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Aula 2: Atualmente, a teoria do planejamento no setor público apresenta 4 (quatro) correntes (ou categorias) de pensamento. A partir das características dessas correntes (ou categorias) aponte exemplos (ou casos) que demonstrem sua práxis no cotidiano da gestão pública. ● Análise de Política Tal corrente é influenciada pelo modelo de racionalidade limitada de Simon, seus utilizadores acreditam que com a matemáticas e as técnicas certas os problemas seriam identificados e com precisão as melhores decisões seriam tomadas. Traçando um paralelo com as categorias e com o cotidiano da gestão pública podemos ver tal corrente presente muito na construção de aparelhos públicos e obras realizadas pela Prefeitura, sejam elas ligadas a drenagem, corredor de ônibus e etc. Utilizando um exemplo mais concreto citarei o sistema de obras de drenagem, os engenheiros responsáveis pelo planejamento de tais obras analisam os problemas de alagamento recorrentes na cidade, bem como a vazão que tais bacias hidrográficas possuem, a partir disso escolhem quais obras são prioritárias para serem executadas. Esses profissionais acreditam que suas escolhas são meramente técnicas, e por um certo ponto são, mas pensando na parte política algumas obras serão feitas pensando nos possíveis ganhos eleitoreiros futuros e até excluindo regiões mais pobres. ● Aprendizagem social Essa corrente de planejamento acredita na ligação entre aplicação da teoria na prática e conhecimento tirado da ação para aprimoramento futuros, é uma forma dialética de realizar o planejamento. Citando um exemplo de sua aplicação para a gestão pública brasileira podemos ver sua execução em trabalhos de burocratas de nível de rua, o Descomplica SP programa da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia é um bom exemplo. Surgiu como programa que se espelhava no PoupaTempo, mas trazia melhorias como descentralização - diversos postos espalhados por região e não apenas no centro da cidade -; visão de cidadão único em que o funcionário deve sempre buscar resolver todos os problemas no dia só, além de sempre estar adaptando e aprimorando seu funcionamento de acordo com sugestões de funcionários e cidadãos. ● Mobilização social Essa corrente parte de uma visão de ação coletiva, que todos os atores provocariam transformação social mudando o status quo da sociedade, planejamento para seus executores seria um processo político que deveria partir debaixo - sociedade - para cima. Admito que acho difícil achar um exemplo para tal corrente, mas pensando nas adaptando vejo um pouco de tal corrente no Legislativo, alguns partidos se mobilizam coletivamente para criar leis que beneficiem as classes sociais mais baixas, trazendo demandas de seus eleitores ou até realizando consultas públicas tentam mudar socialmente a realidade de tais atores. Acredito que tal aplicação não seja totalmente perfeita, visto que nem todos os partidos agem dessa forma no Legislativo e que seja difícil achar uma aplicação perfeita para a gestão pública brasileira. ● Reforma Social Tal corrente possui uma visão positivista, acredita que o Estado tem o papel de orientação da sociedade, age no sentido de de aumentar a eficácia de suas ações, tais atores acreditam no planejamento como aplicação do conhecimento científico às questões públicas, além disso veem uma relação direta entre planejamento e política. Trazendo para a realidade da gestão pública brasileira podemos ver tal modelo presente no planejamento do orçamento público, quem planeja o orçamento precisa ter uma visão do todo para alocar o dinheiro da maneira mais eficiente e que produza maior eficácia para a sociedade, além disso existe sempre uma grande disputa política nesse processo em que todos os atores presentes querem garantir uma parte boa para sua área. Aula 3: “O Brasil acumulou, sobretudo, entre os anos 1940 e 1970 do século passado, uma experiência razoável em matéria de planejamento governamental. (...) diversas tentativas de planejamento do futuro e de tentativa de organização do processo de desenvolvimento”. Discorra sobre tal afirmação e descreva, em adição, um plano deste período. A afirmação trata sobre as os planos governamentais desenvolvidos nesse período que tem como objetivo o desenvolvimento econômico e tecnológico através de metas e prioridades setoriais regionais, de modo a estabelecer um planejamento governamental que norteasse as gestões. Dentre esses planejamentos podemos diferenciá-los em dois, os planejamento macroeconômico mais integrado que buscam avanços para o país todo, como o Plano Salte e o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek; e os microplanejamento setoriais, mais focados para os Governos Estaduais e Municipais, como os planos plurianuais e os Planos de Metas de São Paulo Esse plano além de contar com as metas, descreve quais serão os caminhos que levaram a cumprir com esses objetivos, de modo que descreve como o cronograma de implementação será realizado, se a prioridade do agente econômico será no setor público ou no privado, como a alocação de recursos se dará. Mais que um plano econômico é um projeto global, que dispõe de caminhos para cumprimento das metas levando em conta os recursos disponíveis. Certamente as primeiras experiências de planejamento no Brasil não tiveram esse mesmo caráter, podemos ver como o modelo foi se aprimorando durante o tempo até alcançar esse conceito global trazido pelo autor. Como primeiras experiências de planejamento no Brasil temos o Plano Salte, elaborado durante o governo Dutra, orientado com base em trabalhos técnicos do Dasp, tinha como eixo o ordenamento orçamentários para auxiliar nas questões setoriais, não se tratava de um plano econômico completo como temos hoje, mas de uma organização dos gastos públicos. Mais a frente temos o Plano Qüinqüenal de Obras e Reaparelhamento da Defesa Nacional do Plano de Obras, elaborados durante a Segunda Guerra Mundial para administrar recursos e suprir contingenciamentos, tinha um caráter mais de administrar os efeitos da crise. Já em 1960 temos como outra experiência o Programa de Metas, formulado pelo governo Juscelino Kubitschek, foi elaborado com o objetivo de estimular diversos setores da economia como desenvolvimento da infraestrutura e da indústria de base, claramente um avanço na noção de uma coordenação racional da ação do Estado, mas ainda não é caracterizado pelo planejamento global visto que não foi elaborado pensando nas escassez de recursos. Mais a frente temos plano trienal de Celso Furtado elaborado no governo João Goulart com o objetivo de retomar o ritmo de crescimento do PIB da fase anterior e redistribuir renda através do estabelecimento das chamadas “reformas de base” - administrativa, bancária, fiscal e agrária - e no reescalonamento da dívida externa. Já no período militar temos o Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg) no período do general Castelo Branco, que optou por combater à inflação, diminuir as desigualdade regionais e aumentar a exportação. Estabeleceu diversas mudanças no plano institucionais, fiscal - tributário e orçamentário -, monetário-financeiro e outras áreas. Nesse período houve um grande avanço na experiência de planejamento brasileira, as instituições de planejamento passam a ter a responsabilidade de conduzir as atividades econômicas visando o aprofundamento do processo industrial brasileiro e o desenvolvimento econômico. Ainda no período militar temos outros planos, o Plano Decenal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado no período do Castelo Branco mas que foi implementado no governo do Marechal Costa e Silva e o Programa de Metas e Bases para a Ação do Governo para o período 1970-1973. Esse período corresponde ao ponto alto do planejamento governamental no Brasil e o papel do Estado, mais que estabelecer os rumos da economia, tais planos contavam com parâmetros institucionais, orçamentários para os três níveis governamentais que também englobavam entidades estatais e mistas. Com a redemocratização ainda tivemos outros projetos de planejamento,mas o mais recente tratado pelo autor é o projeto Brasil 2020, elaborado em 1998 no Governo FHC, o plano traçava um panorama do futuro com orientações de elaboração de alguns cenários desejados pelo povo brasileiro e, estabelecimento de linhas referenciais para um projeto estratégico de desenvolvimento de longo prazo para o Brasil. Um dos projetos mais avançados do Brasil, que traça um planejamento contando com diversas possibilidades em que o país se encontrava e delimitando caminhos para o aprimoramento. Aula 4: “Um PPA com densidade estratégica tem 7 (sete) orientações para seu processo de formulação e implementação”, conforme discutido nesta aula. Escolha uma dessas 7 (sete) orientações e, baseando- se nos textos deste aula e em literatura complementar, explique no que consiste a orientação e mostre sua importância para um plano plurianual. Um Plano Plurianual com uma densidade estratégica e capacidade operacional possui sete orientações para seu processo de formulação e implementação, sendo essas: (re)articulação com planejamento de longo prazo em base territorial; planejamento e gestão estratégicos; integração entre plano e orçamento, formulação de programas com profundidade; responsabilização com resultados; monitoramento, avaliação e indicadores e processos de participação. A orientação para ser melhor tratada no próximos parágrafos é a (re)articulação com planejamento de longo prazo em base territorial. O Plano Plurianual surge como instrumento de orientação das políticas públicas de médio à longo prazo, de modo que as ações do Estado não fossem limitadas a uma gestão, mas sim se expandisse plurianualmente. Levando isso em consideração, essa nova orientação permite que os gestores públicos realizem seus políticas a longo prazo a partir de um planejamento territorial em torno de um desenvolvimento regional - conhecido como Estudo dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento. A partir desse estudo é possível entender as complexidades do território brasileiro, bem como as capacidades organizativas de cada distrito. Assim, um PPA que utilize o planejamento territorial para executar suas ações tem como foco integrar e otimizar as políticas setoriais; aproximar a oferta de bens e serviços públicos atentando-se às demandas locais da população; garantir uma distribuição mais equitativa da riqueza entre as regiões e, trazer a participação de atores sociais no planejamento e orçamento. Todos esses eixos sempre são norteados para garantir sobretudo aos resultados eficientes e eficazes da gestão pública. Além disso, o planejamento que olha para as multiplicidades de seu território, é capaz de ter uma melhor coordenação de seu governo e na sua administração interna, pois reduz a fragmentação setorial das ações de governo, bem como permite a garantia de otimização dos gastos públicos. Aula 5: “Após conhecer a construção de PPA no Governo Federal, volte-se, agora, para a realidade municipal. Leia o texto indicado na bibliografia sobre a descrição e análise do processo de elaboração do PPA de OSASCO (2018-2021). Após a leitura, explique no que consiste e quais são as etapas para se construir a dimensão estratégia de PPA.” Para entender as etapas de um PPA é necessário entender como é realizado sua construção, principalmente no âmbito municipal tratado no texto que diversas vezes é visto pelas prefeituras como um empecilho burocrático-legal ao invés de uma ferramenta estratégica de planejamento necessária para a gestão pública, além disso muitos municípios não possuem estruturas, preparo técnico e pessoas qualificadas para para a elaboração de um planejamento tão dispendioso e complexo. Existem três tipos de PPAs municipais; o PPA estratégico - utilizado no texto - é focado nas orientações de um planejamento estratégico governamental, utilizando-se de ferramentas técnicas-políticas para promoção de mudanças governamentais. Utilizando o exemplo explorado no texto sobre o PPA de 2018-2021 do município de Osasco, por ser um PPA estratégico municipal seu processo de construção compreenderam oito fases, das quais cinco compõem a dimensão estratégica do PPA. A primeira delas é a etapa de nivelamento entre os servidores públicos e os servidores da área de planejamento em relação, após essa etapa é realizado de fato o início da elaboração de fato do PPA. A segunda etapa consiste na identificação dos problemas a partir de documentos e discussões, no caso de Osasco por meio do programa de governo e seus onze eixos estratégicos, foram feitos diagnósticos intersetoriais que permitiram a identificação dos mais graves problemas, em que 84 desses tiveram uma prioridade para resolução. A partir dessa identificação dos problemas a terceira etapa se inicia, essa tem a função de elaborar objetivos estratégicos, cujo resultado em Osasco foi um Mapa Estratégico de 23 objetivos. A próxima e quarta etapa é voltada para a elaboração de indicadores para realizar o monitoramento e avaliação dos objetivos. A quinta etapa compreende a elaboração de um orçamento para estimar quando será necessário gastar para a concretização do PPA, essa última etapa estrátegica é realizada por meio de três técnicas econométricas analisar as possíveis arrecadações de tributos e repasses no longo prazo e permitiu que fosse possível constatar que havia uma conjuntura de aperto fiscal. Só a partir da sexta etapa no caso do PPA de Osasco passa-se da dimensão estratégica para a dimensão programática, de modo que inicia-se o processo de tradução do trabalho estratégico para o desenho programático do PPA. Depois de todo desenho estratégico estar pronto é realizado a integração entre o PPA e o orçamento, visando possíveis cortes ou acréscimos para que a execução dos programas seja possível com a previsão orçamentária do município. Na última etapa programática é realizado o cadastro do PPA no sistema, consolidando 37 programas e 148 ações. A partir deste entendimento das etapas de um PPA podemos analisar como a dimensão estratégica e técnica do plano é fundamental para as ações serem concretizadas, do mesmo modo que a dimensão programática é a parte de efetivação da tradução de ideias para estratégias aplicáveis. Além disso, a maior parte das etapas servem para analisar e discutir as priorizações, assim como criar por meio de metas e objetivos novas soluções possíveis de ser realizadas nos anos em que o PPA será vigente. Portanto, podemos concluir que além da dimensão estratégica de um PPA ser de suma importância para a real promoção de mudanças em uma região, o caso de Osasco se faz interessante para entendermos as características que conferem a densidade macro estratégica no PPA quando se trata de um município. Aula 6: “Matus afirma que o “planejamento tradicional é demasiadamente simples para tratar com uma realidade excessivamente complexa” dos governos. Explique essa afirmação e descreva, em adição, duas características do PES em oposição ao PET.” O planejamento tradicional é um tipo de planejamento cujo foco é no desenvolvimento econômico e social, possui um viés tecnocrático, comportamental e rígido, assim como possui aplicações limitadas e normas e recomendações. Além disso, é totalmente centrado no planejador, de modo que os problemas são apenas técnicos e o plano é um produto, assim os problemas são das pessoas que executam o projeto enquanto o planejamento é um processo. Desse modo, quando Matus afirma que o “planejamento tradicional é demasiadamente simples para tratar com uma realidade excessivamente complexa” dos governos, ele quer dizer que o planejamento funciona de certa forma por si só, desta maneira seus executores mesmo com novas situações e problemas apenas se adequam ao projeto original, deixando sua essência. De uma maneira mais simples, Matus quer demonstrar como o planejamento tradicional é limitado para ser utilizado na administração pública, desse modo ele introduz o planejamento estratégico situacional desenvolvido por ele mesmo. O Planejamento Estratégico Situacional (PES) é uma teoria do PlanejamentoEstratégico Público, desenvolvido por Matus como forma de servir aos os dirigentes políticos, ao governo e a oposição. Seu foco são os problemas políticos, não limitando-se a ações do mercado mas focado na aplicação aos órgãos cujo centro seja o jogo político, econômico e social. Em comparação ao planejamento tradicional o PES é indeterminista, as previsões desse planejamento não são certas, o futuro ou os resultados pode facilmente se adequar de acordo com a realidade, ou seja, seus executores têm facilidade para ajustar o plano de acordo com as mudanças diferentemente do planejamento tradicional que é bem mais rígido. Além disso o PET é muito mais técnico, prevendo os desenvolvimentos do planejamento de acordo com a técnica, enquanto o PES é tecnopolítico levando em conta não apenas a técnica mas a política, deixando ele muito mais flexível aos ajustes do jogo político. Aula 7: “Considerando o curso de graduação em GPP como objeto, realize uma análise SWOT.” Antes de analisar o curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas através do método SWOT é necessário classificar o que é essa análise. A análise SWOT, também conhecida como análise FOFA - forças, oportunidades, fraquezas e ameaças - é utilizada para avaliar os programas, políticas, projetos e organizações; é uma ferramenta pensada para a etapa de planejamento, especialmente a avaliação. Para que fique mais fácil a elaboração da análise vamos definir a missão desta como uma formação qualificada de profissionais capacitados para uma boa gestão pública, além de preparar os profissionais para lidar com problemas. Vamos a análise: I. FORÇAS: O curso de graduação em GPP possui como forças um corpo docente formado em diferentes áreas e uma grade interdisciplinar, o que permite seus graduandos sintetizar os diversos conhecimentos para compreender como a gestão pública funciona no âmbito técnico e político, assim como entender os processos de formação de políticas públicas. II. FRAQUEZAS: O problema do curso se encontra fundamentalmente em como a grade curricular é construída, deixando o primeiro ano com poucas matérias e o segundo totalmente sobrecarregado levando ou na desmotivação de alunos ou na extensão do curso além dos quatro anos. Além disso, existe uma falta de comunicação entre os professores, de modo que os mesmos não sabem o que os alunos já aprenderam para dialogar com a sequência do curso, assim como um baixo número de docentes. Todos esses pontos prejudicam na formação de um profissional capacitado a longo prazo, podendo levar os alunos a problemas de saúde mental ou até ao trancamento do curso. III. OPORTUNIDADES: A graduação em GPP forma seus profissionais para identificarem os problemas da gestão pública e através disso promover mudanças na gestão pública por meio do conhecimento técnico-político adquiridos na faculdade. Isso é uma ótima oportunidade para melhorar o quadro técnico da administração pública. IV. AMEAÇAS: Muitas pessoas - inclusive graduandos - não compreendem a importância do curso de GPP ou do Estado, o que muitas vezes leva o descrédito com esse curso. Além disso, as diversas crises políticas e institucionais dos últimos anos nos demonstram como o Estado é limitado para resolver todos os problemas em um sistema capitalista e, que entender seu funcionamento não leva na sua melhora.
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