Buscar

bancos_conh_banc_mat01 2[1]

Prévia do material em texto

Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 1
LETRA DE CÂMBIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOS INICIAIS: 
 
 “Título de Crédito é o documento formal capaz de realizar imediatamente o valor 
nele contido e necessário ao exercício do seu direito literal e autônomo.” (Luiz Emygdio). 
“É o documento necessário para o exercício de direito literal e autônomo nele 
mencionado. Ou, ainda, documento representativo de uma obrigação pecuniária.” (Cesare 
Vivante). 
VIVANTE enriqueceu o conceito de título de crédito, destacando os elementos 
autonomia e literalidade. 
O Novo Código Civil acatou o conceito de Vivante ao afirmar que “o título de 
crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, 
somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. 
O EMITENTE DO TÍTULO OBRIGA-SE: 
a) contratualmente – com o credor primitivo 
b) unilateralmente – com os demais credores (terceiros) 
No Direito Brasileiro a emissão do título de crédito é tida como declaração 
unilateral de vontade. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITOS: 
 
Há varias classificações para os títulos de crédito. 
Os mais importantes critérios que se referem à estrutura formal e ao modo de 
circulação dos títulos são: 
 a) Quanto ao modelo: 
1- Modelo livre - cuja forma não precisa observar um padrão determinado. Ex: 
Letra de Câmbio. 
LETRA DE CÂMBIO 
Vencimento em: 20 de janeiro de 2010. 
 N.º única R$ 8.850,00 
Brasília (DF), 20 de dezembro de 2009. 
 Aos vinte dias do mês de janeiro do ano de dois mil e dez, pagará V. S.ª 
por esta única via de LETRA DE CÂMBIO à Stª. FLÁVIA MAIA – CPF 
111.222.333-44 ou à sua ordem, a importância de 
 #Oito mil oitocentos e cinquenta reais 
 e no dia do vencimento fará, no domicílio da favorecida (tomadora), pronto 
pagamento em moeda nacional, à Srª. NEIDE M. OLIVEIRA CABRAL - CPF 
999.999.999-99 
 
 Guilherme Cabral Neide Oliveira 
 GUILHERME CABRAL (BILL) NEIDE M. OLIVEIRA CABRAL 
 SACADOR/CREDOR/EMITENTE SACADA/ACEITANTE/DEVEDORA 
 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 2
2- Modelo vinculado – a Lei estabelece um padrão (modelo) para o preenchimento 
dos requisitos específicos de cada um. Ex: Cheque. 
b) Quanto à estrutura: 
Sob a ótica da estrutura formal, os títulos de crédito podem assumir a feição de 
ordem de pagamento ou promessa de pagamento. 
1- Ordem de pagamento: nos títulos que contêm ordem de pagamento, a 
obrigação deverá ser cumprida por terceiros. Exemplo desses títulos: Letra de 
Câmbio. 
2- Promessa de pagamento: são os títulos nos quais o saque dá origem a apenas 
duas situações jurídicas: 
• quem promete pagar – emitente ou sacador. 
• e o beneficiário da promessa. Ex: Nota Promissória. 
c) Quanto à emissão: 
- Causal: são aqueles emitidos somente quando ocorrer um fato que a Lei 
determinou como causa para sua emissão. Ex: a Duplicata Mercantil só pode ser emitida 
quando representar obrigação decorrente de compra e venda mercantil. 
- Não-causal (abstrato): são aqueles cuja emissão a Lei não determina causa. Ex: 
Cheque, Letra de Câmbio e Nota Promissória. 
d) Quanto à Circulação. 
Analisando-se o modo como circulam os títulos de crédito, podemos dividi-los em: 
título ao portador, título nominativo e título ordem (ou não à ordem). 
DO TÍTULO AO PORTADOR 
O título ao portador é aquele que não traz inscrito o nome do beneficiário do 
crédito ali afirmado. 
A transferência de título ao portador se faz por simples tradição (tradição = modo 
aquisitivo derivado da posse, ou seja, por simples entrega). 
O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a 
sua simples apresentação ao devedor. 
A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a 
vontade do emitente. 
O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em 
nulidade de sua obrigação. 
DO TÍTULO À ORDEM 
Tem-se um título à ordem, sempre que a cártula traz a indicação do beneficiário 
do crédito ali inscrito, e por ela representado, permitindo-se que o pagamento se faça 
a outrem, à ordem do beneficiário nomeado no documento. 
Há, assim, dois elementos para a sua caracterização: a) o título não apenas afirma a 
obrigação certa de um devedor certo, mas também traz a indicação de um beneficiário (um 
credor) certo; b) faculta-se ao favorecido ou beneficiário nomeado na cártula ordenar que o 
pagamento se faça a outrem, seja indicando essa outra pessoa (ENDOSSO EM PRETO), 
seja não indicando (ENDOSSO EM BRANCO). 
O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. 
Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no 
verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante. 
A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 3
Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente 
(POSSIBILIDADE DO CANCELAMENTO DO ENDOSSO). 
Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e 
ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco. 
Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de 
endossos, mas não a autenticidade das assinaturas. 
Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o 
endossante. 
É nulo o endosso parcial. 
O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, 
completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em 
branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso. 
Art. 18, do Decreto 57.595, de 07.01.1966 – regulamentou a LUG – “SALVO 
ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO, O ENDOSSANTE GARANTE O 
PAGAMENTO”. 
Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor 
solidário. 
Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores. 
A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o 
exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída. 
O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na 
qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 
Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia 
o endosso-mandato. 
Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que 
tiver contra o endossante. 
A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o 
exercício dos direitos inerentes ao título. 
O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade 
de procurador. 
Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha 
contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé. 
A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão 
civil. 
O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior. 
 
DO TÍTULO NÃO À ORDEM 
Uma observação necessária a fazer é a de que o ENDOSSO é uma espécie de 
CESSÃO DE CRÉDITO. Daí, podermos dizer que todo endosso é uma cessão de crédito, 
mas nem toda sessão de crédito é um endosso. 
Conforme ensina o mestre Gladston Mamede, em seu livro Títulos de Crédito, 
Editora Atlas, “o endosso, porém, ainda que sejauma cessão de crédito, em sentido largo, 
é, em sentido estrito, bastante distinto do instituto jurídico da cessão de crédito. O endosso 
é um ato jurídico unilateral que preserva autonomia, independência e abstração em relação 
ao negócio fundamental, no qual a cártula foi emitida, quando sejam essas as 
características dadas em abstrato ou em concreto do título; não há portanto, abrangência de 
todos os acessórios do crédito, tal qual estipulado pelo art. 287 do Código Civil.” 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 4
A transferência de um título NÃO À ORDEM, não é um endosso, mas sim uma 
cessão de crédito, com as conseqüências jurídicas desta. 
Contudo, a cessão poderá ser pro soluto ou pro solvendo, cujos efeitos são distintos. 
Na cessão pro solvendo, o cedente, embora transfira o crédito, continua responsável 
pela solvência do mesmo, ou seja, somente ficará liberto deste encargo quando o 
cessionário receber a importância do crédito. O que vale dizer que o cedente garante a 
solvabilidade do crédito cedido, como por exemplo, o que ocorre na operação de 
DESCONTO BANCÁRIO. 
Já na cessão pro soluto, o cedente transfere o crédito em definitivo ao cessionário, 
não respondendo aquele pela solvabilidade do mesmo. Ou seja, o cessionário adquire o 
crédito e assume o risco de sua solvabilidade, como por exemplo, o que ocorre na operação 
de FACTORING. 
DO TÍTULO NOMINATIVO 
Ao contrário do que é comum ouvir na vida prática, o título nominativo não é 
aquele que traz nomeado seu beneficiário (que seria um título à ordem), mas aquele 
que é emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente, conforme 
expressa disposição do Código Civil. Como diz Mamede, “Sua característica distintiva é 
um lastro necessário como um registro específico, de responsabilidade do emitente da 
cártula, ao qual se mantém vinculado o título. Note-se que o título nominativo não precisa 
conter o nome do beneficiário, deixa-o subentendido o art. 923, em seu § 3º, quando diz: 
“CASO o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o 
adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo 
título constar no registro do emitente (GRIFAMOS)”. O essencial, portanto, é o 
registro peculiar mantido pelo emitente.” 
É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do 
emitente. 
Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, 
assinado pelo proprietário e pelo adquirente. 
OBSERVAÇÃO: ENQUANTO VIGER A LEI 8.021, de abril de 1990, NÃO se 
admite o título NOMINATIVO-ENDOSSÁVEL. 
 
VOCABULÁRIO CAMBIÁRIO RELACIONADO À LETRA DE CÂMBIO: 
ACEITE - É o ato pelo qual o sacado reconhece a obrigação cambial, assinando a 
letra de câmbio (ou duplicata) e assumindo, então, o dever de cumpri-la, sem impor 
qualquer restrição, na data de seu vencimento. - tal ato denomina-se “aceite”, sendo o 
sacado o aceitante. Se a letra emitida não for assinada pelo sacador, e o sacado a aceitar 
assim mesmo, diz-se que aceitou em branco, admitindo que outra pessoa a preencha, 
substituindo o credor originário. Se colocar qualquer restrição ou modificação, ter-se-á a 
negativa ao aceite. Aceite por intervenção – é a feita por terceiro interveniente, indicado na 
letra de câmbio pelo sacador ou por qualquer outro endossante, aceitando o título, antes ou 
depois do protesto, na recusa do sacado em acatar aquela letra. O interveniente, então, 
passará a ter a mesma responsabilidade cambial do sacado se este a aceitasse. 
Aceite de honra – ato de qualquer pessoa anuir e efetuar o pagamento de letra de câmbio, 
no ato de protesto por falta ou recusa do aceite pelo sacado, honrando qualquer assinatura 
nela lançada, evitando, assim, aquele protesto, assumindo a responsabilidade cambial. 
AVAL - É uma garantia literal e expressa dada por pessoa que, não sendo sacado, 
endossante, nem aceitante, apõe a sua assinatura no anverso (frente) ou verso de um título, 
assegurando o pagamento desse título (letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 5
etc.), de forma solidária. Aval coletivo - Garantia em que mais de um avalista responde em 
favor dos que intervieram num título cambial. Aval conjunto - O mesmo que aval 
cumulativo. Aval cumulativo - Aquele que, na mesma ocasião, é dado por mais de um 
avalista, em benefício de um mesmo obrigado. Aval de aval - É o que se dá quando, 
havendo vários avalistas, um pretende avalizar o outro. Aval em branco - Aquele que 
contém tão-somente a assinatura do avalista, não indicando o beneficiário garantido. Aval 
em preto - Aquele que contém a locução “por aval” e a indicação da pessoa a quem se 
garante. Aval em separado - É o prestado em documento à parte, garantindo apenas 
aqueles beneficiários nele arrolados. Segundo o novo Código Civil, o AVAL deverá (só 
poderá) ser dado no próprio título. Aval póstumo - É aquele dado após o vencimento do 
título. 
ENDOSSO - Transferência da propriedade de um título de crédito, mediante 
declaração escrita, geralmente feita em seu próprio verso. - a regra é que o endossante 
garante o pagamento, salvo se expressamente declarar que não garante. (lei especial, 
literalmente ao contrário do que reza o código civil – art. 914, por causa do art. 903, do 
mesmo estatuto jurídico). Endosso em branco - Transferência de título de crédito por meio 
de simples aposição de assinatura do seu favorecido ou de seu mandatário especial, no 
dorso do mencionado título, sem designar o endossatário, ou seja, sem declarar a 
negociação e sem data. Com isso, o título se transforma em título ao portador, e quem o 
detiver será considerado seu real e legítimo proprietário, salvo a hipótese comprovada de 
furto, fraude etc. Endosso em preto - Aquele em que o endossante, ao endossar o título 
cambial, menciona, expressamente, o nome do endossatário, ou seja, da pessoa em favor 
da qual se opera a transferência da propriedade do referido título, e a data em que se dá tal 
ato translativo. É também denominado endosso completo, pleno ou nominativo. Endosso-
caução / penhor / pignoratício - Diz-se daquele que contém a cláusula “valor em penhor” 
ou “valor em caução”, e por meio do qual o endossante transfere tão-somente a posse do 
título cambial ao endossatário, que assume o dever de não deixar perecer o direito nele 
contido. Tal transferência é feita apenas para garantia de uma outra obrigação do 
endossante para com o endossatário, obrigação que, se não for cumprida, operará, então, a 
transformação da posse daquele título de crédito endossado em propriedade. Endosso-
procuração / mandato / delegação - É o que transfere a posse e não a propriedade do título 
cambial. Endosso póstumo - É aquele endosso-cessão que se realiza após o vencimento ou 
protesto do título de crédito, tendo o efeito de uma simples cessão de crédito (cessão civil). 
Endosso translativo - É aquele em que se opera uma completa transferência do título de 
crédito ou do documento à ordem ao endossatário. 
LETRA DE CÂMBIO - Tipo de título negociável no mercado. Consiste numa ordem de 
pagamento em que uma pessoa ordena que uma segunda pessoa pague determinado valor 
para uma terceira. Deve trazer, de forma explícita, o valor do pagamento, a data e o local 
para efetuá-lo. 
QUÉRABLE (QUESÍVEL) X PORTABLE (LEVÁVEL) 
(pronucia-se “QUERRABLE”) 
1. Dicionário Houaiss da língua portuguesa – Editora Objetiva – 1ª edição, 
2001,pág. 2.354: “Quérable – requerível, quesível, reclamável (diz-se de dívida ou 
obrigação), cf. com dívida quesível; p. oposição a dívida portável. Quérable, que se deve 
reclamar no domicílio do devedor”. 
2. Dicionário Jurídico de Plácido e Silva – Vol. III – j-p – 12ª edição, ed. 
Forense, 1993, pág. 392: “Portable. Vocabulário francês, que se traduz que se traslada, é 
geralmente empregado na terminologia jurídica para indicar as obrigações que devem ser 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 6
cumpridas pelo devedor do domicílio do credor. Portable, pois, indica a condição de ser 
paga a dívida no domicílio do credo, levada (levável) a respectiva importância pelo 
devedor ou por outrem, a seu mando. Opõe-se ao sentido de quérable, indicativa daquela 
que deve ser procurada pelo credor. 
3. Dicionário Jurídico, Maria Helena Diniz, ed. Saraiva, D-I, vol. 2 – 1998, 
página 213: “Dívida Quérable: aquela que deve ser paga no domicílio do devedor ou no 
local por ele determinado, competindo ao credor apresentar-se no lugar designado para 
efetuar a cobrança, no dia de seu vencimento, ficando a hora a seu critério. Trata-se da 
dívida buscável ou quesível. Também conhecida como dívida reclamável. Dívida Portáble 
(pág. 212), que é contraída com a cláusula de que deve ser paga pelo devedor, no seu 
vencimento, no domicílio do credor. 
4. Vocabulário Prático de Tecnologia Jurídica e de Brocardos Latinos – Iêdo 
Batista Neves – FASE – 6ª edição, 1993: “Dívida Quesível ou Quérable – diz-se daquela 
cuja prestação o credor deve procurar na residência ou domicílio do devedor, sob pena de, 
não o fazendo, nada poder alegar quanto ao seu inadimplemento”. “Dívida Portável ou 
Portable – diz-se daquela cujo devedor se obriga a pagar na data do vencimento, no 
domicílio ou na residência do credor”. 
5. Os títulos de crédito de maior utilização, que são o CHEQUE, a NOTA 
PROMISSÓRIA, a DUPLICATA e a LETRA DE CÂMBIO, têm naturezas jurídicas 
diferentes, respeitante à forma de cumprimento da obrigação respectiva. 
6. Veja que existem DÍVIDAS de natureza jurídica quesíveis e de natureza 
jurídica leváveis. 
7. Os títulos de crédito são documentos (quirógrafos) representativos de 
obrigações: artigo 887, do Código Civil: “O título de crédito, documento necessário 
(cartularidade – GRIFO NOSSO) ao exercício do direito literal (literalidade – GRIFO 
NOSSO) e autônomo (autonomia – GRIFO NOSSO) nele contido, somente produz efeito 
quando preencha os requisitos da lei”. 
8. A Letra de Câmbio e a Duplicata são títulos de crédito representativos, 
eminentemente, de dívidas de natureza jurídica levável (portable); isso, porque não há 
óbice legal para que elas (a Letra de Câmbio e a Duplicata) possam permanecer com o 
próprio devedor (é irrelevante se permanecem ou não). O que importa é que não há o 
óbice, haja vista que há previsão legal de o credor resolver o problema pela falta de 
pagamento (outro tema a ser explorado). Por isso, inquestionavelmente, tanto a Letra de 
Câmbio, quanto a Duplicata, são títulos de crédito de natureza jurídica portable (levável). 
9. Ao revés, o Cheque e a Nota Promissória são títulos de crédito 
representativos, eminentemente, de dívidas de natureza jurídica quesível (quérable); isso, 
porque há óbice legal para que eles (o Cheque e a Nota Promissória) possam permanecer 
com o próprio devedor. Claro, o devedor do Cheque é o banco e o devedor da Nota 
Promissória é o emitente (promitente). Não há previsão legal, cambiária, de se fazer 
substituir esses títulos, para suas apresentações. Ou seja, não há as figuras do “ressaque” 
(da Letra de Câmbio), nem da “triplicata” (da Duplicata), ou o protesto por simples 
indicações. 
10. Assim, contrariando alguns doutrinadores, não há como engendrar outro 
entendimento, senão o de que o Cheque e a Nota Promissória são títulos de natureza 
quesível (quérable) e a Letra de Câmbio e a Duplicata são títulos de natureza levável 
(portable). 
11. Numa análise final, mesmo que de forma perfunctória, veja que o Cheque 
deverá ser buscado o seu recebimento junto ao devedor (que é o banco), pelo favorecido 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 7
(não há confundir as relações cambiais com as relações cíveis ou comerciais, ou seja, 
quando eu compro um carro e emito um cheque para a concessionária, colocando-o 
nominativo a esta, eu sou o devedor do negócio e a concessionária é a credora do negócio; 
porém, na cártula, verificando a literalidade do quirógrafo, eu – emitente – sou o credor da 
quantia depositada no banco e o banco é o devedor, sendo a concessionária a favorecida do 
crédito). Assim também ocorre com a Nota Promissória, ou seja, o credor (favorecido, 
portador) deverá ir ao encontro do devedor para receber o seu produto correspondente 
(pecúnia). A Duplicata e a Letra de Câmbio, ao revés, obrigam o devedor a comparecer 
junto ao credor para quitar a sua obrigação, portanto, de natureza levável (portable). 
12. O Código Civil, em seu artigo 327: “Efetuar-se-á o pagamento no domicílio 
do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da 
lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias”. Ora, ab initio pode um ingênuo, ou 
desavisado, crer que a natureza das dívidas é sempre QUESÍVEL. Sim, EM REGRA, foi a 
intenção do legislador, porém, a segunda parte do mesmo artigo traz que “salvo se as 
partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, DA NATUREZA 
DA OBRIGAÇÃO OU DAS CIRCUNSTÂNCIAS (GRIFAMOS)”. A natureza da 
obrigação e as circunstâncias, com relação aos quatro títulos de crédito analisados, tornam 
evidente a legalidade (“recepção” pelo Código Civil) das naturezas diversas daqueles 
títulos. 
13. Por fim, não há, ao meu imodesto, veemente e convicto entendimento de 
que, enquanto o cheque e a nota promissória são títulos de natureza QUESÍVEL 
(QUERÁBLE), a letra de câmbio e a duplicata são títulos de natureza LEVÁVEL 
(PORTABLE). 
 O que é uma letra de câmbio? 
 É um título de crédito abstrato, correspondendo a documento formal, decorrente de 
relação ou relações de crédito, entre duas ou mais pessoas, pela qual a designada 
SACADORA dá ordem de pagamento pura e simples à vista ou a prazo, a outrem, 
denominada SACADA, a seu favor ou de terceira pessoa (tomador/beneficiário ou 
favorecido), no valor e nas condições dela constantes. 
Obs: A ordem de pagamento dada pelo sacador ao sacado deve ser incondicional, porque 
as obrigações cambiárias não podem ter a sua eficácia subordinada à ocorrência de evento 
futuro e incerto, para não prejudicar a circulação do título de crédito e não ferir o princípio 
da literalidade. 
 O que é o saque da letra de câmbio? 
 É o ato de emitir uma letra de câmbio. 
 Quem é o sacado da letra de câmbio? 
 É o devedor do título (quem deve pagar a dívida); 
 Quem é o sacador da letra de câmbio? 
 É o credor do título. O seu emitente. 
 Geralmente a letra de câmbio é sacada a favor de quem? 
 Para o próprio sacado ou a favor de uma terceira pessoa. 
 Pode-se favorecer terceiros na letra de câmbio? 
 Sim. Conhecido como tomador ou favorecido ou, ainda, cessionário ou 
endossatário. 
 Uma letra de câmbio pode ser sacada contra o sacador? 
 Sim. Neste caso, a letra de câmbio perde a sua natureza jurídica (desnatura-se) de 
letra de câmbio e passa a ter natureza de nota promissória. 
 Quais os vencimentos que uma letra de câmbio pode ter? 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG /Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 8
 a) A dia certo (em um determinado dia) – Na própria letra se declara o dia de 
vencimento do título. 
 b) A certo tempo da data – Uma data estipulada contada em dias, a partir da 
emissão (regra) ou, por exemplo, o vencimento se dará há 8 dias depois do carnaval). 
 c) A certo tempo da vista – Ex: 30 dias após o aceite. 
 d) À vista – Contra apresentação. 
 Por que a letra de câmbio é levável (ou portable)? 
 Porque o sacado (devedor) pode ficar com o título, indo até ao sacador (credor) ou 
favorecido para liquidá-la. Assim também o é a Duplicata. 
 Como se chama a emissão da segunda via da letra de câmbio? 
 Ressaque. 
O que é ação regressiva em uma letra de câmbio? 
 É a ação em que o endossante ou avalista da LC entra contra os demais devedores, 
até 6 meses do seu pagamento (ou seja, do mesmo ter quitado a dívida) ou de ter sido 
acionado. 
 Quanto tempo o credor (ou favorecido, portador) tem para protestar a Letra 
de Câmbio, para se garantir contra todos os coobrigados (incluindo os endossantes e 
seus respectivos avalistas)? 
 2 (DOIS) dias úteis do vencimento. 
 A letra de câmbio pode ser considerada moeda escritural? 
 Não pode ser considerada como tal, visto que para alguém poder emitir moeda 
escritural, tem que ter autorização para receber depósito à vista. 
Na verdade, nem mesmo o CHEQUE é uma moeda escritural. Ele (cheque) é um 
documento representativo de uma moeda escritural. Somente as instituições financeiras 
bancárias podem criar moeda escritural, por meio da emissão de cheques. 
 O que é endosso? 
 É o ato cambial pelo qual o favorecido do título assina o mesmo transferindo, a 
outrem, os direitos creditícios (ou creditórios) daquele título. 
 O que é endosso em preto (OU ESPECIAL)? 
 É o endosso em que se menciona expressamente a pessoa a quem se transfere o 
título. 
 O que é endosso em branco (OU GERAL)? 
 O favorecido simplesmente assina o título, passando esse título a ser ao portador. 
Ou seja, o endossante não nomina quem será o próximo favorecido. 
 Quantos endossos a letra de câmbio pode ter? 
 Em princípio, pode ter infinitos endossos. 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 9
 primeira página
Letra de câmbioLetra de câmbio
Modelo (baseado no Dec. 2044)Modelo (baseado no Dec. 2044)
LETRA DE CÂM BIO
Vencimento em … … .de… … … … … … … … de 20… .
N.º R$
… … … … … … … … … … … .de… … … … … … … … de 20… .
A… … … ..… … … … … … … … … … … … … … … … … ..… … pagará. V. S.ª por
esta … … .… … … … … … … … … … .via de LETRA DE CÂMBIO a … … … … … …
… … … … … … … … … … … … … … … … … … ...… … … ou à sua ordem, a importância de
e no dia do vencimento fará, … … … … … … … … … … , pronto pagamento em moeda
nacional.
Ao Sr… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … .
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … ..
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … ..
… … … … … … … … … … … … … … …
 
 
 “A letra de câmbio é título de crédito abstrato, correspondendo a documento formal, 
decorrente de relação ou relações de crédito, entre duas ou mais pessoas, pela qual a 
designada sacador dá ordem de pagamento pura e simples, à vista ou a prazo, a outrem, 
denominado sacado, a seu favor ou de terceira pessoa (tomador ou beneficiário), no valor 
e nas condições dela constantes.” (Luiz Emygdio, fl. 110). 
primeira página
Letra de câmbioLetra de câmbio
Modelo preenchidoModelo preenchido
�SACADOR 
�SACADO
�BENEFICIÁRIO
�Guilherme Castro Cabral 
�José Martins de Oliveira
�Antônio Cabral Sobrinho
LETRA DE CÂMBIO 
Vencimento em: ...27..de…junho………de 2007. 
 N.º única R$ 1.000,00 
Brasília (DF), 16 de…agosto…de 2006. 
 Aos vinte e sete dias do mês de junho de 2007, pagará V. S.ª por 
esta…única….via de LETRA DE CÂMBIO ao Sr. ANTÔNIO CABRAL 
SOBRINHO – CPF 444.943.006-91............…… ou à sua ordem, a importância de 
 #Mil reais 
 e no dia do vencimento fará, no domicílio do favorecido., pronto pagamento em 
moeda nacional, o Sr. JOSÉ MARTINS DE OLIVEIRA - CPF 999.999.999-99 
 
 Assinatura do sacador Assinatura do sacado / aceitante 
 GUILHERME CASTRO CABRAL José Martins de Oliveira 
 SACADOR SACADO / ACEITANTE / DEVEDOR 
 
 
 
 
 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 10
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - Relação extracartular entre o SACADOR e o BENEFICIÁRIO 
2 - SACADOR cria ou passa a letra de câmbio, sacando-a, e a 
entrega ao BENEFICIÁRIO, emitindo-a 
3 - BENEFICIÁRIO apresenta a letra de câmbio ao SACADO 
para aceite 
4 - SACADO aceita e paga a letra de câmbio ao BENEFICIÁRIO 
5 - Relação extracartular entre o SACADOR e o SACADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Letra de Câmbio é uma ordem (determinação que alguém faça) dada por escrito a uma 
pessoa para que pague a um beneficiário ou à sua ordem determinada quantia em dinheiro 
(Fran Martins). 
O emitente da letra de câmbio é o sacador. Sacado é a pessoa que deve. Quem recebe 
o título é o beneficiário ou tomador. A ordem de pagamento dada pelo sacador ao 
sacado deve ser incondicional porque as obrigações cambiárias não podem ter a sua 
eficácia subordinada à ocorrência de evento futuro e incerto, para não prejudicar a 
circulação do título de crédito e não ferir o princípio da literalidade. 
1) Modalidades (tipos de vencimentos) – ART 33 a 38, LUG 
a. A dia certo (em um determinado dia) – Na letra se declara a data do 
vencimento do título. 
b. A certo tempo da data – Uma data estipulada contada em dias. Títulos a 
prazo. ART 36, LUG. O prazo de vencimento flui a partir da data da 
criação do título. 
c. A certo tempo de vista – Uma assinatura dada pelo sacado obrigando-se a 
pagar. O aceite é quando ele se vincula. Distingue-se do título à vista 
Letra de 
câmbio 
(criação
) 
 SACADO 
Letra de 
câmbio 
(aceite) 
1 
2 
3 
4 
SACADOR 
BENEFICIÁRIO 
5 
$ 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 11
porque o prazo do seu vencimento flui da data da apresentação, como, por 
exemplo, trinta dias a contar da apresentação. ART 35, LUG. 
d. À vista – contra apresentação ao devedor. No momento da apresentação o 
título vence. Modalidade de títulos com vencimento indeterminado. O 
prazo para apresentação é de um ano, a contar da data do ato cambiário 
que lhes dá origem, como o saque na letra de câmbio e duplicara e a 
emissão de nota promissória. 
Saque: “É o ato cambiário pelo qual o sacador cria a letra de câmbio e dá ordem de 
pagamento ao sacado, e corresponde a uma declaração cambiária originária e 
necessária” (Luiz Emygdio, fl. 137). É originária, pois corresponde à primeira 
manifestação de vontade traduzida na letra de câmbio. É necessária, pois sem a assinatura 
do sacador o documento é inexistente e, assim, não existirá letra de câmbio. 
O sacador é devedor solidário e indireto – ARTS 9° e 53, al. 2a, LUG – O saque gera 
para o sacador uma obrigação indireta de pagamento a favor do portador do título, 
tomador ou terceiro adquirente.Exemplificando: Primus tem o direito de crédito junto a Secundum, decorrente de 
determinado negócio jurídico, e com base nesse direito de crédito Primus cria a letra, 
dando a Secundum uma ordem de pagamento em seu favor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplificando: Na relação jurídica Primus é credor de Secundum da quantia x e, por 
outro negócio jurídico distinto, Primus é devedor da mesma quantia a Tertius, e ambas as 
obrigações vencem na mesma data. Primus, baseando-se nessas duas relações jurídicas 
que consubstanciam direitos de crédito, saca uma letra de câmbio contra Secundum, 
dando-lhe ordem de pagamento a favor de Tertius, nas condições constantes dos negócios 
jurídicos celebrado entre as partes. Se no vencimento da letra de câmbio, Secundum 
pagar a Tertius a soma cambiária, extinguir-se-ão as duas relações jurídicas, ou seja, o 
 
SACADOR 
(primus) 
SACADO 
(secundum) 
 
 
Ordem de pagamento TOMADOR 
(primus) 
 
 
SACADOR 
(primus) 
SACADO 
(secundum) 
 
 
Ordem de pagamento TOMADOR 
(tertius – 3°) 
 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 12
débito de Secundum para com Primus e o débito de Primus para com Tertius. O sacador, 
sacado e tomador da letra são, portanto, pessoas distintas (ART 3°, § 3°, LUG). 
Decreto 2044/08 Lei Cambial 
A “letra de câmbio”, ou “letra”, é uma ordem de pagamento, sacada por um 
credor contra o seu devedor, em favor de alguém, que pode ser um terceiro ou o próprio 
sacador. 
Sacador é o que emite (saca) a letra. Sacado é o devedor contra quem se saca 
(emite) a letra. Aceitante é o sacado que aceita a letra, nela apondo a sua assinatura. 
Tomador é o beneficiário da ordem, que pode ser um terceiro ou o próprio sacador. 
Endossante é o proprietário do título, que o transfere a alguém, chamado 
endossatário. O portador de uma letra, adquirida por endosso, pode haver dos endossantes 
anteriores ou do sacador o valor da letra, se o aceitante ou sacado não pagar (direito de 
regresso). 
Requisitos essenciais, lançados por extenso, no contexto: 
1. a denominação “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em 
que for emitida; 
2. a soma de dinheiro a pagar e a espécie de moeda; 
3. o nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida abaixo 
do contexto; 
4. o nome da pessoa a quem deve ser paga. (O ACEITE NÃO É CONDIÇÃO 
PARA A VALIDADE DA LETRA) 
5. a assinatura do próprio punho do sacador (CREDOR, EMITENTE) ou do 
mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo do contexto. 
Obs.: Não será letra de câmbio o escrito a que faltar qualquer dos requisitos 
acima enumerados. 
Esses requisitos são considerados lançados ao tempo da emissão da letra. A prova 
em contrário será admitida no caso de má fé do portador. 
Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por extenso e em 
algarismos, e houver divergência entre uma e outra, prevalece a que estiver feita por 
extenso. 
Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por mais de uma vez 
no extenso, prevalecerá a de valor inferior. 
Obs.: de qualquer maneira, havendo dois valores numéricos e dois valores por 
extenso, prevalecerá o de menor valor, não deixando de observar que o extenso prepondera 
sobre o numérico. 
Exemplo: há dois valores no numérico: R$ 30,00 e R$ 300,00. 
E dois valores no extenso: trinta reais e trezentos reais. Prevalece, aqui, o valor de 
trinta reais. 
ATENÇÃO! 
A letra de câmbio poderá ser à ordem do próprio sacador, ou seja, o sacador é 
também o tomador/favorecido; 
Poderá ser sacada por ordem e conta de terceiro. 
Poderá ser sacada sobre o próprio sacador. Neste caso, a letra desnatura-se e 
passa a ter natureza jurídica de uma Nota Promissória. 
Atenção para o Art. 5°. da Lei Uniforme relativa às Letras de Câmbio: “Numa 
letra pagável à vista ou a um certo termo de vista, pode o sacador estipular que a sua 
importância vencerá juros. Em qualquer outra espécie de letra a estipulação de juros 
será considerada como não escrita”. 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 13
As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo 
de 1 (um) ano das suas datas. 
A apresentação da letra ao aceite é facultativa quando certa a data do vencimento. 
A letra a tempo certo da vista deve ser apresentada ao aceite do sacado, dentro do prazo 
nela marcado; na falta de designação, dentro de 6 (seis) meses contados da data da emissão 
do título, sob pena de perder o portador o direito regressivo contra o sacador, endossantes e 
avalistas. 
O aceite da letra, a tempo certo da vista, deve ser datado, presumindo-se, na 
falta de data, o mandato ao portador para inseri-la. 
Sendo dois ou mais os sacados, o portador deve apresentar a letra ao primeiro 
nomeado; na falta ou recusa do aceite, ao segundo, se estiver domiciliado na mesma praça; 
assim, sucessivamente, sem embargo da forma da indicação na letra dos nomes dos 
sacados. 
RESSAQUE – O portador da letra protestada pode haver o embolso da soma 
devida, pelo ressaque de nova letra de câmbio, à vista, sobre qualquer dos obrigados. 
O ressacado que paga pode, por seu turno, ressacar sobre qualquer dos 
coobrigados a ele anteriores. 
A LETRA DE CÂMBIO, como um título de crédito que é, é um documento 
formal, com força executiva (equipara-se a uma sentença judicial transitada em julgado), 
representativo de dívida líquida e certa, de circulação desvinculada do negócio que o 
originou. 
Vivante: “título de crédito é um documento necessário para o exercício do direito 
literal e autônomo nele mencionado”. 
As cambiais genuínas ou básicas são a LETRA DE CÂMBIO e a nota 
promissória. Todos os demais títulos de crédito, como o cheque e a duplicata, são 
apenas assemelhados ou cambiariformes 
As regras da LETRA DE CÂMBIO aplicam-se aos títulos cambiariformes, em 
tudo que lhes for adequado, inclusive a ação de execução. 
Características da LETRA DE CÂMBIO: 
6. Cartularidade (cártula) – é a materialização do direito no papel, sem a qual o 
devedor não está obrigado ao cumprimento da obrigação; 
7. Literalidade – a Letra de Câmbio vale pelo que nele está escrito, não se 
podendo alegar circunstância não escrita; 
8. Autonomia – “indica que o direito do titular é um direito particular, no 
sentido de que cada pessoa que vai adquirindo o título adquire um direito 
próprio, distinto do direito que tinha, ou podia ter quem transmitisse a Letra”. 
9. Independência – Indica que aquele título não depende de outro para a sua 
existência. 
Rege-se, a autonomia, pelo princípio da inoponibilidade das exceções ao 
terceiro de boa-fé: ou seja, não pode o devedor, ou qualquer outro coobrigado, 
opor exceções ao terceiro de boa-fé que detenha a Letra de Câmbio. 
“Esse princípio, que resulta do conceito já exposto da autonomia das relações 
cartulares, pois o portador de boa fé exercita um direito próprio, e não derivado 
de relação anterior, está consagrado em algumas normas de lei. O princípio da 
inoponibilidade das exceções, expressa que “ao portador de boa fé, o subscritor, 
ou emissor, não poderá opor outra defesa além da que assente em nulidade 
interna ou externa da Letra, ou em direito pessoal ao emissor, ou subscritor, 
contra o portador” 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB,CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 14
“A inoponibilidade das exceções fundadas em direito pessoal do devedor 
contra o credor constitui a mais importante afirmação do direito moderno em 
favor da segurança da circulação e negociabilidade das Letras de Câmbio”. 
10. Abstração – a Letra de Câmbio é desvinculada da causa que lhe deu origem. 
Não depende do negócio que deu lugar ao nascimento dela. 
11. Circularidade – o grande valor da Letra de Câmbio é fazer com que 
facilmente circulem os direitos neles incorporados. É, assim, a Letra de 
Câmbio destinada, sobretudo, à circulação. 
12. Formalismo (formalidade) – é o fator preponderante para a existência da 
Letra de Câmbio e sem ele não terão eficácia os demais princípios próprios 
dela. Indispensável se torna que o documento se revista de certas exigências 
impostas pela lei para que tenha a natureza de título de crédito e assegure ao 
portador os direitos incorporados no mesmo. 
 
Letra de Câmbio – Resumo das características 
cambial 
próprio 
abstrato 
admite aceite 
ordem de pagamento 
 
Letra de Câmbio – título emitido pelo Credor/Sacador/Vendedor/Emitente, contra o 
Devedor/Sacado/Comprador, em favor do Tomador/Beneficiário. 
Ato essencial da Letra de Câmbio: saque (que é o ato de emiti-la); 
Atos eventuais nas Letras de Câmbio: aval, endosso e aceite. 
QUANDO OCORRE O VENCIMENTO POR ANTECIPAÇÃO, DA LETRA DE 
CÂMBIO? 
R: Ocorre em decorrência de determinados fatos, como a recusa total ou parcial 
do aceite, falência do sacado, falência do sacador de uma letra não aceitável (art. 43 da Lei 
Uniforme). A esses casos, deve-se acrescentar a declaração de insolvência do devedor civil 
(art. 751 do Código de Processo Civil). 
O QUE É O ACEITE? 
R: É o reconhecimento do débito, obrigando o aceitante cambialmente. Esse 
elemento, todavia, não é indispensável para a existência da Letra de Câmbio. A recusa do 
aceite, inobstante, implica em que o aceitante que se nega a tal não pode ser acionado pela 
via executiva, podendo ser impelido ao pagamento apenas via ação ordinária ou, em 
certos casos, pela ação monitória. 
OBS.: Lembramos que a Letra de Câmbio devidamente emitida (sacada) é um 
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. 
Assim sendo, a ação de execução da mesma é a AÇÃO CAMBIAL 
EXECUTIVA. 
QUAIS SÃO OS PRAZOS PRESCRICIONAIS (DE PRESCRIÇÃO) DA 
AÇÃO DE EXECUÇÃO CONTRA O SACADO DA LC ou SEUS AVALISTAS? 
R: LETRA DE CÂMBIO ........................... 3 ANOS DO VENCIMENTO 
QUAIS OS PRAZOS PRESCRICIONAIS DA AÇÃO EXECUTIVA 
CONTRA O ENDOSSANTE E SEUS AVALISTAS? 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/
 
Material 01.2 
Conhecimentos Bancários 
Profª Guilherme Cabral 
Curso: Curso Reta Final para os Concursos Do Banco do BB, CE e BNB 
 
www.lfg.com.br/ 
www.cursoparaconcursos.com.br 
 
 
 15
R: LETRA DE CÂMBIO ..................... 1 ANO DO PROTESTO 
QUAIS OS PRAZOS PRESCRICIONAIS DA AÇÃO EXECUTIVA DE 
QUALQUER COOBRIGADO CONTRA OS DEMAIS? (Ação regressiva) 
R: LETRA DE CÂMBIO ..................... 6 MESES DO PAGAMENTO 
 
SEGUEM DOIS ANEXOS: 
1. QUADRO COMPARATIVO DOS PRAZOS NOS TÍTULOS 
DE CRÉDITO - ANEXO I 
2. QUADRO COMPARATIVO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO - 
ANEXO II 
 
CPF: 903589105xx - SIDINEY TEIXEIRA MELLO | Rede LFG / Curso para Concursos -- http://www.cursoparaconcursos.com.br/

Continue navegando