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Parâmentros Curriculares Nacionais (PCNs) Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Sob termos gerais, podemos diferenciar as Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais sob duas formas. A primeira diferença entre as diretrizes curriculares nacionais (DCNs) e os parâmetros curriculares nacionais (PCNs) se dá devido ao fato que os parâmetros curriculares são “recomendações” de normas para as escolas e professores seguirem, cujas normas não são reforçadas pela lei. Por outro lado, as diretrizes curriculares são normas que as escolas e professores são obrigados a seguirem, estas, por sua vez, são reforçadas pela lei. A segunda diferença entre as mesmas é que as DCNs proporcionam metas e objetivos às escolas seguirem. Já os PCNs apresentam orientações e referências curriculares. No entanto, a verdadeira diferença se espalha muito adiante disso, abordando diversos tópicos e conteúdos educacionais. Para melhor definir o que são os parâmetros e diretrizes, devemos ter em mente o fato que elas não vieram como uma solução para todos os problemas e defeitos da educação brasileira, mas sim como um ponto de partida para amenizar os problemas apresentados no ensino, assim como apoiar a questão de educação para todos, apresentado na Constituição Federal de 1988. O que define a estrutura dessas duas posições curriculares? Os parâmetros curriculares, inicialmente criados em 1997, são diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que designam um sentido ao encaminhamento da educação, assim sendo, ela são a referência básica para a construção das matrizes curriculares do professor. Separadas por disciplinas, elas buscam ajudar e orientar a elaboração e revisão do currículo, a formação do professor (inicial e continuada), metodologias a serem abordadas, discussões pedagógicas. Além disso, também buscam indicar os melhores livros, e materiais pedagógicos, assim como suas formas de produção. Tendo seu marco inicial na lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394, 20/12/1996), as diretrizes curriculares são normas orientadoras da educação. Elas se mostram como um conjunto de definições de ensinamento sobre princípios, bases e metodologias na educação básica. Tais definições buscam orientar as escolas quanto à organização, cobertura, avaliação pedagógica, além de outros focos escolares. As DCNs também levam os colégios a formar seu currículo de acordo com o público regional e outros aspectos locais influentes. Dessa forma, as DCNs apresentam uma luta à valorização da autonomia do colégio e do seu intuito pedagógico. Quais os pontos positivos e negativos dos PCN e DCN? Quanto aos termos positivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Diretrizes Curriculares Nacionais, destacamos os dois tópicos explorados anteriormente: a sua importância aos professores e seu impacto na qualidade da educação. É de fato universal que uma educação mais afinada, melhor interpretada e mais absorvida representa um grande avanço social. Além disso, ambas apoiam fortemente o professor, dando ao mesmo uma base mais focada às disciplinas que serão ministradas, assim como uma direção a se seguir e metodologias mais adequadas. Estas, por sua vez voltam à facilitação e adequação do aprendizado. consequentemente, perde-se capacidade de aprendizagem Apesar de serem duas propostas de fundamental importância na melhoria da qualidade de ensino, os DCN e PCN ainda apresentam alguns pontos fracos. Entre os aspectos negativos das diretrizes e dos parâmetros está o fato de que não é dada a atenção necessária às tecnologias atuais, tais como a computação e a telefonia. Outra característica decepcionante das diretrizes está a falta de consideração com a parte prática das disciplinas, dessa forma, as disciplinas são todas abordadas teoricamente e apesar das Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais serem distintos um do outro, um acaba sendo o apoio do outro. Suas diferenças podem se resumir basicamente como: as diretrizes apresentam metas obrigatórias das escolas e os parâmetros são orientações recomendadas às escolas. No entanto, deixando as diferenças de lado, devemos ressaltar que, ao final, ambas são voltadas a um mesmo objetivo: a melhoria da educação básica brasileira. O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM AS DIRETRIZES CURRICULARES? As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Mesmo depois que o Brasil elaborou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as Diretrizes continuam valendo porque os documentos são complementares: as Diretrizes dão a estrutura; a Base o detalhamento de conteúdos e competências. Quais as funções das orientações que são obrigatórias na Educação Básica As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Mesmo depois que o Brasil elaborou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as Diretrizes continuam valendo porque os documentos são complementares: as Diretrizes dão a estrutura; a Base o detalhamento de conteúdos e competências. Atualmente, existem diretrizes gerais para a Educação Básica. Cada etapa e modalidade (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) também apresentam diretrizes curriculares próprias. As diretrizes buscam promover a equidade de aprendizagem, garantindo que conteúdos básicos sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em consideração os diversos contextos nos quais eles estão inseridos. O que são e qual é a função das diretrizes curriculares? As Diretrizes Curriculares Nacionais são um conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica que orientam as escolas na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas. As DCNs têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que assinala ser incumbência da União "estabelecer, em colaboração com os estados, Distrito Federal e os municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum". O processo de definição das diretrizes curriculares conta com a participação das mais diversas esferas da sociedade. Dentre elas, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), além de docentes, dirigentes municipais e estaduais de ensino, pesquisadores e representantes de escolas privadas. As diretrizes continuam valendo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Sim. A função da Base é especificar aquilo que se espera que os alunos aprendam ano a ano. A BNCC foi elaborada à luz do que diz das DCN e, portanto, um documento não exclui o outro. "Fazendo uma analogia, as DCNs dão a estrutura, e a Base recheia essa forma, com o que é essencial de ser ensinado. Portanto, elas se complementam", afirma Eduardo Deschamps, presidente do CNE. Diretrizes e Base são obrigatórios e devem ser respeitados por todas as escolas, tanto da rede pública como particular. As diretrizes curriculares preservam a autonomia dos professores? As diretrizes curriculares visam preservar a questão da autonomia da escola e da proposta pedagógica, incentivando as instituições a montar seu currículo, recortando, dentro das áreas de conhecimento, os conteúdos que lhe convêm para a formação daquelas competências explícitas nas DCNs. Desse modo, asescolas devem trabalhar os conteúdos básicos nos contextos que lhe parecerem necessários, considerando o perfil dos alunos que atendem, a região em que estão inseridas e outros aspectos locais relevantes. Quais são as diferenças entre as diretrizes curriculares e os parâmetros curriculares? Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são diretrizes separadas por disciplinas elaboradas pelo governo federal e não obrigatórias por lei. Elas visam subsidiar e orientar a elaboração ou revisão curricular; a formação inicial e continuada dos professores; as discussões pedagógicas internas às escolas; a produção de livros e outros materiais didáticos e a avaliação do sistema de Educação. Os PCNs são mais antigos, foram criados em 1997 e funcionaram como referenciais para a renovação e reelaboração da proposta curricular da escola até a definição das diretrizes curriculares. Já as Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias para a Educação Básica que têm como objetivo orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino, norteando seus currículos e conteúdos mínimos. Assim, as diretrizes asseguram a formação básica, com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), definindo competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem sido um dos assuntos mais falados na educação ultimamente. Trata-se do documento que mais recebeu sugestões e contribuições na história do país! Isso já mostra a importância que possui, não só para os educadores, mas para o país inteiro. A BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental foi aprovada e homologada em dezembro de 2017. Por sua vez, o documento para o Ensino Médio foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no dia 4 de dezembro de 2018 e homologado na semana seguinte, no dia 14 de dezembro, pelo Ministério da Educação. O que é a BNCC? A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que visa a nortear o que é ensinado nas escolas do Brasil inteiro, englobando todas as fases da educação básica, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Trata-se de uma espécie de referência dos objetivos de aprendizagem de cada uma das etapas de sua formação. Longe de ser um currículo, a Base Nacional é uma ferramenta que visa a orientar a elaboração do currículo específico de cada escola, sem desconsiderar as particularidades metodológicas, sociais e regionais de cada uma. Isso significa que a Base estabelece os objetivos de aprendizagem que se quer alcançar, por meio da definição de competências e habilidades essenciais, enquanto o currículo irá determinar como esses objetivos serão alcançados, traçando as estratégias pedagógicas mais adequadas. Sendo assim, a BNCC não consiste em um currículo, mas um documento norteador e uma referência única para que as escolas elaborem os seus currículos. De acordo com o ex-Ministro da Educação Mendonça Filho, “os currículos devem estar absolutamente sintonizados com a nova BNCC, cumprindo as diretrizes gerais que consagram as etapas de aprendizagem que devem ser seguidas por todas as escolas”. “Base é um documento normativo que define o conjunto orgânico progressivo das aprendizagens essenciais e indica os conhecimentos e competências que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade. Ela se baseia nas diretrizes curriculares nacionais da educação básica e soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para formação integral e para a construção de uma sociedade melhor.” - Maria Helena Guimarães, ex-Secretária Executiva do Ministério da Educação. Visando a unificar as influências e referências de cada instituição de ensino, a BNCC surge para solucionar um problema muito comum no Brasil. Quando analisam-se os currículos escolares espalhados pelo país, é possível encontrar discrepâncias muito grandes. Apesar de ter sido colocada em prática nos últimos anos, a ideia de uma base curricular comum às escolas de todo o Brasil já existe desde a promulgação da Constituição de 1988, cujo artigo 210 prevê a criação de uma grade de conteúdos fixos a serem estudados no Ensino Fundamental. Veja abaixo o trecho retirado do documento oficial: Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. Fonte: Constituição da República Federativa do Brasil Com a BNCC, os direitos de aprendizagem de todos os alunos passam a ser assegurados. Dessa forma, o principal objetivo da Base é garantir a educação com equidade, por meio da definição das competências essenciais para a formação do cidadão em cada ano da educação básica. O que existia antes da BNCC? Certamente não é a primeira vez que as escolas brasileiras se veem diante de diretrizes curriculares elaboradas pelo governo. Entre os anos de 1997 e 2000, segundo estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para os Ensinos Fundamental e Médio. Somente mais tarde, por meio do Programa Currículo em Movimento, incluiu-se uma proposta para o desenvolvimento de uma grade também para a Educação Infantil. Embora tenham o objetivo de criar condições que permitam o acesso aos conhecimentos necessários ao exercício da cidadania dos jovens, os Parâmetros Curriculares Nacionais não eram tão detalhados ou tampouco tão objetivos quanto almeja ser a BNCC. Competências do século XXI na BNCC Conforme foi dito pela ex-Secretária Executiva do MEC, Maria Helena Guimarães, em apresentação no dia 06/04/2017, a BNCC tem como objetivo garantir a formação integral dos indivíduos por meio de desenvolvimento das chamadas competências do século XXI. “As competências do século XXI dizem respeito a formar cidadãos mais críticos, com capacidade de aprender a aprender, de resolver problemas, de ter autonomia para a tomada de decisões, cidadãos que sejam capazes de trabalhar em equipe, respeitar o outro, o pluralismo de ideias, que tenham a capacidade de argumentar e defender seu ponto de vista. (...) A sociedade contemporânea impõe um novo olhar a questões centrais da educação, em especial: o que aprender, para que aprender, como ensinar e como avaliar o aprendizado.” Maria Helena Guimarães, ex-Secretária Executiva do Ministério da Educação. Sendo assim, as competências do século XXI preveem a formação de cidadãos críticos, criativos, participativos e responsáveis, capazes de se comunicar, lidar com as próprias emoções e propor soluções para problemas e desafios. Essas competências guiaram a elaboração da BNCC e implicam em uma desvinculação da escola do passado, que valoriza a memorização de conteúdos. Como ficam as diferenças regionais do ensino na BNCC? Após a aprovação da versão final da Base Nacional Comum Curricular, a Secretaria de Educação de cada estado e município poderá incluir em seus currículos conteúdos específicos (como a História e a Geografia da região ou as tradições específicas dos povos indígenas daquele estado, por exemplo), configurando a chamada base diferencial. Isso está de acordo com uma estratégia do Plano Nacional de Educação, que visa a “desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas.” Dessa forma, a Base Nacional Comum Curricular pretende unificar conteúdos básicos, que devem ser ensinados em todo o país e que correspondem ao currículo mínimo obrigatório de todas as escolas. Ao mesmo tempo, pretende que os ensinamentos tradicionais e regionais continuem sendo passados aos alunos, correspondendo à parte diversificada do currículo escolar. Portanto,as escolas poderão acrescentar ao seu Projeto Político Pedagógico (PPP) o que for característico de cada comunidade, sem deixar de lado os direitos dos alunos previstos na BNCC. As competências gerais da BNCC A nova versão da Base prevê que os estudantes devem, ao longo da educação básica, desenvolver competências cognitivas e socioemocionais para sua formação. São 10 as competências gerais determinadas pela BNCC e consideradas fundamentais para os estudantes: 1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4) Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital -, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5) Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7) Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Essas competências serviram de referência para estruturação de toda a Base, desde a Educação Infantil até o fim do Ensino Médio. BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental A terceira versão da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental foi divulgada no dia 06/04/2017 em apresentação realizada em Brasília. Essa versão foi discutida em audiências públicas realizadas em todas as regiões do país, que resultaram em 619 colaborações enviadas ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A versão final foi aprovada e homologada em dezembro de 2017. A Educação Infantil é organizada por campos de experiências e se baseia em seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: 1) conviver; 2) brincar; 3) participar; 4) explorar; 5) expressar; 6) conhecer-se. E em cinco campos de experiências: 1) o eu, o outro e o nós; 2) corpo, gestos e movimento; 3) traços, sons, cores e formas; 4) escuta, fala, pensamento e imaginação; 5) espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Qual o novo foco com a BNCC na Educação Infantil? No próximo ano, a BNCC trará a orientação de trabalhar com foco nos eixos estruturais, direitos de aprendizagem da criança e campos de experiência. Eles já existiam, mas com a Base ganham um enfoque maior na prática pedagógica e na rotina escolar. Os eixos estruturais, interagir e brincar, são importantes para que a criança consolide sua aprendizagem. É a partir da brincadeira e da interação que ela desenvolve, nesta etapa, as estruturas, habilidades e competências que serão importantes ao longo de toda a vida. A seguir, vamos explicar os novos focos da BNCC na Educação Infantil: os direitos de aprendizagem e os campos de experiências, além da divisão da faixa etária e a nomenclatura usada para as etapas deste segmento. Direitos de aprendizagem A BNCC na Educação Infantil estabelece seis direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. São eles que asseguram as condições para que as crianças “aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural” (BNCC). Confira como esses direitos de aprendizagem aparecem no documento da BNCC na Educação Infantil e a proposta de cada um deles: Conviver Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. Brincar Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. Participar Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando Explorar Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. Expressar Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. Conhecer-se Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário Se percebermos, todos estes direitos são verbos de ação. E o que isso pressupõe no contexto da Educação Infantil? É a partir destas ações, utilizando os campos de experiência que as crianças consolidam todos os seus direitos de aprendizagem. Campos de experiência As interações e as brincadeiras fazem parte dos eixos estruturais da Educação Infantil e são eles que asseguram às crianças os direitos de aprendizagem.Levando isso em consideração, a BNCC na Educação Infantil é estruturada em cinco campos de experiência. De acordo com a Base: Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. A definição e a denominação dos campos de experiências também se baseiam no que dispõem as DCNEI em relação aos saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados às crianças e associados às suas experiências. (BNCC) Assim, ao considerar esses saberes e conhecimentos, a BNCC estrutura os campos de experiência da seguinte forma: O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e movimentos Traços, sons, cores e formas Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Divisão da faixa etária e nomenclatura Com a BNCC da Educação Básica, a divisão da faixa etária e a nomenclatura usada para os segmentos da Educação Infantil foram alterados, levando em consideração as especificidades necessárias a cada um dos grupos etários que constituem os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento desta etapa. Assim, a divisão etária é estruturada de acordo com a imagem abaixo: Como afirma a própria BNCC, é importante não considerar esses grupos etários de forma rígida, visto que há diferenças no ritmo de aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que devem ser levados em conta. Você viu quais são os novos focos da BNCC na Educação Infantil a partir dos conceitos de direitos de aprendizagem e campos de experiências, os quais estão ligados com os eixos estruturais desse segmento – interagir e brincar. Nas outras etapas da educação básica, como o Ensino Fundamental, as orientações propostas pela BNCC também começam a valer a partir de 2019. Aqui, é fundamental entender que a organização da base é diferente em cada segmento. Enquanto na Educação Infantil a BNCC apresenta os direitos de aprendizagem, campos de experiência e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, no Ensino Fundamental a estrutura se dá pelas áreas do conhecimento, objetivos específicos de cada componente curricular e as habilidades que o aluno deve desenvolver ao longo desta etapa. Outro ponto importante para ficar atento é a transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, pois, como aponta a BNCC, é preciso que haja uma continuidade em seu percurso educativo e “equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa.” O Ensino Fundamental, por sua vez, parte de cinco áreas do conhecimento definidas pela LDB: 1) Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa); 2) Matemática; 3) Ciências da Natureza (Ciências); 4) Ciências Humanas (Geografia e História); 5) Ensino Religioso. Definindo unidades temáticas e habilidades que devem ser aprendidas em cada ano, observando-se a progressão dos alunos. BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais: Confira os destaques da Base É fundamental compreender como a Base se faz presente no dia a dia das escolas e em cada segmento da educação básica.... Veja a abordagem pedagógica e os principais destaques da BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais (1º ao 5º ano). Qual a abordagem pedagógica da BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais? Diferente da Educação Infantil, a proposta da BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais é a progressão das múltiplas aprendizagens, articulando o trabalho com as experiências anteriores e valorizando as situações lúdicas de aprendizagem. Segundo o documento da BNCC: Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. (BNCC) Ao compreender as mudanças no processo de desenvolvimento da criança − como a maior autonomia nos movimentos e a afirmação de sua identidade − a BNCC Ensino Fundamental − Anos Iniciais propõe o estímulo ao pensamento lógico, criativo e crítico, bem como sua capacidade de perguntar, argumentar, interagir e ampliar sua compreensão do mundo. Ou seja: Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender. (BNCC) Além disso, essa proposta pedagógica deve assegurar, ainda, um percurso contínuo de aprendizagens e uma maior integração entre as duas etapas do Ensino Fundamental. O que a BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais traz de novidade? A BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais contempla a primeira etapa do segmento, bem como estudantes e professores do 1º ao 5º ano, enquanto os Anos Finais contemplam alunos e professores do 6º ao 9º ano. Por fazerem parte de uma mesma Base, a BNCC da Educação Básica, a BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais possuem vários pontos em comum para garantir o percurso de aprendizagem contínuo, como a divisão por áreas do conhecimento, componentes curriculares e unidades temáticas. Áreas do Conhecimento A organização estrutural da BNCC no Ensino Fundamental como um todo se dá por áreas do conhecimento, da mesma forma que acontece no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Tal organização busca favorecer a comunicação entre os conhecimentos e aprendizagens das inúmeras disciplinas, agora chamadas de componentes curriculares. As áreas do conhecimento previstas pela BNCC são: 1) Linguagens, 2) Matemática, 3) Ciências da Natureza e 4) Ciências Humanas, sendo que cada uma delas têm competências específicas de área – reflexo das dez competências gerais da BNCC – que devem ser promovidas ao longo de todo o Ensino Fundamental. De acordo com a BNCC, “as competências específicas possibilitam a articulação horizontal entre as áreas, perpassando todos os componentes curriculares, e também a articulação vertical, ou seja, a progressão entre o Ensino Fundamental – Anos Iniciais e o Ensino Fundamental – Anos Finais e a continuidade das experiências dos alunos, considerando suas especificidades.” Portanto, para além das competências, cada uma dessas áreas tem papel fundamental na formação integral dos alunos do Ensino Fundamental. Isso aparece nos textos de apresentação das áreas na BNCC. Além de mostrar tal papel, o documento dá destaque às particularidades do segmento, levando em consideração as especificidades e as demandas pedagógicas de cada etapa educacional. Componentes curriculares O que antes entendíamos como disciplinas ou matérias, chamamos agora de componentes curriculares. Mas como assim? As disciplinas não deixaram de existir, o que mudou foi: a BNCC não chama mais Língua Portuguesa, por exemplo, de disciplina ou matéria. A Base a compreende como um componente curricular da área de conhecimento de Linguagens. Você já sabe em qual área cada componente curricular está presente na BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais? Linguagens - Componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa. Matemática - Componente curricular: Matemática. Ciências da Natureza - Componente curricular: Ciências. Ciências Humanas - Componentes curriculares: História e Geografia. Ensino Religioso - Componente curricular: Ensino Religioso. Com o intuito de garantir o desenvolvimento das competências específicas de área, cada componente curricular possui – conforme indicadono texto da BNCC – um conjunto de habilidades que estão relacionadas aos objetos de conhecimento (conteúdos, conceitos e processos) e que se organizam em unidades temáticas. Alfabetização Outro aspecto que muda com a BNCC Ensino Fundamental − Anos iniciais é a alfabetização. A partir da implementação da Base, toda criança deverá estar plenamente alfabetizada até o fim do 2º ano. Antes, esse prazo era até o terceiro ano – de acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Portanto, nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, o foco da ação pedagógica deve ser a alfabetização. Isso é sistematizado pela BNCC nos tópicos abaixo, que mostram as competências e as habilidades envolvidas no processo de alfabetização, e que a criança deve desenvolver: Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação); Dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script); Conhecer o alfabeto; Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita; Dominar as relações entre grafemas e fonemas; Saber decodificar palavras e textos escritos; Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras; Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura (fatiamento). Então, se a alfabetização deve ser concluída ao final do 2º ano, o aluno já deve sair dessa etapa escrevendo tudo corretamente? Não! No final desse período ele deve desenvolver as competências e habilidades que te mostramos acima. Ao longo dos próximos anos processo de alfabetização será complementado com foco na ortografia, que ampliará os conhecimentos e as habilidades linguísticas do estudante. Unidades Temáticas Com a implementação da BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais, a forma com que os conteúdos serão trabalhados em sala de aula ganhou novo foco. A divisão agora é por unidades temáticas, que consiste na reunião de um conjunto de conteúdos de uma mesma temática em uma unidade. Na BNCC, essas unidades aparecem em praticamente todos os componentes curriculares ao longo de todo o Ensino Fundamental. Por exemplo, a unidade temática “Matéria e Energia” de Ciências aparece do 1º ao 9º ano, o que muda são os objetos de conhecimento e as habilidades exigidas para cada etapa. Segundo a BNCC: Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona a um número variável de habilidades […]. As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. (BNCC) Portanto, a partir dessas unidades, o conteúdo trabalhado em um ano pode ser retomado e ampliado nos anos seguintes, permitindo que o professor trabalhe novas habilidades em sala de aula. Entre os componentes curriculares presentes na BNCC, somente o componente Língua Portuguesa – da área de Linguagens – não está estruturado em unidades temáticas. Ou seja, ela se organiza em práticas de linguagem (leitura/escuta, produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica), campos de atuação, objetos de conhecimento e habilidades. BNCC: mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais 6º AO 9º A chegada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) às escolas públicas e privadas deve trazer mudanças significativas tanto para as práticas em sala de aula quanto para os materiais didáticos, para a preparação dos docentes e para a gestão das instituições de ensino em todo o país. A partir de 2019 o documento já passa a valer para as etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, e deve estar 100% implementado nas escolas até 2020. Ensino Fundamental – Anos finais O Ensino Fundamental é caracterizado por ser a etapa mais longa da Educação Básica (9 anos). Durante esta fase, os alunos passam por muitas mudanças relacionadas ao seu desenvolvimento físico, emocional, social, à sua capacidade cognitiva e à sua rotina dentro e fora da escola. O Ensino Fundamental atende desde crianças com 6 anos de idade a adolescentes com 14 anos de idade. É um período de grandes transformações! Para abranger as competências e habilidades a serem desenvolvidas durante essa fase tão complexa, divide-se a etapa do Ensino Fundamental entre os Anos iniciais (1º ao 5º Ano) e os Anos finais (6º ao 9º Ano). A abordagem pedagógica nessas duas etapas apresenta várias características comuns. Nos Anos finais do Ensino Fundamental, no entanto, ela se direciona cada vez mais para a intenção de despertar a autonomia e o protagonismo dos estudantes, preparando-os para o ingresso no Ensino Médio. BNCC - Competências gerais Uma das principais mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais – e ao longo de toda a Educação Básica – conforme a proposta da BNCC, é a definição de um conjunto de 10 competências gerais. As competências gerais são a “mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” (BNCC) Elas mantêm-se as mesmas da Educação Infantil ao Ensino Médio, mas se desdobram ao longo de cada uma dessas etapas da educação em diferentes direitos de aprendizagem, campos de experiência, unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades específicas, adequando-se às particularidades de cada fase do desenvolvimento dos estudantes. Áreas do conhecimento e componentes curriculares Enquanto na Educação Infantil a abordagem pedagógica fala em campos de experiência, direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, a partir do Ensino Fundamental a estrutura da Base Nacional Comum Curricular é organizada em grandes áreas do conhecimento e seus respectivos componentes curriculares (anteriormente conhecidos como matérias ou disciplinas). Cada área e componente curricular possuem competências específicas, articuladas às dez competências gerais. Você sabe quais são as áreas do conhecimento e os componentes curriculares para os Anos finais do Ensino Fundamental? Área de Linguagens Língua Portuguesa Arte Educação Física Língua Inglesa* *A inclusão da Língua Inglesa como componente curricular obrigatório é uma das mais importantes mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais. Área de Matemática Matemática Área de Ciências da Natureza Ciências Área de Ciências Humanas Geografia História Área de Ensino Religioso Ensino Religioso Unidades temáticas Entre as mais significativas mudanças no Ensino Fundamental, está a organização de todo o conteúdo em unidades temáticas. Para facilitar a compreensão dos conceitos colocados pela BNCC, vamos usar como exemplo uma das unidades temáticas presentes no componente de Geografia: “O sujeito e o seu lugar no mundo”. Esta mesma unidade temática está presente do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. A cada etapa, no entanto, ela se relaciona com diferentes objetos de conhecimento e habilidades, como veremos a seguir. Objetos de conhecimento Os objetos de conhecimento podem ser entendidos como os principais conteúdos, conceitos e processos que serão trabalhados dentro de cada unidade temática. Vamos compreender melhor essa relação utilizando o mesmo exemplo do tópico anterior. Dentro da unidade temática “O sujeito e o seu lugar no mundo”, um aluno do 1º ano deve trabalhar com os objetos de conhecimento “O modo de vida das crianças em diferentes lugares” e “Situações de convívio em diferentes lugares”. Enquanto isso, dentro da mesma unidade temática, um estudante do 9º ano trabalhará objetos de conhecimento mais complexos, como “A hegemonia europeiana economia, na política e na cultura” e as “Corporações e organismos internacionais”. Habilidades Por fim, as habilidades são as aptidões que o estudante irá desenvolver no estudo de determinado objeto de conhecimento. Retomando o nosso exemplo anterior, ao estudar “O modo de vida das crianças em diferentes lugares”, o aluno do 1º ano deverá ser capaz de “descrever características observadas de seus lugares de vivência (moradia, escola etc.) e identificar semelhanças e diferenças entre esses lugares” (EF01GE01) e “identificar semelhanças e diferenças entre jogos e brincadeiras de diferentes épocas e lugares.” (EF01GE02) O aluno do 9º ano, por sua vez, ao estudar “a hegemonia europeia na economia, na política e na cultura”, irá desenvolver a sua habilidade de “analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares”. (EF09GE01) A transição entre os Anos iniciais e finais do Ensino Fundamental Uma preocupação comum a todos os profissionais da educação são os momentos de transição presentes ao longo da Educação Básica. Na transição entre os Anos iniciais e finais do Ensino Fundamental essa preocupação vem principalmente da mudança do professor generalista para o professor especialista, que representa para os estudantes uma evolução significativa no nível de exigência. Para que essa transição aconteça de forma mais natural possível, a recomendação da BNCC é que escolas e redes de ensino realizem, com base no documento, as adaptações necessárias – especialmente nos currículos do 5º e 6º ano – evitando assim uma grande ruptura no processo de aprendizagem. Destaques e principais mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais Com a implementação da BNCC, as principais mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais vêm da necessidade de desenvolver, dentro das instituições de ensino, os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores essenciais para o século XXI. As mudanças próprias dessa fase da vida implicam a compreensão do adolescente como sujeito em desenvolvimento, com singularidades e formações identitárias e culturais próprias, que demandam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e diferentes modos de inserção social. (BNCC) Esse entendimento do adolescente como sujeito em desenvolvimento (evidenciada tanto pela BNCC quanto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais) enfatiza a necessidade de a escola e o profissional da educação buscarem compreender e dialogar com as formas particulares de expressão dos estudantes nesta etapa de ensino. Isso se relaciona, especialmente, com o envolvimento com a cultura e a comunicação nos meios digitais – mas na verdade vai muito além disso. São os destaques e as principais mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais! Tecnologia e cultura digital A tecnologia permeia todo o documento da Base Nacional, aparecendo desde as competências gerais para a Educação Básica até o desenvolvimento das habilidades específicas a cada componente curricular. Especialmente nos Anos finais do Ensino Fundamental, é essencial olhar para a tecnologia e para as particularidades da cultura digital como mais uma forma de criar conexões com os adolescentes das novas gerações. É importante que a instituição escolar preserve seu compromisso de estimular a reflexão e a análise aprofundada e contribua para o desenvolvimento, no estudante, de uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais. Contudo, também é imprescindível que a escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens e seus modos de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação (…). (BNCC) Protagonismo juvenil O termo “protagonismo” aparece inúmeras vezes ao longo da BNCC do Ensino Fundamental – Anos finais. A intenção evidenciada aqui é que a escola proporcione um ambiente, projetos e práticas pedagógicas favoráveis para que o adolescente desenvolva cada vez mais a sua autonomia. Essa autonomia vale tanto para a administração dos seus próprios estudos, quanto para a sua atuação em sociedade e para a construção do seu projeto de vida. Projeto de vida No Ensino Fundamental – Anos finais começa a aparecer de forma mais evidente a definição de projeto de vida dos estudantes, que será trabalhada de modo mais aprofundado ao longo do Ensino Médio. (…) a BNCC propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida. (BNCC) Base Nacional Comum Curricular: Entenda as competências que são o “fio condutor” da BNCC A Base Nacional Comum Curricular é o documento que determina os direitos de aprendizagem de todo aluno cursando a Educação Básica no Brasil. A Base possui 10 Competências Gerais que operam como um “fio condutor”. Essas competências devem ser desenvolvidas pelos estudantes ao longo de todos os anos da Educação Básica e, por isso, permeiam cada um dos componentes curriculares, das habilidades e das aprendizagens essenciais especificados no documento da BNCC, além daqueles que serão inseridos nos currículos locais. “As Competências Gerais não devem ser interpretadas como um componente curricular, mas tratadas de forma transdisciplinar, presentes em todas as áreas de conhecimento e etapas da educação. Elas “foram definidas a partir dos direitos éticos, estéticos e políticos assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século 21”. O que a Base Nacional Comum Curricular entende por competência? Para a construção da Base Nacional Comum Curricular, considerou- se competência como sendo a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas da vida cotidiana, do exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Isso significa que competência é aquilo que permite aos estudantes desenvolverem plenamente cada uma das habilidades e aprendizagens essenciais estipuladas pela Base. Quais são as 10 Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular? As 10 Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular acompanham o desenvolvimento dos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. 1. Conhecimento Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Pensamento científico, crítico e criativo Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Repertório cultural Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Comunicação Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Cultura digital Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Trabalho e projeto de vida Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentação Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Autoconhecimento e autocuidado Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Empatia e cooperação Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Responsabilidade e cidadania Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Na prática, como funciona? Todas as competências indicam o que deve ser aprendido pelos estudantes (o objetivo é identificado por verbos infinitivos que iniciam as descrições), do mesmo modo que especificam com que finalidade determinada competência deverá ser desenvolvida, elucidando a sua importância para a formação do estudante ao longo da Educação Básica. Vamos tomar a primeira Competência, como exemplo: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Partindo dessa descrição, os conhecimentos dos campos de experiência e das áreas específicas devem ser mobilizados para compreender e explicar a realidade, protagonizar escolhas e agir de maneira colaborativa, com a intenção de construir uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Progressão das Competências Gerais É importante ressaltar que as Competências Gerais mantêm-se as mesmas da Educação Infantil ao Ensino Médio, mas se desdobram ao longo de cada uma dessas etapas da educação para adequarem-se às particularidades de cada fase do desenvolvimento dos estudantes. Na Educação Infantil Para esta etapa, as 10 Competências Gerais da Base se desdobram em direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, dentro dos 5 campos de experiência da Educação Infantil. Clique aqui para saber mais sobre a BNCC na Educação Infantil. No Ensino Fundamental No Ensino Fundamental, as Competências Gerais estão presentes em unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades a serem trabalhadas dentro de cada área do conhecimento e componentes curriculares específicos. Clique aqui para saber mais sobre a BNCC Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Clique aqui para saber mais sobre a BNCC Ensino Fundamental – Anos Finais. No Ensino Médio Assim como no Ensino Fundamental, no Ensino Médio as Competências Gerais se desdobram em habilidades que serão desenvolvidas dentro de cada área do conhecimento. Qual é a vantagem da orientação por competências? Por meio da orientação por competências, o aluno é convidado a deixar sua posição inerte na rotina da sala de aula para – muito além de apenas compreender conceitos – propor e testar soluções em situações verdadeiras, conectadas à sua realidade local. O estudante também é motivado a interagir, assumindo um papel mais participativo na sociedade, de forma que ele seja capaz de construir e expor argumentos, expressando seus princípios e valores. Habilidades da BNCC: O que são e para que servem? Enquanto as competências funcionam como um “fio condutor” da Educação Infantil ao Ensino Médio, os objetivos e as habilidades da BNCC dizem respeito às particularidades da aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes durante cada uma dessas etapas de ensino. “Você é um motorista competente?” Um motorista competente é capaz de se locomover pelas vias com segurança, respeitar a sinalização de trânsito, estacionar o seu veículo corretamente, lidar com imprevistos ou adversidades (como acidentes e congestionamentos, por exemplo) … entre diversas outras coisas envolvidas na atividade de conduzir um automóvel. Mas… “O que é preciso para ser um motorista competente?” Os objetivos e as habilidades da BNCC são as aptidões desenvolvidas ao longo de cada etapa de ensino e que contribuem para o desenvolvimento das competências gerais e específicas da Base. Para que alguém seja capaz de realizar todas essas coisas, é preciso ter habilidade motora, noção espacial, capacidade de ler e interpretar sinais de trânsito, conhecimento da legislação de trânsito, noções básicas de mecânica, inteligência emocional… essas são habilidades que uma pessoa desenvolve ao longo de toda a vida e que, quando somadas, podem fazer dela um motorista competente! Portanto, os objetivos e as habilidades da BNCC são as aptidões desenvolvidas ao longo de cada etapa de ensino e que contribuem para o desenvolvimento das competências gerais e específicas da Base. De que forma aparecem as habilidades da BNCC? Educação Infantil Desde o ingresso na Educação Infantil, os alunos já começam a desenvolver as dez competências gerais da BNCC. Nesta etapa, sua aprendizagem e seu desenvolvimento são assegurados por seis direitos: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Esses direitos conversam diretamente com os eixos estruturantes da EI – interagir e brincar. Na Educação Infantil ainda não se fala em áreas de conhecimento ou componentes curriculares, mas em campos de experiência. A Base estabelece cinco campos de experiências nos quais as crianças podem se desenvolver: Eu, o outro e nós. Corpo, gestos e movimentos. Traços, sons, cores e formas. Escuta, fala, pensamento e imaginação. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Dentro de cada campo de experiência são definidos diversos objetivos – a nomenclatura adotada para as habilidades na EI foi objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Estes objetivos são organizados dentro dos 3 grupos etários em que a BNCC delimita a Educação Infantil. De acordo com o exemplo da imagem, o código EI02TS01 diz respeito ao primeiro objetivo proposto no campo de experiências “Traços, sons, cores e formas” para o grupo das crianças bem pequenas. Portanto, as crianças deste grupo etário devem desenvolver a habilidade de “Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais para acompanhar diversos ritmos de música”, entre diversas outras. Ensino Fundamental Em todo o curso do Ensino Fundamental (etapa mais longa da Educação Básica), o foco da aprendizagem das crianças e adolescentes continua sendo sobre as dez competências gerais da BNCC. Enquanto na Educação Infantil a Base estabelece campos de experiência para o desenvolvimento dos alunos, para o Ensino Fundamental essa divisão é feita em áreas de conhecimento e componentes curriculares. As áreas e componentes são os seguintes: Linguagens (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa – a partir do 6º ano). Matemática (Matemática). Ciências da Natureza (Ciências). Ciências Humanas (Geografia e História). EnsinoReligioso (Ensino Religioso). Logo, a partir do Ensino Fundamental as competências gerais também se desdobram em competências específicas da área ou do componente. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular: Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos como conteúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas. Portanto, os objetos de conhecimento são os conteúdos, conceitos e processos organizados em diferentes unidades temáticas que possibilitam o trabalho multidisciplinar, e são aplicados a partir do desenvolvimento de um conjunto de habilidades. Exemplo De acordo com este exemplo da BNCC, o código EF67EF01 é referente à primeira habilidade do componente de Educação Física, proposta para o bloco dos 6º e 7º anos. Então, durante a o estudo e a prática da Educação Física neste período, é esperado que os estudantes desenvolvam a habilidade de “Experimentar e fruir, na escola e fora dela, jogos eletrônicos diversos, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários”. Ensino Médio Enfim chegamos à etapa final da Educação Básica: o Ensino Médio. Ao final desta etapa, os estudantes devem completar o seu desenvolvimento dentro das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular. Assim como na etapa anterior, o Ensino Médio também é organizado em áreas de conhecimento. Vamos ver quais são elas? Linguagens e suas Tecnologias. Matemática e suas Tecnologias. Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Devido à Reforma do Ensino Médio e à reformulação da BNCC para esta etapa, os componentes curriculares obrigatórios para os três anos do EM são os de Língua Portuguesa e Matemática. No entanto, as competências específicas e habilidades das demais áreas de conhecimento podem e devem ser desenvolvidas em diferentes arranjos curriculares a partir dos itinerários formativos. Neste exemplo, o código EM13LGG103 representa a terceira habilidade relacionada à competência nº 1 da área de Linguagens e suas Tecnologias. De acordo com o código, esta habilidade pode ser trabalhada da 1ª à 3ª série do Ensino Médio, dependendo do arranjo curricular proposto pela escola. Portanto, entre a 1ª e a 3ª série, os estudantes devem desenvolver a habilidade de “Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais)“.
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