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Aula 03 Português p/ Perito Criminal e Médico Legista - Polícia Científica-GO (com videoaulas) Professor: Fabiano Sales Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 71 AULA 03 Olá, futuros servidores! No encontro de hoje, apresentarei um tema muito recorrente nas principais provas de concursos públicos: sintaxe da oração e do período. Para refletir: "Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado." (Roberto Shinyashiki) Mãos à obra! 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 71 SINTAXE DA ORAÇÃO Antes de entrarmos no estudo das funções sintáticas propriamente ditas, apresentarei alguns conceitos introdutórios e necessários ao nosso estudo: Classificação Conceito Exemplos Frase nominal Não apresenta verbo. Por essa razão, não serve para a análise sintática. Silêncio! Que atitude bonita, meu filho! Frase verbal (ou Oração) Apresenta verbo, podendo ter ou não sentido completo. A frase pode ser: Declarativa: expressa um fato. Interrogativa: expressa pergunta ou dúvida. Imperativa: expressa ordem, pedido. Exclamativa: expressa admiração. Optativa: expressa desejo. Imprecativa: expressa praga, maldição. Desejo que você seja aprovado. Chorou copiosamente. Você será aprovado no concurso. Que horas são? Estude! Quão bonita é sua filha! Passemos no concurso! Maldito seja o árbitro daquela partida! Período Expressão verbal de sentido completo, iniciado por letra maiúscula e encerrado por ponto final. Desejo que você seja aprovado. Feitas as considerações iniciais, veremos os termos essenciais, integrantes e acessórios da oração. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Os termos essenciais da oração são sujeito e predicado. O SUJEITO A gramática tradicional define sujeito como “o termo sobre o qual se faz uma declaração”. Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia. Sujeito: O aluno. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 71 Aqui, apresento uma dica a vocês: para localizar o sujeito da oração, façam uma pergunta ao verbo. Por exemplo, na frase “O aluno estuda seis horas por dia.”, devemos perguntar “Quem é que estuda seis horas por dia ?”. A resposta obtida será o sujeito da oração: “O aluno”. Para coisas, fazemos a pergunta “O quê ...?”. Outro aspecto digno de consideração é o núcleo do sujeito. O núcleo será a palavra mais importante, pois será com ela que o verbo, em regra, concordará: “O aluno (= Ele) estuda seis horas por dia”. O núcleo do sujeito pode ter natureza substantiva (substantivo, palavra substantivada, numeral substantivo ou pronome substantivo) ou verbal (oração subordinada substantiva subjetiva – que caracteriza o sujeito oracional). Exemplos: João conversa muito. (João = substantivo - núcleo do sujeito) O amar dá cor à vida. (amar = palavra substantivada - núcleo do sujeito) Três é demais. (Três = numeral substantivo - núcleo do sujeito) Ele é bom demais. (Ele = pronome substantivo - núcleo do sujeito) É importante que você estude muito. (estude = verbo - núcleo do sujeito oracional) Já o predicado, outro termo essencial da oração, é definido como “tudo o que se declara do sujeito”. Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia. Predicado: estuda seis horas por dia. Uma vez encontrado o sujeito (“O aluno”), tudo o que sobrar fará parte da estrutura do predicado: “estuda seis horas por dia”. Seguindo os demais exemplos apresentados acima, os respectivos predicados são: João conversa muito. (conversa muito = predicado) O amar dá cor à vida. (dá cor à vida = predicado) Três é demais. (é demais = predicado) Ele é bom demais. (é bom demais = predicado) É importante que você estude muito. (É importante = predicado) CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO Quanto à classificação, o sujeito pode ser: Simples – formado por apenas um núcleo. Exemplo: João conversa muito. Sujeito: João. Núcleo do sujeito: João. Composto – formado por dois ou mais núcleos. Exemplo: João e Maria conversam muito. Sujeito: João e Maria. Núcleos do sujeito: João; Maria. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 71 Indeterminado – aquele que existe, mas que não é possível ser identificá-lo. Exemplo: Falaram sobre os alunos. O sujeito indeterminado ocorrerá com: - verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja referência a sujeito expresso no contexto. Exemplo: Falaram sobre os alunos. (alguém praticou a ação de “falar”, mas, sem uma referência expressa no contexto, não é possível identificá-lo) Dicas estratégicas! 1ª) Quando houver referência expressa no contexto, ainda que o verbo esteja na terceira pessoa do plural, o sujeito será determinado. Exemplo: Os professores gostam desta turma. Falaram sobre os alunos. (o sujeito de “falaram” é o termo “os professores”) 2ª) É importante observar que, quando a forma verbal estiver no imperativo, ainda que não haja referência no contexto, o sujeito não será indeterminado, e sim desinencial. Exemplos: Falem sobre os alunos. (através da desinência número-pessoal “-m”, é possível identificar o sujeito: “vocês”) 3ª) Com outras pessoas do discurso, não haverá sujeito indeterminado, e sim sujeito desinencial. Exemplo: Passaremos no concurso. No exemplo acima, a desinência número-pessoal “-mos” indica que o sujeito é a forma pronominal “nós”. - verbo que, em regra, não seja transitivo direto e que esteja na terceira pessoa do singular, acompanhado da partícula SE (indeterminação do sujeito). Exemplo: Precisa-se de empacotadores. (alguém precisa de empacotadores, mas não é possível fazer a identificação.) Na frase acima, o verbo “precisar” é transitivo indireto, pois rege a preposição “de” (alguém precisa DE algo). Sendo assim, ficará, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular. A partícula SE (índice de indeterminação do sujeito) aparecerá com verbos transitivos indiretos, intransitivos, de ligação ou transitivos diretos cujos objetos diretos sejam preposicionados. Nestes casos, os verbos permanecerão sempre na terceira pessoa do singular. a) verbo transitivo indireto (verbo que exige, obrigatoriamente, o emprego de preposição antes de seu complemento, chamado objeto indireto): 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 71 Precisa-se de empacotadores. VTI I.I.S. OI Os verbos transitivos indiretos mais recorrentes em provas são: precisar, necessitar, obedecer, desobedecer, aludir, anuir, referir-se, tratar-se. Trata-se de problemas particulares. VTI I.I.S. OI Aludiu-se a diversas questões. VTI I.I.S. OI b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo): Vive-se bem no Rio de Janeiro. V I I.I.S. adj. adv. adjunto adverbial c) verbo de ligação: É-se feliz no Rio de Janeiro. VL I.I.S. pred. suj. adjunto adverbial d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a preposição não é regida pela forma verbal: Comeu-se do bolo. VTD I.I.S. ODP Dica estratégica! Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível identificar) comeu parte do bolo. Conforme estudamos acima, não será admitida a transposiçãode voz verbal quando houver objeto direto preposicionado. Notem, ainda, que a retirada da preposição “de” alteraria sintática e semanticamente a estrutura da frase: Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.) índice de indeterminação do sujeito Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – O bolo foi comido.) pronome apassivador 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 71 A partícula SE pode ser classificada, ainda, como parte integrante do verbo (PIV). Exemplo: Queixou-se da prova. VTI PIV OI Parte integrante do verbo versus Índice de indeterminação do sujeito Alguns alunos sempre me perguntam: “Professor, como saberei se a partícula SE é parte integrante do verbo ou índice de indeterminação do sujeito?”. Amigos e amigas, há um método prático: para diferençar as formas, tentem encaixar o substantivo “João” antes do verbo. Se a frase não fizer sentido ou se este for alterado, a partícula SE será índice de indeterminação do sujeito. Por outro lado, se a frase fizer sentido, a partícula será parte integrante do verbo. Vamos visualizar na prática. Exemplos: Precisa-se de cozinheiro. Queixou-se da prova. Nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem objeto indireto como complemento. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases. (João) Precisa-se de cozinheiro. Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito. Precisa-se de cozinheiro. VTI I.I.S. OI (João) Queixou-se da prova. No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo. Queixou-se da prova. VTI PIV OI Outros exemplos: Necessita-se de dinheiro. Desculpou-se do ocorrido. Novamente, nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem objeto indireto como complemento. Assim, tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases. (João) Necessita-se de dinheiro. Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 71 Necessita-se de dinheiro. VTI I.I.S. OI (João) Desculpou-se do ocorrido. No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo. Desculpou-se do ocorrido. VTI PIV OI Outros exemplos: Vive-se bem aqui. Sentou-se na cadeira rapidamente. Nos exemplos acima, ambos os verbos são intransitivos. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases. (João) Vive-se bem aqui. Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito. Vive-se bem aqui. VI I.I.S. adjuntos adverbiais (João) Sentou-se na cadeira rapidamente. No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo. Sentou-se na cadeira rapidamente. VI PIV adj. adv. adj. adv. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 71 1. (CESGRANRIO – 2005 – MPE/RO) O vocábulo "se" tem o mesmo valor sintático da sua ocorrência em "... não se abre telhado com chuva." (l. 9-10) no trecho: a) "Se chovesse, nada feito," b) "Se fizesse sol, ele ia escalar..." c) "... terá uma surpresa se a criatura vier -" d) "... e mais ainda se chegar na hora marcada." e) "Quanto mais tempo se perde por desorganização..." Comentário: No trecho “... não se abre telhado com chuva.”, há uma estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE + sujeito), em que: - o verbo “abrir” é transitivo direto; - o vocábulo “se” tem valor de partícula (ou pronome) apassivadora; e - a palavra “telhado” desempenha a função de sujeito (paciente). O mesmo valor é encontrado na assertiva E. Para facilitar a análise, o trecho “Quanto mais tempo se perde” pode ser reescrito como “Quanto mais tempo é perdido”. Portanto, há uma ideia de passividade, e o vocábulo “se” tem valor de partícula apassivadora. Nas demais opções, o “se” é uma conjunção subordinativa condicional, equivalente a “caso”. Gabarito: E. 2. (FCC-2007/ISS-SP) 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 71 O termo sublinhado constitui o sujeito na seguinte construção: (A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. (B) É nessa condição que vivem os animais. (C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das transgressões. (D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. (E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. Comentário: Encontramos um termo que desempenha a função de sujeito na assertiva D. Para facilitar a análise, vamos transcrever o período na ordem direta: Isso ocorre por conta das reiteradas situações de impunidade. Assim, percebemos que “Isso” é o sujeito da forma verbal “ocorre”, a qual, no contexto em análise, é intransitiva. O trecho “por conta das reiteradas situações de impunidade” é um adjunto adverbial de causa. Vejamos as demais opções: 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 71 A) A partícula SE é pronome apassivador, formando uma estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE). Na frase, porém, ocorreu a colocação proclítica (antes do verbo) do pronome devido à presença do advérbio “não”. O trecho “uma forma definitiva de organização social” desempenha a função de sujeito da voz passiva. B) No excerto “É nessa condição que vivem os animais.”, o sujeito está posposto à forma verbal “vivem”, que, no contexto, é intransitiva. Logo, “os animais (sujeito) vivem nessa condição”. C) Em “Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das transgressões.”, o sujeito é “Tais delitos”, razão por que a forma verbal “acabam” concorda com esse termo. “Estímulos” desempenha a função de objeto direto. E) Em “Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica.”, temos uma estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE), em que o sujeito paciente é “um princípio da lei mosaica”. Gabarito: D. 3. (FCC-2011/NOSSA CAIXA) Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais comoo 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua. (Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) Na frase No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos, é correto afirmar que: 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 71 (A) a construção verbal é um exemplo de voz ativa. (B) a partícula se tem a mesma função que em E se ela não vier? (C) a forma plural “devem” concorda com exames. (D) ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito. (E) a expressão donos do mundo leva o verbo para o plural. Comentário: Vamos analisar as opções. Letra A. Resposta incorreta. Em “(...) não se devem esperar exames de consciência mais profundos”, temos uma construção de voz passiva (VTD+SE) Não se devem esperar exames de consciência mais profundos. pron. loc. verbal sujeito apass. transitiva direta É importante chamar a atenção para a colocação proclítica (antes do verbo) do pronome SE, devido à presença do advérbio “não”. Letra B. Resposta incorreta. Como vimos no comentário anterior, em “(...) não se devem reconhecer (...)”, a partícula SE é denominada pronome apassivador. Porém, no trecho “E se ela não vier?”, temos um conjunção subordinativa adverbial condicional, equivalente a “caso”: “E caso ela não venha?” Letra C. Resposta correta. A forma verbal “devem”, presente na locução verbal “devem reconhecer”, concorda com o núcleo do sujeito “exames de consciência mais profundos”. Letra D. Resposta incorreta. A partícula SE será índice de indeterminação do sujeito quando houver: a) verbo transitivo indireto (verbo cujo sentido é complementado por um objeto indireto): Precisa-se de empacotadores. b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo): Vive-se bem no Rio de Janeiro. c) verbo de ligação: É-se feliz no Rio de Janeiro. d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a preposição não é regida pela forma verbal: Comeu-se do bolo. Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível identificar) comeu parte do bolo. Não será admitida a transposição de voz verbal quando houver objeto direto preposicionado. Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.) índice de indeterminação do sujeito 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 71 Não é o que ocorre em “(...) não se devem reconhecer exames de consciência mais profundos”, pois a transitividade da locução verbal “devem reconhecer” é transitiva direta (reconhecer o quê?). Logo, a partícula SE é pronome apassivador. Letra E. Resposta incorreta. A concordância verbal deve-se dar com o sujeito “exames de consciência mais profundos”. Logo, a locução verbal concorda com o citado termo. Gabarito: C. 4. (FGV-2008/Senado) Assinale a alternativa em que a palavra SE seja apassivadora: (A) "Acumular fortunas tornou-se mais importante." (B) "...apela-se ao estado..." (C) "Não se mede o fracasso do capitalismo." (D) "O valor da empresa deslocava-se do parque industrial..." (E) "...o mercado se arvora em árbitro..." Comentário: Conforme estudamos nas lições (inclusive na aula sobre verbos), a partícula SE será apassivadora quando o houver for transitivo direto (a exceção ocorre quando o objeto direto estiver preposicionado). De posse desse conhecimento, vamos analisar as opções. A) Resposta incorreta. No contexto em que se encontra, a forma verbal “tornar-se” é de ligação. Portanto, não há voz passiva. Vejam que, ao inserir o substantivo “João” antes do trecho “tornou-se mais importante”, a oração manteve o sentido. Logo, o SE é parte integrante do verbo. B) Resposta incorreta. No contexto em que está inserida, a forma verbal “apelar-se” é transitiva indireta. Segundo a dica demonstrada na aula, vejam que, ao inserir o substantivo “João” antes do trecho “apela-se ao Estado”, a oração não faz sentido. Logo, o SE é índice de indeterminação do sujeito. C) Resposta correta. Na frase “Não se mede o fracasso do capitalismo.", o verbo “medir” é transitivo direto. Quando isso ocorrer, fiquem alerta: há grande possibilidade de haver uma construção de voz passiva. No contexto em análise, o sujeito “o fracasso do capitalismo” sofre a ação de ser medido. Temos, assim, uma estrutura de voz passiva sintética (equivale dizer que “o fracasso do capitalismo não é medido). Portanto, o SE é partícula apassivadora. D) Resposta incorreta. Na frase "O valor da empresa deslocava-se do parque industrial...", a partícula SE equivale à expressão a si mesmo (O valor da empresa desloca a si mesmo do parque industrial...). Temos, portanto, um pronome reflexivo. E) Resposta incorreta. No contexto "... o mercado se arvora em árbitro...", a forma verbal “arvorar-se” (proclamar, decretar) é transitiva indireta. Vejam que, ao inserir o substantivo “João” antes do trecho “se arvora em árbitro”, a oração manteve o sentido. Logo, o SE é parte integrante do verbo. Gabarito: C. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 71 Inexistente – ocorre com verbos impessoais e que, por essa razão, deverão figurar, em regra, na terceira pessoa do singular. O sujeito inexistente proporciona à oração a classificação de oração sem sujeito. O sujeito será inexistente nos seguintes casos: a) verbos que expressam fenômenos da natureza no sentido denotativo, dicionarizado. Exemplo: Choveu durante o casamento. Se o verbo for empregado no sentido conotativo, isto é, figurado, terá um sujeito. Exemplo: Choveram flores durante o casamento. No exemplo “Choveram flores durante o casamento.”, o verbo “chover” está empregado no sentido conotativo, significando “cair”. Portanto, deve concordar com o sujeito “flores”. Nesse caso, portanto, será pessoal. b) verbo haver, significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo pretérito. Exemplos: Havia trezentas pessoas no local de prova. Em “Havia trezentas pessoas no local de prova.”, o verbo haver é impessoal (não apresenta sujeito). Na construção, o verbo assume transitividade direta. Logo, o termo “trezentas pessoas” é seu objeto direto. Os verbos existir, acontecer e ocorrer são pessoais, ou seja, devem concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Existiam trezentas pessoas no local de prova. (trezentas pessoas = sujeito) Aconteceram episódios fantásticos. (episódios fantásticos = sujeito) Ocorreram muitos vazamentos radioativos. (muitos vazamentos radioativos = sujeito) Há dois anos que não a vejo. No exemplo “Há dois anos que não a vejo.”, o verbo haver foi empregado para indicar tempo pretérito, passado. Logo, não tem sujeito.02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 71 c) verbos fazer, indicando tempo pretérito ou fenômeno da natureza. Exemplo: Faz dois anos que não a vejo. No ano passado, fez verões muito quentes no Brasil. d) verbo ser, indicando hora, distância ou datação. Exemplos: Hoje são trinta de junho. (o verbo “ser” concorda com o numeral “nove”.) Hoje é dia trinta de junho. (o verbo “ser” concorda com o vocábulo “dia”.) São doze horas e trinta minutos. (o verbo “ser” concorda com o numeral “doze”.) É meio-dia e meia. (o verbo “ser” concorda com “meio-dia”.) Do curso ao trabalho são vinte metros de distância. (o verbo “ser” concorda com “vinte”) e) verbos chegar e bastar, significando parar. Exemplos: Chega de blá-blá-blá! Basta de discussões! Oracional – é aquele que desempenha a função de sujeito, tendo um verbo como núcleo. Equivale a uma oração subordinada substantiva subjetiva. Sempre que ocorrer, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular. Exemplo: É importante que você estude muito. (“que você estude muito = sujeito oracional - oração subordinada substantiva subjetiva). O núcleo é a forma verbal “estude”. Para facilitar a análise, substituam oração em destaque pelo pronome “ISSO”: ISSO é importante. sujeito Portanto, a expressão “que você estude muito” desempenha a função de sujeito oracional. Outro exemplo: Estudar e brincar é fundamental às crianças. No exemplo acima, “Estudar e brincar” é o sujeito oracional. O verbo da oração subordinada deve, obrigatoriamente, permanecer na terceira pessoa do singular. Para facilitar a análise, substitua oração por “ISSO”: ISSO é fundamental às crianças. Portanto, a expressão “Estudar e brincar” desempenha a função de sujeito oracional. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 71 5. (FUNRIO-2008/Ministério da Justiça) O exemplo do texto II, em que aparece uma oração sem sujeito, é: A) “... há uma linha divisória entre o trabalho formal e informal...” B) “No entanto, creditam à prática apenas um ‘jeito de ganhar a vida’ sem cometer crimes.” C) “Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão...” D) “Isso é quase um sonho para muitos" E) “São pouquíssimos os que ganham mais de R$300 por mês.” Comentário: A oração sem sujeito ocorre na assertiva (A). No contexto, o verbo “haver” foi empregado na acepção de “existir”, o que o torna impessoal, razão por que permaneceu na terceira pessoa do singular. Por sua vez, o segmento “uma linha divisória” desempenha a função de objeto direto da forma verbal “há”. Nas demais opções, temos os seguintes sujeitos: b) Sujeito indeterminado em “creditam à prática apenas um ‘jeito de ganhar a vida’ sem cometer ... c) O sintagma “todos” desempenha a função de sujeito. d) Por sua vez, a forma pronominal “isso” exerce a função de sujeito. e) Por fim, a expressão “os (=aqueles) que” também exerce a função sintática de sujeito. Gabarito: A. 6. (FUNRIO-2008/SUFRAMA) Verifica-se um caso de oração sem sujeito em: A) “Já o nascimento de uma menina, na maioria dos casos, não é comemorado.”. B) "Ninguém se deu ao trabalho de olhar para mim...”. C) “Mas nada na aparência externa de Machrihwa, no norte de Shravasti, perto da fronteira com o Nepal, indica esse recorde triste.”. D) "Estamos impressionados...”. E) “E além disso há o próprio custo do casamento...”. Comentário: À feição do que ocorreu na questão anterior, o verbo “haver” foi empregado na acepção de “existir”, tal como se verifica na assertiva (E). Por seu turno, a expressão “o próprio custo do casamento” exerce a função de complemento direto do citado verbo, constituindo, portanto, um caso de oração sem sujeito. Nas demais opções, há constituintes que desempenham a função de sujeito na estrutura: a) “o nascimento de uma menina” - sujeito b) “ninguém” – sujeito c) “nada” – sujeito da forma verbal “indica” 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 71 d) Há o sujeito desinencial “nós”, demonstrado por meio da desinência número- pessoal “-mos”. Gabarito: E. 7. (ESAF-2004/Instituto Rio Branco) Assinale a frase do texto que constitui uma oração sem sujeito. O direito nada pode sem a ética, e não pode haver paz sem justiça. Toda regra de Justiça envolve amor, que resume, em seu mais amplo sentido, a verdadeira ideia da convivência entre os homens. (José de Aguiar Dias, A ética e o direito, com adaptações) a) O direito nada pode sem a ética. b) [...] não pode haver paz sem justiça. c) Toda regra de Justiça envolve amor. d) que resume [...] a verdadeira ideia da convivência entre os homens. e) [...] em seu mais amplo sentido [...] Comentário: Vamos analisar cada assertiva. A) Errada. O sujeito da forma verbal “pode” é a expressão “O direito”. Como há apenas um núcleo (“direito”), o sujeito é simples. B) Esta é a resposta da questão. No contexto, o verbo “haver”, constante da locução verbal “pode haver”, foi empregado no sentido de “existir”. Sendo assim, é impessoal, transmitindo essa impessoalidade ao verbo auxiliar “pode”. Consequentemente, a expressão “paz sem justiça” desempenha a função de objeto direto da locução. Portanto, temos um caso de oração sem sujeito ou sujeito inexistente. C) Errada. No período “Toda regra de Justiça envolve amor.”, o sujeito da forma verbal “envolve” é a expressão “Toda regra de Justiça”. O núcleo é o vocábulo “regra”, configurando, portanto, sujeito simples. D) Errada. No contexto, a função de sujeito é desempenhada pelo pronome relativo “que”. Veremos, adiante, que toda oração iniciada por esse elemento será subordinada adjetiva. Aguardem! (rs...) E) Errada. Percebam que não há verbo no trecho “em seu mais amplo sentido”. Portanto, não há sequer uma oração, e sim uma frase nominal. Gabarito: B. 8. (FUNRIO-2009/FURNAS) Duas placas colocadas na entrada de uma galeria oferecem empregos. Elas dizem: PRECISAM-SE DE COSTUREIRAS CONTRATAM-SE COZINHEIROS Levando em conta o que é recomendado pelo uso prestigiado na linguagem padrão, podemos afirmar que: A) apenas a primeira frase está correta, pois o verbo “precisar” tem sujeito indeterminado. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 71 B) as duas frases estão corretas, já que ambas têm sujeito indeterminado e pronome reflexivo. C) apenas a segunda frase está correta, pois o verbo “contratar” concorda com o sujeito “cozinheiros”. D) as duas frases estão incorretas, pois a indeterminação deixa o verbo na terceira pessoa do singular. E) as duas frases estão incorretas, pois a indeterminação deixa o verbo na terceira pessoa do plural. Comentário: Na primeira placa, em que consta o período “Precisam-se de costureiras”, a expressão “de costureiras” é objeto indireto, ou seja, complemento do verbo transitivo indireto “precisar”. Em consequência disso, a partícula “se” é denominada índice de indeterminação do sujeito, o obriga o verbo a permanecer na terceira pessoa do singular: Precisa-se de costureiras. Já a segunda placa, por sua vez, apresenta o período “Contratam-se cozinheiros”, em que o sintagma “cozinheiros” exerce a função de sujeito paciente, ou seja, estamos diante de uma estrutura de voz passiva sintética. O verbo “contratar” é transitivo direto e, em razão disso”, a partícula “se” é apassivadora. Como o sujeito paciente está no plural, o verbo “contratar” é flexionado, obrigatoriamente, nesse mesmo número (plural). Portanto, esta placa está correta, validando a opção (C) como gabarito da questão. Gabarito:C. CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO Quanto à classificação, o predicado pode ser verbal, nominal ou verbo- -nominal. Predicado verbal – é aquele que tem como núcleo um verbo que exprime ação, fenômeno ou movimento. Em outras palavras, o predicado será verbal quando houver formas verbais transitivas diretas, transitivas indiretas, transitivas diretas e indiretas ou intransitivas. Das três classificações possíveis, é a única que não contém predicativo. Exemplos: Os alunos fizeram a prova. No exemplo acima, temos: Sujeito Os alunos núcleo do sujeito alunos predicado verbal fizeram a prova núcleo do predicado verbal fizeram (Fizeram o quê? – verbo transitivo direto) objeto direto a prova 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 71 Os alunos gostaram da prova. No exemplo acima, temos: Sujeito Os alunos núcleo do sujeito alunos predicado verbal gostaram da prova núcleo do predicado verbal gostaram (Gostaram de quê? – verbo transitivo indireto) objeto direto da prova Os alunos deram parabéns aos professores. No exemplo acima, temos: Sujeito Os alunos núcleo do sujeito alunos predicado verbal deram parabéns aos professores núcleo do predicado verbal deram (Deram uma coisa a alguém – verbo transitivo direto e indireto) objeto direto parabéns objeto indireto aos professores Os alunos foram ao local de prova. No exemplo acima, temos: Sujeito Os alunos núcleo do sujeito alunos predicado verbal foram ao local de prova núcleo do predicado verbal foram (verbo intransitivo – não necessita de complemento) adjunto adverbial de lugar ao local de prova Predicado nominal – é aquele que tem como núcleo um nome (substantivo, adjetivo ou pronome) ligado ao sujeito por meio de um verbo de ligação. O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito, termo que proporciona qualidade, estado ou característica. Exemplos: O rapaz está machucado. No exemplo acima, temos: Sujeito O rapaz predicado nominal está machucado (o verbo “estar” é de ligação) núcleo do predicado nominal machucado 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 71 O professor ficou feliz com a aprovação dos alunos. No exemplo acima, temos: sujeito O professor predicado nominal ficou feliz com a aprovação dos alunos núcleo do predicado nominal feliz adjunto adverbial de causa com a aprovação dos alunos Dicas importantes! 1ª) Verbo de ligação é aquele que unicamente serve para atribuir característica ou estado ao sujeito. Para que haja predicado nominal, é imprescindível a presença de um predicativo. Exemplos: O rapaz está machucado. / O professor é extrovertido. Caso não apareça o predicativo, o predicado não será nominal, e sim verbal. Exemplo: O rapaz está aqui. (aqui = adjunto adverbial de lugar) Na oração “O rapaz está aqui.”, o verbo “estar” é intransitivo. 2ª) O verbo de ligação pode expressar alguns aspectos. Exemplos: O candidato é dedicado. (aspecto: permanência) O candidato está focado. (aspecto: transitoriedade) O candidato parece entusiasmado. (aspecto: aparência) Importante! Predicativo é a qualidade, estado ou característica atribuída ao sujeito ou ao objeto. Exemplos: O candidato é dedicado. No exemplo acima, a forma verbal “é” deve ser classificada como verbo de ligação. Por consequência, “dedicado” será o predicativo do sujeito. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 71 Predicado verbo-nominal – é a mistura dos predicados verbal e nominal, ou seja, aquele que apresenta dois núcleos: um verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predicativo). Exemplo: O candidato fazia a prova tenso. No exemplo acima, temos dois núcleos: o verbo “fazer” (transitivo direto) e o nome “tenso” (predicativo do sujeito, que atribui um estado ao sujeito “O candidato”. sujeito O candidato predicado verbo-nominal fazia a prova tenso núcleo do predicado verbo-nominal fazia (verbo transitivo direto) objeto direto a prova núcleo do predicado verbo-nominal tenso (predicativo do sujeito) Para facilitar a análise, encaixe o verbo “estar” antes do predicativo: O candidato fazia a prova (e estava) tenso. 9. (FGV-2008/Polícia Civil-RJ) “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa, como se fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos.” A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir: I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional. II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto. III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional. Comentário: Vamos analisar os itens. I. Correto. O trecho “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa” apresenta o termo em destaque como sujeito. Fazendo a pergunta “O que não vale a pena?”, obteremos o sujeito a partir da resposta “fragilizar o governo e sua política externa”. Como há verbo na estrutura, o excerto em destaque desempenha a função de sujeito oracional, ou seja, equivalente a uma oração. II. Correto. No trecho “(...) tornar esta matéria elemento decisivo (...)”, a forma verbal “tornar” é transitiva direta, exigindo como complemento direto a expressão “esta matéria”. Por sua vez, o termo “elemento decisivo” é uma característica do objeto direto, desempenhando, portanto, a função de predicativo do objeto. III. Correto. O item fez menção à forma verbal “fosse”, empregada no subjuntivo. No contexto em que se encontra, o verbo é de ligação. Fazendo a pergunta “O que é possível?”, a resposta será o sujeito: “tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos”. Como há verbo na estrutura, o sujeito é 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 71 oracional. Para facilitar a visualização, podemos substituí-lo pelo pronome demonstrativo “isso”: Como se ISSO fosse possível (= Como se tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos fosse possível). Gabarito: Todos os itens estão corretos. TERMOS INTEGRANTES Os termos integrantes da oração são os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), agente da passiva e complemento nominal. Por definição, os complementos verbais completam o sentido de verbos transitivos. Objeto direto – complemento de verbo transitivo direto, isto é, liga-se ao verbo sem a obrigatoriedade de preposição. Exemplo: Comprei flores. No exemplo acima, temos: sujeito desinencial eu (marcado pela desinência número-pessoal “-i”) predicado verbal comprei flores núcleo do predicado verbal comprei (verbo transitivo direto - não rege preposição) objeto direto flores Dica estratégica! O núcleo do objeto direto pode ter base substantiva (substantivo ou palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada substantiva objetiva direta – que caracteriza o objeto direto oracional). Exemplos: Comprei flores. (flores substantivo - núcleo do objeto direto) Encontrei você. (você pronome - núcleo do objeto direto) Desejo que você estude muito. (estude verbo - núcleo do objeto direto oracional) Em certos casos, ainda que o verbo não exija o emprego de preposição, esta poderá anteceder o objeto direto com a finalidade de clareza e de estilo. É o que chamamos de objeto direto preposicionado. Exemplo: Comeu-se do bolo. (Comeu-se parte do bolo.)No exemplo acima, “do bolo” é objeto direto preposicionado. A preposição foi empregada não pela exigência do verbo “comer”, mas sim para contribuição do sentido. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 71 E quando o objeto direto preposicionado pode ser empregado? Vejamos: - com verbos que expressam sentimentos. Exemplo: Amo a Deus e a meus familiares. (a preposição “a” proporciona estilo à frase.) - para evitar ambiguidade. Exemplo: Venceu o Flamengo o Vasco. (frase ambígua) A ordem direta da frase acima seria “O Vasco venceu o Flamengo.”. Entretanto, como não houve o emprego da ordem direta (sujeito + verbo + complemento + adjunto), será necessário empregar a preposição para evitar a ambiguidade de sentido: Venceu ao Flamengo o Vasco. (= O Vasco venceu o Flamengo.) - para realçar uma parte. Exemplo: Ele comeu do bolo. (Ele comeu parte do bolo.) O policial sacou da arma. (O policial sacou parte da arma.) O objeto direto pode, ainda, aparecer repetido na frase. É o que chamamos de objeto direto pleonástico. Exemplo: A prova, entregue-a ao professor amanhã. No exemplo “A prova, entregue-a ao professor amanhã.”, a forma pronominal oblíqua “-a” repete o objeto direto “A prova”. Por essa razão, é classificado como objeto direto pleonástico. Objeto indireto – complemento de verbo transitivo indireto, isto é, ligado ao verbo com a obrigatoriedade de preposição. Exemplos: Nós gostamos de doce. Na frase acima, o verbo “gostar” rege a preposição “de”, a qual deve ser obrigatoriamente empregada (Gostamos DE quê?). Confio em sua aprovação. No período “Confio em sua aprovação.”, o verbo “confiar” exige a preposição “em”. Por essa razão, “em sua aprovação” será objeto indireto. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 71 Dica estratégica! O núcleo do objeto indireto pode ter base substantiva (substantivo ou palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada substantiva objetiva indireta – que caracteriza o objeto indireto oracional). Exemplos: Obedecemos às ordens. (ordens = substantivo - núcleo do objeto indireto) Fiz uma pergunta a você. (você = pronome - núcleo do objeto indireto) Necessitamos de que você estude muito. (estude = verbo - núcleo do objeto indireto oracional) O objeto indireto pode aparecer repetido na estrutura frasal. É o que chamamos de objeto indireto pleonástico. Exemplo: Ao guarda, devemos obedecer-lhe. Em “Ao guarda, devemos obedecer-lhe.”, o pronome oblíquo “lhe” repete o objeto indireto “Ao guarda”. Por isso, é classificado como objeto indireto pleonástico. 10. (FUNRIO-2012/CEITEC) Cecília Meireles escreveu: “Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém… que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.” O único termo que não desempenha a função de objeto direto no trecho acima é: A) momentos. B) a falta de alguém. C) esta pessoa. D) nossos sonhos. E) la. Comentário: O único termo que não desempenha a função de objeto direto é a expressão “nossos sonhos”. No contexto, esse constituinte desempenha a função de adjunto adverbial. Logo, a letra (D) é nossa resposta. Gabarito: D. 11. (FCC-2009/TRE-PI) Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 71 poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra". Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo – metáforas que frequentemente são utilizadas na descrição de políticos – não podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto Bobbio. No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de governantes. Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo: "Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu, ao contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento. (Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações) Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica ... (1º parágrafo) A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: (A) ... que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. (B) Neste contexto, política é guerra ... (C) Recorrendo a metáforas do reino animal ... (D) ... que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir" ... (E) ... que a fraude é mais importante do que a força ... Comentário: No enunciado, a forma verbal “trabalha” assume transitividade direta, ou seja, exige um objeto direto como complemento. Sendo assim, deveremos, nas opções, encontrar um verbo que exija o mesmo complemento. É o que ocorre na assertiva A, já que o verbo “identificar”, no contexto, apresenta a mesma transitividade (direta). Para facilitar a visualização, vamos transcrever o trecho na ordem direta: “Que identifica o cerne dos fatos políticos no predomínio do conflito”. Percebemos, assim, que o termo “o cerne dos fatos políticos” exerce a função de objeto direto do verbo “identificar”. Vamos analisar as demais opções: 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 71 B) Em “Neste contexto, política é guerra ...”, a forma verbal “é” apresenta-se como verbo de ligação, unindo o predicativo “guerra” ao sujeito “política”. C) Em “Recorrendo a metáforas do reino animal ...”, a forma verbal “recorrendo” apresenta transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “a” no início da estrutura do objeto indireto “a metáforas do reino animal ...”. D) Na opção em análise, o verbo “obedecer” étransitivo indireto, regendo o emprego da preposição “a”: “(...) obedece aos consagrados preceitos...”. E) Em “(...) a fraude é mais importante ...”, o verbo “ser” apresenta-se como verbo de ligação, unindo o predicativo “importante” ao sujeito “a fraude”. Gabarito: A. 12. (FCC-2011/TRT - 23ª REGIÃO) Política e sociedade na obra de Sérgio Buarque de Holanda Para Sérgio Buarque de Holanda a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social. Entretanto, conceitos herdados e intelectualismos abstratos impediam a sensibilidade para com o processo do devir. Raramente o que se afigurava como predominante na historiografia brasileira apontava um caminho profícuo para o historiador preocupado em estudar mudanças. Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder, e sempre imbuídas da ideologia dos interesses estabelecidos. Desvendar ideologias implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo voltado para indícios tênues e nuanças sutis. Pormenores significativos apontavam caminhos imperceptíveis, o fragmentário, o não determinante, o secundário. Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho da interpretação da mudança, do processo do vir a ser dos figurantes mudos em processo de forjar estratégias de sobrevivência. Era engajado o seu modo de escrever história. Como historiador quis elaborar formas de apreensão do mutável, do transitório e de processos ainda incipientes no vir a ser da sociedade brasileira. Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos eventualmente participantes da história. Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada deveria o historiador partir do estudo da urdidura dos pormenores para chegar a uma visão de conjunto de sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais. Aderir à pluralidade se lhe afigurava como uma condição essencial para este sondar das possibilidades de emergência de novos fatores de mudança social. Tratava-se, na historiografia, de aceitar o provisório como necessário. Caberia ao historiador o desafio de discernir e de apreender, juntamente com valores ideológicos preexistentes, as possibilidades de coexistência de valores e necessidades sociais diversas que conviviam entre si no processo de formação da sociedade brasileira sem uma necessária coerência. (Fragmento adaptado de Maria Odila Leite da Silva Dias, Sérgio Buarque de Holanda e o Brasil. São Paulo, Perseu Abramo, 1998, pp.15-17) 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 71 “Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho ...” O verbo empregado no texto que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está também grifado em: (A) ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social. (B) Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. (C) Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ... (D) ... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais. (E) Era engajado o seu modo de escrever história. Comentário: Para facilitar a análise, vamos transcrever a frase do enunciado na ordem direta: “As pistas (...) proviriam destes ...” Assim, percebemos que: - “As pistas” desempenham a função de sujeito; - “proviriam” é um verbo transitivo indireto; - “destes” é o complemento indireto do verbo “provir” Desta forma, deveremos buscar, nas opções, aquela que também apresenta um verbo transitivo indireto. Letra A. Resposta correta. Em “ ... a principal tarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de mudança social.”, a forma verbal “consistia” assume transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “em”, a qual iniciará a estrutura do objeto indireto “em estudar possibilidades de mudança social”. Letra B. Resposta incorreta. Em “Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala.”, a forma verbal em destaque é transitiva direta (escondiam o quê? os figurantes mudos e sua fala). Letra C. Resposta incorreta. Em “Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ...”, o verbo “enfatizar” é transitivo direto (enfatizava o quê? o provisório, a diversidade). Letra D. Resposta incorreta. Em “... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem necessidades sociais.”, a forma verbal “traduzissem” é transitiva direta (traduzissem o quê? necessidades sociais). Letra E. Resposta incorreta. Em “Era engajado o seu modo de escrever história.”, temos um verbo de ligação e, consequentemente, o predicativo “engajado”. Gabarito: A. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 71 13. (FGV-2008/Senado) "A propósito, convém recordar que o Ministério da Justiça realizou...". Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça, no texto, a mesma função sintática que recordar. (A) ... a ordem econômica consagrou princípios vitais... (B) ... a obra iniciada, que pressupõe a realização das reformas políticas... (C) ... o Ministério realizou levantamento... (D) ... realizou levantamento de que resultou a publicação do livro "Leis a Elaborar". (E) ... ofereceu ao povo a mais ampla Carta dos direitos individuais e coletivos... Comentário: Vamos analisar as opções. A) Resposta incorreta. O termo “princípios vitais” é complemento do verbo transitivo direto “consagrar”. Sendo assim, desempenha a função de objeto direto. B) Resposta incorreta. A expressão “a realização das reformas políticas” complementa o sentido do verbo “pressupor”. Por essa razão, é objeto direto. C) Resposta incorreta. O verbo “realizar” é transitivo direto, exigindo o termo “levantamento” (objeto direto). D) Resposta correta. A expressão “a publicação do livro “Leis a Elaborar” é sujeito da forma verbal “resultou” (= A publicação do livro “Leis a Elaborar” resultou ...). E) Resposta incorreta. A forma verbal “ofereceu” é transitiva direta e indireta. Sendo assim, rege dois complementos verbais. A expressão destacada na assertiva desempenha a função de objeto direto. Gabarito: D. 14. (FGV-2008/Inspetor Polícia Civil-RJ) “Acompanha a expulsão uma “interdição de entrada” em todo o território coberto pela diretiva, que pode durar cinco anos ou até se prolongar indefinidamente.” Assinale a alternativa em que o termo exerça função sintática idêntica à de uma "interdição de entrada". (A) De ardilosa redação, a norma, a um só tempo, refere os direitos humanos e institucionaliza sua violação sistemática. (B) ... há espaços isolados denominados... (C) um Estado pode prender e expulsar um menor desacompanhado só porque... (D) Concluída a fusão dos mercados, em vez de rumar para a integração política e consolidar seu protagonismo na cena mundial. (E) Razão a mais para acreditar que cabe ao Sul, e particularmente ao plural Brasil, a invenção de novos modelos... Comentário: Na ordem direta, a construção do enunciado seria “Uma interdição de entrada acompanha a expulsão em todo o território. Assim, fica mais fácil identificar a função sintática de cada elemento: Uma interdição de entrada sujeito acompanha verbo transitivo direto 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 71 a expulsão objeto direto em todo o território adjunto adverbial de lugar Nas opções apresentadas, o único elemento destacado que exerce a função de sujeito é “a invenção de novos modelos”, situadona assertiva E: “A invenção de novos modelos cabe ao Sul. Na demais assertivas, os trechos em destaque exercem a função de objeto direto, sendo complementos dos verbos “institucionalizar”, “haver”, “expulsar” e “consolidar”. Gabarito: E. AGENTE DA PASSIVA Agente da passiva – é o termo que pratica a ação na voz passiva. Sempre será introduzido pelas preposições de ou por (ou pela contração da preposição arcaica “per” + artigo definido “o”, “a”, “os”, “as” = pelo, pela, pelos, pelas). Exemplos: Ayrton Senna foi ovacionado por todos os presentes. (voz passiva analítica) Na voz ativa, teremos “Todos os presentes ovacionaram Ayrton Senna”. Ayrton Senna foi ovacionado pelos presentes. (voz passiva analítica) Na voz ativa, teremos “Os presentes ovacionaram Ayrton Senna”. Ayrton Senna é estimado de todos os brasileiros. (voz passiva analítica) Na voz ativa, teremos “Todos os brasileiros estimam Ayrton Senna”. COMPLEMENTO NOMINAL Complemento nominal – termo sempre regido de preposição que complementa o sentido de adjetivos, substantivos abstratos ou advérbios. Em outras palavras, o complemento nominal completa a ideia de um nome. Exemplos: Ele age igual a você. Em “Ele age igual a você.”, o termo “a você” complementa a ideia do adjetivo “igual”. Por essa razão, deve ser classificado como complemento nominal. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 71 Não tenho interesse por você. Em “Não tenho interesse por você.”, a expressão “por você” complementa a ideia do substantivo “interesse”. Logo, deve ser classificado como complemento nominal. Moro próximo a você. No exemplo acima, “a você” complementa a ideia do advérbio “próximo”. Sendo assim, deve ser classificado como complemento nominal. TERMOS ACESSÓRIOS Os termos acessórios da oração são adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. O ADJUNTO ADNOMINAL Adjunto adnominal – termo de função adjetiva e que, por isso, caracteriza ou delimita o substantivo. A função de adjunto adnominal será exercida por artigo, adjetivo, numeral adjetivo, pronome adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva. Uma outra forma de memorização é gravar a palavra PLANA: P ronome adjetivo L ocução adjetiva A rtigo N umeral adjetivo A djetivo 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 71 Os pronomes oblíquos o, a, os, as e as formas lo, la, los, las exercem a função de objeto direto. Exemplos: Criei um método. (= Criei-o.) Fizemos o trabalho. (= Fizemo-lo.) Já as formas pronominais lhe, lhes podem exercer a função de objeto indireto, adjunto adnominal ou complemento nominal. Exemplos: Pedi uma dica ao professor. (= Pedi-lhe uma dica. ou Pedi uma dica a ele.) Em “Pedi-lhe uma dica.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo “pedir”. Portanto, é objeto indireto. Amanda é fiel a ele. (= Amanda é-lhe fiel.) Em “Amanda é-lhe fiel.”, o pronome “lhe” é empregado com verbo de ligação, complementando o sentido do adjetivo “fiel”. Logo, é complemento nominal. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 71 Pisei o pé dele. (Pisei-lhe o pé.) Em “Pisei-lhe o pé.”, o pronome “lhe” equivale ao pronome possessivo “seu”, ou seja, indica posse. Portanto, é adjunto adnominal. 15. (CESGRANRIO - 2010 – IBGE) O pronome destacado NÃO indica posse na seguinte frase: a) A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo. b) A expectativa mantinha-lhe o coração acordado. c) Faltava-lhe vontade de voltar para casa. d) O sal impregnava-lhe as roupas. Comentário: As formas me, te, lhe, nos, vos podem ser usadas em lugar dos pronomes possessivos, indicando uma ideia de posse. Nesse caso, exercerão a função de adjunto adnominal. De posse desta informação, vamos analisar as assertivas. A) Em “A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.”, o pronome “lhe” traz a noção de posse: “A brisa da madrugada tocava seu corpo”. B) Em “A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.”, novamente o pronome “lhe” indica o aspecto de posse: “A expectativa mantinha seu coração acordado”. C) Esta é a resposta da questão. No excerto “Faltava-lhe vontade de voltar para casa.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo “faltar”. Para fazer a confirmação, substituam-no pela forma a ele(a): “Faltava a ele(a) vontade de voltar para casa”. D) Em “O sal impregnava-lhe as roupas.”, o pronome “lhe” pode ser substituído por um pronome possessivo: “O sal impregnava suas roupas”. Gabarito: C. 16. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) Assinale a opção cujo termo em destaque tem valor sintático diferente dos demais. a) "As palavras juntas formam frases, orações e períodos." b) "No cotidiano, as pessoas não têm mais tempo para dialogar." c) "elas se tornam vivas, dando uma sensação de bemestar," d) " porque a idéia se perpetua e é transmitida de geração para geração." e) "A mobilização social é um ato de comunicação." Comentário: A única função sintática que difere das demais é encontrada na assertiva E. O termo “um ato de comunicação” exerce a função de predicativo do sujeito: “A mobilização social (sujeito) é (verbo de ligação) um ato de comunicação (predicativo do sujeito)”. Nas demais opções, os termos destacados exercem a função de sujeito. Gabarito: E. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 71 17. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) "mesmo admitindo que grandes massas da população estejam excluídas dele". Os segmentos destacados têm a mesma função que a oração em destaque em: a) "...criaram novos espaços de conhecimento." b) "Esses espaços de formação têm tudo..." c) "O conhecimento é o grande capital da humanidade." d) "...que precisa dele para a inovação tecnológica." e) "acabaram surgindo indústrias do conhecimento," Comentário: No enunciado da questão, a expressão “que grandes massas da população estejam excluídas dele” é complemento do verbo “admitir”, exercendo a função de objeto direto. Essa mesma função é encontrada na alternativa A. O verbo “criar” é transitivo direto, exigindo como complemento o objeto direto “novos espaços de conhecimento”. Portanto, este é o gabarito da questão. Gabarito: A. 18. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) Assinale a opção cujo termo em destaque tem valor sintático diferente dos demais. a) "As palavras juntas formam frases, orações e períodos." b) "No cotidiano, as pessoas não têm mais tempo para dialogar." c) "elas se tornam vivas, dando uma sensação de bemestar," d) " porque a idéia se perpetua e é transmitida de geração para geração." e) "A mobilização social é um ato de comunicação." Comentário: A única função sintática que difere das demais é encontrada na assertiva E. O termo “um ato de comunicação” exerce a função de predicativo do sujeito: “A mobilização social (sujeito) é (verbo de ligação) um ato de comunicação (predicativo do sujeito)”. Nas demais opções, os termos destacados exercem a função de sujeito. Gabarito: E. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 71 19. (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRAS) Nas sentenças abaixo, a expressão em negrito que NÃO pode ser substituída pelo pronome após a forma verbal, especificado entre parênteses, é: a) A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao passado. (dava-lhes) b) Ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais. (conferir-lhes) c) Os historiadores registram em suas obras a fisionomia de um humano. (registram-nas)d) Os antigos queriam colocar suas obras sob a proteção das Musas. (colocá-las) e) Eles aprendiam de cor as regras da eloquência. (aprendiam-nas) Comentário: Vamos analisar cada opção. A) Resposta correta. No excerto “A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao passado.”, a expressão “aos poetas” desempenha a função de complemento indireto do verbo “dar”. Portanto, é permitida a substituição pela forma pronominal “lhes”: A deusa dava-lhes o poder de voltar ao passado. B) Resposta correta. Em “ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais.”, a expressão “aos mortais” exerce a função de objeto indireto do verbo “conferir”, tornando lícita substituição pelo pronome oblíquo átono “lhes”: Ela tinha o poder de conferir-lhes imortalidade. C) Resposta incorreta. As formas pronominais “o(s)” e “a(s)” devem ser empregadas para substituir vocábulos ou expressões que sejam complementos diretos. Entretanto, a função de objeto direto do trecho “Os historiadores queriam colocar em suas obras a fisionomia de um humano.” é desempenhada pela expressão “a fisionomia de um humano”. Logo, o correto seria escrever “registram-na”. E qual a classificação da expressão “em suas obras”. Ora, o excerto em destaque denota uma circunstância de lugar, exercendo, pois, a função de adjunto adverbial. Por essa razão, esta assertiva é o gabarito da questão. D) Resposta correta. Em “Os antigos queriam colocar suas obras sob a proteção das Musas.”, o verbo “colocar” é transitivo direto, exigindo, portanto, um complemento direto. Essa função de objeto direto é exercida pela expressão “suas obras”, o que torna lícita a substituição pelo pronome oblíquo átono “as”. É importante ressaltar que, conforme estudamos na aula sobre pronomes, essa forma pronominal assumiu apresenta-se como “las” por unir-se a um verbo terminado em “-r”: Os antigos queriam colocá-las sob a proteção das Musas. E) Resposta correta. No trecho “Ele aprendiam de cor as regras da eloquência.”, a expressão em destaque exerce a função de objeto direto do verbo “aprender”. Portanto, é possível substituí-la pela forma pronominal “as”. Vale ressaltar que o pronome oblíquo átono “as” passou à forma “las” por ser unir encliticamente à estrutura verbal “aprendiam”, terminada em “-m”: aprendiam-nas. Gabarito: C. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 71 20. (FGV-2008/Senado) "Que provocou o maior desastre fiscal da história brasileira, induzindo a disparada do déficit público, da dívida interna e da carga tributária". No trecho acima, em relação às ocorrências de complemento nominal, é correto afirmar que há: (A) três (B) quatro (C) duas (D) uma (E) zero Comentário: Complemento nominal é o termo que apresenta relação com o nome (adjetivo, substantivo abstrato e advérbio). No excerto apresentado no enunciado, não há complementos nominais. Vejam que o termo destacado em “desastre fiscal da história brasileira” limita o nome “desastre” e contém ideia ativa. Portanto, desempenha a função de adjunto adnominal. No trecho “disparada do déficit público, da dívida externa e da carga tributária”, os termos em destaque relacionam- -se ao nome “disparada”, apresentando ideias ativas. Logo, também exercem a função de adjunto adnominal. Gabarito: E. 21. (FGV-2008/Senado) "A ordem econômica consagrou princípios vitais: a função social da propriedade, as garantias de livre concorrência, a defesa do consumidor e do meio ambiente e o tratamento fiscal simplificado para micro, pequenas e médias empresas." Há, no trecho acima: (A) três complementos nominais. (B) dois complementos nominais. (C) cinco complementos nominais. (D) quatro complementos nominais. (E) seis complementos nominais. Comentário: Quando houver menção a complementos nominais, procurem, de imediato, termos preposicionados. Em “a função social da propriedade”, há ideia de posse. Logo, o termo destacado é adjunto adnominal. O mesmo ocorre no trecho “as garantias de livre concorrência”, ou seja, o termo destacado também apresenta ideia de posse, desempenhando, portanto, a função de adjunto adnominal. Por sua vez, no trecho “a defesa do consumidor e do meio ambiente”, os termos destacados relacionam-se ao substantivo abstrato “defesa” e apresentam ideia passiva (O consumidor e o meio ambiente são defendidos). Dessa forma, desempenham a função de complemento nominal. Por fim, no trecho “tratamento fiscal simplificado para micro, pequenas e médias empresas”, também há ideia de passividade, pois as empresas recebem o tratamento. Logo, desempenha a função de complemento nominal. Gabarito: A. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 71 22. (FGV-2008/Senado) "Esse pacto... tornou possível a passagem do regime autoritário para o Estado democrático de Direito." Assinale a alternativa que desempenhe, no texto, função sintática idêntica à de possível. (A) ... os juizados especiais, que aproximaram a Justiça da população e tornaram mais ágeis as decisões de interesse... (B) ... a inserção de matérias inassimiláveis... (C) A ordem econômica consagrou princípios vitais... (D) A Constituição ofereceu ao povo brasileiro a mais ampla Carta de direitos individuais e coletivos... (E) Esse pacto, talvez o mais importante de nossa história... Comentário: Para facilitar a identificação da função sintática, vamos transcrever o período do enunciado na ordem direta: Esse pacto tornou a passagem (...) possível. Assim, percebemos que o adjetivo “possível” atribui uma característica ao objeto direto “a passagem”. Logo, desempenha a função de predicativo do objeto. A mesma função sintática é encontrada na assertiva A. Transcrevendo o período na ordem direta (“Os juizados especiais tornaram as decisões mais ágeis (...)”), percebemos que o adjetivo “ágeis” atribui uma característica ao objeto “as decisões”. Portanto, desempenha a função de predicativo do objeto. Nas demais opções, as funções sintáticas são as seguintes: B) ... a inserção de matérias inassimiláveis... – adjunto adnominal C) A ordem econômica consagrou princípios vitais... – adjunto adnominal D) A Constituição ofereceu ao povo brasileiro a mais ampla Carta de direitos individuais e coletivos... – adjunto adnominal (E) Esse pacto, talvez o mais importante de nossa história... – aposto explicativo Gabarito: A. ADJUNTO ADVERBIAL Adjunto adverbial – termo que modifica adjetivo, verbo ou advérbio. Para memorizar, o adjunto adverbial modifica: A djetivo – Eu sou bastante tranquilo. V erbo – Na faculdade, eu estudava muito. A dvérbio – Você escreve muito bem. CLASSIFICAÇÃO Para efeito de prova, o mais importante é a ideia que o adjunto adverbial transmite. Vejamos algumas: - causa : O mendigo morreu de fome. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 71 - companhia : A esposa viajou com minha sogra. - negação: Vocês não serão reprovados. - afirmação: Certamente vocês gabaritarão a prova de língua portuguesa. - dúvida: Provavelmente vocês gabaritarão todas as questões. - finalidade: Visitou o restaurante para fiscalização. - instrumento: Escrevi a prova a lápis. - intensidade: Gosto muito de vocês. - lugar: Passamos as férias em casa. - meio: Viajarei para a Europa de avião. - modo: Fez a prova apressadamente. - tempo: Estudarei à noite. - concessão: Sem fazer a inscrição, não faremos a prova. 23. (FGV-2008/Polícia Civil-RJ) "O Estado pode considerar desnecessária a tradução dos documentos..." No trecho acima, o termo destacado exerce função sintática de: (A) adjunto adnominal (B) adjunto adverbial (C)complemento nominal (D) predicativo do sujeito (E) predicativo do objeto. Comentário: Transcrevendo o período do enunciado na ordem direta, temos “O Estado pode considerar a tradução dos documentos desnecessária (...)”. Percebemos, assim, que o adjetivo “desnecessária” atribui uma característica ao objeto direto “a tradução dos documentos”. Portanto, desempenha a função de predicativo do objeto. Gabarito: E. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 71 APOSTO Aposto – termo de natureza substantiva que explica, esclarece ou resume um elemento. CLASSIFICAÇÃO O aposto pode ser: Explicativo – por definição, é usado para explicar um termo. Na frase, aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses. Exemplo: Pelé, o rei do futebol, fez mais de mil gols. Pelé – o rei do futebol – fez mais de mil gols. Pelé (o rei do futebol) fez mais de mil gols. Dica estratégica! O aposto também pode ser oracional, isto é, ter um verbo em sua estrutura. Exemplo: Desejo o seguinte: que vocês sejam aprovados no concurso. Para facilitar a análise, substitua pelo pronome “ISSO”: Desejo o seguinte: isso. Especificativo (ou apelativo) – liga-se a um substantivo para indicar-lhe sua espécie. Não é separado por vírgulas, travessões ou parênteses. Exemplos: O rio Amazonas é um dos maiores do mundo. A cidade de Londres é linda. Enumerativo – desenvolve o termo anterior. Exemplo: Gabaritei as seguintes disciplinas: Direito Constitucional, Direito Administrativo e Língua Portuguesa. Resumitivo (ou recapitulativo) – por definição, recapitula/resume o que foi mencionado anteriormente. Exemplos: Gritos, festas, batuques: nada desviava seu foco. Distributivo – referem-se a elementos no texto. Exemplo: Vasco e Corinthians são dois grandes clubes de futebol: este é o atual campeão brasileiro e aquele vencerá o brasileirão deste ano. 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 71 Dica estratégica! O aposto pode referir-se a uma oração inteira. Exemplo: Vocês gabaritarão as questões, o que me deixará muito feliz. Na frase acima, o pronome demonstrativo “o” exerce a função de aposto, referindo-se à oração “Vocês gabaritarão as questões”. VOCATIVO Vocativo – termo que indica um chamamento. Não está ligado diretamente a outros termos da oração. Exemplos: Candidatos, estudem para a prova. Estudem, candidatos, para a prova. Estudem para a prova, candidatos. Professor, posso entrar na sala? Posso entrar na sala, professor? Dica estratégica! Aposto e vocativo não se confundem. Para facilitar a diferenciação, o vocativo admite o emprego da interjeição “Ó”, sendo um diálogo. O aposto, por não admite o emprego da mencionada interjeição, caracterizando uma declaração. Exemplos: (Ó) Professor Fabiano, posso entrar ? (É um diálogo. Logo, “Professor Fabiano” é um vocativo.) Fabiano, professor de língua portuguesa, gosta do que faz. (É uma declaração. Logo, “professor de língua portuguesa” é um aposto.) 24. (FUNRIO-2010/INVESTE RIO) Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. (Machado de Assis. “Memórias póstumas de Brás Cubas”.) A frase, “Uma flor, o Quincas Borba”, não pode ser considerada uma oração (pois não possui verbo); no entanto, ainda assim, permite que se realize uma análise sintática desse segmento. Assim, pode-se afirmar que o trecho em questão é composto de: 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 71 A) dois vocativos, que aludem aos personagens com os quais o narrador dialoga. B) dois termos adjuntos, dois quais apenas um deles desempenha função adnominal. C) um termo substantivo e de seu aposto de natureza explicativa. D) um adjunto adverbial de pessoa, com o qual se caracteriza o início da narrativa. E) palavras e expressões isoladas que, no presente contexto, funcionam como predicado nominal. Comentário: No trecho “Uma flor, o Quincas Borba”, o termo “uma flor” tem base substantiva (flor), seguido da expressão “o Quincas Borba”, que, devido à sua natureza explicativa, desempenha a função de aposto do termo anterior. Logo, a letra (C) é nossa resposta. Gabarito: C. 25. (FUNRIO-2009/DEPEN) “Senhoras e senhores, chamo ao palco neste momento o Professor Doutor Simão Bacamarte, ilustre Paraninfo das turmas concluintes do Ensino Médio de nosso querido Colégio”. A função textual das duas vírgulas dessa frase é separar, respectivamente, A) o sujeito e o predicativo. B) os substantivos e os adjetivos. C) o vocativo e o aposto. D) o verbo e o nome. E) o acessório e o enfático. Comentário: Conforme nos ensinam as lições gramaticais, o vocativo sempre aparece isolado na sentença. No contexto em comento, a expressão “Senhoras e senhores” é isolada por uma vírgula, desempenhando a função de vocativo na estrutura oracional. Por sua vez, o segmento “ilustre Paraninfo das turmas concluintes do Ensino Médio de nosso querido Colégio” é uma explicação do termo “Professor Doutor Simão Bacamarte”, exercendo a função de aposto. Sendo assim, a função textual das vírgulas é separar, respectivamente, vocativo e aposto. Gabarito: C. A questão a seguir baseia-se no texto abaixo. 26. (FCC-2011/Banco do Brasil) A economia do Nordeste beneficiou-se, principalmente, de um modelo econômico que priorizou a demanda. A expansão dos programas sociais e, sobretudo, o aumento do salário mínimo tiveram sobre a região um impacto bem maior do que no restante do país. A economista Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), lembra que metade das famílias que ganham um salário mínimo se encontra no Nordeste. A população nordestina também absorve 02411066139 Curso de Português ʹ Polícia Científica de Goiás Teoria e questões comentadas Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 71 55% do orçamento destinado ao Bolsa Família. "Pela estrutura de renda da região, mais baixa que no resto do país, o efeito das políticas que mexeram com a renda foi maior aqui. O aumento dessas receitas impulsionou o consumo e atraiu investimentos, especialmente dos grandes grupos de alimentos, bebidas, varejistas e distribuição de alimentos." Investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-101, a transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina injetaram bilhões na economia e ajudaram a dinamizar a construção civil, assim como os investimentos da Petrobras – que asseguraram à indústria naval a demanda necessária para voltar a investir depois de mais de uma década sem produzir um único navio. A interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste, especialmente nas cidades médias. É o caso de Caruaru, um dos municípios que mais crescem na região. Nos últimos anos, a "Princesa do Agreste", mais conhecida por suas confecções e pelas feiras que movimentam milhões de reais, atraiu estudantes e professores de todos os lugares e observou uma profunda transformação em seus hábitos. A outra face do "novo Nordeste" está no campo. Nas áreas de Cerrado, como no oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o agronegócio avança e transforma chapadões em imensas propriedades produtoras de soja. No Semiárido, onde as condições são bem menos favoráveis, o aumento dos recursos destinados a financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos pequenos ajudam a mudar a vida das pessoas. É o que se observa
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