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Questão 1/10 - Geografia política “Uma das funções essenciais da ciência é o desenvolvimento e os testes de teorias (King; Keohane; Verba, 1994), as quais são o ponto de partida para a elaboração de uma pergunta de pesquisa e das hipóteses e para a escolha dos métodos a serem utilizados. Como lembram Natália Guimarães Duarte Sátyro e Bruno Pinheiro Wanderley Reis (2014, p. 27), “sem teoria, o método é vazio”. Elas são também um ponto de chegada: por meio dos resultados dos trabalhos, contribui-se para as teorias com as quais se dialoga. Assim, todo trabalho científico envolve um diálogo constante entre teorias e dados (Gschwend; Schimmelfennig, 2007)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Mapear para pensar ou pensar para mapear? A importância da teoria para um estudo empírico). Tendo em conta o material discutido em “Geografia Política”, examine quais dos enunciados abaixo descrevem componentes de teorias empregadas no campo da Ciência Política e Relações Internacionais. I. Teorias permitem organizar o conhecimento sobre um fenômeno, de forma a explicar suas regularidades empíricas, além de formular hipóteses sobre ele. II. Trata-se do processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação e apresentação. É por isso que a teoria se confunde com o método. III. Podemos afirmar que teorias são proposições gerais acerca da relação entre variáveis de forma a explicar um fenômeno social, proporcionando insights sobre esse objeto. IV. Teoria é a afirmação que introduz uma questão de pesquisa e propõe um resultado esperado. É parte separada do método científico que forma a base de experimentos científicos. Assinale a alternativa que faz uma análise correta: Nota: 10.0 A Apenas as afirmativas I e III estão corretas. Você acertou! Apenas as afirmativas I e III estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “Entre os diversos usos identificados para esse conceito na pesquisa empírica em ciência política, podemos afirmar que teorias são proposições gerais acerca da relação entre variáveis de forma a explicar um fenômeno social, proporcionando insights sobre esse objeto (Abend, 2008). Teorias, portanto, permitem organizar o conhecimento sobre um fenômeno, de forma a explicar suas regularidades empíricas, além de formular hipóteses sobre ele (Silva, 2018)”. As alternativas II (Trata-se do processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação e apresentação. É por isso que a teoria se confunde com o método) e IV (Teoria é a afirmação que introduz uma questão de pesquisa e propõe um resultado esperado. É parte separada do método científico que forma a base de experimentos científicos) estão, portanto, incorretas. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Mapear para pensar ou pensar para mapear? A importância da teoria para um estudo empírico). B Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. C Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Questão 2/10 - Geografia política “Assim como a representação política, a participação também enfrenta uma série de desafios. Um dos pressupostos de trabalhos nesse campo postula que a participação leva a melhores decisões e resultados de políticas públicas, uma vez que recebem inputs dos cidadãos (Gaventa, 2004). Contudo, estudos vêm mostrando que essa relação não é unívoca como pode parecer (Gaventa, 2004)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 4: Participação popular e suas dinâmicas territoriais). Tendo em conta o material discutido em “Geografia Política”, examine quais dos enunciados abaixo apontam desafios para a participação política em âmbito local. I. Iniciativas que implicam uma participação única não se equivalem à democracia participativa. II. Iniciativas de delegação de competências do poder central para estados e municípios podem não ser necessariamente reflexo de democratização. III. O localismo pode reforçar desigualdades de poder preexistentes: desigualdades de renda, gênero ou raça podem afetar a capacidade dos cidadãos de participar de assuntos que lhe sejam concernentes. IV. O localismo restringe o escopo, o espaço e os limites das práticas participativas: inevitavelmente, boa parte dos assuntos discutidos nessas arenas são de interesse e alcance local, portanto estão desconectados de assuntos nacionais. Assinale a alternativa que faz uma análise correta: Nota: 10.0 A Apenas as afirmativas I e III estão corretas. B Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. C Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Você acertou! As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “Selena. Ercan e Carolyn M. Hendriks (2013) elencam outras quatro críticas frequentemente feitas na literatura: Iniciativas de delegação de competências do poder central para estados e municípios podem não ser necessariamente reflexo de democratização: essa delegação pode ter a fachada de democratização, mas significar somente sucateamento de serviços públicos ou mesmo governos livrando-se dessa responsabilidade. É de extrema importância, portanto, que a delegação venha acompanhada de ferramentais, tais como recursos e efetiva capacidade deliberativa, para que seja participativa. O localismo pode reforçar desigualdades de poder preexistentes: desigualdades de renda, gênero ou raça podem afetar a capacidade dos cidadãos de participar de assuntos que lhe sejam concernentes. Dessa forma, os desenhos das iniciativas/instituições participativas precisam observar tais desigualdades para tentar atenuá-las, retirando obstáculos para que essas pessoas possam engajar-se nessas atividades. Iniciativas que implicam uma participação única não se equivalem à democracia participativa: elas voltam-se a problemas singulares, por vezes desconectadas do contexto geral da política no país. Assim, Ercan e Hendriks (2013) argumentam que tais iniciativas devem ser acompanhadas de uma sociedade civil mobilizada e engajada nessas localidades. O localismo restringe o escopo, o espaço e os limites das práticas participativas: inevitavelmente, boa parte dos assuntos discuti- dos nessas arenas são de interesse e alcance local, portanto estão desconectados de assuntos nacionais. Outra questão circunscrita a esse aspecto é o fato de que iniciativas locais são altamente dependentes dos contextos onde são implementadas. Como ressaltam os autores, trata-se de importantes problemas, mas que podem ser, ainda que parcialmente, solucionados. Por exemplo, é possível que assuntos locais tenham repercussões nacionais, pressionando por novas práticas e relações entre diferentes níveis de governo. Além disso, a mídia e a sociedade civil engajada também podem desempenhar papéis de reverberação de práticas locais. Além disso, como defendia Pateman (1992), a própria participação é capaz de mudar o contexto da política nacional (Held, 2006)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 4: Participação popular e suas dinâmicas territoriais). Questão 3/10 - Geografia política “No Brasil, diferentes metodologias foram utilizadas no processo de transformação de coordenadas entre referenciaisgeodésicos. Em IBGE (1983) são sugeridas as equações diferenciais simplificadas de Molodenski para a transformação de coordenadas geodésicas curvilíneas entre os sistemas Córrego Alegre e SAD69. Com a adoção do SIRGAS2000, foram publicados em IBGE (2005) parâmetros para a transformação de coordenadas geodésicas cartesianas entre SAD69 e SIRGAS2000, utilizando a abordagem cartesiana clássica. Nesse processo, eram estimados parâmetros de transformação (especificamente translações) entre os sistemas de referência, considerando o paralelismo dos eixos de suas superfícies de referência”. Fonte: Magna Júnior, João Paulo, Camargo, Paulo De Oliveira e Galo, Maurício. Transformação de coordenadas com modelagem de distorções entre SAD69 e SIRGAS2000 com o uso de Thin-Plate Splines. Boletim de Ciências Geodésicas [online]. 2014, v. 20, n. 1, pp. 19-38. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1982-21702014000100002. Acesso em 1 Junho 2021. Partindo do material discutido na disciplina “Geografia Política”, determine se os enunciados abaixo, que tratam do sistema de referência de coordenadas (SRC) são verdadeiros (V) ou falsos (F). ( ) I. O datum WGS84 é o mais popular no mundo, visto que se trata de um padrão mundial, utilizado, por exemplo, em aparelhos de GPS. ( ) II. Um SRC projetado expressa o modelo com base no qual a Terra foi representada no plano, associado a determinado ponto de origem, a uma elipse e a um datum. ( ) III. O Brasil estabelece a adoção oficial de outro datum que nos provê com dados mais acurados sobre o território nacional. Trata-se do Sirgas 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas, produzido no ano 2000). ( ) IV. O SRC é um software livre cujo foco principal é a análise e a modelagem de dados espaciais, sendo muito usado para o cálculo de autocorrelação espacial, mas também pode ser empregado para a produção de visualizações de mapas temáticos, como mapas coropléticos. Selecione a alternativa que contém a sequência correta. Nota: 10.0 A V – V – V – F Você acertou! A sequência correta é: (V – V – V – F). De acordo com o livro base da disciplina, “Um sistema de referência de coordenadas (SRC, ou CRS – sigla em inglês) projetado expressa o modelo com base no qual a Terra foi representada no plano, associado a determinado ponto de origem, a uma elipse e a um datum (Bivand; Pebesma; Gómez-Rubio, 2013). Quando utilizamos dados geográficos, devemos estar atentos ao SRC em que estes foram produzidos – geralmente essas informações se encontram nos metadados dos arquivos disponibilizados. Atualmente, o datum WGS84 é o mais popular no mundo, visto que se trata de um padrão mundial, utilizado, por exemplo, em aparelhos de GPS. Todavia, como ressaltamos anteriormente, qualquer projeção traz distorções. Nesse contexto, o Brasil estabelece a adoção oficial de outro datum que nos provê com dados mais acurados sobre o território nacional. Trata-se do Sirgas 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas, produzido no ano 2000), que substituiu os data SAD69 e Córrego Alegre, os quais ainda são encontrados – visto que muitos dados foram produzidos por meio deles –, embora todas as informações oficiais atualmente sejam produzidas por meio do Sirgas 2000”. A alternativa IV (O SRC é um software livre cujo foco principal é a análise e a modelagem de dados espaciais, sendo muito usado para o cálculo de autocorrelação espacial, mas também pode ser empregado para a produção de visualizações de mapas temáticos, como mapas coropléticos) é, portanto, falsa. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Projeções e sistemas de referência de coordenadas). B F – V – F – F C V – F – V – F D V – F – F – V E F – F – V – V Questão 4/10 - Geografia política “Emergindo como um complemento aos achados do modelo de Columbia, estudiosos de Michigan também avançaram por meio da aplicação de surveys ao longo do tempo. Esses trabalhos levaram os principais pesquisadores, Angus Campbell, Warren Miller, Philip Converse e Donald Stokes, à escrita da obra seminal The American Voter (Campbell et al., 1960). Diferentemente dos trabalhos feitos na Universidade de Columbia, os pesquisadores de Michigan coletaram dados nacionalmente durante a década de 1950. Sem descartar a importância de fatores macrossociológicos, os autores apontaram para a relevância das atitudes que eleitores têm com relação à política, dando ênfase aos laços afetivos em relação à identidade construída ao redor dos partidos políticos”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 5: O modelo de Michigan). Com base no conteúdo discutido em “Geografia Política”, examine quais dos enunciados abaixo interpretam o comportamento eleitoral de acordo com o modelo de Michigan. I. Nessa perspectiva, o eleitor é dotado de uma racionalidade econômica e escolhe seus políticos com base nela e o voto é instrumental, ou seja, um meio para atingir algum objetivo. II. Os pesquisadores apontaram que a identificação partidária seria fruto da internalização de símbolos e seus significados, aos quais eleitores são expostos ao longo da vida, desde cedo, durante sua fase de aprendizado. III. Essa abordagem deu origem aos trabalhos que consideram a identificação partidária um fator decisivo na escolha eleitoral. De acordo com o modelo de Michigan, seriam os laços afetivos e a identificação partidária que explicariam o comportamento eleitoral estável a longo prazo. IV. Segundo esse modelo, não haveria, ainda, um padrão de crenças consistente e coerente na análise da opinião pública, mas somente associação entre as opiniões do eleitor e elementos que remetem à sua vida, como o seu desenvolvimento na infância, as opiniões políticas de sua família e o meio em que cresceu. Assinale a alternativa que faz uma análise correta: Nota: 10.0 A Apenas as afirmativas I e III estão corretas. B Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. C Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. Você acertou! Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “Essa ênfase deu origem aos trabalhos que consideram a identificação partidária um fator decisivo na escolha eleitoral. Assim, os pesquisadores apontaram que a identificação partidária seria fruto da internalização de símbolos e seus significados, aos quais eleitores são expostos ao longo da vida, desde cedo, durante sua fase de aprendizado. Esses símbolos decorrem dos contextos e dos ambientes familiares, culturais e históricos de socialização de cada um. Porém, segundo os autores, diversamente da escola da Columbia, seriam esses laços afetivos e a identificação partidária gerada por eles que explicariam o comportamento eleitoral estável a longo prazo, e não as condições sociológicas, como classe social e fatores culturais, diretamente. Outra implicação dos trabalhos da escola de Michigan foi a confirmação das hipóteses sobre a desinformação política dos eleitores. Os pesquisadores constataram que eleitores não têm familiaridade com temas ideológicos. Evidência disso seria a baixa correlação entre a estabilidade da identificação partidária e as opiniões dos eleitores sobre políticas específicas. Segundo os autores, não haveria, ainda, um padrão de crenças consistente e coerente na análise da opinião pública, mas somente associação entre as opiniões do eleitor e elementos que remetem à sua vida, como o seu desenvolvimento na infância, as opiniões políticas de sua família e o meio em que cresceu”. A alternativa I (Nessa perspectiva,o eleitor é dotado de uma racionalidade econômica e escolhe seus políticos com base nela e o voto é instrumental, ou seja, um meio para atingir algum objetivo) está, portanto, incorreta. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 5: O modelo de Michigan). D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Questão 5/10 - Geografia política “O universo político, que abarca eleitores, partidos, políticos e candidatos, seria, na verdade, um reflexo da estrutura sociogeográfica, por meio da qual fluem informações, inclusive de cunho político, relevantes para a conformação da opinião política dos eleitores. Contudo, esses fluxos de informação não se propagam de maneira homogênea ou aleatória pelo território, senão de acordo com sua dinâmica social e geográfica”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 5: Mas e a geografia? II – Os ganhos de uma visão alternativa: geografia eleitoral). Levando em consideração o conteúdo apreendido em “Geografia Política”, examine quais dos enunciados abaixo descrevem a importância da noção de “contexto” para a geografia eleitoral. I. O contexto seria o mecanismo pelo qual o espaço teria a capacidade de nos influenciar a depender da nossa localização. II. Contexto refere-se ao afunilamento hierárquico de estímulos através de escalas ou níveis geográficos para produzir efeitos na política e no comportamento político. III. Pelo contexto, que varia de local para local, de vizinhança para vizinhança, seria possível explicar os padrões de votos e opiniões daqueles que estão próximos entre si. IV. As preferências e o comportamento político dos eleitores seriam expressões reverberadas do contexto local. Contexto esse que influenciaria a vida cotidiana de todas as pessoas, diariamente. Assinale a alternativa que faz uma análise correta: Nota: 10.0 A Apenas as afirmativas I e III estão corretas. B Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. C Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Você acertou! As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “O contexto seria o mecanismo pelo qual o espaço teria a capacidade de nos influenciar a depender da nossa localização. Pelo contexto – que varia de local para local, de vizinhança para vizinhança – seria possível explicar os padrões de votos e opiniões daqueles que estão próximos entre si. Isso seria a consequência da dinâmica política possibilitada pelo ambiente (environment), que expõe atores a contextos específicos que variam conforme o local (Huckfeldt; Sprague, 1987). Esse ambiente, articulado pelo localismo, forma, assim, o contexto responsável pela propagação de informações sobre candidatos e partidos, alterando o que chega ao eleitor de acordo com o local. Conte estímulos através de escalas ou níveis geográficos para produzir efeitos na política e no comportamento político. Esses efeitos podem ser pensados como uma junção de lugares onde os processos de estruturação social micro (ou localizado) e macro (de amplo alcance) são conjuntamente mediados [...]. Ele canaliza o fluxo de interesses, influência e identifica a atividade política que emana. (Agnew, 1996a, p. 132, tradução nossa). De acordo com tal definição, as preferências e o comportamento político dos eleitores seriam expressões reverberadas do contexto local (Agnew, 1996a; Burbank, 1997). Contexto esse que influenciaria a vida cotidiana de todas as pessoas, diariamente. Essa influência independe, em certa medida, da arena política ou de constrangimentos institucionais” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 5: Mas e a geografia? II – Os ganhos de uma visão alternativa: geografia eleitoral). Questão 6/10 - Geografia política “As teorias do comportamento eleitoral começaram a ganhar relevância, sobretudo, na década de 1940. Estudiosos concentrados na Universidade de Columbia, liderados por Paul Lazarsfeld, foram pioneiros na aplicação de um survey para compreender o comportamento eleitoral, especialmente o impacto da persuasão das campanhas nas mídias de massa, como a televisão. Lazarsfeld e sua equipe entrevistaram centenas de eleitores repetidamente, bem como conduziram entrevistas com eles, a fim de compreender os determinantes de suas escolhas eleitorais nas eleições presidenciais ao longo do tempo (Berelson et al., 1954; Lazarsfeld; Berelson; Gaudet, 1948)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 5: Escola de Columbia). Com base no conteúdo discutido em “Geografia Política”, examine quais dos enunciados abaixo interpretam o comportamento eleitoral de acordo com a Escola de Columbia. I. Conhecida como modelo sociológico, essa vertente da teoria do comportamento eleitoral distancia-se da lógica do eleitor-consumidor. II. A Escola de Columbia vê eleitores como atores que têm preferências individuais. Suas ações seriam baseadas em estratégias cujo objetivo é a maximização de suas preferências. III. De acordo com essa abordagem, eleitores não apresentavam mudanças repentinas em suas escolhas eleitorais. Em vez de incentivar novas crenças, as campanhas apenas estimulavam as crenças preexistentes nesses eleitores, reforçando essas predisposições latentes. IV. De acordo com essa perspectiva, importa para a escolha o contexto social em que um eleitor está inserido, isto é, onde e como ele foi criado. Esse contexto seria responsável pela grande estabilidade do comportamento eleitoral dos grupos, evidenciada pelo baixo número de eleitores que mudam de opinião durante as campanhas eleitorais. Assinale a alternativa que faz uma análise correta: Nota: 10.0 A Apenas as afirmativas I e III estão corretas. B Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. C Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. Você acertou! Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “Influenciados pelos estudos de comportamento do consumidor, a ideia era captar flutuações nas opiniões eleitorais ao longo da propaganda empregada em mídias de massa, ou seja, alterações de curto prazo que poderiam estruturar o voto, como primeiramente acreditavam os pesquisadores. Os resultados, entretanto, indicaram um caminho diferente do esperado: eleitores não apresentavam mudanças repentinas em suas escolhas eleitorais. Em vez de incentivar novas crenças, as campanhas apenas estimulavam as crenças preexistentes nesses eleitores, reforçando essas predisposições latentes. Os pesquisadores não avaliaram o impacto das campanhas, mas a importância de características sociais dos eleitores, como sua posição socioeconômica, sua religião ou seu local de residência e suas relações interpessoais. Conhecida como modelo sociológico, essa vertente da teoria do comportamento eleitoral distanciava-se da lógica do eleitor- consumidor. As evidências apontavam que a escolha se baseava em questões como uma analogia aos gostos culturais – na música, literatura, atividades de lazer, vestimenta, ética, fala, comportamento social... Ambos [escolha do eleitor e gostos culturais] têm sua origem em tradições étnicas, seccionais, de classe e com base em tradições familiares. Ambos exibem estabilidade e resistência a mudanças, mas são flexíveis ao longo de gerações. [...] Elas são relativamente invulneráveis à argumentaçãodireta e vulneráveis a influências sociais indiretas. Ambos são mais caracterizados pela fé que pela convicção, pelas expectativas em vez da análise cuidadosa das consequências. (Berelson et al., 1954, p. 310, tradução nossa). Nesse sentido, importa para a escolha o contexto social em que um eleitor está inserido, isto é, onde e como ele foi criado. Esse contexto seria responsável pela grande estabilidade do comportamento eleitoral dos grupos, evidenciada pelo baixo número de eleitores que mudam de opinião durante as campanhas eleitorais. Inclusive, os efeitos das campanhas, os autores constataram, eram filtrados pelo contexto social por meio da comunicação interpessoal, o que reforçava ainda mais o comportamento do grupo social ao qual os eleitores pertencem. Todavia, nada disso significa que nenhum eleitor se mostrou suscetível a campanhas em meios de comunicação de massa como os autores primeiro esperavam. Eleitores que sofrem pressões cruzadas, como aqueles influenciados por grupos diferentes, por exemplo, eleitores rurais e eleitores católicos, são impactados por essas campanhas midiatizadas. Esse é, também, o caso dos eleitores desinteressados em política, influenciados pela opinião dos mais interessados – como formadores de opiniões eleitorais – e pelas informações de campanha que circulam na mídia de massa. Além dessas inferências sobre o comportamento do eleitor estadunidese, o resultado do trabalho mostrou a importância e o potencial das pesquisas de survey para o campo”. A alternativa II (A Escola de Columbia vê eleitores como atores que têm preferências individuais. Suas ações seriam baseadas em estratégias cujo objetivo é a maximização de suas preferências) está, portanto, incorreta. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 5: Escola de Columbia). D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Questão 7/10 - Geografia política “Mapas temáticos são aqueles que apresentam o arranjo espacial de algum fenômeno físico ou social em que estejamos interessados (Rodrigues-Silveira, 2013). Apesar de seu ótimo potencial para transmissão de informações, é importante termos alguma cautela em sua leitura, pois eles são facilmente manipuláveis. Também devemos ter cuidado em sua elaboração, uma vez que podemos incorrer em erros semelhantes, muitas vezes, até inconscientemente”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Visualização de dados espaciais: mapas temáticos). Partindo do material discutido na disciplina “Geografia Política”, determine se os enunciados abaixo, que tratam das características dos mapas coropléticos, são verdadeiros (V) ou falsos (F). ( ) I. São mapas que atribuem cores a áreas, como bairros, municípios, países, de acordo com os valores de uma variável, seja ela categórica, seja contínua. ( ) II. Os mapas coropléticos são especialmente úteis para uma exploração inicial de dados, por serem bastante intuitivos e versáteis. ( ) III. Os mapas coropléticos auxiliam a observar qual é a concentração e, principalmente, a localização espacial de algum elemento de interesse. ( ) IV. São mapas que distorcem a forma e o tamanho das áreas, segundo alguma variável escolhida pelo pesquisador para representar a magnitude dessa distorção. Selecione a alternativa que contém a sequência correta. Nota: 10.0 A F – V – V – F B F – V – F – F C V – F – V – V D V – V – F – F Você acertou! A sequência correta é: (V – V – F – F). De acordo com o livro base da disciplina, “São mapas que atribuem cores a áreas (como bairros, municípios, países) de acordo com os valores de uma variável, seja ela categórica, seja contínua (Cairo, 2016). Os mapas coropléticos são especialmente úteis para uma exploração inicial de dados, por serem bastante intuitivos e versáteis (Rodrigues-Silveira, 2013; Cairo, 2016). Entretanto, estão consideravelmente sujeitos a riscos de intepretações equivocadas, em razão da categorização dos dados ou da escolha da paleta de cores, como assinalamos (Cairo, 2016)”. As alternativas III (Os mapas coropléticos auxiliam a observar qual é a concentração e, principalmente, a localização espacial de algum elemento de interesse) e IV (São mapas que distorcem a forma e o tamanho das áreas, segundo alguma variável escolhida pelo pesquisador para representar a magnitude dessa distorção) são, portanto, falsas. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Mapas coropléticos). E F – F – V – V Questão 8/10 - Geografia política “Por trás de todo empreendimento científico está a ideia de produção de inferências, isto é, “o processo de usar fatos que sabemos para aprender sobre fatos que não sabemos” (King; Keohane; Verba, 1994, p. 46, tradução nossa). Nesse processo, em que partimos de nossas perguntas, teorias e hipóteses (os fatos que não sabemos) para aprender com os dados (fatos que sabemos), estes requerem algumas cautelas especiais (King; Keohane; Verba, 1994)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Cuidados na produção de inferências baseadas em dados e análises espaciais). Levando em consideração o conteúdo apreendido em “Geografia Política”, assinale a alternativa abaixo que explica o problema da falácia ecológica. Nota: 10.0 A A falácia ecológica ocorre quando o pesquisador infere sobre o comportamento geral com base no individual. B A falácia ecológica ocorre quando, em testes de hipóteses, o pesquisador rejeita a hipótese nula quando ela é verdadeira e absoluta. C Falácia ecológica consiste em inferir um comportamento individual a partir de características compiladas em um nível de grupo. Você acertou! A alternativa correta é: (Falácia ecológica consiste em inferir um comportamento individual a partir de características compiladas em um nível de grupo). De acordo com o livro base da disciplina, “Rodrigues-Silveira (2013) aponta três importantes cuidados que devem ser tomados na realização de inferências: 1. Falácia ecológica: seria “inferir um comportamento individual a partir de características compiladas em um nível de grupo” (Rodrigues-Silveira, 2013, p. 43, tradução nossa). 2. Falácia atomista/composição: é o oposto da ecológica, que incorre em inferir sobre o comportamento geral com base no individual (Rodrigues-Silveira, 2013). 3. Problema da unidade de área modificável: mais conhecido por sua sigla em inglês Maup, advinda de modifiable areal unity problem, é encontrado quando, com base em um mesmo conjunto de dados, produzimos inferências divergentes, em razão da adoção de variados níveis de agregação das mesmas informações ou de diferentes recortes de unidades mantida a agregação (Ávila; Monasterio, 2008; Gonçalves, 2016)”. As demais alternativas estão, portanto, incorretas. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 6: Cuidados na produção de inferências baseadas em dados e análises espaciais). D Denomina-se falácia ecológica o erro que ocorre quando a análise estatística dos dados não consegue rejeitar uma hipótese, no caso desta hipótese ser falsa. E A falácia ecológica é encontrada quando, com base em um mesmo conjunto de dados, produzimos inferências divergentes, em razão da adoção de variados níveis de agregação das mesmas informações ou de diferentes recortes de unidades mantida a agregação. Questão9/10 - Geografia política “A partir da década de 1970, a teoria democrática foi incorporada por uma nova vertente de estudos, que propunha um modelo conhecido como democracia participativa (Held, 2006). Intuitivamente, poderíamos pensar que representação e participação seriam facetas opostas da democracia contemporânea. No entanto, teóricos da participação argumentam que ela não é um substituto à representação, mas uma forma de reforçá-la (Gaventa, 2004). Nos dizeres de David Plotke (1997), os opostos de representação e participação são, respectivamente, a exclusão e a abstenção, isto é, se ausente a representação, os cidadãos estão excluídos do corpo político; e, se não participam politicamente de sua comunidade, eles abstêm-se de fazê-lo”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 4: Participação popular e suas dinâmicas territoriais). Tendo em conta o material discutido em “Geografia Política”, responda a seguinte pergunta: qual a relação da participação com o espaço? I. É no nível federal que as pessoas têm mais proximidade com políticos e políticas. II. É no território nacional que as pessoas lidam com outros cidadãos no que se refere à deliberação sobre assuntos políticos. III. O nível local foi historicamente compreendido como o protagonista para a construção democrática e participação cidadã. IV. Podemos afirmar que no nível local os custos de participação são mais baixos, afinal ela ocorre perto de casa ou do local de trabalho. Sendo a participação um elemento em si de aprendizado e construção democrática. Agora selecione a alternativa que analisa corretamente as afirmativas acima. Nota: 10.0 A Apenas as afirmativas I e II estão corretas. B Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. Você acertou! Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “qual a relação da participação com o espaço? Como aponta Gaventa (2004), essa discussão pode ser ilustrada por um ponto simples: é no nível local, no território em que vivemos (ou trabalhamos), que as pessoas estão em contato mais frequente com políticos e políticas. Assim, as pessoas expõem-se mais aos temas ali trabalhados – são menos estranhas ao que é discutido (Pateman, 1992) –, portanto se envolvem mais. Além disso, os custos de participação são mais baixos, afinal ela ocorre perto de casa ou do local de trabalho. Em termos semelhantes àqueles trazidos por Rehfeld (2005), é nesse território que as pessoas lidam com outros cidadãos no que se refere à deliberação sobre assuntos políticos. Sendo a participação um elemento em si de aprendizado e construção democrática, como ressaltado, ao construir espaços e oportunidades para tanto em áreas onde as pessoas podem circular mais facilmente (como na vizinhança de suas casas), estaríamos incentivando práticas democráticas. Por conseguinte, o nível local foi “historicamente compreendido como um lugar central para a construção democrática e participação cidadã” (Gaventa, 2004, p. 9, tradução nossa)”. As alternativas I (É no nível federal que as pessoas têm mais proximidade com políticos e políticas) e II (É no território nacional que as pessoas lidam com outros cidadãos no que se refere à deliberação sobre assuntos políticos) estão, portanto, incorretas. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 4: Participação popular e suas dinâmicas territoriais). C Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. Questão 10/10 - Geografia política “Celina Souza (2008) destaca a existência de diversas perspectivas teóricas por meio das quais podemos pensar sobre o federalismo – seja em razão da ausência de uma teoria fundante sobre o tema (em que o fenômeno ocorre antes de sua teorização), seja em virtude de seu caráter altamente instável, seja, ainda, por conta da imbricação de juízos normativos nesses estudos”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 4: Conceito e perspectivas teóricas). Partindo do material discutido na disciplina “Geografia Política”, determine se os enunciados abaixo, que tratam da perspectiva teórica do federalismo como pacto, são verdadeiros (V) ou falsos (F). ( ) I. O federalismo como pacto é configurado como conceito de valor, isto é, o valor da diversidade, e é esse valor que dá base às federações. ( ) II. O federalismo como pacto é concebido por meio da ideia de autogoverno e governo compartilhado, em inglês self-rule e shared-rule. ( ) III. É possível afirmar que o federalismo como pacto é um sistema em que a distribuição da atividade política e econômica é espacialmente centralizada no chefe da nação. ( ) IV. Para o federalismo como pacto, as unidades subnacionais podem exercer alguns poderes próprios sobre o território em que têm autoridade, compartilhando poder com um governo central em outros aspectos. Selecione a alternativa que contém a sequência correta. Nota: 10.0 A V – V – V – F B F – V – F – V Você acertou! A sequência correta é: (F – V – F – V). De acordo com o livro base da disciplina, “Outra perspectiva, mais fundada nas regras que definem o compartilhamento de poder, é a do federalismo como pacto (Souza, 2008). Nela, o federalismo é concebido por meio da ideia de autogoverno e governo compartilhado – self-rule e shared-rule, nos termos de Daniel Judah Elazar (1991). Portanto, as unidades subnacionais podem exercer alguns poderes próprios sobre o território em que têm autoridade, compartilhando poder com um governo central em outros aspectos. A principal falha dessa perspectiva teórica é ocultar os conflitos e as disputas políticas que marcam as relações entre esses entes federativos e revelam o caráter muitas vezes instável dos elementos de uma Federação (Souza, 2008)”. As alternativas I (O federalismo como pacto é configurado como conceito de valor, isto é o valor da diversidade, e é esse valor que dá base às federações) e III (É possível afirmar que o federalismo como pacto é um sistema em que a distribuição da atividade política e econômica é espacialmente centralizada no chefe da nação) são, portanto, falsas. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 4: Conceito e perspectivas teóricas). C V – F – V – V D V – V – F – F E F – F – V – V