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Português p/ INSS - 2015 Prof. Ludimila Lamounier, AULA 06 ATENÇÂO! Essa obra é protegida por direitos autorais. O material é de uso restrito do seu adquirente, sendo expressamente proibida a sua distribuição ou o fornecimento a terceiros sem a prévia autorização do autor ou do Concurseiro Fiscal. A reprodução, distribuição, venda ou utilização em grupo por meio de rateio sujeita os infratores às sanções da Lei nº 9.610/1998. Os grupos de rateio são ilegais! Valorize o trabalho dos professores e somente adquira materiais diretamente no site Concurseiro Fiscal. O Concurseiro Fiscal dispõe de descontos exclusivos para compras em grupo. Adquira de forma legal. http://www.concurseirofiscal.com.br Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 1 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br AULA 06 Sintaxe: relações de coordenação e subordinação. Análise morfossintática. SUMÁRIO PÁGINA Sintaxe 03 1. Conceitos Introdutórios 03 1.1 Frase 04 1.2 Oração 06 1.3 Período 09 1.4 Discurso 10 2. Termos essenciais da oração 13 2.1 Sujeito 14 2.1.1 Núcleo 14 2.1.2 Classificação do sujeito 15 2.2 Predicado 22 2.2.1 Predicativo 22 2.2.2 Núcleo 23 2.2.3 Predicação ou transitividade verbal 25 3. Termos integrantes da oração 30 3.1 Objeto Direto 31 3.2 Objeto Indireto 37 3.3 Complemento Nominal 40 3.4 Agente da Passiva 42 4. Termos acessórios da oração 44 4.1 Adjunto Adnominal 44 4.1.1 Adjunto Adnominal x Complemento Nominal 45 4.1.2 Adjunto Adnominal x Predicativo do Objeto 49 4.2 Adjunto Adverbial 50 4.3 Aposto 52 4.4 Vocativo 55 Classificação das Orações no Período Composto 57 1. Aspectos Gerais 57 2. Orações Coordenadas 60 2.1 Conjunções Coordenativas Aditivas 60 2.2 Conjunções Coordenativas Adversativas 62 2.3 Conjunções Coordenativas Alternativas 63 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 2 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.4 Conjunções Coordenativas Conclusivas 64 2.5 Conjunções Coordenativas Explicativas 65 3. Orações Subordinadas 66 3.1 Orações Subordinadas Substantivas 67 3.1.1 Substantivas Subjetivas 70 3.1.2 Substantivas Objetivas Diretas 73 3.1.3 Substantivas Objetivas Indiretas 74 3.1.4 Substantivas Completivas Nominais 74 3.1.5 Substantivas Predicativas 75 3.1.6 Substantivas Apositivas 75 3.1.7 Substantivas Agente da Passiva 76 3.1.8 Omissão da Conjunção Integrante 76 4. Orações Subordinadas Adjetivas 77 4.1 Classificação 77 4.2 Uso da vírgula – explicação e restrição 81 4.3 Função sintática dos pronomes relativos 82 5. Orações Subordinadas Adverbiais 84 5.1 Classificações 84 6. Orações reduzidas 92 6.1 Orações Reduzidas de Gerúndio 93 6.2 Orações Reduzidas de Infinitivo 94 6.3 Orações Reduzidas de Particípio 94 7. Correlação 96 8. Contagem de orações 97 Questões Propostas 100 Gabarito 113 Questões Comentadas 113 Olá, concurseiro fiscal! Vamos começar a nossa Aula 06 de Língua Portuguesa para o concurso INSS/2015 (Técnico do Seguro Social)? Sei que cada vez mais os assuntos são mais densos e exigem de você maior dedicação e atenção. Mas acredite, todo o esforço será compensado diante da sua aprovação! Então, vamos iniciar? DICA DA VEZ – DIFICULDADE COM UMA MATÉRIA Muitos concurseiros reclamam sobre a dificuldade em estudar algumas matérias para as provas de concursos públicos. É claro que a predileção varia de pessoa para pessoa. Uns gostarão mais de raciocínio lógico, outros terão mais facilidade com as matérias de direito e assim por diante. Não há como fugir disso: o processo de aprendizado e de ensino dialoga com as preferências pessoais e por elas é influenciado. Assim, você precisa identificar quais as matérias que apresentam maior dificuldade para você, geralmente o aluno diante de um assunto pouco familiar cria Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 3 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br uma aversão e adia o estudo do tópico ao máximo. Nessas situações entenda que é o melhor é ir com calma. Não adianta colocar essas matérias para o final, quanto mais cedo você começar a estudá-las, melhor será. Desse modo, dentro do seu cronograma de estudo preveja, pelo menos, um encontro semanal com aquele assunto mais difícil. Não fique com preguiça, no início poderá ser custoso, mas isso passará, assim que você começar a se habituar com o tema. O ideal é ler o assunto de modo completo pela primeira vez, destacando o que for mais importante e mais difícil de ser assimilado. Na outra semana, quando você voltar ao estudo da matéria, antes de começar um novo tópico, revise o que foi estudado e faça alguns exercícios. Em breve, você verá como nada é muito difícil depois que começamos a nos familiarizar! O mais importante é nunca desistir. Esta aula trata de: Sintaxe - relações de coordenação e subordinação. Análise morfossintática. O assunto é bastante extenso, mas fundamental para o seu sucesso em qualquer prova de Português em concursos públicos. O assunto de sintaxe pode parecer um pouco complexo no início, mas garanto que, estudando cada ponto com calma, revisando e realizando questões, logo você dominará o tema. Dito isso, é hora de iniciar! Vamos lá? Sintaxe 1. Conceitos Introdutórios Antes de iniciarmos a análise do conceito de Sintaxe, é importante relembrar como o estudo gramatical da Língua Portuguesa é realizado. Didaticamente, a gramática se divide em três grandes grupos de assuntos: a Fonética, a Morfologia e a Sintaxe. A Fonética é responsável por estudar o sistema fônico, ou seja, investigar a formação e as características dos sons de uma língua (fonemas). Por sua vez, a Morfologia foca o seu estudo na estrutura e classificação das classes de palavras, bem como na função dessas classes na língua. Por fim, a Sintaxe é a parte gramatical responsável por investigar como as palavras se organizam em uma oração, como as relações lógicas entre as orações se estabelecem e qual a correlação entre essas estruturas oracionais e o discurso. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 4 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br É muito interessante o que revela a etimologia da palavra Sintaxe, que deriva do latim sintaxis e quer dizer “coordenação”. Assim, a Sintaxe está ligada ao estudo da combinação das palavras para formar frases, orações e períodos, ou seja, exprimir conceitos e pensamentos. Vale alertar que os assuntos de Concordância Nominal e Verbal e Regência Nominal e Verbal também são englobados pela Sintaxe, mas serão conteúdo das Aulas 07 e 08, respectivamente. Agora, vamos nos familiarizar com conceitos básicos de Sintaxe: a frase, a oração e o período. Na sequência, apresentarei noções importantesacerca do discurso. 1.1 Frase A frase é uma declaração, é todo enunciado que possui sentido completo e, assim, consegue realizar uma comunicação. Veja: Amanhã irei ao cinema. Boa noite. É importante, ao sair, sempre levar um guarda-chuva, pois a qualquer momento pode chover. Silêncio. Note que o mais importante para existir uma frase é haver a expressão verbal de um pensamento. Assim, deve existir um processo comunicativo satisfatório, ou seja, o receptor consegue, independentemente do tamanho da frase, receber a informação a ele destinada pelo emissor. Nesse processo, o contexto pode ser fundamental para que o sentido de uma frase seja completamente transmitido. De acordo com a construção, as frases podem ser classificadas em dois tipos: Frases nominais: não apresentam verbo em sua constituição. Exemplos: Que tarde agradável. Atenção! Frases verbais: há a presença de um ou mais verbos. Exemplos: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 5 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ela saiu. O rapaz foi embora e a moça ficou triste. De acordo com o sentido transmitido, as frases podem ser classificadas em diversos tipos: Declarativa ou Expositiva: faz uma declaração, exprime uma constatação sobre algum acontecimento. Pode ser afirmativa ou negativa. Exemplos: As manifestações pelo Brasil revelam um problema maior sobre a política brasileira. (afirmativa) O cachorro não saiu da casinha hoje. (negativa) Exclamativa: declara um sentimento como alegria, raiva, surpresa, etc. Exemplos: Que susto! Parabéns! Que prova fácil! Imperativa: emite um pedido, um conselho, uma ordem. Aqui, o verbo aparecerá no modo imperativo, conceito visto na última aula, lembra? Pode ser afirmativa ou negativa. Exemplos: Vá estudar. (afirmativa) Não me ouse desafiar. (negativa) Interrogativa: apresenta uma pergunta, um questionamento, é empregada quando alguma informação precisa ser obtida. A interrogação pode ser direta ou indireta. Exemplos: Você vem? (interrogação direta) Quero saber se você não vem. (interrogação indireta) Optativa: exprime um desejo. Exemplo: Deus te guie. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 6 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 1.2 Oração A frase verbal pode ser classificada também como oração desde que o enunciado contenha um verbo ou locução verbal e o seu sentido seja completo. Veja os exemplos: Ela estudou a tarde inteira. (uma oração) Fui ao cinema e depois almocei naquele restaurante. (duas orações) Veremos, no decorrer da aula, que a oração se estrutura em torno da combinação de sujeito + predicado. Pode haver oração sem a presença do sujeito, contudo não se pode pensar em uma estrutura oracional sem o predicado, mesmo quando ele estiver omitido e só possa ser subentendido pelo contexto. Exemplos: Nevou ontem. (oração sem sujeito) Você por aqui? (oração com o verbo elíptico “está” – Você está por aqui?) É valioso destacar que, para fins de análise gramatical, a oração é a estrutura linguística mais favorável, uma vez que permite que seus componentes se relacionem entre si, como partes de um conjunto funcional. Assim, a oração é composta de termos ou unidades que desempenham uma função sintática em sua estrutura. Esses termos serão apresentados ao longo desta aula. OBSERVAÇÃO 1: As frases nominais, caracterizadas pela presença de um sentido e pela ausência do verbo na sua estrutura, não são orações. Observe: Boa tarde. (é frase e não é oração) Silêncio na biblioteca. (é frase e não é oração) Dessa forma, nem toda frase é oração, mas toda oração é uma frase. E, dentro de uma frase, a quantidade de orações será determinada pelo número de verbos ou locuções verbais. Atenção! Tradicionalmente aprendemos que basta contar os verbos em um período para identificarmos a quantidade de orações, mas deve-se ter cuidado com os verbos elípticos: verbos que estão subentendidos pelo contexto ou omitidos para evitar repetições. Assim, é fundamental Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 7 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br identificar a presença da elipse verbal para contar exatamente a quantidade de orações. Veja o exemplo: As indústrias automobilísticas poluem mais do que as indústrias alimentícias. As indústrias automobilísticas poluem mais do que as indústrias alimentícias (poluem). Observe que, no primeiro período, a segunda ocorrência do verbo “poluem” foi omitida por estar subentendida. Mas isso não impede a sua contagem, dessa forma, o período possui duas orações. OBSERVAÇÃO 2: Muitas questões de concurso, ao perguntarem quantas orações há em um determinado trecho do texto, podem induzir o aluno a cair nas famosas “pegadinhas”. Por isso, é fundamental que o candidato domine o conceito de partícula expletiva ou de realce: termo de uma oração que pode ser retirado sem qualquer prejuízo semântico ou sintático (apenas desaparece o realce). Exemplos: Cá, lá, só, que, etc. Olha só que presente lindo. Tenho cá minhas manias. Essas palavras não geram dúvidas porque não formam nenhuma estrutura verbal. Contudo, as expressões formadas pela estrutura “ser + que” e os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos) quando ligados a verbos intransitivos que possuam sujeito, também, são considerados partículas expletivas. Observe: Foi-se embora para sempre. É com um estudo correto que vamos passar no concurso. Atencão! Esses verbos que compõem as partículas expletivas não devem ser contados para determinação do número de orações de um período. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 8 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br COLOCAÇÃO DOS TERMOS NA ORAÇÃO Na Língua Portuguesa, os termos da oração são dispostos em respeito a uma ordem sintática específica. Essa ordem é determinada pela própria função sintática exercida por esses termos e pode ser fundamental para a produção de sentido no texto. Ordem Direta: caracteriza a ordem natural dos elementos em uma oração (sujeito + predicado + complemento). Essa é a ordem predominante na Língua Portuguesa. Note: Eu estudei a aula semana passada. - Ordem inversa ou indireta: qualquer alteração na ordem dos elementos apresentada acima (sujeito + verbo + complemento) é suficiente para caracterizar a inversão da ordem da oração. Não há uma regra que determine especificamente a colocação dos termos na ordem indireta, essa construção é livre, desde que respeitada a norma culta gramatical. Perceba: O motorista se aproximou da cidade, ansiosamente, antes de escurecer. (ordem direta) Antes de escurecer, o motorista se aproximou, ansiosamente, da cidade. (ordem indireta) O objetivo do uso da ordem inversa pode ter natureza estilística. Nesse caso, o objetivo é criar um efeito de ênfase ou eufonia. Exemplos: Ele pediu desculpas por consideração.(ordem direta) Por consideração, ele pediu desculpas. (ordem indireta) Em outras ocasiões, o equilíbrio e o ritmo da estrutura linguística são os fatores preponderantes. Veja este poema de Vinícius de Moraes: “De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo e sempre e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.” Se colocarmos o primeiro verso na ordem direta, teremos: “Serei atento ao meu amor antes de tudo”. Claramente, perde-se o impacto do ritmo e do estilo do poema. Aqui, temos um exemplo magistral de uso da ordem inversa de natureza estilística. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 9 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ademais, o objetivo do uso da ordem inversa pode ter natureza gramatical. Nesse caso, o intuito é destacar um termo da oração. Vamos ver alguns exemplos: - Inversão verbo + sujeito Ex: Onde está você? Dize-me tu se é cedo. - Inversão predicativo + verbo Ex: Que atrevida era ela! Abençoados sejam os nossos deuses. 1.3 Período O período é a frase constituída por uma ou mais orações. Período simples é formado apenas por uma oração. Dessa forma, quando o período for simples haverá a ocorrência de apenas um verbo ou locução verbal. Note: Atirei o pau no gato. Por sua vez, o período composto é formado por duas ou mais orações, ou seja, haverá dois ou mais verbos (ou locuções verbais) na sua estrutura. Observe: Atirei o pau no gato, mas o gato não morreu e Dona Chica admirou-se do berro que o gato deu. (período composto por quatro orações = quatro verbos) A partir dessas noções sobre período, podemos classificar as orações da seguinte maneira: Oração Absoluta: única oração do período simples. Exemplo: Eu acordei muito feliz hoje. Orações Coordenadas: são orações autônomas, têm a sua existência independente de outra oração, não constituem termos de outra oração ou são referentes a eles. Aqui, o que deve ficar claro é Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 10 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br que a independência entre essas orações coordenadas é de cunho sintático, uma vez que pode uma oração coordenada enriquecer o sentido de outra. O período formado por orações coordenadas é conhecido como período composto por coordenação. Voltaremos de maneira mais aprofundada a esse assunto ao longo desta aula. Exemplo: Eu quero passar no concurso, trabalhar e ser independente. Oração Principal: tem autonomia gramatical. É a oração que não exerce nenhuma função sintática em outra oração e dela dependerá outra oração do período. Voltaremos de maneira mais aprofundada a esse assunto ao longo desta aula. Exemplo: Eu sinto que você não me quer mais. Atenção! Não há oração principal em um período composto por coordenação. Oração Subordinada: não possui autonomia gramatical e tem a sua existência dependente de outra oração (oração principal), com a qual constitui o período composto por subordinação. Voltaremos de maneira mais aprofundada a esse assunto ao longo desta aula. Exemplo: Eu sinto que você não me quer mais. OBSERVAÇÃO: Período misto ou complexo é aquele composto de orações coordenadas, principal e subordinadas. 1.4 Discurso O discurso é o modo como os falantes de uma língua estruturam os seus textos, sejam eles orais ou verbais. Na análise do discurso, poderemos perceber o uso de três tipos de discursos pelo interlocutor (direto, indireto e indireto livre), que poderão coexistir dentro de um mesmo texto. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 11 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br - Discurso direto: é a reprodução fiel e literal do que alguém disse. É muito comum em diálogos, quando se busca citar ou transcrever exatamente o que foi dito por alguém. O seu uso, no texto narrativo, pode ser um bom recurso para expor os traços da fala e da personalidade dos personagens. Alguns verbos podem ser utilizados para introduzir esse tipo de discurso, como: falar, afirmar, responder, dizer, perguntar, retrucar, gritar, entre outros. Esses verbos dicendi (relacionados com o dizer) são chamados de verbos de elocução por indicar a fala de personagens. É comum o uso de sinais de pontuação para auxiliar na reprodução dos diálogos, como: travessão, dois ponto, interrogação, exclamação, aspas, etc. Perceba: "— Que crepúsculo fez hoje! - disse-lhes eu, ansioso de comunicação. — Não, não reparamos em nada - respondeu uma delas. - Nós estávamos aqui esperando Cezimbra." Mário Quintana, Coisas Incríveis no céu e na terra. - Discurso indireto: é escrito em terceira pessoa, o interlocutor se utiliza de suas próprias palavras para transmitir a fala e as reações dos personagens. Há uma mistura de vozes e não há uma pontuação específica que marca esse tipo de discurso. Geralmente, a estrutura desse discurso é construída por meio de um verbo de elocução (núcleo do predicado da oração principal), seguido por uma oração subordinada (fala do personagem), comumente introduzida por algum conectivo (que, se, quem, qual, quando, como, por que, etc). Exemplos: O réu confessou que matou a vítima de modo cruel. Questionou se almoçaria hoje. OBSERVAÇÃO: Na transposição do discurso direto para o indireto, os sinais de pontuação desaparecem, o uso dos conectivos faz-se necessário e o verbo de elocução é mantido. Atente-se para o fato de que o verbo, no discurso indireto, estará sempre em algum tempo verbal passado em relação ao tempo verbal do discurso direto, por meio da seguinte correspondência: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 12 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Discurso Direto Discurso Indireto Tempo verbal Presente do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo Tempo verbal Pretérito perfeito do indicativo Pretérito mais-que- perfeito do indicativo Tempo verbal Futuro do indicativo Futuro do pretérito Tempo/Modo verbal Imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Vamos ver um exemplo. Não gosto dessa cor – disse o rapaz. (discurso direto) O rapaz disse que não gostava daquela cor. (discurso indireto) - Discurso indireto livre: é um discurso misto escrito em terceira pessoa, no qual o narrador insere a fala do personagem no meio da sua fala. A personagem ganha voz própria e, assim, os dois outros tipos de discursos se misturam e as vozes se embaralham. Desse modo, é fundamental ter atenção para não confundir o que é fala do narrador e o que é fala do personagem. Vale destacar que, diferentemente do discurso indireto, aqui os sinais de pontuação do discurso direto (interrogação, exclamação, etc.) podem ser mantidos. Exemplo: “Em que estariam pensando?, zumbiu sinha Vitória. Fabiano estranhou a pergunta e rosnou uma objeção. Menino é bicho miúdo, não pensa. Mas sinha Vitória renovou a pergunta – e a certeza do marido abalou-se. Ela devia ter razão. Tinha sempre razão.Agora desejava saber que iriam fazer os filhos quando crescessem. – Vaquejar, opinou Fabiano.” Graciliano Ramos, Vidas Secas. Vamos ver uma questão sobre o assunto. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 13 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Questão – (FGV) Advogado – CODESP-SP/2010 Em relação à passagem da fala do primeiro quadrinho do discurso direto para o indireto, assinale a alternativa correta. a) Ela disse ao coração dele que ele não liga mais para ela. b) Ela lhe disse que ele não liga mais para ela. c) Ela disse-lhe que ele, coração, não liga mais para ela. d) Ela disse-lhe que ele, coração, não ligaria mais para ela. e) Ela lhe disse que ele não ligava mais para ela. Comentários O enunciado da questão solicita que o candidato transponha o discurso direto do primeiro quadrinho (“Coração, você não liga mais pra mim!”) para o discurso indireto. Como vimos, para efetuar essa passagem, vamos manter o verbo de elocução, fazer uso de um conectivo e colocar o verbo do discurso indireto em um tempo passado em relação ao verbo do discurso direto, seguindo as correspondências apresentadas no quadro da página 12. No discurso direto, temos o verbo no presente do indicativo “liga”, dessa forma, o tempo verbal para a construção do discurso indireto será o pretérito imperfeito do indicativo. Veja como ficaria a frase transposta: “Ela lhe disse que ele não ligava mais para ela”. GABARITO: E 2. Termos essenciais da oração Os termos essenciais da oração são os elementos básicos de significação de uma oração. Podemos dizer que são dois os termos essenciais da oração: sujeito e predicado. Mas, cabe observar que há orações sem sujeito e, portanto, o predicado contém certa primazia sobre o sujeito. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 14 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br O sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração, ou seja, a respeito do qual se diz alguma coisa. O predicado é tudo aquilo que se diz do sujeito. O predicado é o responsável por dar a informação completa a respeito do sujeito. 2.1 Sujeito Como vimos acima, o sujeito é o termo da oração que retrata o ser a respeito do qual afirmamos ou negamos algo. Atencão! A correta identificação do sujeito é peça-chave na análise sintática. Por isso, tenha bastante atenção a fim de identificá-lo corretamente. 2.1.1 Núcleo É importante dar destaque para o núcleo do sujeito, que é o termo de maior importância semântica dentro de um conjunto de elementos que compõem o sujeito. Exemplos: A menina ganhou uma boneca. (sujeito = “a menina”; núcleo do sujeito = ”menina”) Meninos, meninas e adultos participaram da festa de aniversário da cidade. (sujeito = ”meninos, meninas e adultos”; núcleo do sujeito 1 = ”meninos”; núcleo do sujeito 2 = ”meninas”; núcleo do sujeito 3 = ”adultos”) Várias são as classes de palavras que podem exercer a função de núcleo do sujeito, tais como: substantivo, palavras com função de substantivo, numeral, pronomes pessoais do caso reto, alguns pronomes pessoais oblíquos, pronomes pessoais de tratamento. A respeito do emprego de pronomes pessoais oblíquos como sujeito, chamo atenção para o seguinte: como sujeito não é sua função típica, eles geralmente são usados como sujeito dos chamados verbos “causativos” e “sensitivos” (mandar, deixar, ver, fazer, ouvir, etc.). Exemplo: Mandei-o entrar para que seja iniciada a aplicação da prova. Observe que o pronome “o” é o sujeito do verbo no infinitivo “entrar”. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 15 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 2.1.2 Classificação do sujeito Neste tópico, vamos estudar a classificação do sujeito, que pode ser feita segundo critérios diversos. Vamos ver? O sujeito pode ser classificado em sujeito simples ou composto. O sujeito simples apresenta apenas um núcleo e o composto possui mais de um núcleo. Exemplos: Participaram da reunião todos os condôminos. (sujeito simples = ”todos os condôminos” – núcleo = ”condôminos”) Ninguém me procurou. (sujeito simples = ”Ninguém” – núcleo = ”Ninguém”) Participaram da reunião Pedro e Paulo. (sujeito composto = ”Pedro e Paulo” – núcleos = ”Pedro” e “Paulo”) O sujeito também pode ser determinado ou indeterminado. O sujeito determinado é aquele identificado por algum elemento na oração. Tenha cuidado com o sujeito desinencial (ou elíptico, ou oculto), pois, apesar de não estar expresso (ele está subentendido) na oração, encontra-se determinado pela desinência verbal. Exemplos: Márcia estuda em São Paulo. (sujeito simples, expresso e determinado = ”Márcia” – núcleo = ”Márcia”) Márcia e sua irmã estudam em São Paulo. (sujeito composto, expresso e determinado = ”Márcia e sua irmã – núcleos = ”Márcia” e “irmã”) Nascemos em Belo Horizonte no século passado. (sujeito simples, desinencial, não expresso e determinado = ”Nós” – identificado por meio da desinência verbal “mos” – núcleo = ”Nós”) O sujeito indeterminado ocorre quando a afirmação expressa pelo predicado encontra-se em um elemento que não pode ser determinado dentro de um conjunto. Dessa forma, não se consegue identificar o sujeito, apesar de sabermos que ele existe. Observe os exemplos a seguir: Exemplos: Fala-se em novo pacote econômico. Fizeram uma manifestação ontem. Há dois casos de indeterminação do sujeito: a) Verbo na 3ª pessoa do plural sem sujeito expresso ou sem Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 16 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br referência a algum termo anterior. Temos apenas uma ideia vaga e imprecisa do sujeito. Exemplos: Disseram que você não viria trabalhar hoje. Fizeram uma manifestação ontem. b) Verbo na 3ª pessoa do singular e acompanhado do pronome “se”. Note que a ação está sendo praticada, mas não conseguimos especificar claramente quem pratica essa ação. Exemplos: Precisa-se de vendedores. (verbo transitivo indireto) Lá se está sempre feliz. (verbo de ligação) Aqui se come muito. (verbo intransitivo) OBSERVAÇÃO: a) Quando a indeterminação do sujeito é ocasionada pelo pronome “se”, esse pronome é chamado índice de indeterminação do sujeito. b) A indeterminação do sujeito pelo pronome “se” ocorre com verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação. Atenção! Quando ocorre verbo na 3ª pessoa do singular e ele é acompanhado pelo “se”, podemos ter três possibilidades: a) Sujeito simples expresso (caso de voz passiva sintética) Exemplo: Matou-se uma mulher. Observe, no exemplo acima, que há a presença de verbo transitivo direto “matou” e que o sujeito (sobre quem se fala) é o termo “uma mulher”. O sujeito nunca vem regido por preposição (observe isso em “uma mulher”), diferente do que acontece com o exemplo anterior “Precisa-se de vendedores.” (voz ativa), no qual o termo “de vendedores”não pode ser sujeito por causa da ocorrência da preposição “de”. Em “Precisa-se de vendedores.”, o “se” é índice de indeterminação do sujeito. Se a dúvida persistir, converta a voz passiva sintética na voz passiva analítica para facilitar a identificação. Assim, teríamos: “Uma mulher foi morta.” Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 17 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br b) Sujeito simples expresso ou não (caso de voz reflexiva) Exemplo: Penteou-se no banheiro. (sujeito simples, desinencial e determinado = ”ele”) Observe, no exemplo acima, que o sujeito simples não expresso é “ele” e o “se” é pronome reflexivo. Exemplo, então, de voz reflexiva. c) Sujeito indeterminado (caso de voz ativa) Explicado acima. Atenção! Quando aparece verbo na 3ª pessoa do plural, podemos ter três possibilidades: a) Sujeito indeterminado (não expresso e não identificável) Exemplo: Mandaram-me para outra escola. b) Sujeito simples ou composto (expresso) Exemplos: Aconteceram ontem muitas explosões na fábrica. (sujeito simples = “muitas explosões”) Aconteceram ontem brigas e discussões na fábrica. (sujeito composto com dois núcleos = “brigas e discussões”) Outra possibilidade é a ocorrência de sujeito inexistente (oração sem sujeito) quando há apenas o enunciado de um fato, sem que ele seja atribuído a algum ser. Dessa forma, a oração é constituída apenas pelo predicado, apesar de o sujeito ser um termo essencial da oração. Temos três casos de sujeito inexistente: a) Verbo “haver” no sentido de existir ou com referência a tempo. Neste caso, o verbo “haver” é chamado verbo impessoal e é usado na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Havia muitas flores no jardim. (verbo “haver” no sentido de “existir”). Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 18 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Estive em Belo Horizonte há quatro anos. (verbo “haver” com referência a tempo) Perceba que, nas duas orações acima, o predicado é a oração inteira, não há sujeito. b) Verbos “fazer”, “ser”, “estar” com referência a tempo. Neste caso, os verbos são chamados verbos impessoais e são usados apenas na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Faz muitos anos que ele ganhou o prêmio. Já é tarde. Está calor em Belo Horizonte. Perceba que, nas três orações acima, o predicado é a oração inteira, não há sujeito. c) Verbos que expressam fenômenos da natureza – chover, ventar, nevar, gear, anoitecer, etc. Neste caso, os verbos são chamados verbos impessoais e são usados apenas na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Choveu pouco mês passado. Anoiteceu rapidamente. Perceba que, nas duas orações acima, o predicado é a oração inteira, não há sujeito. OBSERVAÇÃO: a) Algumas expressões populares não possuem sujeito. Exemplos: Já passava de quatro anos. Vai para dois anos que ele foi embora. Basta de trabalho. b) O verbo “ser” na indicação de horas, datas e distância é impessoal e a sua impessoalidade pode acontecer também na 3ª pessoa do plural. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 19 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplos: São quatro horas. (concorda com a palavra “hora”) Era uma hora. (concorda com a palavra “hora”) Hoje são cinco de março. (são decorridos cinco dias de março) Hoje é cinco de março. (igual a “é dia cinco de março”, ou seja, concorda com a palavra “dia”) Até a esquina são cinco metros. (concorda com a palavra “distância”) Até ali é um metro. (concorda com a palavra “distância”) c) Os verbos que indicam fenômeno da natureza, se usados em sentido figurado, deixam de ser impessoais. Exemplos: Choveram palavrões na reunião. (sujeito simples = ”palavrões”) Joana amanhece radiante. (sujeito simples = ”Joana”) d) A impessoalidade verbal também ocorre com as locuções verbais. Assim, os verbos auxiliares são empregados na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Deve chover amanhã. Vai fazer um ano que ele se casou. Veja, logo em seguida, uma questão que trata de índice de indeterminação do sujeito. Questão – (CESPE) Técnico em Regulação – Telecomunicações - ANATEL/2009 (Adaptada) Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas. Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida, manter as onças afastadas e garantir a sobrevivência Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 20 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br da prole, representava uma superioridade evolutiva. Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas até mesmo na anatomia e na fisiologia humanas. Veja, 10/12/2008 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias no texto acima. O pronome “se”, tanto em “se acredita” (sublinhado no texto) como em “tenha-se estabelecido” (sublinhado no texto), tem função de marcar a indeterminação do sujeito da oração. Comentários Esta questão trata do emprego do pronome “se”. O comando solicita que o aluno analise a afirmativa e julgue se as duas ocorrências do pronome “se” indicam indeterminação do sujeito. Vimos que o pronome “se” pode ser empregado de outras formas, além de “índice de indeterminação do sujeito”. Temos que analisar o seguinte trecho: Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas. A primeira ocorrência do pronome “se” (“se acredita”) é índice de indeterminação do sujeito. Observe que a ação está sendo praticada, mas não conseguimos determinar de forma clara “quem” pratica a ação. Por sua vez, a segunda ocorrência do pronome “se” (“tenha-se estabelecido”) não é índice de indeterminação do sujeito. Perceba, assim, que há a presença clara de sujeito (“a família nuclear”). Dessa forma, concluímos que apenas a primeira ocorrência marca a indeterminação do sujeito da oração. Gabarito: ERRADO Por último, quero destacar classificações usadas por algumas bancas examinadoras. É bom ter cuidado com certas denominações empregadas por elas para que você não erre a questão na prova. Dê uma olhada: a) Sujeito explícito e sujeito implícito Sujeito explícito é o sujeito expresso, ou seja, o termo está explícito na oração. De outro modo, o sujeito implícito é aquele que não foi expressamente declarado na oração. Dessa forma, concluímos que o sujeito explícito pode ser o sujeito simples ou composto expressos na oração. Por sua vez, o sujeito implícito é o Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursosCurso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 21 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br sujeito oculto ou o sujeito indeterminado, uma vez que ambos não são declarados na oração. Exemplos: Não faremos a festa de confraternização. (sujeito implícito = ”nós”) Ontem chegaram as novas empregadas. (sujeito explícito = ”as novas empregadas”) b) Sujeito complexo (total ou ampliado) e sujeito incomplexo (nuclear, gramatical ou inampliado) Sujeito complexo é aquele que sofre modificação por meio de complementos, adjuntos ou atributos. Por sua vez, o sujeito incomplexo não possui modificação complementar. Exemplos: O diretor da Construtora Tema irá para a Europa. (sujeito complexo = ”O diretor da Construtora Tema” e sujeito incomplexo = ”diretor”) Joana viajará para a Europa. (sujeito incomplexo = ”Joana”) c) Sujeito agente (ativo), sujeito paciente (passivo) e sujeito agente e paciente Sujeito agente é aquele que pratica a ação verbal. Por sua vez, o sujeito paciente sofre a ação verbal. E, assim, o sujeito que pratica e recebe a ação, ao mesmo tempo, é denominado sujeito agente e paciente. Vale nós lembrarmos, aqui, da voz ativa, da passiva e da reflexiva. Caso você esteja inseguro, volte à Aula 05. Exemplos: Maria comprou uma casa. (sujeito agente = ”Maria”) Uma casa foi comprada por Maria. (sujeito paciente = ”Uma casa”) Maria se feriu com uma faca de cozinha. (sujeito agente e paciente = “Maria”) d) Sujeito lógico ou contextual Sujeito lógico ou contextual é aquele que é retirado da lógica ou do contexto de uma sentença ou um texto. Esse tipo de sujeito é um sujeito oculto, mas que necessita de uma análise do contexto para que seja corretamente identificado. Exemplo: No atual mundo em que vivemos, dentistas, médicos e fisioterapeutas precisam entender mais sobre finanças e negócios. Caso isso não aconteça, terão problemas na gerência de seus consultórios. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 22 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Perceba que o sujeito (oculto) do verbo “ter” é o termo composto, extraído do contexto: “dentistas, médicos e fisioterapeutas”. 2.2 Predicado O predicado é o termo essencial da oração que contém aquilo que se diz a respeito do sujeito. 2.2.1 Predicativo O predicativo é o termo que representa o núcleo nominal de um predicado. Ele é dividido em: predicativo do sujeito e predicativo do objeto. Predicativo do sujeito O predicativo do sujeito é o núcleo do predicado nominal e expressa um estado, uma qualidade ou uma classificação a respeito do sujeito. Exemplos: Maria anda cansada. (estado) Esta casa parece ótima. (qualidade) França e Bélgica são países. (classificação) O predicativo do sujeito pode ser representado por: substantivo, adjetivo, pronome, locução, expressão ou oração. Veja os exemplos abaixo. Exemplos: Maria é vendedora. (substantivo) Esta casa parece bonita. (adjetivo) José é ninguém. (pronome) Marina está em prantos. (locução) A poupança é meu pé-de-meia. (expressão) O fato é que você está triste. (oração) Predicativo do objeto O predicativo do objeto é o termo que se refere ao objeto por meio de um verbo de ligação não expresso na oração. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 23 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Exemplo: Pedro achou seus cabelos bonitos. (“bonitos” é o predicativo do objeto direto “seus cabelos”) Assim, “Pedro achou que seus cabelos são (verbo de ligação implícito) bonitos.” O predicativo do objeto ocorre, geralmente, com verbos transitivos diretos (objeto direto). Como exceção, temos casos de predicativo de objeto indireto ao usarmos o verbo “chamar” com significado de “cognominar, apelidar, tachar, alcunhar”. Exemplo: Pedro chamou ao seu chefe incompetente. (“incompetente” é o predicativo do objeto indireto “ao seu chefe”) Atenção! O predicativo pode vir deslocado na oração. Tenha bastante cuidado, então, para não fazer confusão. Como o predicativo faz parte do predicado, nesses casos, então, ele obrigatoriamente deve vir acompanhado de vírgula para marcar sua inversão. Exemplos: Pedro foi levado ao hospital com dores fortes. (sem deslocamento) Pedro, com dores fortes, foi levado ao hospital. Com dores fortes, Pedro foi levado ao hospital. 2.2.2 Núcleo De acordo com o tipo de seu núcleo, o predicado apresenta variações. O núcleo é o elemento mais importante do predicado. Assim, a depender do núcleo, podemos ter o predicado nominal, o verbal e o verbo-nominal. Predicado nominal Neste tipo de predicado, o núcleo está representado por um nome e pode declarar estado, qualidade ou classificação acerca do sujeito. Aqui, o verbo tem apenas a função de ligar o sujeito a esse nome. O núcleo se encontra no predicativo do sujeito. Dessa forma, o predicado nominal é composto por verbo de ligação e predicativo do sujeito. Exemplos: Maria está cansada. (estado) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 24 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Maria é médica. (classificação) Maria é ótima aluna. (qualidade) O verbo de ligação não possui significação precisa, pois, como mencionado, somente liga o sujeito ao predicativo, assim como aconteceu com os verbos “ser” e “estar” nos três exemplos acima. Note que, se retirarmos o verbo das orações, não há muito prejuízo ao sentido delas. Devemos observar que, apesar de existirem verbos bastante usados como verbo de ligação (ser e estar), qualquer verbo que for empregado em um predicado nominal será denominado verbo de ligação. Desse modo, podemos citar alguns mais comuns: ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se, acabar, virar, andar, cair, viver. Exemplos: Maria acabou mendiga. (estado) A tristeza virou alegria. (estado) Predicado verbal Neste tipo de predicado, o núcleo está representado por um verbo ou locução verbal que apresenta significação e pode expressar ação, fenômeno, movimento, situação. Desse modo, o predicado demonstra o que o sujeito faz ou sofre e o verbo é o responsável por possuir a informação mais relevante da oração. Exemplos: Maria observava as montanhas. (ação) Chove pouco em Brasília. (fenômeno) José foi ao parque ontem. (movimento) Marina está morando em Brasília. (situação) Do predicado verbal, fazem parte os verbos transitivos e intransitivos, os quais estudaremos no próximo tópico. Predicado verbo-nominal Este tipo de predicado possui dois núcleos: o verbo e o nome. Ao mesmo tempo, expressa a ação praticada e o estado relativo ao sujeito (predicativo do sujeito) ou ao complemento verbal (predicativo do objeto). O núcleo “nome” exerce a função de predicativo. Exemplos: Os jogadores brasileiros entraram no Mineirão apreensivos. (predicativo do sujeito = “Os jogadores brasileiros”) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 25 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Marina achou suas palavras bonitas. (predicativo do objeto direto = “suas palavras”) 2.2.3 Predicação ou transitividade verbal A transitividade ou predicação verbal é o modo como o verbo forma o predicado, isto é, se o verbo exige ou não complementos. A classificação de um verbo só pode ser definida na sentença em que ele está colocado, bem como acontece com as outras classes de palavras, não é mesmo? Um mesmo verbo, a depender do sentido em que for empregado, pode necessitar ou não de complemento (preposicionado ou não). Dessa forma, os verbos podem ser classificados em intransitivos, transitivos e de ligação. Verbos intransitivos O verbo intransitivo, por si só, apresenta sentido completo e, assim, não exige complemento. Dessa maneira, o verbo pode constituir sozinho o predicado. Entretanto, pode vir acompanhado de termos acessórios (adjunto adverbial) ou integrantes (predicativo), os quais são usados apenas para especificar as circunstâncias da ação ou estado. Exemplos: O famoso poeta morreu ontem. A criança chorou. Marina trabalha em silêncio. O verbo intransitivo, geralmente, indica movimento, fenômeno ou situação. Exemplos: Resido na rua Serranos. (situação) Choveu ontem. (fenômeno) Marina anda depressa. (movimento) Atenção! Tenha cuidado com as observações a seguir. O verbo intransitivo, eventualmente, pode aparecer complementado por objeto direto. Isso ocorre em construções nas quais o objeto (objeto direto interno) pertence à mesma família vocabular do verbo. Exemplos: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 26 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br José viveu uma vida tranquila. (objeto direto interno = ”uma vida tranquila”) Paulo cantou uma canção linda. (objeto direto interno = ”uma canção linda”) O verbo intransitivo não necessita especificamente de complemento verbal, entretanto a presença de adjunto adverbial é essencial em alguns casos, por causa do sentido. Dessa forma, podemos notar que o verbo “ir” (de movimento) e o verbo “morar” (de situação), sem a presença de adjunto adverbial, apresentam uma situação vaga e indeterminada. Exemplos: Paula foi ao cinema. Moro em Brasília. Verbos transitivos O verbo transitivo não apresenta sentido completo e, assim, exige complemento (objeto) que integre o sentido do predicado. Dessa maneira, o verbo não consegue constituir sozinho o predicado. O verbo transitivo se divide em transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto (ou bitransitivo). Verbos transitivos diretos O verbo transitivo direto necessita de um complemento sem preposição obrigatória (objeto direto). Exemplos: Marina comprou um apartamento. (objeto direto = ”um apartamento” – predicado verbal = ”comprou um apartamento”) A criança beberá desta água. (objeto direto preposicionado = ”desta água” – predicado verbal = ”beberá desta água”). Observe que a preposição “de” não é obrigatória - A criança beberá esta água. Normalmente, o verbo transitivo direto indica ação. Sua principal característica é admitir a voz passiva. Você se lembra da conversão de voz ativa para voz passiva vista na aula passada? Caso não se lembre, sugiro que volte lá e estude. Exemplos: Marina comprou um apartamento. (voz ativa – objeto direto = ”um apartamento”) Um apartamento foi comprado por Marina. (voz passiva – sujeito passivo = ”Um apartamento” – agente da passiva = ”por Marina”) Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 27 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Verbos transitivos indiretos O verbo transitivo indireto necessita de um complemento com preposição obrigatória (objeto indireto). Exemplos: Marina necessita de um emprego. (objeto indireto = ”de um emprego” – predicado verbal = ”necessita de um emprego”) A criança obedecerá às minhas ordens. (objeto indireto = ”às minhas ordens” – predicado verbal = ”obedecerá às minhas ordens”). Observe que o verbo transitivo indireto também expressa ação. Atenção! O verbo transitivo indireto não admite a voz passiva. Verbos transitivos diretos e indiretos O verbo transitivo direto e indireto, para ter sentido completo, necessita de dois complementos, um sem preposição e outro preposicionado obrigatoriamente. (objeto direto e indireto). Exemplos: Os alemães ofereceram cerveja aos turistas. (objeto direto = ”cerveja” – objeto indireto = ”aos turistas” – predicado verbal = ”ofereceram cerveja aos turistas”) O paciente apresentou ao médico os documentos pessoais. (objeto indireto = ”ao médico” – objeto direto = ”os documentos pessoais” – predicado verbal = ”apresentou ao médico os documentos pessoais”). A maioria dos verbos transitivos diretos e indiretos são sinônimos ou antônimos dos verbos “dar” e “avisar”, tais como: oferecer, apresentar, entregar, doar, ceder, pedir, legar, receber, tomar, informar, participar, cientificar, propor, comunicar, etc. É importante observar que o verbo “avisar” e seus correlacionados apresentam duas estruturas corretas, veja a seguir. Exemplo: João avisou Ana sobre a festa. (objeto direto = ”Ana” – objeto indireto = ”sobre a festa” – predicado verbal = ”avisou Ana sobre a festa”) João avisou à Ana a festa. (objeto direto = ”a festa” – objeto indireto = ”à Ana” – predicado verbal = ”avisou à Ana a festa”) O verbo transitivo direto e indireto aceita voz passiva: Exemplos: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 28 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Cerveja foi oferecida aos turistas pelos alemães. (sujeito = ” cerveja” – objeto indireto = ”aos turistas” – agente da passiva = ”pelos alemães”) Os documentos pessoais foram apresentados ao médico pelo paciente. (objeto indireto = ”ao médico” – sujeito = ”os documentos pessoais” – agente da passiva = ”pelo paciente”). Verbos de ligação O verbo de ligação não possui conteúdo próprio e serve apenas como elemento de ligação entre o sujeito e um atributo do sujeito (predicativo). Exemplo: Marina era infeliz. (predicativo do sujeito = ”infeliz” – sujeito = ”Marina” – predicado nominal = ”era infeliz”) OBSERVAÇÃO 1: A transitividade de um verbo pode ser comprovada do seguinte modo: Transitivo direto – Ana recebeu uma carta. Faça assim: quem recebe, recebe alguma coisa. Então, o verbo “receber” não necessita de objeto com preposição (objeto direto). Assim, concluímos que “receber” é um verbo transitivo direto. Transitivo indireto – Ana gosta de chocolate. Faça assim: quem gosta, gosta de alguma coisa. Então, o verbo “gostar” necessita de objeto com preposição (objeto indireto). Assim, concluímos que “gostar” é um verbo transitivo indireto. OBSERVAÇÃO 2: Existem verbos transitivos diretos que necessitam de um qualificador para o objeto direto que os complementa. Assim, esses verbos exigem um predicativo para o seu objeto (predicativo do objeto). São denominados verbos transobjetivos. Exemplo: Marina considerou João inocente.Observe que “considerar” é um verbo transobjetivo, pois ele é um verbo transitivo direto que necessita de um objeto direto que venha acompanhado de um predicativo (“inocente”). OBSERVAÇÃO 3: É muito importante que você não se esqueça de que a predicação verbal depende do contexto em que o verbo está inserido. Para classificar um verbo como intransitivo, transitivo ou de ligação, Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 29 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br precisamos verificar a função que ele exerce na oração. Assim, um mesmo verbo pode ser intransitivo em uma oração, transitivo direto em outra, etc. Exemplo: Marina anda rápido. (verbo intransitivo – ação de “andar”) Marina anda preocupada com a saúde do marido. (verbo de ligação – estado de preocupação) A seguir, analisaremos uma questão que aborda o assunto visto acima. Questão – (FCC) Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 19ª Região (AL)/2014 (Adaptada) (...) Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio. (...) (Adaptado de: GULLAR, Ferreira. A Cura pelo Afeto. Resmungos, São Paulo: Imprensa Oficial, 2007) O segmento cujo verbo possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado acima é: a) ...sua visão da doença mental diferia da aceita por seus companheiros... b) ...em que os problemas insolúveis arrefeciam. c) ...a loucura era um processo progressivo de degenerescência. d) ...e inventou outro caminho... e) ...o doente se tornou sujeito criador, personalidade livre... Comentários Esta questão trata do assunto transitividade verbal. A transitividade ou predicação verbal é o modo como o verbo forma o predicado, isto é, se o verbo exige ou não complementos. Dessa forma, os verbos podem ser classificados em intransitivos, transitivos (diretos, indiretos, e diretos e indiretos) e de ligação. Acabamos de estudar que a predicação verbal depende do contexto em que o verbo está inserido. Para classificar um Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 30 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br verbo como intransitivo, transitivo ou de ligação, precisamos verificar a função que ele exerce na oração, ou seja, em qual contexto está inserido e se exige complemento. Também, precisamos observar se o eventual complemento necessita obrigatoriamente de preposição. Vamos, então, analisar o trecho constante do comando da questão e verificar qual o comportamento do verbo na sentença. Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio. Observa-se que o verbo “sair” foi empregado no sentido de “surgir”, “provir”. Ele necessitou de complemento com a preposição “de’ (“desses ateliês”). É um verbo transitivo indireto. Desse modo, temos que examinar as alternativas e marcar aquela que apresente um verbo também transitivo indireto, ou seja, que exija o mesmo tipo de complemento de “sair”. Notamos que a alternativa A é a resposta. Ela apresenta o verbo “diferir” com complemento preposicionado pela preposição “de” (“diferia da aceita”). Gabarito: A 3. Termos Integrantes da Oração Alguns verbos e nomes da oração não conseguem, por si mesmos, expressar uma significação completa, de modo que necessitam de outros termos, denominados termos integrantes. Os termos integrantes, portanto, são aqueles que completam (integram) o sentido de outros termos. São os seguintes: - Complementos Verbais: Objeto Direto e Objeto Indireto; - Complemento Nominal; - Agente da Passiva. Os termos integrantes são fundamentais para o perfeito entendimento da frase, motivo pelo qual merecem ser analisados separadamente, conforme faremos agora. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 31 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br 3.1 Objeto Direto O Objeto Direto é o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto (e também de verbo bitransitivo), sem que seja necessária (obrigatória) a presença de preposição. Eles fizeram as atividades. OBJETO DIRETO A transitividade dos verbos será estudada com mais afinco na Aula 08 (Regência Verbal). Esse assunto é extremamente importante para que você saiba identificar qual o complemento verbal da frase (se objeto direto ou se objeto indireto). Na aula de hoje, iremos apenas nos familiarizar com alguns desses conceitos, relacionados ao tema ora em comento (“Termos Integrantes da Oração”). Na frase acima, vemos que “as atividades” completa a significação da forma verbal “fizeram” sem o auxílio de preposição; trata-se, portanto, de objeto direto. Perceba que o objeto direto é o termo para o qual se dirige a ação verbal. Em regra, ele torna-se o sujeito quando a frase é convertida para a voz passiva. Assim, note que, ao passar a oração da voz ativa para a voz passiva, o objeto direto deixará de ser complemento verbal e passará a ser sujeito da passiva: VOZ ATIVA: Eles fizeram as atividades. OBJETO DIRETO VOZ PASSIVA: As atividades foram feitas por eles. SUJEITO Vale dizer, ainda, que é possível substituir o objeto direto pelos pronomes pessoais oblíquos átonos “O, A, OS e AS”, os quais só podem funcionar como objeto direto, nunca como objeto indireto. Essa substituição já foi tema de nossa Aula 04. Exemplo: Eles fizeram as atividades. OD Eles fizeram-nas. OD Os pronomes oblíquos átonos “ME, TE, SE, NOS, VOS” também podem exercer função de objeto direto. Para identificá-lo, será Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 32 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br necessário analisar a regência do verbo por ele completado, ou seja, será fundamental saber se o verbo é transitivo direto. Meus filhos me amam. Eles te amam. OD OD Nas frases acima, identificamos que o “ME” e o “TE” são objetos diretos porque sabemos que “amar” é verbo transitivo direto (quem ama, ama algo, sem auxílio de preposição). Já aprendemos que uma oração pode estruturar-se tanto na ordem direta (sujeito + verbo + complemento) quanto na ordem indireta (em que esses elementos são ordenados de forma diversa). É importante prestar muita atenção nas orações estruturadas na ordem indireta em que o objeto direto (complemento) é posto antes do verbo, para não confundir o objeto direto com sujeito. As cartas escreveram eles com muito esmero. OD SUJ. Eles escreveram as cartas com muito esmero. SUJ. OD Nem tempo tive de lavar os pratos. (sujeito oculto “eu”) OD Nem tive tempo de lavar os pratos. (sujeito oculto “eu”) OD A confusão entre objetodireto e sujeito é frequente, mesmo se a oração estiver estruturada na ordem direta. Vamos aprender algumas dicas para que você não incorra nesse equívoco. Hoje cedo, partiram os visitantes. Hoje cedo, entrevistaram os visitantes. Observe o termo “os visitantes”, destacado nas duas frases acima. Qual a função sintática que ele exerce em cada frase? Sujeito ou objeto direto? Para responder a essa pergunta, aconselho que você tente passar a oração para a voz passiva; caso consiga, o termo provavelmente será objeto direto. Observe: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 33 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Hoje cedo, partiram os visitantes. (voz passiva impossível) Hoje cedo, entrevistaram os visitantes. Hoje cedo, os visitantes foram entrevistados. (voz passiva possível) No primeiro exemplo, note que não foi possível transformar a voz ativa em voz passiva. Isso porque o termo “os visitantes” exerce, na frase, função sintática de sujeito. Observe a frase na ordem direta: “Os visitantes partiram hoje cedo”. No segundo exemplo, foi possível colocar a oração na voz passiva, pois o termo “os visitantes” possui função sintática de objeto direto. O sujeito, nesse caso, é indeterminado. Outra dica importante, na hora de diferenciar sujeito e objeto direto, é lembrar que o objeto direto possui carga passiva, enquanto o sujeito possui carga ativa (pois executa a ação verbal). Atenção! Ainda sobre a distinção “sujeito x objeto direto”, importa conhecermos o sujeito acusativo ou sujeito de infinitivo. Observe: Eu deixei-a voltar tarde para casa. No exemplo acima, o pronome oblíquo átono “A” não exerce função sintática de objeto direto, como em geral ocorre, mas sim função de sujeito (denominado sujeito acusativo ou sujeito de infinitivo). Veja por que isso acontece: Eu deixei Maria voltar tarde para casa. Eu deixei-a voltar tarde para casa. Perceba que o pronome oblíquo átono “A”, destacado na primeira frase, está substituindo “Maria”. O termo “Maria” atua como sujeito do verbo “voltar”. Assim, o pronome “A”, ao substituir “Maria”, também funciona como sujeito (sujeito acusativo ou sujeito de infinitivo). É importante conhecer esse tipo de sujeito para saber diferenciá-lo dos casos em que o pronome oblíquo atua como objeto direto (a maioria dos casos). Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 34 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Dito isso, é hora de fazermos algumas observações acerca dos objetos diretos. OBSERVAÇÃO 1: Em alguns casos, uma oração inteira pode funcionar como objeto direto. Ainda nesta aula, aprenderemos mais sobre esse tipo de oração (chamada oração subordinada substantiva objetiva direta), exemplificada a seguir: Eles não notaram que o cachorro sumiu. OD OBSERVAÇÃO 2: Outra observação importante a se fazer diz respeito a orações com o verbo “HAVER”. Você já deve saber que esse verbo não possui sujeito, se empregado no sentido de “existir”. Nesses casos, portanto, o termo relacionado ao verbo será objeto direto. Veja: Havia muitas pessoas nas manifestações contra a copa. OD Perceba que, no exemplo acima, embora se trate de objeto direto, não será possível a transformação para a voz passiva, em razão da peculiaridade do verbo “haver”. OBSERVAÇÃO 3: Quando o pronome relativo “QUE” (já estudado por nós na Aula 04) retomar um termo e colocá-lo como complemento de verbo transitivo direto, ele será objeto direto. Observe: O bolo que você fez estava delicioso. OD Equivale a dizer: O bolo estava delicioso. / Você fez o bolo. OD Agora, que já fizemos os comentários gerais sobre o assunto, convém conhecermos algumas espécies peculiares de objetos diretos: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 35 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO OBJETO DIRETO INTERNO OU COGNATO Vamos analisar cada um deles, a seguir. OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO Para compreender este tipo peculiar de objeto direto, você deve ter em mente a seguinte informação: será sempre a regência do verbo (e não a presença da preposição) que ditará se o complemento é objeto direto ou objeto indireto. Ou seja, verbos que exigem o uso obrigatório da preposição são transitivos indiretos, de modo que seus complementos serão objetos indiretos. Por outro lado, verbos que não exigem a presença obrigatória da preposição são transitivos diretos, de modo que seus complementos serão objetos diretos. A afirmação acima parece óbvia, mas você verá que não é bem assim. Isso porque, em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição. Ou seja, embora o verbo seja transitivo direto, você poderá (ou até deverá) utilizar a preposição, em alguns casos, para dar ênfase ou conferir clareza à frase. Peguemos, por exemplo, o verbo transitivo direto “enganar”, cuja regência não exige preposição obrigatória (ex: Ele enganou Maria por muitos anos.). Seu complemento será sempre objeto direto, pois quem engana, engana alguém (sem necessidade de preposição). Há casos, no entanto, em que a preposição poderá ser empregada, atipicamente, após um verbo transitivo direto, acompanhando o objeto direto, para fins de clareza. Quando isso ocorrer, o complemento do verbo continuará sendo objeto direto, porém será chamado de objeto direto preposicionado (utilizaremos a sigla “ODPrep” para identificá-lo). Vamos entender alguns desses casos em que verbos transitivos diretos podem ser completados por objeto direto preposicionado. Abaixo de cada caso, darei exemplos de frases, em geral com o verbo “enganar”, para ilustrar a transitividade direta. → Quando o objeto direto for um pronome pessoal oblíquo tônico (“MIM, TI, SI, NÓS, VÓS, ELE, ELES, ELA, ELAS”). Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 36 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ex: Ele pode até enganar a si mesmo, mas não a mim. ODPrep ODPrep → Quando o objeto direto for o pronome relativo “QUEM”. Ex: A quem ele pensa que engana com essas histórias? ODPrep → Quando o objeto direto for o numeral “AMBOS”. Ex: Minha mãe e minha irmã, ele enganou a ambas. ODPrep → Quando o objeto direto for pronome indefinido. Ex: Ele enganou a todos com suas mentiras. ODPrep → Quando o objeto direto for pronome demonstrativo. Ex: Ele enganou a esta pobre garota. ODPrep → Quando o objeto direto for uma expressão que indique reciprocidade. Ex: Eles enganaram-se uns aos outros. ODPrep → Para evitar que se confunda o objeto direto com o sujeito da oração. Ex: Enganou José a Maria. SUJ. ODPrep → Com verbos que exprimem sentimentos: Ex: Ame ao próximo. ODPrep → Para dar ênfase ao objeto direto: Ex: A médico, professore letrado nunca enganes. OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO Outro tipo peculiar de objeto direto é o objeto direto pleonástico. Ocorre quando o objeto direto, já expresso na frase, é retomado (repetido) por um pronome oblíquo para reforçar a informação contida no objeto direto. Ex: Os amigos, perdi-os ao longo da vida. Objeto Direto Objeto Direto Pleonástico Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 37 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Agora, observe o exemplo a seguir, no qual há tanto o objeto direto preposicionado quanto o objeto direto pleonástico: Ex: A mim, ele jamais me enganará. Objeto Direto Objeto Direto Preposicionado Pleonástico OBJETO DIRETO INTERNO OU COGNATO Para encerrar nosso estudo sobre objeto direto, falta falarmos do objeto direto interno ou cognato. Ele ocorre quando o verbo e o complemento (objeto direto) possuem o mesmo radical ou estão no mesmo campo semântico. Veja: Ex: Sonhou os sonhos mais tranquilos. OD cognato Embora a maioria dos gramáticos considere-os sinônimos, há quem diferencie o objeto direto interno do objeto direto cognato, da seguinte maneira: - OBJETO DIRETO COGNATO: quando o verbo e o complemento possuem o mesmo radical (como no exemplo acima). - OBJETO DIRETO INTERNO: o verbo e o complemento estão no mesmo campo semântico (de significação). Ex: Dormiu o sono dos justos. Agora sim, podemos passar ao estudo do próximo termo integrante da oração: o objeto indireto. 3.2 Objeto Indireto O Objeto Indireto é o termo que completa o sentido do verbo transitivo indireto (ou do verbo transitivo bitransitivo) com auxílio obrigatório de uma preposição. Ele pensava em Joana o dia todo. OBJETO INDIRETO Na frase acima, vemos que “em Joana” completa a significação da forma verbal “pensava” com o auxílio de preposição. Isso porque o verbo “pensar” é transitivo indireto (quem pensa, pensa em algo Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 38 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br ou em alguém), de modo que seu complemento será, sempre, objeto indireto. No caso dos verbos bitransitivos (aqueles que possuem dois complementos verbais), o objeto indireto representa o ser a quem o objeto direto se destina. Perceba, abaixo, frases com os verbos bitransitivos “dizer” e “enviar”: Ele disse bobagens a Joana. OD OI Enviavam cartas aos parentes. OD OI É possível substituir o objeto indireto pelos pronomes pessoais oblíquos “LHE(s), A ELE(s), A ELA(s), DELE(s), DELA(s), NELE(s), NELA(s)”. Essa substituição também já foi tema de nossa Aula 04, reveja: Ofereceram um presente a João. OI Ofereceram um presente a ele. OI Ofereceram-lhe um presente. OI Outros exemplos: Necessitamos dos amigos. / Necessitamos deles. OI OI Acreditamos nas pessoas. / Acreditamos nelas. OI OI Aprendemos, também na Aula 04, que os pronomes oblíquos “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam tanto como objeto direto quanto como objeto indireto. Para identificar a qual complemento verbal o pronome equivale (objeto direto ou objeto indireto), aconselho que você o substitua por um nome qualquer (de preferência um nome próprio), a fim de descobrir a transitividade do verbo. Veja: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 39 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ex: Ninguém nos contou a verdade. (objeto indireto, pois equivale a dizer “Ninguém contou a verdade para Maria”, com uso de preposição) Ex: Todos te abandonaram. (objeto direto, pois equivale a dizer “Todos abandonaram Maria”, sem uso de preposição) Dito isso, é hora de fazermos algumas observações acerca dos objetos indiretos. OBSERVAÇÃO 1: Assim, como aprendemos com relação ao objeto direto, também poderá acontecer que uma oração inteira funcione como objeto indireto (caso em que será denominada de oração subordinada substantiva objetiva indireta), exemplificada a seguir: Eu nunca precisei de que outros realizassem meus sonhos. OI OBSERVAÇÃO 2: As formas tônicas “MIM, TI, NÓS, VÓS” não aceitam ser precedidas da preposição “COM” (não existe, portanto, “com mim”, “com ti”, “com nós” e “com vós”). Assim, quando o verbo transitivo indireto exigir o uso da preposição “COM”, correto será dizer “COMIGO, CONTIGO, CONOSCO e CONVOSCO”. Observe: Eles competirão conosco. OI Acho que ele brigou comigo. OI OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO Tal qual aprendemos acerca do Objeto Direto Pleonástico, existe também o Objeto Indireto Pleonástico. Ele ocorre quando o objeto indireto, já expresso na frase, é retomado (repetido) por um pronome oblíquo para reforçar a informação contida no objeto indireto. Observe: Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 40 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ex: Aos amigos, disse-lhes bonitas palavras. Objeto Indireto Objeto Indireto Pleonástico Encerramos, assim, o estudo dos complementos verbais Objeto Direto e Objeto Indireto. O próximo termo integrante da oração, a ser analisado por nós, é o Complemento Nominal. 3.3 Complemento Nominal O Complemento Nominal é aquele termo integrante que completa o sentido de alguns nomes. Esses nomes (que serão completados pelo complemento nominal) podem ser substantivo, adjetivo e advérbio. Com essa informação, é possível diferenciar o complemento nominal dos complementos verbais (objeto direto e objeto indireto). Enquanto o complemento verbal completa o sentido do verbo, o complemento nominal completa o sentido do nome (substantivo, adjetivo e advérbio). Veja os exemplos a seguir: Eu tenho muita consideração por você. SUBSTANTIVO C. NOMINAL Ele é fiel ao time do coração. ADJETIVO C.NOMINAL Estávamos longe da cidade maravilhosa. ADVÉRBIO C. NOMINAL Da análise dos exemplos acima, podemos inferir que o complemento nominal é sempre iniciado por preposição (por você; ao time; da cidade maravilhosa). Outro aspecto importante é a possibilidade de substituir-se o complemento nominal por pronomes pessoais oblíquos. Leia, com atenção, as frases abaixo, em que o termo com função de complemento nominal é substituído por pronome. Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Edielsom de Jesus de Lima Barbosa - 704.419.792-20 Língua Portuguesa para concursos Curso INSS 2015 Teoria e questões comentadas Prof. Ludimila Lamounier – Aula 06 Página 41 de 148 Concurseiro Fiscal www.concurseirofiscal.com.br Ele não teve consideração por mim. / Ele não me teve consideração.
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