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SISTEMA DE ENSINO
MEDICINA LEGAL
Noções de Medicina Legal
Livro Eletrônico
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Sumário
Noções de Medicina Legal ............................................................................................................. 4
1. Noções de Tanatologia Forense. .............................................................................................. 4
1.1. Aspectos Gerais. Morte Aparente ......................................................................................... 4
1.2. Morte Natural, morte Violenta, Morte Súbita, Morte Agônica e Morte Suspeita. 
Sobrevivência ................................................................................................................................... 7
2. Noções de Asfixiologia Forense .............................................................................................. 8
2.1. Asfixias Puras ......................................................................................................................... 10
2.2. Asfixias Completas ................................................................................................................12
3. Noções de Instrumentos de Ação Mecânica ........................................................................15
3.1. Lesões e Mortes por Ação Contundente, por Armas Brancas e por Projéteis de 
Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia ..................................................................................15
3.2. Lesões e Mortes Produzidas por Ação Contundente ......................................................16
3.3. Lesões e Mortes por Armas Brancas ................................................................................24
3.4. Lesões e Mortes por Projéteis de Arma de Fogo Comuns e de Alta Energia ............ 30
4. Noções de Agentes Químicos e Térmicos ............................................................................43
4.2. Lesões e Mortes por Ação Elétrica ....................................................................................44
4.3. Lesões e Mortes por Baropatias ........................................................................................ 45
4.4. Lesões e Mortes por Ação Química ...................................................................................46
4.5. Lesões e Mortes por Explosivos ........................................................................................ 47
5. Noções de Sexologia Forense ................................................................................................ 47
5.1. Estupro ..................................................................................................................................... 47
Resumo ............................................................................................................................................ 55
Questões de Concurso ................................................................................................................. 59
Gabarito ........................................................................................................................................... 79
Referências .....................................................................................................................................80
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Apresentação
Olá, caro(a) amigo(a) concursando(a)! Como vai você?
Firme e forte nos estudos? Torço que sim. 
Para quem ainda não pôde me conhecer, eu me chamo Fernando Henrique Santos Terra, 
sou Promotor de Justiça no Estado do Acre (sim! Ele existe!) há cerca de cinco anos, além de 
ter sido servidor efetivo e comissionado também por cinco na mesma casa: o Ministério Pú-
blico acriano.
Eu conto um pouco dessa minha trajetória no intuito de esclarecer qual a minha principal 
relação com a disciplina objeto desta e das próximas aulas, a Medicina Legal. Como Promotor 
de Justiça, especialmente agora que estou no Tribunal do Júri, mas desde que comecei a traba-
lhar no MPAC, é recorrente me deparar com os “produtos” dos conhecimentos médicos-legais.
Por isso, todas as aulas foram pensadas para proporcionar a você, concursando(a), basica-
mente dois pressupostos: apresentar o conteúdo necessário para compreender uma matéria 
que não é tão corriqueira aos estudos dos concurseiros em geral, e garantir o nível de profun-
didade capaz de permitir a resolução de questões, notadamente as mais técnicas.
Com exceção das carreiras específicas da área da Medicina Legal, o que se percebe das 
provas de concursos em que a matéria é cobrada é um misto de conhecimento puramente te-
órico (conceitos e definições, alguns deles específicos) com a aplicação prática considerando 
o dia do profissional das carreiras policiais.
Portanto, se me permite um sincero conselho, recomendo a leitura paciente e compreen-
siva de conteúdo exposto nas aulas, o que, por não ser muito familiar aos estudantes, requer, 
para ser aprendido, repetição e prática. Em outras palavras: leitura, revisão e resolução de 
questões. Além disso, por mais que sejam apenas cinco questões nesse primeiro momento da 
prova objetiva, enquanto eu prestava concursos, sempre pensei: “cada ponto importa”.
Enfim, espero sinceramente que você aprecie esta aula e as próximas, e que, qualquer dú-
vida, estou a disposição no Fórum do Aluno para esclarecer ou para trocarmos ideias sobre 
os conteúdos.
Preparado(a)? Vamos nessa!
Fernando Terra
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
1. Noções de TaNaTologia ForeNse.
1.1. aspecTos gerais. MorTe apareNTe
Olá, caro(a) aluno(a)! Como vai? Chegamos finalmente na terceira (e uma das mais impor-
tantes) aulas: a tanatologia, que é o ramo da medicina legal que estuda a morte e as implica-
ções a ela relacionadas, principalmente sobre o destino do cadáver ou de suas partes. 
Isso é, cuida do estudo da morte propriamente dita, dos fenômenos relacionados ao diag-
nóstico da morte e dos exames de locais de morte violenta ou suspeita (perinescroscopia). Só a 
título de curiosidade: o termo deriva da palavra tanatos, que representa o deus grego da morte.
Efetivamente, a tanatologia é relevante porque auxilia a autoridade policial e o perito a es-
tabelecerem as circunstâncias de um episódio envolvendo a morte, especialmente com o fim 
de identificar a autoria do fato criminoso.
Por morte, entende-se, sinteticamente, como a cessão dos fenômenos vitais pela para-
da das funções cerebral, respiratória e circulatória. Pode ser classificada em (Croce; Croce 
Jr., 2012): 
1. Anatômica: cessação completa e permanente de todas as grandes funções do organis-
mo entre si e o meio ambiente;
2. Histológica: é o processo decorrente da morte anatômica, em que os tecidos se as célu-
las do organismo morrem paulatinamente;
3. Aparente: o indivíduo assemelha-se ao morto, mas está vivo por débil persistência da cir-
culação, podendo durar horas, como nos casos de morte súbita, mas pode haver sobrevivência 
após pronta e rápida intervenção médica;
4. Relativa: o indivíduo jaz como morto, vitimado por parada cardíaca diagnosticada pela 
ausência de pulso em artéria calibrosa;
5. Intermédia: modalidadeadmitida somente por alguns autores, é explicada como a que 
precede a absoluta e sucede a relativa, como estágio da morte definitiva; e
6. Real: é o ato de cessar a personalidade e fisicamente a conexão orgânica por inibição da 
força de coesão intermolecular e o de formar-se paulatinamente a decomposição do cadáver.
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MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Já o diagnóstico da realidade da morte é feito pela tanatognose, que avalia os chamados 
sinais de morte, classificados em duvidosos, prováveis e certos. Atualmente, utiliza-se como 
conceitos mais apropriados – até pela sua precisão – os de:
1. Morte circulatória: dá-se com a parada circulatória irreversível, principalmente pela au-
sência de batimentos cardíacos. É o método tradicional; e
2. Morte cerebral: é a morte encefálica geral e não só do córtex, ainda que o coração es-
teja em funcionamento. Ocorre com a morte do tronco encefálico (Ponte de Varólio e Bulbo 
Raquidiano).
A Resolução n. 2.173/17, do Conselho Federal de Medicina, dispõe sobre os critérios de 
constatação de morte encefálica.
De acordo com o documento, são submetidos a procedimentos para verificação por morte 
encefálica os pacientes que apresentem:
a) coma não perceptivo,
b) ausência de reatividade subpraespinhal e
c) apneia persistente, bem como os seguintes requisitos:
1. Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte 
encefálica;
2. Ausência da fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico;
3. Tratamento e observação em hospital por no mínimo 6 horas, salvo se a causa primária 
for encefalopatia hipóxico-isquémica, cuja observação será de, no mínimo, 24 horas;
4. Temperatura corporal (esofagiana, vesical ou retal) superior a 35º, saturação artéria de 
oxigênio acima de 94% e pressão arterial sistólica maior ou igual a 100mmHg ou pressão 
arterial sistólica média maior ou igual a 65mmHg para adultos (se em menores, há diferença 
conforme a idade até 15 anos).
Não só isso: é obrigatório, ainda, que sejam realizados outros procedimentos a fim de de-
terminar a morte encefálica:
1. Dois exames clínicos que confirme coma não perceptivo e ausência de função do tronco 
encefálico;
2. Teste de apneia confirmando a inexistência de movimentos respiratórios após es-
timulação; e
3. Exame complementar da ausência de atividade encefálica, seja por ausência de perfu-
são sanguínea cerebral, ou ausência de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade 
metabólica cerebral.
No caso de crianças menores de dois anos, no intermédio das duas avaliações clínicas, o in-
tervalo mínimo varia de acordo com a faixa etária (art. 3º, § 4º, da Resolução; item 1 do anexo).
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
001. (PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2012) Para se realizar um transplante cardíaco, 
considera-se como sinal de morte do doador:
a) a parada dos movimentos cárdio circulatórios.
b) a parada cárdio respiratória irreversível.
c) a parada cardíaca definitiva.
d) a lesão cerebral irreversível.
e) a suspensão irreversível da atividade encefálica.
A morte atualmente é definida por critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, 
que a considera como sendo a parada total e irreversível das atividades encefálicas. Portanto, 
a retirada de órgãos ou de partes do corpo para fins de transplante só será realizada a pós a 
confirmação de morte encefálica.
Atenção! Vale lembrar que morte cerebral não é sinônimo de morte encefálica. O encéfalo 
abrange o cérebro, cerebelo e tronco encefálico.
Letra e.
Nesse contexto, compreende-se como morte aparente, segundo Croce e Croce Jr. (2012), 
aquela em que o indivíduo se assemelha-se ao morto, porém está vivo, em débil persistência 
da circulação. Pode durar horas, sendo possível a recuperação pelo emprego de socorro médi-
co imediato e adequado.
É um estado de profundo embotamento das funções vitais, o que dificulta escutar os bati-
mentos cardíacos, tendo em vista estarem muito fracos, ou perceber os movimentos respira-
tórios (Ferreira, 2020).
Diante desse quadro, fala-se em sinais tanatomiméticos, que imitam a morte real, mas com 
ela não se confundem (Ferreira, 2020): afogamento, catalepsia (ausência crônica de vontade), 
êxtase, ação do frio, transe, eletroplessão, estados gerais de coma e abuso de barbitúricos 
(fármacos que deprimem o sistema nervoso central).
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A chamada tríade de Thoinot define clinicamente o estado de morte aparente e consiste 
em: a) imobilidade; b) ausência aparente de circulação; c) ausência aparente de respiração.
1.2. MorTe NaTural, MorTe VioleNTa, MorTe súbiTa, MorTe agôNica e 
MorTe suspeiTa. sobreViVêNcia
Croce e Croce Jr. (2012), anota que morte natural é a decorrente de causas patológicas ou 
por grave malformação, incompatível com a vida extrauterina prolongada. Por sua vez, morte 
violenta é a resultante de ação exógena e lesiva, ainda que tardiamente, contra o corpo, poden-
do ser causada por acidente, suicídio ou crime.
002. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2018) Um homem de quarenta e 
cinco anos de idade morreu após se engasgar com um pedaço do sanduíche que comia em 
uma lanchonete. Ele estava na companhia do seu cunhado, que não conseguiu ajudá-lo a re-
tomar o fôlego. Os empregados da lanchonete acionaram o socorro médico, mas não houve 
êxito na tentativa de evitar a morte do homem.
Considerando essa situação hipotética e os diversos aspectos a ela relacionados, julgue o 
item a seguir.
O evento morte descrito será classificado, quanto à causa jurídica, como morte natural.
A assertiva não trata de uma situação de morte natural, mas sim de morte violenta, na moda-
lidade morte acidental.
Morte natural é aquela que sobrevém motivada amiúde por causas patológicas ou por grave 
malformação, incompatível com a vida extrauterina prolongada. Por sua vez, morte violenta é 
aquela que resulta de uma ação exógena e lesiva (suicídio, homicídio, acidente), mesmo tardia-
mente, sobre o corpo humano.
Errado.
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Define-se a morte súbita como toda que ocorre de forma inesperada, que se produz ines-
peradamente, precedida ou não de agonia, de modo que não é possível explicá-la ao tempo de 
evolução da causa da morte.
A morte agônica é a considera lenta, sofrida, em tempo relativamente longo. Isso implica 
na formação mais lenta dos livores hipostáticos. A fim de diferenciá-la da morte súbita, exis-
tem dois elementos consistentes nas docimásias hepáticas e suprarrenais,que se baseiam na 
pesquisa de glicose e de glicogênio no fígado, e de adrenalina e sua dosagem nas glândulas 
suprarrenais.
Graficamente:
Docimásia Hepática Química
(Lacassagne e Martin)
Docimásia Suprarrenal
(Leoucini e Cevidalli)
Analisa o nível de glicogênio e glicose no 
fígado. Caso esteja baixo, indica positivo 
para morte agônica; se regular a reserva 
de glicogênio, a morte foi rápida.
Avalia o nível de adrenalina nas glândulas 
suprarrenais. Terá havido morte agônica 
se os níveis estiverem baixos (depleção); se 
regulares (repleção), a morte terá sido rápida.
Por morte suspeita, compreende-se a que ocorre em pessoas de aparente boa saúde e, 
inesperadamente, sem causa evidente, ou com sinais de violência definidos (por exemplo, si-
mulação de suicídio) ou indefinidos, incute-se desconfiança sobre sua origem. Assim, é a mor-
te em que sempre houver a possibilidade de não ter sido natural a sua causa (Hygino Hercules 
citado por Ferreira, 2020).
Por fim, sobrevivência é “o período de tempo que vai desde o evento danoso até a morte”, 
“os últimos momentos da vida; o estado que precede a morte” (p. 1678), período esse em que, 
caso advenha a morte, permitirá verificar se ocorreu morte agônica ou morte rápida.
2. Noções de asFixiologia ForeNse
Compreende-se por asfixia a supressão da respiração, decorrente de energia físico-quí-
mica, e inviabilização da passagem do ar para as vias respiratórias, alterando a composição 
bioquímica do sangue.
Denomina-se tríade asfíxica os sinais comuns às modalidades de asfixia, além de outros 
elementos (conforme Douglas; Greco, 2019):
1. Sangue fluido escuro: dá-se pelo aumento do CO2, salvo no afogamento (em que o san-
gue é claro). Implica a redução da viscosidade do sangue;
2. Congestão polivisceral;
3. Equimose de Tardieu ou Macha de Tardieu, que surgem na região subpleural, subepicar-
dia e subconjutival.
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
Saliente-se, oportunamente, que autores como Ferreira (2020) indicam como terceiro ele-
mento da tríade asfíxica o escuro, que ocorre também pelo excesso de CO2. De qualquer sorte, 
além dos que compõe a sobredita tríade, é possível indicar, com relação aos sinais em geral, a 
classificação a seguir, dividindo-a em elementos externos e internos (França, 2017):
SINAIS GERAIS
Externos
1. Manchas de hipóstase/ 
livores de hipóstase
Variam conforme a tonalidade por causa de monóxido 
de carbono, podendo ser precoces, abundantes e 
escuras. São comuns de estarem presentes.
2. Cianose facial
Frequente no estrangulamento e na esganadura, e 
menos presente nos casos de enforcamento e de 
asfixia por gases.
3. Projeção ou protusão 
da língua e exoftalmia
Ocorrem nas asfixias mecânicas. Entende-se por 
exftalmia a projeção do globo ocular para fora 
(proptose).
4. Cogumelo de espuma Comum em afogados, cobrem a boca e as narinas e continua pelas vias aéreas inferiores.
5. Equimoses da pele 
e mucosas (petéquias)
Dá-se nas mucosas, como na conjutiva palpebral e 
ocular, nos lábios e raramente no nariz.
Internos
6. Equimoses viscerais Ou manchas de Tardieu, com formato arredondado e tamanho variável (cabeça de alfinete ou lentilha).
7. Sangue fluído Cor geralmente escura, salvo se a morte for por monóxido de carbono (quando terá cor de cereja).
8. Congestão polivisceral
Identificado pelo sinal de Étienne-Martin, que se 
refere ao pouco sangue no baço pelo processo de 
contração durante o processo asfíxico. Pode se dar, 
principalmente, no fígado e no mesentério.
Com intuito didático, será adotada a divisão das espécies de asfixias a apresentada por 
Genival França (2017), que, por sua vez, utiliza-se da elaborada por Afrânio Peixoto, isso é, em 
termos gerais, asfixias se dividem em puras, complexas ou mistas.
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
2.1. asFixias puras
Ocorrem quando se verificam quadros de hipóxia (baixo teor da concentração de oxigênio) e 
de hipercapnia (dores excessivas decorrentes do aumento de dióxido de carbono no sangue). Po-
dem ser: a) asfixia em ambientes por gases irrespiráveis; b) asfixia por obstaculização da penetra-
ção do ar nas vias respiratórias; c) asfixiar por transformação do meio gasoso em líquido, ou afo-
gamento; d) asfixia por transformação do meio gasoso em sólido, ou pulverulento/soterramento. 
Vejamos as principais características de cada uma.
A) ASFIXIA EM AMBIENTES POR GASES IRRESPIRÁVEIS
Confinamento
Caracteriza-se pela permanência de um ou mais indivíduos em ambiente restrito 
ou fechado e sem condições de renovação do ar, condições em que o oxigênio é 
gradativamente consumido e substituído por gás carbônico, que se acumula.
Por Monóxido de Carbono (CO)
O CO se fixa na hemoglobina e impede o transporte do oxigênio. Tem como sinais 
característicos: rigidez cadavérica mais tardia, baixa intensidade e menor duração.
Por outros vícios de ambientes
Refere-se a outros gases, como os de fossas, poços artesianos, pântanos, ou por agentes 
irritantes, como gás de pimenta e lacrimogênico.
B) ASFIXIA POR OBSTACULIZAÇÃO À PENETRÇÃO DO AR NAS VIAS RESPIRATÓRIAS
Sufocação Direta
Pode ser:
a) por obstrução da boca e das narinas – acidental ou criminosa, comum em crimes 
como o de infanticídio; apresenta sinais como equimoses e escoriações;
b) por obstrução das vias respiratórias inferiores – corpos estranhos obstruem a laringe 
ou a faringe, normalmente ocorrendo em casos acidentais; acontece também quando 
da broncoaspiração de sangue ou vômito.
Sufocação Indireta
Dá-se pela compressão do tórax, e é também chamada de Congestão Compressiva de 
Perthes. Pode ser homicida (muito incomum) ou acidental. Apresenta como sinal mais 
comum a máscara equimótica de Morestin (equimose cérvico-facial), produzida pelo 
refluxo sanguíneo da veia cava superior (forma de hemorragia).
Denomina-se, ainda, Sinal de Valentin a congestão dos pulmões, que foram distendidos, 
e com sufusões hemorrágicas subpleurais.
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003. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MA/2012) Na sufocação indireta por compressão to-
rácica, a vítima asfixia-se pela restrição aos movimentos de inspiração e expiração. O achado 
de necropsia típico desta modalidade de asfixia caracteriza-se por
a) rotura das camadas interna e externa das artérias carótidas.
b) fratura do osso hioide.
c) petéquias subpleurais e subepicárdicas.
d) máscara equimótica ou equimose cérvico-facial.
e) cogumelo de espuma eliminado pelos orifícios da face.
A sufocação indireta ou compressão do tórax ou congestão compressiva de Perthes pode ter 
origem homicida (processo em que o criminoso senta sobre o tórax da vítima) ou acidental 
(em casos de pisoteamento, deslizamentos etc). No caso, é comum a presença do da máscara 
equimótica da face, conhecida como máscara equimótica de Morestin, proveniente da estase 
mecânica da veia cava superior. Deve-se fazer a diferençaentre congestão da face e manchas 
de hipóstase por posições especiais do cadáver, como nos afogados que, submersos, ficam 
de cabeça para baixo.
Letra d.
C) ASFIXIA POR TRANSFORMAÇÃO DO MEIO GASOS EM LÍQUIDO
Afogamento (Ferreira, 2020)
Ocorre quando há a penetração de um líquido ou semilíquido nas vias respiratórias, 
impedindo a passagem do ar até os pulmões.
Sinais Característicos
Externos: 1. Baixa temperatura da pele (exceto se a vítima for rapidamente retirada do 
meio, da água; 2. Cogumelo de espuma (indicativo de edema nos pulmões; característica 
não é exclusiva dos afogamentos); 3. Sinal de Bernt (pele anserina, pele de galinha); 4. 
Retração do mamilo, saco escrotal e do pênis; 5. Maceração da derme; 6. Mancha verde 
da putrefação; 7. Cabeça de negro de Lecha-Marzo; 8. Lesões causadas por animais 
aquáticos ou por embarcações; 9. Dentes rosados.
Internos: 1. Líquido e corpos estranhos nas vias respiratórias; 2. Diluição do sangue; 3. 
Machas de Paltauf; 4. Hemorragias cranianas (temporal/sinal de Niles – extravasamento 
de sangue no ouvido médio; etmoidal/Vargas-Alvarado – extravasamento de sangue 
no osso etmoide, atrás do nariz); 5. Líquido no sistema digestivo; 6. Alterações e lesões 
nos pulmões.
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MEDICINA LEGAL
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C) ASFIXIA POR TRANSFORMAÇÃO DO MEIO GASOSO EM MEIO SÓLIDO
Pulverulento, Soterramento
Soterramento em sentido estrito se dá pela penetração de substância sólida ou 
semissólida, pulverulenta ou granular, na árvore respiratória. Normalmente, é acidental.
2.2. asFixias coMpleTas
Conforme Ferreira (2020), as asfixias completas resultam da 
constrição das vias aéreas com simultâneo quadro de hipóxia e aumento de gás carbônico, 
além de interrupção da circulação do cérebro e inibição provocada pela compressão dos ele-
mentos nervosos do pescoço.
É usual que sejam divididas em asfixias por constrição passiva (enforcamento) ou ativa do 
pescoço (esganadura).
2.2.1. Enforcamento
Ocorre pela constrição do pescoço exercida por um laço, cuja extremidade se acha fixa em 
um determinado ponto dado, tendo por força atuante o próprio peso do corpo da vítima (por 
isso, é passivo); o ar é interrompido pela constrição externa (Douglas; Greco, 2019).
Denomina-se típico o enforcamento no qual o nó se localiza na parte de trás do cor-
po da vítima; atípico quando o nó está na parte frontal ou lateral do corpo, sendo hipótese 
mais incomum. 
Doutro digo, diz-se completo quando o corpo está totalmente suspenso, de modo que o 
corpo não toca o solo; já o incompleto ocorre quando a vítima toca, de alguma forma, o solo 
com qualquer parte do corpo (mais comum os pés e os joelhos).
Como lesões típicas, tem-se um sulco oblíquo, ascendentes, mais acentuado no nível da 
alça e interrompido no nível do nó; não é contínuo e, em geral, único. A rigidez cadavérica é 
mais tardia.
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Sinais Gerais do Sulco
1. Infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco (Neldying);
2. Decalques produtores de relevos do laço (Bonnet);
3. Zona violácea ao nível das bordas (Thoinot); e
4. Placas violáceas de livores nas porções superiores e inferiores do sulco (Ponsold).
Sinais característicos da constrição do pescoço com laço
1. Sinal de Lesser: lesão da íntima das carótidas interna e externa;
2. Sinal de Zienke: lesão da íntima das jugulares;
3. Sinal de Amussat: lesão da íntima da carótida primitiva;
4. Sinal de Etienne-Martin: lesão da adventícia da carótida primitiva;
5. Sinal de Brouardel-Vibert-Descourt: equimose retrofaringeana;
6. Sinal de Bonnet: ruptura das cordas vocais;
7. Sinal de Dotto: ruptura da bainha de mielina do nervo vago;
8. Sinal de Orso`s: gota de gordura no tecido subcutâneo;
9. Sinal de Ambroise-Paré: luxação da 2ª vértebra cervical;
10. Sinal de Hoffman-Haberd: infiltração hemorrágica na derme e no tecido subcutâneo;
11. Sinal Morgagni-Valsalva-Orfila-Roemmer: fratura do corpo do osso hioide;
12. Sinal de Helwiz: fratura do corpo da cartilagem cricoide;
13. Sinal de Friedberg: infiltração sanguínea na adventícia;
14. Sinal de Hoffmann: fraturas das apófises superiores da cartilagem tieroide;
15. Sinal de Amussat-Devergie-Hoffman: seção transversal da túnica íntima da carótida 
comum;
16. Sinal de Schulz: borda superior do sulco saliente e violácea.
2.2.2. Estrangulamento e Esganadura
É a forma de asfixia mecânica pela constrição do pescoço por um laço, tendo como agente 
atuante a mão humana, que o traciona, ou qualquer outro elemento que não o peso da vítima 
(por exemplo, um garrote). O laço obstaculiza a passagem de ar para os pulmões, interrompe a 
passagem de sangue pelo pescoço e comprime os nervos da região. É mais comum em casos 
de homicídios.
Possui como sinais característicos externos: face das pessoas estranguladas é sempre 
tumefeita, vultuosa e violácea; lábios e orelhas arroxeados; e o sulco é na direção do enforca-
mento e profundidade uniforme por não haver descontinuidade. 
Uma diferença do enforcamento para o estrangulamento consiste em que, no primeiro, o 
sulco é único, alto (acima da laringe). No estrangulamento, o sulco é costumeiramente múltiplo 
e sobre a laringe (baixo), fundo escoriado por causa do atrito entre o laço e a pele.
Já na esganadura, a constrição do pescoço é feita pelas mãos e obstrui a passagem do ar. 
É sempre homicida. Por isso, pode vir acompanhada de outras lesões, como a de defesa nas 
mãos e antebraços.
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Identifica-se pela presença de estigmas ungueais (lesões semilunares, causadas pelas 
unhas) ao redor do pescoço, bem como equimoses e escoriações. Pode-se, ainda, encontrar 
petéquias pela face e pescoço, infiltrações hemorrágicas nos tecidos lesionados etc.
004. UEG/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-GO/2018) As asfixias mecânicas se enquadram na cate-
goria dos traumas de natureza fisicoquímica. Nos casos das constrições cervicais – enforca-
mento, estrangulamento e esganadura – as asfixias demonstram sinais característicos que as 
diferenciam entre si. Nesse sentido, verifica-se o seguinte:
a) num enforcamento, diferentemente de um estrangulamento, é possível reconhecer o mate-
rial empregado no laço, a partir da marca deixada na pele.
b) a esganadura só ocorre na forma dolosa, uma vez que as formas acidental e culposa são 
afastadas pelo mecanismo de ação empregado.
c) nos estrangulamentos, os sinais são constituídos de equimose facial associada a marcas 
ungueais, os quais permitem a identificação do agressor.
d) uma suspensão incompleta, num caso de enforcamento, aponta, direta e inquestionavel-
mente, para um homicídio por execução da vítima.
e) dentre as asfixias por constrição cervical, a mais rápida delas em termos de ocorrência da 
morte é representada pelo estrangulamento.
a) Errada. Na esganadura utilizam-se as mãos, ou seja, não se utiliza um laço para a prática 
do ato material para a prática doato. No enforcamento é possível saber se o laço utilizado era 
mole, mais firme, se foi utilizado mais de um laço, por exemplo.
b) Certa. Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se verifica pela constrição do pescoço 
pelas mãos, ao obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até os pulmões. 
É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental.
c) Errada. Trata-se da esganadura, que consiste em escoriações produzidas pelas unhas do 
agressor, teoricamente de forma semilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada, 
conhecidas como estigmas ou marcas ungueais. Podem também ter a forma de rastros esco-
riativos. Se o criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em maior quantidade no 
lado esquerdo do pescoço da vítima.
d) Errada. Considera-se suspensão típica (ou completa) aquela em que o corpo fica totalmente 
sem tocar em qualquer ponto de apoio; e suspensão atípica ou incompleta, se é apoiado pelos 
pés, joelhos ou outra parte qualquer do corpo (abdôme, por exemplo).
e) Errada. Não é possível ser feita essa informação. Há inúmeros fatores que interferem na 
prática do crime, tais como circunstanciais, pessoais, dentre outros.
Letra b.
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3. Noções de iNsTruMeNTos de ação MecâNica
3.1. lesões e MorTes por ação coNTuNdeNTe, por arMas braNcas e 
por projéTeis de arMa de Fogo coMuNs e de alTa eNergia
Caro(a) aluno(a): começaremos, agora, a abordagem e o estudo de um dos temas mais 
abrangentes e relevantes da Medicina Legal, e que certamente é muito comum no dia a dia de 
quem ocupa alguma das posições nas carreiras policiais: a Traumatologia Forense, que estu-
da, basicamente, os traumas, lesões, instrumentos e ações vulnerantes a fim de esclarecer, o 
mais próximo possível, como se deu a dinâmica dos fatos.
Em conjunto com a Tanatologia Forense, que, sinteticamente, refere-se ao estudo da morte 
das consequências a ela inerentes, formam os principais temas em Medicina Legal no estudo 
para concursos.
Assim, como o próprio título principal propõe, estudaremos as lesões corporais do ponto 
de vista jurídico, as energias causadoras do dano e os aspectos do diagnóstico, prognóstico e 
suas implicações médico-legais.
TRAUMATOLOGIA FORENSE 
estuda...
Lesões Corporais
(no contexto jurídico) Energias Causadoras
Diagnóstico
Prognóstico e
Consequências Médico-legais
No contexto do estudo da Traumatologia (também denominada Lesonologia Médico-Le-
gal), entende-se por trauma a incidência de uma energia externa sobre o indivíduo capaz de 
causar uma alteração da normalidade (física ou mental), com ou sem alteração da morfologia 
corporal; já a lesão é entendida como sendo a alteração estrutural decorrente da agressão 
ao organismo, macrocospica ou microscopicamente visualizável (HERCULES citado por FER-
REIRA, 2020).
TRAUMA LESÃO
Energia externa que atua sobre 
o indivíduo capaz alternando a 
normalidade física ou mental, com ou 
sem alteração da morfologia corporal.
Alteração estrutural decorrente da 
agressão ao organismo, macrocospica ou 
microscopicamente observável.
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Por sua vez, o que causa as lesões ou os danos são as chamadas energias vulnerantes, 
variando conforme sua origem. Conforme classificação de Borri (e também de Genival França): 
a) mecânicas – perfurante, cortante, contundente, perfurocontundente, perfurocortante e cor-
tocontundente; b) física; c) química; d) físico-química; e) bioquímica; f) biodinâmica; g) mista 
(FERREIRA, 2020).
Nesta aula, o estudo se concentrará nas lesões e mortes causadas por energias mecâni-
cas. Conforme Deltan Croce e Deltan Croce Júnior (2009), são aquelas que, “atuando mecani-
camente sobre o corpo, modificam, completa ou parcialmente, o seu estado de repouso ou de 
movimento [e atuam] por pressão, percussão, tração, compressão, torção, sucção, explosão, 
contrachoque, deslizamento e distensão” (p. 919). Podem ser por: 
A) armas naturais: mãos, pés, cotovelos, dentes, unhas;
B) armas propriamente ditas: punhal, soco inglês, peixeira, arma de fogo;
C) armas eventuais: navalhas, lâminas, facas, barra de ferro, bengala;
D) maquinismos e peças de máquinas;
E) animais: cães, gatos, onças;
F) meios diversos: quedas, explosões, entre outros.
Começaremos, então, pelo estudo das ações contundentes. Vamos lá?
3.2. lesões e MorTes produzidas por ação coNTuNdeNTe
Ação contundente é aquela causadora de dano de forma ativa (instrumento se choca com 
o corpo), passiva (corpo choca-se com o instrumento) ou mista (biativa ou bioconvergente), re-
sultante em lesões superficiais e profundas denominadas contusão e ferida contusa (CROCE; 
CROCE JR., 2009).
CONTUSÃO FERIDA CONTUSA
Derramamento de sangue nos interstícios 
tissulares, sem qualquer efração nos 
tegumentos, consequente a uma ação 
traumática no organismo.
É lesão fechada com comprometimento 
do tecido celular subcutâneo e 
integridade real ou aparente da pele e 
das mucosas.
É a contusão aberta decorrente de 
o organismo ter sofrido solução de 
continuidade pela ação traumática do 
instrumento vulnerante.
Dentre as espécies de contusão, temos: a) escoriação; b) hematoma; c) rubefação; d) bos-
sa sanguínea e linfática; e) equimose. Vejamos detalhadamente cada uma.
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A.1) Escoriação
Resultante da ação tangencial do agente vulnerante, consiste no arrancamento parcial ou 
total da epiderme com a exposição da derme (Douglas; Greco, 2019). Há autores que denomi-
nem de abrasão (Dalla Volta) ou de erosão epidérmica (Simonin), conforme Ferreira, 2020.
Sua importância médico-legal tem relação com a forma, localização, tonalidade e evolução 
da crosta, que se forma em cerca de 24 horas, levando de 20 a 30 dias para se regenerar total-
mente (não é cicatrização); pode, ainda, interessar para entender qual o tipo de lesão pretendia 
o autor causar (Douglas; Greco, 2019).
Fonte: https://br.depositphotos.com/stock-photos/escoriações.html
A.2) Hematoma
São coleções sanguíneas resultantes de sangue derramado. Isso é, como a pele possui 
alguma resistência elástica, os hematomas ocorrem pelo rompimento dos vasos mais cali-
brosos (artérias e veias) localizados mais abaixo dela, causando o extravasamento de sangue 
para o tecido subcutâneo que, por não conseguir se espalhar para os demais, permanece agru-
pado (Douglas; Greco, 2019). 
Diferencia-se da equimose porque nestas o sangue está infiltrado, espalhado nas malhas 
dos tecidos, enquanto nos hematomas os tecidos próximos se deslocam e são comprimidos 
(Ferreira, 2020).
Fonte: https://www.radiocidadejundiai.com.br/2020/09/18/cronica-manchas-roxas-na-pele-jose-carlos-brito/
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A.3) Rubefação
Cuida-se da congestão de pouca intensidade (por exemplo, um tapa com a mão aberta) 
que pode desaparecer em pouco tempo (minutos ou horas), por isso a necessidade de logo ser 
examinado pericialmente a fim de caracterizar ou não infração (como vias de fato ou lesão, a 
depender da intensidade), conforme registra Douglas e Greco (2019).
Não se confunde com o eritema de menor grau (vermelhidão) ou o eritema traumático, este 
uma forma mais leve ou insignificante de lesão. Normalmente, nesses casos, não implica em 
violação à integridade física.
A rubefação, porém, assemelha-se ao eritema traumático, porém em grau maior, pois desa-
parece em cerca de seis a 24 horas, dependendo da região atingida, da irrigação sanguínea e 
da intensidade da ação contundente (idem). 
A.4) Bossas (Sanguínea e Linfática)
A bossa sanguínea consiste no hematoma em que o derrame sanguíneo, inviabilizado de 
se espalhar nos tecidos moles em geral e por planos ósseos subjacentes (como na cabeça), 
coleciona e forma bolsas pronunciadamente salientes na superfície cutânea (Croce; Croce Jr., 
2009). No couro cabeludo, é conhecido popularmente como “galos”.
Por sua vez, a bossa linfática (derrame subcutâneos de serosidade de Morell-Lavellée) cons-
titui-se em coleções de linfa decorrentes de trauma em linfáticos por contusões tangenciais. 
A.5) Equimose
É o extravasamento, superficial ou profundo, de sangue que se infiltra e coagula em malhas 
do tecido do corpo. A presença de equimoses permite não só a determinação da ação con-
tundente, como também se, no momento de sua ocorrência, havia vida ou não. Auxilia, ainda, 
na verificação do tipo de agressão empregada, a cronologia da lesão (através de sua cor) e o 
agente causador (objeto). 
As equimoses podem ser classificadas em: 
A) Imediatas ou tardias;
B) Superficiais ou profundas (nos órgãos internos);
C) Intra vitam ou post mortem (que, em regra, não seriam equimoses verdadeiras, mas 
“falsas equimoses”; no caso, a diferença será determinada pelo Índice de Verderau, isso é, se 
houve reação inflamatória, é intra vitam, caso não, é post mortem);
D) No local ou a distância; e
E) Por rotura dos vasos sanguíneos ou por diapedese (quando ocorre a violação das pare-
des dos vasos sanguíneos pelas células sanguíneas).
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Informação relevante diz respeito à evolução cromática das equimoses, ou espectro 
equimótico de Legrand du Saulle, Tourdes e Devergie (Ferreira, 2020), que, embora tenha 
valor relativo, consiste na evolução da tonalidade das equimoses ao longo do tempo. Ve-
ja-se graficamente:
LEGRAND DU 
SAULLE TOURDES DEVERGIE
SUBSTÂNCIA Cor da Equimose Tempo Tempo Tempo
Hemoglobina Vermelho-violáceo 1º ao 3º dia Recente 1º - 2º dia
Hemossiderina Violáceo-azulado 2º ao 3º - 4º ao 6º dia 3º - 6º dia 3º dia
Hematoidina e 
biliverdina Azul-esverdeado
4º a 6º - 7º ao 
10º dia 7º ao 12º dia 5º - 6º dia
Hematina e 
bilirrunina Amarelado 12º dia 12º ao 17º dia 7º dia
OBS.: as equimoses tendem a desaparecer 
em torno do 15º ao 20º dia.
A literatura médica apresenta os seguintes tipos de equimoses (conforme Ferreira, 2020; e 
Douglas; Greco, 2019):
TIPO DESCRIÇÃO
1. Petéquias
Equimoses pequenas do tipo pontilhado hemorrágico. Comum 
em mortes rápidas.
Resulta do aumento da permeabilidade capilar por hipóxia 
e hipercapnia (gás carbônico em excesso no sangue) e/ou 
hipertensão capilar. Exemplo: petéquias no globo ocular no caso 
de asfixia mecânica.
2. Víbices
Forma de estria, como típicas de estrias de pneus de automóveis 
(estrias pneumáticas de Simonin).
3. Sugilação
Equimose em forma de pequenos grãos resultantes da 
confluência destes em área bem delimitada. Ex.: o “chupão”, dos 
atos libidinosos.
4. Equimona Equimose de grandes proporções.
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TIPO DESCRIÇÃO
5. Manchas 
equimóticas 
lenticulares de 
Tardieu
Equimoses de ordem físico-química. Pequenas e violáceas, do 
tamanho de uma lentilha, patognômicas de asfixias mecânicas do 
tipo sufocação direta.
6. Manchas 
supleurais de 
Paltauf
Equimoses de origem físico-química sugestivas de afogamento ou 
insuficiência respiratória aguda, mais extensas que as de Tardieu 
e de contornos irregulares.
7. Cianose 
cérvico-facial 
(ou máscara 
equimótica de 
Morestin)
Ocorre nos casos de compressão do tórax por sufocação indireta, 
que mantém os vasos cervicais e faciais cheios de sangue. É intra 
vitam.
8. Equimoses 
perianais ou 
vulvovaginais
Não se confunde com as causadas por atos libidinosos. Decorrem 
de parasitoses locais e de alterações dermatológicas provenientes 
da coceira ou prurido nas regiões anal e vaginal. Outros autores, 
no entanto, indicam se tratar de equimoses decorrentes de lesões 
na região.
9. Equimoses de 
etiologia não 
mecânica
Consideram-se equimoses espontâneas (ou manchas emotivas), 
chamadas de púrpuras e decorrem de entidades mórbidas que 
evoluem deixando marcas roxas (equimoses) pelo corpo.
10. Equimose 
retrofaringeana 
de Brouardel
Indica constrição do pescoço.
11. Equimoses 
resultantes de 
enforcamentos
Indica agressão por enforcamento, esganadura, contusão local 
ou estrangulamento. Ocorrem nos tecidos moles subjacentes à 
pele do pescoço.
12. Equimose a 
distância
São as equimoses que surgem em pontos totalmente diferentes 
do local da lesão. Podem decorrer de efeitos sistêmicos. Hipóteses: 
a) sinal do zorro (ou do guaxinim); b) sinal de Batte; c) sinal de 
Cullen.
13. Mobilidade 
equimótica
Equimoses que se deslocam do ponto de contusão para regiões 
mais afastadas e as equimoses mais profundas, visíveis com 
quatro a cinco dias.
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005. (FAPEMS/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MS/2017) Leia o seguinte excerto: a traumatolo-
gia forense estuda aspectos médico-jurídicos das lesões, dentre as quais a lesão ou espectro 
equimótico. Segundo CROCE (2012), “a equimose é definida como a infiltração e coagulação 
do sangue extravasado nas malhas dos tecidos, sem efração deles. O sangue hemorrágico 
infiltra-se nos interstícios íntegros, sem alinhamento, originando a equimose” CROCE, Delton. 
CROCE JR. Manual de medicina Legal. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 306.
A respeito dessas lesões, assinale a alternativa correta.
a) As formas de equimose são variadas, por isso as chamadas víbices são aquelas ocorrentes 
em ampla área de efusão sanguínea.
b) Sugilação é o termo que define um aglomerado de petéquias.
c) O estudo das equimoses não é considerado para análise das contusões.
d) Em medicina legal, pode-se afirmar quehematoma é sinônimo de equimose.
e) Com base no espectro equimótico de Legrand du Saulle, uma lesão ocorrida há 8 dias apre-
senta coloração vermelha.
a) Errada. As víbices consistem em uma equimose que se apresenta pela forma de estrias, em 
formato alongado.
b) Certa. Sugilação consiste em uma equimose que se apresenta na forma de pequenos grãos, 
ex.: chupão; na verdade é um aglomerado de petéquias.
c) Errada. Seu estudo é considerado na análise das contusões.
d) Errada. Hematoma e equimose não são sinônimos. Hematoma advém de uma lesão con-
tusa, que consiste na dispersão de sangue nos tecidos superficiais ou profundos. Equimose 
advém de uma lesão contusa, e consiste no extravasamento do sangue de vaso calibroso, não 
havendo difusão pelos tecidos.
e) Errada. Aspecto Equimótico de Legrand du Saulle- evolução da tonalidade das equimoses 
varia com o passar do tempo: a) vermelho-violáceo, 1º ao 3º dia; b) violáceo-azulado, 2º ao 6º 
dia; c) azul-esverdeado: 4º ao 10º dia; d) amarelado, 12º dia. As equimoses tendem a desapa-
recer a partir do 15º dia ao 20º dia.
Letra b.
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B) Feridas Contusas
As chamadas feridas contusas consistem nas lesões abertas cuja ação contundente foi 
capaz de superar a elasticidade dos tecidos moles (soluções de continuidade que extrava-
sam a pele). 
Possuem várias graduações, desde lesões mais leves até lesões lácero-contundente (ca-
paz de comprometer tendões, músculos ou articulações), variando conforme a profundida-
de atingida.
Conforme Douglas e Greco (2019), as feridas contusas apresentam bordos de ângulos irre-
gulares, feridas escoriadas ou equimosadas; fundo da lesão “sujo” (desigual, irregular), e a pele 
próxima ao ferimento se descola. Diferencia-se da ferida incisa, que é feita com instrumento 
cortante e fica com cicatrização certa.
Por fim, como o processo de regeneração envolve processo de cicatrização difícil, podem 
gerar prejuízos funcionais e estéticos, algo que, eventualmente, possui implicações penais 
(art. 129, do Código Penal).
C) Fraturas
Representam soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos submetidos à ação de 
instrumentos contundentes, seja por compressão, flexão ou torção. Podem ser:
FRATURAS
1. Patológicas Osteoporose, dentre outras.
2. Abertas A solução de continuidade é nos planos superficiais. Recebe o mesmo tratamento das fraturas expostas.
3. Fechadas Completa ou incompleta, com ou sem desvio. Os fragmentos ósseos não extrapolam os limites do corpo.
4. Expostas Os fragmentos ósseos são exteriorizados através da ferida.
5. Completas O osso é dividido em mais de um fragmento.
6. Incompletas Não há divisão do osso.
7. Cominutivas Implicam múltiplos fragmentos ósseos.
8. Diretas No próprio local do traumatismo.
9. Indiretas Observadas em local afastado de onde ocorreu o traumatismo.
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D) Luxação
Dá-se pela perda definitiva, não irreversível, de contato entre superfícies articulares e, via de 
regra, rotura de ligamentos. Pode ser completa (quando há efetiva separação das articulações) 
ou incompletas (subluxação; quando o contato entre as peças envolvidas na lesão é mantido).
006. (ACAFE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SC/2014) O deslocamento de dois ossos, cuja su-
perfície de articulação deixa de manter sua relação de contato, é denominado:
a) escoriação.
b) entorse.
c) luxação.
d) rubefação.
e) fratura.
a) Errada. Escoriação é o arrancamento parcial da epiderme, expondo a derme. Resultante de 
lesão produzida por ação contundente.
b) Errada. Entorse é o estiramento da capsula de uma articulação. Resultante de lesão produ-
zida por ação contundente.
c) Certa. Luxação é o deslocamento permanente de suas superfícies articulares. Resultante de 
lesão produzida por ação contundente.
d) Errada. Rubefação é a vasodilatação que ocorre em vivos causadora do eritema (mancha 
avermelhada e fugaz). Resultante de lesão produzida por ação contundente.
e) Errada. Fratura é a solução de continuidade dos ossos decorrente de compressão, flexão ou 
torção. Resultante de lesão produzida por ação contundente.
Letra c.
E) Rotura (Ruptura) Visceral
Ocorre quando o traumatismo atinge as vísceras, rompendo os órgãos internos (ainda que 
sem repercussão na pele). Pode acarretar hemorragia levando a choque hipovolêmico (pelo 
baixo volume de sangue) com o consequente óbito. 
Pode ser resultante de sucção em razão de explosão, por exemplo. Possível, ainda, ser par-
cial, de forma que as alterações decorrentes surgem momentos depois do trauma.
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F) Esmagamento, Defenestração, Encravamento e Empalamento
O esmagamento se dá com a compressão completa e destrutiva do corpo, podendo ser 
parcial (de um dedo, por exemplo), ou total (do corpo inteiro). Já a defenestração ocorre quan-
do há lesões por precipitação, como, por exemplo, em lesões decorrentes de paraquedismo.
Por sua vez, o encravamento se dá pela penetração de objeto consistente e afiado em qual-
quer parte do corpo, quase sempre acidental. O empalamento, por outro lado, é a penetração 
de objeto de grande eixo longitudinal no ânus ou na região perianal.
3.3. lesões e MorTes por arMas braNcas
3.3.1. Lesões e Mortes por Ação Cortante
Nas palavras de Croce e Croce Jr. (2009), instrumentos cortantes “são os que, agindo por 
um gume afiado, por pressão e deslizamento, linear ou obliquamente sobre a pele os órgãos, 
produzem soluções de continuidade chamadas feridas incisas” (p. 920, grifo nosso). É o caso da 
navalha, do bisturi, da faca, lâminas de barbear, vidro, papel etc. Possuem como características:
LESÕES INCISAS
Características
1. Por causa da ação em arco empregada pelo agressor, o centro da lesão 
incisa é mais profundo do que nas extremidades;
2. Ausência de traumatismos ao redor da ferida;
3. Sangram mais do que as feridas contusas;
4. Bordas da ferida são nítidas, lisas e regulares;
5. Regularidade do fundo da lesão, sem a apresentação de pontes de tecido 
ou regiões mortificadas;
6. São mais extensas do que profundas;
7. Hemorragia, geralmente abundante; e
8. Secção perfeita dos tecidos moles subcutâneos.
Há, ainda, a tipologia das lesões incidas, que podem ser (Douglas; Greco, 2019): 
1. Incisas simples: maior comprimento do que profundidade, bordas regulares e fundo liso 
e brilhante, tegumentares (superficiais);
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2. Em bisel: ou “bico de flauta”, também chamada de ferida “com retalho”, pois a ação é 
realizadade modo oblíquo para destacar uma porção do tecido lesado; e
3. Mutilante: é a que “tira pedaço” (narizes, orelhas, genitálias etc.), uma vez que gera a per-
da de substância pela ação de modo tangencial em relação ao ponto atingido.
Doutro giro, outros aspectos bastante relevantes acerca das lesões incisas dizem respeito 
à sua ordem (primeira, segunda etc.) e sentido (esquerda/direita; cima/abaixo etc.), auxilian-
do em informações descritivas e determinativas. Nesse contexto, os referidos aspectos são 
nomeados como sinais de Romanese e de Lacassagne, Gilvaz e Chavigny, com as seguintes 
características:
SINAIS
1. Sinal de Romanese e 
de Lacassagne
O sinal de Romanese é conhecido como “cauda de 
escoriação” e o de Lacassagne como “cauda de rato” ou 
lesão em acordão/sanfona.
Ambos representam o ponto de saída ou o último ponto 
de contato do instrumento cortante com a pele da vítima.
2. Sinal de Gilvaz Por Gilvaz, tem-se expressão representativa de uma cicatriz no rosto da vítima em função da ação cortante.
3. Sinal de Chavigny
Dá-se quando a ordem das lesões se cruza, de modo que 
a segunda lesão é produzida sobre a primeira, formando 
lesões incisas sobrepostas.
Dada a elasticidade da pele, com a primeira lesão, as 
bordas do ferimento já estarão abertas quando da lesão 
seguinte, que, portanto, não seguirá um trajeto linear.
Ainda com relação à identificação das circunstâncias da ação cortante (ou mesmo con-
tundente), a divisão das lesões em lesões de defesa e lesões de hesitação se destaca para a 
descoberta da causa jurídica do evento, pois pode auxiliar a indicar, com outros elementos 
eventualmente encontrados, se os traumas foram causados porque a pessoa se defendia de 
um agressor, ou se foram em razão de alguma hesitação em uma hipótese de suicídio. 
As lesões de defesa são geralmente situadas em regiões do corpo como o antebraço e as 
palmas da mão (até na parte externa das mãos). Já as lesões de hesitação se apresentam, 
geralmente, múltiplas e nem sempre profundas.
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007. (FUNCAB/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/PC-PA/2016) A ordem das lesões que se cru-
zam e são produzidas por ação cortante decorrente de armas brancas pode ser observada 
através do sinal de:
a) Richter.
b) Chavigny.
c) Knight.
d) Simonin.
e) Legrand Du Saulle.
a) Errada. O método de Richter consiste na injeção de vaselina líquida na base dos dedos, ob-
jetivando dar maior consistência e elasticidade.
b) Certa. Segundo o sinal de Chavigny, quando duas feridas se cruzam, a segunda lesão não 
apresentará uma trajetória em linha reta.
c) Errada. Não há correspondência desse sinal no campo da medicina legal. A única correspon-
dência com “KNIGHT” seria a do estudioso Bernard Knight.
d) Errada. O sinal de Simonin ocorre nos disparos de arma curta e com cano encostado sobre 
a roupa. Consiste em duas zonas concêntricas escuras separadas por uma clara, que circunda 
o orifício produzido pela lesão.
e) Errada. O espectro equimótico de Legrand Du Saulle avalia as gradações de cores da equi-
mose superficial. Possui grande importância para avaliar a data provável da lesão.
Letra b.
3.3.2. Esgorjamento e Decapitação
O esgorjamento se caracteriza como lesão incisa longitudinal na parte anterior do pescoço 
e normalmente envolve longo corte que fere os planos superficiais da pele, músculo e até do 
esôfago; por isso, pode ser suicida e homicida. Já a decapitação (ou degola) se dá na porção 
posterior do pescoço em decorrência de ferida incisa ou cortocontusa, e não pode ser suicida, 
pois inclui o corte da coluna vertebral.
008. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) Com relação à traumatologia médico-
-legal, a diferença conceitual entre degola (decapitação) e esgorjamento reside
a) na separação total da cabeça do restante do corpo na degola, sendo a lesão sempre profunda.
b) no instrumento utilizado, sendo cortante na degola e cortante e contundente no esgorjamento.
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c) no instrumento utilizado. Cortante na decapitação e contundente no esgorjamento.
d) na localização da lesão, sendo a degola posterior ao pescoço e o esgorjamento anterior 
ou lateral.
e) na localização da lesão, sendo a degola lateral e o esgorjamento anterior.
a) Errada. A alternativa caracterizou a decapitação.
b) Errada. O esgorjamento e degolamento são produzidos, usualmente, por instrumento cor-
tante ou até cortocontundente.
c) Errada. O esgorjamento é produzido, usualmente, por instrumento cortante até cortocontun-
dente. A decapitação é produzida, usualmente, por instrumento cortante, mas pode ter outras 
formas de ação.
d) Certa. O degolamento é uma ferida incisa ou cortoconsusa na porção posterior do pescoço. 
Não pode ser suicida, pois necessita de corte na coluna vertebral. O esgorjamento é caracteri-
zado por uma ferida congitudinal na porção anterior do pescoço e geralmente é representada 
por um longo corte, que pode lesar, além dos planos superficiais da pele, músculos e até mes-
mo esôfago.
e) Errada. Vide Letra d.
Letra d.
3.3.3. Lesões e Mortes por Ação Perfurante
Em relação às lesões incisas, a de ação perfurante agem afastando os tecidos e, excep-
cionalmente, seccionando-os. São, por isso, chamadas de punctórias, tendo em vista que os 
instrumentos correspondentes são dotados de ponta (hase cilíndrico-cônica). São suas carac-
terísticas:
LESÕES PERFURANTES
Características
1. Raro sangramento;
2. Pouca nocividade na superfície e, por vezes, grande gravidade na 
profundidade quando algum órgão é atingido;
3. Abertura estreita (e, quando há ferimento de saída, é geralmente mais 
irregular e de menor diâmetro); e
4. Seu diâmetro é menor que o agente vulnerante em razão da elasticidade e 
capacidade de retração dos tecidos cutâneos.
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Podem ser classificados em instrumentos perfurantes de pequeno, médio ou grande calibre:
1. Pequeno calibre: são punctórias ou puntiformes, com formato circular e diâmetro muito 
pequeno e raramente mortais, como se dá com alfinete, agulha, pregos, espinhos etc.;
2. Médio calibre: também se denominam “fusiformes”, “em casa de botão” ou “em botoei-
ra”. Podem ser mortais e seguem, usualmente, a direção das linhas do corpo, como espeto de 
churrasco e furador de gelo;
3. Grande calibre: é o caso de floretes ou estacas, estas utilizadas no empalamento.
No contexto do estudo das lesões perfurantes, tema que merece cautela diz respeito às Leis 
de Filhos e de Langer. As leis de Filhos se referem a Edouard Filhos (1833) e a de Langer a Karl 
Ritter Von Langer (1861), autores responsáveis por estudos sobre lesões perfurantes provoca-
das por instrumentos de médio calibre.
LEIS
Lesões Perfurantes de Médio Calibre
1. Leis de Filhos
Primeira lei (ou lei da semelhança): 
feridas dessa natureza se 
assemelham às produzidas por 
instrumentos de dois gumes.
Segundalei (ou lei do paralelismo): 
feridas na mesma região em que as 
linhas de força tenham apenas um 
sentido, de modo que seu maior 
eixo sempre tem a mês a direção, no 
caso, o mesmo sentido das linhas de 
força das fibras elásticas da pele.
2. Lei de Langer
Ou lei da elasticidade. Em regiões 
de fibras elásticas aglomeradas 
(muitas fibras), podem apresentar 
formas anômalas (bico, estrelar ou 
quadrada).
Isso é, na confluência das regiões 
das linhas de forças diferentes, 
a extremidade da lesão pode 
ter aspecto de seta, triângulo ou 
quadrilátero.
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009. (FUNCAB/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/PC-PA/2016) As leis de Edouard Filhos e Karl 
Ritter Von Langer, são estudadas no campo das lesões produzidas por instrumentos:
a) perfurantes de médio calibre.
b) cortocontundentes.
c) perfurocontundentes.
d) perfurantes de pequeno calibre.
e) contundentes.
As Leis de Edouard Filhos e Karl Ritter Von Langer estão sempre associadas à instrumentos 
perfurantes de médio calibre.
Letra a.
3.3.4. Lesões e Mortes por Ação Perfurocortante
O instrumento perfurocortante é o que possui uma ponta (que permite a ação perfurante) 
na extremidade de uma lâmina de um ou mais gumes (ação cortante; Douglas e Greco, 2019). 
A ação vulnerante se dá pela ponta e pelo gume, respectivamente por pressão e por sec-
ção, de modo que, em razão desse formato, é comum as lesões serem profundas em exten-
são. Assim:
1. Instrumento de um gume: as lesões serão mais profundas que extensas, com bordas 
lisas e um ângulo agudo e outro arredondado. Tipo de instrumentos: faca de cozinha, espada.
2. Instrumento de dois gumes: os ferimentos produzem uma fenda de bordas iguais e ân-
gulos agudos. É o caso, por exemplo, dos punhais. Aqui se deve comparar adotando as Leis de 
Filhos e de Langer.
3. Instrumento de três ou mais gumes: as feridas tendem à forma estrelar ou triangular, 
obedecendo às Leis de Filho e Langer. Por essas características, são comparadas a instrumen-
tos perfurantes de médio calibre.
São hipóteses de feridas especiais produzidas por instrumentos perfurocortantes a ferida 
em escalpe (couro cabeludo), ferida mutilante e ferida em sedenho (atravessa planos superfi-
ciais da região, mas não se aprofunda).
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3.3.5. Lesões e Mortes por Ação Cortocontundente
Basicamente, lesões e mortes do tipo cortocontundente envolvem, como o nome já adian-
ta, corte e contusão. O instrumento correspondente é o que o possui peso e superfície de corte, 
além do emprego da força do agente. 
É o que se dá com os machados, facão, enxada etc., em situações como a de decapitação 
(como na guilhotina, embora possa ser exclusivamente cortante), espostejamento (vem de 
“postas”, isso é, multiplicidade de fragmentos do corpo de forma irregular, como em acidentes 
ferroviários) e o esquartejamento (amputação, desarticulação em fragmentos com maior regu-
laridade que no espostejamento; Ferreira, 2020).
Conforme anota Douglas e Greco (2019), apresentam ferida bizarra e seguida de escoria-
ções e equimoses; caso envolva superfície óssea, em regra também haverá fratura. Assim, 
embora haja a contusão, suas feridas se assemelham mais às do tipo contusas. 
Genival França (2017) e Flamíneo Fávero (citado por Douglas e Greco, 2019) consideram 
que os dentes causam lesões cortocontundentes, pois não possuem gume vivo. Por fim, é 
comum que em lesões do tipo estudado um só golpe produza mais de uma lesão, o que pode 
levar a confusões na conclusão.
3.4. lesões e MorTes por projéTeis de arMa de Fogo coMuNs e de 
alTa eNergia
Prezado aluno(a), cabe uma explicação preliminar sobre o tópico em questão. Como o edital 
do concurso dispôs no conteúdo como matéria a ser abordada “lesões por projéteis de arma 
de fogo comuns e de alta energia”, optei por classificar dessa maneira neste material. Ocorre 
que o tema se refere às chamadas lesões causadas por instrumentos perfurocontundentes, 
motivo pelo qual é preciso sempre ter em mente que, quando se tratar de lesões ou mortes por 
arma de fogo está-se dos instrumentos de ação perfurocontundente.
Esclarecido isso, sigamos com o assunto!
Em primeiro lugar, é muito comum que os instrumentos de ação perfurocontudente sejam 
associados exclusivamente aos projéteis de arma de fogo. Contudo, o próprio Genival França 
(2017) esclarece que, embora a esmagadora maioria os casos envolvam as armas de fogo, 
essas espécies de lesões a elas não se restringem, podendo decorrer, excepcionalmente, de 
ações com o emprego de um mero guarda-chuva ou de uma picareta, por exemplo.
Com efeito, os instrumentos perfurocontundentes são os que perfuram e contundem o alvo 
com uma ação, como os projetis de arma de fogo, também indicados pela sigla PAF. Além do 
PAF como instrumento vulnerante, a literatura médico-legal aponta que os grãos de chumbo 
podem também se constituir como instrumento perfurocontundente nas armas de fogo (Dou-
glas e Greco, 2019).
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INSTRUMENTO PERFUROCONTUNDENTE
Armas de Fogo
Projetil de Arma de Fogo (PAF)
Ou de disparo único
Grãos de Chumbo
Ou de disparo múltiplo
A efetiva importância do estudo sobre o emprego dos instrumentos perfurocontundentes 
por armas de fogo constitui ramo específico da criminalística, o da Balística, que tem por ob-
jeto as armas de fogo, munições e os efeitos dos tiros por ela causados, definindo, ainda, a 
relação entre esses aspectos e as infrações penais deles resultantes. 
Diferencia-se em balística Interior ou Interna, relativa aos problemas de deflagração do tiro, 
no interior da arma; e balística Exterior ou Externa, compreendendo o estudo dos movimentos 
do projetil no espaço, de propulsão, rotação, vibração, como também em relação com a gra-
vidade e a resistência do ar, isso é, até o alvo (Douglas e Greco, 2019). Há, ainda, a balística 
terminal, pela qual se estudam os efeitos do projétil e o alvo após o impacto.
010. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Uma pessoa foi atingida 
por um projétil de 7,62 mm × 51 mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o 
peito, percorrendo uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
O estudo da trajetória do projétil especificado na situação em tela, desde o momento em que 
saiu do cano da arma até o repouso final, bem como a determinação de parâmetros como ve-
locidade, alcance útil e velocidade inicial, são atribuições da balística terminal.
A balística é a ciência que estuda o movimento dos projéteis e os fenômenos conexos, divi-
dindo-se em: a) balística interna: estuda os fenômenos físicos e químicos e os elementos que 
caracterizam o movimento do projétil desde a iniciação da carga de lançamento até a saída 
do cano da arma; b) balística externa:estuda a trajetória do projétil fora do cano da arma até 
o alvo; e c) balística terminal: estuda os efeitos sobre o projétil e sobre o alvo após o impacto.
Logo, a assertiva está incorreta, uma vez que o correto seria a balística externa, a qual analisa 
a trajetória do projétil desde o momento que saiu do cano da arma até atingir o alvo.
Errado.
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A título de conhecimento, a relevância da perícia é tamanha que o Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) já entendeu que, em regra, a ausência de juntada de perícia balística requerida e defe-
rida judicialmente por ocasião da prolação de decisão de pronúncia é causa de nulidade (HC 
46.143/PE).
Por conseguinte, conforme o glossário do Decreto n. 10.030/19 (anexo), considera-se 
arma de fogo:
artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modifica-
ção de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma.
Por sua vez, Ferreira (2020) traz como definição de arma de fogo
o dispositivo construído a base de material resistente, geralmente metal, que tem finalidade de dis-
parar projéteis em direção a uma pessoa, objeto etc. Além disso, tal dispositivo deve conter um 
mecanismo que tenha capacidade de iniciar o acionamento da espoleta da munição; uma câmara 
de combustão (local em que ficará a munição, aguardando ser acionada), bem como um cano (que 
será responsável por dar direção ao projétil) (p. 176; grifo nosso).
Por conseguinte, as armas e munições podem ser classificadas e apresentadas suas ca-
racterísticas da seguinte maneira (conforme Ferreira, 2020):
ARMAS E MUNIÇÕES
1. REVÓLVERES
Fonte: https://www.azdeespadas.com.br/revolver/revolver-taurus-86-ta-oxidado
Instrumento com tambor giratório, número variado de câmaras 
(compartimento para o armazenamento da munição de tiro), de cinco a seis.
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ARMAS E MUNIÇÕES
2. PISTOLAS
Fonte: https://www.1911brasil.com.br/armas-de-fogo/pistolas/pistola-taurus-9mm-9217-5-info
Não possui tambor (difere do revólver), utilizando o chamado “carregador”, 
em que são armazenadas as munições para tiro. Podem ser automáticas ou 
semiautomáticas.
3. SUBMETRALHADORAS
Fonte: https://taurusarmas.com.br/pt/produtos/armas-longas/smt-40
Arma portátil de cano longo e internamente raiada, automáticas que 
disparam projéteis do mesmo tipo que o das pistolas.
4. ESPINGARDAS
Fonte: https://www.tubaraocenter.com.br/fotos/pequena/26987fp1/espingarda-pump-military-
-3-0-calibre-12-cbc.jpg
Com cano longo, alma lisa, de repetição (o atirador deve recarregar, 
manualmente, a cada tiro), automática ou semiautomática.
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ARMAS E MUNIÇÕES
5. CARABINA
Fonte: https://www.mundodacarabina.com.br/gerenciador/ídia/imagens/produtos/arqui-
vos_12412/IMG_3632-936x770.JPG
Portátil de cano longo e de alma raiada, dispara projéteis do mesmo tipo 
que revólveres ou pistolas.
6. FUZIL
Fonte: https://www.forte.jor.br/wp-content/uploads/2017/07/FUZIL-IA2-850x274.jpg
Arma de fogo portátil, de cano longo e alma raiada. Deflagra cartuchos de 
uso militar e formato específico.
Dentre as características dos armamentos mencionados, o cano de uma arma de fogo 
pode possuir, internamente, elementos chamados cristas ou sulcos em formato helicoidal, va-
riando em número e sentido (direita/destrógiras ou esquerda/sinistrógiras).
011. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Uma pessoa foi atingida 
por um projétil de 7,62 mm × 51 mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o 
peito, percorrendo uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
Se o raiamento, que é uma sequência de sulcos em formato helicoidal localizado no interior do 
cano de algumas armas de fogo, imprimir ao projétil uma rotação em sentido horário, do ponto 
de vista do atirador, seu giro será dextrogiro, ou seja, para a direita.
Os sulcos paralelos e helicoidais imprimem no projétil um movimento giratório em torno do 
seu eixo, estabilizando a sua trajetória. O passo é a distância necessária para que o projétil re-
alize uma volta completa em torno de seu eixo, dividindo-se em passo simples (a distância de 
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todos os passos são iguais) e passo misto (há variação na distância de um passo qualquer). 
Quanto à orientação, esta pode ser destrogira (sentido para direita) ou sinistrogira (sentido 
para a esquerda). O número de raias pode ser par ou ímpar.
Certo.
Assim, se uma arma possui raiamento, diz-se que o cano possui “alma raiada”, cujas raias re-
presentam sulcos, responsáveis por imprimir ressaltos no projétil de arma de fogo ressaltos. Se o 
cano não possui raiamento, diz-se que o armamento apresenta cano de “alma lisa”. Por sua vez, 
as cristas (também entendidas como “cheios”) imprimem nos projeteis os chamados “cavados”.
Fonte: https://www.casadotiro.com.br/sh-admin/editor/ckfinder/userfiles/images/Alma-Raiada-e-Lisa.png
As raias se destinam a aumentar a precisão e o alcance do projétil, que, por consequência, 
deixam marcas de identidade do cano no projetil, permitindo a identificação da arma que efe-
tuou o disparo (exame de comparação ou comparação balística).
Nesse contexto da balística, ganha relativa importância o tema das estriações. Compre-
endidas como as ranhuras causadas pelo atrito do projétil com as cristas e as raias do cano 
(e que, por sua vez, viabiliza a análise de microcomparação balística), foi objeto de previsão 
pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19), que alterou o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 
10.826/03), a criação do chamado Banco Nacional de Perfis Balísticos, no intuito de favorecer 
a coleta de dados relativos a perícias em armas de fogo, projéteis e munições (item 2, anexo).
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Noções de Medicina Legal
MEDICINA LEGAL
Fernando Terra
CARACTERÍSTICAS DOS ARMAMAMENTOS
(Ferreira, 2020)
1. Portabilidade

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