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© O pâncreas é uma glândula mista (endócrina e exócrina) localizada atrás do estômago e está envolvida nos processos digestivos. A secreção endócrina do pâncreas é mediada pelas células que compõe as ilhotas e de Langerhans, enquanto a exócrina advém das células que constituem os ácinos serosos e mucosos. O pâncreas exócrino constitui a maior parte do tecido do órgão (90%), apresentando apenas ácinos serosos. As células que se localizam no centro dos ácinos (centroacinares) organizam-se em um epitélio escamoso cuboidal, e estão em contato com o lúmen do ácino e em continuidade com o duto intercalar. Em outras palavras, uma quantidade considerável de células acinosas formam um ácino arredondado ou oval, cuja luz é ocupada com células centroacinosas, que formam o sistema de ductos. As células acinosas apresentam um núcleo redondo na porção basal e citoplasma basofílicos, bem como a porção apical apresenta grânulos de secreção contendo as proenzimas. A membrana plasmática basal possui receptores para a acetilcolina (ACh) e a colecistocinina (CCK), indicando que a liberação de seus conteúdos é regulada pelas fibras simpáticas e hormonalmente, respectivamente. O sistema de dutos se inicia no centro dos ácinos no final dos dutos intercalares, que exibem células cuboides baixas, com receptores para secretina e acetilcolina na porção basal de sua membrana. Sendo assim, temos os dutos intercalares adentram o lúmen acinoso, se fundindo para formar os dutos intralobulares, que posteriormente, convergirão em dutos interlobulares, que por fim, desembocarão no duto pancreático principal. As glândulas da porção pancreática exócrina produzem cerca de 1,2L de fluido (com função digestiva) constituído por um componente aquoso, rico em bicarbonato, e um componente enzimático (proenzimas digestivas), cuja secreção é estimulada por secretina e CCK, nesta ordem. Dentre as enzimas liberadas pelas células acinosas, podemos citar: amilase pancreática, ribo e desoxirribonucleases, tripsinogênio, quimiotripsinogênio, procarboxipeptidase e elastase. A secreção das enzimas é induzida pela CCK, produzida pelas células enteroendócrinas do intestino delgado e pela ACh liberada pelas fibras parassimpáticas. As células centroacinosas e os dutos intercalares produzem um fluido seroso, alcalino (+ bicarbonato) que neutraliza e tampona o quimo ácido, esse fluido é pobre em enzimas, e sua secreção é induzida pela secretina (células enteroendócrinas) e acetilcolina. O componente aquoso do suco pancreático possui concentração de sódio e potássio semelhantes à do plasma sanguíneo, entretanto, os níveis de HCO3 estão bem acima do plasma, mas denota níveis normais de Cl-. Em condição de repouso o componente aquoso é produzido principalmente pelos dutos intercalados e intralobulares, porém, a secretina estimula secreção adicional principalmente pelos dutos extralobulares. © A porção endócrina do pâncreas é formada por agregações esféricas de células de cinco tipos de células presentes nas ilhotas de Langerhans, dispersas entre os ácinos, que produzem insulina (células betas), glucagon (células alfas), somatostatina (células delta), polipeptídeo pancreático (células PP) e gastrina (células G). A ilhota de Langerhans tem cerca de 3000 células, existindo cerca de 1 milhão de ilhotas no pâncreas humano, as ilhotas são circundadas por fibras reticulares que as penetram e é permeada por uma rica rede capilar, de forma que os hormônios entrem na corrente sanguínea mais rapidamente. A regulação da liberação hormonal se dá de maneira neurócrina e hormonal. O ácido estomacal induz a liberação de secretina na parede do duodeno, enquanto as gorduras e aminoácidos provocam a liberação de CCK. A secretina e a CCK caem na corrente sanguínea, uma vez no pâncreas, a secretina aumenta consideravelmente a secreção de liquido pancreático e bicarbonato, enquanto a CCK induz a liberação de enzimas. Além disso, a estimulação vagal induz a liberação de enzimas nos ácinos, via Ach, em contrapartida, as fibras simpáticas inibem esse processo. Os neurônios entéricos evocam reflexos gastropancreáticos e intestinopancreáticos. Saindo do âmbito molecular, a regulação ocorre em três fases: cefálica, gástrica e intestinal. A fase cefálica da regulação se dá por estímulos visuais, olfativos e gustativos, induzindo a secreção pancreática com alto teor de proteína (via fibras vagais). A fase gástrica ocorre por impulsos vagovagais e gastropancreáticos, causando a secreção de um pequeno volume de secreção pancreático com elevada concentração de enzimas. Por fim, a fase intestinal, responsável pela maior parte da excreção, ocorre em resposta a secretina. Como dito anteriormente, o ácido no quimo estimula a liberação de secretina no duodeno, de forma que está estimula as células do duto a secretar o componente aquoso rico em bicarbonato, enquanto a CCK estimula a secreção de enzimas nos ácinos. Quais os constituintes da secreção pancreática? Como ela é regulada? A secreção pancreática é constituída por um componente aquoso, rico em bicarbonato (efeito tampão), e por enzimas digestivas, como quimiotripsina, amilase, lipase, etc. A regulação da secreção é neurócrina (entérica, simpática e parassimpática) e endócrina. De forma geral, o processo regulatório apresenta três fases, na primeira – cefálica – há estimula vagal, via ACh, estimulando a liberação de enzimas nos ácinos. Na fase gástrica, a secreção é reduzida, mas apresenta alto teor de proteínas, sendo estimulada por impulsos vagovagais e gastropancreáticos, de forma que a acidificação do quimo induz a liberação de secretina que incita a secreção do componente aquoso nos ácinos. Além disso, a presença de gorduras e aminoácidos induz a liberação de CCK, mais uma vez estimulando a liberação de enzimas digestivas. Por último, na fase intestinal, onde há a maior quantidade de secreção, ocorre em resposta a secretina (do mesmo modo que o anterior), aumentando a liberação do componente aquoso do suco pancreático.
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