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EMBRIOLOGIA- SUPER MATERIAL

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● INTRODUÇÃO
A primeira semana do desenvolvimento embrionário se dá após a fecundação, momento
em que um espermatozóide capacitado se encontra com o oócito. Basicamente, a
fecundação consiste na união desses dois gametas haplóides formando uma nova célula
diplóide que originará um novo ser.
● GAMETOGÊNESE
A gametogênese é o processo de formação de gametas que ocorre em organismos dotados
de reprodução sexuada. O processo de divisão importante para a produção de gametas
(células haplóides) é a meiose, pois esta reduz à metade a quantidade de cromossomos
das células e possibilita a recombinação gênica no momento em que ocorre a fecundação.
Nos homens o processo de gametogênese é denominado espermatogênese e nas
mulheres oogênese. Os gametas são derivados das células germinativas primordiais
(formadas durante a segunda semana), movem-se pela estria primitiva durante a
gastrulação e migram para a parede da vesícula vitelínica. Na quarta semana, essas células
começam a migrar da vesícula vitelínica em direção às gônadas em desenvolvimento, onde
chegam até o final da quinta semana. As divisões mitóticas aumentam em número no
decorrer da migração e também quando alcançam a região da futura gônada. Em uma
preparação para a fertilização, as células germinativas sofrem gametogênese, que inclui a
meiose, para reduzir seu número de cromossomos, e citodiferenciação, para completar sua
maturação.
MEIOSE
A meiose consiste em duas divisões celulares meióticas, durante as quais o número de
cromossomos das células germinativas é reduzido à metade(23, o número haplóide) do
número presente em oneras células do corpo(46, o número diplóide). Durante a primeira
divisão meiótica, o número de cromossomos é reduzido de diploide para haplóide. Os
cromossomos homólogos (um do pai e outro da mãe) se pareiam durante a prófase e então
se separam durante a anáfase, com um representante de cada par indo randomicamente
para cada pólo do fuso meiótico. O fuso se conecta ao cromossomo no centrômero. Nesse
estágio, eles são cromossomos com duas cromátides-irmãs. Os cromossomos X e Y não
são homólogos; no entanto, eles apresentam segmentos homólogos nas extremidades de
seus braços curtos. Eles se pareiam somente nessas regiões. Ao final da primeira divisão
meiótica, cada nova célula formada (espermatócito secundário ou oócito secundário) tem
um número haplóide de cromossomos com duas cromátides-irmãs; portanto, cada célula
contém metade do número de cromossomos da célula precedente (espermatócito primário
ou oócito primário). Essa separação, ou disjunção, de cromossomos homólogos pareados é
a base física da segregação, ou separação, de genes alelos durante a meiose. A segunda
divisão meiótica sucede a primeira divisão, sem uma interfase normal. Cada cromossomo
com duas cromátides-irmãs se divide, e cada metade (ou cromátide) é randomicamente
levada para um pólo diferente do fuso meiótico; logo, o número haplóide de cromossomos
(23) é mantido. Cada célula-filha formada pela meiose tem o número de cromossomos
haplóide reduzido, com um representante de cada par de cromossomos (agora com uma
única cromátide).
RELEMBRANDO A MEIOSE:
•Garante uma constância no número de cromossomos de geração para geração por meio
da redução do número cromossômico diplóide para haplóide, produzindo assim gametas
haploides.
•Permite uma distribuição aleatória de cromossomos maternos e paternos entre os
gametas.
•Realoca os segmentos de cromossomos maternos e paternos por meio do crossing over de
segmentos cromossômicos, o que “embaralha” os genes e produz uma recombinação do
material genético(variabilidade genética).
ESPERMATOGÊNESE
A espermatogênese, que começa na puberdade, inclui todos os eventos que envolvem a
transformação de espermatogônias em espermatozoides. No nascimento, as células
germinativas no menino podem ser reconhecidas nos cordões seminíferos dos testículos
como células grandes, esbranquiçadas, cercadas por células de suporte. Estas, que são
derivadas do epitélio superficial dos testículos do mesmo modo que as células foliculares,
tornam-se células de sustentação ou células de Sertoli. Pouco antes da puberdade, os
cordões seminíferos adquirem um lúmen e se tornam túbulos seminíferos. Por volta do
mesmo período, as CGPs originam as células-tronco espermatogoniais. Em intervalos
regulares, células emergem dessa população de células-tronco para formarem
espermatogônias do tipo A, o que marca o início da espermatogênese. As células do tipo A
sofrem um número limitado de divisões mitóticas para formar clones de células. A última
divisão celular produz espermatogônias do tipo B, que, em seguida, dividem-se para formar
espermatócitos primários. Os espermatócitos primários entram, então, em uma prófase
prolongada (22 dias), seguida pelo término rápido da meiose I e pela formação de
espermatócitos secundários. Durante a segunda divisão meiótica, essas células começam
imediatamente a formar espermátides haploides. Ao longo dessa série de eventos, do
momento em que as células do tipo A deixam a população de células-tronco até a formação
das espermátides, a citocinese é incompleta, de modo que gerações sucessivas de células
são unidas por pontes citoplasmáticas. Assim, a progênie de uma única espermatogônia do
tipo A forma um clone de células germinativas que mantêm contato ao longo da
diferenciação. Além disso, as espermatogônias e as espermátides permanecem nos
profundos recessos das células de Sertoli ao longo de seu desenvolvimento. Dessa
maneira, as células de Sertoli sustentam e protegem as células germinativas, participam de
sua nutrição e ajudam na liberação de espermatozoides maduros. A espermatogênese é
regulada pela produção de LH pela glândula hipófise. O LH se liga a receptores nas células
de Leydig e estimula a produção de testosterona, que, por sua vez, se liga às células de
Sertoli para promover a espermatogênese. O hormônio foliculoestimulante (FSH, do inglês
follicle-stimulating hormone) também é essencial, porque sua ligação às células de Sertoli
estimula a produção de líquido testicular e a síntese de proteínas intracelulares receptoras
de andrógenos.
ESPERMIOGÊNESE
A série de alterações que resulta na transformação de espermátides em espermatozóides é
chamada de espermiogênese. Essas mudanças incluem:
1- A formação do acrossomo, que cobre metade de toda a superfície nuclear e contém as
enzimas que auxiliam na penetração do ovócito e suas camadas circunjacentes durante a
fertilização;
2-A condensação do núcleo;
3-A formação do colo, da porção média e da cauda;
4-A perda da maior parte do citoplasma e dos corpúsculos residuais que são fagocitados
pelas células de Sertoli. Em seres humanos, o tempo necessário para a espermatogônia se
desenvolver em um espermatozóide maduro é de aproximadamente 74 dias, e cerca de 300
milhões de espermatozóides são produzidos diariamente.
Quando estão completamente formados, os espermatozóides entram no lúmen do túbulo
seminífero. A partir daí, são empurrados em direção ao epidídimo pela contração da parede
dos túbulos seminíferos. Embora inicialmente sejam apenas levemente móveis, no
epidídimo, já exibem a mobilidade plena.
OOGÊNESE
A oogênese é o processo pelo qual a oogônia se diferencia em oócitos maduros. A
maturação dos gametas femininos em oócitos acontece ainda antes do nascimento. Uma
vez que as CGPs chegam à gônada de um embrião geneticamente feminino, elas se
diferenciam em oogônias. Essas células sofrem inúmeras divisões mitóticas e, ao final do
terceiro mês, estão dispostas em grupos cercados por uma camada de células epiteliais
achatadas. Enquanto todas as oogônias de cada grupo são provavelmente derivadas de
uma única célula, as células epiteliais achatadas, conhecidas como células foliculares,
originam-se do epitélio superficial que recobre o ovário. Grande parte das oogônias continua
a se dividir por mitose, mas algumas param suas divisões mitóticas na prófase da meiose I
e formam oócitos primários. Nos meses seguintes, as oogônias aumentam rapidamente em
número e, ao finaldo quinto mês de desenvolvimento pré-natal, o número total de células
germinativas no ovário alcança seu máximo, estimado em 7 milhões. Nesse momento, a
morte celular começa e muitas oogônias, assim como oócitos primários, degeneram e
tornam-se atrésicos. Até o sétimo mês, a maioria das oogônias já degenerou, exceto por
algumas próximas à superfície da gônada. Todos os oócitos primários sobreviventes já
entraram na prófase da meiose I, sendo a maioria deles circundados por uma camada de
células epiteliais foliculares achatadas. Um oócito primário, junto com suas células epiteliais
achatadas circunjacentes, é conhecido como folículo primordial. Somente quando a mulher
atinge a puberdade a maturação dos oócitos continua. Próximo ao nascimento, todos os
oócitos primários iniciaram a prófase da meiose I; porém, em vez de prosseguirem até a
metáfase, eles entram no estágio diplóteno, um estágio de repouso durante a prófase
caracterizado por uma estrutura reticulada de cromatina. Os oócitos primários permanecem
parados na prófase e não terminam sua primeira divisão meiótica antes de a puberdade ser
alcançada. Esse estado é produzido pelo inibidor de maturação do oócito (IMO), um
pequeno peptídeo secretado pelas células foliculares. Estima-se que a quantidade total de
oócitos primários no nascimento varie entre 600 e 800 mil. Durante a infância, a maioria dos
oócitos se torna atrésica; apenas cerca de 40 mil estão presentes no início da puberdade e
menos de 500 serão ovulados. Alguns oócitos que alcançam a maturidade mais tarde
durante a vida estiveram dormentes no estágio diplóteno da primeira divisão meiótica por 40
anos ou mais antes da ovulação. Não se sabe se o estágio diplóteno é a fase mais
adequada para proteger o oócito contra as influências ambientais. O fato de que o risco de
ter crianças com anomalias cromossômicas aumenta de acordo com a idade materna
sugere que os oócitos primários são vulneráveis à lesão conforme envelhecem. Na
puberdade, um conjunto de folículos em crescimento se estabelece e é mantido
continuamente a partir da reserva. A cada mês, de 15 a 20 folículos dessa reserva
começam a maturar. Alguns morrem, enquanto outros começam a acumular líquido em um
espaço chamado de antro, entrando, assim, no estágio antral ou vesicular. O líquido
começa a se acumular de maneira que, imediatamente antes da ovulação, os folículos
estão bem inchados e são chamados de folículos vesiculares maduros ou folículos de
Graaf. O estágio antral é o mais longo, enquanto o estágio vesicular maduro dura
aproximadamente 37 horas antes da ovulação. À medida que os folículos primordiais
começam a crescer, as células foliculares circunjacentes passam de achatadas a cubóides
e proliferam-se para produzir um epitélio estratificado de células granulosas; a unidade é
chamada de folículo primário. As células granulosas estão localizadas sobre uma
membrana basal que as separa do tecido conjuntivo ovariano circunjacente (as células
estromais) e formam a teca folicular. Além disso, as células granulosas e o oócito secretam
uma camada de glicoproteínas na superfície do oócito, formando a zona pelúcida. Conforme
o folículo continua a crescer, as células da teca folicular se organizam em uma camada
interna de células secretórias, a teca interna, e em uma cápsula fibrosa externa, a teca
externa. Pequenos prolongamentos digitiformes das células foliculares se estendem pela
zona pelúcida e se interdigitam com as microvilosidades da membrana plasmática do
oócito. Esses prolongamentos são importantes para o transporte de materiais das células
foliculares para o oócito. Com a continuação desenvolvimento, aparecem espaços repletos
de líquido entre as células granulosas. A coalescência desses espaços forma o antro, e o
folículo é chamado de folículo antral ou vesicular. Inicialmente, o antro tem o formato de um
crescente, mas, com o tempo, ele aumenta. As células granulosas que circundam o oócito
permanecem intactas e formam o cúmulo oóforo. Na maturidade, o folículo vesicular
maduro (de De Graaf) pode ter 25 mm de diâmetro ou mais. Ele é cercado pela teca interna,
que é composta por células com características de secreção de esteróides, ricas em vasos
sanguíneos; e pela teca externa, que se funde gradualmente com o tecido conjuntivo
ovariano. A cada ciclo ovariano, vários folículos começam a se desenvolver, mas, em geral,
apenas um alcança a maturidade completa. Os demais degeneram-se e tornam-se
atrésicos. Quando o folículo secundário está maduro, um pulso de hormônio luteinizante
(LH, do inglês luteinizing hormone) induz a fase de crescimento pré-ovulatória. A meiose I
se completa, resultando na formação de duas células-filhas de tamanho desigual, cada uma
com 23 cromossomos de estrutura dupla. Uma célula, o oócito secundário, recebe a maior
parte do citoplasma; a outra, o primeiro corpo polar, recebe praticamente nada. O primeiro
corpo polar fica entre a zona pelúcida e a membrana plasmática do oócito secundário no
espaço pré-vitelínico. A célula entra, então, na meiose II, mas fica parada na metáfase
aproximadamente 3 horas antes da ovulação. A meiose II se completa apenas se o oócito
for fertilizado; caso contrário, a célula degenera aproximadamente 24 horas após a
ovulação.
CAPACITAÇÃO DO ESPERMATOZÓIDE PARA A FECUNDAÇÃO
Após a ejaculação, os espermatozóides lançados no trato reprodutivo feminino devem
alcançar a região ampular da tuba uterina – onde ocorre o processo de fecundação. Para tal
locomoção, os gametas masculinos utilizam-se das contrações musculares do útero e de
movimentos helicoidais realizados pela sua cauda que possibilitam a sua propulsão.
Chegando ao istmo, os espermatozóides se tornam menos móveis e param sua migração.
No entanto, apenas chegar ao local ideal não permite o processo de fertilização, sendo
necessário que os gametas passem, portanto, pelo processo de capacitação e pela reação
acrossômica para adquirirem a capacidade de fecundação. A capacitação é um processo de
condicionamento no sistema genital feminino que, nos seres humanos, dura
aproximadamente 7 horas e possibilita aos espermatozóides condições ideais para fertilizar
o oócito. Tal mecanismo se dá principalmente na tuba uterina, por meio de interações
epiteliais entre o espermatozóide e enzimas encontradas na superfície mucosa da tuba.
Desse modo, a camada de glicoproteínas e proteínas plasmáticas seminais que recobre a
região acrossômica é removida da membrana plasmática do espermatozóide. Assim, os
gametas capacitados se tornam aptos a passar pelas células da coroa radiada e sofrer a
reação acrossômica. A reação acrossômica, que ocorre após a ligação à zona pelúcida, é
induzida por proteínas da mesma. Essa reação culmina na liberação das enzimas
necessárias para a penetração da zona pelúcida, incluindo substâncias semelhantes à
acrosina e à tripsina.
● FECUNDAÇÃO
FASES
É importante ressaltar que a fecundação ocorre na ampola da tuba uterina e os
espermatozoides a localizam por meio da quimiotaxia, processo de emissão de substâncias
químicas pelo trato reprodutivo que estimulam o movimento dos gametas na direção correta
do oócito.
FASE 1: PENETRAÇÃO DA CORONA RADIATA
Dos cerca de 300 milhões de espermatozóides ejaculados no sistema genital feminino
apenas 300 a 500 alcançam o local de fertilização e, normalmente, só um deles fertiliza o
oócito. Nesta fase inicial o acrossoma libera hialuronidases que dissolvem o material da
corona radiata e o espermatozóide adentra e encontra a zona pelúcida.
FASE 2: PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA E DO CITOPLASMA DO OÓCITO
A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas que cerca o oócito, facilita e mantém a
ligação do espermatozoide e induz a reação acrossômica. Tanto a ligação quanto a reação
acrossômica são mediadas pelo ligante ZP3, uma proteína da zona que possibilita que a
reação aconteça. A liberação das enzimas acrossômicas(acrosina) permite que os
espermatozóides penetrem a zona, entrando em contato com a membrana plasmática do
oócito. A permeabilidade da zona pelúcida se alteraquando a cabeça do espermatozóide
entra em contato com a superfície do oócito. Esse contato induz a liberação das enzimas
lisossomais dos grânulos corticais que estão alinhados na membrana plasmática do oócito.
Por sua vez, essas enzimas alteram as propriedades da zona pelúcida (reação da zona),
para evitar a penetração do espermatozóide e inativar os locais de receptores específicos
de espécies para o espermatozóide na superfície da zona. Neste momento outros
espermatozóides também são encontrados na região da zona pelúcida, no entanto, apenas
um consegue penetrar o oócito.
FASE 3: FUSÃO DAS MEMBRANAS DOS GAMETAS E FECUNDAÇÃO
A adesão inicial do espermatozóide no oócito é mediada parcialmente pela interação entre
integrinas do oócito e seus ligantes, desintegrinas, no espermatozóide. Após a adesão, às
membranas plasmáticas do espermatozóide e do oócito se fundem. Como a membrana
plasmática que cobre a cabeça acrossômica desaparece durante a reação acrossômica, a
fusão de fato é alcançada entre a membrana do oócito e a membrana que recobre a região
posterior da cabeça do espermatozóide. Tanto a cabeça quanto a cauda do espermatozóide
entram no citoplasma do oócito, mas a membrana plasmática é deixada para trás, na
superfície do oócito. No momento em que o espermatozóide penetra o oócito tanto a
membrana plasmática do gameta feminino, quanto a sua zona pelúcida alteram suas
configurações a fim de se tornarem impenetráveis a outros espermatozóides e, dessa
maneira, evitarem a poliespermia. Em sequência, o oócito termina sua segunda divisão
meiótica imediatamente após a entrada do espermatozóide. Uma das células-filhas, que
recebe pouco ou nenhum citoplasma, é conhecida como segundo corpúsculo polar; a outra
é o oócito definitivo ou óvulo. Seus cromossomos (22 mais X) se dispõem em um núcleo
vesicular conhecido como pró-núcleo feminino. Neste momento, o óvulo tem seu
metabolismo ativado e o fator que possibilitou tal ativação é carregado pelo
espermatozóide. A ativação inclui eventos moleculares e celulares associados ao início da
embriogênese. O espermatozóide no citoplasma do oócito se move para frente até que
fique próximo do pró-núcleo feminino. Seu núcleo se torna aumentado por meio da
formação de novas glicoproteínas e proteínas e forma o pró-núcleo masculino; a cauda se
desprende e degenera. Morfologicamente, os pró-núcleos masculino e feminino não são
distinguíveis e, por fim, ficam em contato íntimo e perdem seus envelopes nucleares.
Durante o crescimento dos pró-núcleos masculino e feminino (ambos haplóides), cada
pró-núcleo deve replicar seu DNA. Se isso não ocorrer, cada célula do zigoto no estágio de
duas células terá apenas metade da quantidade normal de DNA. Imediatamente após a
síntese de DNA, os cromossomos se organizam no fuso em preparo para a divisão mitótica
normal. Os 23 cromossomos maternos e os 23 paternos separam-se longitudinalmente no
centrômero, e as cromátides-irmãs se movem para pólos opostos, fornecendo às duas
primeiras células do zigoto a quantidade diplóide de cromossomos e de DNA. Conforme as
cromátides-irmãs se movem para pólos opostos, aparece um sulco profundo na superfície
da célula, dividindo o citoplasma gradualmente em duas partes. Dessa maneira está
iniciado os processos de clivagem do zigoto, e em sequência, esse novo indivíduo vai
sendo formado. O zigoto é geneticamente único porque metade de seus cromossomos vem
da mãe e a outra metade é proveniente do pai. Este mecanismo é a base para a herança
biparental e variação da espécie humana. A meiose possibilita segregação independente
dos cromossomos maternos e paternos entre as células germinativas. O cruzamento de
cromossomos, realocando os segmentos dos cromossomos paternos e maternos,
“embaralha” os genes, produzindo assim uma recombinação de material genético que já
determina as características e o sexo do novo indivíduo.
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
A fertilização in vitro (FIV) refere-se a um procedimento projetado para superar a
infertilidade e resultar em uma gestação. Em geral, os ovários são estimulados por uma
combinação de hormônios e medicamentos para fertilidade e, em seguida, um ou mais
oócitos são aspirados dos folículos ovarianos e inseridos em uma placa. São fertilizados em
laboratório (“in vitro”) por meio da técnica de injeção espermática intracitoplasmática, que
envolve a injeção do espermatozóide diretamente no citoplasma do oócito maduro. Este
procedimento é extremamente valioso nos casos de infertilidade decorrente do bloqueio das
tubas uterinas ou de oligospermia (baixo número de espermatozoides). Após a fertilização
um ou mais embriões são transferidos para a cavidade uterina. Essas etapas ocorrem
durante aproximadamente um intervalo de duas semanas, chamado ciclo de fertilização in
vitro. A primeira gravidez após a fertilização de um ovo humano in vitro e o primeiro
nascimento de um embrião fertilizado in vitro foram relatados em 1976 e 1978. Desde
então, cerca de sete milhões de gestações foram alcançadas em todo o mundo pela
fertilização in vitro e suas modificações, conhecidas genericamente como tecnologias de
reprodução assistida. À medida que a experiência se acumula, as taxas de sucesso
aumentam e as indicações para esses procedimentos se expandem.
● PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
CLIVAGEM DO ZIGOTO
Após a fecundação inicia-se o processo de clivagem do zigoto, que consiste em repetidas
divisões mitóticas do zigoto, levando a um rápido aumento do número de células – agora
chamadas de blastômeros. A divisão do zigoto começa aproximadamente 30 horas após a
fecundação. Esses blastômeros se tornam menores a cada divisão. Durante a clivagem, o
zigoto ainda é envolto pela zona pelúcida. Após o estágio de oito células, os blastômeros
mudam sua forma e se alinham firmemente uns contra os outros(compactação). Este
fenômeno pode ser mediado por glicoproteínas de adesão da superfície celular. A
compactação possibilita melhor interação célula-célula e é um pré-requisito para a
segregação das células internas que formam a massa celular interna. Quando há de 12 a
32 blastômeros, o concepto é chamado de mórula. As células internas da mórula(o
embrioblasto ou massa celular interna)são envolvidas por uma camada de blastômeros
achatados que formam o trofoblasto. Uma proteína imunossupressora(o fator precoce da
gravidez-hCG)é secretada pelas células trofoblásticas e pode ser detectada no soro
materno dentro de 24 a 48 horas após a implantação. O fator precoce da gravidez forma a
base do teste de gravidez aplicável durante os primeiros dias do desenvolvimento.
FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO
Logo após a entrada da mórula no útero (aproximadamente 4 dias após a fecundação), o
líquido uterino passa através da zona pelúcida para formar um espaço repleto de líquido - a
cavidade blastocística no interior da mórula. Com o aumento do líquido na cavidade, os
blastômeros são separados em duas partes:
•O trofoblasto, as células externas delgadas que dão origem à parte embrionária da
placenta. Função nutritiva.
•O embrioblasto, um grupo pequeno de blastômeros que é o primórdio do embrião.
Neste estágio, o concepto, ou embrião, é chamado de blastocisto. O embrioblasto agora se
projeta para a cavidade blasrocísrica e o trofoblasco forma a parede do blastocisto. Após o
blastocisto flutuar no líquido uterino por aproximadamente 2 dias, a zona pelúcida
degenera-se e desaparece. O destacamento da zona pelúcida já foi observado in vitro. Esse
destacamento possibilita que o blastocisto aumente rapidamente de tamanho. Enquanto
flutua livremente na cavidade uterina, o blastocisto se nutre através das secreções das
glândulas uterinas. Aproximadamente 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao
epitélio endometrial. Assim que ocorre a adesão ao epitélio, o trofoblasto começa a
proliferar rapidamente e a se diferenciar em duas camadas:
• O citotrofoblasto, a camada interna de células.
•O sinciciotrofoblasto, a camada externa que consiste em uma massa protoplasmática
multinucleada formada pela fusão das células.Os processos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem através do epitélio endometrial
e invadem o tecido conjuntivo endometrial. Ao final da primeira semana, o blastocisto está
superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e retira seus nutrientes do
tecido materno erodido. O sinciciotrofoblasto altamente invasivo se expande rapidamente
próximo ao embrioblasto, o pólo embrionário. O sinciciotrofoblasto produz enzimas
proteolíticas que erodem os tecidos maternos, permitindo que o blastocisto se insira no
endométrio. Ao final da primeira semana, uma camada de células cubóides, chamada de
hipoblasto, aparece na superfície do embrioblasto, com a face voltada para a cavidade
blastocística.
ABORTO
Muitos embriões recém-formados são abortados espontaneamente. Os estágios iniciais da
implantação do blastocisto são períodos críticos do desenvolvimento que podem não
acontecer corretamente por causa da produção inadequada de progesterona e estrogênio
pelo corpo lúteo. Acredita-se que a taxa média de abortos espontâneos precoces seja de
aproximadamente 45%. Os abortos espontâneos precoces ocorrem por várias razões, por
exemplo a presença de anormalidades cromossômicas.
● SEGUNDA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
A segunda semana do desenvolvimento embrionário é marcada pela implantação do
blastocisto. À medida que o blastocisto vai sendo implantado, o embrioblasto sofre
mudanças morfológicas, produzindo um disco embrionário bilaminar composto de epiblasto
e hipoblasto. Esse disco embrionário vai originar as camadas germinativas que formam
todos os tecidos e órgãos do embrião. Algumas estruturas extra embrionárias são formadas
durante a segunda semana. São elas:
1. Cavidade amniótica;
2. Âmnio;
3. Saco vitelino;
4. Pedículo de conexão;
5. Saco coriônico.
IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO
O evento da segunda semana do desenvolvimento embrionário é a implantação do
blastocisto. Ela ocorre durante a segunda semana, em um período restrito, entre o 6 e o 10
dia após a ovulação. À medida que esse evento vai acontecendo, o trofoblasto vai
emergindo no estroma endometrial e se diferencia em duas camadas:
1. Citotrofoblasto: uma camada interna de células mononucleadas mitoticamente ativa.
2. Sinciciotrofoblasto: uma zona multinucleada mais externa, sem limites celulares nítidos,
pois as células se fundem e perdem suas membranas celulares.
As células do citotrofoblasto se dividem, formando novas células, que migram para a massa
crescente e erosiva que invade o tecido conjuntivo endometrial: o sinciciotrofoblasto.
A implantação é um mecanismo molecular que ocorre de forma sincronizada. O blastocisto
se aprofunda vagarosamente no endométrio, deslocando as células endometriais na parte
central do sítio de implantação, que sofrem apoptose e servem de fonte de nutrição para
esse blastocisto. As demais células endometriais, com suas microvilosidades, moléculas
celulares de adesão, citocinas, prostaglandinas, genes homeobox, fatores de crescimento e
metaloproteinases de matriz, tornam o endométrio receptivo.
RELEMBRANDO:
4 dia: a mórula ainda estava solta na cavidade uterina.
5 dia: zona pelúcida se degenera e o blastocisto cresce.
6 dia: blastocisto adere ao endométrio.
7 dia: o trofoblasto sobre uma transformação e vira o citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto.
8 dia: o sinciciotrofoblasto penetra no endométrio, causando a reação decidual.
9 dia: a reação decidual dá origem às lacunas.
10 e 11 dias: As lacunas precisam ser tamponadas, senão o sangue vai extravasar e tanto a
mãe quanto o feto serão prejudicados. Então surge o tampão e, com isso, as redes
lacunares se formam.
11o e 12o dias: ocorre a formação da circulação uteroplacentária.
13o e 14o dias: As vilosidades coriônicas são formadas, conferindo assim uma barreira
hematoplacentária, que tem uma maior capacidade e eficiência na hora de conduzir os
nutrientes da mãe para o embrião.
FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS EXTRA EMBRIONÁRIAS
É importante saber que a formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e do saco
vitelínico ocorre no mesmo momento da implantação, ou seja, todas na segunda semana do
desenvolvimento embrionário.
DISCO EMBRIONÁRIO BILAMINAR
O embrioblasto, que era uma camada única celular, se divide e se separa em duas
camadas. A partir daí, essas duas camadas começam a ser chamadas de disco
embrionário, que é uma placa bilaminar. Essas duas lâminas são:
1. Epiblasto: camada de células colunares altas, que forma o assoalho da cavidade
amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio.
2. Hipoblasto: camada de células cubóides, que forma o teto da cavidade exocelômica
(saco vitelínico) e está em continuidade com a membrana exocelômica (membrana
vitelínica).
CAVIDADE AMNIÓTICA
A partir do epiblasto, começam a surgir as células amniogênicas, os amnioblastos. Os
amnioblastos se separam do epiblasto e envolvem a cavidade amniótica, produzindo o
âmnio.
SACO VITELÍNICO
O saco vitelínico primitivo é formado pelo hipoblasto e pela membrana da cavidade
exocelômica. As células do endoderma do saco vitelínico formam uma camada de tecido
conjuntivo (mesoderma extra embrionário) que circunda o âmnio e o saco vitelínico. Assim
que a cavidade amniótica (e o âmnio), o disco embrionário e o saco vitelínico primitivo são
formados, surgem as lacunas no sinciciotrofoblasto. O fluido dos espaços lacunares
(composto por sangue materno, restos celulares de glândulas uterinas etc.) forma a
circulação uteroplacentária primitiva e nutre o embrião por difusão pelo disco embrionário. A
gonadotrofina coriônica humana (hCG) é produzida nas lacunas do sinciciotrofoblasto e ela
mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário durante a gravidez. O corpo lúteo é
importante na gravidez, pois ele secreta estrogênio e progesterona, mantendo a gestação.
O hormônio hCG, no final da segunda semana de gravidez, está presente no sangue em
quantidades suficientes para ser detectado por radioimunoensaios, sendo usado como teste
de gravidez.
OS DIAS 10, 11 E 12
Entre os dias 10 e 12 do desenvolvimento embrionário, ocorre uma falha no epitélio
endometrial, que se recupera e recobre o embrião, finalizando a implantação.
Com a implantação realizada, o concepto agora é constituído pelo embrião (disco
embrionário bilaminar– hipoblasto e epiblasto) mais as membranas extra embrionárias
(citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e exoderma). A reação que está ocorrendo no
endométrio, a reação decidual, se torna mais exuberante. As células do tecido conjuntivo
endometrial aumentam a quantidade de glicogênio e lipídios que existem em seu
citoplasma, ficando intumescidas. Nos 10 e 11 dias, apesar do disco embrionário continuar
crescendo, ele cresce menos do que o trofoblasto. No 12 dia, o trofoblasto forma tanto
líquido, que forma uma grande cavidade.
CELOMA EXTRAEMBRIONARIO
Lembram do mesoderma extraembrionário? Falamos dele lá em cima. Ele corresponde a
uma camada de tecido conjuntivo que circunda o âmnio e o saco vitelínico. Enquanto as
mudanças no trofoblasto e no endométrio estão ocorrendo, o mesoderma extraembrionário
cresce e os espaços que surgem em seu interior se fundem para formar o celoma
extraembrionário. Com a formação do celoma extraembrionário, o saco vitelínico primitivo
diminui de tamanho e se forma um pequeno saco vitelínico secundário, que é formado por
células endodérmicas extraembrionárias e tem papel na nutrição do embrião.
REDES LACUNARES
As redes lacunares são formadas em torno do 12 dia, com a fusão das lacunas do
sinciciotrofoblasto. Elas estão localizadas em torno do pólo embrionário e são os primórdios
dos espaços intervilosos da placenta. Nas redes lacunares, o sangue materno flui
livremente, pois os sinusóides que circundam o embrião são erodidos pelo
sinciciotrofoblasto, que absorve esse sangue e transfere ao embrião.
13 E 14 DIA: O FINAL DA SEGUNDA SEMANA
FORMAÇÃO DO CÓRION
O evento que marca o final da segunda semana e o início da terceira é a formação do
córion, que nada mais é do que a placenta no final da gestação do bebê. O saco
coriônico/córionviloso está em contato íntimo com o bebê, absorvendo e transmitindo os
nutrientes para ele.Para chegar a isso, o embrião precisa se desenvolver. E tudo começa
com as vilosidades coriônicas primárias, no final da segunda semana, momento esse que o
embrião precisa crescer rápido e, com isso, necessita de um bom aporte de nutrientes.
Imagine as vilosidades coriônicas primárias (não possuem ainda uma rede vascular
desenvolvida) como uma invasão do citotrofoblasto no sinciciotrofoblasto, formando a
barreira hematoplacentária, que separa o tecido da mãe com o do bebê. O transporte de
nutrientes advindos da mãe ainda não é tão eficaz apenas com as vilosidades coriônicas
primárias. O sangue chega nas redes lacunares e passa pela barreira hematoplacentária e
vai célula a célula até chegar ao embrião. O que precisa acontecer é a formação de uma
rede vascular eficaz. Com essa formação, as vilosidades coriônicas primárias passam a ser
chamadas de vilosidades coriônicas secundárias. Ainda no final da segunda semana, o
celoma extraembrionário é “digerido” e acaba dividindo o mesoderma extraembrionário em
duas camadas (que ainda são as mesmas coisas – mesmo tipo de células, porém como
estão conectados com estruturas diferentes, recebem nomes diferentes):
1. Mesoderma somático extraembrionário: reveste o trofoblasto e cobre o âmnio.
2. Mesoderma esplâncnico extraembrionário: envolve o saco vitelínico.
O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas de trofoblasto (citotrofoblasto
e sinciciotrofoblasto) formam o córion. A cavidade que foi formada, que era o celoma, agora
corresponde à cavidade coriônica, que é revestida pelo saco coriônico. Dentro do saco
coriônico, na cavidade dentro dele, se encontram o embrião com os sacos vitelínico e
amniótico, presos pelo pedículo. Uma medida importante para a avaliação do
desenvolvimento embrionário inicial e da progressão da gravidez é o diâmetro do saco
coriônico.
O EMBRIÃO DE 14 DIAS
O embrião de 14 dias já é um disco embrionário bilaminar, que terá uma parte formada pelo
epiblasto e outra pelo hipoblasto (que vieram da divisão do disco embrionário). O hipoblasto
vai dar origem ao endoderma do saco vitelínico, que dará origem ao mesoderma
extraembrionário. Além disso, mais lá na frente, o hipoblasto também dará origem à placa
precordal, que desenvolve o sistema nervoso central do bebê e também forma a boca e a
cabeça. Já o epiblasto, vai formar o ectoderma do âmnio, o ectoderma embrionário e a linha
primitiva. A linha primitiva vai dar origem ao mesoderma extraembrionário, ao mesoderma
embrionário, ao processo notocordal e ao endoderma do embrião. A placa precordal
desenvolve-se como um espessamento local do hipoblasto e corresponde a futura região
cefálica do embrião e o futuro local da boca.
REVISÃO DA 2 SEMANA
Conforme o blastocisto se implanta no endométrio, o trofoblasto se prolifera e se diferencia
rapidamente. Paralelamente ao desenvolvimento trofoblástico, o endométrio também
precisa ser receptivo ao embrião, senão a implantação não ocorre. Essas mudanças que
ocorrem no endométrio são conhecidas como reação decidual e fazem com que ele se
torne um ambiente imunologicamente favorável. Três estruturas extraembrionárias são
formadas na segunda semana do desenvolvimento embrionário: o saco vitelínico primitivo, a
cavidade amniótica (um espaço entre o citotrofoblasto e o embrioblasto) e o disco
embrionário (bilaminar, formado pelo epiblasto e pelo hipoblasto).
● TERCEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
A terceira semana do desenvolvimento coincide com a semana seguinte à primeira
ausência do período menstrual, ou seja, 5 semanas após o primeiro dia do último ciclo
menstrual normal. Neste período uma gravidez normal pode ser detectada por
ultrassonografia. O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário
trilaminar durante a terceira semana é caracterizado por:
• Aparecimento da linha primitiva;
• Desenvolvimento da notocorda;
• Diferenciação das três camadas
germinativas.
GASTRULAÇÃO: FORMAÇÃO DAS CAMADAS GERMINATIVAS
A gastrulação é o processo pelo qual as três camadas germinativas, precursoras de todos
os tecidos embrionários, e a orientação axial são formados nos embriões. Constitui o evento
mais importante que ocorre durante a terceira semana e representa o início da
morfogênese. Durante essa semana, o disco embrionário bilaminar é convertido em um
disco embrionário trilaminar. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma,
mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgãos específicos:
•O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e
periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos
conjuntivos da cabeça.
•O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e
digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares
de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas.
•O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células
sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao
revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas
genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a origem de
todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e
estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos.
LINHA PRIMITIVA
No começo da terceira semana, uma faixa linear espessada do epiblasto aparece
caudalmente no plano mediano do dorso do disco embrionário bilaminar, dando origem à
linha primitiva, que é o primeiro sinal morfológico da gastrulação. A linha primitiva resulta da
proliferação e do movimento das células do epiblasto para o plano mediano do disco
embrionário. Tão logo a linha primitiva aparece, é possível identificar o eixo craniocaudal, as
extremidades cranial e caudal, as superfícies dorsal e ventral do embrião. Conforme a linha
primitiva se alonga pela adição de células à sua extremidade caudal, sua extremidade
cranial prolifera para formar o nó primitivo. Simultaneamente, um sulco estreito, o sulco
primitivo, se desenvolve na linha primitiva e é contínuo com uma pequena depressão no nó
primitivo, a fosseta primitiva. Ambos são resultados da invaginação das células epiblásticas.
Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva, as células migram de sua
superfície profunda para formar o mesênquima, um tecido conjuntivo embrionário formado
por pequenas células fusiformes, frouxamente organizadas em uma matriz extracelular de
fibras colágenas esparsas. O mesênquima forma os tecidos de sustentação do embrião,
assim como a maior parte dos tecidos conjuntivos do corpo e a trama de tecido conjuntivo
das glândulas. Uma parte do mesênquima forma o mesoblasto, que dá origem ao
mesoderma intraembrionário. As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo e de
outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto, formando o endoderma embrionário.
As células remanescentes do epiblasto formam o ectoderma embrionário. Em resumo, as
células do epiblasto, por meio do processo de gastrulação, dão origem a todas as três
camadas germinativas no embrião, os primórdios de todos os seus tecidos e órgãos.
Pesquisas sugerem que moléculas de sinalização (fatores nodais) da superfamília do fator
transformador de crescimento ẞ induzem a formação do mesoderma. A ação combinada de
outras moléculas de sinalização também participa especificando os destinos das células da
camada germinativa. Entretanto, o fator transformador de crescimento ẞ (nodal), um fator
de transcrição T-box e a via de sinalização Wnt parecem estar envolvidos na especificação
do endoderma.
PROCESSO NOTOCORDAL
Algumas células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva,
formando um cordão celular mediano, o processo notocordal. Inicialmente, o processo
notocordal se alonga e ganha lúmen, formando o canal notocordal, que se estende
cranialmente a partirdo nó primitivo até a placa pré-cordal. Esse processo logo adquire um
lúmen, formando o canal notocordal. O processo notocordal cresce cranialmente entre o
ectoderma e o endoderma até alcançar a placa pré-cordal, uma pequena área circular de
células endodérmicas cilíndricas na qual o ectoderma e o endoderma se fundem. Em
seguida, o assoalho do processo notocordal se funde com o endoderma embrionário
subjacente. Essas camadas fusionadas se degeneram gradualmente, resultando na
formação de aberturas no assoalho do processo notocordal. Conforme essas aberturas se
tornam confluentes, o assoalho do canal notocordal desaparece e o restante do processo
notocordal forma a placa notocordal achatada e sulcada. Começando na extremidade
cranial do embrião, as células da placa notocordal se proliferam e sofrem um dobramento,
que forma a notocorda. O desenvolvimento da notocorda induz o ectoderma embrionário
sobreposto a se espessar e formar a placa neural, o primórdio do SNC. Além disso,
algumas células mesenquimais da linha primitiva que têm destinos mesodérmicos, migram
cranialmente em cada lado do processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. É aí que
elas se encontram cranialmente para formar o mesoderma cardiogênico na área
cardiogênica, onde o primórdio do coração começa a se desenvolver no final da terceira
semana.
TERATOMA SACROCOCCÍGEO
Remanescentes da linha primitiva podem persistir e dar origem a um teratoma
sacrococcígeo, um tipo de tumor de células germinativas que pode ser benigno ou maligno.
Como eles são derivados de células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores contêm
tecidos derivados de todas as três camadas germinativas em estágios variados de
diferenciação. Os teratomas sacrococcígeos são os tumores mais comuns em
recém-nascidos e têm uma incidência de aproximadamente 1 em 55.000. As crianças mais
afetadas (80%) são do sexo feminino.
NEURULAÇÃO: FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL
A neurulação é o processo envolvido na formação da placa neural e das pregas neurais e
no fechamento das pregas para formar o tubo neural. Ela está completa até o final da quarta
semana, quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal.
PLACA E TUBO NEURAL
Conforme a notocorda se desenvolve, ela induz o ectoderma localizado acima dela ou
adjacente à linha média, a se espessar e formar uma placa neural alongada de células
epiteliais espessas. O neuroectoderma da placa dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula
espinhal, além de outras estruturas como a retina. Inicialmente, a placa neural corresponde
em comprimento à notocorda subjacente. Ela surge rostralmente (extremidade da cabeça)
ao nó primitivo e dorsalmente (posterior) à notocorda e ao mesoderma adjacente a ela.
Conforme a notocorda se alonga, a placa neural se amplia e finalmente se estende
cranialmente até a membrana bucofaríngea. Posteriormente, a placa neural se estende
além da notocorda. Aproximadamente no 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do
seu eixo central para formar o sulco neural mediano longitudinal, com as pregas neurais em
ambos os lados, as quais se tornam proeminentes na extremidade cranial do embrião, e são
o primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo. Ao final da terceira semana, as pregas
neurais se movem e se fusionam transformando a placa neural em tubo neural, o primórdio
das vesículas encefálicas e da medula espinhal. O tubo neural se separa do ectoderma
superficial assim que as pregas neurais se fusionam. As células da crista neural sofrem uma
transição de epitelial para mesenquimal e migram à medida que as pregas neurais se
encontram e as margens livres do ectoderma de superfície se fundem, de modo que essa
camada se torna contínua sobre o tubo neural e no dorso do embrião. Em seguida, o
ectoderma superficial se diferencia na epiderme. A neurulação se completa durante a quarta
semana.
FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL
À medida que as pregas neurais se fundem para formar o tubo neural, algumas células
neuroectodérmicas situadas ao longo da margem interna de cada prega neural perdem a
sua afinidade epitelial e a ligação às células vizinhas. Conforme o tubo neural se separa do
ectoderma superficial, as células da crista neural formam uma massa achatada irregular, a
crista neural, entre o tubo neural e o ectoderma superficial acima. A crista neural logo se
separa em porção direita e esquerda, e estas se deslocam para as regiões dorsolaterais do
tubo neural, onde dão origem aos gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos, e
aos gânglios do sistema nervoso autônomo. Além de formar as células ganglionares, as
células da crista neural formam as bainhas de neurilema dos nervos periféricos e
contribuem para a formação das leptomeninges (aracnoide e pia-máter). As células da crista
neural também contribuem para a formação das células pigmentares, da medula da
glândula suprarrenal e muitos outros tecidos e órgãos.
DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS
Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o mesoderma para-axial.
Próximo ao nó primitivo, essa população celular aparece como uma coluna espessa e
longitudinal de células. Ao final da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia, se
condensa e começa a se dividir em corpos cubóides pareados, os somitos. Esses blocos de
mesoderma estão localizados em cada lado do tubo neural em desenvolvimento. Cerca de
38 pares de somitos se formam entre 20 e 30 dias após o início do desenvolvimento do
embrião. Ao final da quinta semana, 42 a 44 pares de somitos estão presentes. Eles
formam elevações na superfície do embrião e são um pouco triangulares em secções
transversais. Inicialmente, os somitos surgem na futura região occipital da cabeça do
embrião e logo se desenvolvem crânio caudalmente. Dão origem à maior parte do esqueleto
axial e à musculatura associada, assim como à derme da pele adjacente. Como os somitos
são bem proeminentes durante a quarta e a quinta semanas, eles são utilizados como um
dos vários critérios para a determinação da idade do embrião através da ultrassonografia.
DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRAEMBRIONÁRIO
O celoma intraembrionário é a cavidade do corpo do embrião e surge como espaços
celômicos isolados no mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma cardiogênico.
Esses espaços logo se unem para formar uma única cavidade em formato de ferradura, o
celoma intraembrionário, que divide o mesoderma lateral em duas camadas: camada
somática ou parietal e camada esplâncnica ou visceral.
•O mesoderma somático e o ectoderma embrionário acima deste formam a parede do corpo
do embrião ou somatopleura.
•O mesoderma esplâncnico e o endoderma embrionário abaixo deste formam o intestino
embrionário ou esplancnopleura.
DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
No final da segunda semana, a nutrição do embrião é obtida a partir do sangue materno
pela difusão através do celoma extraembrionário e da vesícula umbilical. A formação inicial
do sistema cardiovascular está relacionada com a necessidade crescente por vasos
sanguíneos para trazer oxigênio e nutrientes para o embrião a partir da circulação materna
através da placenta. Durante a terceira semana, se desenvolve uma circulação
uteroplacentária primordial.
VASCULOGÊNESE E ANGIOGÊNESE
A formação do sistema vascular embrionário envolve dois processos, a vasculogênese e a
angiogênese. A vasculogênese é a formação de novos canais vasculares pela união de
precursores individuais celulares (angioblastos). A angiogênese é a formação de novos
vasos pelo brotamento e ramificação de vasos pré-existentes. A formação de vasos
sanguíneos no embrião e nas membranas extraembrionárias, durante a terceira semana,
começa quando as células mesenquimais se diferenciam em precursores das células
endoteliais, ou angioblastos (células formadoras de vasos). Os angioblastos se agregam
para formar aglomerados celulares angiogênicos isolados, as ilhotas sanguíneas, que
apresentam pequenas cavidades em seu interior. Os angioblastos se achatam para formar
as células endoteliais ao redor das cavidades das ilhotas sanguíneas,dando origem ao
endotélio. Muitas dessas cavidades revestidas por endotélio se fusionam e formam uma
rede de canais endoteliais (vasculogênese). Vasos se ramificam nas áreas adjacentes por
meio do brotamento endotelial (angiogênese) e se fundem com outros vasos. As células
mesenquimais ao redor dos vasos sanguíneos endoteliais primitivos se diferenciam nos
elementos de tecido muscular e tecido conjuntivo da parede dos vasos sanguíneos. As
células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais especializadas dos
próprios vasos e depois em locais especializados ao longo da aorta dorsal. Células
sanguíneas progenitoras também se originam diretamente de células-tronco
hematopoiéticas. A hematogênese não começa no embrião até a quinta semana. Primeiro,
ela ocorre ao longo da aorta e, depois, em várias regiões do mesênquima embrionário,
principalmente no fígado e no baço, na medula óssea e nos linfonodos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO
O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área
cardiogênica. Os canais longitudinais e pareados revestidos por células endoteliais, ou
tubos cardíacos endocárdicos, se desenvolvem durante a terceira semana e se fusionam
para formar o tubo cardíaco primitivo. O coração tubular se une aos vasos sanguíneos do
embrião para formar o sistema cardiovascular primitivo. Ao final da terceira semana, o
sangue está circulando e o coração começa a bater no 21° ou 22° dia. O sistema cardiovas-
cular é o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado funcional. Os batimentos
cardíacos embrionários podem ser detectados ao se realizar uma ultrassonografia com
Doppler durante a quarta semana, aproximadamente 6 semanas após o último período
menstrual normal.
DESENVOLVIMENTO DAS VILOSIDADES CORIÔNICAS
Logo após o aparecimento das vilosidades coriônicas primárias, ao final da segunda
semana, elas começam a se ramificar. No início da terceira semana, o mesênquima cresce
para dentro dessas vilosidades primárias, formando um eixo central de tecido mesenquimal.
Nesse estágio, as vilosidades coriônicas secundárias revestem toda a superfície do saco
coriônico. Algumas células mesenquimais nas vilosidades logo se diferenciam em capilares
e células sanguíneas. As vilosidades são denominadas vilosidades coriônicas terciárias
quando vasos sanguíneos são visíveis no interior delas. Os capilares nas vilosidades
coriônicas se fundem para formar redes artério-capilares, que logo se tornam conectadas
com o coração do embrião através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do córion
e do pedículo de conexão. Até o final da terceira semana, o sangue do embrião começa a
fluir lentamente através dos capilares das vilosidades coriônicas. O oxigênio e os nutrientes
do sangue materno presentes no espaço interviloso se difundem através das paredes das
vilosidades e entram no sangue do embrião. O dióxido de carbono e os produtos residuais
se difundem do sangue dos capilares fetais, através da parede das vilosidades coriônicas,
para o sangue materno. Simultaneamente, as células citotrofoblásticas das vilosidades
coriônicas proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto, for-
mando uma capa citotrofoblástica extravilosa que, gradativamente, envolve o saco coriônico
e o fixa ao endométrio. As vilosidades que se prendem aos tecidos maternos através da
capa citotrofoblástica são as vilosidades coriônicas-tronco (vilosidades de ancoragem). As
vilosidades que crescem das laterais das vilosidades-tronco são as vilosidades coriônicas
ramificadas, é através das paredes das vilosidades ramificadas que ocorre a principal troca
de material entre o sangue materno e o sangue do embrião. As vilosidades ramificadas são
banhadas por sangue materno do espaço interviloso, que é renovado continuamente.
● DA 4 A 8 SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
Todas as principais estruturas internas e externas são estabelecidas durante a quarta à
oitava semana. Ao final desse período embrionário, os principais sistemas de órgãos
iniciaram seu desenvolvimento. Os tecidos e órgãos se formam, a forma do embrião muda e
ao final desse período, o embrião possui uma aparência nitidamente humana. Uma vez que
os tecidos e órgãos estão rapidamente se diferenciando, a exposição dos embriões a
teratógenos durante esse período pode causar grandes anomalias congênitas. Teratógenos
são agentes, como algumas drogas e vírus, que produzem ou aumentam a incidência de
anomalias congênitas. O desenvolvimento humano é dividido em três fases que, de certa
forma, estão relacionadas:
•A primeira fase é a de crescimento, que envolve divisão celular e a elaboração de produtos
celulares.
•A segunda fase é a morfogênese, desenvolvimento da forma, tamanho e outras
características de um órgão em particular ou parte de todo o corpo. A morfogênese é um
processo molecular complexo controlado pela expressão e regulação de genes específicos
em uma sequência ordenada. Mudanças no destino celular, na forma da célula e no
movimento celular permitem que as células interajam uma com as outras durante a
formação dos tecidos e dos órgãos.
•A terceira fase é a diferenciação, durante a qual as células são organizadas em um padrão
preciso de tecidos e de órgãos capazes de executar funções especializadas.
O desenvolvimento embrionário resulta dos planos genéticos dos cromossomos. A maioria
dos processos de desenvolvimento dependem de uma interação coordenada precisa de
fatores genéticos e ambientais. Diversos mecanismos de controle guiam a diferenciação e
garantem um desenvolvimento sincronizado, tais como as interações teciduais, a regulação
da migração celular e das colônias de células, a proliferação controlada e a morte celular
programada (apoptose). Cada sistema do corpo possui o seu próprio padrão de
desenvolvimento. O desenvolvimento embrionário é essencialmente um processo de
crescimento e aumento na complexidade das estruturas e da função. O crescimento é
alcançado por mitoses junto com a produção de matrizes extracelulares, enquanto a
complexidade é alcançada por meio da morfogênese e da diferenciação. As células que
compõem os tecidos de um embrião em estágio bem inicial são pluripotentes, isto é, elas
possuem a capacidade de transformar-se em mais de um órgão ou tecido, que em
diferentes circunstâncias são capazes de seguir mais de uma via de desenvolvimento. Esse
amplo potencial de desenvolvimento torna-se progressivamente restrito à medida que os
tecidos adquirem características especializadas necessárias ao aumento de sua
sofisticação estrutural e funcional. Tal restrição presume que as escolhas devem ser feitas
para que se alcance uma diversificação tecidual. Evidências indicam que tal fato ocorra
devido às induções. Induções são interações que levam a uma alteração no curso do
desenvolvimento de pelo menos uma das estruturas que interagem entre si. Numerosas
demonstrações de tais interações indutivas podem ser encontradas, por exemplo, durante o
desenvolvimento dos olhos, a vesícula óptica induz o desenvolvimento do cristalino a partir
do ectoderma da superfície da cabeça. Quando a vesícula óptica está ausente, os olhos
falham em se desenvolver. Além disso, se a vesícula óptica for removida e colocada em
associação com o ectoderma da superfície que não está normalmente envolvido com o
desenvolvimento dos olhos, é possível induzir a formação do cristalino. É evidente, portanto,
que o desenvolvimento do cristalino é dependente da associação que o ectoderma adquire
com um segundo tecido. Na presença do neuroectoderma da vesícula óptica, o ectoderma
de superfície da cabeça adota uma via de desenvolvimento que de outro modo, não teria
tomado. De modo similar, muitos dos movimentos morfogenéticos dos tecidos que possuem
papéis importantes na formação do embrião também provém das mudanças nas
associações teciduais que são fundamentais para as interações teciduais indutivas. O fato
de um tecido poder influenciar a via de desenvolvimento adotada por outro tecido presume
a passagem de sinal entre os dois interagentes. A análisede defeitos moleculares em
cepas mutantes mostra que as interações teciduais anormais ocorrem durante o
desenvolvimento embrionário e estudos do desenvolvimento de embriões com mutações
em genes-alvos começaram a revelar os mecanismos moleculares de indução O
mecanismo de transferência de sinal parece variar de acordo com os tecidos específicos
envolvidos. Em alguns casos, o sinal parece assumir a forma de uma molécula difusível que
passa do tecido indutor para o tecido-alvo. Em outros, a mensagem parece ser mediada
através da matriz extracelular não difusível, que é secretada pelo indutor e com a qual o
tecido-alvo entra em contato. Ainda em outros casos, o sinal parece requerer que o contato
físico ocorra entre os tecidos indutores e os tecidos alvos. Independente do mecanismo de
transferência intercelular envolvido, o sinal é traduzido como uma mensagem intracelular
que influencia a atividade genética das células-alvo. Qualquer que seja o mecanismo de
sinal empregado, os sistemas indutivos parecem ter como característica comum a íntima
proximidade entre os tecidos que interagem. Evidências experimentais têm demonstrado
que as interações podem falhar caso os interagentes estejam amplamente separados.
Consequentemente, os processos indutivos parecem ser limitados em espaço, assim como
no tempo. Como a indução tecidual desempenha tal papel fundamental em assegurar a
formação ordenada de estruturas precisas, pode-se esperar que falhas nas interações
levem a consequências drásticas no desenvolvimento, por exemplo, anomalias congênitas,
tais como a ausência do cristalino.
REVISÃO DAS CAMADAS GERMINATIVAS
As três camadas germinativas, ectoderma, mesoderma e endoderma, formadas durante a
gastrulação dão origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. A especificidade das
camadas germinativas, entretanto, não está rígidamente fixa. As células de cada camada
germinativa se dividem, migram, se agregam e se diferenciam em padrões e, assim,
formam os diversos sistemas de órgãos. Os principais derivados das camadas germinativas
são os seguintes:
•O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao sistema nervoso periférico, ao
epitélio sensorial dos olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos (cabelos e
unhas); às glândulas mamárias; à hipófise; às glândulas subcutâneas e ao esmalte dos
dentes. As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região central do
ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e órgãos,
incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e X) e dos gânglios
autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares
da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a
medula da suprarrenal e as meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal.
•O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos músculos liso e
estriado, ao coração, ao sangue e aos vasos linfáticos; aos rins; aos ovários; aos testículos;
aos ductos genitais; às membranas serosas de revestimento das cavidades corporais
(pericárdio, pleura e membrana peritoneal); ao baço e ao córtex das glândulas suprarrenais.
•O endoderma dá origem ao revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório; ao
parênquima (tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas; às glândulas tireóide e
paratireoide; ao timo; ao fígado e ao pâncreas; ao epitélio de revestimento da bexiga e da
maior parte da uretra e ao epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano
e tuba faringo timpânica.
Após a formação dos três folhetos germinativos primários (ectoderma, mesoderma e
endoderma), ocorrem alterações regionais em cada um deles. Uma dessas alterações é o
dobramento de parte do ectoderma para formar o tubo neural. Tais alterações estabelecem
os primórdios dos órgãos. Com a conclusão da formação do plano corporal e a formação
dos primórdios de órgãos, falta ocorrer a última fase da embriologia humana, a fase da
organogênese.
ORGANOGÊNESE
Durante a organogênese, os primórdios dos órgãos sofrem crescimento e diferenciação
para formar os órgãos e sistemas de órgãos. Com o crescimento e a diferenciação
contínuos, esses órgãos e sistemas de órgãos começam a funcionar durante a vida
intrauterina. Alguns órgãos que começam a funcionar no feto precisam se adaptar
rapidamente para outra função no momento do nascimento. Por exemplo, quando o feto
muda de um ambiente aquoso na vida intrauterina para a respiração do ar, o funcionamento
dos pulmões (e do sistema cardiovascular) precisa ser rapidamente alterado.
QUARTA SEMANA
As principais mudanças na forma do embrião ocorrem durante a quarta semana. No início, o
embrião é quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações visíveis na
superfície. O tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos
neuroporos rostral e caudal. Com 24 dias, os primeiros arcos faríngeos estão visíveis. O
primeiro arco faríngeo, arco mandibular, está nítido. A maior parte do primeiro arco origina a
mandíbula e a extensão rostral do arco, a proeminência maxilar, contribui para a formação
da maxila (maxilar superior). O embrião está agora levemente curvado em função das
pregas cefálica e caudal. O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e
bombeia sangue e o neuroporo rostral está se fechando. Os somitos são estruturas
epiteliais transitórias que se formam nas primeiras etapas do desenvolvimento embrionário
dos vertebrados. A sua formação cuidadosamente controlada no espaço e no tempo é
fundamental para a correta formação da coluna vertebral, dos músculos esqueléticos do
corpo e da organização segmentar do sistema nervoso periférico. Somito são corpos
cubóides formados pela divisão do mesoderma paraxial que foi formado pela transição
epitélio mesênquima realizada pelo epiblasto. Três pares de arcos faríngeos são visíveis
com 26 dias e o neuroporo rostral está fechado. O prosencéfalo produz uma elevação
proeminente na cabeça e o dobramento do embrião lhe causa uma curvatura em forma de
C. Os brotos dos membros superiores são reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma
pequena dilatação na parede ventro lateral do corpo. As fossetas óticas (primórdio das
orelhas internas) também estão visíveis. Espessamentos ectodérmicos (placóides do
cristalino), que indicam o primórdio dos futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas
laterais da cabeça. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores
estão visíveis ao final da quarta semana. Uma longa eminência caudal, como uma cauda, é
também uma característica típica. Rudimentos de muitos sistemas de órgãos,
especialmente o sistema cardiovascular. Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal
está normalmente fechado.
QUINTA SEMANA
As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando
comparadas àquelas ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça
excede o de outras regiões. O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido
desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais. A face logo faz contato com a
proeminência cardíaca. O rápido crescimento do segundo arco faríngeo se sobrepõe aos
terceiro e quarto arcos, formando uma depressão lateral de cada lado, o seio cervical. As
cristas mesonéfricas indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos, que em
humanos, são órgãos excretores provisórios.
SEXTA SEMANA
Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como, contrações no
tronco e nos membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que embriões nesse estágio
apresentam respostas reflexas ao toque. Os membros superiores começam a mostrar uma
diferenciação regional, tais como o desenvolvimento do cotovelo e das grandes placas nas
mãos. Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios digitais, iniciam seu desenvolvimento nas
placas das mãos. O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre durante a sexta
semana, 4 a 5 dias após o desenvolvimento dosmembros superiores. Várias pequenas
intumescências, as saliências auriculares, se desenvolvem ao redor do sulco ou fenda
faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-se o meato acústico
externo (canal da orelha externa). As saliências auriculares contribuem para a formação da
aurícula (pavilhão), a parte em forma de concha da orelha externa. Os olhos são agora
notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina. Por causa do surgimento
dos precursores dos ouvidos, olhos e palmas das mãos essa semana é muito relacionada
aos sentidos. A cabeça é agora relativamente muito maior do que o tronco e está dobrada
sobre a proeminência cardíaca. A posição da cabeça resulta da flexão da região cervical
(pescoço). O tronco e o pescoço começam a endireitar-se e o intestino penetra no celoma
extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um
evento normal. Ocorre porque a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para
acomodar o rápido crescimento do intestino.
ONFALOCELE E GASTROSQUISE
São defeitos do fechamento da parede anterior do abdômen. A diferença básica é que na
onfalocele as vísceras são recobertas por membranas translúcidas (âmnio e peritônio
parietal), estando o cordão umbilical sempre no ápice do defeito, na gastrosquise o defeito
abdominal é relativamente pequeno, localizado geralmente à direita do cordão umbilical não
havendo membranas recobrindo as vísceras. Por volta da quinta semana do
desenvolvimento embrionário ocorre abrupto crescimento e alongamento do intestino
médio, desproporcional ao corpo do embrião, resultando em exteriorização de maior parte
do intestino através do umbigo. Esta hérnia natural permanece até a décima semana,
quando a cavidade abdominal, crescendo de modo suficiente, recebe de volta as vísceras
exteriorizadas. A origem da onfalocele surge a partir do não retorno das vísceras
abdominais que formam a hérnia fisiológica. No entanto, a patogenia gastrosquise ainda é
controversa. Acredita tratar-se de uma teratogenia, devido a rotura precoce da
somatopleura paraumbilical, ao nível da veia umbilical direita, que se encontra atrofiada.
Ocorre no local de involução da segunda veia umbilical. Na fase em que o intestino primitivo
cresce desproporcionalmente ocorre o prolapso deste através do defeito paraumbilical. O
intestino continua seu desenvolvimento na cavidade amniótica banhado pelo líquido
amniótico.
SÉTIMA SEMANA
Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. Chanfraduras
aparecem entre os raios digitais, sulcos que separam as áreas das placas das mãos e dos
pés, que indicam claramente os dedos. A comunicação entre o intestino primitivo e a
vesícula umbilical está agora reduzida. Nesse momento, o pedículo vitelino torna-se o ducto
onfaloentérico. Ao final da sétima semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores
já iniciou.
OITAVA SEMANA
No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados,
porém unidos por uma membrana visível. As chanfraduras estão também nitidamente
visíveis entre os raios digitais dos pés. A eminência caudal ainda está presente, mas é
curta. O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica ao
redor da cabeça. Ao final da oitava semana, todas as regiões dos membros estão aparentes
e os dedos são compridos e completamente separados. Os primeiros movimentos
voluntários dos membros ocorrem durante a oitava semana. A ossificação primária inicia-se
no fêmur. A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como os pés se aproximam uns
dos outros ventralmente. Ao final da oitava semana, o embrião possui características
humanas distintas, entretanto, a cabeça é ainda desproporcionalmente grande, constituindo
quase a metade do embrião. O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes.
As pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se unir por
fusão epitelial. Os intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical. Apesar de
existirem diferenças sutis entre os sexos na aparência da genitália externa, elas não são
distintas o suficiente para permitir uma identificação sexual precisa, contudo já é possível
realizar genotipagem para diferenciação do sexo.
ESTIMATIVA DE IDADE DO EMBRIÃO
A estimativa da idade de embriões recuperados após aborto espontâneo, por exemplo, são
determinadas a partir de suas características externas e pela medida de seu comprimento.
Entretanto, o tamanho, isoladamente, pode ser um critério incerto, pois em alguns embriões
a taxa de crescimento diminuiu progressivamente antes da morte. Os embriões de terceira
semana e início de quarta semana são retilíneos, portanto, sua medida indica o maior
comprimento. O comprimento cabeça-nádegas (CCN) é mais frequentemente usado em
embriões mais velhos (14 a 18 semanas). Como não há um marcador anatômico que
claramente indique o CCN, é considerado que o maior CCN é o mais preciso. A altura em
pé ou comprimento cabeça-calcanhar, é algumas vezes medida. O comprimento do embrião
é apenas um dos critérios para o estabelecimento da idade. Por convenção, os obstetras
datam a gestação presumidamente a partir do primeiro dia do último período menstrual
normal (UPMN). Essa idade gestacional na embriologia é superficial, pois a gestação não
se inicia até que ocorra a fecundação de um oócito. A idade do embrião se inicia na
fecundação, aproximadamente 2 semanas após o UPMN. A idade da fecundação é usada
em pacientes que passaram por uma fertilização in vitro ou inseminação artificial. O
conhecimento da idade do embrião é importante, pois afeta os cuidados clínicos,
especialmente quando são necessários procedimentos invasivos, tais como na coleta das
vilosidades coriônicas e na amniocentese. Em algumas mulheres, a estimativa da idade
gestacional a partir apenas do seu histórico menstrual pode não ser confiável. A
probabilidade de erro no estabelecimento do UPMN é maior em mulheres que engravidam
após cessarem o uso de contraceptivos orais, pois o intervalo entre a interrupção dos
hormônios e o início da ovulação é altamente variável. Em outras mulheres, um ligeiro
sangramento uterino (escape), que algumas vezes ocorre durante a implantação do
blastocisto, pode ser erroneamente interpretado pela mulher como uma pequena
menstruação. Outros fatores que contribuem para uma estimativa errônea da UPMN
incluem a oligomenorréia (menstruação escassa), gestação no período pós-parto e o uso de
dispositivos intrauterinos. A despeito de possíveis fontes de erro, o UPMN é um critério
confiável na maioria dos casos. A avaliação ultrassonográfica do tamanho do embrião e da
cavidade coriônica possibilita aos clínicos obterem uma estimativa precisa da data da
concepção. O dia em que a fecundação ocorre é o ponto de referência mais preciso para a
estimativa da idade, é comumente calculado a partir do momento estimado da ovulação,
pois o oócito é normalmente fecundado em 12 horas após a ovulação. As informações so-
bre a idade do embrião devem indicar o ponto de referência usado, isto é, dias após o
UPMN ou após o tempo estimado da fecundação.
● DA NONA SEMANA AO NASCIMENTO
O desenvolvimento durante esta fase é basicamente relacionado com o rápido crescimento
do corpo e com a diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas. Os eventos são marcados
por:
•Períodos de crescimento contínuo se alternam com intervalos prolongados de ausência de
crescimento. As mudanças vão ocorrendo no período de 4 a 5 semanas.
Eventos marcantes do período fetal:
•Crescimento corporal, aumento de peso, maturação dos tecidos, órgãos e dos sistemas e
significativa mudança na forma e dimensões do corpo.
DA 9 A 12 SEMANA DO PERÍODO FETAL
No início da nona semana a cabeça é quase metade do CR do feto. Em seguida, há uma
rápida aceleração do crescimento do corpo e, no final de 12 semanas, o feto já tem o dobro
do comprimento. A cabeça para de crescer e isso faz com que proporcionalmente, ela
“diminua” em relação ao corpo, porém ela ainda está desproporcionalmentegrande. A face
do feto também muda, pois na 12 semana, os centros de ossificação primária já aparecem,
especialmente no crânio e nos ossos longos. Os membros superiores já alcançam seu
comprimento final relativo, enquanto que os membros inferiores ainda não. A genitália
externa de homens e mulheres parece semelhante até o final da nona semana. A sua forma
fetal madura não está estabelecida até a 12 semana. Para as medições do comprimento do
feto são realizadas de forma diferente. Assim, CR = comprimento do topo da cabeça até as
nádegas. Esta medida é utilizada para determinar o tamanho e a idade provável do feto. Na
metade da 10 semana, as alças intestinais são visíveis na extremidade proximal do cordão
umbilical. Em 9 semanas, o fígado é o local de formação das hemácias (eritropoese). Na 11
semana, o intestino já retorna para o abdome, e depois, com 12 semanas, o baço assume
esta função. A formação de urina começa no período (9 a 12 semanas). Esta urina forma o
líquido amniótico, onde o feto reabsorve uma parte e depois degluti.
DA 13 A 16 SEMANA DO PERÍODO FETAL
O crescimento é muito rápido durante este período. A cabeça “diminui” mais e os membros
inferiores ficam mais compridos. O feto começa a se movimentar, porém são muito discretos
para serem percebidos pela mãe, mas visíveis na ultrassonografia (USG). A ossificação do
esqueleto é ativa e os ossos já podem ser vistos na USG no início de 16 semanas. Com 16
semanas, os ovários se diferenciam e contém folículos primordiais com ovogônias. Além
disso, já é possível reconhecer a genitália externa e os olhos vão para a posição anterior na
face (que antes era anterolateral). O feto tem 11 cm.
DA 17 A 20 SEMANA DO PERÍODO FETAL
O crescimento fica mais lento, mas continua. Os movimentos fetais já conseguem ser
percebidos pela mãe. Os pés são cobertos por verniz caseosa (semelhante a um material
gorduroso) que protege a pele do bebê da exposição do líquido amniótico. Com 20
semanas, seu corpo é coberto pelo lanugo (penugem delicada que recobre o corpo todo),
que ajuda a manter a verniz caseosa presa na pele. A gordura parda se desenvolve,
principalmente na base do pescoço, posterior ao esterno e na área perirrenal; e é o local de
produção de calor pela oxidação de ácido graxo. Com 20 semanas, os testículos começam
a descer, mas vão até a parede abdominal posterior ainda. O feto tem 300g.
DA 21 A 15 SEMANA DO PERÍODO FETAL
O feto ganha peso, fica com 600g. A pele fica enrugada e mais translúcida. A cor da pele é
de rosa a vermelha em espécimes frescos, pois o sangue é visível nos capilares. Com 21
semanas, começam os movimentos rápidos dos olhos. Com 24 semanas, os pneumócitos
tipo II dos septos interalveolares do pulmão começam a secretar o surfactante, porém o
sistema respiratório ainda é imaturo. Unhas das mãos também se desenvolvem. Embora
um feto com 22-25 semanas possa sobreviver, a chance de morte é elevada, devido a
imaturidade do sistema respiratório.
DA 26 A 29 SEMANA DO PERÍODO FETAL
Os pulmões e os vasos pulmonares já possuem capacidade de realizar troca gasosa
adequada. O SNC já amadureceu e consegue controlar movimento respiratório e a
temperatura corporal. O feto começa a dormir 90% do tempo e os outros 10% são
marcados pelo reflexo do susto (movimentos de autodefesa) – início do funcionamento do
ciclo circadiano. Com 26 semanas, as pálpebras abrem. A gordura subcutânea
desenvolve-se, eliminando as rugas. O baço realiza hematopoese. Com 28 semanas, a
eritropoiese no baço cessa e a medula óssea assume esta função, tornando-se o principal
local deste processo. O feto pesa 1,1 Kg.
DA 30 A 34 SEMANA DO PERÍODO FETAL
A pele é rosada e lisa. A quantidade de gordura amarela aumenta de 3,5% para 8%, o que
dá aos braços uma aparência mais cheia. O feto pesa 2,2 Kg e tem 40cm.
DA 35 A 38 SEMANA DO PERÍODO FETAL
Esta é uma fase de “acabamento”. O SN fica maduro e efetua as funções integrativas. O
crescimento fica mais lento, e geralmente, ganha cerca de 14g por dia, com a circunferência
da cabeça e abdome quase iguais, podendo o do abdome superar posteriormente. Atinge
cerca de 3,4 kg e 50 cm, na 36a semana. Com 37 semanas o tamanho do pé é um pouco
maior que o comprimento do feto, sendo inclusive um parâmetro para definir IG pela USG.
NASCIMENTO
Quando a termo, os fetos normais geralmente pesam cerca de 3.400 g e têm medida CR de
360 mm. A quantidade de gordura amarela é de cerca de 16% do peso corporal. O tórax é
saliente e as mamas fazem leve protrusão em ambos os sexos. Normalmente, em fetos
masculinos a termo, os testículos estão no escroto; meninos prematuros comumente
apresentam testículos que não desceram. Apesar de a cabeça do feto a termo ser bem
menor com relação ao resto do corpo quando comparada ao que era no início da vida fetal,
ela ainda é uma das maiores partes do feto.

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