ESQUEMA - AULA - ESTRUTURALISMO EUROPEU E ESTRUTURALISMO AMERICANO

Prévia do material em texto

ESTRUTURALISMO EUROPEU E ESTRUTURALISMO AMERICANO
Estruturalismo: Linguística estrutural, ou estruturalismo linguístico, refere-se às escolas ou teorias linguísticas, nas quais, a linguagem é concebida como um sistema independente e autorregulado, sendo os elementos linguísticos definidos de acordo com o tipo de relacionamento que possuem com os demais elementos. 
 Há dois tipos de estruturalismo, o europeu e o americano.
ESTRUTURALISMO EUROPEU
 O estruturalismo europeu iniciou-se em 1916 com a publicação do CLG – Curso de Linguística Geral, de Saussure.
Estruturalismo, como termo, entretanto, não foi usado por Saussure, que chamava sua própria abordagem de semiologia.
Saussure influenciou na Europa: a Escola de Genebra de Albert Sechehaye e Charles Bally, a Escola de Copenhague de Louis Hjelmslev, a Escola de Paris de André Martinet e Algirdas Julien Greimas e também o Círculo Linguístico de Praga, representado pelos linguistas Roman Jakobson e Nikolai Trubetzkoy que incorporaram à linguística os termos estrutura e estruturalismo, já o termo linguística estrutural foi cunhado por Louis Hjelmslev, da Escola de Copenhague.
Eu coloquei SURGE DE UM PROJETO FILOSÓFICO.O Estruturalismo europeu trata-se de um projeto filosófico. Se baseia no conceito de Durkheim (não se tem um consenso de pano de fundo filosófico, talvez Durkheim).
O termo "estruturalismo" é uma modificação anti-darwiniana, realizada pelo sociólogo Émile Durkheim em relação à analogia orgânica feita por Herbert Spencer, na qual Spencer traça um paralelo comparativo entre as estruturas sociais e os órgãos de um organismo, pois, ambos, possuem diferentes funções ou propósitos. 
        Ele é de base durkheimiana.
Tem como objeto a língua, é a partir da língua que se revela o estudo. 
Tanto o estruturalismo europeu como o americano têm a língua como objeto, sendo que no primeiro a língua é um sistema de signos que se divide nas relações internas. Já o segundo vê a língua como fruto do processo de comparação, já que o objetivo é descrever e comparar línguas indígenas americanas. 
 O estruturalismo europeu se configura também com base em dois princípios:
-Princípio da Autonomia: O princípio da autonomia diz que o sistema autônomo – a língua – é definido exclusivamente por suas relações internas – autocontido.
-Princípio da Estrutura/Sistema:  Não se pode pensar em um elemento isoladamente.. Assim, o princípio da estrutura diz que os elementos da língua se caracterizam a partir da organização global em que se integram – sistematicidade/formalidade.
ESTRUTURALISMO AMERICANO
O estruturalismo norte-americano conhecido também como distribucionalismo ou linguística distribucional é representado por Leonard Bloomfield.
         O estruturalismo americano tem como principais linguistas Leonard Bloomfield, Franz Boas, Edward Sapir.
Os postulados da análise distribucional foram publicados no livro Language (1933).
Essa teoria da linguagem é apresentada de maneira independente dos pensamentos de Saussure que estavam começando a ser conhecidos lá na Europa.
Apesar de "beber da fonte" do Estruturalismo europeu, é diferente devido ao investimento de pesquisadores sobre as línguas indígenas, ou seja, se trata de um projeto político, para descreverem estas línguas e tornar possível a comunicação com esses povos. Praticamente, é independente do Estruturalismo europeu.
 O estruturalismo americano é de base behaviorista, se baseia na psicologia behaviorista (estímulos), sob uma perspectiva mecanicista de Bloomfield e mentalista de Sapir. E se tratando do behaviorismo, significa que se constitui externamente, baseando-se ( as estruturas da junção entre o sintagma nominal e o sintagma verbal, que resultam no enunciado.
Tem como objeto a língua, é a partir da língua que se revela a descrição. E, para que essa descrição, para que o estudo pudesse ser feito, devemos começar das unidades menos complexas, as mais simples, até chegar aos níveis mais complexos. E, como a descrição precisa ser muito objetiva, os estudos do significado, da semântica eram excluídos desse corpus linguístico. Essa postura mecanicista do distribucionalismo de Bloomfield apoia-se na psicologia behaviorista.
Seu método é puramente descritivo e indutivo e afirma que todas as frases são formadas de combinações, da construção das unidades maiores e seus constituintes.
        Os estruturalistas norte-americanos, como já dito, baseavam-se em uma epistemologia psicológica behaviorista e defendiam que para descrever uma língua, era pelo método de observação. Primeiro, levanta-se um conjunto de dados e com eles, fazer uma descrição em diferentes níveis (fonético, fonológico, morfológico...). Com estas descrições e a partir de análises, formariam generalizações da língua. Enquanto o Estruturalismo americano propunha uma observação empírica da língua, o método do estruturalismo europeu era dedutivo, com formulação de hipóteses.
        Os princípios também se diferem entre esses dois estruturalismos. No estruturalismo americano existem três princípios: o princípio da substância, o princípio do indivíduo e o princípio da distribuição.
- Princípio da Substância: Necessidade de uma substância empírica, isto é, de dados para se fazer uma descrição.O princípio da substância diz que os fenômenos devem ser considerados enquanto materialidade, identificados pelas propriedades que apresentam à nossa experiência imediata.
- Princípio do Indivíduo: Parte de um dado linguístico para formular generalizações, que partirão de unidades.O princípio do indivíduo diz que quanto maior o corpus ( amostra de fala), mais seguro o conhecimento obtido.
- Princípio da Distribuição: O princípio da distribuição diz que o estudo das relações distribucionais que compõem a língua é suficiente para estabelecer as regularidades que expõem a estrutura.
        Ambos homogenizam e seus objetos são estáveis, por isso, não ultrapassam a frase. Lembrando que tanto um, quanto o outro, se preocupam com a significação.