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Tutoria 01 UC9 - 7S

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TERMOS DESCONHECIDOS: 
 Arco senil: é caracterizado pela presença de um anel opaco esbranquiçado na região da córnea. É causado 
por um depósito de células de gordura na região da periferia da córnea. O arco senil não afeta a visão nem 
apresenta desconforto ou dor, apresenta-se em aproximadamente 60% das pessoas acima de 60 anos e em 
quase todos os indivíduos maiores de 80 anos. No entanto, a condição pode sinalizar outros problemas de 
saúde, como aumento da taxa de colesterol e síndromes metabólicas. A principal causa para o surgimento do 
arco senil é o envelhecimento, que favorece o acúmulo de gordura na região dos olhos. No entanto, algumas 
outras situações podem contribuir para a formação do anel, como excesso de gordura no sangue, que pode se 
acumular na córnea, aumento da taxa de colesterol e o aumento dos vasos sanguíneos que ficam mais largos 
com o decorrer da idade. 
 
 
 Senescência: abrange todas as alterações que ocorrem no organismo humano no decorrer o tempo e que 
não configuram doenças. São, portanto, as alterações decorrentes de processos fisiológicos do envelhecimento. 
Entre os exemplos de senescência temos: o aparecimento de cabelos brancos ou a queda deles, a perda de 
flexibilidade da pele e o aparecimento de rugas, a redução da estatura e a perda de massa muscular etc. São 
fatores que não provocam o encurtamento da vida. A morte é um desfecho natural. 
 
 Senilidade: é um complemento da senescência no fenômeno do envelhecimento. Sob o olhar da geriatria, a 
senilidade é definida como as condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida devido a mecanismos 
fisiopatológicos. São alterações decorrentes de doenças crônicas (hipertensão, diabetes, insuficiência renal e 
cardíaca, doença pulmonar crônica e outras), de interferências ambientais e de medicamentos e que podem 
comprometer a funcionalidade e a qualidade de vida das pessoas, mas não são comuns a todas elas em uma 
mesma faixa etária. Essas alterações não são normais do envelhecimento. 
 
 Geriatria: Geriatra é o médico que se especializou no cuidado de pessoas idosas. Ele se torna especialista 
após ter feito residência médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica e/ou ter sido 
aprovado no concurso para obtenção do Título de Especialista em Geriatria da SBGG/AMB. Abrange desde a 
promoção de um envelhecer saudável até o tratamento e a reabilitação do idoso. O processo de envelhecimento 
impacta no comportamento orgânico, demandando abordagens diferenciadas, assim como crianças e jovens 
apresentam especificidades que são tratadas pelo pediatra. 
OBS: É a especialidade médica que se integra na área da Gerontologia com o instrumental específico para 
atender aos objetivos da promoção da saúde, da prevenção e do tratamento das doenças, da reabilitação 
funcional e dos cuidados paliativos. 
 
 Gerontologia: É o estudo do envelhecimento nos aspectos – biológicos, psicológicos, sociais e outros. Os 
profissionais da Gerontologia têm formação diversificada, interagem entre si e com os geriatras. O campo 
científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice, tendo por 
objetivo a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos. É, por 
esta natureza, multi e interdisciplinar. Na área profissional, visa a prevenção e a intervenção para garantir a 
melhor qualidade de vida possível dos idosos até o momento final da sua vida. 
OBS: gerontólogo pode ser qualquer profissional com formação de nível superior nas diversas áreas do 
conhecimento (Psicologia, Serviço Social, Nutrição, Terapia Ocupacional, Direito etc), titulado pela SBGG, apto 
para lidar com questões do envelhecimento e da velhice, com um olhar interdisciplinar a partir da sua área 
original de conhecimento. 
 
OBJETIVOS 
OBJETIVO 1: Definir a idade que se passa a considerar um indivíduo idoso. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o envelhecimento em quatro estágios: 
▪ Meia-idade: 45 a 59 anos; 
▪ Idoso(a): 60 a 74 anos; 
▪ Ancião: 75 a 90 anos; 
▪ Velhice extrema: 90 anos em diante. 
 
OBJETIVO 2: Explicar as mudanças decorrentes do processo de envelhecimento (ponto de vista 
bioquímico, celular/ influência do exercício físico e estilo de vida). 
Do ponto de vista biológico, conceitua-se o envelhecimento como um processo dinâmico e progressivo, no qual 
há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de 
 Processo de envelhecimento 
 
Tutoria UC9 P3 2021.1 
Lucianne Albuquerque 
 
Tutoria 01 
adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos 
patológicos que terminam por levá-lo à morte. O fenótipo por ele determinado é o resultado de fenômenos 
intrínsecos ao organismo associados a fatores ambientais, ao estilo de vida, às condições nutricionais e à 
ocorrência de doenças. 
 
 
OBJETIVO 3: Detalhar o exame físico normal do idoso. 
 
O exame físico começa a ser realizado no momento em que o paciente entra no consultório, ou o médico entra 
no ambiente onde ele está (consultório, hospital, domicílio, asilo). Observam-se postura, fácies, deambulação, 
gestos, modo de sentar e levantar, como ele se despe e acomoda-se na mesa para exame. Muitas vezes, o 
médico ou o(s) acompanhante(s), ao perceberem as dificuldades do paciente, apressam-se em ajudá-lo. O 
médico deve conter o seu ímpeto e simplesmente observar, pois o seu objetivo é estabelecer um diagnóstico 
preciso dessas dificuldades para poder amenizá-las. No entanto, deve manter-se próximo e vigilante, já que as 
quedas também podem ocorrer dentro de um hospital ou de um consultório. É importante que o examinador se 
lembre de elevar a cabeceira da mesa de exame, pois são frequentes, nessa faixa etária, afecções que causam 
dispneia de decúbito. É necessário dispor de um pequeno travesseiro, porque muitos são portadores de artrose 
cervical ou de doença de Parkinson, que causam rigidez e dificultam o apoio da cabeça no mesmo plano do 
dorso. 
 
1)Exame do estado geral, antropometria e sinais vitais: atitude, estado físico, higiene, fácies, nutrição, 
trofismo, postura, marcha, autonomia e sinais de doença aguda ou cronicidade. E identificar grandes síndromes 
geriátricas. 
OBS: O registro de peso, altura e índice de massa corporal (IMC) é obrigatório no idoso. 
-Sinais vitais: temperatura, pulso e FR, PA e se há dor. 
OBS: A pressão arterial deve ser aferida nos dois braços, nas posições sentada e ortostática, para identificar 
hipotensão postural, importante fator de risco para quedas. 
 
 
2)Face: na inspeção, devem ser identificados tumores, lesões, inflamações e secreções. Na palpação, procura-
se por tumores, dor, sinais flogísticos e características da pele, músculos e ossos. 
→Nariz: alterações: lesões cutâneas (câncer, queratoses), deformidades e obstrução nasal. A perda do olfato 
está vinculada a causas neurológicas e locais. 
→Olhos: alterações: ectrópio (eversão da pálpebra) e entrópio (inversão da pálpebra com risco de lesão de 
córnea pelos cílios). A flacidez das pálpebras superiores pode impedir a abertura completa dos olhos, 
necessitando correção cirúrgica. O arco senil, muito frequente, consiste em um arco esbranquiçado em volta 
da íris, mas não tem significado patológico. Olho seco é frequente e se associa ao fato de piscar menos, 
podendo causar irritação da conjuntiva. Alterações de fundo de olho (diabetes e hipertensão) são difíceis de 
avaliar em razão da miose do idoso e da catarata. 
→Ouvido: com o envelhecimento, o pavilhão auricular aumenta de tamanho e surge a prega no lobo da orelha. 
Passa a haver dificuldade em discriminar os sons (otosclerose). Em caso de surdez, convém verificar a presença 
de tampão de cera e outras queixas associadas, como secreções, infecções ou lesões cutâneas. 
→Cavidade oral: algumasqueixas referidas pelo paciente podem indicar a necessidade de avaliação mais 
cuidadosa da cavidade oral. O exame começa com a inspeção dos lábios, podendo ser encontrados 
movimentos orofaciais e bucolinguais em pacientes com quadros demenciais e em uso de antipsicóticos. 
 
3) Pele e fâneros: 
4) Sistema respiratório: o tórax sofre aumento da cifose (ângulo > 40 graus) associado à redução dos espaços 
intervertebrais e doenças degenerativas da coluna torácica e lombar, especialmente em mulheres com 
osteoporose. São frequentes crepitantes finos em bases pulmonares que mudam com a inspiração, assim como 
roncos que desaparecem com a tosse. Não têm significado clínico por também estarem presentes em pacientes 
normais (baixa especificidade para doença cardiorrespiratória). 
 
5)Sistema cardiovascular: é necessária a verificação da PA em ambos os braços e posição ortostática. 
OBS: O método palpatório deve ser realizado em conjunto, insuflando-se o manguito até o desaparecimento 
completo do pulso arterial. 
OBS: A hipertensão do jaleco branco (elevação dos níveis pressóricos no consultório e valores normais na 
medida domiciliar) e a pseudo-hipertensão (causada pelo enrijecimento das paredes arteriais, resultando em 
falsa estimativa dos valores pressóricos sem lesões de órgão-alvo) devem ser consideradas durante a aferição 
da PA em idosos. 
A pesquisa de hipotensão ortostática (HO) também deve ser realizada de rotina na avaliação geriátrica. A HO 
é identificada quando há queda ≥ 20mmHg na PA sistólica, com ou sem sintomas (verificada com o paciente 
em decúbito e posteriormente em ortostase após 1 e 3 minutos). 
A presença de quarta bulha cardíaca pode ser identificada em cerca de 94% dos idosos independentemente 
da existência ou não de cardiopatias, sendo considerada por muitos autores resultante do envelhecimento. A 
terceira bulha, por sua vez, tem sempre caráter patológico, representando um sinal confiável de insuficiência 
ventricular esquerda. Os sopros cardíacos sistólicos também são muito frequentes, com prevalência em torno 
de 60% nessa faixa etária. A causa mais comum é a doença valvar calcificada, sendo as valvas aórtica e mitral 
as mais acometidas. 
OBS: O edema de membros inferiores é um achado frequente no exame físico no idoso, porém não é um sinal 
clínico confiável para insuficiência cardíaca, uma vez que pode ser resultado de diversas condições 
extracardíacas, como insuficiência venosa crônica, imobilidade, deformidades articulares, desnutrição e uso de 
medicamentos (bloqueadores de canais de cálcio). Um sinal frequentemente negligenciado é o edema sacral, 
que pode ser a única manifestação de descompensação cardíaca em idosos restritos ao leito. 
 
6) Sistema digestório: O exame deve ser executado em decúbito dorsal, preferencialmente com ex-posição 
completa dos mamilos até as raízes das coxas, sempre preservando a dignidade do paciente e cobrindo as 
mamas e a genitália até sua conclusão. Observam-se a conformação do abdome (plano, escavado, globoso, 
batráquio), a cicatriz umbilical (centrada, protrusa), a presença de cicatrizes, hérnias, peristaltismo visível, 
circulação colateral e equimoses. Durante a palpação do abdome, verifica-se a presença de dor, sinais de 
irritação peritoneal, massas palpáveis ou pulsáteis, além de organomegalias (↑órgãos). 
OBS: No indivíduo sadio, costumam ser auscultados ruídos provenientes do peristaltismo intestinal, e seu 
aumento, diminuição ou abolição pode ter correspondência clínica. Antes da palpação e percussão, devem ser 
auscultados os quatro quadrantes do abdome, pois as manobras podem alterar os ruídos hidroaéreos. 
 
7)Exame proctológico: o posicionamento correto do paciente propicia conforto e possibilita a avaliação 
completa da região anal e perianal. As posições podem ser: decúbito dorsal, decúbito lateral esquerdo e 
genupeitoral. A região perianal é examinada à procura de lesões, sinais de inflamação, fissuras, fístulas, 
nódulos, hemorroidas e secreções. A presença de fezes pode indicar má higiene ou até mesmo algum grau de 
incontinência fecal. 
 
8)Sistema genito-urinário: devem ser investigadas as queixas do paciente e identificados os riscos. As 
queixas mais frequentes se referem ao fluxo urinário e ao desempenho sexual. O exame das mamas é 
necessário tanto pela presença frequente de ginecomastia, sem significado patológico, como para identificar 
descarga mamária e nódulos. 
OBS: Com o envelhecimento, há redução dos pelos pubianos, discreta atrofia testicular e maior flacidez da 
bolsa escrotal. No exame de prepúcio, pênis, bolsa escrotal e testículos, devem ser observados sinais 
inflamatórios, deformidades, fimose, lesões cutâneas e dor (fungos e doenças sexualmente transmissíveis 
[DST]), hidrocele e textura das estruturas. O toque retal deve ser realizado anualmente, observando forma, 
nódulos e consistência prostática para o diagnóstico de hipertrofia prostática benigna, prostatite e câncer. 
 
9)Sistema nervoso: envolve o estudo do nível de consciência e a qualidade dessa consciência. Para cada 
alteração é necessário definir o início, a duração, as características, o curso e as situações associadas. 
 
Sensibilidade, reflexos e tremores. 
 
10) Sistema musculoesquelético: a maior massa tecidual do corpo humano, sofre redução lenta e progressiva 
em razão da substituição por colágeno e gordura, levando à sarcopenia, o que determina a redução de força e 
velocidade da contração muscular. Há diminuição na velocidade de condução nervosa com aumento do balanço 
postural, redução dos reflexos ortostáticos e aumento do tempo de reação, o que pode comprometer a força 
distal e a sensação espacial. Isso se reflete na marcha e na mobilidade. 
Postura e marcha: A marcha senil caracteriza-se por aumento da flexão dos cotovelos, cintura e quadril. 
Diminui também o balanço dos braços, o levantamento dos pés e o comprimento dos passos (marcha de 
pequenos passos). Uma maneira simples e eficiente de avaliar a marcha do paciente idoso é executar o teste 
de “levantar e andar”. 
OBS: Devemos lembrar que, com o avançar da idade, a cabeça desloca-se para frente e ocorre diminuição da 
lordose lombar normal. 
 
OBJETIVO 4: Citar as patologias comuns a população idosa (impacto epidemiológico). 
A hipertensão arterial sistêmica é uma doença de importância crescente, cuja prevalência eleva-se com o 
envelhecimento. Mais de 50% dos indivíduos entre 60 e 69 anos são afetados e esse número sobe para 75% dentre 
aqueles com mais de 70 anos. 
O diabetes mellitus é caracterizado por elevação anormal da concentração de glicose sanguínea. É uma doença 
altamente prevalente, afetando cerca de 150 milhões de pessoas em todo o mundo. As estimativas são de que esse 
número chegue a 300 milhões no ano de 2025, resultado do envelhecimento populacional, da alimentação não saudável, 
obesidade e sedentarismo. Os países em desenvolvimento contribuem com aproximadamente 75% do total de casos. 
Depressão é a segunda doença crônica mais comum, superada apenas pela hipertensão arterial. Ao menos 10% dos 
indivíduos não hospitalizados a apresentam, mas muitos casos não são reconhecidos ou são tratados de forma 
inapropriada. Esse número é maior entre os indivíduos que vivem em instituições de longa permanência, chegando a 30%. 
A osteoartrose é a doença reumática mais comum e a segunda doença que mais causa incapacidade, sendo superada 
apenas pelas doenças cardiovasculares. É uma doença degenerativa e sua prevalência aumenta com a idade. Acredita-
se que de 30-40% das pessoas acima dos 65 anos apresentem sintomas. 
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer para o ano de 2005 é de que o número de casos novos na população brasileira 
seja de cerca de 467440. Em ordem de ocorrência, por localização primária do câncer, teríamos: 1o: pele (não melanoma), 
2o: mama, 3o: próstata, 4o: cólon e reto, 5o: pulmão, 6o: estômago e 7o: colo de útero. Excluindo os cânceresde pele, as 
neoplasias malignas mais frequentes entre a população feminina são as de mama, seguidas pelas de colo de útero. Entre 
a masculina são as de próstata, seguidos pelas de pulmão. 
 
OBJETIVO 5: Conhecer as síndromes geriátricas 
As síndromes geriátricas são condições clínicas comuns em idosos que não se enquadram em categorias 
específicas de doença. Ao contrário da definição tradicional de “síndrome”, a síndrome geriátrica consiste em 
uma condição mediada por múltiplos fatores de risco compartilhados que exercem efeito devastador na 
qualidade de vida do indivíduo idoso à medida que progridem. Constituem um grupo de condições comuns na 
população geriátrica e frequentemente resultam de insultos cumulativos a múltiplos sistemas orgânicos. Não há 
consenso sobre quais condições devem ser consideradas como síndromes geriátricas, porém diversos autores 
citam quedas, incontinência, úlceras de pressão, dor crônica, sintomas depressivos, comprometimento 
cognitivo, tontura e comprometimento sensorial, entre outras. De acordo com o livro The Challenge of Geriatric 
Medicine, em 1992 são os 5 Is da geriatria – incapacidade cognitiva, instabilidade postural, 
imobilidade, incontinência esfincteriana e iatrogenia. 
O desconhecimento das particularidades do processo de envelhecimento pode gerar intervenções capazes de 
piorar o estado de saúde da pessoa idosa - a iatrogenia. 
 
 INCAPACIDADE COGNITIVA 
A incapacidade cognitiva designa o comprometimento das funções encefálicas superiores capaz de prejudicar 
a funcionalidade do indivíduo. Quando não há comprometimento funcional do paciente, essas alterações 
passam a ser classificadas como comprometimento cognitivo leve (CCL), havendo déficit identificado em pelo 
menos um domínio cognitivo, mas sem prejuízo à realização das atividades diárias do indivíduo. O CCL se 
apresenta clinicamente de várias maneiras e com etiologias diferentes. O prognóstico e a prevalência variam 
de acordo com o ponto de partida do declínio, mas o diagnóstico pode possibilitar a identificação de demências 
em seus estágios prodrômicos. No entanto, é importante salientar que a incapacidade cognitiva como síndrome 
geriátrica não se resume às demências. As principais etiologias da incapacidade cognitiva são demência, 
depressão, delirium e doenças mentais, como esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia. O diagnóstico etiológico 
nem sempre é fácil, já que as causas de incapacidade podem coexistir no mesmo paciente. As doenças mentais 
costumam ter início na idade adulta e, portanto, os pacientes idosos comumente já apresentam história 
pregressa mais específica, sendo esse um dado importante para a diferenciação das demais doenças. As três 
primeiras ficaram conhecidas como os 3Ds da geriatria – delirium, depressão e demência – e são muito 
frequentes na prática clínica, podendo representar um verdadeiro desafio para o diagnóstico diferencial. 
 
 
 INCAPACIDADE COMUNICATIVA 
A comunicação é a atividade primordial do ser humano. A possibilidade de estabelecer relacionamento produtivo 
com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias, sentimentos está intimamente relacionada à 
habilidade de se comunicar. É a partir dela que o indivíduo compreende e expressa seu mundo. Problemas de 
comunicação podem resultar em perda de independência e sentimento de desconexão com o mundo, sendo 
um dos mais frustrantes aspectos dos problemas causados pela idade. A incapacidade comunicativa pode ser 
considerada importante causa de perda ou restrição da participação social (funcionalidade), comprometendo a 
capacidade de execução das decisões tomadas, afetando diretamente a independência do indivíduo. 
Aproximadamente um quinto da população com mais de 65 anos apresenta problemas de comunicação. O 
geriatra, sendo tipicamente o primeiro clínico a ter contato com esses pacientes, necessita saber como 
reconhecer esses problemas. As habilidades comunicativas compreendem quatro áreas distintas: linguagem, 
audição, motricidade oral e voz (fala). A visão pode ser incluída como a quinta função comunicativa, atuando 
como função compensatória, na ausência das outras habilidades da comunicação oral-verbal. 
 
 INSTABILIDADE POSTURAL 
As quedas acidentais constituem uma preocupação importante nos cuidados de saúde destinados aos 
indivíduos mais velhos. A ocorrência de queda pode ser atribuída ao acaso, porém a repetição do evento sugere 
uma vulnerabilidade aumentada para a queda. É necessário, portanto, conhecer as condições predisponentes: 
Como ocorreu? Quais sinais e sintomas a antecederam? Há presença de comorbidades? Uso de novas 
medicações? O idoso conseguiu se levantar sozinho? Houve fraturas? 
A prevalência de quedas tem sido associada a fatores como idade avançada, sedentarismo, autopercepção da 
saúde como má, maior consumo de medicações variadas de uso contínuo, déficit cognitivo, dificuldades 
funcionais e equilíbrio prejudicado. O equilíbrio corporal é mantido mediante a integração de informações 
sensoriais captadas pela visão, sistema vestibular e propriorreceptores que tornam possível corrigir mudanças 
de posição do corpo em relação à base de sustentação, o que justifica a contribuição dos déficits sensoriais 
(visuais e auditivos) para o mecanismo da queda. Outro ponto importante diz respeito ao ambiente doméstico 
tais como escadas irregulares, diferentes relevos de piso, ambientes ao redor da casa que com a chuva 
apresentam piso escorregadio e baixa iluminação são fatores que contribuem para a ocorrência de queda. A 
complicação mais frequente é o medo de cair novamente, o que muitas vezes impede o idoso de deambular 
normalmente, deixando-o restrito ao leito ou à cadeira e aumentando seu descondicionamento físico e, 
consequentemente, o risco de cair. Além disso, entre os diagnósticos de admissão hospitalar, a queda é um 
dos motivos que mantêm por mais tempo o indivíduo internado, o que aumenta os gastos para a saúde pública. 
As alterações musculoesqueléticas comuns nos idosos podem prejudicar significativamente o equilíbrio e 
favorecer o aparecimento de quedas. Sabe-se que uma das alterações relacionadas ao envelhecimento é o 
declínio da força muscular. A fraqueza é muito comum nas extremidades inferiores do idoso, especialmente nos 
tornozelos. Os músculos efetores destinados à ação de se equilibrar podem perder a capacidade para 
responder apropriadamente aos distúrbios na estabilidade postural, devido ao tempo mais longo de reação. 
Para o restabelecimento da posição são necessários também bons níveis de amplitude articular, principalmente 
das articulações distais, como dar um passo largo ou ajudar os membros superiores na aquisição de equilíbrio. 
No entanto, essa função torna-se menos eficaz em idosos devido ao enrijecimento do tecido conjuntivo e, com 
isso, há diminuição na amplitude do movimento. O idoso que apresentar imobilidade extrema no pé terá 
dificuldade para executar reações normais de equilíbrio. 
Por isso, a avaliação da marcha e do risco de quedas deve ser realizada em todos os idosos. 
 
 
 INCONTINÊNCIA ESFINCTERIANA 
A incontinência urinária (IU) é uma das síndromes geriátricas mais prevalentes e representa uma preocupação 
generalizada entre os idosos. Pode ser definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina. Muitas 
vezes é erroneamente interpretada como parte natural do envelhecimento, porém alterações que comprometem 
o convívio social, como vergonha, depressão e isolamento, frequentemente integram o quadro clínico, causando 
grande transtorno aos pacientes e a seus familiares. Os fatores de risco incluem idade, sexo, número de partos, 
histerectomia prévia ou prostatectomia, obesidade, imobilidade e múltiplas comorbidades, além de problemas 
mentais, como baixa autoestima, depressão e comprometimento cognitivo. A IU pode ser: 
1. De estresse: caracterizada pela perda involuntária de urina sincrônica aoesforço, como espirro ou tosse. 
2. De urgência: caracterizada pela perda involuntária de urina associada ou imediatamente precedida de 
urgência miccional. 
3. Mista: caracterizada pela perda involuntária de urina concomitante à urgência miccional e ao esforço. 
4. Por transbordamento: caracterizada por gotejamento e/ou perda contínua de urina associados ao 
esvaziamento vesical incompleto em razão da contração deficiente do detrusor e/ou da obstrução na via de 
saída vesical. 
A incontinência fecal (IF) é definida como a perda involuntária de conteúdo retal (fezes, gases) através do canal 
anal e a incapacidade de adiar uma evacuação até que seja socialmente conveniente. Embora não aumente 
significativamente a mortalidade, a IF pode ter consequências físicas, incluindo lesões de pele, infecções 
urinárias, alterações nutricionais e inatividade física; custos econômicos, referentes ao uso de proteção, 
diagnóstico, cuidados especializados, reabilitação e medicamentos; e resultados psicossociais, relacionados 
com a perda de independência, o isolamento social e o impacto emocional. Embora muito comum, a IF costuma 
ser subnotificada em virtude do constrangimento associado a seu relato, sendo difícil avaliar com segurança 
sua verdadeira prevalência. É comumente classificada como: 
1. Incontinência passiva: descarga involuntária sem consciência. 
2. Incontinência de urgência: perda apesar das tentativas ativas de reter o conteúdo. 
3. Vazamento fecal: vazamento de fezes com continência e evacuação normal. 
 
 IATROGENIA 
Significa qualquer alteração patogênica provocada pela prática médica. É fundamental evitar iatrogenia em 
idosos devido à sua natural vulnerabilidade mais acentuada às reações adversas associadas às drogas, às 
intervenções não-medicamentosas, decorrentes da senescência, do risco de polipatogenia e de polifarmácia, 
além de incapacidades. 
Classificação: 
1. iatrofarmacogenia: decorrente do uso de medicamentos, de polifarmácia, da interação medicamentosa e do 
desconhecimento das alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao envelhecimento; 
2. internação hospitalar: que pode potencializar os riscos decorrentes do declínio funcional, da subnutrição, da 
imobilidade, da úlcera de pressão e da infecção hospitalar; 
3. iatrogenia da palavra: associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de más notícias; 
4. iatrogenia do silêncio: que decorre da dificuldade de ouvir adequadamente o paciente e sua família; 
5. subdiagnóstico: pela tendência a atribuir todas as queixas apresentadas pelo idoso ao fenômeno “da idade”, 
o que pode resultar grave erro; 
6. cascata propedêutica: em que a solicitação de exames é feita de forma desnecessária, extensiva, sem 
indicação precisa; pode ainda estar associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de más 
notícias (iatrogenia da palavra), à tendência de atribuir todas as queixas apresentadas pelo idoso ao 
envelhecimento; 
7. distanásia: caracterizada pelo prolonga mento artificial da vida sem perspectiva de reversibilidade, com 
sofrimento para o paciente e sua família; 
8. prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovação científica: que impõem ao paciente risco 
desnecessário; 
9. iatrogenia do excesso de intervenções reabilitadoras: o excesso de “equipe interdisciplinar” pode trazer 
consequências desfavoráveis ao paciente, assim como o faz a polifarmácia. 
 
Grande parte das iatrogenias resulta do desconhecimento das alterações fisiológicas do envelhecimento e das 
peculiaridades da abordagem ao idoso. Em vista disso, algumas estratégias vêm sendo criadas para auxiliar o 
planejamento terapêutico para o paciente idoso. O uso simultâneo de vários medicamentos, por exemplo, deve 
ser sempre analisado com cautela e reavaliado em todas as consultas, sempre levando em consideração o 
risco-benefício da polifarmácia. 
 
 INSUFICIÊNCIA FAMILIAR 
A dimensão sociofamiliar é fundamental na avaliação multidimensional do idoso. A família constitui-se na 
principal instituição cuidadora dos idosos frágeis, devendo ser privilegiada nessa sua função. A transição 
demográfica, entretanto, atinge diretamente essa “entidade”, reduzindo drasticamente a sua capacidade de 
prestar apoio a seus membros idosos. A redução da taxa de fecundidade trouxe profundas modificações na 
estrutura familiar. O número de filhos está cada vez menor e as demandas familiares são crescentes, limitando 
a disponibilidade dos pais de cuidarem de seus filhos quanto dos filhos de cuidarem de seus pais. Por sua vez, 
o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, a valorização do individualismo e os conflitos 
intergeracionais contribuem para as modificações nos arranjos domiciliares. Essas mudanças 
sociodemográficas e culturais têm repercussões importantes na capacidade de acolhimento às pessoas com 
incapacidades, que historicamente dependiam de apoio e cuidado familiar. A própria modificação nas 
dimensões das habitações limita as possibilidades de cuidado adequado às pessoas com grandes síndromes 
geriátricas, como a incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade e incontinência esfincteriana. 
Essa fragilização do suporte familiar deu origem a outra grande síndrome geriátrica, a insuficiência familiar, cuja 
abordagem é extremamente complexa. 
OBJETIVO 5.1: Imobilidade (consequências, prevenção, causas) 
A imobilidade pode ser definida como ato ou efeito resultante da supressão de todos os movimentos de uma ou 
mais articulações que leva à redução das funções motoras, impedindo a mudança de posição ou a translocação 
corporal. Para o indivíduo idoso, representa causa importante de comprometimento da qualidade de vida. O 
espectro de gravidade é variável e frequentemente progressivo. O estágio mais grave resulta na chamada 
síndrome da imobilidade, em que são observadas as consequências da imobilidade severa sobre os órgãos 
e aparelhos. Ocorrem deterioração cognitiva e comportamental, alterações de humor, distúrbios 
cardiovasculares, respiratórios, digestivos e metabólicos, hipotonia muscular, osteoporose, desnutrição, 
contraturas e comprometimento cutâneo e o idoso é dependente completo: apresenta déficit cognitivo 
avançado, rigidez e contraturas generalizadas e múltiplas, afasia, disfagia, incontinência urinária e fecal, úlceras 
de pressão, necessitando de cuidador em tempo integral. Nessa fase da vida, a independência e a mobilidade 
do indivíduo estão definitivamente comprometidas e não é possível sua reversão, o que torna necessário um 
plano terapêutico com objetivos paliativos para esses pacientes. 
OBS: Nem todos os pacientes com imobilidade desenvolvem a síndrome da imobilidade. 
As principais consequências da imobilidade em cada sistema são: 
1. Sistema cardiovascular: hiporresponsividade barorreceptora (hipotensão ortostática); intolerância ortostática 
(taquicardia, náusea, sudorese e síncope após repouso prolongado); redistribuição do volume circulante dos 
membros inferiores para a circulação central (11% ou 500 mL), especialmente para o pulmão; redução da 
capacidade aeróbica, com diminuição da tolerância ao exercício; alto risco de trombose venosa profunda; 
2. Sistema respiratório: redução do volume corrente e da capacidade vital; hipersecreção brônquica; tosse 
ineficaz; atelectasia; pneumonia; retenção de secreção; embolia pulmonar; insuficiência respiratória; 
3. Sistema digestório: anorexia secundária a restrição dietética doença de base, efeito de medicamentos, 
alterações psíquicas; desidratação por redução da ingestão hídrica; alto risco de aspiração pulmonar por 
engasgo, tosse ou refluxo associados a posicionamento inadequado; doença do refluxo gastroesofágico; 
constipação intestinal e fecaloma; 
4. Sistema geniturinário: aumento do volume residual da bexiga e alto risco de retenção urinária (“bexigoma”); 
alto risco de incontinência urinária de urgência, transbordamentoe/ou funcional; alto risco de infecção urinária 
aguda ou recorrente e bacteriúria assintomática; nefrolitíase (hipercalciúria da imobilidade e pouca ingestão de 
água); 
5. Pele: intertrigo nas regiões de dobras cutâneas, particularmente nas regiões inframamária e interglútea; 
dermatite amoniacal da “fralda”; escoriações, lacerações e equimoses, frequentemente causadas por 
manipulação inadequada do idoso; xerodermia; prurido cutâneo; úlcera de pressão por compressão prolongada 
da pele, levando a comprometimento da circulação local; redução do tônus e da força muscular (3 a 5% ao dia), 
encurtamento e atrofia muscular; redução da elasticidade das fibras colágenas com hipertonia, encurtamento 
muscular e tendinoso e contraturas. 
Anotações conferência 
 
OBS: iatrogenia é qualquer efeito maléfico que cause prejuízo a saúde do idoso. 
Critério de Beers para ver os fármacos que podem ser usados nos idosos. 
OBS: escala de AVDs para classificar imobilidade. 
 
OBS: 2ª maior consequência de quedas em idoso é fratura de fêmur. 
Testes de imobilidade: “get up and go” e funcional reach test.

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