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Carolina Felix nºusp: 10722290 Resenha 2 - Wilson Cano O texto Crise de 29, soberania na política econômica e industrialização do economista Wilson Cano tem como objetivo tratar das consequências da crise de 29 - mais especificamente da industrialização - nos países latino-americanos, tendo como ênfase o processo no Brasil. Dando o contexto histórico global dos países desenvolvidos e efeitos da crise de 29 no economia latino-americana. Destaca-se que a crise externa afetou diretamente o nível de exportação dos países latino-americanos, pois os mesmo possuíam uma economia primário exportadora, mas além disso com a recessão as principais aplicações do capital estrangeiro foram retiradas, destruindo as reservas de divisas. Logo com o aprofundamento de tal quadro econômico, não era mais possível a manutenção do padrão de consumo e de investimentos internos, criando assim um cenário para um possível internalização da produção de bens de consumo. Nesse contexto de internalização da produção de bens através da industrialização, podemos dividir os países da América Latina em dois grupos: o primeiro compõe-se da Venezuela, Equador, os seis centro-americanos, Cuba, Haiti e República Dominicana; e o segundo grupo composto por México e os outros países sul-americanos - excluíndo Bolívia e Paraguai. O primeiro grupo não reagiu tão rapidamente a crise, teve políticas econômicas modestas, enquanto o segundo grupo desvalorizou rapidamente seu cambial, elevou a taxa de importação e suspendeu o pagamento do serviço da dívida, tendo assim mais condições para a industrialização. O principal argumento defendido pelo autor, que sustenta a base do texto são os fatores que estimularam a industrialização na América Latina. Alguns autores de economia defendem a “teoria dos choques adversos” em que o processo de substituição de importações de bens de consumo para a sua industrialização interna no país, foi impulsionado pela Crise Externa Mundial de 1929. Entretanto o autor discorda dessa visão, defendendo que o processo de industrialização foi impulsionado não só pelos fatores externos, mas também por condições políticas e econômicas externas e internas para que esse processo se sustentasse, não só no seu início, mas principalmente no seu desenvolvimento. Para alcançar tais objetivos o autor destacou que se fazia necessário profunda reestruturação do Estado, só assim o capitalismo brasileiro poderia se desenvolver plenamente. Contudo, como existiam frações políticas da classe dominante regionais, seria necessário também que Estado convergessem os interesses regionais em um interesse nacional, centralizando os problemas e integrando o mercado nacional. E o mais importante, utilizar a soberania nacional. Em suma, com a Crise de 29 os países da América Latina tiveram uma queda brusca no coeficiente de exportação, para que não houvesse uma deficit na balança comercial políticas econômicas que desestimulasse as importações foram implementadas, porém a importação de bens deveria ser substituído pela industrialização dos mesmos, sendo assim a industrialização consequência da recessão global. Entretanto tal industrialização só se desenvolveu com políticas internas dos países latino americanos.