Buscar

Fisiologia Gastrointestinal- Fases Digestivas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FASES CEFÁLICA E ORAL 
A principal característica da fase cefálica é a ativação do trato gas-
trointestinal em prontidão para a refeição. Os estímulos envolvidos 
são cognitivos e incluem a antecipação e o pensamento sobre o 
consumo da comida, o estímulo olfatório, o estímulo visual e estímu-
los auditivos. 
Tudo isso irá resultar em um aumento do fluxo parassimpático exci-
tatório neural para o intestino. Há uma ativação do núcleo motor do 
nervo vago, no tronco cerebral, região onde os corpos celulares dos 
neurônios pré- ganglionares parassimpáticos saem. A ativação desse 
núcleo levará à atividade aumentada nas fibras eferentes, passando 
para o trato GI, pelo nervo vago. Por sua vez, as fibras eferentes 
ativam os neurônios motores pós- ganglionares (referidos como mo-
tores porque sua ativação resulta na alteração da função de célula 
efetora). Esse fluxo parassimpático aumentado melhora a secreção 
salivar, a secreção de ácido gástrico, a secreção enzimática do pân-
creas, a contração da bexiga e o relaxamento do esfíncter de Oddi 
(o esfíncter entre o ducto comum da bile e o duodeno). 
OBS: A resposta salivar é mediada pelo 9° nervo craniano (glossofa-
ríngeo) enquanto que as outras respostas são mediadas pelo 10° 
nervo craniano (vago). 
Muitas características da fase cefálica serão as da fase oral, 
considerando apenas que agora na fase oral haverá o contato 
efetivo do indivíduo com o alimento. Isso faz com que hajam 
estímulos adicionais gerados na boca, tanto mecânicos quanto 
químicos (sabor). 
A boca é importante para a quebra mecânica do alimento 
para o início da digestão. A mastigação divide o alimento e o 
mistura com as enzimas amilase salivar, lipase lingual e com 
a glicoproteína mucina, que irá lubrificar o alimento para a 
mastigação e deglutição. 
As secreções ao longo do trato gastrointestinal vêm das glân-
dulas associadas ao trato (salivares, pâncreas e fígado), das 
glândulas formadas pelas paredes do intestino e pela mucosa 
intestinal. Essas secreções incluem água (essencial para gerar 
um ambiente aquoso para a ação eficiente das enzimas), ele-
trólitos (importante para a geração de gradientes osmóticos 
que direcionam o movimento da água), enzimas digestivas 
(que catalisarão a quebra de macronutrientes). Além disso, 
muitas proteínas adicionais secretadas ao longo do trato GI 
têm funções especializadas.. 
A secreção propriamente dita é provocada pela ação de substâncias 
efetoras específicas, chamadas secretagogos, que atuam sobre as 
células secretoras. Os secretagogos trabalham por uma das três vias: 
endócrina, parácrina e neurócrina. 
SECREÇÃO SALIVAR 
Durante as fases cefálica e oral da refeição, ocorre estimulação 
considerável da secreção salivar. A saliva tem várias funções, inclu-
indo as importantes para as respostas integrativas à refeição e ou-
tros processos fisiológicos. As principais funções da saliva na diges-
tão incluem a lubrificação e umidificação do material para a deglu-
tição, solubilização para o paladar, início da digestão de carboidratos, 
além da neutralização do refluxo das secreções gástricas no esôfago. 
 
Fases Cefálica, Oral, Esofágica, Gástrica e Intestinal 
By LEO DESCOMPLICA / @ericklsmd 
Existem três pares de glândulas salivares: parótidas, submandibular 
e sublingual, além de muitas outras glândulas menores encontradas 
na língua, nos lábios e no palato. As referidas glândulas têm a estru-
tura típica tubuloalveolar. As células das partes terminais dessas 
glândulas são chamadas de acinares e são caracterizadas por nú-
cleos localizados na porção basal, enquanto que as vesículas com 
secreções estão na porção apical. 
A parte acinar das glândulas é classificada de acordo com sua 
secreção predominante sendo que podem ser mucosa (muco), serosa 
(aquosa) e mista. Por exemplo, as glândulas parótidas produzem prin-
cipalmente secreção serosa, a glândula sublingual secreta, na maior 
parte, muco e a glândula submandibular produz uma secreção mista. 
 
A produção da saliva é um processo em dois passos. O fluido inicial 
secretado pelas células acinares se assemelha ao líquido extracelular 
em sua composição iônica, ou seja, uma solução isotônica de NaCl. 
No entanto, conforme este fluido passa através do ducto no seu 
caminho para a cavidade oral, as células epiteliais ao longo desse 
ducto reabsorvem NaCl e secretam K+ e íon bicarbonato (HCO3-) até 
que a razão entre os íons no fluido do ducto seja mais parecida com 
a do líquido intracelular (ou seja, elevada [k+] e baixa [Na+]). O de-
talhe é que as membranas apicais das células dos ductos têm pouca 
permeabilidade à água, fazendo com que a remoção efetiva de so-
luto e a permanência de solvente resultem em uma saliva hipotônica 
em relação ao plasma. 
Os constituintes orgânicos da saliva, proteínas e glicoproteínas são 
produzidos pelas células acinares. Os principais produtos são a ami-
lase salivar (que inicia a digestão do amido na boca), lipase (impor-
tante para a digestão de lipídeos), glicoproteína (mucina que formará 
o muco quando hidratada) e lisoenzimas (que atacarão a parede das 
células bacterianas). 
A salivação está sob controle autonômico e pode ser desencadeada 
por estímulos de diversas naturezas (olfato, audição, visão etc). A 
inervação parassimpática é o estímulo para a secreção de saliva, mas 
também há alguma inervação simpática nas glândulas. 
FASE ESOFÁGICA 
O ato de engolir, ou deglutição, é uma ação reflexa que empurra o 
bolo de alimento ou de líquido para o esôfago. O estímulo para a 
deglutição é a pressão criada quando a língua empurra o bolo contra 
o palato mole e a parte posterior da boca. A pressão do bolo ativa 
neurônios sensoriais que levam informações pelo nervo glossofarín-
geo (IX) para o centro de deglutição no bulbo. 
Já as eferências do centro de deglutição consistem em neurônios 
motores somáticos que controlam os músculos esqueléticos da fa-
ringe e da parte superior do esôfago, bem como neurônios autonô-
micos que agem nas porções inferiores do esôfago. Com isso, ondas 
de contrações peristálticas, então, empurrarão o bolo em direção ao 
estômago, auxiliadas pela gravidade. 
 
 
Se o esfíncter esofágico inferior não permanecer contraído, o ácido 
gástrico e a pepsina podem irritar a parede do esôfago, levando à 
dor e à irritação do reflexo gastroesofágico, mais conhecido como 
ázia. 
 
FASE GÁSTRICA: 
Antes da chegada do alimento, a atividade digestória no estômago 
inicia com um reflexo vagal ao longo da fase cefálica. Depois disso, 
quando o bolo entra no estômago, estímulos no lúmen gástrico ini-
ciam uma série de reflexos curtos, que constituem a fase gástrica 
da digestão. 
Nos reflexos da fase gástrica, a distensão do estômago e a presença 
de peptídeos ou de aminoácido no lúmen ativam células endócrinas, 
parácrina e neurônios entéricos. Hormônios, neurotransmissores e 
moléculas parácrinas, então, influenciam a motilidade e a secreção. 
Quando ingerimos mais do que necessitamos do ponto de vista nu-
tricional, o estômago precisa regular a velocidade na qual o quimo 
entra no intestino delgado. 
Enquanto a parte superior do estômago está retendo o bolo alimen-
tar, a parte inferior está ocupadas com a digestão. Na metade distal 
do estômago, uma série de ondas peristálticas empurra o bolo ali-
mentar para baixo, em direção ao piloro, misturando esse bolo ao 
ácido e às enzimas digestórias. Cada onda contrátil, ejeta uma pe-
quena quantidade de quimo no duodeno através do piloro. 
 
OBS: O aumento da motilidade gástrica durante a refeição está 
principalmente sob o controle neural e é estimulada pela distensão 
do estômago. 
 
 
 
 
 
 
SECREÇÕES GÁSTRICAS: As fossas no estômago levam à glân-
dulas gástricas profundas dentro da camada mucosa. Mútiplos ti-
pos celulares estão nessas glândulas, que produzirão ácido gástrico 
(HCl), enzimas, hormônios e moléculas parácrinas. 
-> Secreção de Gastrina: 
As células G, encontradas profundamente nas glândulas gástricas, 
secretamo hormônio da gastrina no sangue. Em reflexos curtos, 
a liberação de gastrina é estimulada pela presença de aminoácidos 
e peptídeos no estômago, além da distensão de suas paredes. O 
café é um exemplo de alimento que também irá causar uma es-
timulação na produção de gastrina. 
A liberação de gastrina é também desencadeada por reflexos neu-
rais. Os reflexos curtos são mediados por um neurotransmissor do 
sistema nervoso entérico, chamado de peptídeo liberador de gas-
trina (GRP). Nos reflexos cefálicos (longos), os neurônios paras-
simpáticos do nervo vago estimulam as células G para que elas 
liberem gastrina no sangue. 
A principal ação da gastrina é promover a liberação de ácido, já 
que ela age diretamente sobre as células parietais e indireta-
mente no estímulo à liberação de histamina. 
-> Secreção Ácida: 
As células parietais nas glândulas gástricas irão secretar o ácido 
clorídrico (HCl) no lúmen do estômago. Dentre suas funções: está 
a liberação e ativação da pepsina (uma enzima que irá digerir 
proteínas); está a liberação de somatostatina pelas células D; está 
a desnaturação de proteínas, fazendo com que sua estrutura 
torne- se mais simples para a ação das enzimas; está a destruição 
de bactérias; e está a inativação da amilase salivar, encerrando a 
digestão de carboidratos que foi iniciada na boca. O processo de 
produção de ácido se inicia quando o H+ é bombeado para fora 
da célula parietal “em troca” do K+. Isso ocorre por meio de um 
transporte ativo pela H+/K+ ATPase. O Cl-, então, irá seguir o gra-
diente elétrico criado pelo H+, movendo- se através de canais de 
cloro abertos. O resultado final será a liberação de HCl. 
 
 
 
OBS: Inibidores da bomba de pró-
tons bloqueiam a atividade da H+/K+ 
ATPase, servindo como princípio 
ativo em fármacos para tratar de 
hipersecreção de ácido gástrico. En-
quanto o ácido está sendo secre-
tado no lúmen, o bicarbonato pro-
duzido a partir de CO2 e OH- da 
água é absorvido para o sangue, ser-
vindo como agente tamponante e 
deixando o sangue menos ácido ao 
deixar o estômago. 
SECREÇÃO ENZIMÁTICA: O estô-
mago produz duas enzimas: a pep-
sina e a lipase gástrica. A pepsina 
realiza a digestão inicial de proteínas, sendo que ela é mais efetiva no colágeno e, assim, tem um importante papel na digestão de carne. A 
pepsina é secretada na forma inativa pepsinogênio pelas células principais das glândulas gástricas. O ácido irá estimular a liberação de pepsinogênio 
por meio de um reflexo curto mediado no SNE. Uma vez no lúmen do estômago, o pepsinogênio é clivado em pepsina ativa, através da ação do 
H+ e a digestão proteica se inicia. A lipase gástrica é cossecretada com a pepsina. As lipases são enzimas que quebram triglicerídeos. No entanto, 
menos de 1/3 da digestão da gordura ocorre no estômago. 
 
SECREÇÕES PARÁCRINAS: As secreções parácrinas da mucosa gástrica incluem histamina, somatostatina e fator intrínseco. A histamina é um 
sinal parácrino secretado pelas células semelhantes às enterocromafins em resposta à estimulação por gastrina ou acetilcolina. A histamina se 
difunde para o alvo (células parietais) fazendo com que elas se associem aos receptores H2. Isso irá gerar uma maior liberação de ácido no 
estômago. 
Já o fator intrínseco é uma proteína secretada pelas células parietais (as mesmas células que produzem o ácido gástrico). No lúmen do estômago 
e do intestino delgado, o fator intrínseco se complexa com a vitamina B12, e isso é um passo importante para a absorção dessa vitamina no 
intestino. 
A somatostatina, por sua vez, também conhecida como hormônio inibidor do crescimento, é secretada pelas células D no estômago. A somatostatina 
é o sinal de retroalimentação negativa primário da secreção da fase gástrica. Ela reduz a secreção ácida direta e indiretamente, já que diminui a 
secreção de gastrina e histamina. Além disso, a somatostatina inibe a secreção de pepsinogênio. 
OBS: A mucosa gástrica protege a si mesma da autodigestão por ácido e enzimas com uma barreira muco- bicarbonato. Enquanto que o muco 
forma uma barreira física, o bicarbonato cria uma barreira tamponante química subjacente ao muco. 
FASE INTESTINAL 
Uma vez que o quimo passa para o intestino delgado, a fase inestinal 
da digestão é iniciada. Os movimentos para frente do quimo devem 
ser suficientemente lentos para permitir que a digestão e absorção 
sejam completadas. A inervação parassimpática e os hormônios gas-
trointestinais gastrina e CCK irão promover a motilidade intestinal.; 
já a inervação simpática irá inibir. 
A maioria da absorção ocorre no duodeno e no jejuno. A área maxi-
mizada de superfície do intestino facilita esse processo. A maior 
parte da absorção ocorre nas vilosidades, ao passo que a maior parte 
da secreção ocorrerá nas criptas. 
A maioria dos nutrientes absorvidos ao longo do epitélio intestinal 
vai para capilares nas vilosidades para distribuição através do sis-
tema circulatório. A exceção são as gorduras digeridas, que vão em 
sua maioria 
para vasos do 
sistema linfá-
tico. 
OBS: O sangue 
venoso proveni-
ente do trato 
digestório não 
vai diretamente 
para a circula-
ção sistêmica. 
Em vez disso, 
ele passa pelo 
sistema porta- 
hepático, le-
vando os nutri-
entes direta-
mente para o 
fígado. A depu-
ração hepática, 
inclusive, é uma das razões pelas quais fármacos administrados por 
via oral devem ser dados em doses maiores do que caso fossem 
administrados por infusão intravenosa; 
Falando agora das secreções, o que ocorrerá na fase intestinal é a 
liberação de: enzimas digestórias (cuja secreção é estimulada por 
neurônios parassimpáticos do nervo vago); bile produzida no fígado 
e armazenada na vesícula biliar (solução não enzimática que facilita 
a digestão de lipídeos); secreção de bicarbonato (neutralizante do 
quimo ácido advindo do estômago), sendo que a maior parte desse 
bicarbonato vem do pâncreas e é liberado em resposta a estímulos 
neurais e à secretina; o muco das células caliciformes que protege-
rão o epitélio e o lubrificarão; uma solução isotônica de NaCl que se 
mistura com o muco; 
Sobre a secreção isotônica de NaCl: As células das criptas do intes-
tino delgado e do colo secretarão uma solução isotônica de NaCl, 
quase da mesma maneira que a salivação. Esse processo acontece 
da seguinte maneira: O cloreto (Cl-) presente no líquido extracelular 
do espaço intersticial entra nas células por um transportador do tipo 
NKCC e, em seguida, sai para o lúmen através de um canal de Cl-, o 
CFTR (canal regulador de condutância transmembrana de fibrose 
cística). Esse movimento do Cl-, que vai desde o líquido intersticial 
até o lúmen do intestino criará um gradiente elétrico que atrairá o 
Na+ e, consequentemente, a água. 
O PÂNCREAS 
O pâncreas tem um funcionamento endócrino e exócrino. A secreção 
endócrina é proveniente de agrupamentos de células, chamadas de 
ilhotas, e inclui os hormônios insulina e glucagon. Já as secreções 
exócrinas incluem enzimas digestórias e uma solução aquosa de bi-
carbonato de sódio (NaHCO3). 
Essa porção exócrina consiste em lóbulos, chamados de ácinos, si-
milares àqueles das glândulas salivares. Os ductos desses ácinos se 
esvaziam no duodeno. Além disso, as células acinares secretam en-
zimas digestórias e as células do ducto irão secretar a solução con-
tendo NaHCO3. 
 
Sobre a secreção enzimática, a maior parte das enzimas liberadas 
pelo pâncreas são liberadas na forma de zimogênios que devem ser 
ativados no momento em que chegam no intestino. O processo é o 
seguinte: Nas células das paredes do intestino, ao longo da mem-
brana apical, existe a borda em escova. Nessa borda existe uma 
enzima chamada de enteropeptidase que irá converter o tripsinogê-
nio inativo em tripsina ativa. Essa tripsina recém- formada irá agir 
sobre outros zimogênios pancreáticos, transformando- os em enzi-
mas ativas. 
Os sinais para a liberação das enzimas pancreáticas incluem a dis-
tensão do intestino delgado, presença de alimentono intestino e 
sinais neurais e o hormônio CCK (colecistocinina) 
Sobre a secreção de bicarbonato pelo pâncreas, trata- se de um 
processo importante já que o NaHCO3 neutraliza o quimo ácido ad-
vindo do estômago. As células secretadoras de bicarbonato de sódio 
demandam uma alta concentração de anidrase carbônica (AC) em 
seu meio intracelular. 
Essa enzima (anidrase) mediará o equilíbrio químico que ocorre en-
tre o H2O / CO2 com o HCO3- / H+. O íon hidrogênio, produzido 
juntamente com o íon bicarbonato, irá deixar a célula através de 
trocadores Na+/H+. Já o bicarbonato será secretado por um trocador 
na membrana apical Cl-/HCO3-. 
Assim, o Cl- entrará na célula pelo cotransportador NKCC e pelo 
transporte de troca com HCO3-. Para a saída, o cloreto usa canais 
CFTR. 
Defeitos na estrutura ou na função do canal CFTR causam a doença 
fibrose cística. Nesse caso, uma mutação herdada faz a proteína do 
canal CFTR ser defeituosa ou ausente e, como resultado, a secreção 
de Cl- e fluido cessa. 
 
LEMBRETE: É o gradiente elétrico criado pelo Cl- que fará com que 
o Na+ e, consequentemente, a água deixem o interstício e se dirijam 
até o lúmen, criando uma solução salina. 
 
Com a ausência da secreção de Cl-, ocorrerá a não produção da 
solução salina e isso fará com que o muco (que continua sendo 
produzido normalmente pelas células caliciformes) fique mais es-
pesso. No sistema digestório, o resultado disso é a obstrução de 
ductos pancreáticos pequenos que irão impedir a secreção de enzi-
mas digestórias no intestino. No sistema respiratório, o espessamento 
do muco irá levar a infecções pulmonares recorrentes devido à maior 
dificuldade de manter o movimento mucociliar. 
 
O FÍGADO 
A bile é uma solução não enzimática secretada pelos hepatócitos, 
sendo que seus componentes são sais biliares (que facilitam a di-
gestão enzimática de gorduras), pigmentos biliares (como a bilirru-
bina, que é um resíduo da degradação da hemoglobina), colesterol 
(que é excretado nas fezes). 
Além disso, medicamentos e outras substâncias são depurados do 
sangue pelo processamento hepático e também são excretados na 
bile. 
A bile secretada pelos hepatócitos irá fluir pelos ductos hepáticos 
até a vesícula biliar, que irá armazená- la. Durante uma refeição que 
inclua gorduras, a contração da vesícula biliar envia bile para o duo-
deno através do ducto colédoco.
 
Os sais biliares não são alterados du-
rante a digestão das gorduras. Quando 
eles alcançam a seção terminal do intes-
tino delgado (íleo), eles encontrarão cé-
lulas que os reabsorvem e os enviam de 
volta para a circulação. 
ABSORÇÃO 
A secreção intestinal, pancreática e he-
pática de enzimas e de bile é essencial 
para a função digestória normal. Quando 
o quimo entra no intestino delgado, a di-
gestão de proteínas cessa quando a pep-
sina é inativada no ph intestinal alto (bá-
sico). As enzimas pancreáticas e da 
borda em escova, então, irão finalizar a 
digestão de peptídeos, carboidratos e 
gorduras em moléculas menores que po-
dem ser absorvidas. 
- GORDURAS 
A digestão de gorduras é compli-
cada porque a maioria dos lipídeos 
não é solúvel em água. Assim, o 
quimo aquoso que deixa o estômago 
contém uma emulsão grosseira de 
grandes gotículas lipídicas, que con-
tam com uma área de superfície 
muito menor do que o ideal. Para 
aumentar essa área de superfície, 
no entanto, o fígado secreta sais bi-
liares no intestino delgado. 
Esses sais são anfipáticos, e isso significa dizer que eles têm uma parte em sua estrutura que se liga a água e outra que se liga a lipídeos. 
A digestão enzimática das gorduras é feita por lipases, enzimas que removem dois ácidos graxos de cado molécula de triglicerídeo (triacilglicerol). 
O resultado disso passa a ser um monoglicerol e dois ácidos graxos. No entanto, para que tal trabalho seja desempenhado pelas lipases, há um 
porém. A cobertura de sais biliares nos agregados de gordura dificulta a digestão, uma vez que a lipase é incapaz de penetrar nos sais biliares.. 
Por essa razão, a digestão de gorduras também requer a colipase, que é um cofator proteico secretado pelo pâncreas. Essa colipase irá deslocar 
alguns sais biliares, permitindo à lipase acessar as gorduras por dentro da cobertura dos sais biliares. 
OBS: Os fosfolipídeos são digeridos pela fos-
folipase pancreática. Já o colesterol livre é ab-
sorvido intacto. 
Uma vez dentro dos enterócitos os monogli-
cerídeos e os ácidos graxos movem- se para o 
retículo endoplasmático liso, onde irão se re-
combinar, formando triglicerídeos. Esses trigli-
cerídeos irão se associar ao colesterol e pro-
teínas, formando grandes gotas, chamadas de 
quilomícrons. Devido ao seu tamanho, os quilomícrons irão ser armazenados em vesículas no complexo de golgi e deixarão a célula por exocitose. 
O seu grande tamanho também irá impedí- los de atravesar a membrana basal dos capilares. Em vez disso, eles serão absorvidos pelos capilares 
linfáticos para que só depois eles ganhem a corrente sanguínea. 
 
 
- CARBOIDRATOS 
A digestão de amido inicia na boca com a amilase salivar, mas essa 
enzima é desnaturada pela acidez do estômago. A amilase pancreá-
tica, então, irá retomar a digestão do amido em maltose (dissacarí-
deo). Ela e outros dissacarídeos serão quebrados por enzimas da 
borda em escova intestinal, conhecidas como dissacaridases. Os pro-
dutos finais absorvíveis da digestão de carboidratos são a glicose, 
galactose e frutose (monossacarídeos). 
OBS: Devido à absorção intestinal ser restrita a monossacarídeos, 
todos os carboidratos maiores devem ser digeridos para serem usa-
dos pelo corpo. 
A absorção de glicose e galactose usa o simport apical Na+/ glicose 
(SGLT) e o transportador basolateral GLUT. Já a absorção da frutose 
ocorre por meio independente do Na+. A frutose recorre à difusão 
facilitada pelo transportador GLUT 5 e, uma vez dentro do enterócito, 
passa para o interstício pelo GLUT 2, localizado basolateralmente 
Os enterócitos precisam manter as concentrações de glicose altas 
porque só assim ocorrerá a difusão facilitada desse monossacarídeo 
para o meio extracelular. Por isso, enquanto que na maioria das cé-
lulas o metabolismo usa a glicose como substrato, os enterócitos 
usam como fonte metabólica preferencial o aminoácido glutamina. 
 
 
- PROTEÍNAS 
As enzimas para a digestçao das proteinas são classificadas em dois 
grandes grupos: as endopeptidases, que irão clivar a cadeia proteica 
no seu miolo e não nas suas extremidades, e as exopeptidases, que 
irão clivas as cadeias peptídicas em suas extremidades e não no seu 
miolo. 
As endopeptidases, mais comumente chamadas de proteases, são 
secretadas como enzimas proenzimas inativas (zimogênios) pelas 
células epiteliais do intestino, do estômago e do pâncreas. As exopep-
tidases liberam aminoácidos livres por cortá- los nas extremidades, 
um por vez. As aminopeptidases agem na extremidade aminoterminal 
e as carboxipeptidases agem na extremidade carboxiterminal. 
 
Os produtos principais da digestão de proteínas são aminoácidos 
livres, dipeptídeos e tripeptídeos, todos podendo ser absorvidos. A 
maioria dos aminoácidos livres são carregados por proteínas cotrans-
portadoras dependentes de Na+. Já os di e os tripeptídeos são car-
regados para os enterócitos pelo transportador de oligopeptídeos 
PepT 1, por meio do cotransporte com o H+. 
Uma vez dentro da células os oligopeptídeos são em sua maioria 
digeridos por peptidases citoplasmáticas ou podem seguir intactos 
para o interstício por meio de trocadores dependentes de H+; 
 
OBS- Alguns peptídeos maiores podem ser absorvidos por transci-
tose 
 
 
 
 
- VITAMINAS 
As vitaminas solúveis em lipídeos (K, E, D, A) são absorvidas no 
intestino delgado, juntamente às gorduras. As vitaminas solúveis em 
água (C e maioria das vitaminas B) são absorvidas por transporte 
mediado. A principal exceção é a vitamina B12. 
O transportador intestinal para B12 é encontrado somente no íleo e 
reconhecea B12 somente se ela estiver complexada com o fator 
intrínseco (secretado pelas células parietais). Na ausência completa 
do fator intrínseco haverá deficiência de vitamina B12 e isso causará 
a anemia perniciosa. 
REGULAÇÃO DA FASE INTESTINAL 
Os sinais de controle para o estômago e o pâncreas são neurais e 
hormonais. O quimo entrando no intestino ativa o sistema nervoso 
entérico, reduzindo a motilidade gástrica e a secreção (retardando 
o esvaziamento gástrico). Além desse sinal neural, três hormônios 
reforçam o sinal de motilidade reduzida: a secretina, a colecistocinina 
(CCK) e o peptídeo inibidor gástrico (GIP) 
A secretina é liberada pela presença de quimo ácido no duodeno. 
Com isso, ela inibirá a produção ácida e diminuirá a motilidade gás-
trica. Além disso, a secretina estimula a produção de bicarbonato 
pancreático neutralizante do ácido estomacal. 
A CCK é secretada na corrente sanguínea se a refeição ingerida 
contiver gorduras. Ela irá diminuir a motilidade gástrica e a secreção 
de ácido. 
Os hormônios GIP e GLP- 1 são liberados quando há carboidratos na 
refeição, Ambos atuarão por antecipação para promover a liberação 
de insulina pelo pâncreas endócrino. Além disso, retardam a entrada
do quimo no intestino, diminuindo a motilidade gástrica 
e a secreção ácida. A mistura de ácidos, enzimas e ali-
mentos digeridos no quimo normalmente formam uma 
solução hiperosmótica. Os osmorreceptores na parede 
do intestino são sensíveis à osmolaridade do quimo que 
entra. Quando estimulados pela alta osmolaridade, os re-
ceptores inibem o esvaziamento gástrico em um reflexo 
mediado por uma substância circulante desconhecida 
INTESTINO GROSSO 
O quimo entra no intestino grosso pelo óstio ileal (vál-
vula ileocecal). O ceco é uma bolsa com o apêndice 
(pequena projeção sem saída, similar a um dedo). O ma-
terial move- se do ceco para cima através do colo as-
cendente; horizontalmente ao longo do colo transverso; 
e então para baixo pelo colo descendente e colo sig-
moide. O reto é a seção terminal curta no intestino 
grosso. 
A mucosa do colo possui duas regiões, assim como o intestino delgado. A superfície luminal não apresenta vilosidades e tem aparência lisa. Ela é 
composta de colonócitos e células caliciformes produtoras de muco. As suas criptas conterão células tronco, caliciformes, endócrinas e maduras. 
O reflexo de defecação remove as fezes quando o material fecal se movimenta no reto. O esfíncter interno do ânus é formado por musculatura 
lisa e o externo é formado por musculatura esquelética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO FEITO POR ERICK LEONARDO, 2021 
REFERÊNCIAS: 
Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, SILVERTHORN. 7° EDIÇÃO

Continue navegando

Outros materiais