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RESUMO - A Revolução Francesa explicada à minha neta

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A Revolução Francesa explicada à minha neta 
Michel Vovelle 
A Revolução Francesa de 1789 ocorreu em meio a uma série de revoluções, como a revolta das 
treze colônias entre 1776 e 1783. 
A França era governada pelo monarca absolutista Luís XVI e sua esposa, Maria Antonieta, que 
representavam o Antigo Regime no país. O rei, contudo, não conseguiu manter seus ministros mais 
competentes, como Turgot e Necker, ou defender as reformas necessárias a manter o país. 
A sociedade era dividida em ordens ou estamentos. O Primeiro Estado era composto pelo clero; o 
Segundo Estado era formado pelos nobres, e ambos os estamentos eram isentos de impostos, 
herança do regime feudal. O Terceiro Estado, mais numeroso, era formado pelo povo, que sofria 
com profunda crise econômica, escassez de alimentos e alto encargo tributário. No Terceiro Estado 
se destaca uma burguesia afluente e, dentro dela, o grupo dos intelectuais e profissionais liberais. 
Obs. Paris era a terceira maior cidade do mundo, com 600 mil habitantes, atrás de Londres e 
Pequim. 
O país enfrentava crise financeira, devida à sobretributação do Terceiro Estado, uma crise 
econômica em razão do apoio da França à independência dos EUA, que aumentou a dívida do país 
e levou à necessidade de aumentar a carga de impostos. Contudo, o 2º e o 1º Estado se recusaram 
a pagar impostos, e quebraram seu apoio ao rei na chamada “Revolta dos Notáveis” ou “revolução 
aristocrática”. 
Ao mesmo tempo, difundiam-se entre as camadas populares as ideias do iluminismo, que 
influenciaram diretamente os acontecimentos da revolução. 
Consequentemente, o rei convoca os Estados Gerais em maio de 1789, em que se reuniram 
representantes das três ordens. Para essa ocasião, o Terceiro Estado pôde eleger seus 
representantes no mesmo número dos outros dois, e estes redigiram cadernos de dolências em que 
registravam as queixas da população para levar à reunião. 
A reunião dos Estados Gerais não era convocada há mais de um século, e visa empreender reformas 
para solucionar a crise que atravessava a França. Nessa ocasião, o voto era orgânico, ou seja, cada 
Estado tinha direito a 1 voto. Logicamente, os pleitos do Terceiro Estado restavam prejudicados 
por esse regime de votação, de modo que propõe o voto inorgânico (individual) para discutir a 
redação de uma Constituição. Contudo, não obtêm o aval do rei. 
No dia seguinte, os deputados encontram as portas fechadas, e se reúnem em uma sala vazia ao 
lado, onde os nobres jogavam pela, onde realizam o Juramento do Jogo da Pela em 20 de junho de 
1789, comprometendo-se a redigir uma Constituição, proclamando-se Assembleia Nacional 
Constituinte. O rei, em contrapartida, havia declarado seu aceite à assembleia, mas, na realidade, 
se preparava para fechá-la por meio das armas. O povo parisiense, em defesa da constituinte, 
procura as armas da Bastilha, derrubando-a em 4 de julho de 1789. 
A partir desse momento, a revolução se espalha pelo interior do país, em que eclodem 
manifestações violentas, o chamado Grande Medo. Os nobres começam a fugir para o exterior 
para refugiar-se. 
Em agosto de 1789, os revolucionários realizam a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, e a assembleia inicia a redação da Constituição, visando a instauração de uma Monarquia 
Constitucional. Sob influência dos preceitos da declaração, observa-se a volta do Grande Medo, 
em que os camponeses ateiam fogos a documentos do período feudal. Por esse motivo, os 
privilegiados decidem abrir mão de seus privilégios, marcando a abolição do feudalismo na 
França. A família real retorna de Versalhes a Paris, e é instalada no Palácio das Tulherias. 
Obs.: a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão não foi o primeiro documento 
de declaração de direitos, pois havia as experiências inglesa e norte-americana, mas se distingue 
como primeira da série que pretende à universalidade de seus valores. Os valores clássicos 
pregados são a liberdade, a igualdade e a propriedade. A fraternidade foi inserida posteriormente, 
durante as revoluções de 1848 que fundaram a Segunda República francesa. 
Foram realizadas diversas reformas nesse período. Os cidadãos dividiam-se em ativos, que 
poderiam votar pois pagavam um imposto equivalente a 3 dias de trabalho, e os passivos, que não 
atingiam o critério censitário. A justiça foi reformulada, pois os juízes passaram a ser eleitos. Foi 
proclamada a igualdade tributária e substituiu-se a moeda metálica pelo papel-moeda. 
A Assembleia também decidiu pela secularização do clero, sequestrando seus bens e 
transformando seus membros em funcionários públicos assalariados, criando um clero nacional. 
O Papa Pio VI discordou dessa medida, e o clero dividiu-se entre os padres 
constitucionalistas/ajuramentados (49%), que aceitavam a Constituição, e os padres refratários 
(51%), que seguiam fieis ao papa. 
Em um movimento contrarrevolucionário, os príncipes e nobres migrados, apoiados por monarcas 
europeus, organizaram uma tentativa de fuga dos monarcas franceses, visando conter a revolução, 
em junho de 1791. Contudo, eles foram reconhecidos em Varennes e reconduzidos a Paris. Esse 
momento marcou piora na imagem do rei, agora visto como traidor, e os republicanos ganham 
força, pois, até então, os revolucionários pretendiam recolocar o rei no trono para que ele assinasse 
a nova Constituição, mas cresce o ímpeto de abolir a monarquia. 
Uma nova Assembleia, a Legislativa, substitui a constituinte, e enfrenta o dilema entre manter o 
rei ou defender a guerra com os vizinhos prussianos e russos, que viam o perigo que a revolução 
representava e desejavam encerrá-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os brissotistas (futuros girondinos) vencem o debate e, em 20 de abril de 1792, Luís XVI 
encaminha a declaração de guerra à Áustria, e a França é invadida. Batalhões federados partem 
em defesa da capital, e, aliados à Guarda Nacional e aos revolucionários, atacam o Palácio das 
Tulherias. Esse é o marco do fim da monarquia constitucional francesa. O povo, representado 
especialmente pelos sans-culottes parisienses (mas também presentes no restante do país), sai 
vitorioso. 
Rei 
+ 
Contrarrevolucionários 
Moderados 
(bernardinos) 
 
Jacobinos 
Brissot Robespierre 
Guerra 
Guerra Contra a 
guerra 
Hesitantes 
Girondinos
o 
Vence o 
debate 
Em 2 de setembro de 1792 ocorre a Proclamação da República Francesa, pela Convenção, a nova 
Assembleia Legislativa, eleita pelo sufrágio. Na Convenção, os representantes do povo se dividiam 
da seguinte forma: 
 
Em 21 de janeiro de 1793, Luís XVI é executado, conforme defendido pela Montanha. 
Conflitos territoriais do exército francês: 
1) Valmy: a Prússia tenta invadir a França, mas os revolucionários a defendem e, 
inesperadamente, conseguem a retirada dos prussianos. 
2) Sul: anexação de Nice e Saboia 
3) Norte: anexação da Bélgica e margem esquerda do rio Reno. 
Após a execução de Luís XVI, é formada a Primeira Coalizão, que reunia Inglaterra, Holanda e 
Espanha. 
4) Guerra civil na Vendeia (Oeste): camponeses se rebelam contra a República, intensificando 
o conflito entre Girondinos e Jacobinos. Os Girondinos defendiam a guerra, mas não foram 
capazes de lidar com suas consequências. Então, em 2 de junho de 1793, os líderes 
Girondinos são presos, e os Jacobinos operam um golpe de Estado. 
Instaura-se um novo governo, o Governo de Salvação Nacional, que institui o Comitê de Salvação 
Pública, liderado por Robespierre. O novo governo se utiliza do Terror para reprimir a 
contrarrevolução. Instituem um Tribunal Revolucionário em Paris. Também criam o preço 
máximo para o pão, posteriormente estendida a todos os gêneros alimentícios e salários, para lidar 
com a crise famélica que assolava a população. Ademais, processou-se o confisco e a inspeção de 
fazendas pelo exército, bem como a abertura de manufaturas. A Convenção decretou o fim da 
escravidão nas colôniasfrancesas, adotou o sistema métrico e o calendário republicano. 
O regime do Terror de Robespierre aumentava progressivamente o número de opositores 
guilhotinados, ensejando divergências internas que levam a uma conspiração para tirá-lo do poder, 
o que ocorre em 9 de Termidor, e sua execução é realizada no dia seguinte. 
Dessa forma, tem início a fase do Diretório, que se estende de 1795 a 1799. O Diretório foi 
instaurado com o objetivo de encerrar o Terror e a Revolução Francesa. 
Os sans-culottes se rebelam novamente pelo povo, mas fracassam, e o movimento se encerra. 
Realiza-se uma nova Constituição, a do Ano III (1795), que visava afastar uma nova ditadura. Ela 
cria duas assembleias, o Conselho dos Quinhentos e o Conselho dos Anciãos, que produzem as 
leis. O poder Executivo se divide entre 5 Diretores, o que gera instabilidade e sucessivos golpes 
de Estado. 
Esse período foi marcado por grande desigualdade, e é em seu bojo que Graccus Babeuf organiza 
sua “conspiração dos iguais”, violentamente reprimida. 
Os Jacobinos reconstituíram seus clubes, e disputavam as eleições com os realistas, e venceram. 
Contudo, os membros do Diretório, com apoio dos generais, anularam as eleições com o golpe de 
Estado de 18 Frutidor, pelo qual se voltavam contra os Jacobinos. Os Deputados, porém, 
destituíram os membros do Diretório. 
O Exército francês, diante dos conflitos enfrentados na Europa durante a Revolução, observou a 
ascensão de Napoleão Bonaparte em seus quadros. 
Em 1799, a esquerda vence as eleições, e os membros do Diretório então no poder são expulsos. 
A burguesia se sentia ameaçada, e a volta do Antigo Regime é impossível. Nesse contexto, 
Bonaparte é visto como salvador da pátria e ascende ao poder pelo Golpe militar do 18 Brumário 
(9 de novembro de 1799), pelo qual afasta os deputados e assume como Primeiro Cônsul. 
Bonaparte dá continuidade ao movimento revolucionário, consolidando conquistas fundamentais 
do período, em prejuízo da liberdade anteriormente almejada.

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