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GRUPO CRUZEIRO DO SUL EDUCACIONAL UNIVERSIDADE DA CIDADE DE SÂO PAULO EVELYN CRISTINA PELARIN LARISSA FERREIRA DE ALMEIDA SÁ RÔMULO AUGUSTO YAMASHITA LIMA ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE SÃO PAULO - SP 2021 EVELYN CRISTINA PELARIN RGM: 17561256 LARISSA FERREIRA DE ALMEIDA SÁ RGM: 17788935 RÔMULO AUGUSTO YAMASHITA LIMA RGM: 17856191 ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DIREITO CONSTITUCIONAL V Trabalho apresentado para obtenção da avaliação parcial semestral do curso de Direito na Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Professor: L’inti Ali Miranda. SÃO PAULO - SP 2021 EVELYN CRISTINA PELARIN LARISSA FERREIRA DE ALMEIDA SÁ RÔMULO AUGUSTO YAMASHITA LIMA ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Trabalho apresentado para obtenção da avaliação parcial semestral do curso de Direito na Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Professor: L’inti Ali Miranda. Nota: ________________________________________________ SÃO PAULO – SP 2021 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como tema o controle de constitucionalidade, instrumento jurídico cuja principal função é garantir a ordem e coerência do sistema normativo, criando assim sintonia entre as leis e a constituição assegurando a existência, aplicação e conservação da lei fundamental. Com o objetivo de elucidar e obter conhecimento sobre as questões que dizem respeito a esse tema, além de democratizar o conhecimento sobre esta ferramenta jurídica, utilizou-se do método de pesquisa bibliográfico, consultando autores referência no tema. Organizado em 4 capítulos, este trabalho aborda em sua primeira parte o conceito de controle de constitucionalidade, seguido respectivamente dos capítulos sobre a origem do controle de constitucionalidade, o controle de constitucionalidade no Brasil e as modalidades de controle de constitucionalidade. 1. CONCEITO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE O Controle de Constitucionalidade é um conjunto de instrumentos constitucionais que fazem prevalecer o Direito e controlar a adequação do ato administrativo ou normativo com a Constituição Federal, para que esse ato não seja incompatível com a Lei Maior. De acordo com Martins (2021, p. 211): Controle de constitucionalidade consiste na verificação da compatibilidade das leis e dos atos normativos com a Constituição. Decorre da supremacia formal da Constituição sobre as demais leis do ordenamento jurídico de um país. Nesse sentido, para que uma lei seja válida precisa ser compatível com a Constituição, caso isso não aconteça, a lei ou o ato será inválido, inconstitucional. 2. ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Com o começo do constitucionalismo norte-americano no século XVIII e com a Constituição norte-americana de 1787, surgiu uma supremacia da Constituição sobre as demais normas jurídicas ganhando maior projeção com a vinda da obra “Teoria Pura do Direito” de Hans Kelsen. Conforme Ferreira Filho (2020, p.27): O controle de constitucionalidade surgiu nos Estados Unidos, sob uma Constituição que não o prevê expressamente. Todavia, pôde Marshall, em decisão célebre, deduzir de seu sistema esse controle e reconhecer pertencer ele ao Judiciário, incumbido de aplicar a lei contenciosamente. No caso Marbury versus Madison, esse juiz demonstrou que, se a Constituição americana era a base do direito e imutável por meios ordinários, as leis comuns que a contradissessem não eram verdadeiramente leis, não eram direito. Assim, essas leis seriam nulas, não obrigando os particulares. Demonstrou que, cabendo ao Judiciário dizer o que é o direito, é a ele que compete indagar da constitucionalidade de uma lei. (...) Essa supremacia da Constituição sobre as demais leis direciona a uma hierarquia e o fato de que todos os atos devem ser compatíveis com as normas constitucionais, sendo material ou formal, sob pena de serem inválidos. Ainda, Martins (2021, p. 211) diz que: Nos países em que não se adota tal princípio, não se reconhecendo uma hierarquia formal da Constituição sobre as demais leis, não há como fazer o controle de constitucionalidade. (...) Não obstante, a partir da década de 1950, esse modelo foi substituído na maioria dos países pela “supremacia da Constituição”, com a previsão de Tribunais Constitucionais, responsáveis pelo controle de constitucionalidade (exceção feita ao Reino Unido e à Holanda). No Brasil, adotou-se o modelo norte-americano de “supremacia”, cabendo ao judiciário o poder de examinar a constitucionalidade das leis. Dessa forma, do princípio da supremacia da Constituição decorre o controle de constitucionalidade, sendo realizado nos países que adotam esse princípio e, com isso, uma rigidez constitucional. 3. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL Como elucidado no tópico anterior, o Brasil adotou o princípio da supremacia da Constituição, mas na primeira Constituição Brasileira de 1824 não havia ainda o controle de constitucionalidade, visto que não se tinha a clara noção de que ela estaria formalmente acima de outras leis. A Constituição Brasileira de 1891 foi a primeira a prever o controle difuso de constitucionalidade, no qual cabe ao Poder Judiciário, podendo qualquer juiz ou tribunal declarar uma lei inconstitucional, inspirada no modelo estadunidense. Na Constituição Brasileira de 1934, manteve o controle difuso, não obstante, trouxe duas importantes mudanças que foi a criação da cláusula de reserva de Plenário e a previu a participação do Senado no controle difuso, conforme abordado por Martins (2021, p. 212): (...) cláusula de reserva de Plenário – “só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus Juízes, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público” (...) previu a participação do Senado no controle difuso (caso o Judiciário declarasse uma lei inconstitucional, poderia o Senado suspender a execução, no todo ou em parte, estendendo os efeitos inter partes para erga omnes (...). Além dessas mudanças, a Constituição Brasileira de 1934 trouxe a primeira ação de controle concentrado, a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) interventiva. A vinda da Constituição Brasileira de 1937 manteve o controle difuso e a cláusula de reserva do plenário, mas previu uma grande mudança: caso declarada a inconstitucionalidade de uma lei, o Presidente da República poderia submetê-la novamente ao exame do Parlamento, que poderia suspender a decisão judicial, além disso, não previu mais a ADI interventiva implantada pela Constituição anterior. Na Constituição Brasileira de 1946 manteve o controle difuso, bem como a cláusula de reserva de plenário, a suspensão da execução da lei pelo Senado e restabeleceu a ADI interventiva. Ainda, a Emenda Constitucional nº 18 de 1965 que tratou sobre a reforma tributária, trouxe a novidade da ADI genérica. No que diz respeito a Constituição Brasileira de 1967 foram mantidas as normas adotadas na Constituição anterior. Por fim, no que se refere a Constituição Federal Brasileira de 1988, o controle difuso, a cláusula de reserva de plenário e a participação do Senado no controle difuso, foram mantidos nos moldes da Constituição anterior. Também, no controle concentrado manteve a ADI interventiva e a ADI genérica. A alteração foi que, antes o Procurador Geral da República poderia ajuizar a ADI genérica, agora tem um rol de nove pessoas que podem. Ademais, foram também criadas ações do controle concentrado, a ADI por omissão, a arguição de descumprimento de preceito fundamental e a ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade). 4. MODALIDADES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADESão caracterizados conforme os aspectos subjetivos, objetivos e processuais. Havendo como base três grandes modelos de controle de constitucionalidade no constitucionalismo moderno: americano, francês e austríaco. Quanto à natureza: Encontramos três tipos de controle, o político, judicial e misto. Sendo o Político, modelo francês, caracterizado pelo exercício da fiscalização de constitucionalidade por órgão que tenha essa natureza, normalmente ligado de modo direito ao Parlamento. Um exemplo desse controle seria o veto do Executivo a projeto de lei por entendê-lo inconstitucional (veto jurídico), bem como a rejeição de projeto de lei pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Poder Legislativo. Dessa forma, remonta a criação de um novo órgão político de constitucionalidade. O segundo Judicial, modelo norte-americano, onde o princípio maior é o da supremacia da Constituição. Prevalecendo o entendimento que se o poder de controlar a constitucionalidade fosse deferido ao Legislativo, e não ao Judiciário, um único órgão produziria e fiscalizaria as leis, o tornando onipotente. No Brasil, embora vigore o controle judicial combinando elementos americano e europeu considerado um sistema eclético, há doutrinadores que adotam o entendimento de que é plenamente aceitável o controle misto, sub existindo um novo gênero de controle, o híbrido, que optam pelo reconhecimento difuso e concentrado, discordando de grande parte da doutrina. O terceiro se caracteriza pela junção dos outros dois tipos de controle, algumas espécies normativas são subordinadas ao controle judicial e outras ao político, como por exemplo, na Suíça, na qual as leis federais são submetidas ao controle político, ao passo que as leis locais são de competência do Judiciário. Quanto ao momento de exercício de controle: Controle Preventivo ou a priori, exercido pelos próprios órgãos da elaboração da lei, ocorre antes que o ato normativo se aperfeiçoe. Seu objetivo é impedir que as normas sejam ingressadas no sistema, pois o projeto já apresenta em inconformidade com a própria Constituição. Esse controle é exercido tanto pelo Legislativo como pelo Executivo. No Legislativo é estruturado em comissões, examinando previamente o projeto de lei, essas comissões permanentes ou temporárias visam impedir que uma lei inconstitucional seja adicionada ao ordenamento jurídico (artigo 58, da Constituição Federal de 1988), já no Executivo é controlado previamente por meio de atuação do Chefe do Executivo (artigo 66, da Constituição Federal de 1988), que poderá apor seu veto ao projeto aprovado pela casa legislativa. Há também a hipótese de o Poder Judiciário ser admitido ao controle prévio de constitucionalidade. A corte reconheceu a possibilidade de fiscalização jurisdicional da constitucionalidade de propostas de Emenda Constitucional que veicularem matéria vedado ao poder reformador do Congresso Nacional, ainda o Supremo Tribunal Federal tem julgado mandados de segurança, requeridos por Parlamentares, contra o simples processamento de propostas de emendas manifestamente ofensiva a cláusula pétrea. O Controle Repressivo ou a posteriori, realizado quando a lei já está em vigor, última barreira contra a inconstitucionalidade. Ocorre após a promulgação da lei, destinando-se a paralisar sua eficácia. Com regra, no Brasil, é desempenhado pelo Poder Judiciário por meio das ações de controle de constitucionalidade. Há incidência do Poder Judiciário, como a possibilidade de sustar atos normativos exorbitantes editados pelo Executivo, como a recusa direta em aplicar norma inconstitucional. De qualquer forma, nos casos de controvérsia quanto a interpretação de uma norma constitucional, será discutido pelo Poder Judiciário, sendo ele responsável pela decisão final. A doutrina passou a apontar 2 critérios básicos para diferenciar os meios de controle da inconstitucionalidade: critério orgânico e critério formal. No primeiro, permitisse um controle difuso sendo essencialmente de caráter jurisdicional, qualquer juiz poderá exercer esse controle. No segundo, o concentrado, em tal caso é reservado a um órgão próprio, no caso o Supremo Tribunal Federal: Sistema de controle difuso (indireto ou aberto), conhecido também como via de exceção ou defesa, é exercido por diversos órgãos do Poder Judiciário, todo e qualquer juiz ou tribunal pode reconhecer a inconstitucionalidade de uma norma. Alcançada a competência do Supremo Tribunal Federal, considerando o caso concreto, poderá incidentalmente declarar por maioria absoluta de seus membros a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, e o efeito será inter partes, devendo o STF oficiar ao Senado Federal para declarar a inconstitucionalidade. Sistema de controle de constitucionalidade concentrado, exercitado por um único órgão do Poder Judiciário é o modelo dos tribunais constitucionais europeus, no Brasil, sobreveio por meio de Emenda Constitucional nº 16, de dezembro de 1965. Existem requisitos imprescindíveis à viabilidade do controle concentrado, são eles: existência de uma lei ou ato normativo dotados de generalidade e abstração; questionamento da compatibilidade da lei ou ato, utilizando como parâmetro o dispositivo constitucional; competência única do STF; efeitos ‘‘erga omnes’’; os meios processuais ADI e ADC. Quanto ao modo de exercício: Controle Incidental, é instaurado por via de exceção, quando a questão constitucional é provocada na causa de pedir. Dessa forma, a inconstitucionalidade será declarada na fundamentação da decisão. Como na sentença somente o dispositivo faz coisa julgada material, e nesta modalidade será declarada a inconstitucionalidade na fundamentação, em sua fundamentação não fará coisa julgada material. Não há semelhança com o controle difuso, pois este se prende ao número de órgão, enquanto aquele com o modo de exercício. Pode-se entrever a diferença quando se verifica a possibilidade de controle incidental concentrado, como a arguição de descumprimento de preceito fundamental incidental. Controle principal, é aquele instaurado por ação direta, sua questão constitucional é requerida no pedido. Diante isso, sua inconstitucionalidade será decidida no dispositivo, fazendo coisa julgada. Dessa forma, o que se busca é a inconstitucionalidade de norma ou ato do poder público, por conseguinte o mérito aborda a questão constitucional, em autêntico processo objetivo. CONCLUSÃO O trabalho supra teve como temática esclarecer o controle de constitucionalidade, observando-se a importância deste como instrumento jurídico para manutenção e ordem da lei fundamental, devendo toda e qualquer norma exclusa a Constituição subserviência a esta, de modo que sua superioridade não seja infringida. Além disso, se faz importante conhecer sua origem e modalidades, para o aprofundamento no conhecimento sobre direito constitucional e consequente utilização correta do instrumento. BIBLIOGRAFIA Barroso, Luis Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro, 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2012 Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 41. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. Martins, Flávio. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. Moraes, Alexandre de,. Direito Constitucional. 37. ed. São Paulo : Atlas, 2021. Padilha, Rodrigo. Direito Constitucional, 6. ed. São Paulo: Método, 2020. Mendes, Gilmar Ferreira; Branco, Paulo Gustavo Gonet; Coelho, Inocência Mártires. Curso de Direito Constitucional. São Paulo, 5ª edição, Saraiva, 2010.
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