sua base, e é justamente sobre este ponto que vamos determinar o momento de inércia de massa do pêndulo. Logo, podemos utilizar a segunda forma da equação. Note que tanto faz escolhermos o eixo ou , pois ambos são perpendiculares ao eixo longitudinal z, e perceba que as equações são as mesmas para ambos os eixos. Sendo assim, vamos considerar que o eixo que está saindo do plano do pêndulo é o eixo , com isso, o momento de inércia de massa do trecho em relação ao ponto é: Lembre-se que a primeira equação também pode ser aplicada, porém será necessário utilizar o teorema dos eixos paralelos. O trecho também é uma haste delgada, porém vamos aplicar a primeira equação (momento de inércia de massa em relação ao centro de massa da haste, ) e o teorema dos eixos paralelos, pois a barra está à uma certa distância paralela ao eixo que passa pelo ponto , assim temos: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 44/46 em que corresponde ao comprimento da barra e é a distância entre os eixos paralelos, ou seja, a distância entre o eixo que passa pela haste e o eixo que passa pelo ponto , assim temos: Portanto, o momento de inércia de massa do pêndulo em relação ao eixo que corta o ponto é dado por: (b) A segunda parte da solução deste exercício envolve a aplicação do Tema 2 desta aula, o cálculo do centro de massa, . A vista frontal do pêndulo nos mostra duas hastes com geometria retangular e ambas de massa equivalente a 9 kg, logo, o centro de massa é dado pela aplicação da Equação 5, ou seja: O nosso ponto de referência está sobre o ponto , logo, as distâncias dos centros de massas de cada haste serão em relação à este ponto. A seguinte figura ilustra essas distâncias: 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 45/46 Analisando a figura acima, observamos que e . Note que é um valor aproximado, pois não foi fornecida a altura exata da barra . Aplicando a equação anterior para o cálculo do centro de massa, temos: O momento de inércia em torno do ponto é obtido mediante a aplicação da Equação 14 (teorema dos eixos paralelos), assim temos que: em que é o momento de inércia de massa em relação ao ponto , corresponde à distância entre o centro de massa e o ponto , ou seja, e é a massa total do pêndulo, ou seja, 18 kg. Resolvendo a equação acima, temos: isolando ficamos com: FINALIZANDO Nesta aula, você conheceu alguns parâmetros como: centro de gravidade, centro demassa, centro de área, momento de inércia de área e momento de inércia de massa, que são fundamentais no projeto de estruturas sob flexão, torção, cisalhamento, flambagem de colunas e problemas dinâmicos. O nosso livro texto possui outros exemplos resolvidos e muitos exercícios que certamente são úteis para o seu aprendizado. Não deixe de praticar e de tirar suas dúvidas com seu professor tutor. Bons estudos! REFERÊNCIAS 31/03/2021 UNINTER - PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 46/46 HIBBELER, R. C. Estática – Mecânica para Engenharia. 14. ed. Pearson, 2018. _____. Resistência dos Materiais. 7. ed. Pearson, 2010.
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