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Fisiologia do sistema digestório parte II (Boca e esôfago)

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©
 
O alimento percorre um longo caminho repleto de processos 
desde a cavidade oral até finalmente chegar ao estômago. 
Nesse caminho atravessa a cavidade oral, passando pela 
mastigação, até que comece a ser deglutido passando da 
cavidade oral para o esôfago (transito esofágico) até chegar a 
cavidade estomacal, a fim de que seja armazenado e se inicie 
a digestão. 
 
 
Durante a passagem do alimento pela cavidade oral é 
necessário a ação da saliva sobre este, entretanto, a saliva 
possui uma série de funções, dentre elas: proteção, efeito 
tampão (neutralização de ácidos bucais), gustação (solvente 
que contribui para o paladar), ação antimicrobiana, reparo 
tecidual (acelera o tempo de coagulação), manutenção da 
integridade dos dentes, regulação da temperatura do 
alimento, limpeza mecânica, fonação, e no enfoque desse 
resumo: a digestão, pela presença de enzimas digestivas 
(amilase salivar). A saliva é composta por água, proteínas, 
pequenas moléculas orgânicas e eletrólitos (bicarbonato, 
cálcio, magnésio, flúor, etc). Vale ressaltar que a saliva tem 
papel fundamental na higienização oral, pois, sua função 
bactericida reside na presença de lisozimas que atacam 
bactérias e pela presença de anticorpos (IgA, IgG e IgE) com 
importante capacidade opsonizante. 
 
A saliva é produzida por três grupos de glândulas: a parótida, a 
submandibular e a sublingual. A unidade estrutural dessas 
glândulas é chamada de adenômero (semelhante a um cacho 
de uva), possuindo células epiteliais glândulares que formam 
os ácinos e são responsáveis pela secreção da saliva que será 
levada até a superfície bucal pelos ductos intercaladas 
estriados e excretores. As glândulas podem ser serosas ou 
mucosas, as primeiras sintetizam, armazenam e secretam 
inúmeras enzimas como lipases, alfa amilase salivar e até 
mesmo IgA. Já as últimas sintetizam, armazenam e 
secretam mucina, que á glicoproteína que constitui o muco, 
cuja função é lubrificar e proteger as mucosas. As parótidas 
(acinosas) são serosas, e produzem 25% do total de saliva, as 
submandibulares (tuboacinosas) são majoritariamente 
serosas e realizam 70% da produção, enquanto as sublinguais 
(tuboacinosas) são majoritariamente mucosas e realizam 
apenas 5% da produção de saliva. 
 
 
A secreção de saliva é continua chegando à velocidade 
máxima de 1ml a cada minuto por grama de glândula. A 
secreção salivar é regulada por mecanismos reflexos nos 
núcleos salivares superiores e inferiores, por meio da ação da 
porção parassimpática do sistema nervoso autônomo (nervo 
facial e glossofaríngeo). Existem quatro tipos de reflexos 
salivares originados por diferentes estímulos. O reflexo 
incondicionado é regulado parassimpaticamente, os núcleos 
salivares são excitados pelo sabor, estímulo tátil, fluidez e 
conteúdo proteico do alimento, de maneira que o alimento 
esteja presente na cavidade oral. Já o condicionado ocorre 
devido a atividade de áreas corticais, podendo ser excitatório 
ou inibitório, sendo causado por estímulos como odor, visão, 
audição lembrança ou imaginação do alimento, de forma que 
o alimento não necessita estar na boca para impulsionar o 
estímulo. Existem reflexos originados no estômago ou no 
intestino, em resposta a estímulos como alimentos irritantes 
e anomalias gastrointestinais. Há ainda reflexos de regulação 
secundária, relacionados ao suprimento sanguíneo as 
©
 
glândulas, nesse caso sinais dos nervos parassimpáticos 
dilatam os vasos sanguíneos, levando à salivação volumosa. 
Em contrapartida, os sinais oriundos dos nervos simpáticos 
em um primeiro momento estimulam a contratilidade de 
células mioepiteliais, resultando na secreção da saliva pré-
formada, entretanto, após alguns instantes há a diminuição 
do fluxo salivar, em vista da redução da irrigação sanguínea 
pela vasoconstrição simpática, acarretando em xerostomia 
(boca seca). 
 
OBS: Acetilcolina, norepinefrina e substância P aumentam a 
secreção da amilase salivar. 
 
 
A mastigação é o processo de trituração dos alimentos pelos 
dentes, bem como sua mistura pelos movimentos linguais, e 
tem por objetivo aumentar a exposição das porções nutritivas 
dos alimentos, a fim de que os nutrientes sejam melhor 
absorvidos, ao sofrer uma ação mais incisiva das enzimas 
digestivas. O reflexo mastigatório se inicia com a presença do 
alimento na cavidade oral, posteriormente, há a inibição do 
musculo mastigatório e consequentemente a queda da 
mandíbula, por fim o reflexo de estiramento do músculo da 
mandíbula realiza uma contração rebote, e assim 
sucessivamente. 
 
A deglutição é o ato de deslocar o alimento da boca até o 
estômago, possuindo a fase voluntária e a fase faríngea. Na 
primeira, há compressão voluntária do alimento para trás 
contra o palato, já na fase faríngea o bolo alimentar estimula 
receptores de pressão na faringe, os receptores enviam 
impulsos aferentes para o centro da deglutição, 
desencadeando uma série de contrações musculares. Sendo 
assim, após a ativação do centro de deglutição os lábios se 
fecham e a língua empurra o bolo alimentar a parte posterior 
da faringe, posteriormente, o palato mole é empurrado para 
cima e fecha parte superior das narinas. As pregas vocais 
também se fecham, a laringe sobe e a epiglote a se dobra para 
trás e tampa a traqueia, por fim, o esfíncter esofágico 
superior relaxa e o alimento desde para o esôfago. 
 
 
O trânsito esofágico é o evento que busca conduzir o 
alimento da faringe para o estômago. É divido em três fases: 
abertura do esfíncter esofágico superior, peristalse 
esofagiana e abertura do esfíncter esofágico inferior. 
• Abertura do esfíncter esofágico superior 
O esfíncter esofágico superior é composto de músculo 
esquelético, e forma uma zona de alta pressão que impede as 
distensões durante a respiração. Em repouso há a contração 
tônico do esfíncter, por inervação motora, de modo que este 
está semi-contraido. Durante a deglutição há o relaxamento 
do esfíncter pela inibição da atividade nervosa excitatório, a 
partir daí, há a distensão do esôfago para que o alimento siga 
(a regurgitação de secreção gástrica aumenta o seu tônus). 
No esôfago, as paredes flácidas acabam por acompanhar as 
variações de pressão no tórax. 
 
 
• Peristalse esofagiana (continuidade do reflexo da 
deglutição) 
O esôfago apresenta peristaltismo primário e peristaltismo 
secundário, a peristalse primária é a continuação da onda 
peristáltica iniciada na faringe que se propaga até o esôfago 
©
 
com a contração sequencial da musculatura circular do corpo 
do esôfago no sentido próximo-distal. A peristalse secundária 
ocorre na presença de restos de partículas alimentares 
dentro do esôfago (ou por refluxo gástrico), e é causada pela 
distensão do esôfago pela presença de comida. Ela é iniciada 
por circuitos neurais intrínsecos (plexo mioentérico) e por 
reflexos transmitidos pelas fibras aferentes vagais do 
esôfago. A estimulação vagal ocorre na faringe e em 1\3 do 
esôfago atuando na porção de músculo estriado, causando 
ondas peristálticas modulada por impulsos nervosos 
esqueléticos (nervo vago e glossofaringeo). As fibras 
nervosas entram em contato direto com as fibras 
musculares, liberando acetilcolina. Já o 2/3 restante da parte 
inferior do esôfago é constituído de musculo liso, nesse caso 
as fibras musculares estão em contato somente com os 
neurônios do plexo mioentérico, e a estimulação vagal aqui 
ocorre através do SNE. 
 
 
• Abertura do esfíncter esofágico inferior 
O esfíncter esofágico inferior é encontrado na parte inferior 
do esôfago, na junção com o estômago (gastroesofágica). 
Nessa região o músculo liso encontra-se espessado e 
funciona como o esfíncter gastroesofágico. Durante o 
repouso também manifesta um estado de semi-contração 
pela contração tônica (prevenindo o refluxo gástrico), e 
durante a peristalse há o relaxamento deste, a fim de permitir 
a passagem do alimento. Seu relaxamento ocorre em 
resposta ao peristaltismo primário, eé mediado por fibras 
vagais que inibem o músculo circular. O controle da contração 
tônica é realizado pelos nervos intrínsecos e extrínsecos 
(pela ação de hormônios e neuromoduladores) e pelos nervos 
vagais colinérgicos. 
 
A disfagia é qualquer alteração ou dificuldade no processo de 
deglutição que ocorra durante o transporte do alimento da 
boca até o estômago, podendo causar broncoaspiração 
(resíduos de alimentos, saliva e/ou líquidos que vão para o 
pulmão), sufocamento, problemas pulmonares, 
desidratação, perda de peso e pneumonia, podendo levar o 
paciente ao óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
©
 
 
 
1- Descreva os efeitos da saliva quando o alimento está na cavidade oral. 
A saliva possui inúmeras ações sobre o alimento, como o inicio da digestão de carboidratos por ação da alfa amilase salivar, 
manutenção da temperatura do alimento, eliminação de possíveis organismos provenientes do alimento pela ação de lisozimas e 
anticorpos. Além disso, a saliva auxilia na gustação, pois funciona como um solvente que contribui com a sensação do paladar, e 
ajuda na neutralização de alimentos ácidos, atuando como tampão. 
2- Explique os efeitos na estimulação simpática e parassimpática na salivação. 
A estimulação simpática controla a salivação na maior parte do tempo, pelos nervos facial e glossofaríngeo, contribuindo com 
aumento da irrigação sanguínea das glândulas salivares, aumento da síntese de amilase e mucinas, bem como estimula reabsorção 
de eletrólitos. Contudo, a estimulação simpática apresenta efeito oposto, atuando pelo glânglio cervical superior, esta induz a 
vasoconstrição dos vasos adjacentes as glândulas salivares, propiciando o fenômeno da boca seca (xerostomia). 
3- Explique a importância do processo de mastigação. 
A mastigação é essencial para aumentar a superfície de contato do alimento com as enzimas, assim como para transformá-lo em 
partículas menores, mais fáceis de serem deglutidas. 
4- Quais as fases do processo de deglutição? Como ele é regulado? 
A deglutição possui uma fase voluntária e uma faríngea. Na primeira, o alimento é voluntariamente empurrado contra o palato, 
enquanto que na segunda a presença do bolo alimentar na faringe estimula mecanorreceptores que enviam sinais aferentes ao SNC, 
de modo que o palato mole sobe e fecha as narinas. Há a subida da laringe, causando a distensão da epiglote que bloqueia a traqueia, 
e assim, o alimento que foi empurrado para faringe pela língua desce pelo esôfago até encontrar o estômago. A deglutição é regulada 
pela ativação do centro cortical de deglutição. 
5- Explique a regulação do trânsito esofágico. 
O transito esofágico é regulado pela redução da contração tônica dos esfíncteres esofágicos superior e inferior, por inibição da 
atividade excitatória desses músculos, de forma que estes relaxem e o alimento possa prosseguir até o estômago. Além disso, a 
regulação da peristalse esofagiana pela ação do plexo mioentérico na porção distal e dos nervos vagais na porção proximal do 
esôfago, garantem que a deglutição ocorra de maneira eficiente. 
 
6- Quais as possíveis consequências para o indivíduo que 
apresenta disfagia? 
Um indivíduo com problemas na deglutição pode sofrer broncoaspiração, em decorrência da entrada de alimentos e/ou saliva nos 
pulmões, sufocamento, pneumonia e até mesmo desidratação.

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