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Povos ágrafos e as tradições religiosas - Emmily Caroline

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. 
 
Segundo Emanuel Bouzon (2006), podemos 
definir povos ágrafos como as sociedades que 
não possuíam escrita, tanto fonética como 
ideográfica. Tais povos mantinham sua cultura, 
seus costumes, suas regras e preceitos 
comportamentais através da oralidade, dos 
provérbios, das narrativas mitológicas, das 
rapsódias e dos aconselhamentos entre 
gerações. 
 
 Organização social 
fundamentada na figura do patriarca, o chefe da 
família, o indivíduo mais idoso, detentor de 
sabedoria acumulada. O patriarca era, ao mesmo 
tempo, chefe militar, juiz e sacerdote de seu clã, 
com grande projeção no âmbito da vida 
cotidiana da tribo. A reunião de patriarcas no 
contexto de uma sociedade tribal originava o 
Conselho de Anciãos, com atribuições consultivas 
e deliberativas. Ou seja, ele tinha o PODER 
religioso. 
 - Considerando o Homem como um 
ser social e naturalmente produtor de cultura, 
podemos ressaltar que nas sociedades tribais as 
tradições, mitos, lendas e códigos de conduta 
eram transmitidos, geralmente, pela oralidade, 
geração após geração. A memória da 
comunidade era transmitida através da língua, 
sendo fundamento para a configuração de 
identidades e base para o estabelecimento das 
relações sociais. 
 
 
 
 
Nas sociedades tribais as regras de convivência 
tinham no costume o seu elemento definidor. A 
noção de indivíduo, tal como a conhecemos na 
atualidade, ainda não havia sido formulada, pois a 
ênfase era na coletividade, na promoção da 
ordem interna da tribo. 
RELIGIOSIDADE 
Eis um ponto essencial nos fundamentos das 
sociedades da Antiguidade, ágrafas ou 
detentoras de um código escrito: a religiosidade 
impregnando as tradições e as decisões de 
cunho jurídico. O sistema de crenças de tais 
sociedades influenciava decisivamente a 
aplicação da justiça. O recurso à divindade era 
constantemente utilizado. Regra religiosa e regra 
jurídica não tinham distinção. Os deuses julgavam. 
Os deuses condenavam. 
 Os deuses absolviam. Tais sociedades 
originaram, mais tarde, estados teocráticos. 
 
A VINGANÇA DIVINA 
Nas sociedades da Antiguidade, a vingança divina 
era uma prática comum, visto que a religiosidade 
estava presente na estrutura da aplicação da 
justiça. O infrator cometia um crime não apenas 
contra uma pessoa ou grupo, mas também 
ofendia aos deuses. Os sacerdotes, com o 
objetivo de aplacar a cólera divina, atuavam como 
juízes e aplicavam penas severas. As sanções 
penais eram cruéis (esfolamento, lapidação, 
mutilação, açoites, afogamento etc.) sendo a 
pena de morte aplicada com muita frequência. 
Preceitos religiosos eram convertidos em leis, 
não havendo distinção entre o sagrado e o 
profano. 
 Povos ágrafos e as tradições religiosas 
São povos que ainda não conhecem a escrita. O 
resgate desses povos é feito pelos arqueólogos 
através de vestígios de moradias, armas, 
instrumentos, restos de alimentos, enfeites, 
cerâmicas, pinturas, esculturas etc. 
Exemplos: 
 
 
Muitas religiões possuem textos sagrados. Entre 
os mais conhecidos estão as diversas Bíblias 
cristãs, o Alcorão islâmico, a Torá judaico, entre 
outros. 
 
Alcorão ou Corão 
- O Alcorão é um registro das palavras exatas 
reveladas por Deus por intermédio do anjo 
Gabriel ao Profeta Mohammad. 
Bíblia – Livro Sagrado do Cristianismo 
Torá 
- Torá (do hebraico, significa instrução, 
apontamento, lei) é o nome dado aos cinco 
primeiros livros 
Vedas 
- O termo Veda advém da raiz sânscrita “Vid”, 
conhecer. A palavra Veda significa 
“conhecimento” 
Habiru, ou Hapiru, foi o nome dado por várias 
fontes Sumérias, Egípcias, Acádias, Hititas e 
Ugaríticas (datadas aproximadamente de antes 
de 2.000 a.C. a cerca de 1.200 a.C.) a grupos de 
pessoas que viveram como invasores nômades 
em áreas da região nordeste do Crescente Fértil 
da Mesopotâmia e do Irã até á fronteira do Egito 
em Canaã. 
Hagiógrafo, escritor das escrituras sagradas 
(possuído por inspiração divina) 
 
Considerando o Direito como o conjunto de 
normas, inseridas num contexto histórico-cultural, 
para a regulamentação da vida nas sociedades 
humanas, podemos ressaltar que tais regras 
foram transmitidas, durante milênios, pela 
oralidade, pois os primeiros registros escritos de 
que temos notícias surgiram por volta de 4.000 
a.C. Assim sendo, os costumes e tradições que 
informavam as regulamentações existentes no 
contexto das sociedades sem escrita, eram 
imortalizados através das narrativas de anciãos e/ 
ou sacerdotes, detentores do saber e dos 
preceitos de um Direito ainda em fase incipiente 
de formação.

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