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O trabalho de oxigênio depende: Quantidade de O2 que entra nos pulmões (ventilação); Fluxo sanguíneo para os pulmões e tecidos (perfusão); Frequência de difusão – velocidade e capacidade de transporte de oxigênio. O TRANSPORTE DO DIÓXIDO DE CARBONO OCORRE SOB A FORMA DE BICARBONATO (HCO3) OXIHEMOGLOBINA - É essa proteína que leva oxigênio dos pulmões para os tecidos e dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. O transporte de oxigênio acontece porque essa molécula liga-se ao ferro da hemoglobina. CARBOHEMOGLOBIA - Composto resultante da combinação da hemoglobina com o monóxido de carbono. A afinidade da hemoglobina com o monóxido de carbono é muito maior do que para o oxigénio, sendo a carboxiemoglobina um composto mais estável que a oxiemoglobina. Esforço necessário para expandir e contrair os pulmões. A respiração em um indivíduo saudável deve ser tranquila e realizada sem esforço aparente. INSPIRAÇÃO – conjunto de movimento que permite a entrada de ar nos pulmões (processo ativo – receptores químicos) EXPIRAÇÃO – retira do ar do interior das vias respiratórias (processo passivo – propriedades elásticas dos pulmões; SURFACTANTE – mantem a tensão das superfícies dos alvéolos e evita que os mesmos entrem em colapso; ATELECTASIA – colapso dos alvéolos que impede a troca normal de oxigênio e de dióxido de carbono; COMPLACÊNCIA – capacidade dos pulmões para distender ou expandir em resposta ao aumento da pressão intra-alveolar. CORRENTE – é a quantidade de ar expirado após uma inspiração normal; RESIDUAL – é a quantidade de ar presente nos alvéolos após uma expiração completa; CAPACIDADE VITAL FORÇADA – quantidade máxima de ar que pode ser removida dos pulmões durante a expiração forçada. OXIGENAÇÃO ANTONIO MARCOS RODRIGUES DA SILVA A respiração é o mecanismo que o organismo utiliza para tocar gases entre a atmosfera e o sangue, bem como entre o sangue e as células. VENTILAÇÃO – processo de mover os gases para dentro e para fora dos pulmões (diafragma – principal músculo); PERFUSÃO – capacidade do sistema cardiovascular para bombear sangue oxigenado para os tecidos e retornar o sangue desoxigenado para os pulmões; DIFUSÃO - processo de troca de gases respiratórios nos alvéolos dos pulmões e dos capilares dos tecidos corporais. TRABALHO DA RESPIRAÇÃO VOLUMES PULMONARES Distúrbios que afeta o funcionamento cardiopulmonar; Diminuição da capacidade de transporte de O2: anemia e inalação toxica; Diminuição da concentração de oxigênio inspirado (obtruão das vias aéreas, elevação da altitude e diminuição da inspiração); Hipovolemia devido à perda de líquidos extracelular; Aumento da taxa metabólica (gestação, cicatrização, febre, etc); Distúrbios que afetam o movimento da parede torácica (gravidez, obesidade, trauma, doenças neuromusculares e do SNC). HIPOVENTILAÇÃO - a ventilação reduzida dos alvéolos pulmonares. Com isso, a eliminação de gás carbônico pelo corpo também reduz e, consequentemente, sua concentração aumenta no sangue, diminuindo o pH sanguíneo SINTOMAS – alteração no estado mental, disritmias e possível parada cardíaca (convulsões, inconsciência e morte) HIPERVENTILAÇÃO – a hiperventilação, por sua vez, é a ventilação aumentada dos alvéolos pulmonares, levando à perda excessiva de gás carbônico. Nesse caso, a concentração do gás carbônico no sangue diminui e o pH sanguíneo aumenta. SINTOMAS – respiração rápida, respirações suspiradas, dormência e formigamento das mãos/pés, tontura e perda da consciência. HIPÓXIA – oxigenação inadequada do tecido em nível celular, o que pode ocorrer mesmo na presença de quantidade normal no sangue arterial. CAUSAS: Nível de hemoglobina reduzido e capacidade reduzida do sangue de transportar O2; Concentração diminuída de O2 inspirado (altas altitudes); Incapacidade dos tecidos de extrair 2 do sangue (cianeto); Difusão reduzida de O2 proveniente dos alvéolos para o sangue (pneumonia); Perfusão tecidual deficiente com sangue oxigenado (choque); Ventilação comprometida (traumas torácicos, fratura de costelas). SINTOMAS: Apreensão; Cianose; Inquietação; Incapacidade de se concentrar; Perda da consciência; Mudanças de comportamento; Agitação; Fadiga; Alterações nos SSVV: aumenta da frequência de pulso e da frequência e profundidade das respirações. FATORES QUE AFETAM A OXIGEAÇÃO – FISIOLÓGICOS ALTERAÇÕES NO FUCIONAMENTO RESPIRATÓRIO Concentra-se na capacidade do paciente/cliente em atender as necessidades de oxigênio. Avaliar criticamente cada paciente com o objetivo de coletar dados precisos e importantes para determinar uma possível intervenção. Identificar tipos de problemas respiratórios e cárdicos: Fadiga; Dor (torácica, muscular) – localização, início, duração, radiação e frequência; Dispneia – hipóxia; Tosse (hemoptise); Chiado; Sinais e sintomas: Mudou de padrão? Presença de catarro? Cor? Início e duração: Uso de medicações para melhorar? Medidas não farmacológicas? Gravidade: Graduar dor e dispneia Fatores predisponentes: Tabagismo? Infecções respiratórias? Medicações? Alergias? Exercícios? Efeitos dos sintomas no paciente: Afetam atividades diárias? Ansiedade? Qualidade do sono? Consegue se alimentar normalmente? Durante o exame físico incluir a avaliação do sistema cardiopulmonar. Deve-se ter uma atenção especializada a pacientes idosos, devido ao processo de envelhecimento que pode afetar diretamente a capacidade respiratória do paciente. INSPEÇÃO – Observação completa do paciente, dando destaque a coloração da pele e mucosas, aspecto geral, grau de consciência, adequação da circulação sistêmica, padrões respiratórios e movimentos da parede torácica. Unhas: baqueteamento e cianose; Batimentos da asa do nariz; Movimentos da parede torácica com uso de musculatura acessória; Forma da parede torácica; Padrões respiratórios: BRADIPNEIA – a frequência respiratória é regular, porém, anormalmente baixa (menos de 12 incursões por minuto); TAQUIPNEIA – a frequência da respiração é regular, porém, anormalmente rápida (mais que 20 irpm); APNEIA – as respirações cessam por vários segundos. A cessação permanente resulta em parada respiratória; BIOT – períodos irregulares intercalados de apneia em uma sequência desorganizada; CHEYNE-STOKES – períodos variáveis de aumento da profundidade intercalados com apneia; HISTÓRIA DE ENFERMAGEM EXAME FÍSICO KUSSMAUL – rápida, profunda e difícil PALPAÇÃO – fornecimento de dados em diversas áreas. Palpar e registrar o tipo e quantidade de excursões respiratórias; Áreas de sensibilidade; Circulação periférica; Temperatura da pele; Enchimento capilar; Edema periférico; Pulsação da carótida PERCUSSÃO – detecta a presença de fluido anormal ou ar nos pulmões. Excursão diafragmática. AUSCULTA – sons cardíacos e pulmonares normais e anormais. Sopro – localização, intensidade, densidade e qualidade; Colapso, líquidos ou estreitamento – pulmonar Intolerância a atividade; Diminuição d debito cardíaco; Fadiga; Medo. Troca gasosa comprometida; Padrão respiratório ineficaz; Risco de aspiração; Ansiedade; Déficit de conhecimento; Perfusão tissular alterada; Manutenção de saúde alterada; Risco a infecção. Plano individualizado de cuidado para cada diagnóstico de enfermagem; Respeitar as preferencias do paciente pelo seu grau de participação ativa no processo de cuidado; Promoção da saúde – vacinas e estilo de vida saudável; Realizar atividades multiprofissional; CUIDADO AGUDO – Intervenções voltadas para travar o processo patológico., encurtamento da gravidade e duração de uma doença e prevenção de complicações da enfermidade ou tratamento. Prevenircondições do ambiente externo que predispõem um suprimento deficiente de oxigênio; Proteger os pacientes da falta de oxigênio local ou generalizada; Executar medidas para manter a ventilação ou aumentar o suprimento de oxigênio disponível para a absorção. MANUTEÇÃO DAS VIAS AÉREAS Estimular a tosse; Realizar aspiração; Retirar corpos estranhos; Posicionamento correto do cliente; MOBILIZAÇÕES DE SECREÇÕES PULMONARES Hidratação adequada; Umidificações; Nebulização DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO MANUTENÇÃO OU PROMOÇÃO DA EXPANSÃO PULMONAR Posicionamento; Encaminhamento para fisioterapia respiratória MANUTEÇÃO E PROMOÇÃO DA OXIGENAÇÃO Oxigenioterapia quando prescrita (cânula nasal, cateter nasal, mascara facial e ventilação mecânica) Avaliar sinais e sintomas do estado de oxigenação dos pacientes, após as intervenções de enfermagem; Pergunte ao paciente sobre a percepção da oxigenação após as intervenções; Pergunte as expectativas estão sendo bem atendidas; A oxigenoterapia é definida como a administração de oxigênio em concentrações superior àquela encontrada no ar atmosférico. (FIO2 21%) A oxigenoterapia tem o objetivo para tratar ou prevenir os sintomas e manifestações da hipoxemia, que pode ter como causas a diminuição do O2 inspirado (altitude), hipoventilação (IRpA, DPOC, rebaixamento de nível de consciência), distúrbio V/Q, atelectasia, embolia pulmonar ou obstrução da VA.. SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO (SATO2): porcentagem de hemoglobina que está ligada a moléculas de oxigênio. FRAÇÃO INSPIRADA DE O2 (FIO2): porcentagem de oxigênio no ar inspirado. Em ar ambiente, ao nível do mar, temos uma FiO2 de 21%. OBJETIVOS: Corrigir e reduzir os sintomas relacionados à hipoxemia e melhorar a difusão de O2; Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com dificuldade de transporte de O2; Facilitar a absorção de ar das cavidades orgânicas; Minimizar a carga de trabalho cardiopulmonar; Manter a PaO2 entre 80 – 100 mmHg e Sat de O2 de 90 a 100%. INDICAÇÕES: Situações de hipoxemia: PaO2 < 60 mmHg e SatO2 <90% em ar ambiente e repouso. Parada cardiorrespiratória; IAM – reduz sobrecarga cardíaca; Intoxicação por gases (CO2); Traumatismo grave; Angina instável; Recuperação pós-anestésica (procedimentos cirúrgicos); AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM INTRODUÇÃO A OXIGENIOTERAPIA Doenças pulmonares (DPOC, insuficiência respiratória aguda e crônica, asma); Insuficiência cardíaca congestiva (ICC); Apneia obstrutiva do sono O oxigênio é prescrito em relação ao fluxo ou à concentração, dependendo das necessidades do paciente e da capacidade do dispositivo de administração; O fluxo de oxigênio é expresso em litros/minutos. A concentração é expressa como um percentual ou como uma fração de oxigênio inspirado (FiO2); Usar a concentração mínima ou o menor fluxo possível para alcança um nível de oxigênio sanguíneo adequado. O oxigênio é liberado de um cilindro ou de um sistema com válvulas; Uma válvula de redução para reduzir a pressão; Fluxômetro regula o controle de oxigênio; Umidificador é acoplado para umidifica o oxigênio que não deve ser administrado puro (seco) SISTEMAS DE BAIXO FLUXO – Fornecem oxigênio suplementar diretamente nas vias aéreas com fluxo de até 6 l/min ou menos. Como o fluxo inspiratório de um individuo adulto é superior a este valor, o oxigênio fornecido por este dispositivo de baixo fluxo será diluído com o ar, resultando numa FiO2 baixa e variável. SISTEMA DE ALTO FLUXO – Os sistemas de alto fluxo fornecem uma determinada concentração de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assim asseguram uma FiO2 conhecida. CÂNULA NASAL É empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse e alimente-se, sem interrupção de O2; Limitar o fluxo máximo de O2 a 6 l/min para minimizar o ressecamento da mucosa nasal; Usar umidificador; Usar a “regra dos quatros” para estimar a concentração: para cada l/min de O2, a concentração aumenta em 4% (ex: 1 l/min fornece 24%, 2 l/min fornecem 28%). Sua principal indicação é hipoxemia leve, conseguindo reverter a hipoxemia na maioria dos casos em que se há uma diminuição leve da SatO2 (92-94%). Sua principal desvantagem é que o uso prolongado ou aplicação de fluxos altos podem levar a ressecamento da mucosa nasal ou até lesões na mucosa. PRINCÍPIOS GERAIS DA OXIGENIOTEAPIA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO - MÉTODOS SISTEMA DE BAIXO FLUXO COMO TITULAR A FiO2 NOS SISTEMAS DE BAIXO FLUXO? FLUXO DE O2 FIO2 1 Lpm 24% 2 Lpm 28% 3 Lpm 32% 4 Lpm 36% 5 Lpm 40% 6 Lpm 44% CUIDADOS DE ENFERMAGEM – CÂNULA NASAL Trocar a cada 12H; Manter o umidificador sempre com água até o nível indicado; A água do umidificador deve ser estéril e trocada a cada 24h (ideal a cada 12h); Troca do sistema a cada 24h; Hidratar as narinas com vaselina; Fazer a limpeza das narinas com compressas úmidas; Avaliar alterações significativas da respiração, registrar e comunicar a equipe médica; Observar a coloração do paciente, presença de tosse e tipo de escarro e registrar; Observar a obstrução ou angulamento do cateter e intermediário; Realizar o procedimento de preferencia com paciente em posição de semi-fowler; Realizar anotações de enfermagem. CATETER NASOFARÍNGEO Método empregado quando o paciente requer uma concentração baixa de O2 por meio de um cateter introduzido em uma das narinas; Teoricamente, deve posicionar-se até uma distância equivalente a úvula, no entanto, seu posicionamento geralmente se faz as cegas até uma profundidade igual à distância entre o nariz e o lóbulo da orelha; A concentração de O2 neste dispositivo varia de acordo com o fluxo ofertado por minuto, o tamanho dos seios da d=face, FR e o volume respiratório do paciente. FiO2 = 4 X FLUXO + 20 CUIDADOS DE ENFERMAGEM – CATETER NASOFARÍNGEO Idem a cânula nasal...... EXCETO: Como este dispositivo afeta diretamente a produção de secreções em VAS, o mesmo deve ser removido e substituído a cada 8h e preferencialmente na narina oposta. MÁSCARA FACIAL SIMPLES Empregado quando o paciente requer uma concentração baixa ou média de O2 com FiO2 de 0.40 a 0.60; Fluxo mínimo de 5 L/min para prevenir retenção de dióxido de carbono (CO2).; Serve como veiculo para administração de medicações inaláveis e umidificar as vias aéreas; MÁSCARA COM RESERVARTÓRIO – REINALAÇÃO PARCIAL Sistema não possui válvulas; Durante a inspiração o O2 passa diretamente ao paciente e durante a expiração, parte do ar é armazenado na bolsa e a outra parte é exalada por orifícios laterais; Velocidade de fluxo sugerida: 8 - 11 L/min; Percentual de O2: 50 – 75% MÁSCARA COM RESERVATÓRIO – NÃO-REINALAÇÃO Impede a reinalação através de válvulas unidirecionais; Uma válvula inspiratória no topo da bolsa; Válvulas expiratórias cobrem as portas de expiração sobre o corpo da máscara; Durante a inspiração, uma leve pressão negativa fecha as válvulas expiratórias e impede a diluição aérea, ao mesmo tempo que a válvula inspiratória se abre mediante fluxo positivo de O2; Velocidade de fluxo sugerida: 12 L/min; Percentual de O2: 80 – 100% MÁSCARA DE ARRASTAMENTO DE AR – SISTEMA DE VENTURI Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de oxigênio sem considerar a profundidade ou frequência da respiração; O ar é arrastado por força de cisalhamento nos limites do fluxo de jato de O2 que passa por um orifício, quanto menor for o diâmetro deste orifício, maior a velocidade do fluxo e maior a quantidade de ar arrastada; A FiO2é regulada de acordo com a escolha do adaptador de jato; Seu benefício está em situações em que se busque um desmame da oferta de oxigênio ou nas quais uma oferta exagerada e/ou descontrolada pode ser prejudicial, como em pacientes com DPOC. Também é muito usado em crianças e em paciente em desmame de oxigenoterapia. FiO2 COR FLUXO 0.24 AZUL 3 0.28 AMARELO 6 0.31 BRANCO 8 0.35 VERDE 12 0.40 ROSA 15 0.50 LARANJA 15 SISTEMA DE ALTO FLUXO Proporcionar o maior conforto ao paciente; Tranquilizar quanto a administração; Administrar O2 na proporção adequada e controlada; Umidificação adequada; Afastar qualquer meio que possa causar acidente (incêndio); Colocar o aviso de “Não Fumar” na porta do quarto do paciente; Antes de administrar O2, já deixar ligada a válvula na concentração adequada; Verificar SSVV de 4/4h; Fornecer líquidos; Inspecionar a coloração das extremidades; Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão; Após utilização dos kits, colocar em um saco plástico para ser encaminhado para a CME; Fazer a higiene nasal e hidratar sempre que necessário. REFERÊNCIAS POTTER, Patricia Ann; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. Elsevier Brasil, 2018. Oxigenoterapia: Manual dos Dispositivos de Oxigenação. SANARMED, 2020. SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth, Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 2005. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA OXIGENIOTERAPIA
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