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● INTRODUÇÃO A primeira semana do desenvolvimento embrionário se dá após a fecundação, momento em que um espermatozóide capacitado se encontra com o oócito. Basicamente, a fecundação consiste na união desses dois gametas haplóides formando uma nova célula diplóide que originará um novo ser. ● GAMETOGÊNESE A gametogênese é o processo de formação de gametas que ocorre em organismos dotados de reprodução sexuada. O processo de divisão importante para a produção de gametas (células haplóides) é a meiose, pois esta reduz à metade a quantidade de cromossomos das células e possibilita a recombinação gênica no momento em que ocorre a fecundação. Nos homens o processo de gametogênese é denominado espermatogênese e nas mulheres oogênese. Os gametas são derivados das células germinativas primordiais (formadas durante a segunda semana), movem-se pela estria primitiva durante a gastrulação e migram para a parede da vesícula vitelínica. Na quarta semana, essas células começam a migrar da vesícula vitelínica em direção às gônadas em desenvolvimento, onde chegam até o final da quinta semana. As divisões mitóticas aumentam em número no decorrer da migração e também quando alcançam a região da futura gônada. Em uma preparação para a fertilização, as células germinativas sofrem gametogênese, que inclui a meiose, para reduzir seu número de cromossomos, e citodiferenciação, para completar sua maturação. MEIOSE A meiose consiste em duas divisões celulares meióticas, durante as quais o número de cromossomos das células germinativas é reduzido à metade(23, o número haplóide) do número presente em oneras células do corpo(46, o número diplóide). Durante a primeira divisão meiótica, o número de cromossomos é reduzido de diploide para haplóide. Os cromossomos homólogos (um do pai e outro da mãe) se pareiam durante a prófase e então se separam durante a anáfase, com um representante de cada par indo randomicamente para cada pólo do fuso meiótico. O fuso se conecta ao cromossomo no centrômero. Nesse estágio, eles são cromossomos com duas cromátides-irmãs. Os cromossomos X e Y não são homólogos; no entanto, eles apresentam segmentos homólogos nas extremidades de seus braços curtos. Eles se pareiam somente nessas regiões. Ao final da primeira divisão meiótica, cada nova célula formada (espermatócito secundário ou oócito secundário) tem um número haplóide de cromossomos com duas cromátides-irmãs; portanto, cada célula contém metade do número de cromossomos da célula precedente (espermatócito primário ou oócito primário). Essa separação, ou disjunção, de cromossomos homólogos pareados é a base física da segregação, ou separação, de genes alelos durante a meiose. A segunda divisão meiótica sucede a primeira divisão, sem uma interfase normal. Cada cromossomo com duas cromátides-irmãs se divide, e cada metade (ou cromátide) é randomicamente levada para um pólo diferente do fuso meiótico; logo, o número haplóide de cromossomos (23) é mantido. Cada célula-filha formada pela meiose tem o número de cromossomos haplóide reduzido, com um representante de cada par de cromossomos (agora com uma única cromátide). RELEMBRANDO A MEIOSE: •Garante uma constância no número de cromossomos de geração para geração por meio da redução do número cromossômico diplóide para haplóide, produzindo assim gametas haploides. •Permite uma distribuição aleatória de cromossomos maternos e paternos entre os gametas. •Realoca os segmentos de cromossomos maternos e paternos por meio do crossing over de segmentos cromossômicos, o que “embaralha” os genes e produz uma recombinação do material genético(variabilidade genética). ESPERMATOGÊNESE A espermatogênese, que começa na puberdade, inclui todos os eventos que envolvem a transformação de espermatogônias em espermatozoides. No nascimento, as células germinativas no menino podem ser reconhecidas nos cordões seminíferos dos testículos como células grandes, esbranquiçadas, cercadas por células de suporte. Estas, que são derivadas do epitélio superficial dos testículos do mesmo modo que as células foliculares, tornam-se células de sustentação ou células de Sertoli. Pouco antes da puberdade, os cordões seminíferos adquirem um lúmen e se tornam túbulos seminíferos. Por volta do mesmo período, as CGPs originam as células-tronco espermatogoniais. Em intervalos regulares, células emergem dessa população de células-tronco para formarem espermatogônias do tipo A, o que marca o início da espermatogênese. As células do tipo A sofrem um número limitado de divisões mitóticas para formar clones de células. A última divisão celular produz espermatogônias do tipo B, que, em seguida, dividem-se para formar espermatócitos primários. Os espermatócitos primários entram, então, em uma prófase prolongada (22 dias), seguida pelo término rápido da meiose I e pela formação de espermatócitos secundários. Durante a segunda divisão meiótica, essas células começam imediatamente a formar espermátides haploides. Ao longo dessa série de eventos, do momento em que as células do tipo A deixam a população de células-tronco até a formação das espermátides, a citocinese é incompleta, de modo que gerações sucessivas de células são unidas por pontes citoplasmáticas. Assim, a progênie de uma única espermatogônia do tipo A forma um clone de células germinativas que mantêm contato ao longo da diferenciação. Além disso, as espermatogônias e as espermátides permanecem nos profundos recessos das células de Sertoli ao longo de seu desenvolvimento. Dessa maneira, as células de Sertoli sustentam e protegem as células germinativas, participam de sua nutrição e ajudam na liberação de espermatozoides maduros. A espermatogênese é regulada pela produção de LH pela glândula hipófise. O LH se liga a receptores nas células de Leydig e estimula a produção de testosterona, que, por sua vez, se liga às células de Sertoli para promover a espermatogênese. O hormônio foliculoestimulante (FSH, do inglês follicle-stimulating hormone) também é essencial, porque sua ligação às células de Sertoli estimula a produção de líquido testicular e a síntese de proteínas intracelulares receptoras de andrógenos. ESPERMIOGÊNESE A série de alterações que resulta na transformação de espermátides em espermatozóides é chamada de espermiogênese. Essas mudanças incluem: 1- A formação do acrossomo, que cobre metade de toda a superfície nuclear e contém as enzimas que auxiliam na penetração do ovócito e suas camadas circunjacentes durante a fertilização; 2-A condensação do núcleo; 3-A formação do colo, da porção média e da cauda; 4-A perda da maior parte do citoplasma e dos corpúsculos residuais que são fagocitados pelas células de Sertoli. Em seres humanos, o tempo necessário para a espermatogônia se desenvolver em um espermatozóide maduro é de aproximadamente 74 dias, e cerca de 300 milhões de espermatozóides são produzidos diariamente. Quando estão completamente formados, os espermatozóides entram no lúmen do túbulo seminífero. A partir daí, são empurrados em direção ao epidídimo pela contração da parede dos túbulos seminíferos. Embora inicialmente sejam apenas levemente móveis, no epidídimo, já exibem a mobilidade plena. OOGÊNESE A oogênese é o processo pelo qual a oogônia se diferencia em oócitos maduros. A maturação dos gametas femininos em oócitos acontece ainda antes do nascimento. Uma vez que as CGPs chegam à gônada de um embrião geneticamente feminino, elas se diferenciam em oogônias. Essas células sofrem inúmeras divisões mitóticas e, ao final do terceiro mês, estão dispostas em grupos cercados por uma camada de células epiteliais achatadas. Enquanto todas as oogônias de cada grupo são provavelmente derivadas de uma única célula, as células epiteliais achatadas, conhecidas como células foliculares, originam-se do epitélio superficial que recobre o ovário. Grande parte das oogônias continua a se dividir por mitose, mas algumas param suas divisões mitóticas na prófase da meiose I e formam oócitos primários. Nos meses seguintes, as oogônias aumentam rapidamente em número e, ao finaldo quinto mês de desenvolvimento pré-natal, o número total de células germinativas no ovário alcança seu máximo, estimado em 7 milhões. Nesse momento, a morte celular começa e muitas oogônias, assim como oócitos primários, degeneram e tornam-se atrésicos. Até o sétimo mês, a maioria das oogônias já degenerou, exceto por algumas próximas à superfície da gônada. Todos os oócitos primários sobreviventes já entraram na prófase da meiose I, sendo a maioria deles circundados por uma camada de células epiteliais foliculares achatadas. Um oócito primário, junto com suas células epiteliais achatadas circunjacentes, é conhecido como folículo primordial. Somente quando a mulher atinge a puberdade a maturação dos oócitos continua. Próximo ao nascimento, todos os oócitos primários iniciaram a prófase da meiose I; porém, em vez de prosseguirem até a metáfase, eles entram no estágio diplóteno, um estágio de repouso durante a prófase caracterizado por uma estrutura reticulada de cromatina. Os oócitos primários permanecem parados na prófase e não terminam sua primeira divisão meiótica antes de a puberdade ser alcançada. Esse estado é produzido pelo inibidor de maturação do oócito (IMO), um pequeno peptídeo secretado pelas células foliculares. Estima-se que a quantidade total de oócitos primários no nascimento varie entre 600 e 800 mil. Durante a infância, a maioria dos oócitos se torna atrésica; apenas cerca de 40 mil estão presentes no início da puberdade e menos de 500 serão ovulados. Alguns oócitos que alcançam a maturidade mais tarde durante a vida estiveram dormentes no estágio diplóteno da primeira divisão meiótica por 40 anos ou mais antes da ovulação. Não se sabe se o estágio diplóteno é a fase mais adequada para proteger o oócito contra as influências ambientais. O fato de que o risco de ter crianças com anomalias cromossômicas aumenta de acordo com a idade materna sugere que os oócitos primários são vulneráveis à lesão conforme envelhecem. Na puberdade, um conjunto de folículos em crescimento se estabelece e é mantido continuamente a partir da reserva. A cada mês, de 15 a 20 folículos dessa reserva começam a maturar. Alguns morrem, enquanto outros começam a acumular líquido em um espaço chamado de antro, entrando, assim, no estágio antral ou vesicular. O líquido começa a se acumular de maneira que, imediatamente antes da ovulação, os folículos estão bem inchados e são chamados de folículos vesiculares maduros ou folículos de Graaf. O estágio antral é o mais longo, enquanto o estágio vesicular maduro dura aproximadamente 37 horas antes da ovulação. À medida que os folículos primordiais começam a crescer, as células foliculares circunjacentes passam de achatadas a cubóides e proliferam-se para produzir um epitélio estratificado de células granulosas; a unidade é chamada de folículo primário. As células granulosas estão localizadas sobre uma membrana basal que as separa do tecido conjuntivo ovariano circunjacente (as células estromais) e formam a teca folicular. Além disso, as células granulosas e o oócito secretam uma camada de glicoproteínas na superfície do oócito, formando a zona pelúcida. Conforme o folículo continua a crescer, as células da teca folicular se organizam em uma camada interna de células secretórias, a teca interna, e em uma cápsula fibrosa externa, a teca externa. Pequenos prolongamentos digitiformes das células foliculares se estendem pela zona pelúcida e se interdigitam com as microvilosidades da membrana plasmática do oócito. Esses prolongamentos são importantes para o transporte de materiais das células foliculares para o oócito. Com a continuação desenvolvimento, aparecem espaços repletos de líquido entre as células granulosas. A coalescência desses espaços forma o antro, e o folículo é chamado de folículo antral ou vesicular. Inicialmente, o antro tem o formato de um crescente, mas, com o tempo, ele aumenta. As células granulosas que circundam o oócito permanecem intactas e formam o cúmulo oóforo. Na maturidade, o folículo vesicular maduro (de De Graaf) pode ter 25 mm de diâmetro ou mais. Ele é cercado pela teca interna, que é composta por células com características de secreção de esteróides, ricas em vasos sanguíneos; e pela teca externa, que se funde gradualmente com o tecido conjuntivo ovariano. A cada ciclo ovariano, vários folículos começam a se desenvolver, mas, em geral, apenas um alcança a maturidade completa. Os demais degeneram-se e tornam-se atrésicos. Quando o folículo secundário está maduro, um pulso de hormônio luteinizante (LH, do inglês luteinizing hormone) induz a fase de crescimento pré-ovulatória. A meiose I se completa, resultando na formação de duas células-filhas de tamanho desigual, cada uma com 23 cromossomos de estrutura dupla. Uma célula, o oócito secundário, recebe a maior parte do citoplasma; a outra, o primeiro corpo polar, recebe praticamente nada. O primeiro corpo polar fica entre a zona pelúcida e a membrana plasmática do oócito secundário no espaço pré-vitelínico. A célula entra, então, na meiose II, mas fica parada na metáfase aproximadamente 3 horas antes da ovulação. A meiose II se completa apenas se o oócito for fertilizado; caso contrário, a célula degenera aproximadamente 24 horas após a ovulação. CAPACITAÇÃO DO ESPERMATOZÓIDE PARA A FECUNDAÇÃO Após a ejaculação, os espermatozóides lançados no trato reprodutivo feminino devem alcançar a região ampular da tuba uterina – onde ocorre o processo de fecundação. Para tal locomoção, os gametas masculinos utilizam-se das contrações musculares do útero e de movimentos helicoidais realizados pela sua cauda que possibilitam a sua propulsão. Chegando ao istmo, os espermatozóides se tornam menos móveis e param sua migração. No entanto, apenas chegar ao local ideal não permite o processo de fertilização, sendo necessário que os gametas passem, portanto, pelo processo de capacitação e pela reação acrossômica para adquirirem a capacidade de fecundação. A capacitação é um processo de condicionamento no sistema genital feminino que, nos seres humanos, dura aproximadamente 7 horas e possibilita aos espermatozóides condições ideais para fertilizar o oócito. Tal mecanismo se dá principalmente na tuba uterina, por meio de interações epiteliais entre o espermatozóide e enzimas encontradas na superfície mucosa da tuba. Desse modo, a camada de glicoproteínas e proteínas plasmáticas seminais que recobre a região acrossômica é removida da membrana plasmática do espermatozóide. Assim, os gametas capacitados se tornam aptos a passar pelas células da coroa radiada e sofrer a reação acrossômica. A reação acrossômica, que ocorre após a ligação à zona pelúcida, é induzida por proteínas da mesma. Essa reação culmina na liberação das enzimas necessárias para a penetração da zona pelúcida, incluindo substâncias semelhantes à acrosina e à tripsina. ● FECUNDAÇÃO FASES É importante ressaltar que a fecundação ocorre na ampola da tuba uterina e os espermatozoides a localizam por meio da quimiotaxia, processo de emissão de substâncias químicas pelo trato reprodutivo que estimulam o movimento dos gametas na direção correta do oócito. FASE 1: PENETRAÇÃO DA CORONA RADIATA Dos cerca de 300 milhões de espermatozóides ejaculados no sistema genital feminino apenas 300 a 500 alcançam o local de fertilização e, normalmente, só um deles fertiliza o oócito. Nesta fase inicial o acrossoma libera hialuronidases que dissolvem o material da corona radiata e o espermatozóide adentra e encontra a zona pelúcida. FASE 2: PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA E DO CITOPLASMA DO OÓCITO A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas que cerca o oócito, facilita e mantém a ligação do espermatozoide e induz a reação acrossômica. Tanto a ligação quanto a reação acrossômica são mediadas pelo ligante ZP3, uma proteína da zona que possibilita que a reação aconteça. A liberação das enzimas acrossômicas(acrosina) permite que os espermatozóides penetrem a zona, entrando em contato com a membrana plasmática do oócito. A permeabilidade da zona pelúcida se alteraquando a cabeça do espermatozóide entra em contato com a superfície do oócito. Esse contato induz a liberação das enzimas lisossomais dos grânulos corticais que estão alinhados na membrana plasmática do oócito. Por sua vez, essas enzimas alteram as propriedades da zona pelúcida (reação da zona), para evitar a penetração do espermatozóide e inativar os locais de receptores específicos de espécies para o espermatozóide na superfície da zona. Neste momento outros espermatozóides também são encontrados na região da zona pelúcida, no entanto, apenas um consegue penetrar o oócito. FASE 3: FUSÃO DAS MEMBRANAS DOS GAMETAS E FECUNDAÇÃO A adesão inicial do espermatozóide no oócito é mediada parcialmente pela interação entre integrinas do oócito e seus ligantes, desintegrinas, no espermatozóide. Após a adesão, às membranas plasmáticas do espermatozóide e do oócito se fundem. Como a membrana plasmática que cobre a cabeça acrossômica desaparece durante a reação acrossômica, a fusão de fato é alcançada entre a membrana do oócito e a membrana que recobre a região posterior da cabeça do espermatozóide. Tanto a cabeça quanto a cauda do espermatozóide entram no citoplasma do oócito, mas a membrana plasmática é deixada para trás, na superfície do oócito. No momento em que o espermatozóide penetra o oócito tanto a membrana plasmática do gameta feminino, quanto a sua zona pelúcida alteram suas configurações a fim de se tornarem impenetráveis a outros espermatozóides e, dessa maneira, evitarem a poliespermia. Em sequência, o oócito termina sua segunda divisão meiótica imediatamente após a entrada do espermatozóide. Uma das células-filhas, que recebe pouco ou nenhum citoplasma, é conhecida como segundo corpúsculo polar; a outra é o oócito definitivo ou óvulo. Seus cromossomos (22 mais X) se dispõem em um núcleo vesicular conhecido como pró-núcleo feminino. Neste momento, o óvulo tem seu metabolismo ativado e o fator que possibilitou tal ativação é carregado pelo espermatozóide. A ativação inclui eventos moleculares e celulares associados ao início da embriogênese. O espermatozóide no citoplasma do oócito se move para frente até que fique próximo do pró-núcleo feminino. Seu núcleo se torna aumentado por meio da formação de novas glicoproteínas e proteínas e forma o pró-núcleo masculino; a cauda se desprende e degenera. Morfologicamente, os pró-núcleos masculino e feminino não são distinguíveis e, por fim, ficam em contato íntimo e perdem seus envelopes nucleares. Durante o crescimento dos pró-núcleos masculino e feminino (ambos haplóides), cada pró-núcleo deve replicar seu DNA. Se isso não ocorrer, cada célula do zigoto no estágio de duas células terá apenas metade da quantidade normal de DNA. Imediatamente após a síntese de DNA, os cromossomos se organizam no fuso em preparo para a divisão mitótica normal. Os 23 cromossomos maternos e os 23 paternos separam-se longitudinalmente no centrômero, e as cromátides-irmãs se movem para pólos opostos, fornecendo às duas primeiras células do zigoto a quantidade diplóide de cromossomos e de DNA. Conforme as cromátides-irmãs se movem para pólos opostos, aparece um sulco profundo na superfície da célula, dividindo o citoplasma gradualmente em duas partes. Dessa maneira está iniciado os processos de clivagem do zigoto, e em sequência, esse novo indivíduo vai sendo formado. O zigoto é geneticamente único porque metade de seus cromossomos vem da mãe e a outra metade é proveniente do pai. Este mecanismo é a base para a herança biparental e variação da espécie humana. A meiose possibilita segregação independente dos cromossomos maternos e paternos entre as células germinativas. O cruzamento de cromossomos, realocando os segmentos dos cromossomos paternos e maternos, “embaralha” os genes, produzindo assim uma recombinação de material genético que já determina as características e o sexo do novo indivíduo. FERTILIZAÇÃO IN VITRO A fertilização in vitro (FIV) refere-se a um procedimento projetado para superar a infertilidade e resultar em uma gestação. Em geral, os ovários são estimulados por uma combinação de hormônios e medicamentos para fertilidade e, em seguida, um ou mais oócitos são aspirados dos folículos ovarianos e inseridos em uma placa. São fertilizados em laboratório (“in vitro”) por meio da técnica de injeção espermática intracitoplasmática, que envolve a injeção do espermatozóide diretamente no citoplasma do oócito maduro. Este procedimento é extremamente valioso nos casos de infertilidade decorrente do bloqueio das tubas uterinas ou de oligospermia (baixo número de espermatozoides). Após a fertilização um ou mais embriões são transferidos para a cavidade uterina. Essas etapas ocorrem durante aproximadamente um intervalo de duas semanas, chamado ciclo de fertilização in vitro. A primeira gravidez após a fertilização de um ovo humano in vitro e o primeiro nascimento de um embrião fertilizado in vitro foram relatados em 1976 e 1978. Desde então, cerca de sete milhões de gestações foram alcançadas em todo o mundo pela fertilização in vitro e suas modificações, conhecidas genericamente como tecnologias de reprodução assistida. À medida que a experiência se acumula, as taxas de sucesso aumentam e as indicações para esses procedimentos se expandem. ● PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO CLIVAGEM DO ZIGOTO Após a fecundação inicia-se o processo de clivagem do zigoto, que consiste em repetidas divisões mitóticas do zigoto, levando a um rápido aumento do número de células – agora chamadas de blastômeros. A divisão do zigoto começa aproximadamente 30 horas após a fecundação. Esses blastômeros se tornam menores a cada divisão. Durante a clivagem, o zigoto ainda é envolto pela zona pelúcida. Após o estágio de oito células, os blastômeros mudam sua forma e se alinham firmemente uns contra os outros(compactação). Este fenômeno pode ser mediado por glicoproteínas de adesão da superfície celular. A compactação possibilita melhor interação célula-célula e é um pré-requisito para a segregação das células internas que formam a massa celular interna. Quando há de 12 a 32 blastômeros, o concepto é chamado de mórula. As células internas da mórula(o embrioblasto ou massa celular interna)são envolvidas por uma camada de blastômeros achatados que formam o trofoblasto. Uma proteína imunossupressora(o fator precoce da gravidez-hCG)é secretada pelas células trofoblásticas e pode ser detectada no soro materno dentro de 24 a 48 horas após a implantação. O fator precoce da gravidez forma a base do teste de gravidez aplicável durante os primeiros dias do desenvolvimento. FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO Logo após a entrada da mórula no útero (aproximadamente 4 dias após a fecundação), o líquido uterino passa através da zona pelúcida para formar um espaço repleto de líquido - a cavidade blastocística no interior da mórula. Com o aumento do líquido na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes: •O trofoblasto, as células externas delgadas que dão origem à parte embrionária da placenta. Função nutritiva. •O embrioblasto, um grupo pequeno de blastômeros que é o primórdio do embrião. Neste estágio, o concepto, ou embrião, é chamado de blastocisto. O embrioblasto agora se projeta para a cavidade blasrocísrica e o trofoblasco forma a parede do blastocisto. Após o blastocisto flutuar no líquido uterino por aproximadamente 2 dias, a zona pelúcida degenera-se e desaparece. O destacamento da zona pelúcida já foi observado in vitro. Esse destacamento possibilita que o blastocisto aumente rapidamente de tamanho. Enquanto flutua livremente na cavidade uterina, o blastocisto se nutre através das secreções das glândulas uterinas. Aproximadamente 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial. Assim que ocorre a adesão ao epitélio, o trofoblasto começa a proliferar rapidamente e a se diferenciar em duas camadas: • O citotrofoblasto, a camada interna de células. •O sinciciotrofoblasto, a camada externa que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada formada pela fusão das células.Os processos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem através do epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo endometrial. Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e retira seus nutrientes do tecido materno erodido. O sinciciotrofoblasto altamente invasivo se expande rapidamente próximo ao embrioblasto, o pólo embrionário. O sinciciotrofoblasto produz enzimas proteolíticas que erodem os tecidos maternos, permitindo que o blastocisto se insira no endométrio. Ao final da primeira semana, uma camada de células cubóides, chamada de hipoblasto, aparece na superfície do embrioblasto, com a face voltada para a cavidade blastocística. ABORTO Muitos embriões recém-formados são abortados espontaneamente. Os estágios iniciais da implantação do blastocisto são períodos críticos do desenvolvimento que podem não acontecer corretamente por causa da produção inadequada de progesterona e estrogênio pelo corpo lúteo. Acredita-se que a taxa média de abortos espontâneos precoces seja de aproximadamente 45%. Os abortos espontâneos precoces ocorrem por várias razões, por exemplo a presença de anormalidades cromossômicas. ● SEGUNDA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO A segunda semana do desenvolvimento embrionário é marcada pela implantação do blastocisto. À medida que o blastocisto vai sendo implantado, o embrioblasto sofre mudanças morfológicas, produzindo um disco embrionário bilaminar composto de epiblasto e hipoblasto. Esse disco embrionário vai originar as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. Algumas estruturas extra embrionárias são formadas durante a segunda semana. São elas: 1. Cavidade amniótica; 2. Âmnio; 3. Saco vitelino; 4. Pedículo de conexão; 5. Saco coriônico. IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO O evento da segunda semana do desenvolvimento embrionário é a implantação do blastocisto. Ela ocorre durante a segunda semana, em um período restrito, entre o 6 e o 10 dia após a ovulação. À medida que esse evento vai acontecendo, o trofoblasto vai emergindo no estroma endometrial e se diferencia em duas camadas: 1. Citotrofoblasto: uma camada interna de células mononucleadas mitoticamente ativa. 2. Sinciciotrofoblasto: uma zona multinucleada mais externa, sem limites celulares nítidos, pois as células se fundem e perdem suas membranas celulares. As células do citotrofoblasto se dividem, formando novas células, que migram para a massa crescente e erosiva que invade o tecido conjuntivo endometrial: o sinciciotrofoblasto. A implantação é um mecanismo molecular que ocorre de forma sincronizada. O blastocisto se aprofunda vagarosamente no endométrio, deslocando as células endometriais na parte central do sítio de implantação, que sofrem apoptose e servem de fonte de nutrição para esse blastocisto. As demais células endometriais, com suas microvilosidades, moléculas celulares de adesão, citocinas, prostaglandinas, genes homeobox, fatores de crescimento e metaloproteinases de matriz, tornam o endométrio receptivo. RELEMBRANDO: 4 dia: a mórula ainda estava solta na cavidade uterina. 5 dia: zona pelúcida se degenera e o blastocisto cresce. 6 dia: blastocisto adere ao endométrio. 7 dia: o trofoblasto sobre uma transformação e vira o citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. 8 dia: o sinciciotrofoblasto penetra no endométrio, causando a reação decidual. 9 dia: a reação decidual dá origem às lacunas. 10 e 11 dias: As lacunas precisam ser tamponadas, senão o sangue vai extravasar e tanto a mãe quanto o feto serão prejudicados. Então surge o tampão e, com isso, as redes lacunares se formam. 11o e 12o dias: ocorre a formação da circulação uteroplacentária. 13o e 14o dias: As vilosidades coriônicas são formadas, conferindo assim uma barreira hematoplacentária, que tem uma maior capacidade e eficiência na hora de conduzir os nutrientes da mãe para o embrião. FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS EXTRA EMBRIONÁRIAS É importante saber que a formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e do saco vitelínico ocorre no mesmo momento da implantação, ou seja, todas na segunda semana do desenvolvimento embrionário. DISCO EMBRIONÁRIO BILAMINAR O embrioblasto, que era uma camada única celular, se divide e se separa em duas camadas. A partir daí, essas duas camadas começam a ser chamadas de disco embrionário, que é uma placa bilaminar. Essas duas lâminas são: 1. Epiblasto: camada de células colunares altas, que forma o assoalho da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio. 2. Hipoblasto: camada de células cubóides, que forma o teto da cavidade exocelômica (saco vitelínico) e está em continuidade com a membrana exocelômica (membrana vitelínica). CAVIDADE AMNIÓTICA A partir do epiblasto, começam a surgir as células amniogênicas, os amnioblastos. Os amnioblastos se separam do epiblasto e envolvem a cavidade amniótica, produzindo o âmnio. SACO VITELÍNICO O saco vitelínico primitivo é formado pelo hipoblasto e pela membrana da cavidade exocelômica. As células do endoderma do saco vitelínico formam uma camada de tecido conjuntivo (mesoderma extra embrionário) que circunda o âmnio e o saco vitelínico. Assim que a cavidade amniótica (e o âmnio), o disco embrionário e o saco vitelínico primitivo são formados, surgem as lacunas no sinciciotrofoblasto. O fluido dos espaços lacunares (composto por sangue materno, restos celulares de glândulas uterinas etc.) forma a circulação uteroplacentária primitiva e nutre o embrião por difusão pelo disco embrionário. A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é produzida nas lacunas do sinciciotrofoblasto e ela mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário durante a gravidez. O corpo lúteo é importante na gravidez, pois ele secreta estrogênio e progesterona, mantendo a gestação. O hormônio hCG, no final da segunda semana de gravidez, está presente no sangue em quantidades suficientes para ser detectado por radioimunoensaios, sendo usado como teste de gravidez. OS DIAS 10, 11 E 12 Entre os dias 10 e 12 do desenvolvimento embrionário, ocorre uma falha no epitélio endometrial, que se recupera e recobre o embrião, finalizando a implantação. Com a implantação realizada, o concepto agora é constituído pelo embrião (disco embrionário bilaminar– hipoblasto e epiblasto) mais as membranas extra embrionárias (citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e exoderma). A reação que está ocorrendo no endométrio, a reação decidual, se torna mais exuberante. As células do tecido conjuntivo endometrial aumentam a quantidade de glicogênio e lipídios que existem em seu citoplasma, ficando intumescidas. Nos 10 e 11 dias, apesar do disco embrionário continuar crescendo, ele cresce menos do que o trofoblasto. No 12 dia, o trofoblasto forma tanto líquido, que forma uma grande cavidade. CELOMA EXTRAEMBRIONARIO Lembram do mesoderma extraembrionário? Falamos dele lá em cima. Ele corresponde a uma camada de tecido conjuntivo que circunda o âmnio e o saco vitelínico. Enquanto as mudanças no trofoblasto e no endométrio estão ocorrendo, o mesoderma extraembrionário cresce e os espaços que surgem em seu interior se fundem para formar o celoma extraembrionário. Com a formação do celoma extraembrionário, o saco vitelínico primitivo diminui de tamanho e se forma um pequeno saco vitelínico secundário, que é formado por células endodérmicas extraembrionárias e tem papel na nutrição do embrião. REDES LACUNARES As redes lacunares são formadas em torno do 12 dia, com a fusão das lacunas do sinciciotrofoblasto. Elas estão localizadas em torno do pólo embrionário e são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta. Nas redes lacunares, o sangue materno flui livremente, pois os sinusóides que circundam o embrião são erodidos pelo sinciciotrofoblasto, que absorve esse sangue e transfere ao embrião. 13 E 14 DIA: O FINAL DA SEGUNDA SEMANA FORMAÇÃO DO CÓRION O evento que marca o final da segunda semana e o início da terceira é a formação do córion, que nada mais é do que a placenta no final da gestação do bebê. O saco coriônico/córionviloso está em contato íntimo com o bebê, absorvendo e transmitindo os nutrientes para ele.Para chegar a isso, o embrião precisa se desenvolver. E tudo começa com as vilosidades coriônicas primárias, no final da segunda semana, momento esse que o embrião precisa crescer rápido e, com isso, necessita de um bom aporte de nutrientes. Imagine as vilosidades coriônicas primárias (não possuem ainda uma rede vascular desenvolvida) como uma invasão do citotrofoblasto no sinciciotrofoblasto, formando a barreira hematoplacentária, que separa o tecido da mãe com o do bebê. O transporte de nutrientes advindos da mãe ainda não é tão eficaz apenas com as vilosidades coriônicas primárias. O sangue chega nas redes lacunares e passa pela barreira hematoplacentária e vai célula a célula até chegar ao embrião. O que precisa acontecer é a formação de uma rede vascular eficaz. Com essa formação, as vilosidades coriônicas primárias passam a ser chamadas de vilosidades coriônicas secundárias. Ainda no final da segunda semana, o celoma extraembrionário é “digerido” e acaba dividindo o mesoderma extraembrionário em duas camadas (que ainda são as mesmas coisas – mesmo tipo de células, porém como estão conectados com estruturas diferentes, recebem nomes diferentes): 1. Mesoderma somático extraembrionário: reveste o trofoblasto e cobre o âmnio. 2. Mesoderma esplâncnico extraembrionário: envolve o saco vitelínico. O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas de trofoblasto (citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto) formam o córion. A cavidade que foi formada, que era o celoma, agora corresponde à cavidade coriônica, que é revestida pelo saco coriônico. Dentro do saco coriônico, na cavidade dentro dele, se encontram o embrião com os sacos vitelínico e amniótico, presos pelo pedículo. Uma medida importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário inicial e da progressão da gravidez é o diâmetro do saco coriônico. O EMBRIÃO DE 14 DIAS O embrião de 14 dias já é um disco embrionário bilaminar, que terá uma parte formada pelo epiblasto e outra pelo hipoblasto (que vieram da divisão do disco embrionário). O hipoblasto vai dar origem ao endoderma do saco vitelínico, que dará origem ao mesoderma extraembrionário. Além disso, mais lá na frente, o hipoblasto também dará origem à placa precordal, que desenvolve o sistema nervoso central do bebê e também forma a boca e a cabeça. Já o epiblasto, vai formar o ectoderma do âmnio, o ectoderma embrionário e a linha primitiva. A linha primitiva vai dar origem ao mesoderma extraembrionário, ao mesoderma embrionário, ao processo notocordal e ao endoderma do embrião. A placa precordal desenvolve-se como um espessamento local do hipoblasto e corresponde a futura região cefálica do embrião e o futuro local da boca. REVISÃO DA 2 SEMANA Conforme o blastocisto se implanta no endométrio, o trofoblasto se prolifera e se diferencia rapidamente. Paralelamente ao desenvolvimento trofoblástico, o endométrio também precisa ser receptivo ao embrião, senão a implantação não ocorre. Essas mudanças que ocorrem no endométrio são conhecidas como reação decidual e fazem com que ele se torne um ambiente imunologicamente favorável. Três estruturas extraembrionárias são formadas na segunda semana do desenvolvimento embrionário: o saco vitelínico primitivo, a cavidade amniótica (um espaço entre o citotrofoblasto e o embrioblasto) e o disco embrionário (bilaminar, formado pelo epiblasto e pelo hipoblasto). ● TERCEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO A terceira semana do desenvolvimento coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, ou seja, 5 semanas após o primeiro dia do último ciclo menstrual normal. Neste período uma gravidez normal pode ser detectada por ultrassonografia. O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar durante a terceira semana é caracterizado por: • Aparecimento da linha primitiva; • Desenvolvimento da notocorda; • Diferenciação das três camadas germinativas. GASTRULAÇÃO: FORMAÇÃO DAS CAMADAS GERMINATIVAS A gastrulação é o processo pelo qual as três camadas germinativas, precursoras de todos os tecidos embrionários, e a orientação axial são formados nos embriões. Constitui o evento mais importante que ocorre durante a terceira semana e representa o início da morfogênese. Durante essa semana, o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgãos específicos: •O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. •O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. •O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a origem de todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos. LINHA PRIMITIVA No começo da terceira semana, uma faixa linear espessada do epiblasto aparece caudalmente no plano mediano do dorso do disco embrionário bilaminar, dando origem à linha primitiva, que é o primeiro sinal morfológico da gastrulação. A linha primitiva resulta da proliferação e do movimento das células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Tão logo a linha primitiva aparece, é possível identificar o eixo craniocaudal, as extremidades cranial e caudal, as superfícies dorsal e ventral do embrião. Conforme a linha primitiva se alonga pela adição de células à sua extremidade caudal, sua extremidade cranial prolifera para formar o nó primitivo. Simultaneamente, um sulco estreito, o sulco primitivo, se desenvolve na linha primitiva e é contínuo com uma pequena depressão no nó primitivo, a fosseta primitiva. Ambos são resultados da invaginação das células epiblásticas. Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva, as células migram de sua superfície profunda para formar o mesênquima, um tecido conjuntivo embrionário formado por pequenas células fusiformes, frouxamente organizadas em uma matriz extracelular de fibras colágenas esparsas. O mesênquima forma os tecidos de sustentação do embrião, assim como a maior parte dos tecidos conjuntivos do corpo e a trama de tecido conjuntivo das glândulas. Uma parte do mesênquima forma o mesoblasto, que dá origem ao mesoderma intraembrionário. As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto, formando o endoderma embrionário. As células remanescentes do epiblasto formam o ectoderma embrionário. Em resumo, as células do epiblasto, por meio do processo de gastrulação, dão origem a todas as três camadas germinativas no embrião, os primórdios de todos os seus tecidos e órgãos. Pesquisas sugerem que moléculas de sinalização (fatores nodais) da superfamília do fator transformador de crescimento ẞ induzem a formação do mesoderma. A ação combinada de outras moléculas de sinalização também participa especificando os destinos das células da camada germinativa. Entretanto, o fator transformador de crescimento ẞ (nodal), um fator de transcrição T-box e a via de sinalização Wnt parecem estar envolvidos na especificação do endoderma. PROCESSO NOTOCORDAL Algumas células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva, formando um cordão celular mediano, o processo notocordal. Inicialmente, o processo notocordal se alonga e ganha lúmen, formando o canal notocordal, que se estende cranialmente a partirdo nó primitivo até a placa pré-cordal. Esse processo logo adquire um lúmen, formando o canal notocordal. O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma até alcançar a placa pré-cordal, uma pequena área circular de células endodérmicas cilíndricas na qual o ectoderma e o endoderma se fundem. Em seguida, o assoalho do processo notocordal se funde com o endoderma embrionário subjacente. Essas camadas fusionadas se degeneram gradualmente, resultando na formação de aberturas no assoalho do processo notocordal. Conforme essas aberturas se tornam confluentes, o assoalho do canal notocordal desaparece e o restante do processo notocordal forma a placa notocordal achatada e sulcada. Começando na extremidade cranial do embrião, as células da placa notocordal se proliferam e sofrem um dobramento, que forma a notocorda. O desenvolvimento da notocorda induz o ectoderma embrionário sobreposto a se espessar e formar a placa neural, o primórdio do SNC. Além disso, algumas células mesenquimais da linha primitiva que têm destinos mesodérmicos, migram cranialmente em cada lado do processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. É aí que elas se encontram cranialmente para formar o mesoderma cardiogênico na área cardiogênica, onde o primórdio do coração começa a se desenvolver no final da terceira semana. TERATOMA SACROCOCCÍGEO Remanescentes da linha primitiva podem persistir e dar origem a um teratoma sacrococcígeo, um tipo de tumor de células germinativas que pode ser benigno ou maligno. Como eles são derivados de células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores contêm tecidos derivados de todas as três camadas germinativas em estágios variados de diferenciação. Os teratomas sacrococcígeos são os tumores mais comuns em recém-nascidos e têm uma incidência de aproximadamente 1 em 55.000. As crianças mais afetadas (80%) são do sexo feminino. NEURULAÇÃO: FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL A neurulação é o processo envolvido na formação da placa neural e das pregas neurais e no fechamento das pregas para formar o tubo neural. Ela está completa até o final da quarta semana, quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal. PLACA E TUBO NEURAL Conforme a notocorda se desenvolve, ela induz o ectoderma localizado acima dela ou adjacente à linha média, a se espessar e formar uma placa neural alongada de células epiteliais espessas. O neuroectoderma da placa dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula espinhal, além de outras estruturas como a retina. Inicialmente, a placa neural corresponde em comprimento à notocorda subjacente. Ela surge rostralmente (extremidade da cabeça) ao nó primitivo e dorsalmente (posterior) à notocorda e ao mesoderma adjacente a ela. Conforme a notocorda se alonga, a placa neural se amplia e finalmente se estende cranialmente até a membrana bucofaríngea. Posteriormente, a placa neural se estende além da notocorda. Aproximadamente no 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do seu eixo central para formar o sulco neural mediano longitudinal, com as pregas neurais em ambos os lados, as quais se tornam proeminentes na extremidade cranial do embrião, e são o primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo. Ao final da terceira semana, as pregas neurais se movem e se fusionam transformando a placa neural em tubo neural, o primórdio das vesículas encefálicas e da medula espinhal. O tubo neural se separa do ectoderma superficial assim que as pregas neurais se fusionam. As células da crista neural sofrem uma transição de epitelial para mesenquimal e migram à medida que as pregas neurais se encontram e as margens livres do ectoderma de superfície se fundem, de modo que essa camada se torna contínua sobre o tubo neural e no dorso do embrião. Em seguida, o ectoderma superficial se diferencia na epiderme. A neurulação se completa durante a quarta semana. FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL À medida que as pregas neurais se fundem para formar o tubo neural, algumas células neuroectodérmicas situadas ao longo da margem interna de cada prega neural perdem a sua afinidade epitelial e a ligação às células vizinhas. Conforme o tubo neural se separa do ectoderma superficial, as células da crista neural formam uma massa achatada irregular, a crista neural, entre o tubo neural e o ectoderma superficial acima. A crista neural logo se separa em porção direita e esquerda, e estas se deslocam para as regiões dorsolaterais do tubo neural, onde dão origem aos gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos, e aos gânglios do sistema nervoso autônomo. Além de formar as células ganglionares, as células da crista neural formam as bainhas de neurilema dos nervos periféricos e contribuem para a formação das leptomeninges (aracnoide e pia-máter). As células da crista neural também contribuem para a formação das células pigmentares, da medula da glândula suprarrenal e muitos outros tecidos e órgãos. DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o mesoderma para-axial. Próximo ao nó primitivo, essa população celular aparece como uma coluna espessa e longitudinal de células. Ao final da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia, se condensa e começa a se dividir em corpos cubóides pareados, os somitos. Esses blocos de mesoderma estão localizados em cada lado do tubo neural em desenvolvimento. Cerca de 38 pares de somitos se formam entre 20 e 30 dias após o início do desenvolvimento do embrião. Ao final da quinta semana, 42 a 44 pares de somitos estão presentes. Eles formam elevações na superfície do embrião e são um pouco triangulares em secções transversais. Inicialmente, os somitos surgem na futura região occipital da cabeça do embrião e logo se desenvolvem crânio caudalmente. Dão origem à maior parte do esqueleto axial e à musculatura associada, assim como à derme da pele adjacente. Como os somitos são bem proeminentes durante a quarta e a quinta semanas, eles são utilizados como um dos vários critérios para a determinação da idade do embrião através da ultrassonografia. DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRAEMBRIONÁRIO O celoma intraembrionário é a cavidade do corpo do embrião e surge como espaços celômicos isolados no mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma cardiogênico. Esses espaços logo se unem para formar uma única cavidade em formato de ferradura, o celoma intraembrionário, que divide o mesoderma lateral em duas camadas: camada somática ou parietal e camada esplâncnica ou visceral. •O mesoderma somático e o ectoderma embrionário acima deste formam a parede do corpo do embrião ou somatopleura. •O mesoderma esplâncnico e o endoderma embrionário abaixo deste formam o intestino embrionário ou esplancnopleura. DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR No final da segunda semana, a nutrição do embrião é obtida a partir do sangue materno pela difusão através do celoma extraembrionário e da vesícula umbilical. A formação inicial do sistema cardiovascular está relacionada com a necessidade crescente por vasos sanguíneos para trazer oxigênio e nutrientes para o embrião a partir da circulação materna através da placenta. Durante a terceira semana, se desenvolve uma circulação uteroplacentária primordial. VASCULOGÊNESE E ANGIOGÊNESE A formação do sistema vascular embrionário envolve dois processos, a vasculogênese e a angiogênese. A vasculogênese é a formação de novos canais vasculares pela união de precursores individuais celulares (angioblastos). A angiogênese é a formação de novos vasos pelo brotamento e ramificação de vasos pré-existentes. A formação de vasos sanguíneos no embrião e nas membranas extraembrionárias, durante a terceira semana, começa quando as células mesenquimais se diferenciam em precursores das células endoteliais, ou angioblastos (células formadoras de vasos). Os angioblastos se agregam para formar aglomerados celulares angiogênicos isolados, as ilhotas sanguíneas, que apresentam pequenas cavidades em seu interior. Os angioblastos se achatam para formar as células endoteliais ao redor das cavidades das ilhotas sanguíneas,dando origem ao endotélio. Muitas dessas cavidades revestidas por endotélio se fusionam e formam uma rede de canais endoteliais (vasculogênese). Vasos se ramificam nas áreas adjacentes por meio do brotamento endotelial (angiogênese) e se fundem com outros vasos. As células mesenquimais ao redor dos vasos sanguíneos endoteliais primitivos se diferenciam nos elementos de tecido muscular e tecido conjuntivo da parede dos vasos sanguíneos. As células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais especializadas dos próprios vasos e depois em locais especializados ao longo da aorta dorsal. Células sanguíneas progenitoras também se originam diretamente de células-tronco hematopoiéticas. A hematogênese não começa no embrião até a quinta semana. Primeiro, ela ocorre ao longo da aorta e, depois, em várias regiões do mesênquima embrionário, principalmente no fígado e no baço, na medula óssea e nos linfonodos. SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área cardiogênica. Os canais longitudinais e pareados revestidos por células endoteliais, ou tubos cardíacos endocárdicos, se desenvolvem durante a terceira semana e se fusionam para formar o tubo cardíaco primitivo. O coração tubular se une aos vasos sanguíneos do embrião para formar o sistema cardiovascular primitivo. Ao final da terceira semana, o sangue está circulando e o coração começa a bater no 21° ou 22° dia. O sistema cardiovas- cular é o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado funcional. Os batimentos cardíacos embrionários podem ser detectados ao se realizar uma ultrassonografia com Doppler durante a quarta semana, aproximadamente 6 semanas após o último período menstrual normal. DESENVOLVIMENTO DAS VILOSIDADES CORIÔNICAS Logo após o aparecimento das vilosidades coriônicas primárias, ao final da segunda semana, elas começam a se ramificar. No início da terceira semana, o mesênquima cresce para dentro dessas vilosidades primárias, formando um eixo central de tecido mesenquimal. Nesse estágio, as vilosidades coriônicas secundárias revestem toda a superfície do saco coriônico. Algumas células mesenquimais nas vilosidades logo se diferenciam em capilares e células sanguíneas. As vilosidades são denominadas vilosidades coriônicas terciárias quando vasos sanguíneos são visíveis no interior delas. Os capilares nas vilosidades coriônicas se fundem para formar redes artério-capilares, que logo se tornam conectadas com o coração do embrião através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do córion e do pedículo de conexão. Até o final da terceira semana, o sangue do embrião começa a fluir lentamente através dos capilares das vilosidades coriônicas. O oxigênio e os nutrientes do sangue materno presentes no espaço interviloso se difundem através das paredes das vilosidades e entram no sangue do embrião. O dióxido de carbono e os produtos residuais se difundem do sangue dos capilares fetais, através da parede das vilosidades coriônicas, para o sangue materno. Simultaneamente, as células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto, for- mando uma capa citotrofoblástica extravilosa que, gradativamente, envolve o saco coriônico e o fixa ao endométrio. As vilosidades que se prendem aos tecidos maternos através da capa citotrofoblástica são as vilosidades coriônicas-tronco (vilosidades de ancoragem). As vilosidades que crescem das laterais das vilosidades-tronco são as vilosidades coriônicas ramificadas, é através das paredes das vilosidades ramificadas que ocorre a principal troca de material entre o sangue materno e o sangue do embrião. As vilosidades ramificadas são banhadas por sangue materno do espaço interviloso, que é renovado continuamente. ● DA 4 A 8 SEMANA DO DESENVOLVIMENTO Todas as principais estruturas internas e externas são estabelecidas durante a quarta à oitava semana. Ao final desse período embrionário, os principais sistemas de órgãos iniciaram seu desenvolvimento. Os tecidos e órgãos se formam, a forma do embrião muda e ao final desse período, o embrião possui uma aparência nitidamente humana. Uma vez que os tecidos e órgãos estão rapidamente se diferenciando, a exposição dos embriões a teratógenos durante esse período pode causar grandes anomalias congênitas. Teratógenos são agentes, como algumas drogas e vírus, que produzem ou aumentam a incidência de anomalias congênitas. O desenvolvimento humano é dividido em três fases que, de certa forma, estão relacionadas: •A primeira fase é a de crescimento, que envolve divisão celular e a elaboração de produtos celulares. •A segunda fase é a morfogênese, desenvolvimento da forma, tamanho e outras características de um órgão em particular ou parte de todo o corpo. A morfogênese é um processo molecular complexo controlado pela expressão e regulação de genes específicos em uma sequência ordenada. Mudanças no destino celular, na forma da célula e no movimento celular permitem que as células interajam uma com as outras durante a formação dos tecidos e dos órgãos. •A terceira fase é a diferenciação, durante a qual as células são organizadas em um padrão preciso de tecidos e de órgãos capazes de executar funções especializadas. O desenvolvimento embrionário resulta dos planos genéticos dos cromossomos. A maioria dos processos de desenvolvimento dependem de uma interação coordenada precisa de fatores genéticos e ambientais. Diversos mecanismos de controle guiam a diferenciação e garantem um desenvolvimento sincronizado, tais como as interações teciduais, a regulação da migração celular e das colônias de células, a proliferação controlada e a morte celular programada (apoptose). Cada sistema do corpo possui o seu próprio padrão de desenvolvimento. O desenvolvimento embrionário é essencialmente um processo de crescimento e aumento na complexidade das estruturas e da função. O crescimento é alcançado por mitoses junto com a produção de matrizes extracelulares, enquanto a complexidade é alcançada por meio da morfogênese e da diferenciação. As células que compõem os tecidos de um embrião em estágio bem inicial são pluripotentes, isto é, elas possuem a capacidade de transformar-se em mais de um órgão ou tecido, que em diferentes circunstâncias são capazes de seguir mais de uma via de desenvolvimento. Esse amplo potencial de desenvolvimento torna-se progressivamente restrito à medida que os tecidos adquirem características especializadas necessárias ao aumento de sua sofisticação estrutural e funcional. Tal restrição presume que as escolhas devem ser feitas para que se alcance uma diversificação tecidual. Evidências indicam que tal fato ocorra devido às induções. Induções são interações que levam a uma alteração no curso do desenvolvimento de pelo menos uma das estruturas que interagem entre si. Numerosas demonstrações de tais interações indutivas podem ser encontradas, por exemplo, durante o desenvolvimento dos olhos, a vesícula óptica induz o desenvolvimento do cristalino a partir do ectoderma da superfície da cabeça. Quando a vesícula óptica está ausente, os olhos falham em se desenvolver. Além disso, se a vesícula óptica for removida e colocada em associação com o ectoderma da superfície que não está normalmente envolvido com o desenvolvimento dos olhos, é possível induzir a formação do cristalino. É evidente, portanto, que o desenvolvimento do cristalino é dependente da associação que o ectoderma adquire com um segundo tecido. Na presença do neuroectoderma da vesícula óptica, o ectoderma de superfície da cabeça adota uma via de desenvolvimento que de outro modo, não teria tomado. De modo similar, muitos dos movimentos morfogenéticos dos tecidos que possuem papéis importantes na formação do embrião também provém das mudanças nas associações teciduais que são fundamentais para as interações teciduais indutivas. O fato de um tecido poder influenciar a via de desenvolvimento adotada por outro tecido presume a passagem de sinal entre os dois interagentes. A análisede defeitos moleculares em cepas mutantes mostra que as interações teciduais anormais ocorrem durante o desenvolvimento embrionário e estudos do desenvolvimento de embriões com mutações em genes-alvos começaram a revelar os mecanismos moleculares de indução O mecanismo de transferência de sinal parece variar de acordo com os tecidos específicos envolvidos. Em alguns casos, o sinal parece assumir a forma de uma molécula difusível que passa do tecido indutor para o tecido-alvo. Em outros, a mensagem parece ser mediada através da matriz extracelular não difusível, que é secretada pelo indutor e com a qual o tecido-alvo entra em contato. Ainda em outros casos, o sinal parece requerer que o contato físico ocorra entre os tecidos indutores e os tecidos alvos. Independente do mecanismo de transferência intercelular envolvido, o sinal é traduzido como uma mensagem intracelular que influencia a atividade genética das células-alvo. Qualquer que seja o mecanismo de sinal empregado, os sistemas indutivos parecem ter como característica comum a íntima proximidade entre os tecidos que interagem. Evidências experimentais têm demonstrado que as interações podem falhar caso os interagentes estejam amplamente separados. Consequentemente, os processos indutivos parecem ser limitados em espaço, assim como no tempo. Como a indução tecidual desempenha tal papel fundamental em assegurar a formação ordenada de estruturas precisas, pode-se esperar que falhas nas interações levem a consequências drásticas no desenvolvimento, por exemplo, anomalias congênitas, tais como a ausência do cristalino. REVISÃO DAS CAMADAS GERMINATIVAS As três camadas germinativas, ectoderma, mesoderma e endoderma, formadas durante a gastrulação dão origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. A especificidade das camadas germinativas, entretanto, não está rígidamente fixa. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se agregam e se diferenciam em padrões e, assim, formam os diversos sistemas de órgãos. Os principais derivados das camadas germinativas são os seguintes: •O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao sistema nervoso periférico, ao epitélio sensorial dos olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos (cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à hipófise; às glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região central do ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medula da suprarrenal e as meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal. •O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos músculos liso e estriado, ao coração, ao sangue e aos vasos linfáticos; aos rins; aos ovários; aos testículos; aos ductos genitais; às membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e membrana peritoneal); ao baço e ao córtex das glândulas suprarrenais. •O endoderma dá origem ao revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório; ao parênquima (tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas; às glândulas tireóide e paratireoide; ao timo; ao fígado e ao pâncreas; ao epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra e ao epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba faringo timpânica. Após a formação dos três folhetos germinativos primários (ectoderma, mesoderma e endoderma), ocorrem alterações regionais em cada um deles. Uma dessas alterações é o dobramento de parte do ectoderma para formar o tubo neural. Tais alterações estabelecem os primórdios dos órgãos. Com a conclusão da formação do plano corporal e a formação dos primórdios de órgãos, falta ocorrer a última fase da embriologia humana, a fase da organogênese. ORGANOGÊNESE Durante a organogênese, os primórdios dos órgãos sofrem crescimento e diferenciação para formar os órgãos e sistemas de órgãos. Com o crescimento e a diferenciação contínuos, esses órgãos e sistemas de órgãos começam a funcionar durante a vida intrauterina. Alguns órgãos que começam a funcionar no feto precisam se adaptar rapidamente para outra função no momento do nascimento. Por exemplo, quando o feto muda de um ambiente aquoso na vida intrauterina para a respiração do ar, o funcionamento dos pulmões (e do sistema cardiovascular) precisa ser rapidamente alterado. QUARTA SEMANA As principais mudanças na forma do embrião ocorrem durante a quarta semana. No início, o embrião é quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações visíveis na superfície. O tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal. Com 24 dias, os primeiros arcos faríngeos estão visíveis. O primeiro arco faríngeo, arco mandibular, está nítido. A maior parte do primeiro arco origina a mandíbula e a extensão rostral do arco, a proeminência maxilar, contribui para a formação da maxila (maxilar superior). O embrião está agora levemente curvado em função das pregas cefálica e caudal. O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue e o neuroporo rostral está se fechando. Os somitos são estruturas epiteliais transitórias que se formam nas primeiras etapas do desenvolvimento embrionário dos vertebrados. A sua formação cuidadosamente controlada no espaço e no tempo é fundamental para a correta formação da coluna vertebral, dos músculos esqueléticos do corpo e da organização segmentar do sistema nervoso periférico. Somito são corpos cubóides formados pela divisão do mesoderma paraxial que foi formado pela transição epitélio mesênquima realizada pelo epiblasto. Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dias e o neuroporo rostral está fechado. O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o dobramento do embrião lhe causa uma curvatura em forma de C. Os brotos dos membros superiores são reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma pequena dilatação na parede ventro lateral do corpo. As fossetas óticas (primórdio das orelhas internas) também estão visíveis. Espessamentos ectodérmicos (placóides do cristalino), que indicam o primórdio dos futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais da cabeça. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores estão visíveis ao final da quarta semana. Uma longa eminência caudal, como uma cauda, é também uma característica típica. Rudimentos de muitos sistemas de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular. Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal está normalmente fechado. QUINTA SEMANA As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando comparadas àquelas ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça excede o de outras regiões. O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais. A face logo faz contato com a proeminência cardíaca. O rápido crescimento do segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto arcos, formando uma depressão lateral de cada lado, o seio cervical. As cristas mesonéfricas indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos, que em humanos, são órgãos excretores provisórios. SEXTA SEMANA Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que embriões nesse estágio apresentam respostas reflexas ao toque. Os membros superiores começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o desenvolvimento do cotovelo e das grandes placas nas mãos. Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios digitais, iniciam seu desenvolvimento nas placas das mãos. O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre durante a sexta semana, 4 a 5 dias após o desenvolvimento dosmembros superiores. Várias pequenas intumescências, as saliências auriculares, se desenvolvem ao redor do sulco ou fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-se o meato acústico externo (canal da orelha externa). As saliências auriculares contribuem para a formação da aurícula (pavilhão), a parte em forma de concha da orelha externa. Os olhos são agora notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina. Por causa do surgimento dos precursores dos ouvidos, olhos e palmas das mãos essa semana é muito relacionada aos sentidos. A cabeça é agora relativamente muito maior do que o tronco e está dobrada sobre a proeminência cardíaca. A posição da cabeça resulta da flexão da região cervical (pescoço). O tronco e o pescoço começam a endireitar-se e o intestino penetra no celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento normal. Ocorre porque a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para acomodar o rápido crescimento do intestino. ONFALOCELE E GASTROSQUISE São defeitos do fechamento da parede anterior do abdômen. A diferença básica é que na onfalocele as vísceras são recobertas por membranas translúcidas (âmnio e peritônio parietal), estando o cordão umbilical sempre no ápice do defeito, na gastrosquise o defeito abdominal é relativamente pequeno, localizado geralmente à direita do cordão umbilical não havendo membranas recobrindo as vísceras. Por volta da quinta semana do desenvolvimento embrionário ocorre abrupto crescimento e alongamento do intestino médio, desproporcional ao corpo do embrião, resultando em exteriorização de maior parte do intestino através do umbigo. Esta hérnia natural permanece até a décima semana, quando a cavidade abdominal, crescendo de modo suficiente, recebe de volta as vísceras exteriorizadas. A origem da onfalocele surge a partir do não retorno das vísceras abdominais que formam a hérnia fisiológica. No entanto, a patogenia gastrosquise ainda é controversa. Acredita tratar-se de uma teratogenia, devido a rotura precoce da somatopleura paraumbilical, ao nível da veia umbilical direita, que se encontra atrofiada. Ocorre no local de involução da segunda veia umbilical. Na fase em que o intestino primitivo cresce desproporcionalmente ocorre o prolapso deste através do defeito paraumbilical. O intestino continua seu desenvolvimento na cavidade amniótica banhado pelo líquido amniótico. SÉTIMA SEMANA Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. Chanfraduras aparecem entre os raios digitais, sulcos que separam as áreas das placas das mãos e dos pés, que indicam claramente os dedos. A comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora reduzida. Nesse momento, o pedículo vitelino torna-se o ducto onfaloentérico. Ao final da sétima semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores já iniciou. OITAVA SEMANA No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados, porém unidos por uma membrana visível. As chanfraduras estão também nitidamente visíveis entre os raios digitais dos pés. A eminência caudal ainda está presente, mas é curta. O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica ao redor da cabeça. Ao final da oitava semana, todas as regiões dos membros estão aparentes e os dedos são compridos e completamente separados. Os primeiros movimentos voluntários dos membros ocorrem durante a oitava semana. A ossificação primária inicia-se no fêmur. A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como os pés se aproximam uns dos outros ventralmente. Ao final da oitava semana, o embrião possui características humanas distintas, entretanto, a cabeça é ainda desproporcionalmente grande, constituindo quase a metade do embrião. O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes. As pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se unir por fusão epitelial. Os intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical. Apesar de existirem diferenças sutis entre os sexos na aparência da genitália externa, elas não são distintas o suficiente para permitir uma identificação sexual precisa, contudo já é possível realizar genotipagem para diferenciação do sexo. ESTIMATIVA DE IDADE DO EMBRIÃO A estimativa da idade de embriões recuperados após aborto espontâneo, por exemplo, são determinadas a partir de suas características externas e pela medida de seu comprimento. Entretanto, o tamanho, isoladamente, pode ser um critério incerto, pois em alguns embriões a taxa de crescimento diminuiu progressivamente antes da morte. Os embriões de terceira semana e início de quarta semana são retilíneos, portanto, sua medida indica o maior comprimento. O comprimento cabeça-nádegas (CCN) é mais frequentemente usado em embriões mais velhos (14 a 18 semanas). Como não há um marcador anatômico que claramente indique o CCN, é considerado que o maior CCN é o mais preciso. A altura em pé ou comprimento cabeça-calcanhar, é algumas vezes medida. O comprimento do embrião é apenas um dos critérios para o estabelecimento da idade. Por convenção, os obstetras datam a gestação presumidamente a partir do primeiro dia do último período menstrual normal (UPMN). Essa idade gestacional na embriologia é superficial, pois a gestação não se inicia até que ocorra a fecundação de um oócito. A idade do embrião se inicia na fecundação, aproximadamente 2 semanas após o UPMN. A idade da fecundação é usada em pacientes que passaram por uma fertilização in vitro ou inseminação artificial. O conhecimento da idade do embrião é importante, pois afeta os cuidados clínicos, especialmente quando são necessários procedimentos invasivos, tais como na coleta das vilosidades coriônicas e na amniocentese. Em algumas mulheres, a estimativa da idade gestacional a partir apenas do seu histórico menstrual pode não ser confiável. A probabilidade de erro no estabelecimento do UPMN é maior em mulheres que engravidam após cessarem o uso de contraceptivos orais, pois o intervalo entre a interrupção dos hormônios e o início da ovulação é altamente variável. Em outras mulheres, um ligeiro sangramento uterino (escape), que algumas vezes ocorre durante a implantação do blastocisto, pode ser erroneamente interpretado pela mulher como uma pequena menstruação. Outros fatores que contribuem para uma estimativa errônea da UPMN incluem a oligomenorréia (menstruação escassa), gestação no período pós-parto e o uso de dispositivos intrauterinos. A despeito de possíveis fontes de erro, o UPMN é um critério confiável na maioria dos casos. A avaliação ultrassonográfica do tamanho do embrião e da cavidade coriônica possibilita aos clínicos obterem uma estimativa precisa da data da concepção. O dia em que a fecundação ocorre é o ponto de referência mais preciso para a estimativa da idade, é comumente calculado a partir do momento estimado da ovulação, pois o oócito é normalmente fecundado em 12 horas após a ovulação. As informações so- bre a idade do embrião devem indicar o ponto de referência usado, isto é, dias após o UPMN ou após o tempo estimado da fecundação. ● DA NONA SEMANA AO NASCIMENTO O desenvolvimento durante esta fase é basicamente relacionado com o rápido crescimento do corpo e com a diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas. Os eventos são marcados por: •Períodos de crescimento contínuo se alternam com intervalos prolongados de ausência de crescimento. As mudanças vão ocorrendo no período de 4 a 5 semanas. Eventos marcantes do período fetal: •Crescimento corporal, aumento de peso, maturação dos tecidos, órgãos e dos sistemas e significativa mudança na forma e dimensões do corpo. DA 9 A 12 SEMANA DO PERÍODO FETAL No início da nona semana a cabeça é quase metade do CR do feto. Em seguida, há uma rápida aceleração do crescimento do corpo e, no final de 12 semanas, o feto já tem o dobro do comprimento. A cabeça para de crescer e isso faz com que proporcionalmente, ela “diminua” em relação ao corpo, porém ela ainda está desproporcionalmentegrande. A face do feto também muda, pois na 12 semana, os centros de ossificação primária já aparecem, especialmente no crânio e nos ossos longos. Os membros superiores já alcançam seu comprimento final relativo, enquanto que os membros inferiores ainda não. A genitália externa de homens e mulheres parece semelhante até o final da nona semana. A sua forma fetal madura não está estabelecida até a 12 semana. Para as medições do comprimento do feto são realizadas de forma diferente. Assim, CR = comprimento do topo da cabeça até as nádegas. Esta medida é utilizada para determinar o tamanho e a idade provável do feto. Na metade da 10 semana, as alças intestinais são visíveis na extremidade proximal do cordão umbilical. Em 9 semanas, o fígado é o local de formação das hemácias (eritropoese). Na 11 semana, o intestino já retorna para o abdome, e depois, com 12 semanas, o baço assume esta função. A formação de urina começa no período (9 a 12 semanas). Esta urina forma o líquido amniótico, onde o feto reabsorve uma parte e depois degluti. DA 13 A 16 SEMANA DO PERÍODO FETAL O crescimento é muito rápido durante este período. A cabeça “diminui” mais e os membros inferiores ficam mais compridos. O feto começa a se movimentar, porém são muito discretos para serem percebidos pela mãe, mas visíveis na ultrassonografia (USG). A ossificação do esqueleto é ativa e os ossos já podem ser vistos na USG no início de 16 semanas. Com 16 semanas, os ovários se diferenciam e contém folículos primordiais com ovogônias. Além disso, já é possível reconhecer a genitália externa e os olhos vão para a posição anterior na face (que antes era anterolateral). O feto tem 11 cm. DA 17 A 20 SEMANA DO PERÍODO FETAL O crescimento fica mais lento, mas continua. Os movimentos fetais já conseguem ser percebidos pela mãe. Os pés são cobertos por verniz caseosa (semelhante a um material gorduroso) que protege a pele do bebê da exposição do líquido amniótico. Com 20 semanas, seu corpo é coberto pelo lanugo (penugem delicada que recobre o corpo todo), que ajuda a manter a verniz caseosa presa na pele. A gordura parda se desenvolve, principalmente na base do pescoço, posterior ao esterno e na área perirrenal; e é o local de produção de calor pela oxidação de ácido graxo. Com 20 semanas, os testículos começam a descer, mas vão até a parede abdominal posterior ainda. O feto tem 300g. DA 21 A 15 SEMANA DO PERÍODO FETAL O feto ganha peso, fica com 600g. A pele fica enrugada e mais translúcida. A cor da pele é de rosa a vermelha em espécimes frescos, pois o sangue é visível nos capilares. Com 21 semanas, começam os movimentos rápidos dos olhos. Com 24 semanas, os pneumócitos tipo II dos septos interalveolares do pulmão começam a secretar o surfactante, porém o sistema respiratório ainda é imaturo. Unhas das mãos também se desenvolvem. Embora um feto com 22-25 semanas possa sobreviver, a chance de morte é elevada, devido a imaturidade do sistema respiratório. DA 26 A 29 SEMANA DO PERÍODO FETAL Os pulmões e os vasos pulmonares já possuem capacidade de realizar troca gasosa adequada. O SNC já amadureceu e consegue controlar movimento respiratório e a temperatura corporal. O feto começa a dormir 90% do tempo e os outros 10% são marcados pelo reflexo do susto (movimentos de autodefesa) – início do funcionamento do ciclo circadiano. Com 26 semanas, as pálpebras abrem. A gordura subcutânea desenvolve-se, eliminando as rugas. O baço realiza hematopoese. Com 28 semanas, a eritropoiese no baço cessa e a medula óssea assume esta função, tornando-se o principal local deste processo. O feto pesa 1,1 Kg. DA 30 A 34 SEMANA DO PERÍODO FETAL A pele é rosada e lisa. A quantidade de gordura amarela aumenta de 3,5% para 8%, o que dá aos braços uma aparência mais cheia. O feto pesa 2,2 Kg e tem 40cm. DA 35 A 38 SEMANA DO PERÍODO FETAL Esta é uma fase de “acabamento”. O SN fica maduro e efetua as funções integrativas. O crescimento fica mais lento, e geralmente, ganha cerca de 14g por dia, com a circunferência da cabeça e abdome quase iguais, podendo o do abdome superar posteriormente. Atinge cerca de 3,4 kg e 50 cm, na 36a semana. Com 37 semanas o tamanho do pé é um pouco maior que o comprimento do feto, sendo inclusive um parâmetro para definir IG pela USG. NASCIMENTO Quando a termo, os fetos normais geralmente pesam cerca de 3.400 g e têm medida CR de 360 mm. A quantidade de gordura amarela é de cerca de 16% do peso corporal. O tórax é saliente e as mamas fazem leve protrusão em ambos os sexos. Normalmente, em fetos masculinos a termo, os testículos estão no escroto; meninos prematuros comumente apresentam testículos que não desceram. Apesar de a cabeça do feto a termo ser bem menor com relação ao resto do corpo quando comparada ao que era no início da vida fetal, ela ainda é uma das maiores partes do feto.
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