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Primeira a terceira semana de gestação

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• Primeira Semana 
• Fecundação 
 
Assim que ocorre a oocitação (“ovulação”) o óvulo é guiado pelas fímbrias para a região 
conhecida como Ampola da Tuba Uterina, onde ocorre a fecundação. 
 
Quanto aos espermatozoides eles locomovem pela região uterina em maior parte pelas 
contrações da camada muscular. Ao alcançarem o Istmo a mobilidade para e só recomeça 
quando ocorre a oocitação (acredita-se que é devido a quimiotáticos liberados) contudo eles 
não podem fecundar imediatamente quando chegam ao trato genital e devem passar por dois 
processos para tanto, a capacitação (7hrs, interação entre as células epiteliais dos 
espermatozoides e da mucosa feminina, retirada de uma camada de glicoproteínas e proteínas 
seminais são retiradas, somente os capacitados fecundam) e a reação acrossemia (induzida 
pelas proteínas da zona pelúcida e liberam enzimas necessárias para a penetração da zona). A 
fecundação pode ser dividida em 3 fazes: 
• Penetração da coroa radiada: Os espermatozoides que foram capacitados atravessam 
livremente as células da coroa, acredita-se que os demais o ajudam a atravessar as 
barreiras uterinas. 
• Penetração da zona pelúcida: Essa zona é uma camada de glicoproteínas que circunda 
o óvulo e facilita a reação acrossemia (mediada pela proteína ZP3), a liberação de 
enzimas acrossôicas (acrosina) põe o espermatozoide em contato com a membrana do 
óvulo. O contato libera enzimas lisossomais dos Grânulos Corticais que promovem a 
reação da zona e a torna impermeável inativando os sítios de receptores específicos. 
• Fusão entre as membranas: Como o acrossomo desaparece na reação acrossômica a 
membrana plasmática do espermatozoide tem contato com a membrana no óvulo, 
que permite a fusão das duas. Nos humanos a cabeça e a cauda do espermatozoide 
entram no óvulo, mas a membrana plasmática permanece na superfície. Assim q o 
espermatozoide penetra do óvulo correm três reações: 
1. Reação cortical e da zona: a liberação de grânulos contendo enzimas 
lisossômicas que altera a estrutura da membranosa e deixe o óvulo 
impermeável a outros espermatozoides. 
2. Continuação da Meiose II: Quando o espermatozoide penetra no 
óocito ele termina o processo de metáfase II que estava parado, surge 
então o óvulo e o segundo corpúsculo residual. 
3. Ativação metabólica do óvulo: fator carregado, provavelmente, pelo 
espermatozoide. 
Quando o espermatozoide penetra o óocito os pros núcleos haploides perdem 
seus envoltórios nucleares e se fundem. Ocorre a replicação do material genético 
durante o crescimento dos dois núcleos, o zigoto então começa a mitose. 
As principais consequências da fecundação é a restauração da diploidia, 
determinação sexual e início da clivagem, caso a fecundação não ocorra o oócito 
degenera em 24 horas. 
 
 
• Clivagem 
 
Três dias após o estágio de duas células as divisões continuam ocorrendo, as 
células chamadas blastômero, prosseguem até a terceira clivagem normalmente, na 
terceira elas se unem por junções de oclusão, na próxima divisão surge a Mórula, 
constituídas da massa interna (forma embrião) e pela massa externa (origina trofoblasto 
que influencia na placenta). 
Assim que a mórula entra na cavidade uterina um fluído penetra em seu interior 
e cria uma cavidade (blastocele), o embrião é denominado Blastocisto e as células da 
massa interna é denominada embrioblasto enquanto a massa externa é o trofoblasto. 
No sexto dia aproximadamente as células começam a penetrar na mucosa uterina 
(mediado pela selectina L) 
 
 
• Útero durante a implantação: 
Parede do útero possui três camadas: endométrio, Miotério e Perimétrio. 
A fase proliferativa começa no final do ciclo menstrual, está sob influência do 
estrogênio e acompanha o crescimento dos folículos ovarianos. A fase secretória 
aproximadamente dois dias ou três após a oocitação, em resposta à progesterona 
produzida pelo corpo lúteo. Se a fertilização não ocorrer, o sangramento do endométrio 
(camada compacta e esponjosa) marca o início da fase menstrual. Caso haja fecundação 
o endométrio ajuda na fixação e formação da placenta (futuramente e placenta adquire 
função hormonal e substitui o corpo lúteo). 
A mucosa uterina possui três fases: Folicular (proliferativa), Secretória 
(progestacional) e menstrual. A implantação ocorre na fase secretória, período em que 
as glândulas e arteríolas se tornam espiraladas e o tecido se espessa. O blastocisto se 
instala na abertura das glândulas. Se o óvulo não é fecundado o sangue escapa das 
artérias e as glândulas e o estroma (tecido de fixação de um órgão) fragmentam, se inicia 
a fase menstrual, onde a camada compacta e esponjosa são expelidas, ficando a camada 
basal que servira para regenerar a estrutura no próximo fluxo. 
 
 
 
 
 
• Segunda Semana 
Começando no oitavo dia o trofoblasto diferencia em duas camadas, uma interna 
formada de células mononucleadas chamada citotrofoblasto e uma externa, 
multinucleada sem delimitações celulares chamadas sinciciotrofoblasto, as células 
mitóticas estão no citotrofoblasto e as células filhas migram para o sinciciotrofoblasto 
depois da divisão. A massa interna (embrioblasto) também se divide formando dois 
folhetos, um inferior de células cuboides chamados camada hipoblástica e uma superior 
de células colunares chamada camada epiblástica. Ambas as camadas juntas formam 
um disco com cavidade amniótica. As glândulas ao redor do sítio de implantação 
continuam a secretar muco e glicogênio. 
Um coagulo de fibrina fecha a superfície do endométrio em que o blastócito se 
alojou. Enquanto isso células do hipoblasto formam uma membrana fina alinhada ao 
citotrofoblasto, a Membrana Exocelômica que delimita a cavidade exocelômica. 
 
 
 
As células do sinciciotrofoblasto penetram no estroma e alcança os vasos 
sanguíneos e abre suas paredes, esses vasos são conhecidos como sinusoides, em 
seguida as lacunas trofoblásticas se tornam contínuas com os sinusoides e o sangue 
materno permeia seu interior. Estabelece se a circulação uteroplacentária. Uma 
proliferação de tecido conjuntivo frouxo e delicado origina o mesoderma 
extraembrionário entre o trofoblasto e a membrana exocêlomica, nessa estrutura surge 
em seguida lacunas que convergem para formar a cavidade extraembrionária (ou 
coriônica). Esse espaço circunda o saco vitelínico, exceto onde o disco germinativo se 
conecta ao trofoblasto. No 12º dia observa-se a reação tecidual (acúmulo de glicogênio 
e lipídios, as células se tornam poliédricas e os espaços intercelulares são preenchidos 
por material extravasado). 
 
 
No 13º dia pode haver sangramento decorrente da implantação do embrião e 
regeneração do tecido naquela área, confunde se com a menstruação por estar perto 
28º dia do ciclo menstrual. Surgem as vilosidades primárias no trofoblasto, O hipoblasto 
produz células que formam a vesícula vitelina secundária (uma segunda cavidade no 
interior da cavidade coriônica). O mesoderma embrionário que reveste a cavidade 
extraembrionária numa região denominada pedículo embrionário que irá formar o 
cordão umbilical. 
 
 
• Terceira Semana 
O evento mais característico é a Gástrula, o processo que estabelece três folhetos 
germinativos no embrião (endoderma, ectoderma e mosoderma). A gastrulação começa 
com a formação da linha primitiva, as células epiblásticas migram para a linha primitiva 
e soltam-se, deslizando para dentro dele, um movimento conhecido como evaginação. 
Após esse processo é criado o mesoderma embrionário enquanto as células do 
epiblasto são descoladas por essas células que migraram e originaram o ectoderma e o 
hipoblasto forma o endoderma. Ou seja, o epiblasto é a origem de todos os folhetos. 
 
 
 
• Formação da notocorda 
 
https://www.youtube.com/watch?v=AhZoRxb01qY 
 
 
• Estabelecimento dos eixos corporais 
O principal fator organizador dos eixos corporais (direito-esquerdo, 
anteroposterior e dorso-ventral) é coordenado pelo nó primitivo, sendo os genes 
OTX2, LIM1 e HESX1que inibem a ação nodal na região cranial. 
• Crescimento do disco embrionário 
Inicialmente o embrião possui um formato circular, mas devido a migração de 
células sentido a região cranial essa se torna mais desenvolvida. A linha primitiva 
recolhe e desaparece na 4º semana. O desenvolvimento da região cefálica se 
https://www.youtube.com/watch?v=AhZoRxb01qY
inicia na terceira semana enquanto na região caudal inicia no fim da quarta 
semana, disse-se que o desenvolvimento é cefalocaudal. 
• Desenvolvimento do trofoblasto 
As vilosidades primárias se desenvolvem em vilosidades secundárias à medida 
que as células mesodérmicas penetram o centro das vilosidades primárias. Por 
volta da terceira semana o tecido começa a diferenciar em vasos sanguíneos 
formando o sistema capilar da vilosidade, agora denominada vilosidade 
terciária. 
 
Ref: Embriologia Médica. Langman. 12º edição. Guanabara Koogan.

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