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Fisiologia do sistema digestório parte VII (Intestinos)

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A motilidade intestinal é o processo pelo qual o alimento 
percorre o tubo digestório, propiciando sua digestão, absorção 
dos nutrientes e a formação da massa fecal. 
 
 
 
O intestino delgado é uma parte do tubo digestório médio, 
situado entre o estômago e o intestino grosso, e divide-se em 
duodeno, jejuno e íleo e está envolvido na digestão e absorção 
de nutrientes. A motilidade intestinal conta com 
movimentos de segmentação (ou mistura), que auxiliam a 
misturar o quimo com as secreções no intestino durante todo 
o tempo. São movimentos constritivos, concêntricos e 
localizados que duram apenas alguns segundos. Também 
contribuem para a motilidade os movimentos propulsivos, que 
empurram o alimento através do tubo alimentar, permitindo 
a sua digestão e absorção adequada. Um anel contrátil é 
formado na parede muscular do intestino e percorre o tubo, 
impulsionando o conteúdo à sua frente. 
Segmentação 
 Entrada do alimento; 
 Distensão da parede intestinal; 
 Contrações muito próximas da camada muscular 
circular; 
 Contrações dividem o intestino delgado em pequenos 
segmentos vizinhos. Responsáveis pela mistura do quimo. 
 
Peristaltismo: 
 Ondas propulsoras, contração progressiva de segmentos 
sucessivos do músculo liso circular; 
 Ondas peristálticas envolvem pequenas extensões do 
intestino; 
 Um dos principais estímulos que podem deflagrar os 
movimentos peristálticos é a distensão do órgão, que 
gera uma resposta do sistema nervoso entérico. 
 
As ondas lentas das células musculares lisa (CML) 
determinam o momento das contrações intestinais. As CMLs 
apresentam contrações espontâneas, mas também são 
moduladas por sinais nervosos e hormonais. Esses sinais são 
desencadeados por presença de quimo no duodeno, por 
reflexo gastroentérico (fomentado pela distensão do 
estômago e conduzido pelo plexo mioentérico a partir do 
estômago até a parede do intestino delgado) e por hormônios 
que aumentam (gastrina, CCK, insulina e o neurotransmissor 
serotonina) ou inibem (secretina, glucagon e somatostatina) 
a motilidade. O esfíncter ileocecal está permanentemente 
contraído e se abre para a transferência do que restou do 
quimo para o intestino grossa. Seu relaxamento, resultado da 
ação do plexo nervoso entérico, ocorre quando uma onda 
peristáltica invade o íleo terminal e a abertura se dá por 
ativação de inervação intrínseca inibitória. 
 
 
 
 
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O intestino grosso faz parte do sistema digestório e é onde 
ocorre a última etapa do processo digestivo, a absorção da 
água e a formação da massa fecal, dividindo-se em ceco, 
cólon, reto e canal anal. As principais funções do cólon 
incluem absorção de água e eletrólitos na zona proximal e 
armazenamento de material fecal na zona distal. O intestino 
grosso apresenta movimentos lentos de mistura e propulsão. 
Os movimentos de mistura (ou haustrais) são contrações 
combinadas do músculo liso circular e longitudinal formando 
protrusões saculares, denominadas haustrações. Quando 
iniciadas atingem o seu máximo de contração em 30 
segundos e desaparecem em mais 60 segundos, como 
consequência o material fecal é lentamente empurrado e 
exposto a superfície do intestino grosso. Os movimentos 
propulsivos (ou de massa) é um tipo modificado de 
peristaltismo e se inicia com a formação de um anel 
constritivo em um ponto distendido ou irritado do cólon, 
havendo a propagação da contração por uns 20 cm ou mais e 
dura por cerca de 30 segundos e há um relaxamento por 2-3 
min, até surgir a próxima. Caso não haja defecação um novo 
grupo de movimentos de massa ocorrerá apenas 12h ou 24h 
depois. Os movimentos de massa são desencadeados por 
reflexos gastrocólicos e duodenocólicos, irritações do colón, 
estimulação intensa do sistema nervoso parassimpático e 
distensão exacerbada do cólon. A propulsão no ceco e cólon 
ascendente resultam das contrações haustrais lentas, porém 
persistentes (8-15h da válvula ao cólon transverso). Do início 
do transverso até o sigmóide, a função propulsora é devido 
aos movimentos de massa 1-3 vezes ao dia e mais abundantes 
até 15 min após as primeiras refeições. 
 
 
A defecação diz respeito aos movimentos de massa forçando 
o bolo fecal para o reto. Primeiramente. Há a contração 
reflexa do reto, posteriormente, sua distensão provoca o 
relaxamento do esfíncter anal interno e a contração reflexa 
do esfíncter anal externo (surge “vontade” de defecar). Uma 
vez relaxado o esfíncter anal externo, surgem movimentos 
propulsivos do cólon descendente e sigmóide, estimulados 
por fibras parassimpáticas dos nervos pélvicos. Quando as 
ondas peristálticas se aproximam do ânus, o esfíncter anal 
interno relaxa (mediadores VIP e NO). E o esfíncter anal 
externo possui controle voluntária. Eventos como a 
respiração profunda com o aumento da pressão intra-
abdominal, o fechamento da glote e a contração dos 
músculos abdominais auxiliam no processo de defecação. 
OBS: Defecar de cócoras é mais fácil, uma vez que o ângulo 
anorretal se inclina para favorecer o músculo puborretal. 
 
 
 
1) Descreva quais são os tipos de movimento no intestino grosso, 
como ocorrem e qual é o papel de cada um deles. 
No intestino grosso ocorrem os movimentos haustrais e de massa, 
o primeiro se dá pela sincronização da movimentação da camada 
circular e longitudinal de musculo liso, formando projeções 
intituladas haustrações, resultando no impulso e exposição do 
alimento ao longo do intestino grosso, esses movimentos auxiliam 
na absorção de água. Já os movimentos de massa resultam de uma 
lenta e persistente, contração haustral, propiciando a propagação do 
bolo fecal até o reto, viabilizando a defecação. 
2) Descreva quais são os tipos de movimento no intestino delgado, 
como ocorrem e qual é o papel de cada um deles 
No intestino delgado ocorrem os movimentos de segmentação 
(mistura) e propulsão (peristaltismo), cujo objetivo é misturar o 
quimo e propaga-lo, respectivamente. Os movimentos de 
segmentação ocorrem como resultado da distensão da parede 
intestinal pela contração da muscular circular interna, acarretando 
na formação de anéis segmentados, que misturam o alimento as 
secreções gástricas. Os movimentos peristálticos decorrem de 
ondas peristálticas que envolvem segmentos sucessivos do 
intestino, pois, se formam anéis contráteis que percorrem o tubo, 
impulsionando o alimento pela frente.

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